Este documento define e descreve o texto expositivo-explicativo, incluindo seu objetivo de expor e explicar um conceito ou fenômeno de forma clara e lógica. Ele discute a organização em introdução, corpo e conclusão, além das características linguísticas como uso de presente do indicativo e vocabulário especializado. O texto visa transformar o estado cognitivo do leitor, informando-o de forma objetiva sobre um assunto.
2. Conceito
O texto expositivo explicativo é um enunciando com o objectivo de expor um
tema, esclarece-lo, apoiando-se em exemplos, demonstrações ou comparações.
É um protótipo textual que apresenta um conjunto de produções escritas nas
quais se destacam análises e sínteses de reapresentações conceptuais.
O Texto Expositivo-Explicativo apenas apresenta uma informação, que se
considera nova, partindo de um saber que se pressupõe que o leitor o detenha.
3. Objectivo
Expor e explicar algum conceito, processo ou
fenómeno.
Transmitir conhecimentos acerca de uma
dada realidade, isto é, fazer-saber ou fazer-
conhecer (fazer-perceber).
4. Organização do texto
Podemos identificar três momentos ou fases (correspondentes às partes do texto), a saber:
A fase do questionário (que contém de forma explícita ou implícita uma questão que se vai
responder ao longo do texto, ou simplesmente pela anunciação do tema/assunto/problema da
exposição) correspondente à introdução. Deve apresentar-se o assunto podendo anunciar-se os
diferentes momentos a desenvolver e tentando-se despertar o interesse. Serve para situar a questão
no seu ambiente próprio, determinar bem o sentido e fornecer os elementos fundamentais.
A fase da resolução correspondente ao corpo explicativo ou desenvolvimento.
A fase da conclusão onde se sintetiza o que foi explicado no desenvolvimento.
5. Tipo de linguagem
Linguagem clara.
Explicação lógica e coerente.
Apresentação de ideias essenciais
Predominam os verbos no presente do indicativo, verbos dinâmicos e advérbios.
Predomínio do modo indicativo.
A linguagem usada neste tipo de texto tem muito a ver com o tipo de público-alvo ao
qual ele se destina.
Predomínio de duas funções de linguagem, nomeadamente a função referencial
(aquela que se usa para transmitir informações novas) e a função meta linguística
(usada em segmentos que visam explicar ou esclarecer o sentido de uma noção ou
expressão anterior)
6. Tipos de enunciados
Enunciados Expositivos: contendo as informações com as quais o autor do texto
pretende fazer saber, ou seja, transmitir os novos saberes;
Enunciados Explicativos: com os segmentos explicativos visando fazer
compreender o que se transmite;
Enunciados Baliza: com a finalidade de marcar as articulações do discurso, isto
é, anunciar o que vai ser dito; resumir o que se disse, ou seja, estabelecer os
nexos de ligação entre as diversas partes do texto.
7. Caracteristicas linguísticas
Não se usam os adjectivos valorativos, a não ser que eles sejam necessariamente
exigidos pelo discurso.
As expressões explicativas permitem ao emissor tornar mais clara a sua
comunicação e orientam a compreensão do leitor;
Os conectores discursivos são os elementos que vão assegurar as relações entre
as diversas partes do texto. Os conectores são usados com frequência e são de
natureza lógica. Eles marcam laços de adição, oposições, laços de consecução ou
de causalidade;
8. Caracteristicas linguísticas (cont.)
O uso do presente do indicativo com o valor gnómico (atemporal), uma vez que
se refere a factos que são tidos como verdadeiros por parte de quem os anuncia,
portanto, uma verdade que perdura independentemente do tempo em que ela é
dita.
Emprego da construção passiva como uma estratégia de impessoalizar o discurso
científico. Sendo o texto científico objectivo o sujeito deve estar afastado do seu
discurso e isso consegue-se com o recurso à passiva. O texto científico é
monológico.
As normalizações são usadas para condensar o que foi dito e assegurar a
progressão do texto;
9. Vocabulário
Recurso vocabulário especializado. Isto quer dizer que se um texto é do ramo de
biologia, por exemplo, irá recorrer a expressões da linguagem técnica que um biólogo
deve dominar. Um gestor ou administrador de uma determinada empresa ou
instituição, também deve possuir e dominar um vocabulário próprio da área que ele
administra. O mesmo poder-se-ia dizer relativamente às outras áreas do saber.
Observe-se que quando se fala de linguagem técnica especializada não se pretende de
forma nenhuma dizer que se deva usar uma linguagem rebuscada e incompreensível,
pois quanto mais compreensível for o texto, mais facilmente ele alcança os objectivos
para os quais foi produzido.
Para que a mensagem seja compreendida, devem destacar-se as relações entre
elementos, partes, factos ou acções. Estas relações devem fazer sentido, por isso,
devem ser lógicas, ou cronológicas, gramaticais ou outras, dependendo do assunto a
ser tratado.
10. Finalidade
Os autores dos textos didácticos e/ou científicos recorrem aos textos expositivos
para tratar de vários assuntos.
Os discursos ou textos expositivos explicativos são produzidos no nosso dia-a-dia,
ou quando explicamos uma duvida a um colega ou amigo, ou quando o professor
da uma aula explicando com exemplos, ou ainda quando escrevemos um tema e
o desenvolvemos ao mesmo tempo que o explicamos.
Textos deste tipo são especialmente usados em contextos pedagógicos, visto que
se tratam de situações comunicativas, nas quais se pretende explicar
conhecimentos previamente construídos. Os manuais escolares ou os livros
auxiliares ao estudo, configuram textos de carácter explicativo.
11. Finalidade (cont.)
«tornar algo mais visível e mais facilmente acessível, sob ponto de vista cognitivo.
É o que o texto explicativo pretende fazer.
Esta tipologia textual é adequada a diversas situações da vida diária, surgindo
também em textos ensaísticos, em artigos científicos, conferencias, verbetes de
dicionário, entradas de enciclopédias, exposições, boletins meteorológicos,
definições, instruções, receitas culinárias, etc.
O texto visa a transformação do estado cognitivo dos sujeitos aos quais se
destina, informando-os de forma clara, objectiva, coesa e coerente sobre um
assunto ou problema de que se supõe eles serem detentores de um saber
insatisfatório.