1. PCRJ – SME – E/DED
FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO
PROJETO AUTONOMIA CARIOCA
Oficina de Artes – Aceleração 3
Prof.ª Beatriz de Oliveira
Ferreira Maia
2. Um olhar sobre a Arte
As “formas” da Arte:
• 1ª Arte - Música (som);
• 2ª Arte - Dança/Coreografia (movimento);
• 3ª Arte - Pintura (cor);
• 4ª Arte - Escultura (volume);
• 5ª Arte - Teatro (representação);
• 6ª Arte - Literatura (palavra);
• 7ª Arte - Cinema
• 8ª Arte - Fotografia (imagem);
• 9ª Arte - Arte Sequencial (quadrinhos);
• 10ª Arte - Videogame (alguns jogos integram todos elementos de todas as artes anteriores
somado a 11ª, porém no mínimo, ele integra as 1ª, 3ª, 4ª, 6ª, 9ª arte somadas a 11ª desde a
Terceira Geração dos Videogames);
• 11ª Arte - Arte digital (integra artes gráficas computadorizadas 2D, 3D e programação).
3. Apresentação da proposta de
trabalho – Um olhar sobre a arte
• Após aprender as formas em que a arte pode
ser classificada, propõe-se que os estudantes
reflitam sobre as seguintes perguntas:
• O que é arte?
• Quem faz arte?
• Para que serve a arte?
• Onde se encontra a arte?
4. Proposta de trabalho na disciplina
de artes visuais
• Este curso tem como objetivo estabelecer formas de
dialogar com as artes em geral e com as artes visuais em
particular;
• O recorte principal é o advento dos meios técnicos de
reprodutibilidade da arte visual e sonora, que tornou
possível o acesso a arte a todos os interessados;
• O curso sugere que o professor, junto com seus alunos,
torne-se autodidata e principalmente desenvolva o olhar
sensível as produções artísticas que teremos acesso.
5. Sugestão de atividade:
• Sugira a seus estudantes que eles serão os
“curadores” de uma exposição. Eles organizar-
se-ão em grupos e escolherão artistas e obras
a serem trabalhados. Quando organizarem a
mostra de sua produção, cada grupo
apresentará sua exposição, lendo o título e os
critérios de seleção das obras.
Segue-se introdução à Arte:
6. I. Quando a arte acontece?
• A verdade é que convivemos com a arte o tempo
todo; ela está nos desenhos das ruas, na
representações de naturezas mortas e vivas, na
fotografia do seu primo, na festa de sua avó.
• As artes são a expressão mais antiga do velho e
sempre atual espírito humano, a arte é como nós
expressamos nossa compreensão do mundo, como
nos relacionamos com ele, como amamos ou
odiamos. Sempre ela nos é companheira, já que não
podemos nos expressar sem ela.
7. II. Descobrindo os mistérios da
Natureza
• É com o fim da Idade Média e a descoberta da
América que surge, na Europa, a arte autoral.
Os artistas passam a assinar suas obras, as
técnicas, materiais e recursos avançam muito
e surge um mercado para a Arte.
• Os artistas do Renascimento se dedicaram a
construção de novas concepções estilísticas,
rompendo com o obscurantismo difundido
pelas religiões oficiais;
8. • O Renascimento é um conceito fora de
sua época pois apenas foi definido a
posteriori de sua concepção;
• Seguindo-se ao Renascimento, o Barroco
será o ápice da concepção neo
agostiniana, opondo-se ao estilo
anterior;
10. Michelangelo – E a arte cristã
Dizem que o papa Júlio II,
quando questionava o
artista sobre o término da
obra da Capela Sistina,
sempre recebia a mesma
resposta: “Estará pronto
quando eu terminar”.
A Pietá (1499) é uma obra
atemporal, já que demonstra
o amor da mãe pelo seu filho
morto. Sua obra demonstra
um desejo sincero de
perfeccionismo e maestria.
11. Davi (1504)
Davi encanta pela sua perfeição
e beleza. Michelangelo fazia
suas esculturas partindo de
blocos maciços de mármore de
Carrara . Eram necessários
muitos estudos e esboços para a
execução de obras que excedem
o tamanho natural dos seres
humanos.
12. Jesus adentra o paraíso
Utilizando provavelmente
pigmentos a base de cobalto,
vemos um Jesus em sua plena
beleza física. Não é o pobre e
magro descrito na cruz, mas o
forte que volta em carne aos
domínios de seu pai.
Neste detalhe, vemos que o estilo
do artista excede ao pedido do
papa ou aos desejos da Santa
Madre Igreja Católica
Michelangelo – O Juízo
Final (1534-41; detalhe)
13. Aleijadinho e o Barroco no Brasil
Retrato de Aleijadinho -
Euclásio Ventura (séc. XIX)
14. O sofrimento como inspiração
Acometido pela Hanseníase, na época
chamada de lepra, Aleijadinho ia perdendo
partes do corpo enquanto modelava em pedra
sabão seus famosos e tombados profetas.
O sofrimento fazia com que o devoto olhasse o
céu e clamasse contra sua miséria.
Como escultor, foi um dos mestres dos
detalhes, destacando sempre o olhar e o
movimento das peças. O olhar se suas
esculturas buscam a misericórdia divina, a
compaixão dos homens.
Aleijadinho - O profeta Ezequiel
(1800-5)
15. III. A arte brasileira no século XIX
• O século XIX, corolário da dupla revolução, significou
um passo adiante na integração dos povos sob um
sistema internacional de Estados-Nação; no caso
especifico do Brasil, negros, brancos, indígenas e
suas mestiçagens, assim como os imigrantes, seriam
temas constantes desta época.
• Debret, em 1829, montou a primeira exposição
pública de arte no Brasil, trazendo da França um
novo olhar.
16. Debret – a beleza no Romantismo
Não à toa chamado de “Damas
da corte”, este quadro de Debret
tornou-se fonte primária para o
entendimento da sociedade
escravista do século XIX no
Brasil.
Reparem nos detalhes captados
pelo artista, que ao mesmo
tempo em que retrata a “boa
sociedade” da época, redefine os
Debret - Dames de la Cour (c. 1820-30) padrões de beleza desta. Neste
quadro vemos a influência
francesa na indumentária da elite
imperial.
17. O Rio de Debret
Artista e retratista talentoso, Debret foi
extremamente generoso em suas
pinturas, dando privilégio à beleza da
cidade e de seus moradores. A sujeira,
a fome, o “esquecimento nos trópicos”
serão ignorados em suas temáticas.
A dor é mostrada nas formas de
castigos que os negros recebiam no
Brasil, mas sua visão é extremamente
elogiosa à beleza das diferentes raças.
Senhoras brancas ou negras, moleques
e senhores, todos serão retratados de
Debret - Interior de uma casa maneira a enaltecer suas qualidades.
cigana (c. 1820)
22. Família de um chefe Camacan se
preparando para uma festa (c. 1820-30)
23. IV. Uma nova maneira de pensar a
Arte
• A chamada “Era da Razão” será um período
de convivência e confluência de diversos
estilos: O Romântico, o neo clássico e o
impressionismo. Tornando –se assim um
período onde a arte abandono definitivo da
figura do mecenas e se redefine como um
novo mercado.
• A partir desse período difundiu-se a
construções de museus que tornasem públicas
a grande arte.
24. As meninas de Renoir
Pierre-Auguste Renoir – Rosa e azul (1881)
25. Renoir - Romantico, neo-clássico e
impressionista
Renoir foi tão representativo nesse
período de produção artística que
expressou em suas pinturas toda
efervescência de sua época.
Seus quadros pesam pela beleza estética
e os detalhes.
28. Pontilhismo
O pontilhismo é uma técnica do
impressionismo tardio que consiste
em pontilhar ao invés de pincelar
ou desenhar.
Podemos fazer com nossos alunos
várias experiências usando essa
Georges Seurat – Uma tarde técnica.
de domingo na Ilha da Grande
Jatte (1884)
29. V. Introdução aos tempos
modernos
• Os artistas dos primeiros anos do século XX se
mostraram desiludidos pela Primeira Guerra Mundial e
impressionados com suas novas invenções e seus maus
usos (como no caso de Santos Dumont, que se matou ao
ver sua invenção, o avião, sendo utilizado como arma de
guerra). Era como se vissem Ícaro morrendo novamente.
• Inconformados com os massacres, expressaram em suas
obras o fim definitivo da inocência nas artes. A partir
daí, ela passaria a ser toda intencional e muitas vezes
militante.
31. A grandeza simples
Durante toda sua vida, Vincent Van Gogh
foi pobre. Muitas vezes esteve faminto ou
doente. Quando faleceu em 1890, aos 37
anos, parecia que seu trabalho seria
esquecido; ao invés disso, tornou-se um
dos pintores mais emblemáticos de sua
geração.
Vincent era um mestre esquecido pelos
seus contemporâneos. Passeou por
diversos estilos da época, como o
expressionismo, o pontilhismo, naturezas
Vincent Van Gogh – Quarto mortas, perspectivas, luz, sombras, vazios e
em Arles (1888) ausências com cores fortes e tintas duras e
de pouca elasticidade; as pinceladas de
Vincent são emblemáticas para o estudo
contemporâneo das cores e de seus usos.
32. O gênio incomprendido
Van Gogh jamais teve em vida o
reconhecimento pela sua grande obra ou de sua
genialidade; na verdade, ficou sempre marcado
pela loucura. Seus quadros eram ridicularizados
pelos seus contemporâneos, que não os
compreendiam.
Aos 37 anos, escreveu a seu irmão Théo:
“Minha vida está ameaçada no mais profundo do
meu ser, e meus passos estão vacilantes. Bem,
em meu trabalho estou arriscando minha vida, e
metade de minha razão se desfez por causa
dele.”
Em 27 de julho de1890, Vicente foi para o
campo e atirou em si mesmo. Morreu dois dias
depois, nos braços de seu único amigo.
34. Pablo Picasso – o mais famoso
pintor do século XX
Pablo Picasso representa o auge da pintura
moderna, engajada com os grandes debates
sociais de seu tempo. Foi um pintor
extremamente prolífico, apaixonado pelo
corpo feminino e seu universo, retratando-o
com cores fortes e pinceladas másculas.
Hoje é um dos artistas mais famosos da
história, comparado aos grandes mestres,
como Michelangelo e Da Vinci.
Picasso desnudava os sentimentos em suas
obras; nelas encontramos volúpias, dor,
solidão, desejo, devassidão, morte,
Pablo Picasso – O sonho (1932) complacência, ou (in)justiça, como em
Guernica, seu quadro mais emblemático
37. O incomformismo e a visão
diferenciada da arte
Em suas primeiras lições na escola de
Belas Artes, Dalí era sempre repreendido
por retratar um universo diferente daqueles
propostos pelos mestres: o corpo feminino,
representava como uma balança.
Questionado, afirmava ver outros aspectos
da realidade; por isso, seu universo pode
ser classificado como surreal, fruto de uma
imaginação galopante e conflitante e
Salvador Dalí – A persistência inquieta.
da memória (1931) Nasceram daí imagens alienígenas, que
são ao mesmo tempo impossíveis na
realidade mas plenamente construídas na
imaginação.
41. VI. O modernismo no Brasil
• O modernismo no Brasil surge definitivamente
com a Semana de arte moderna de 1922, esse
será o momento de maturidade estilística nas
produções artísticas brasileiras.
• Nossos artistas desenvolveram uma maneira
“tropical” de ver o mundo, utilizando-se de
diversas técnicas passadas por meio de uma
estética inédita, o antropofagismo.
43. Tarsila – A moderna criada na
fazenda
Tarsila foi a pioneira feminina na intelectualidade
do Brasil. Junto com seus companheiros da
Semana de 22, revolucionou toda a história da
pintura brasileira, ainda muito presa ao
romantismo. Tarsila representou sua ama de leite,
as cores do campo, a imaginação infantil levada
ao seu apogeu estilístico.
Seus anjos são caipiras, suas santas brasileiras,
e as negras são representadas em sua beleza
mestiça.
O modernismo no Brasil foi um movimento com
cores e atitude nacionais, objetivando o
entendimento de nossa cultura por meio de uma
estética própria, no que se contrapunha aos
tradicionalistas.
44. Tarsila do Amaral
Tarsila é uma estrela que brilhará eternamente,
não apenas pela grandiosidade de sua obra para
o Brasil, mas pelo sentido simples e ingênuo que ela representa.
A alma feminina e sua generosidade é o olhar de Tarsila.
Como atividade, propomos utilizar o desenho para pintar do
Abaporu. A ideia é que os alunos utilizem cores diferentes do
original. Isso permitira a apreensão da obra com sua produção
artística.
Como todas as atividades propostas nesse curso, no final de
cada produção os trabalhos devem ser organizados de forma
estética, tendo como objetivo divulgar e difundir nossas
produções artísticas.
45. Cândido Portinari
Cândido Portinari nasceu em Brodósqui, no interior
paulista, sendo criado na fazenda Santa Rosa.
Durante sua carreira, a temática rural será redefinida
a partir de seus trabalhos, que valorizam o trabalho
humano, ampliando seus horizontes.
Pintou seu primeiro quadro aos 10 anos. Desde muito
jovem o artista percebeu as injustiças da sociedade
brasileira moderna e tentava ser crítico a ela.
Cândido pintou desde estrelas em tetos de igreja a
fachadas de prédios monumentais, como o Palácio
Gustavo Capanema ou o Edifício-sede da ONU.
Portinari - A descoberta
Como estudante da Escola Nacional de Belas Artes
da terra (1941)
viveu um tempo morando literalmente em um
banheiro de pensão. Em 1930 casou-se e, vivendo
em Paris, teve a chance de conhecer o trabalho de
grandes mestres, como Giotto, Matisse, Modigliani,
assim como Van Gogh e Cézanne.
47. Café – o homem vence a forma
• Quando volta de Paris e
redescobre o Brasil, Portinari
transforma suas pinturas,
agora sem formas ou regras
regulares. O homem se torna
sua preocupação principal.
• A partir de 1936, desenvolveu
a pintura de grande
Portinari - Café (1938) superfícies, tornando-se um
dos maiores muralistas da
história.
48. VII. Inaugurando um novo olhar
sobre a Arte
• Com o advento da Segunda Grande Guerra
Mundial, as artes sofreram uma nova
transformação , tornando-se populares e
passíveis de fácil reprodução;
• Aristas como Andy Warhol, Roy Lichtenstein,
Marcel Duchamp vão criar uma nova arte,
totalmente voltada para a difusão dos ícones
de consumo de sua geração e rompendo com
a bi-dimensionalidade da pintura tradicional.
54. VIII. Plano e profundidade
• Os artistas contemporâneos vêm constituindo
uma visão muito particular de plano e
profundidade;
• Alfredo Volpi será um dos principais
idealizadores dessa geração; seus trabalhos
estão marcados por uma visão concreta da
realidade.
55. Alfredo Volpi
Alfredo Volpi (1896-1988) foi um pintor ítalo-
brasileiro, considerado pela crítica como um dos
artistas mais importantes da segunda geração do
modernismo. Uma das características de suas
obras são as bandeirinhas e os casarios.
Autodidata, começou a pintar em 1911,
executando murais decorativos. Em seguida,
trabalhou com óleo sobre madeira, consagrando-
se como mestre utilizador de têmpera sobre tela.
Grande colorista, explorou através das formas,
composições magníficas, de grande impacto
visual. Trabalhou também como pintor decorador
em residências da sociedade paulista da época,
executando trabalho de decoração artística em
paredes e murais.
Bandeirinha (1958)
56. Realizou a primeira exposição individual aos 47
anos de idade. Na década de 1950 evoluiu para
o abstracionismo geométrico, de que é exemplo
a série de bandeiras e mastros de festas
juninas.
Recebeu o prêmio de melhor pintor nacional na
segunda Bienal de São Paulo, em 1953.
Participou da primeira Exposição de Arte
Concreta, em 1956, mesmo não pertencendo
oficialmente ao Grupo Santa Helena, ao qual
era muito ligado.
57. IX. Você tem fome de quê?
• A arte contemporânea, no
último terço do século XX
buscou a ideia de instalações,
criações de ambientes onde a
arte não é apenas vista mas
vivenciada;
• Os grandes expoentes deste
estilo no Brasil são Lígia Clark
Hélio Oiticica, que, com seus
penetráveis e úteros, colocam
as pessoas para experimentar
novas formas de ver o mundo.
59. Nosso olhar sobre a Arte
• Chegamos ao fim do curso. Para cumprir plenamente nossos
objetivos, devemos começar, com nossos alunos, a organizar a
exposição de seus trabalhos;
• A mostra deve seguir critérios estéticos de apresentação e ser
instalada em lugar de destaque na UE, para que toda a
comunidade escolar possa participar e se deliciar;
• Duas sugestões de sítios a se visitar:
• http://culturas.colorir.com/pre-historia/ e
• http://www.smartkids.com.br/desenhos-para-
colorir/artes.html
• Confira esta apresentação em
http://www.slideshare.net/biabouch
• Boa sorte e boas artes!