O documento resume a arte no Brasil Colonial, destacando a arte indígena, a chegada dos portugueses e a falta de condições para o desenvolvimento das artes. Também aborda a Missão Holandesa e artistas como Aleijadinho no período Barroco. Por fim, resume a Semana de 22 e artistas pioneiros do Modernismo brasileiro.
2. Brasil Colonial
Panorama da arte no Brasil com a
chegada dos portugueses:
- encontro com os índios que eram
considerados selvagens – arte plumária,
cestaria e pintura corporal.
3. A arte indígena é sucessora das pinturas rupestres e
outras manifestações da chamada arte pré-histórica.
A principal manifestação pictórica era a ornamentação
corporal à base de três cores principais: VERMELHO –
extraído das sementes do urucum; PRETO – extraído do
sumo do jenipapo e BRANCO da tabatinga.
Estas pinturas eram feitas para que cada membro da
coletividade pudesse ser imediatamente identificado
segundo o grupo social a que pertencia: nobres,
guerreiros ou povo comum.
Com esta ornamentação corporal o indígena brasileiro
procurava diferenciar-se dos animais opondo à realidade
da natureza sua própria opção cultural.
A ornamentação sempre teve padrões geométricos ou
signos convencionais. A cerâmica utilitária, estatuetas e
figuras, etc. constituem um campo de aplicação nada
desprezível da arte da pintura entre nossos indígenas.
4.
5. Os índios realizavam sua arte que
não era considerada como tal pelos
colonizadores (visão ocidentalizada
da Arte).
Os portugueses que aqui chegaram apenas
vieram ocupar o território – não houve fixação
do homem na nova terra:
Ambiciosos e aventureiros em busca de fortuna
fácil.
Degredado que vem para o Brasil como punição.
Índio e negro tornados escravos.
Diante deste quadro não havia condições de se
progredir em qualquer área.
6. Os primeiros artistas:
Os jesuítas e outros religiosos tiveram grande influência
na civilização brasileira;
Os colégios e seminários se tornaram as primeiras
escolas de belas artes do país;
Profundamente de espírito religioso, a pintura brasileira
(afresco- pintura em paredes, têmpera- pintura em que
se mistura o pigmento em água; e óleo- tinta à base de
óleo) sofreu grande influência do Barroco europeu;
Os primeiros artistas eram autodidatas; copiavam tudo o
que chegava da Europa: estampas, gravuras, desenhos,
sempre na mais absoluta dependência das irmandades
religiosas que traziam a arte reproduzida na Europa.
Não havia escolas, portanto, a vocação artística erudita
era nula ( quando falamos em “vocação artística erudita”
entenda-se com uma visão de arte europeia e
ocidentalizada).
7. A Missão Holandesa
Chegada de Maurício de Nassau em 1637 – veio
com a intenção de melhorar o ambiente cultural da
colônia;
Nassau trouxe artistas de sua terra – homens
cultos e também protestantes como ele para
retratarem a nova terra;
Os jesuítas não viram com bons olhos esta
iniciativa;
Frans Post e Albert Eckhout foram os principais
pintores desta missão;
Eles se fixaram no Nordeste.
13. BARROCO BRASILEIRO
Desenvolveu-se do séc.XVIII ao início do séc.
XIX;
Na Europa, o Barroco já estava em declínio;
O Barroco brasileiro varia de uma região para
outra. Nas regiões que se enriqueceram com a
mineração e o açúcar –MG, RJ, BA, PE – as
obras são detalhadas, refinadas e feitas por
artistas de renome; já nas regiões onde não
havia açúcar nem ouro –como SP- os trabalhos
são mais modestos e feitos por artistas menos
experientes.
14. A arte, nesta época, era ensinada pelos jesuítas e
frades de várias outras ordens sendo que estes
religiosos eram de várias nacionalidades o que
contribuiu para o enriquecimento do Barroco
Brasileiro;
Não se dava importância à autoria da obra; portanto,
existiam muitas obras anônimas.
Predomínio de temas religiosos. Utilizava-se mais a
pintura arquitetônica e menos a de cavalete.
Imagens de pedra-sabão, argila e madeira;
As Igrejas eram construídas de forma bastante
simples exteriormente, mas, no seu interior, eram
ricamente ornamentadas muitas vezes com altares
todo recobertos com folhas de ouro;
Imagem do “Santo –do-pau-oco”;
18. BARROCO EM MINAS GERAIS
Nasceu em MG a arquitetura brasileira;
Por estar afastado do litoral e estar protegido pelas
montanhas, o Barroco em Minas viu-se obrigado a
adotar soluções próprias, tornando-se mais
original;
Nasceu numa sociedade urbana e burguesa,
enriquecida a duras penas e avessa a ostentações.
21. ANTONIO FRANCISCO LISBOA - ALEIJADINHO
Destacou-se na escultura e foi autodidata;
Trabalhou junto com seu pai, Manuel Francisco Lisboa –
arquiteto-, com quem aprendeu o ofício e teve
convivência com outros mestres;
Leu muitos livros- daí seu aprendizado erudito;
Projetou a Igreja de São Francisco de Assis e seu pai
projetou a Igreja da Ordem Terceira do Carmo;
Seu estilo teve 2 fases bem distintas:
- A fase da saúde marcou-se pela clareza e serenidade
e magistral equilíbrio na ornamentação leve.
- E a fase da doença acentuadamente marcada pelo
expressionismo de suas obras, consegue imprimir a
sensação de nobreza deformando as figuras para incutir-
lhes expressão íntima, de vida calma ou agitada,
atribulada ou serena.
22. Devido à doença foi obrigado a andar de
joelhos e perdeu os dedos das mãos.
Continuou seu trabalho amarrando os
instrumentos nos braços para esculpir a
pedra-sabão e a madeira.
23.
24. “No anfiteatro de montanhas/ Os profetas do Aleijadinho/
Monumentalizam a paisagem/ As cúpulas brancas dos
Passos/ E os cocares revirados das palmeiras/ são degraus
da arte do meu país” – Osvwald de Andrade
25.
26.
27. Modernismo
Semana de Arte Moderna no Brasil
A Semana de Arte Moderna de 22,
realizada no Teatro Municipal de São
Paulo, contou com a participação de
escritores, artistas plásticos, arquitetos e
músicos.
Inserida nas festividades de
comemoração do centenário da
independência do Brasil, em 1922, a
Semana de Arte Moderna apresenta-se
como a primeira manifestação coletiva
pública na história cultural brasileira a
favor de um espírito novo e moderno em
oposição à cultura e à arte de teor
conservador, predominantes no país
desde o século XIX.
28. Entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, realiza-
se um festival com uma exposição com cerca de 100
obras e três sessões literárias e musicais noturnas.
A produção de uma arte brasileira, afinada com as
tendências vanguardistas da Europa sem perder o
caráter nacional, era uma das grandes aspirações
que a Semana tinha de divulgar.
29. Semana de Arte Moderna
(13,15 e17 de fevereiro de 1922)
Teatro Municipal de São Paulo;
no interior do teatro foram apresentados
concertos e conferências;
no saguão foram montadas exposições de
artistas plásticos;
arquitetos: Antonio Moya;
escultores: Vítor Brecheret;
desenhistas e pintores: Anita Malfatti, Di
Cavalcanti, John Graz, e Vicente do Rego
Monteiro.
30. São Paulo dos anos 20 era a cidade que melhor apresentava condições para a
realização de tal evento. Tratava-se de uma próspera cidade, que recebia grande
número de imigrantes europeus e modernizava-se rapidamente, com a
implantação de indústrias e reurbanização. Era, enfim, uma cidade favorável a
ser transformada num centro cultural da época, abrigando vários jovens artistas.
Imagem: Guilherme Gaensly / Vale do Anhangabaú / Public Domain
Imagem: Caio Guimarães/ Teatro Municipal de São Paulo/ Creative
Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 2.0 Generic
31. Esse era o ano em que o país
comemorava o primeiro
centenário da Independência e
os jovens modernistas
pretendiam redescobrir o Brasil,
libertando-o das amarras que o
prendiam aos padrões
estrangeiros. Seria, então, um
movimento pela independência
artística do Brasil.
Os jovens modernistas da
Semana negavam, antes de
mais nada, o academicismo nas
artes. A essa altura, estavam já
influenciados esteticamente por
tendências e movimentos como
o Cubismo, o Expressionismo e
diversas ramificações pós-
impressionistas.
Imagem: Eliseu Visconti / Selo comemorativo
do 1º centenario da independência /
http://www.eliseuvisconti.com.br/Catalogo/Tec
nica/2/Aquarelas.aspx
Imagem: Moeda de 500 reis /
Coleção Eduardo Rezende/
http://www.moedasdobrasil.com.
br/series.asp?s=19
Imagem: Autor Desconhecido / Vista do portal de acesso ao Parque de
diversões no centenário da independência. / Museu da imagem e do som /
http://www.dezenovevinte.net/arte%20decorativa/ad_mlr_ctr.htm
32. Essa arte nova aparece inicialmente através da atividade
crítica e literária de Oswald de Andrade, Menotti del
Picchia, Mário de Andrade e alguns outros artistas que
vão se conscientizando do tempo em que vivem.
Imagem:OswalddeAndrade/Autor
desconhecido/PublicDomain.
Imagem:MenottidelPicchia/Autor
desconhecido/DomínioPublico.
Imagem:MariodeAndrade/MichelleRizzo/
PublicDomain.
33. Antes dos anos 20, são feitas em São Paulo duas
exposições de pintura que colocam a arte moderna
de um modo concreto para os brasileiros: a de
Lasar Segall, em 1913 e a de Anita Malfatti, em
1917.
Imagem: A Família/ Lasar Segall /
http://www.febf.uerj.br/pesquisa/semana_22.html
Imagem: A estudante/ Anita Malfatti / Museu de Arte de
São Paulo Assis / Copyright - Elizabeth Cecília Malfatti
34. A exposição de Anita Malfatti em 1917, recém chegada dos Estados
Unidos e da Europa, foi outro marco para o Modernismo brasileiro.
As obras da pintora, então afinadas com as tendências vanguardistas
do exterior, chocaram grande parte do público, causando violentas
reações da crítica conservadora.
Imagem: A boba/ Anita Mafaltti/ Museu de arte contemporânea da
universidade de São Paulo / Copyright - Elizabeth Cecília Malfatti
Imagem: O homem amarelo / Anita Mafaltti / Ilustração do
colega Mario de Andrade / Instituto de Estudos Brasileiros da
USP/ Copyright - Elizabeth Cecília Malfatti.
35. A Semana, de uma certa
maneira, nada mais foi do
que uma ebulição de novas
ideias totalmente libertadas;
nacionalistas em busca de
uma identidade própria e de
uma maneira mais livre de
expressão.
Não se tinha, porém, um
programa definido: sentia-se
muito mais um desejo de
experimentar diferentes
caminhos do que de definir
um único ideal moderno.Imagem: Morro Vermelho / Lasar Segall / Museu Lasar Segall /
http://www.museusegall.org.br/mlsItem.asp?sSume=2&sItem=125
36. Artistas que iniciaram o Modernismo no Brasil e
que participaram da Semana: Mário de Andrade,
Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do
Amaral, Di Cavalcanti, Víctor Brecheret, Plínio
Salgado, Menotti Del Pichia, Guilherme de
Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos entre
outros.
37. Emiliano Augusto Cavalcanti De Albuquerque Melo
Di Cavalcanti (1897-1976)
Um dos grandes incentivadores da Semana de
Arte Moderna de 1922;
Entre 1935 e 1940, viveu na Europa, onde
esteve em contato com os artistas mais notáveis
da época;
Na década de 40 sua arte estava amadurecida
e conquistou definitivamente seu espaço na
pintura brasileira.
38. “Mulata com Leque”
Di Cavalcanti (1937)
Foi influenciado por
Picasso, Gauguin,
Matisse e Braque;
foi capaz de
transformar essa
influência numa
produção muito
pessoal e associada
aos temas nacionais.
39. Tarsila do Amaral (1886-1973)
Não expôs na Semana de 22;
Em 1923, na Europa, passou pela influência
Impressionista e encontrou o Cubismo;
Em 1924, estava no Brasil e deu início a fase que
ela chamou de pau-brasil;
Em 1928, deu início à fase antropofágica, que
propunha que os artistas brasileiros
conhecessem os movimentos estéticos modernos
europeus, mas criassem uma arte com feição
brasileira;
Para ser artista moderno no Brasil, não bastava
seguir as tendências europeias, era preciso criar
algo enraizado na cultura do país.
40. “Abaporu”, Tarsila do Amaral (1928)
Tela cujo nome é de
origem indígena e
significa “antropófago”;
foi a partir dessa tela
que Oswald de
Andrade elaborou o
Manifesto
Antropofágico,
publicado no primeiro
número da Revista de
Antropofagia, em
1928.
41. “Operários”, Tarsila do Amaral
(1931)
Temática social, depois de uma viagem à União
Soviética em 1931.