O documento discute o surgimento das redes sociais digitais com o advento da Internet e do acesso móvel, permitindo maior interação social. Também aborda como as empresas precisam se adaptar a esse novo ambiente, com foco no diálogo e participação dos usuários, utilizando ferramentas da Web 2.0.
2. O advento da Internet e do jetados para permitir a interação social a partir
acesso doméstico, individual e mais do compartilhamento e da criação colaborati-
recentemente, móvel, fez com que o número va de informação nos mais diversos formatos.
de conexões entre as pessoas aumentasse ex- Eles possibilitaram a publicação de conteúdos
1.0 / INTRODUCÃO
ponencialmente. Essa característica fez surgir por qualquer pessoa, baixando a praticamente
as redes sociais digitais. O que se seguiu foi o zero o custo de produção e distribuição ao long-
reconhecimento por parte das empresas do po- tail - antes esta atividade se restringia a gran-
tencial comunicacional para seus negócios des- de grupos econômicos. Elas abrangem diversas
ses ambientes e a importância do planejamen- atividades que integram tecnologia, interação
social e a construção de palavras, fotos, víde- 03
to das ações em um território onde se perde
completamente o controle das ações. Segundo os e áudios. Esta interação e a maneira na qual
POR Ana Paula Gaspar Gonçalves
a Wikipédia, Mídias Sociais são: “O conceito de a informação é apresentada dependem nas vá-
mídias sociais (social media) precede a Inter- rias perspectivas da pessoa que compartilhou o
net e as ferramentas tecnológicas - ainda que o conteúdo, visto que este é parte de sua história
termo não fosse utilizado. Trata-se da produção e entendimento de mundo.”
de conteúdos de forma descentralizada e sem o
controle editorial de grande grupos. Significa a Nicholas Negroponte, um cientista americano e
produção de muitos para muitos. As “ferramen- professor do Laboratório de Multimídia do MIT
tas de mídias sociais” são sistemas online pro- (Massachusetts Institute of Technology), escre-
3. veu em 1995 uma obra intitulada “A Vida Di-
gital” na qual relatou um cenário provável de
como as novas mídias iriam impactar as vidas
das pessoas em várias partes do mundo. Ne-
groponte ressaltou que vivemos na era da pós-
-informação. A era industrial, fundamental-
mente uma era de átomos, nos deu o conceito
de produção em massa e, com ele, economias
que empregam operários uniformizados e mé-
todos repetitivos na fabricação de um produ- Nicolas Negroponte, Cientista americano, formado em Arquitetura. É 04
um dos fundadores e professor do Media Lab, laboratório do Massa-
chussets Institute of Technology (MIT). Autor de A Vida Digital.
to num determinado espaço ou tempo. A era
da informação e dos computadores mostrou- mundo. O valor real da rede tem menos a ver
-nos as mesmas economias de escala, porém com informação do que com vida comunitária.
menos preocupada com o espaço e o tempo. A A internet criou um tecido social inteiramente
confecção de bits poderia se dar em qualquer novo e global.
lugar e a qualquer tempo.
Para Negroponte, a era digital, possui quatro
A comunidade de usuários da internet ocupou características básicas que não podem ser de-
o centro da vida cotidiana. Sua demografia fi- tidas. São elas:
cou cada vez mais parecida com a do próprio
4. contraremos uma nova esperança e dignidade
• Descentralização - Por mais que existam em lugares onde ambos existiam apenas em
empresas maiores, o sistema funciona com pequena medida.
uma quantidade de independência que não há
como deter integralmente. Nesse cenário dinâmico e complexo, as empre-
• Globalização e harmonização - Áreas de in- sas precisam lutar para manterem sua missão,
fluência e de permeabilidade que transcen- visão e valores e a comunicação torna-se não
dem as fronteiras geográficas e os limites eco- somente um instrumento de gestão mas um
nômicos e de relações entre os países. “Essa processo social essencial e vital às organiza-
criançada está liberta da limitação imposta ções. A premissa do diálogo da qual falaremos 05
pela proximidade geográfica como único ter- a seguir é o que pauta esse esforço e não mais
reno para o desenvolvimento da amizade, da apenas o foco do marketing que está, na maio-
colaboração, do divertimento e da vizinhança”. ria das vezes, na geração de vendas.
• Capacitação - O acesso, a mobilidade e a ca- As empresas e o Digital
pacidade de produzir a mudança são os fatores
que tornarão o futuro tão diferente do presen- O imperativo da comunicação para as empre-
te. À medida que as crianças se apropriarem de sas é algo que as ciências de administração
um recurso de informação global, e à medida já estabeleceram há muito tempo. Diversas
que descobrirem que só os adultos precisam vertentes foram se abrindo desde a fundação
de licença para aprender, nós com certeza en- do campo como disciplina obrigatória para os
5. gestores. O mais recente movimento de pes- que estas conversas são o próprio mercado, ou
quisa em comunicação estratégica para em- seja, o controle não está mais nas mãos do tra-
presas ressalta a importância da comunicação dicional emissor, mas, nos pontos de contato
integrada que tem como atributo essencial a entre ele e outros pontos de contato da comu-
abertura de fontes e transparência das ações. nicação. Aqui está posto um novo paradigma
Este movimento aliado ao desenvolvimento da comunicação que, com o advento das novas
das TIC’s (Tecnologias da Informação e Comu- mídias foi intitulado de Web 2.0. Este meio que
nicação) introduziram um novo conceito de di- começa a ser explorado para ativação desta
fícil aplicação às realidades corporativas: a do aproximação é a chamada Web 2.0, conceito
diálogo. criado para definir a internet como uma plata- 06
forma de serviços e programas e não somente
O que normalmente estava-se acostumado era de geração de conteúdo unilateral.
apenas à recepção passiva e contemplativa, e
raramente crítica das enfeitadas mensagens Segundo Tim O’Reilly, principal evangelista
criadas pelas organizações. Os canais pesso- do conceito, quanto mais usada pelas pessoas
ais, individuais e sobretudo, sociais, incluíram por meio de compartilhamento e colaboração,
nessa trama milhões de vozes e preferências aproveitando a inteligência coletiva, mais a
que precisam ser levadas em conta na hora Web 2.0 se torna melhor, expandido uma reali-
de planejar a comunicação dentro das institui- dade existente ou criando novos ambientes de
ções. O cuidado com esse planejamento deve- interação. expandido uma realidade existen-
-se ao fato de que alguns autores afirmarem te ou criando novos ambientes de interaçs por
6. meio de compartilhamento e colaboração. implícita possam aprimorá-los cada vez mais.
As ferramentas neste cenário estão em cons-
tante aprimoramento e experimentação, uma
vez que, os estímulos dos interagentes é o pa-
râmetro avaliador.
Sendo assim a Web 2.0 tem como premissas
duas ideias principais: a primeira é a de que
a internet funciona como uma plataforma de
participação e não apenas como um amontoa- 07
do de documentos digitais e a segunda é a de
que o conteúdo não é o mais importante senão,
o que os usuários fazem dele. A relação entre
estas duas características permite maior aces-
so e troca de dados pela ação dos usuários.
Este ambiente propicia o surgimento de comu-
nidades que estabelecem ligações no espaço
O foco neste modelo está no usuário e na sua virtual pelos meios de comunicação à distân-
experiência com conteúdos, produtos ou servi- cia. Estas comunidades aglutinadas em torno
ços, e a ideia é que a participação imediata ou de interesses específicos em comum que tro-
7. cam experiências e informações no ambiente
virtual foi estudada por Chris Anderson, autor
da obra A Cauda Longa.
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Neste espaço a dispersão geográfica dos
membros passa a ser fator favorável que po-
tencializa o uso das Tecnologias de Informação
e Comunicação – TIC´s e minimizam as difi-
culdades relacionadas a tempo e espaço, pro-
movendo o compartilhamento de informações
e a criação de conhecimento coletivo.