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Adolphe Ferrière
                                        Trabalho realizado à
                                      disciplina Alternativas
                                            Pedagógicas da
                                         Educação Infantil.
                                  Professores: Aristeo Filho
Grupo:                                   e Alexandra Pena
Isabela Jardim
Perseu Silva
Renata Motta
Simone Cupello
                 Rio de Janeiro
                   Maio/2012
A escola tradicional já deu o que tinha
     que dar, já viveu o que tinha que
               viver (Ferrière apud Nóvoa, 1995: 25).
“Queiram ouvir esta história.
   Um belo dia, deu o diabo uma saltada à terra, e
     verificou, não sem despeito, que ainda cá se
  encontravam homens que acreditassem no bem.
     Como não falta a Belzebú um fino espírito de
   observação, pouco tardou em se aperceber que
 essas criaturas apresentavam caracteres comuns:
  eram boas, e por isso acreditavam no bem; eram
felizes, e por conseqüências boas; viviam tranqüilas,
  e por isso eram felizes. O diabo concluiu, do seu
ponto de vista, que as coisas não iam bem, e que se
            tornava necessário modificar isto.
E disse consigo: ‘A infância é o porvir da raça; comecemos,
pois, pela infância.’
E apresentou-se perante os homens como enviado de Deus,
como reformador da sociedade. ‘Deus’, disse Belzebú, ‘exige a
mortificação da carne, e é mister começar desde criança. A
alegria é pecado. Rir é uma blasfemia. As crianças não devem
conhecer alegrias nem risos. O amor de mãe é um perigo:
afemina a alma dum rapaz; é preciso separar mãe e filho, para
que coisa alguma se oponha à sua comunhão com Deus.
Torna-se necessário que a juventude saiba que a vida é
esforço. Façam-na trabalhar (...); encham-na de
aborrecimento. Que seja banido tudo quanto possa desperta-
lhe interesse: só é proveitoso o trabalho desinteressado; se
nele se mistura prazer, está tudo perdido!’
Eis o que disse o diabo. A multidão, beijando a terra, exclamou:
- Queremos-nos salvar! Que devemos fazer?
- Criem a escola.”
                                           (Ferrière, 1928: 11-12.)
a relação entre a escola e a criação
diabólica foi considerada ofensiva a
uma das instituições mais
importantes e sagradas da sociedade
                             (Peres, 2002)
Bibliografia
    Pedagogo suiço (1879-1960), nacido em Genebra.
    Ficou completamente surdo com 20 anos. Ele
    acreditava que tinha vocação para vida pública,
    mas, este fato o levou a tornar-se um educador.
    Em 1908, ele conheceu Isabelle Bugnion
    (1885-1969), professora de ciências naturais. Eles
    se casaram em 1910. Ela foi assistente de seu
    marido e, acima de tudo, trabalhou como
    intérprete por causa de sua surdez. Eles tiveram
    um filho, Claude Ferrière (1916-2002).

    Obras principais:
   A escola ativa, 1920.
   A educação autônoma, 1926.
   A liberdade da criança na escola ativa, 1928.
   Transformemos a escola, 1929.
   A educação na família - Novos problemas
    educacionais, 1932.
um dos nomes mais expressivos no movimento
Escola Nova;
fundou o Bureau International d´Éducation Nouvelle
e, junto com Pierre Bovet e Edouard Claparède, o
Institut Jean Jacques Rousseau;
ajudou na criação da Ligue Internacional pour
l`Éducation Nouvelle;
redator dos 30 pontos da Educação Nova, publicado
pela primeira vez no livro de Faria Vasconcelos, Une
École Nouvelle (1915) , que, segundo Gadotti
(1993:143), podem ser resumidos da seguinte
maneira: a Educação Nova seria integral (intelectual,
moral e física); ativa; prática (com trabalhos manuais
obrigatórios, individualizada); autônoma (campestre
em regime internato e co-educação).
Cambi (1999:525) aponta que os grandes
temas da pedagogia do ativismo são:
“puericentrismo”;
valorização do “fazer”;
“motivação”;
centralidade do “estudo de ambiente”;
“socialização;
“antiautoritarismo”;
“antiintelectualismo”;
profeta da Educação Nova, advogado
entusiasta da Pedagogia Funcional (Émile
Planchard);
apóstolo convencido e incansável, mais
fascinante filósofo da educação
renovada (Lourenço Filho);
grande apóstolo da Educação Nova
(António Sérgio);
o mais ardente divulgador da escola ativa
e da educação nova na Europa (Moacir
Gadotti)
De 1900 até 1910, metefísica era o meu principal
interesse. De 1910 até 1920, mudei para
psicologia. De 1920 até 1930 foi a teoria da
educação que ocupou o lugar principal, e de 1930
até 1940, sociologia. E, desde 1940, tenho
caminhado na filosofia, até o pescoço, sem
mencionar a mente e a alma (Ferrière, Mon grand journal,
23 de janeiro de 1944, apud Hameline, 1993, tradução do grupo).
Ferrière era um pensador e um homem de ação,
sempre rejeitava o título de pedagogo, que
considerava restrito. Em 1924, declarou não ter lido
uma só obra teórica pedagógica. Em 1931, afirmou
ser um ignorante das teorias pedagógicas.
De 1918 a 1923 foi editor do jornal L'Essor, onde
publicou editoriais políticos até 1953, quando se
retirou da vida pública.
Para Ferrière, seu interesse por educação era
apenas mais uma faceta da sua atividade pública.
Atendendo ao pedido da Liga
Internacional da Escola Nova do
Chile e em busca de divulgar suas
ideias, Ferrière esteve em diversos
países da América do Sul. Foram, ao
todo, 78 conferências. O final do
trajeto era o Brasil. Mas, devido a
Revolução de 30, não pode
desembarcar no Rio de Janeiro,
seguindo para a Europa.
Ciência e Modernidade
    Ferrière estava marcado pelo processo de uma ciência positiva
    para a Pedagogia;
    Experimentações; generalizações; leis universais;
    Leis do progresso, da economia (máximo de efeitos
úteis, mínimos de esforços inúteis), da consagração e
desenvolvimento da energia, do progresso por
diferenciação e consagração, da manifestação
sucessiva dos instintos, tendências, interesses, foram
por ele tratadas.
A Escola Ativa resumia-se em três palavras para
Ferrière: Ciência, Verdade e Fé (Peres, 2002:11,12).
    Fortalecimento da Psicologia Educacional como ciência da
infância e da escola;
Escola Nova

Apesar das divergências entre os
escolanovistas, a questão central era
a crítica a escola tradicional;
O movimento esteve presente no
mundo ocidental entre o final do
século XIX e início do século XX;
Apesar da crítica à escola, era nesta
que depositavam expectativas;
A Escola Nova representa o mais
rigoroso movimento de renovação da
educação depois da criação da escola
pública burguesa (Gadotti, 1993:142);
O movimento das “escolas novas” foi
acompanhado e sustentado, ao longo
de toda sua fase de desenvolvimento,
por um intenso trabalho de teorização,
destinado a trazer à luz os fundamentos
filosóficos e científicos dessa ampla
renovação da pedagogia (Cambi,
1999:525)
Escola Nova é um dos nomes dados a um movimento de renovação
   do ensino que foi especialmente forte na Europa, na América e no
   Brasil, na primeira metade do século XX . "Escola Ativa" ou "Escola
   Progressiva" são termos mais apropriados para descrever esse
   movimento que, apesar de muito criticado, ainda pode ter muitas
   ideias interessantes a nos oferecer.
Os primeiros grandes inspiradores da Escola Nova foram o escritor Jean-
   Jacques Rousseau (1712-1778) e os pedagogos Heinrich Pestalozzi
   (1746-1827) e Freidrich Fröebel (1782-1852). O grande nome do
   movimento na América foi o filósofo e pedagogo John Dewey
   (1859-1952). O psicólogo Edouard Claparède (1873-1940) e o
   educador Adolphe Ferrière (1879-1960), entre muitos outros, foram os
   expoentes na Europa.
No Brasil, as ideias da Escola Nova foram introduzidas já em 1882 por
   Rui Barbosa (1849-1923). No século XX, vários educadores se
   destacaram, especialmente após a divulgação do Manifesto dos
   Pioneiros da Educação Nova, de 1932. (...)
A Escola Nova recebeu muitas críticas. Foi acusada principalmente de
   não exigir nada, de abrir mão dos conteúdos tradicionais e de
   acreditar ingenuamente na espontaneidade dos alunos.

Retirado do site: http://www.educacional.com.br/glossariopedagogico/verbete.asp?
    idPubWiki=9577


   Vídeo: http://www.acervodigital.unesp.br/handle/123456789/75
A criança
A criança, muitas vezes se tem dito, não é
um adulto incompleto: é, em cada idade,
um ser ‘sui generis’ (...). Sob vários
aspectos, é um primitivo, um involuído, um
equivalente do selvagem, possuindo, a
mais, todo um mundo de virtualidades
ainda ocultas nas profundezas do seu
organismo físico e psíquico, e que na
altura própria surgirão à superfície
(Ferrière, 1965:24).
Formação docente
No livro A escola por medida pelo molde do
professor, Ferrière ocupa-se basicamente do
professor e de sua formação. Certamente
provocando seu colega de Instituto, Edouard
Claparède, que na mesma época escrevera A
escola por medida, cuja centralidade eram os
alunos, as diferenças individuais e os processos
de aprendizagem, Ferrière faz reflexões em torno
de uma questão principal: “porque nos
preocupamos com as aptidões do aluno e não
com as do professor?” (Peres, 2002, p:8).
Ele afirmava que o “novo” professor
deveria, entre outras coisas, ter autonomia
pedagógica, dominar a ciência da infância,
ser um observador tenaz, ser um
provocador e condutor da espontaneidade
das crianças, descobrir e despertar o
interesse infantil, “ser contido” e não se
antecipar às necessidades e interesses
das crianças (Peres, 2002:11).
Escola Ativa

    Tratava-se de um movimento de reacção contra o que
subsistia de medieval na escola, contra seu formalismo e seu
hábito de se colocar à margem da vida, contra a sua
incompreensão radical daquilo que constitui o fundo e a
essência da natureza da criança. Assim, para ele, Escola Ativa
era a escola fundada sobre a ciência da criança, ou em outras
palavras, era a aplicação das leis da psicologia à educação das
crianças.
Para ele, não era possível atuar “sobre” a criança,
mas incitá-la a agir autonomamente.
Ferrière considerava que a Escola Ativa, “pela
primeira vez na História fez justiça à criança” (1965,
p. 23) (Peres, 2002:11).
A Escola Ativa era baseada na autonomia dos
educandos, na atividade espontânea, no auto-
governo, na experiência pessoal da criança, na
liberdade, na criatividade, na individualidade e nos
métodos ativos. A Escola Ativa seria, então, a
escola da espontaneidade, da expressão criadora,
da liberdade. Para Ferrière, o fim da Escola Nova
não era “a aquisição de conhecimentos inscritos
num programa, mas a conservação e aumento da
potência do espírito da criança” (1934, p. 52), e
seu objetivo seria o de formar personalidade
equilibradas e harmoniosas, “com o sentido de
serem obreiros ativos e construtivos da justiça e da
paz no mundo” (1934, p. 53) (Peres, 2002:11,12).
Observar a criança, despertar nela as suas
curiosidades, esperar que o interesse a leve a
formular perguntas, ajudá-la a achar-lhes a
resposta; gastar poucas palavras e apresentar
muitos factos, fazer observar ao vivo, analisar,
experimentar, fabricar, colecionar: deixar à criança
a liberdade da palavra e da acção na medida
compatível não com uma certa ordem aparente,
mas com o trabalho real; esperar que a
necessidade dum estudo neste ou naquele
domínio se manifeste nitidamente no aluno; nada
forçar para não provocar os seus ‘reflexos de
defesa’ que inibem cedo toda a acção progressiva
espontânea (Ferrière, 1934:191-192).
“libertar o aluno da tutela do adulto
para o colocar sob a tutela da própria
consciência moral” (1934:83);
Aluno responsável pela “ordem social
escolar” para posteriormente lidar
com a “ordem política de seu país”;
Scuola Adolphe Ferriere – Ferriere:
         la suola attiva
    Uma escola para as crianças, colocando as
    crianças no centro das atenções e permitir-lhes o
    pleno desenvolvimento físico e mental de acordo
    com sua maneira de ser e de suas próprias
    inclinações.
(Texto retirado do site da escola, traduzido do italiano pelo Google Tradutor. Imagens do
    site)
Escola de Educação Infantil
                Adolphesempre pensando em nossas crianças.
Nós da Adolphe Ferrière estamos
                                Ferrière
Assim, planejamos e construímos um mundo todo especial para elas, a
Escola Infantil.
Selecionamos o material pedagógico, aprovado e utilizado por
educadores de todo o mundo, coerente com a nossa proposta de
estimular a ação participativa e criativa da criança. (...)
As salas de aula são bem iluminadas, projetadas para grupos de até 12
alunos. As atividades são programadas passo a passo, levando a uma
alfabetização natural, uma vez que a aprendizagem é baseada tanto na
vivência quanto na experiência. (...)
Filosofia: A Escola Adolphe Ferrière está fundamentada nos estudos do
filósofo suíço Jean Piaget, sendo projetada para atender as
necessidades das crianças, enquanto exploram e vivenciam novos
meios.
Através de um processo dinâmico de ensino e aprendizagem,
desenvolvemos a auto-confiança e a intelectualidade da criança.




                                                        (Texto e imagens
                                                       retirados do site da
                                                              escola.
Colegio Adolphe Ferrière




http://www.youtube.com/watch?v=ChFaHaggj9
O desenvolvimento da liberdade humana e da
democracia, o incentivo à atividade espontânea da
criança, à autonomia moral e intelectual, o respeito
pela individualidade dos escolares, a busca da justiça,
da paz mundial, da ciência enquanto elemento de
progresso e de verdade, o aperfeiçoamento social,
são os pilares do pensamento de Ferrière (PERES,
2002:12-13).
Ferrière colocou-se numa atitude bem clara de defesa
dos “direitos da criança e de suas “necessidades”
fundamentais, que são ligados a um exercício de livre
atividade. (...) A lição de Ferrière... caracterizou-se
sobretudo pelo amplo trabalho de síntese e de
interpretação da busca dos fundamentos comuns às
várias experiências de educação nova e por haver
dado a esses princípios comuns uma aceoção bio-
psicológico-esperitualista, que estava amplamente
presente na base de muitos desses experimentos
educativos (Cambi, 1999:530).
Bibliografia
CAMBI, Franco. Os teóricos do ativismo: Decroly, Claparède, Ferrière e Montessori. In: CAMBI, F.
História da Pedagogia. São Paulo: Editora UNESP, 1999:525-534.
FERRIÈRE, Adolphe. Transformemos a Escola. Apelo aos pais e às autoridades. Tradução de
Álvaro Viena de Lemos e J. Ferreira da Costa. Paris: Livraria Francesa e Estrangeira. 1928.
________. A lei biogenética e a escola ativa. Prefácio de M. B. Lourenço Filho. São Paulo:
Editora Companhia Melhoramentos, 1929.
________. A escola por medida pelo molde do professor. Porto: Editora Educação Nacional,
1934.
________. A Escola Activa. Porto: Editora Nacional de António Figueirinhas, 1934.
________. A Escola Activa. Lisboa: Ed. Aster, 1965.

GADOTTI, Moacir. O pensamento pedagógico da escola nova. In: GADOTTI, M. Histórias das
ideias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1993:142-157.

HAMELINE, Daniel. Adolphe Ferrière (1879-1960). Disponível em
http://www.ibe.unesco.org/fileadmin/user_upload/archive/publications/ThinkersPdf/ferriere.pdf
(inglês) ou
http://www.ibe.unesco.org/fileadmin/user_upload/archive/publications/ThinkersPdf/ferrieres.PDF
(espanhol). Acesso em 2/5/2012.
NÓVOA, António. Uma educação que se diz nova. In: CANDEIAS, António; NÓVOA, António;
FIGUEIRA, Manuel H. Sobre a Educação Nova: Cartas de Adolfo Lima a Álvaro Viana Lopes
(1932-1941). Lisboa: Educa, 1995.
______. Relação Sociedade/Escola: novas propostas para um velho problema. Disponível em:
http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/24/3/EdSoc_Rela%C3%A7%C3%A3o_escola_sociedade.pdf
 Acessado em 10/05/2012.
PERES, Eliane Teresinha. O diabo inventou a escola? A escola ativa na visão de Adolphe Ferrière.
In: 25ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação.
Caxambu: ANPEd, 2002. Disponível em: www.anped.org.br/reunioes/25/elianeteresinhaperest02.rtf
. Acesso em 3/5/2012.
Webgrafia

Colegio Adolphe Ferrière:
http://www.youtube.com/watch?v=ChFaHaggj9k

Escola de Educação Infantil Adolphe
Ferrière:
http://www.adolpheferriere.com.br/
Scuola Adolphe Ferrière:
http://www.scuolaferriere.it/
Portal Educacional – Glossário:
http://www.educacional.com.br/glossariopedagogico/v
idPubWiki=9577

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Escola Ativa de Adolphe Ferrière

  • 1. Adolphe Ferrière Trabalho realizado à disciplina Alternativas Pedagógicas da Educação Infantil. Professores: Aristeo Filho Grupo: e Alexandra Pena Isabela Jardim Perseu Silva Renata Motta Simone Cupello Rio de Janeiro Maio/2012
  • 2. A escola tradicional já deu o que tinha que dar, já viveu o que tinha que viver (Ferrière apud Nóvoa, 1995: 25).
  • 3. “Queiram ouvir esta história. Um belo dia, deu o diabo uma saltada à terra, e verificou, não sem despeito, que ainda cá se encontravam homens que acreditassem no bem. Como não falta a Belzebú um fino espírito de observação, pouco tardou em se aperceber que essas criaturas apresentavam caracteres comuns: eram boas, e por isso acreditavam no bem; eram felizes, e por conseqüências boas; viviam tranqüilas, e por isso eram felizes. O diabo concluiu, do seu ponto de vista, que as coisas não iam bem, e que se tornava necessário modificar isto.
  • 4. E disse consigo: ‘A infância é o porvir da raça; comecemos, pois, pela infância.’ E apresentou-se perante os homens como enviado de Deus, como reformador da sociedade. ‘Deus’, disse Belzebú, ‘exige a mortificação da carne, e é mister começar desde criança. A alegria é pecado. Rir é uma blasfemia. As crianças não devem conhecer alegrias nem risos. O amor de mãe é um perigo: afemina a alma dum rapaz; é preciso separar mãe e filho, para que coisa alguma se oponha à sua comunhão com Deus. Torna-se necessário que a juventude saiba que a vida é esforço. Façam-na trabalhar (...); encham-na de aborrecimento. Que seja banido tudo quanto possa desperta- lhe interesse: só é proveitoso o trabalho desinteressado; se nele se mistura prazer, está tudo perdido!’ Eis o que disse o diabo. A multidão, beijando a terra, exclamou: - Queremos-nos salvar! Que devemos fazer? - Criem a escola.” (Ferrière, 1928: 11-12.)
  • 5. a relação entre a escola e a criação diabólica foi considerada ofensiva a uma das instituições mais importantes e sagradas da sociedade (Peres, 2002)
  • 6. Bibliografia Pedagogo suiço (1879-1960), nacido em Genebra. Ficou completamente surdo com 20 anos. Ele acreditava que tinha vocação para vida pública, mas, este fato o levou a tornar-se um educador. Em 1908, ele conheceu Isabelle Bugnion (1885-1969), professora de ciências naturais. Eles se casaram em 1910. Ela foi assistente de seu marido e, acima de tudo, trabalhou como intérprete por causa de sua surdez. Eles tiveram um filho, Claude Ferrière (1916-2002). Obras principais:  A escola ativa, 1920.  A educação autônoma, 1926.  A liberdade da criança na escola ativa, 1928.  Transformemos a escola, 1929.  A educação na família - Novos problemas educacionais, 1932.
  • 7. um dos nomes mais expressivos no movimento Escola Nova; fundou o Bureau International d´Éducation Nouvelle e, junto com Pierre Bovet e Edouard Claparède, o Institut Jean Jacques Rousseau; ajudou na criação da Ligue Internacional pour l`Éducation Nouvelle; redator dos 30 pontos da Educação Nova, publicado pela primeira vez no livro de Faria Vasconcelos, Une École Nouvelle (1915) , que, segundo Gadotti (1993:143), podem ser resumidos da seguinte maneira: a Educação Nova seria integral (intelectual, moral e física); ativa; prática (com trabalhos manuais obrigatórios, individualizada); autônoma (campestre em regime internato e co-educação).
  • 8. Cambi (1999:525) aponta que os grandes temas da pedagogia do ativismo são: “puericentrismo”; valorização do “fazer”; “motivação”; centralidade do “estudo de ambiente”; “socialização; “antiautoritarismo”; “antiintelectualismo”;
  • 9. profeta da Educação Nova, advogado entusiasta da Pedagogia Funcional (Émile Planchard); apóstolo convencido e incansável, mais fascinante filósofo da educação renovada (Lourenço Filho); grande apóstolo da Educação Nova (António Sérgio); o mais ardente divulgador da escola ativa e da educação nova na Europa (Moacir Gadotti)
  • 10. De 1900 até 1910, metefísica era o meu principal interesse. De 1910 até 1920, mudei para psicologia. De 1920 até 1930 foi a teoria da educação que ocupou o lugar principal, e de 1930 até 1940, sociologia. E, desde 1940, tenho caminhado na filosofia, até o pescoço, sem mencionar a mente e a alma (Ferrière, Mon grand journal, 23 de janeiro de 1944, apud Hameline, 1993, tradução do grupo). Ferrière era um pensador e um homem de ação, sempre rejeitava o título de pedagogo, que considerava restrito. Em 1924, declarou não ter lido uma só obra teórica pedagógica. Em 1931, afirmou ser um ignorante das teorias pedagógicas. De 1918 a 1923 foi editor do jornal L'Essor, onde publicou editoriais políticos até 1953, quando se retirou da vida pública. Para Ferrière, seu interesse por educação era apenas mais uma faceta da sua atividade pública.
  • 11. Atendendo ao pedido da Liga Internacional da Escola Nova do Chile e em busca de divulgar suas ideias, Ferrière esteve em diversos países da América do Sul. Foram, ao todo, 78 conferências. O final do trajeto era o Brasil. Mas, devido a Revolução de 30, não pode desembarcar no Rio de Janeiro, seguindo para a Europa.
  • 12. Ciência e Modernidade Ferrière estava marcado pelo processo de uma ciência positiva para a Pedagogia; Experimentações; generalizações; leis universais; Leis do progresso, da economia (máximo de efeitos úteis, mínimos de esforços inúteis), da consagração e desenvolvimento da energia, do progresso por diferenciação e consagração, da manifestação sucessiva dos instintos, tendências, interesses, foram por ele tratadas. A Escola Ativa resumia-se em três palavras para Ferrière: Ciência, Verdade e Fé (Peres, 2002:11,12). Fortalecimento da Psicologia Educacional como ciência da infância e da escola;
  • 13. Escola Nova Apesar das divergências entre os escolanovistas, a questão central era a crítica a escola tradicional; O movimento esteve presente no mundo ocidental entre o final do século XIX e início do século XX; Apesar da crítica à escola, era nesta que depositavam expectativas;
  • 14. A Escola Nova representa o mais rigoroso movimento de renovação da educação depois da criação da escola pública burguesa (Gadotti, 1993:142); O movimento das “escolas novas” foi acompanhado e sustentado, ao longo de toda sua fase de desenvolvimento, por um intenso trabalho de teorização, destinado a trazer à luz os fundamentos filosóficos e científicos dessa ampla renovação da pedagogia (Cambi, 1999:525)
  • 15. Escola Nova é um dos nomes dados a um movimento de renovação do ensino que foi especialmente forte na Europa, na América e no Brasil, na primeira metade do século XX . "Escola Ativa" ou "Escola Progressiva" são termos mais apropriados para descrever esse movimento que, apesar de muito criticado, ainda pode ter muitas ideias interessantes a nos oferecer. Os primeiros grandes inspiradores da Escola Nova foram o escritor Jean- Jacques Rousseau (1712-1778) e os pedagogos Heinrich Pestalozzi (1746-1827) e Freidrich Fröebel (1782-1852). O grande nome do movimento na América foi o filósofo e pedagogo John Dewey (1859-1952). O psicólogo Edouard Claparède (1873-1940) e o educador Adolphe Ferrière (1879-1960), entre muitos outros, foram os expoentes na Europa. No Brasil, as ideias da Escola Nova foram introduzidas já em 1882 por Rui Barbosa (1849-1923). No século XX, vários educadores se destacaram, especialmente após a divulgação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932. (...) A Escola Nova recebeu muitas críticas. Foi acusada principalmente de não exigir nada, de abrir mão dos conteúdos tradicionais e de acreditar ingenuamente na espontaneidade dos alunos. Retirado do site: http://www.educacional.com.br/glossariopedagogico/verbete.asp? idPubWiki=9577 Vídeo: http://www.acervodigital.unesp.br/handle/123456789/75
  • 16. A criança A criança, muitas vezes se tem dito, não é um adulto incompleto: é, em cada idade, um ser ‘sui generis’ (...). Sob vários aspectos, é um primitivo, um involuído, um equivalente do selvagem, possuindo, a mais, todo um mundo de virtualidades ainda ocultas nas profundezas do seu organismo físico e psíquico, e que na altura própria surgirão à superfície (Ferrière, 1965:24).
  • 17. Formação docente No livro A escola por medida pelo molde do professor, Ferrière ocupa-se basicamente do professor e de sua formação. Certamente provocando seu colega de Instituto, Edouard Claparède, que na mesma época escrevera A escola por medida, cuja centralidade eram os alunos, as diferenças individuais e os processos de aprendizagem, Ferrière faz reflexões em torno de uma questão principal: “porque nos preocupamos com as aptidões do aluno e não com as do professor?” (Peres, 2002, p:8).
  • 18. Ele afirmava que o “novo” professor deveria, entre outras coisas, ter autonomia pedagógica, dominar a ciência da infância, ser um observador tenaz, ser um provocador e condutor da espontaneidade das crianças, descobrir e despertar o interesse infantil, “ser contido” e não se antecipar às necessidades e interesses das crianças (Peres, 2002:11).
  • 19. Escola Ativa Tratava-se de um movimento de reacção contra o que subsistia de medieval na escola, contra seu formalismo e seu hábito de se colocar à margem da vida, contra a sua incompreensão radical daquilo que constitui o fundo e a essência da natureza da criança. Assim, para ele, Escola Ativa era a escola fundada sobre a ciência da criança, ou em outras palavras, era a aplicação das leis da psicologia à educação das crianças. Para ele, não era possível atuar “sobre” a criança, mas incitá-la a agir autonomamente. Ferrière considerava que a Escola Ativa, “pela primeira vez na História fez justiça à criança” (1965, p. 23) (Peres, 2002:11).
  • 20. A Escola Ativa era baseada na autonomia dos educandos, na atividade espontânea, no auto- governo, na experiência pessoal da criança, na liberdade, na criatividade, na individualidade e nos métodos ativos. A Escola Ativa seria, então, a escola da espontaneidade, da expressão criadora, da liberdade. Para Ferrière, o fim da Escola Nova não era “a aquisição de conhecimentos inscritos num programa, mas a conservação e aumento da potência do espírito da criança” (1934, p. 52), e seu objetivo seria o de formar personalidade equilibradas e harmoniosas, “com o sentido de serem obreiros ativos e construtivos da justiça e da paz no mundo” (1934, p. 53) (Peres, 2002:11,12).
  • 21. Observar a criança, despertar nela as suas curiosidades, esperar que o interesse a leve a formular perguntas, ajudá-la a achar-lhes a resposta; gastar poucas palavras e apresentar muitos factos, fazer observar ao vivo, analisar, experimentar, fabricar, colecionar: deixar à criança a liberdade da palavra e da acção na medida compatível não com uma certa ordem aparente, mas com o trabalho real; esperar que a necessidade dum estudo neste ou naquele domínio se manifeste nitidamente no aluno; nada forçar para não provocar os seus ‘reflexos de defesa’ que inibem cedo toda a acção progressiva espontânea (Ferrière, 1934:191-192).
  • 22. “libertar o aluno da tutela do adulto para o colocar sob a tutela da própria consciência moral” (1934:83); Aluno responsável pela “ordem social escolar” para posteriormente lidar com a “ordem política de seu país”;
  • 23. Scuola Adolphe Ferriere – Ferriere: la suola attiva Uma escola para as crianças, colocando as crianças no centro das atenções e permitir-lhes o pleno desenvolvimento físico e mental de acordo com sua maneira de ser e de suas próprias inclinações. (Texto retirado do site da escola, traduzido do italiano pelo Google Tradutor. Imagens do site)
  • 24. Escola de Educação Infantil Adolphesempre pensando em nossas crianças. Nós da Adolphe Ferrière estamos Ferrière Assim, planejamos e construímos um mundo todo especial para elas, a Escola Infantil. Selecionamos o material pedagógico, aprovado e utilizado por educadores de todo o mundo, coerente com a nossa proposta de estimular a ação participativa e criativa da criança. (...) As salas de aula são bem iluminadas, projetadas para grupos de até 12 alunos. As atividades são programadas passo a passo, levando a uma alfabetização natural, uma vez que a aprendizagem é baseada tanto na vivência quanto na experiência. (...) Filosofia: A Escola Adolphe Ferrière está fundamentada nos estudos do filósofo suíço Jean Piaget, sendo projetada para atender as necessidades das crianças, enquanto exploram e vivenciam novos meios. Através de um processo dinâmico de ensino e aprendizagem, desenvolvemos a auto-confiança e a intelectualidade da criança. (Texto e imagens retirados do site da escola.
  • 26. O desenvolvimento da liberdade humana e da democracia, o incentivo à atividade espontânea da criança, à autonomia moral e intelectual, o respeito pela individualidade dos escolares, a busca da justiça, da paz mundial, da ciência enquanto elemento de progresso e de verdade, o aperfeiçoamento social, são os pilares do pensamento de Ferrière (PERES, 2002:12-13). Ferrière colocou-se numa atitude bem clara de defesa dos “direitos da criança e de suas “necessidades” fundamentais, que são ligados a um exercício de livre atividade. (...) A lição de Ferrière... caracterizou-se sobretudo pelo amplo trabalho de síntese e de interpretação da busca dos fundamentos comuns às várias experiências de educação nova e por haver dado a esses princípios comuns uma aceoção bio- psicológico-esperitualista, que estava amplamente presente na base de muitos desses experimentos educativos (Cambi, 1999:530).
  • 27. Bibliografia CAMBI, Franco. Os teóricos do ativismo: Decroly, Claparède, Ferrière e Montessori. In: CAMBI, F. História da Pedagogia. São Paulo: Editora UNESP, 1999:525-534. FERRIÈRE, Adolphe. Transformemos a Escola. Apelo aos pais e às autoridades. Tradução de Álvaro Viena de Lemos e J. Ferreira da Costa. Paris: Livraria Francesa e Estrangeira. 1928. ________. A lei biogenética e a escola ativa. Prefácio de M. B. Lourenço Filho. São Paulo: Editora Companhia Melhoramentos, 1929. ________. A escola por medida pelo molde do professor. Porto: Editora Educação Nacional, 1934. ________. A Escola Activa. Porto: Editora Nacional de António Figueirinhas, 1934. ________. A Escola Activa. Lisboa: Ed. Aster, 1965. GADOTTI, Moacir. O pensamento pedagógico da escola nova. In: GADOTTI, M. Histórias das ideias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1993:142-157. HAMELINE, Daniel. Adolphe Ferrière (1879-1960). Disponível em http://www.ibe.unesco.org/fileadmin/user_upload/archive/publications/ThinkersPdf/ferriere.pdf (inglês) ou http://www.ibe.unesco.org/fileadmin/user_upload/archive/publications/ThinkersPdf/ferrieres.PDF (espanhol). Acesso em 2/5/2012. NÓVOA, António. Uma educação que se diz nova. In: CANDEIAS, António; NÓVOA, António; FIGUEIRA, Manuel H. Sobre a Educação Nova: Cartas de Adolfo Lima a Álvaro Viana Lopes (1932-1941). Lisboa: Educa, 1995. ______. Relação Sociedade/Escola: novas propostas para um velho problema. Disponível em: http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/24/3/EdSoc_Rela%C3%A7%C3%A3o_escola_sociedade.pdf Acessado em 10/05/2012. PERES, Eliane Teresinha. O diabo inventou a escola? A escola ativa na visão de Adolphe Ferrière. In: 25ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação. Caxambu: ANPEd, 2002. Disponível em: www.anped.org.br/reunioes/25/elianeteresinhaperest02.rtf . Acesso em 3/5/2012.
  • 28. Webgrafia Colegio Adolphe Ferrière: http://www.youtube.com/watch?v=ChFaHaggj9k Escola de Educação Infantil Adolphe Ferrière: http://www.adolpheferriere.com.br/ Scuola Adolphe Ferrière: http://www.scuolaferriere.it/ Portal Educacional – Glossário: http://www.educacional.com.br/glossariopedagogico/v idPubWiki=9577