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A CRIANÇA QUE FUI CHORA NA ESTRADA-I 
A criança que fui chora na estrada. Deixei-a ali quando vim ser quem sou; Mas hoje, vendo que o que sou é nada, Quero ir buscar quem fui onde ficou. 
Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou A vinda tem a regressão errada. Já não sei de onde vim nem onde estou. De o não saber, minha alma está parada. 
Se ao menos atingir neste lugar Um alto monte, de onde possa enfim O que esqueci, olhando-o, relembrar, 
Na ausência, ao menos, saberei de mim, E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar Em mim um pouco de quando era assim. 
Fernando Pessoa
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•A filosofia é uma determinada maneira de pensar, “uma forma de pensamento que se interroga sobre o que permite ao sujeito ter acesso à verdade, forma de pensamento que tenta determinar as condições e os limites do acesso do sujeito à verdade” (FOUCAULT, 2004, p. 19). 
•A espiritualidade, por sua vez, não está preocupada com o conhecimento, mas com uma série de práticas e experiências as quais constituem o sujeito, isto é, que fazem o sujeito ser.
Momento Cartesiano 
Somente o conhecimento proporciona o acesso à verdade, sem a necessidade de uma transformação do sujeito.
“ A idade moderna das relações entre sujeito e verdade começa no dia em que postulamos que o sujeito, tal como ele é, é capaz de verdade, mas que a verdade, tal como ela é, não é capaz de salvar o sujeito” 
(FOUCAULT, 2004, p. 24).
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•O mestre da epiméleia heuatoû.
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Sócrates: 
Diferente do professor, ele não cuida de ensinar aptidões e capacidades a quem ele guia, não procura ensiná-lo a falar nem a prevalecer sobre os outros, etc. O mestre é aquele que cuida do cuidado que o sujeito tem de si mesmo e que, no amor que tem pelo seu discípulo, encontra a possibilidade de cuidar do cuidado que o discípulo tem de si próprio. 
(FOUCAULT, 2004, p. 73).
Referências ao conheça a si mesmo no Alcibíades: 
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•O sujeito se produz num determinado momento histórico de duas formas bem distintas: como conservação ou transformação das maneiras de existir.
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Na ausência, ao menos, saberei de mim, E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar Em mim um pouco de quando era assim. 
Fernando Pessoa
REFERÊNCIAS 
FOUCAULT, Michel. A Hermenêutica do Sujeito. São Paulo: Martins Fontes. 2004. 
PLATÃO. Fedro, Cartas e O primeiro Alcibíades. [Tradução Carlos Alberto 
Nunes] Belém: EDUFPA, 2007.

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Cuidado de si: conheça-se

  • 1. Epiméleia heautoû: A ÉTICA DO CUIDADO DE SI Profº Arlindo Picoli Campus Itapina ALGUMAS REFLEXÕES INSPIRADAS EM MICHEL FOUCAULT
  • 2. A CRIANÇA QUE FUI CHORA NA ESTRADA-I A criança que fui chora na estrada. Deixei-a ali quando vim ser quem sou; Mas hoje, vendo que o que sou é nada, Quero ir buscar quem fui onde ficou. Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou A vinda tem a regressão errada. Já não sei de onde vim nem onde estou. De o não saber, minha alma está parada. Se ao menos atingir neste lugar Um alto monte, de onde possa enfim O que esqueci, olhando-o, relembrar, Na ausência, ao menos, saberei de mim, E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar Em mim um pouco de quando era assim. Fernando Pessoa
  • 3. epiméleia heautoû: ‘cuidado de si mesmo’ SUJEITO E VERDADE gnôthi seautón: ‘conhece-te a ti mesmo’
  • 4. Os três preceitos •medèn ágan, (nada em demasia), •engýe (cauções) •gnôthi seautón (conhece-te a ti mesmo)
  • 5. Características do ‘cuidado de si’ •atitude •atenção interior •ação transformadora.
  • 6. Filosofia e Espiritualidade •A filosofia é uma determinada maneira de pensar, “uma forma de pensamento que se interroga sobre o que permite ao sujeito ter acesso à verdade, forma de pensamento que tenta determinar as condições e os limites do acesso do sujeito à verdade” (FOUCAULT, 2004, p. 19). •A espiritualidade, por sua vez, não está preocupada com o conhecimento, mas com uma série de práticas e experiências as quais constituem o sujeito, isto é, que fazem o sujeito ser.
  • 7. Momento Cartesiano Somente o conhecimento proporciona o acesso à verdade, sem a necessidade de uma transformação do sujeito.
  • 8. “ A idade moderna das relações entre sujeito e verdade começa no dia em que postulamos que o sujeito, tal como ele é, é capaz de verdade, mas que a verdade, tal como ela é, não é capaz de salvar o sujeito” (FOUCAULT, 2004, p. 24).
  • 9. O Alcibíades Características do ´cuidado de si’: •condição para governar os outros. •compensar a insuficiência na educação, pedagógica e erótica. •a idade correta •a ignorância
  • 10. O que é o ‘si mesmo’? •O Médico •O Economista •Os amantes •O mestre da epiméleia heuatoû.
  • 11. O que é o ‘eu’ com o qual é preciso ocupar-se? A alma.
  • 12. Sócrates: Diferente do professor, ele não cuida de ensinar aptidões e capacidades a quem ele guia, não procura ensiná-lo a falar nem a prevalecer sobre os outros, etc. O mestre é aquele que cuida do cuidado que o sujeito tem de si mesmo e que, no amor que tem pelo seu discípulo, encontra a possibilidade de cuidar do cuidado que o discípulo tem de si próprio. (FOUCAULT, 2004, p. 73).
  • 13. Referências ao conheça a si mesmo no Alcibíades: •Prudência •Quem é o si mesmo •O ‘cuidado de si’ é o ‘conhecimento de si mesmo’.
  • 14. Considerações Finais •O sujeito se produz num determinado momento histórico de duas formas bem distintas: como conservação ou transformação das maneiras de existir.
  • 15. “Eu devo” •Na medida em que aceita o que é dito sobre e para ele, sofre um ‘assujeitamento’, muitas vezes capaz de tornar sua própria vontade equivalente ao discurso externo.
  • 16. Emancipação •Quando faz uma experiência de si mesmo, possibilita uma emancipação dos mecanismos de dominação expressos como verdade.
  • 17. Singularidade •Ao contrário da sujeição, o conceito de subjetividade abre a possibilidade de existências singulares ao ocupar-se consigo mesmo.
  • 18. Transformação •Na dimensão da subjetividade, não se trata apenas de conhecer-se, mas de desencadear todo um processo de mudança, capaz de criar um sentido e um significado auto-referente para si mesmo.
  • 19. Ainda que dissermos que as pessoas são as mesmas desde que nascem até morrerem, na verdade uma nova criança renasce em nós a cada momento (néos aeì gignómenos). O Banquete 207d-e
  • 20. A CRIANÇA QUE FUI CHORA NA ESTRADA-I A criança que fui chora na estrada. Deixei-a ali quando vim ser quem sou; Mas hoje, vendo que o que sou é nada, Quero ir buscar quem fui onde ficou. Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou A vinda tem a regressão errada. Já não sei de onde vim nem onde estou. De o não saber, minha alma está parada. Se ao menos atingir neste lugar Um alto monte, de onde possa enfim O que esqueci, olhando-o, relembrar, Na ausência, ao menos, saberei de mim, E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar Em mim um pouco de quando era assim. Fernando Pessoa
  • 21. REFERÊNCIAS FOUCAULT, Michel. A Hermenêutica do Sujeito. São Paulo: Martins Fontes. 2004. PLATÃO. Fedro, Cartas e O primeiro Alcibíades. [Tradução Carlos Alberto Nunes] Belém: EDUFPA, 2007.