Este documento apresenta dois capítulos sobre literatura, humanismo e classicismo. O capítulo 1 discute o humanismo e apresenta exercícios sobre poemas e obras de Gil Vicente. O capítulo 2 aborda o classicismo e inclui exercícios sobre a poesia de Camões.
1. Literatura
Humanismo e Classicismo
1
Capítulo 1humanismo
Conexões
1. Espera-se uma pesquisa sobre a origem do termo, que se
refere a todas as formas de atitude agressivas, verbais
ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem
motivação evidente e são exercidas por um ou mais
indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de
intimidar ou agredir outra pessoa sem que ela tenha a
possibilidade ou capacidade de se defender, sendo
realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou
poder.
2. Deve-se apontar a prática da violência e da falta de
respeito à hierarquia, às figuras de autoridade e às
diferenças e características individuais como sinais de
falta de ética facilmente identificáveis entre os jovens
nos dias de hoje.
3. Podem ser sugeridos o uso do cinema, teatro e televisão,
além do ambiente escolar e familiar, como ferramentas
para a educação e conscientização dos mais jovens em
relação à necessidade de ética e moral nas relações
sociais.
Exercícios complementares
5. c
Como se pode observar nos versos “Queres casar por
prazer /No tempo de agora, Inês?”, o casamento não é
retratado de modo idílico, tampouco ingênuo. Ainda: as
aspas nos quatro últimos versos marcam a citação de
ditado popular.
6. a
Gil Vicente, autor do Humanismo, é considerado o maior nome
do teatro medieval português, tendo escrito peças
sacras e satíricas, até mesmo bilíngues.
11. c
As definições de cada recurso constam do enunciado.
12. Como nas cantigas de amor, o eu lírico masculino dirige-se
à mulher amada, mas nesse caso há mais intimidade e
espontaneidade, o que se verifica pela expressão “meu
bem”.
Tarefa proposta
1. a
Ao ler a teoria presente no primeiro capítulo, o aluno
depara-se com os nomes de Fernão Lopes e Gil Vicente,
2. eliminando as demais alternativas por exclusão, ainda que
algumas delas mencionem autores não estudados até o
momento.
2. e
Trata-se de redondilhas maiores (versos de sete sílabas),
bem como rimas finais em “eus”, “ando”, “eja” e “al”.
3. b
A primeira obra de Gil Vicente foi o Auto da visitação,
também conhecido como Monólogo do vaqueiro, de 1502.
4. a
O teatro vicentino ignora a clássica “lei das três
unidades” ao não se apegar a uma noção rígida de espaço e,
no caso, de tempo, o que invalida a alternativa a. Basta
lembrar como é comum em suas obras a montagem de
cenas desligadas entre si, o que impossibilita “a justa
sucessão do transcorrer cronológico das ações”.
5. d
De caráter moralizante, fortemente marcado pelo
pensamento cristão, o teatro vicentino estrutura-se no
encadeamento de quadros simples que discutem valores e
questões do cotidiano.
6. A expressão “seria bem dorida cousa d’ouvir; enfim
mandou--os queimar” já expressa bem a intenção de Fernão
Lopes de não detalhar a morte dos assassinos, que
revelou crueldade, uma vez que tudo acontecia à frente
de d. Pedro quando ele comia. O advérbio “enfim” reforça a
necessidade de se encerrar a narração da morte deles.
7. No poema de Mário de Sá-Carneiro, há a sensação de
estranhamento (bem evidente na noção de “labirinto”) e os
sentimentos de perda e de saudade relacionados a uma
parte do sujeito. Em contrapartida, no texto de Sá de
Miranda, ocorre não apenas estranhamento: há também
uma desavença entre o eu e o mim, partes conflitantes e
inconciliáveis do mesmo sujeito (“comigo me desavim”). Em
decorrência disso, nasce um antagonismo que vai além da
saudade presente no poema modernista.
8. A semelhança entre os excertos está em constituírem-
se de quadras com redondilhas maiores e com esquema de
rima ABBA, em que uma das rimas é “-im”. Ademais, é bem
evidente a assonância com iteração da vogal “i” em ambos
os fragmentos.
9. Porque a fala do Diabo revela seu desrespeito para com
um cavaleiro de Cristo, que morre para defender e
propagar a fé cristã. Quem defende a causa cristã não vai
na barca do Inferno.
10. Os dois cavaleiros morreram nas “partes d’além”, em um
combate contra os mouros na defesa da Igreja.
11. Porque estão conscientes da salvação e de que vão na
barca da Glória.
3. 2
12. a
Gil Vicente mantém forte ligação com os valores medievais,
sobretudo os cristãos. Dessa forma, busca a moralização
do homem para que este encontre a salvação de sua
alma.
13. a
O onzeneiro é o agiota, aquele que empresta dinheiro a
juros.
14. “Entra, entra! Remarás! / Nom percamos mais maré!”
15. O Anjo alega que a bolsa de dinheiro que ele traz
ocupará muito espaço. Entretanto, essa afirmação é uma
forma de indicar os pecados do onzeneiro. Diz o Anjo:
“Porque esse bolsão / tomara todo o navio”. E quando o
onzeneiro alega que está vazio, o Anjo retruca: “Não já
no teu coração”.
16. c
A presença da ironia se faz notar nas alegorias que seus
próprios nomes sugerem: Todo o Mundo representa o rico
mercador, ou seja, minoria em nossa sociedade, e Ninguém
representa o homem vestido de pobre.
17. Tais personagens são alegóricas porque, pelo nome que
recebem, simbolizam a coletividade e a individualidade, bem
como os vícios e as virtudes humanas a serem
caracterizadas (“Todo o Mundo é mentiroso / e Ninguém diz
a verdade”).
18. O eu lírico lamenta “ter dado ouvidos” aos “chamados” do
amor, da amada, pois agora se encontra em dor, esquecido
de si mesmo.
19. Para o eu lírico, a serpente e aqueles que mais sabem do
mar são experientes, espertos, pois fecham seus ouvidos
àquilo que os encanta, seduz e os leva à queda; ele não
soube fazer a mesma coisa e agora sofre por isso. O eu
lírico mostra que a serpente “esperta” cerra os ouvidos
aos apelos sedutores do encantador, da mesma forma
como “os que sabem do mar” fazem com o canto das
sereias.
20. a) Meu bem, nam queria viver se vivo um dia sem vos ver.
b) Ele sofre calado a dor que sente por amar demais (e
talvez não ser correspondido), mas morreria (sofreria
mais) se não visse seu bem todos os dias.
Capítulo 2 classicismo
Conexões
Após assistirem ao documentário, em casa ou em sala de
aula, e receberem orientações acerca das principais
características de um texto de opinião, as duplas devem
redigir um artigo, apresentando a noção de identidade
nacional como conjunto de características que definem
um povo com base em seus costumes, história, valores e
cultura — e incluindo aí o idioma como aspecto relevante
4. de uma identidade nacional. É interessante que o fato de
sermos falantes de um idioma adquirido no processo de
colonização e posteriormente “contaminado” por
vocábulos oriundos de outras culturas seja apontado. É
importante também que as duplas discutam as vantagens
e as desvantagens de os falantes da língua portuguesa
se unificarem do ponto de vista normativo, o idioma.
Exercícios complementares
5. Soma = 11 (01 + 02 + 08)
O Renascimento abandona a visão de mundo geocêntrica em
favor do antropocentrismo e do racionalismo e a eles
alia uma revisitação crítica dos modelos da Antiguidade
clássica.
6. a) Isso pode ser observado no texto porque o poeta
adota a forma típica do Classicismo, o soneto
decassílabo, e o tema das cantigas de amor, do
Trovadorismo.
b) “Que em vivo ardor tremendo estou de frio;”
“O mundo todo abarco e nada aperto.”
c) “Estando em terra, chego ao céu”
“Sem causa, juntamente choro e rio;”
11. b
Todas as alternativas corroboram a afirmação de que o
discurso do velho se contrapõe ao espírito das grandes
navegações.
12. a) Trata-se do maravilhoso pagão, uma vez que remete
a divindades mitológicas como Netuno e as Nereidas.
b) “Netuno mora e moram as jucundas / Nereidas e
outros deuses do mar, onde”
Tarefa proposta
1. d
Os versos “esta foi a celeste formosura / da minha Circe,
e o mágico veneno / que pôde transformar meu
pensamento.” comprovam o envolvimento do eu lírico, bem
como a sedução a ele imposta.
2. c
A lírica camoniana abarcou formas poéticas tradicionais:
cantigas, vilancetes, esparsas, endechas, trovas e
também o estilo novo: soneto, canção, écloga, ode, entre
outros.
3. e
A principal diferença entre a poesia lírica e a poesia épica
reside no aspecto narrativo característico da épica, bem
como em seus elementos particulares, como a exaltação
das grandezas da pátria e o tom heroico e representativo
da identidade nacional. Não há exigências de diferenciação
do ponto de vista formal.
4. b
Por eliminação das demais, que são, de fato, incorretas.
Isso porque a linguagem poética das duas estrofes do
famoso soneto de Camões é marcada pelo racionalismo,
5. que não é exclusivo do século XVI. Basta que lembremos
a forte influência da poesia
7. de Petrarca (século XIV), carregada de
construções antitéticas e paradoxais, sobre a
lírica camoniana.
5. d
O texto de Camões apresenta uma visão do amor
como algo paradoxal, que provoca a constante
metamorfose de sentimentos, sensações e
estados em seus contrários, de modo que estes
são fundidos em unidades de opostos. O texto II
apresenta uma visão diversa do amor, uma vez que
sensações, sentimentos e estados provocados são
exatamente o que são.
6. c
O termo “fortuna” pode ser identificado como
“destino”, ao passo que, no texto 2, “ventura” seria
sinônimo de sorte, no sentido de “sucesso”.
7. c
As demais alternativas sugerem interpretações
errôneas dos versos.
8. A mulher é vista como um ser extraordinário, que
se põe acima da ordem humana. Trata-se de uma
visão idealizada da mulher, segundo a concepção
platônica. Segundo o platonismo, há um mundo
sensível e um mundo inteligível. Quando o eu lírico
declara, no décimo segundo verso, “Que de tanta
estranheza sois do mundo”, explicita-se a
idealização platônica, uma vez que está
subentendido que o poeta se refere ao mundo
sensível, ao qual a senhora é estranha.
9. Dentre as características do Classicismo,
destacam-se no soneto de Camões:
• rigor e perfeição formais: o soneto apresenta
regularidade métrica e rítmica, com todos os
versos decassílabos heroicos (acento na sexta e
na décima sílaba poética), além da distribuição
regular das rimas, segundo o esquema
ABBAABBACDECDE;
• linguagem elegante: vocabulário nobre, sintaxe
culta com inversões sintáticas.
10. O verbo “alongar” associa-se a “cansaço da vida”,
enquanto “encurtar” se associa à “proximidade da
morte”.
11. Há uma contraposição nesse verso, porque
“gastar” e “crescer” se opõem. À medida que a vida
passa e o sujeito lírico se aproxima da morte, os
danos físicos e morais crescem.
12. O pronome “ele” refere-se a “bem”, presente no
nono verso, o qual, por sua vez, retoma
“esperança”, do verso anterior. A esperança é um
bem atrás do qual o sujeito lírico corre, sem
conseguir alcançar.
13. As mudanças são, para o eu lírico, diferentes do
que ele esperava, ou seja, negativas, pois, embora
sempre haja novidades, elas nem sempre são o
que se esperava.
8. 14. O tempo sobre ele atua de forma negativa, pois
converte o “doce canto” em choro.
15. a
Em Os lusíadas, Camões exalta os feitos
portugueses à maneira de uma epopeia clássica. Na
obra não se faz menção à colonização brasileira,
pois a caravela de Vasco da Gama contornou a
África para encontrar o caminho das Índias.
16. b
O eu épico pode ser identificado em partes
concernentes à epopeia clássica, como a invocação
e a dedicatória, por exemplo. Já os grandes feitos
da nação portuguesa são narrados pela voz de
Vasco da Gama.
17. d
O velho, como já foi dito, figura como uma espécie
de contraponto ao entusiasmo expansionista e, em
sua fala, procura apontar os desdobramentos
perigosos de tal aventura.
18. a
A segunda dimensão apontada por Teixeira está
clara no verso “… crendo ter nos braços quem
amava”. Como se sabe, no plano lírico, Adamastor,
um dos gigantes filhos da Terra, se apaixonou
pela nereida Tétis. Não correspondido, tentou
tomá-la à força, provocando a cólera de Júpiter,
que o transformou no cabo das Tormentas,
personificado numa figura monstruosa, lançada
nos confins do Atlântico.
19. As variantes realmente usadas por Camões
foram “fruito” e “enxuito”.
20. O poeta usou as variantes “fruito” e “enxuito” para
rimar com “muito”, presente no quarto verso da
terceira estrofe.