SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 28
Ética e Moral
A diferença entre ética e moral é sutil. Moral é o conjunto de
normas que orientam o comportamento humano a partir dos
valores de uma dada comunidade ou cultura. A moral é, portanto,
de ordem prática. Já a ética é o estudo teórico dos diversos
sistemas morais elaborados pelos homens. Ou seja: a moral é
prática, a ética é teórica.
CONCEPÇÕES ÉTICAS NA HISTÓRIA DA FILOSOFIA
A ANTIGUIDADE GREGA
O pensamento ético dos gregos tem alguns
componentes presentes de modo quase
universal:
O RACIONALISMO: A vida virtuosa consiste
em agir em conformidade com a razão, pois é a
razão que diferencia os homens dos outros
animais.
O NATURALISMO: A vida virtuosa consiste
em agir de acordo com a Natureza (o Cosmos) e
com a nossa natureza, que é parte do todo
natural.
OS SOFISTAS (séc. V a.C.)
Para os sofistas, não existem critérios morais
universalmente válidos. Sua concepção é
relativista.
SÓCRATES (470/469 399 a.C.)
A ação virtuosa é a ação racional. É necessário
investigar racionalmente o que é a virtude para
que se possa agir de acordo com ela. Isso
significa que Sócrates foi o primeiro filósofo a
fazer uma investigação ética no sentido estrito,
ou seja, foi o primeiro filósofo que tentou
conceitualizar a virtude para que se pudesse agir
de acordo com um princípio estabelecido
racionalmente.
PLATÃO (428/427 348/347 a.C.)

A partir da consideração de que o Bem existe no
mundo das Ideias, é necessário conhecer as
Ideias
para
conhecer
o
Bem
e,
consequentemente, agir bem. Como são os
filósofos que conhecem o mundo das Ideias, são
justamente eles que devem fornecer ao povo os
princípios morais.
ARISTÓTELES (384 322 a.C.)
A vida virtuosa é a vida em conformidade com o fim último do ser humano. A
finalidade do ser humano é a felicidade.
Então, a vida virtuosa é a vida feliz. Em que consiste essa felicidade para Aristóteles?
Consiste no uso das qualidades
que definem o ser humano. Como o ser humano é um animal racional, a felicidade
consiste no uso livre e pleno da razão. Como o ser humano é um animal político, a
felicidade só pode ser realizada na pólis, entre seus iguais.
Além disso, a razão indica um caminho para a satisfação dos apetites: é o caminho do
meio-termo, da justa medida. A virtude consiste em agir segundo o princípio de não
exagerar nem deixar faltar nada. Tudo o que é excessivo ou falta torna-se um mal;
portanto, é necessário tudo ter com parcimônia, com razoabilidade.
ESTOICISMO (séc. IV a.C.)
Para os estóicos, os maiores bens são a paz
interior e o autocontrole. Isso é a apathéia, a
aceitação de tudo o que acontece. Os estóicos
eram deterministas naturais. A virtude, para os
estóicos, é manter uma vontade de acordo com a
natureza, aceitando os fatos da vida, inclusive
todos os tipos de dor e prazer (que, aliás, o
homem não deve buscar), sem alteração de
espírito.
EPICURISMO (séc. III a.C.)
Para os estóicos, a boa vida consiste na ausência
de sofrimento e na existência do prazer
espiritual. O ideal estóico é a ataraxia, ou seja, o
estado de não preocupação. Eram naturalistas:
consideravam, como a maioria dos gregos, que
tudo era parte da natureza, inclusive os seres
humanos, e que a vida boa só poderia ser
alcançada se se vivesse conforme a natureza.
Praticavam o ascetismo e evitavam a vida
política (o que não é normal entre os gregos).
A ÉTICA NO PENSAMENTO MEDIEVAL
Na época medieval, os filósofos abandonam o naturalismo e o racionalismo
característicos da filosofia grega. Os medievais introduzem, como ideia central de todo
o pensamento, o Deus cristão. Portanto, agir eticamente é agir de acordo com a Lei de
Deus.

SANTO AGOSTINHO (354 - 430)
Agostinho introduz a ideia de liberdade como livre-arbítrio. Os homens podem
escolher aproximar-se de Deus (o bem, a Graça) ou afastar-se de Deus (o mal, o
pecado). Agostinho é importante também por ter introduzido a noção de subjetividade
do ser humano.
A ÉTICA NA MODERNIDADE
No Renascimento, o humanismo aparece com força. O humanismo renascentista
não é semelhante ao humanismo do século XX, que consiste na defesa
intransigente dos direitos humanos; o humanismo renascentista nada mais é que
um antropocentrismo, ou seja, a consideração de que o ser humano é um
fenômeno essencial no mundo, que por sua vez só pode ser compreendido caso
se compreenda o ser humano em primeiro lugar. O humanismo renascentista
enfatiza o papel da autonomia humana e busca compreender a natureza do ser
humano. O antropocentrismo toma o lugar, no Renascimento, do teocentrismo
medieval.
KANT (1724 1804)

Para Kant, a razão humana é uma razão legisladora, capaz de elaborar normas
universais. As normas morais teriam origem na razão.
As normas morais devem ser obedecidas como deveres. A obediência a um dever é
uma ação livre. Por sinal, só pode ser considerado um ato moral aquele praticado de
forma autônoma (livre), consciente e por dever (ou seja, desinteressadamente). O
imperativo categórico de Kant é o único princípio ético: Age apenas segundo uma
máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal .

A ética de Kant, assim, é formalista, pois postula um dever ético universal sem se
preocupar com as condições individuais das ações concretas. Kant diz qual a forma da
ação moralmente correta (ou seja, indica seu imperativo categórico), mas não diz nada
sobre o conteúdo da ação moralmente correta.
ética e moral
ética e moral
ética e moral
ética e moral

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

éTica, moral e valores
éTica, moral e valoreséTica, moral e valores
éTica, moral e valores
Over Lane
 
Moral e ética
Moral e éticaMoral e ética
Moral e ética
Over Lane
 
éTica e sociedade
éTica e sociedadeéTica e sociedade
éTica e sociedade
leojusto
 

Mais procurados (20)

Slide Ética e Moral
Slide Ética e MoralSlide Ética e Moral
Slide Ética e Moral
 
Ética 3º ano
Ética   3º anoÉtica   3º ano
Ética 3º ano
 
Etica e cidadania
Etica e cidadaniaEtica e cidadania
Etica e cidadania
 
éTica, moral e valores
éTica, moral e valoreséTica, moral e valores
éTica, moral e valores
 
Aula 04 e 05 - Os Pré-Socráticos
Aula 04 e 05 - Os Pré-SocráticosAula 04 e 05 - Os Pré-Socráticos
Aula 04 e 05 - Os Pré-Socráticos
 
apresentação sobre ética
apresentação sobre ética apresentação sobre ética
apresentação sobre ética
 
Pré socráticos
Pré socráticosPré socráticos
Pré socráticos
 
ÉTICA E AÇÃO MORAL - 3 ANO
ÉTICA  E AÇÃO MORAL - 3 ANOÉTICA  E AÇÃO MORAL - 3 ANO
ÉTICA E AÇÃO MORAL - 3 ANO
 
Ética e moral
Ética e moralÉtica e moral
Ética e moral
 
Moral e ética
Moral e éticaMoral e ética
Moral e ética
 
Aula 1 Ética
Aula 1 ÉticaAula 1 Ética
Aula 1 Ética
 
Ética Moral e Valores.
Ética Moral e Valores.Ética Moral e Valores.
Ética Moral e Valores.
 
PALESTRA - ÉTICA
PALESTRA - ÉTICA PALESTRA - ÉTICA
PALESTRA - ÉTICA
 
éTica na história
éTica na históriaéTica na história
éTica na história
 
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez OliveiraÉtica na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
 
Bioética apresentação
Bioética apresentaçãoBioética apresentação
Bioética apresentação
 
éTica e sociedade
éTica e sociedadeéTica e sociedade
éTica e sociedade
 
Aula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Aula de filosofia antiga, tema: SofistasAula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Aula de filosofia antiga, tema: Sofistas
 
O porquê da ética
O porquê da éticaO porquê da ética
O porquê da ética
 
O que é ética professor Danilo Pires
O que é ética professor Danilo PiresO que é ética professor Danilo Pires
O que é ética professor Danilo Pires
 

Destaque

Diferença entre moral e ética
Diferença entre moral e éticaDiferença entre moral e ética
Diferença entre moral e ética
Karla Carioca
 
Moral e Ética
Moral e ÉticaMoral e Ética
Moral e Ética
Flaavii
 
Ética e moral desafios contemporâneos
Ética e moral   desafios contemporâneosÉtica e moral   desafios contemporâneos
Ética e moral desafios contemporâneos
Daniela Barroso
 
Ética: conceitos e aspectos filosóficos
Ética: conceitos e aspectos filosóficosÉtica: conceitos e aspectos filosóficos
Ética: conceitos e aspectos filosóficos
Marcel Gois
 
Filosofia politica
Filosofia politicaFilosofia politica
Filosofia politica
ISISVS
 
A passagem do mito para razão
A passagem do mito para razãoA passagem do mito para razão
A passagem do mito para razão
Gabi Evaristo
 
ÉTica cristã slides aula 3
ÉTica cristã   slides aula 3ÉTica cristã   slides aula 3
ÉTica cristã slides aula 3
Jose Ventura
 

Destaque (20)

Diferença entre moral e ética
Diferença entre moral e éticaDiferença entre moral e ética
Diferença entre moral e ética
 
Moral e Ética
Moral e ÉticaMoral e Ética
Moral e Ética
 
Derecho internacional mapa conceptual tema 2 y 3
Derecho internacional mapa conceptual tema 2 y 3Derecho internacional mapa conceptual tema 2 y 3
Derecho internacional mapa conceptual tema 2 y 3
 
ÉTica em ead
ÉTica em eadÉTica em ead
ÉTica em ead
 
O que é_ética
O que é_éticaO que é_ética
O que é_ética
 
21.5 Mapa Da éTica E Moral
21.5  Mapa Da éTica E Moral21.5  Mapa Da éTica E Moral
21.5 Mapa Da éTica E Moral
 
Ética e moral desafios contemporâneos
Ética e moral   desafios contemporâneosÉtica e moral   desafios contemporâneos
Ética e moral desafios contemporâneos
 
éTica aplicada
éTica aplicadaéTica aplicada
éTica aplicada
 
Etica aplicada
Etica aplicadaEtica aplicada
Etica aplicada
 
ÉTica cristã aula 01
ÉTica cristã aula 01ÉTica cristã aula 01
ÉTica cristã aula 01
 
Ética: conceitos e aspectos filosóficos
Ética: conceitos e aspectos filosóficosÉtica: conceitos e aspectos filosóficos
Ética: conceitos e aspectos filosóficos
 
Ginástica Artística - Histórico
Ginástica Artística - HistóricoGinástica Artística - Histórico
Ginástica Artística - Histórico
 
Ética Cristã (Medieval)
Ética Cristã (Medieval)Ética Cristã (Medieval)
Ética Cristã (Medieval)
 
A ética na idade media
A ética na idade mediaA ética na idade media
A ética na idade media
 
Etica Aplicada
Etica AplicadaEtica Aplicada
Etica Aplicada
 
Filosofía política
Filosofía políticaFilosofía política
Filosofía política
 
Filosofia politica
Filosofia politicaFilosofia politica
Filosofia politica
 
A passagem do mito para razão
A passagem do mito para razãoA passagem do mito para razão
A passagem do mito para razão
 
ÉTica cristã slides aula 3
ÉTica cristã   slides aula 3ÉTica cristã   slides aula 3
ÉTica cristã slides aula 3
 
Do mito ao logos
Do mito ao logosDo mito ao logos
Do mito ao logos
 

Semelhante a ética e moral

ética aristotélica
ética aristotélicaética aristotélica
ética aristotélica
marifonseca
 
éTica aristóteles1
éTica   aristóteles1éTica   aristóteles1
éTica aristóteles1
leo37
 
Etica antropocentrica
Etica antropocentricaEtica antropocentrica
Etica antropocentrica
Polly Souto
 

Semelhante a ética e moral (20)

A ética em aristóteles
A ética em aristótelesA ética em aristóteles
A ética em aristóteles
 
Palestra etical, conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral d...
Palestra etical, conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral d...Palestra etical, conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral d...
Palestra etical, conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral d...
 
A ética em aristóteles
A ética em aristótelesA ética em aristóteles
A ética em aristóteles
 
O que é ética
O que é éticaO que é ética
O que é ética
 
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos Contemporâneos
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos ContemporâneosA moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos Contemporâneos
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos Contemporâneos
 
ética 4
ética 4ética 4
ética 4
 
ética aristotélica
ética aristotélicaética aristotélica
ética aristotélica
 
Ética e Moral
Ética e MoralÉtica e Moral
Ética e Moral
 
Ética e moral 2020
Ética e moral 2020Ética e moral 2020
Ética e moral 2020
 
Antropologia
AntropologiaAntropologia
Antropologia
 
Antropologia
AntropologiaAntropologia
Antropologia
 
éTica aristóteles1
éTica   aristóteles1éTica   aristóteles1
éTica aristóteles1
 
SLIDES - TEMPOS HISTÓRICOS - ÉTICA.ppt
SLIDES - TEMPOS HISTÓRICOS - ÉTICA.pptSLIDES - TEMPOS HISTÓRICOS - ÉTICA.ppt
SLIDES - TEMPOS HISTÓRICOS - ÉTICA.ppt
 
Aula 3 a felicidade é coletiva - texto e atividade - Prof. Noe Assunção
Aula 3   a felicidade é coletiva - texto e atividade - Prof. Noe AssunçãoAula 3   a felicidade é coletiva - texto e atividade - Prof. Noe Assunção
Aula 3 a felicidade é coletiva - texto e atividade - Prof. Noe Assunção
 
Introdução a filosofia
Introdução a filosofiaIntrodução a filosofia
Introdução a filosofia
 
Cap 4 - Filosofia Helenística
Cap 4 - Filosofia HelenísticaCap 4 - Filosofia Helenística
Cap 4 - Filosofia Helenística
 
Etica antropocentrica
Etica antropocentricaEtica antropocentrica
Etica antropocentrica
 
éTica 12mp
éTica 12mpéTica 12mp
éTica 12mp
 
Filo 24
Filo 24Filo 24
Filo 24
 
Racionalismo lelícia 25 tp
Racionalismo lelícia 25 tpRacionalismo lelícia 25 tp
Racionalismo lelícia 25 tp
 

Último

Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
rfmbrandao
 
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
azulassessoria9
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
Autonoma
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 

Último (20)

Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
Novena de Pentecostes com textos de São João Eudes
Novena de Pentecostes com textos de São João EudesNovena de Pentecostes com textos de São João Eudes
Novena de Pentecostes com textos de São João Eudes
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaApresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
 
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
 
Falando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdFalando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introd
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
 
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 

ética e moral

  • 2.
  • 3. A diferença entre ética e moral é sutil. Moral é o conjunto de normas que orientam o comportamento humano a partir dos valores de uma dada comunidade ou cultura. A moral é, portanto, de ordem prática. Já a ética é o estudo teórico dos diversos sistemas morais elaborados pelos homens. Ou seja: a moral é prática, a ética é teórica.
  • 4.
  • 5.
  • 6. CONCEPÇÕES ÉTICAS NA HISTÓRIA DA FILOSOFIA
  • 7.
  • 8. A ANTIGUIDADE GREGA O pensamento ético dos gregos tem alguns componentes presentes de modo quase universal: O RACIONALISMO: A vida virtuosa consiste em agir em conformidade com a razão, pois é a razão que diferencia os homens dos outros animais. O NATURALISMO: A vida virtuosa consiste em agir de acordo com a Natureza (o Cosmos) e com a nossa natureza, que é parte do todo natural.
  • 9. OS SOFISTAS (séc. V a.C.) Para os sofistas, não existem critérios morais universalmente válidos. Sua concepção é relativista.
  • 10.
  • 11. SÓCRATES (470/469 399 a.C.) A ação virtuosa é a ação racional. É necessário investigar racionalmente o que é a virtude para que se possa agir de acordo com ela. Isso significa que Sócrates foi o primeiro filósofo a fazer uma investigação ética no sentido estrito, ou seja, foi o primeiro filósofo que tentou conceitualizar a virtude para que se pudesse agir de acordo com um princípio estabelecido racionalmente.
  • 12.
  • 13. PLATÃO (428/427 348/347 a.C.) A partir da consideração de que o Bem existe no mundo das Ideias, é necessário conhecer as Ideias para conhecer o Bem e, consequentemente, agir bem. Como são os filósofos que conhecem o mundo das Ideias, são justamente eles que devem fornecer ao povo os princípios morais.
  • 14.
  • 15. ARISTÓTELES (384 322 a.C.) A vida virtuosa é a vida em conformidade com o fim último do ser humano. A finalidade do ser humano é a felicidade. Então, a vida virtuosa é a vida feliz. Em que consiste essa felicidade para Aristóteles? Consiste no uso das qualidades que definem o ser humano. Como o ser humano é um animal racional, a felicidade consiste no uso livre e pleno da razão. Como o ser humano é um animal político, a felicidade só pode ser realizada na pólis, entre seus iguais. Além disso, a razão indica um caminho para a satisfação dos apetites: é o caminho do meio-termo, da justa medida. A virtude consiste em agir segundo o princípio de não exagerar nem deixar faltar nada. Tudo o que é excessivo ou falta torna-se um mal; portanto, é necessário tudo ter com parcimônia, com razoabilidade.
  • 16.
  • 17. ESTOICISMO (séc. IV a.C.) Para os estóicos, os maiores bens são a paz interior e o autocontrole. Isso é a apathéia, a aceitação de tudo o que acontece. Os estóicos eram deterministas naturais. A virtude, para os estóicos, é manter uma vontade de acordo com a natureza, aceitando os fatos da vida, inclusive todos os tipos de dor e prazer (que, aliás, o homem não deve buscar), sem alteração de espírito.
  • 18. EPICURISMO (séc. III a.C.) Para os estóicos, a boa vida consiste na ausência de sofrimento e na existência do prazer espiritual. O ideal estóico é a ataraxia, ou seja, o estado de não preocupação. Eram naturalistas: consideravam, como a maioria dos gregos, que tudo era parte da natureza, inclusive os seres humanos, e que a vida boa só poderia ser alcançada se se vivesse conforme a natureza. Praticavam o ascetismo e evitavam a vida política (o que não é normal entre os gregos).
  • 19.
  • 20. A ÉTICA NO PENSAMENTO MEDIEVAL Na época medieval, os filósofos abandonam o naturalismo e o racionalismo característicos da filosofia grega. Os medievais introduzem, como ideia central de todo o pensamento, o Deus cristão. Portanto, agir eticamente é agir de acordo com a Lei de Deus. SANTO AGOSTINHO (354 - 430) Agostinho introduz a ideia de liberdade como livre-arbítrio. Os homens podem escolher aproximar-se de Deus (o bem, a Graça) ou afastar-se de Deus (o mal, o pecado). Agostinho é importante também por ter introduzido a noção de subjetividade do ser humano.
  • 21.
  • 22. A ÉTICA NA MODERNIDADE No Renascimento, o humanismo aparece com força. O humanismo renascentista não é semelhante ao humanismo do século XX, que consiste na defesa intransigente dos direitos humanos; o humanismo renascentista nada mais é que um antropocentrismo, ou seja, a consideração de que o ser humano é um fenômeno essencial no mundo, que por sua vez só pode ser compreendido caso se compreenda o ser humano em primeiro lugar. O humanismo renascentista enfatiza o papel da autonomia humana e busca compreender a natureza do ser humano. O antropocentrismo toma o lugar, no Renascimento, do teocentrismo medieval.
  • 23.
  • 24. KANT (1724 1804) Para Kant, a razão humana é uma razão legisladora, capaz de elaborar normas universais. As normas morais teriam origem na razão. As normas morais devem ser obedecidas como deveres. A obediência a um dever é uma ação livre. Por sinal, só pode ser considerado um ato moral aquele praticado de forma autônoma (livre), consciente e por dever (ou seja, desinteressadamente). O imperativo categórico de Kant é o único princípio ético: Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal . A ética de Kant, assim, é formalista, pois postula um dever ético universal sem se preocupar com as condições individuais das ações concretas. Kant diz qual a forma da ação moralmente correta (ou seja, indica seu imperativo categórico), mas não diz nada sobre o conteúdo da ação moralmente correta.