1. PORTAL ESCOLA DOMINICAL
2º Trimestre de 2014 - CPAD
DONS ESPIRITUAIS E DONS MINISTERIAIS: servindo a Deus e aos
homens com poder extraordinário
Comentários da revista da CPAD: Elinaldo Renovato de Lima
ESBOÇO Nº 2
LIÇÃO Nº 2 – O PROPÓSITO DOS DONS ESPIRITUAIS
Os dons espirituais têm o propósito de edificação, exortação e consolação da
Igreja.
INTRODUÇÃO
- Dando início ao estudo dos dons espirituais, que constitui o primeiro bloco do
trimestre, estudaremos o seu
propósito.
- Os dons espirituais têm o propósito de edificação, exortação e consolação da Igreja.
I – DEUS É UM DEUS DE PROPÓSITO
- Depois de termos visto em linhas gerais que são e o que representam os dons para a
Igreja, passaremos ao
estudo dos dons, sendo que o primeiro bloco do trimestre, que envolve as lições 2 a 5,
tratará dos dons
espirituais, entendidos estes como os dons dados pelo Espírito Santo particularmente
aos membros do
corpo de Cristo para a manifestação do que for útil, para a edificação, exortação e
consolação da Igreja
(I Co.12:7-11).
- O apóstolo Paulo, ao dissertar a respeito dos dons espirituais, traz este ensino para uma
igreja local que
estava acostumada ao exercício destes dons, pois a igreja em Corinto é a única que é
mencionada nas
Escrituras como sendo uma igreja local em que dom algum faltava (I Co.1:7).
- Isto já nos mostra com clareza que, além da busca e do exercício dos dons, é
fundamental que a igreja local
não seja ignorante a respeito deles, ou seja, saiba efetivamente porque e para que o
Espírito Santo entrega dons
para a Igreja, a fim de que se cumpra o propósito para eles estabelecido pelo próprio
Senhor.
- Tal posicionamento do apóstolo Paulo, que não queria que houvesse ignorância a
respeito dos dons
2. espirituais (I Co.12:1) já desmonta a tese de muitos que cristãos se dizem ser que,
dizendo-se “espirituais”, são
anti-intelectualistas e arredios ao estudo das Escrituras, considerando que, “em havendo
poder de Deus”, tudo
estará resolvido e que não é necessário exercer uma fé racional e equilibrada, consoante
os parâmetros
estatuídos na Bíblia Sagrada.
- A igreja em Corinto, apesar de ter todos os dons, o que é bom e jamais foi alvo de
qualquer crítica ou censura
por parte do apóstolo Paulo que, bem ao contrário, ensinava os coríntios a buscar com
zelo os dons espirituais
(I Co.14:1), tinha grandes e gravíssimos problemas e um dos fatores que ocasionavam
estas imensas
dificuldades estava, precisamente, a ignorância com relação aos dons espirituais.
- A Igreja é formada de pessoas que, antes de receber a salvação em Cristo Jesus, eram
gentios, ou seja,
pessoas sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da
promessa, não tendo
esperança e sem Deus no mundo (Ef.2:11) e que, por isso mesmo, encontravam-se
longe de Deus.
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- Por causa disso, vagueavam por este mundo sem rumo nem direção, pois eram guiados
por falsas divindades,
ídolos mudos, que não podiam, de modo algum, trazer qualquer esperança ou direção
para as pessoas.
- No entanto, ao crerem em Jesus Cristo como único e suficiente Senhor e Salvador,
pelo sangue de Cristo se
aproximaram de Deus, do seu Criador, recebendo, então, vida, entrando em comunhão
com o Senhor,
passando a entender qual o plano de Deus para o homem, quais Seus desígnios e
desejos. É este plano, é este
desígnio, é este projeto de Deus para o homem que denominamos de “propósito”.
- Salomão já afirmara que “tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo o
propósito debaixo do
céu” (Ec.3:1). O sábio rei de Israel, ao dissertar sobre a vida debaixo do sol, fez questão
de mostrar que tudo
segue um plano estabelecido pelo Criador, que nada escapa ao Seu controle e que tudo
tem a sua razão de ser.
3. - Quando passamos a pertencer a Cristo Jesus, quando passamos a fazer parte do Seu
corpo como membro,
também passamos a entender os desígnios divinos, os Seus propósitos, logicamente que
por força da Sua
própria revelação a nós, visto que nossos caminhos e pensamentos são infinitamente
inferiores aos d’Ele
(Is.55:8,9).
- “Propósito”, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa é “intenção de (fazer
algo); projeto,
desígnio; aquilo que se busca alcançar quando se faz alguma coisa; objetivo, finalidade,
intuito; aquilo a
que alguém se propôs, por que se decidiu; decisão, determinação, resolução.” Vem da
palavra latina
“prospoitum”, cujo significado é “pôr diante, expor à vista; apresentar, propor, oferecer;
anunciar, declarar;
referir, relatar, contar, narrar; fixar, marcar, determinar”.
- Quando falamos, pois, em propósito de Deus, estamos a falar daquilo que o Senhor
determinou fazer, daquilo
que Ele escolheu para fazer e revela aos Seus servos, a quem, por intermédio de Cristo,
tem feito tudo
conhecer no que pertine ao que é destinado aos homens saber (Jo.15:15; Dt.29:29).
- Para tanto, o Senhor nos dá o Espírito Santo assim que cremos em Jesus como Senhor
e Salvador, este dom
que é indispensável para que reconheçamos a Cristo como nosso Senhor, como Aquele
que determinará aquilo
que devamos fazer, pois ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor senão pelo Espírito
Santo (I Co.12:3;
Mt.16:17; I Jo.3:24).
- Quando recebemos o Espírito Santo, passamos, então, a ter uma íntima comunhão com
o Senhor (Jo.14:17),
somos guiados em toda a verdade (Jo.16:13) e ensinados por Ele em todas as coisas
(Jo.14:26), de modo que
poderemos compreender o propósito de Deus para a Sua Igreja e para cada um de nós,
para o corpo de Cristo e
para seus membros em particular (I Co.12:27).
- Neste propósito estabelecido pelo Senhor, encontra-se a diversidade de dons,
ministérios e operações (I
Co.12:4-6), pois o Senhor quis formar um só corpo (Ef.4:4), já que há um só Espírito,
um só Senhor e um só
Deus (Ef.4:5,6), mas uma unidade que demonstrasse a Sua infinitude, de sorte que em
meio a esta unidade,
existiria, também, uma multiplicidade de membros, exatamente como quando fez o
homem, criando um só ser
com um único corpo mas com uma multiplicidade de membros e órgãos.
4. - A diversidade já começa na própria existência de atividades distintas: dons,
ministérios e operações. Os dons
a cargo da Pessoa Divina do Espírito Santo (Ef.12:4); os ministérios, a cargo da Pessoa
Divina do Filho (I
Co.12:5) e as operações, a cargo da Pessoa Divina do Pai (I Co.12:6). A comunhão
existente no único e
verdadeiro Deus, que é uma triunidade de Pessoas, reedita-se na Igreja, que, por força
da diversidade de
atividades, constitui-se numa única Igreja, em que há, também, uma comunhão em
amor.
- Deus, ao estabelecer particularidade e diversidade nos dons, ministérios e operações,
faz com que se
tenha na Igreja o mesmo ambiente que há na Santíssima Trindade, ou seja, um ambiente
de unidade
perfeita com diversidade, um ambiente de comunhão em amor. A repartição de dons,
ministérios e
operações tem em vista nada mais, nada menos que o exercício do amor, o amor de
Deus que é recebido por 2º Trimestre de 2014 – DONS ESPIRITUAIS E DONS
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cada salvo pelo Espírito Santo (Rm.5:5) e exercido no cotidiano de nossa peregrinação
terrena através dos
dons, ministérios e operações que o Senhor entrega aos Seus servos na Igreja.
- Esta realidade mostra que precisamos, assim, na nossa jornada para o céu, de uma
dimensão eclesial, ou seja,
não é possível que alguém caminhe para o céu solitariamente, isoladamente, sem
pertencer a uma igreja local.
A Igreja foi criada precisamente para que, nela, possamos não só cumprir o
mandamento que Cristo nos
deixou de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou (Jo.15:12), como de pôr em
prática este amor por
meio do exercício dos dons, ministérios e operações que o Senhor pôs à disposição dos
Seus servos.
- Vemos, então, que o primeiro propósito estabelecido por Deus para que houvesse
dons, ministérios e
operações na Igreja outro não é senão o de criar um ambiente propício e necessário para
o exercício do
amor de Deus por parte dos salvos e não é por outro motivo que o apóstolo Paulo, ao
ensinar sobre os dons
espirituais aos coríntios, faz uma pausa para indicar o “caminho mais excelente”, que é
o amor (I Co.12:31).
5. - O amor é a razão de ser do exercício dos dons, ministérios e operações na Igreja. Eles
foram postos à
disposição dos servos do Senhor em sua peregrinação terrena para que haja aqui nesta
dimensão o exercício do
amor de Deus. Quando atingirmos a glorificação, este exercício do amor independerá
dos dons, ministérios e
operações, pois, então, não haverá mais necessidade deles, pois estaremos na plenitude
da glória de Deus e
passaremos a contemplar o próprio Deus, que é amor (I Co.13:8-10; I Jo.4:8).
- Todo dom, ministério e operação posto à disposição da Igreja pelo Senhor, portanto,
tem um propósito, tem
uma razão de ser, razão esta que está vinculada ao exercício do amor de Deus pelos
salvos, que, assim, devem
amar uns aos outros como Cristo os amou.
- Isto é importantíssimo, porque, nos dias em que vivemos, não faltam manifestações
sobrenaturais que são
cunhadas como “demonstrações do poder de Deus”, mas que se revelam totalmente
divorciadas de um
propósito divino, vez que não trazem qualquer dimensão eclesial, comunitária, nem
tampouco promovem a
unidade do povo de Deus ou seu crescimento espiritual. Quando muito servem tão
somente para o
engrandecimento de uma ou outra pessoa, engrandecimento este que, quase sempre, é
acompanhado de um
indisfarçado proveito econômico-financeiro. Tomemos, pois, cuidado com tais
manifestações, porquanto estão
na contramão do propósito de Deus para a Sua Igreja.
- Sendo resultado de um propósito de Deus, os dons espirituais surgem sob a
perspectiva do serviço. Os dons
são dados pelo Senhor aos Seus servos. Se assim é, os dons somente podem ser
exercidos para fins de serviço.
- Os dons espirituais não se apresentam, portanto, como uma dádiva que faça com que
alguém se
sobreponha a outro, como uma parcela de poder que subjugue um crente a outro. Não,
não e não! Os dons
são dados conforme o propósito de Deus e, por isso, somente têm por objetivo fazer
com que o donatário sirva
a Deus e aos homens.
- O subtítulo de nosso trimestre vem revelar esta qualidade dos dons espirituais, a saber:
“servindo a Deus e
aos homens com poder extraordinário”. Os dons espirituais são meios de serviço, meios
pelos quais
servimos a Deus.
6. - A lógica da Igreja é a lógica do serviço. O Senhor Jesus mesmo disse aos Seus
discípulos, quando eles
disputavam entre si qual é o maior, que, na Igreja, temos uma situação contraditória ao
que existe entre os
gentios, ou seja, na Igreja, o maior sempre serve ao menor (Mt.20:25-28; Mc.10:42-45).
- Aquele que recebe de Deus um dom espiritual ou ministerial, recebe-o para ser
serviçal dos demais, para
servir aos outros irmãos, o que aumenta, ainda mais, o que já se disse supra, ou seja, de
que o propósito dos
dons espirituais é o do exercício do amor de Deus por meio dos salvos em Cristo Jesus.
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- Aquele que recebe um dom espiritual ou ministerial assemelha-se ainda mais a Cristo
e, por isso mesmo,
deve servir, deve estar à disposição dos outros, deve deixar que o Senhor o use para que
promova a edificação,
a exortação e a consolação dos demais salvos. O dom não é dado para que alguém se
considere superior aos
outros e passe a querer ter os outros como servos seus, como, lamentavelmente, tem
ocorrido cada vez mais
entre os que cristãos se dizem ser.
- Por isso mesmo, o apóstolo Paulo, ao mesmo tempo em que defendia a sua qualidade
de apóstolo, o maior de
todos os ministérios, fazia questão de mostrar que esta condição o tornava um
“huperetes” (υπερετες), ou seja,
o mais simples de todos os escravos (I Co.4:1), precisamente porque tinha o maior dos
dons ministeriais (I
Co.4:9). Como bem salientou certa feita para nós o pastor José Rigonatto, presidente da
Assembleia de Deus –
Ministério Sopro Divino, com sede em Mauá/SP, na Igreja, a “pirâmide é invertida”, os
maiores são os
menores.
OBS: Por sua biblicidade, reproduzimos, a propósito, o que diz o Catecismo da Igreja
Romana: “…as graças especiais, chamadas também
"carismas", segundo a palavra grega empregada por S. Paulo e que significa favor, dom
gratuito, benefício[Lumen Gentium 12] . Seja qual for seu
caráter, às vezes extraordinário, como o dom dos milagres ou das línguas, os carismas
se ordenam à graça santificante e têm como meta o bem
comum da Igreja. Acham-se a serviço da caridade, que edifica a Igreja (§ 2003 CIC)”.
7. II – OS DONS ESPIRITUAIS SÃO MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO
PARA O QUE FOR ÚTIL
- Visto o primeiro propósito de Deus para os dons, ministérios e operações que põe à
disposição da Igreja, que
é o de se criar um ambiente propício para o exercício do amor de Deus por parte dos
membros em particular
do único corpo de Cristo, vejamos mais detidamente os propósitos estabelecidos por
Deus para os dons
espirituais.
- Os dons espirituais são aqueles dados à Igreja pelo Espírito Santo (I Co.12:4). O
Espírito Santo é o
Consolador, ou seja, Aquele que o Pai e o Senhor Jesus mandaram para a Igreja para
que com ela ficasse até o
dia do arrebatamento (Jo.14:16), devendo guiá-la em toda a verdade (Jo.16:13), ensiná-
la todas as coisas
(Jo.14:26), fazê-la lembrar de tudo quanto Jesus a ensinou (Jo.14:26) bem como
glorificar ao Senhor Jesus
(Jo.16:14).
- Os dons espirituais são manifestações do Espírito Santo no meio da Igreja, ou seja, são
dádivas que o
Senhor concede a certos membros da Igreja com a finalidade de mostrar que o Espírito
Santo está no meio da
Igreja. Através dos dons espirituais, o Espírito Santo “aparece” na Igreja, faz com que
todos percebam a Sua
presença, a Sua companhia.
- Tais manifestações somente ocorrem na Igreja, diz o apóstolo Paulo, para o que for
útil (I Co.12:7). A
palavra grega original aqui é “sumphero” (συμφέρω), cujo significado é de “ser útil”,
“ser vantajoso”,
“ajuntar”, “beneficiar”, “trazer lucro, vantagem”, “ser bom para alguém”.
- Diz o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa que “útil” é “que pode ter ou tem
algum uso; que serve
ou é necessário para algo; que traz proveito, vantagem; de que resulta o que se espera;
proveitoso,
profícuo, vantajoso; reservado à atividade produtiva.” Vem da palavra latina “utilis”,
que tem o
significado de “que serve, bom, vantajoso, válido”.
- Pois bem, o dom espiritual é uma manifestação do Espírito Santo que tem uma
utilidade para a Igreja, ou
seja, trata-se de um “aparecer” do Espírito Santo por meio de um membro em particular
da Igreja em que se
tem algo que serve para o bem dos salvos, que traz benefícios para a peregrinação
terrena daquele que está
caminhando para o céu.
8. - O Espírito Santo foi mandado para ficar com a Igreja com o propósito de levar a Igreja
até o céu, prepará-la
para se encontrar com Cristo Jesus nos ares e, por isso, a guia em toda a verdade,
ensina-a todas as coisas que
o Senhor falou, fazendo-a lembrar de tudo que Cristo disse aos Seus discípulos. Não
cessa, também, de
glorificar a Cristo e, deste modo, fazer com que a Igreja também o faça. 2º Trimestre de
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- Ora, se o Espírito Santo foi mandado com este propósito, é evidente que, nas Suas
manifestações através dos
dons, a utilidade esteja precisamente no fato de que tais manifestações servem para que
os salvos sejam
guiados em toda a verdade, aprendam de Cristo, glorifiquem-n’O e Se lembrem de tudo
quanto o Senhor Jesus
nos disse.
- Não há manifestação genuína do Espírito Santo que não sirva para o bem da Igreja no
sentido de que
a Igreja venha a Se aproximar ainda mais do Senhor Jesus, venha a glorificá-l’O, a
aprender d’Ele, a
lembrar daquilo que Ele nos ensinou, a nos faz trilhar pelo caminho da verdade.
- Toda e qualquer manifestação do Espírito Santo, através dos dons espirituais, sempre
servirá para a
glorificação de Cristo, para o aumento de nosso conhecimento d’Ele e, por conseguinte,
de Sua Palavra, que é
a testemunha de Seus ditos e ensinos (Jo.5:39).
- Quando houver uma manifestação sobrenatural que não corresponda a estes desígnios,
temos que se trata de
um embuste, de um engano. Não nos esqueçamos de que, nos dias finais da dispensação
da graça, haverá a
atuação de espírito enganadores, que atuarão entre os que cristãos se dizem ser (I
Tm.4:1,2).
- A utilidade nas manifestações sobrenaturais é indispensável para que se tenha uma
legítima e verdadeira
atuação de um dom espiritual. Se não há qualquer proveito, qualquer vantagem para a
Igreja, a manifestação
não é proveniente do Espírito Santo, disto tenhamos certeza e convicção.
9. - Esta é, aliás, a grande diferença entre os dons espirituais e o que, certa feita, foi muito
bem denominado pelo
jornalista cristão Jehozadak Pereira de “neobobagens pentecostais”, que andam
infestando o ambiente dos
que cristãos se dizem ser, coisas como “dom de lagartixa”, “vômito santo”, “cai-cai”,
“cair no Espírito”,
“unção de animais”, “risada santa”, “gargalhada santa” e tantas outras invencionices que
têm prejudicado
enormemente a vida espiritual de muitos.
- “…A igreja está dominada pela prática constante do abuso espiritual, jamais visto na
sua história. Nestes
tempos globalizados, onde vemos a constante busca pela qualidade e excelência, temos
presenciado o
contrário na igreja, de um modo geral. A igreja está dominada pela prática constante do
abuso espiritual. É
tanta bobagem e besteira que quase não dá para aguentar sem reclamar ou se
espantar.(…). De uns tempos a
esta parte o que mas temos visto é a adoção de práticas cada vez mais estranhas e pouco
ortodoxas na igreja,
trazida sabe-se lá porque ou por quem, mas, a realidade é dura e não se sabe aonde vai
dar. A quantidade de
crentes abusados espiritualmente é imensurável e a cada dia aumenta mais e mais.…”
(A drogalização da
Igreja. Disponível em: http://jehozadakpereira.wordpress.com/2007/11/23/a-
drogalizacao-da-igreja-parte-1/ e
http://jehozadakpereira.wordpress.com/2007/11/23/a-drogalizacao-da-igreja-parte-2/
Acesso em 27 abr. 2009).
“…Este quadro de aberrações que hoje domina grande parte das igrejas tem de ser
tratado com dureza e com
veemência por cada um de nós, e cabe-nos mostrar os erros e as falhas de tamanha
deturpação que é feita em
nome do Senhor e que às vezes levam os nossos jovens nos seus melhores anos. A nós,
crentes verdadeiros em
Cristo Jesus, cabe o alerta e a orientação de que esta confusão reinante não é do céu.
Cumpre-nos o papel de
arautos denunciando e nos insurgindo contra a deturpação que se faz em nome do
Senhor Jesus Cristo.(…).
Que tal falarmos: arreda de nós tudo quanto é deturpado e corrompido, especialmente
esta caricatura do
evangelho que é pregado por estes asseclas do mal, pois definitivamente este evangelho
não é do Senhor Jesus
Cristo. O evangelho de Jesus Cristo é poderoso e restaurador, e nada tem a ver com este
neoevangelho tacanho
que alguns querem nos empurrar.(…) Como posso andar junto com quem não concordo,
e que tem novas
práticas das quais não encontro parâmetro na Bíblia. Ou a Bíblia não é a nossa ÚNICA
REGRA DE FÉ, DE
10. PRÁTICA? Porque tenho de tolerar que se chamem crentes à frente para expulsar
demônios? Ou que caiam no
"espírito"? Ou que latam como cachorros, e ter de chamar a isto manifestação divina?
Há algo errado nos
nossos arraiais. Muito errado. Que o Senhor tenha misericórdia de nós.…” (Quebra de
maldição, evangelho da
prosperidade e outras neobesteiras. Disponível em: http://www.solascriptura-
tt.org/Seitas/QuebraMaldicaoEvProspNeobesteiras-Jehozadak.htm
Acesso em 27 abr. 2009). 2º Trimestre de 2014 – DONS ESPIRITUAIS E DONS
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- Tais manifestações sobrenaturais não trazem qualquer proveito para a Igreja, pois não
servem para glorificar
a Cristo, não trazem qualquer aprendizado a respeito de Cristo e de Sua Palavra, apenas
impressionando as
pessoas, levando-as a um fanatismo, resultante do afastamento das Escrituras e de seu
estudo, não raras vezes
gerando rixas, dissensões e invejas entre os membros da igreja local, como, aliás,
confessou há alguns anos
atrás, o pastor Paul Gowdy, que foi pastor da igreja Vineyard em Toronto, no Canadá,
de onde se disseminam
muitas destas manifestações (O engano de Toronto. Disponível em:
http://www.pastorjoao.com.br/123/?p=83 Acesso em 12
fev. 2014).
- Toda e qualquer manifestação do Espírito Santo contribui para o crescimento espiritual
dos salvos e
para a salvação dos incrédulos. Não há hipótese em que se tenha um legítimo, autêntico
e genuíno exercício
de dons espirituais sem que tais resultados não se verifiquem na igreja local.
- A primeira manifestação dos dons espirituais na Igreja, registrada em Atos 3, quando
houve a cura do coxo
na porta Formosa do templo de Jerusalém, trouxe como resultado a conversão de almas
de tal modo que a
igreja cresceu de quase três mil (At.2:41) para quase cinco mil (At.4:4), como também o
renovo espiritual de
toda a igreja em Jerusalém, com o revestimento de poder daqueles que haviam criado
após o dia de
Pentecostes, que resultou num maior impulso à evangelização (At.4:31).
- O Espírito Santo é Deus e, como tal, age com um propósito, propósito este que é
imutável, soberano e que
11. não comporta qualquer relativização ou distorção. Os dons espirituais somente se
manifestam para o que for
útil para a Igreja e, por isso mesmo, o apóstolo Paulo, ao constatar um mau uso deles
por parte dos coríntios,
fez questão de dar o ensino que deu sobre o assunto nos capítulos 12 a 14.
- Precisamos, portanto, amados irmãos, ter esta compreensão da indispensável utilidade
das manifestações do
Espírito Santo para que saibamos discernir o joio do trigo, aquilo que é de Deus e aquilo
que é nítida
infiltração satânica no meio da Igreja. Não nos esqueçamos de que o inimigo sabe bem
imitar as coisas de
Deus (Ex.7:9-12; II Co.11:11-15). Senhor, dá-nos o discernimento!
III – OS DONS ESPIRITUAIS SERVEM PARA A EDIFICAÇÃO DA IGREJA
- Mas o apóstolo Paulo não diz apenas que a manifestação do Espírito Santo através dos
dons se dá para o que
for útil. Ele também nos indica três propósitos para os dons espirituais, ao dissertar a
respeito do dom de
profecia, que considera como sendo o dom mais sublime, revelando que seu propósito é
o de edificação,
exortação e consolação (I Co.14:3).
- Embora o apóstolo Paulo se refira a estes propósitos quando se refere ao dom de
profetizar, podemos
entender muito bem que tais propósitos não são exclusivos deste dom, mas são os
objetivos de todos os dons
espirituais, de todas as manifestações do Espírito Santo.
- Com efeito, no início de seu ensino, Paulo quis deixar claro que seu objetivo era
manter os coríntios cientes e
não ignorantes a respeito dos dons espirituais (I Co.12:1). Depois, manda que os crentes
em Corinto
buscassem com zelo os dons espirituais, principalmente o de profetizar (I Co.14:1).
- Assim, seu ensino não se resume apenas ao dom de profecia, embora seja ele o mais
excelente, mas abrange
todos os demais dons, que ele mesmo elencara para os coríntios (I Co.12:8-11).
- O apóstolo Paulo, então, mostra que a primeira finalidade dos dons espirituais é o da
edificação da Igreja.
Ora, “edificar” é a “elevação de um edifício; construção, ato ou fato de se conduzir à
virtude, à
perfeição, ao conhecimento”.
- Ora, a Igreja é o edifício de Deus (I Co.3:9), edifício este que, bem ajustado, deve
crescer para templo santo
no Senhor (Ef.2:21). 2º Trimestre de 2014 – DONS ESPIRITUAIS E DONS
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- Tendo como pedra principal da esquina, como fundamento primeiro o próprio Senhor
Jesus (Ef.2:20; I
Co.3:11), a Igreja tem de crescer tendo como bases, como fundamentos os apóstolos e
os profetas, o que já nos
fala das Escrituras, da doutrina dos apóstolos, do seu ensinamento, que havia sido
antecedido pelos profetas,
Escrituras estas que foram inspiradas pelo Espírito Santo (II Pe.1:21).
- Destarte, todo e qualquer dom espiritual, como serve para a edificação da Igreja, é algo
que tem de estar
baseado e alicerçado na Bíblia Sagrada, onde estão “os fundamentos dos apóstolos e
profetas”, Bíblia que é a
testemunha fidedigna de Cristo Jesus (Jo.5:39).
- Os dons espirituais servem, portanto, para o crescimento da Igreja, para a sua
edificação, para a sua
construção. Não é possível, portanto, que qualquer manifestação genuína e autêntica de
dom espiritual leve ao
menosprezo das Escrituras Sagradas e de seu estudo. Todo e qualquer “avivamento” que
desprestigie a Palavra
de Deus não provém de Deus. Lembremos sempre disto, amados irmãos!
- Os dons espirituais, portanto, servem para que a Igreja cresça espiritualmente e este
crescimento se dá, como
ensina o apóstolo Pedro, na graça e no conhecimento de Jesus Cristo (II Pe.3:18). O
crescimento espiritual
aproxima-nos de Jesus, desprende-nos das coisas desta vida, faz-nos glorificar a Cristo
Jesus.
- Os dons espirituais trazem-nos maturidade espiritual. A Igreja, mediante o exercício
dos dons espirituais,
santifica-se mais, distancia-se mais do pecado e do mundo, evangeliza mais, pois o
amor pelas almas perdidas
aumenta, torna-se mais vigilante, pois aumenta a esperança da volta de Cristo e passa a
depender mais e mais
do Senhor, porque aumenta a fé, a confiança em Deus. É para isto que os dons
espirituais se manifestam na
Igreja.
- A edificação da Igreja, como diz o apóstolo Paulo, traz um ajuste nos relacionamentos
entre os irmãos. A
edificação se faz para que haja um “bom ajuste” (Ef.2:11). Isto não se dá apenas com os
dons espirituais, mas,
13. também, com os dons ministeriais (Ef.4:16).
- Em estes dois textos de Efésios, a palavra grega é “sunarmologeo” (συναρμολογέω),
cujo significado é o de
“ajustar”, “ajuntar”, “construir conjuntamente”, a nos reportar, uma vez mais, à
dimensão comunitária e
relacional que deve existir na Igreja. O dom espiritual serve, portanto, para aumentar o
relacionamento entre
os salvos, para uni-los, numa mútua dependência, para que todos venham a crescer
conjuntamente na graça e
no conhecimento de Cristo Jesus, como diz o apóstolo, ao se referir aos ministérios,
para que “todos cheguem
à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da
estatura completa de Cristo”
(Ef.4:13).
- Os dons espirituais, portanto, não podem servir para um distanciamento entre irmãos,
entre aqueles
que têm o dom, e que passam a ser “venerados” pelos outros, que não os têm. Nada
disso! Aqueles que
recebem os dons, recebem para que todos os demais sejam, juntamente com ele,
edificados, para que todos
venham a crescer espiritualmente.
- Os dons espirituais, ademais, nesta sua tarefa de edificação promovem o ajuste para a
santificação da
Igreja. É para que a igreja seja “templo santo no Senhor”. Desta forma, a manifestação
dos dons espirituais
sempre tem em vista a promoção da santidade, a separação do pecado e, como
consequência, os dons
espirituais estimulam entre os salvos a prática dos meios de santificação, que são a
oração, a meditação nas
Escrituras, o jejum, o temor a Deus e a participação digna na ceia do Senhor. Existem
manifestações que
menosprezam tais práticas? Então, certamente não são provenientes do Senhor.
IV – OS DONS ESPIRITUAIS SERVEM PARA A EXORTAÇÃO DA IGREJA
- Mas o apóstolo Paulo, ao se referir ao dom de profecia, e já vimos que isto vale para
todo e qualquer dom
espiritual, também disse que a manifestação do Espírito Santo tem a finalidade de
exortação. 2º Trimestre de 2014 – DONS ESPIRITUAIS E DONS MINISTERIAIS:
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14. - “Exortar” é “dar estímulo a; animar, estimular; induzir (alguém) a fazer ou pensar
determinada
coisa; persuadir.” A palavra tem origem no latino “hortari”, que já significa incentivar,
estimular. Bem se vê,
pois, que “exortar” nada tem que ver com “bater”, “machucar”, “ferir”, como alguns
têm defendido e ensinado
nas igrejas locais, mas, sim, tem o significado de “animar”, de “dar ânimo”, de
“estimular”.
- A palavra “exortar” surge, pela vez primeira, na Versão Almeida Revista e Corrigida,
em Rm.12:8, quando o
apóstolo Paulo nos fala do dom assistencial de exortação, quando manda que quem tem
este dom, que o exerça
na sua plenitude. O próprio Paulo, em II Co.9:5, mostra-nos que tinha este dom, pois
animou os irmãos para
fazer o trabalho de coleta para os crentes da Judeia, como também nos informa que
Timóteo exerceu este dom
ao animar os crentes de Tessalônica que, perseguidos, estavam sem o apóstolo em meio
às lutas que sofriam.
A este mesmo Timóteo, Paulo aconselhou que persistisse em exortar os crentes (I
Tm.4:13). Pedro e Judas,
também, disseram, em suas cartas, da necessidade que sentiam, pelo Espírito Santo, de
animar e incentivar os
irmãos (II Pe.1:12; Jd.3).
- A palavra grega para “exortação” é “paraklesis” (παρακλησις), que é, precisamente, a
palavra com que o
Senhor Jesus Se referiu ao Espírito Santo, chamado por Ele de “Paráclito”, ou seja,
“Consolador”. “Exortar”,
portanto, é “consolar”, é “dar ânimo”, é “trazer o Espírito Santo”, é “trazer a
consolação” a quem está a ouvir.
Quando há o exercício de um dom espiritual de forma genuína e autêntico, isto nos traz
a presença do Santo
Espírito, faz-nos sentir o refrigério do Consolador, alegra o nosso coração. A
“exortação” não deixa pessoa
alguma triste ou revoltada, mas, sim, aliviada pela presença do Espírito Santo.
OBS: “…MAS, aos que se ajoelhavam diante dele, Jesus oferecia (como ninguém
jamais ofereceu) palavras de conforto e alento. Jesus conseguia
oferecer todo o apoio emocional que as pessoas necessitavam. O homem perfeito. Seu
perdão fazia com que as pessoas desejassem tocá-lo e
caminhar ao seu lado. Nossa conclusão é de que Jesus era, de fato, um mestre
conhecedor da Lei, um rabi com respeito dos religiosos da época e
um orador eloqüente... MAS, as multidões não procuravam o mestre, o rabi e o orador.
Procuravam o homem de palavras calmas que dizia
simplesmente com o olhar: "Eu também não te condeno..." (Jo.8:11). Este perdão que
jorra descontrolada e torrencialmente do ensino de Jesus deve
ser o mesmo a ser celebrado pela sua igreja hoje espalhada pela face da terra. O perdão
àqueles que vêm de fora, desejosos de conhecer o Reino e
de despencarem aos pés de Jesus deve ser apresentado sem muitas perguntas pelos
seguidores de Jesus. Ele convida os cansados, os oprimidos e os
15. desesperados a se juntarem a ele; e pior ainda: ele não coloca barreiras... (Mt.11:28-29).
Também o perdão àqueles que já se encontram
caminhando nas ruas do Reino, mas que, por qualquer razão, tenham dado uma
escapadinha para o lado de lá do muro não deve ser retido. As
falhas de nossos irmãos devem ser olhadas por nós da mesma forma que Jesus as
olharia; com misericórdia desmedida.Que fique claro que há
pessoas que querem encontrar igrejas de mentira, pessoas que buscam na palavra do
pregador aquilo que elas mesmas querem ouvir. Estes podem
correr para qualquer estabelecimento que se pareça com um auditório, que tenha um
púlpito, alguns instrumentos e uma urna para receber as
ofertas. Só não pensem que todos os lugares que se pareçam com uma reunião da igreja
sejam DE FATO uma reunião da igreja.Mas há também
homens e mulheres que dariam seu último suspiro para se encontrar com aquele filho de
carpinteiro que caminhava nas regiões da Galiléia
espalhando uma mensagem de misericórdia que arranque as toneladas que se acumulam
sobre seus ombros. Não nos importamos com as cores, o
tamanho e as letras do rótulo que certamente será colocado nesta caixinha chamada
igreja; mas devemos batalhar para que, ao olharem para nós,
enxerguem um grupo de onde jorram o amor e o perdão de Jesus. Neste rótulo deve
estar escrito: "misericórdia".” (BENTES, Fábio. O rótulo da
igreja. Disponível em: http://www.bibliaworldnet.com.br/ Acesso em 29 dez. 2006).
- A “exortação”, pelo que podemos verificar das passagens bíblicas em que ela é
mencionada, tem sempre a
ver com o estímulo para a nossa fé, é um meio pelo qual vemos nossa fé acrescida e
fortalecida, de modo a
que possamos persistir nesta batalha espiritual contínua, neste bom combate.
Precisamos estar sempre
animados, ter bom ânimo para vencer o mundo e o papel da “exortação” é precisamente
este. Não se trata,
pois, de apenas nos corrigir, para que não percamos a direção do céu, mas de nos
fortalecer, de nos dar forças
para chegarmos até o fim.
- Por isso, é altamente preocupante o comportamento de muitos que, na atualidade, em
vez de “exortar”, de
“animar” a fé dos irmãos, querem “agradar a carne”, criando entretenimento, diversão e
tudo o que traz
conforto à carne e ao corpo, mas nunca à alma e ao espírito. A tendência vivida, hoje,
em muitas igrejas locais,
é o de criar todo o tipo de espetáculo e de atividades que massageiem o ego das pessoas,
que coloquem em
realce a autoestima, a emoção e o sentimento, mas que nada ou muito pouco trazem à
alma e ao espírito. É
necessário que haja “exortação”, que haja “ânimo para o combate” e não entretenimento
ou divertimento.
Estamos em igrejas, não em salas de teatro, de show ou de cinema!
OBS: O saudoso pastor Walter Marques de Melo (1933-2012) sempre insistia em
mostrar que, por causa destas circunstâncias lamentáveis que
16. estamos a viver, estamos presenciando a concretização da “abominação desoladora” de
que falou o profeta Daniel em nossas igrejas
locais(Dn.9:27;12:11; Mt.24:15; . Somos obrigados a concordar com ele: ainda que a
abominação desoladora apontada pelo profeta venha a ocorrer
no meio da Grande Tribulação, ela está sendo figurada a cada dia nas atitudes
lamentáveis que vêm sendo tomadas com cada vez maior intensidade 2º Trimestre de
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nas igrejas locais, onde os templos são transformados em salões de baile, em locais de
eventos e espetáculos e não mais em locais de adoração a
Deus. Nestes lugares, realmente, o espírito do anticristo chegou e fez o seu trono,
realizando a abominação desoladora nesta porção do Israel de
Deus.
- Os dons espirituais têm a finalidade de animar e estimular os irmãos a prosseguir a sua
jornada para o
céu apesar das aflições e imensas dificuldades que temos em nossa peregrinação terrena.
É uma espécie
de “vitamina”, “fortificante” que nos encoraja a prosseguirmos a correr com paciência a
carreira que nos está
proposta (Hb.12:1-3).
- Por isso, os dons espirituais são necessários e estão presentes ainda hoje na Igreja, não
tendo razão os
chamados “cessacionistas”, que acreditam que os dons cessaram quando da
complementação das Escrituras.
Os dons espirituais servem de alento para nos fazer olhar para Cristo, para que nós nos
dediquemos ainda mais
ao estudo e meditação das Escrituras, máxime nos dias em que vivemos, em que se
multiplica a iniquidade.
- Assim como uma brisa traz um alívio para alguém que se encontra debaixo de um sol
causticante, do mesmo
modo a manifestação dos dons espirituais na Igreja traz um alívio para os salvos que, a
cada instante, têm de
guerrear incansavelmente contra as hostes espirituais da maldade (Ef.6:12).
- A cura do coxo na porta Formosa do templo de Jerusalém deu nova ousadia aos
apóstolos, a ponto de Pedro
fazer um outro grande sermão, dentro mesmo do templo, na presença de todos os
membros do Sinédrio,
levando à quase duplicação do número de crentes, crentes estes que, ante a manifestação
dos dons espirituais,
17. ficaram tão animados e estimulados que receberam o revestimento do poder, com uma
manifestação
sobrenatural de movimento do lugar onde estavam reunidos (At.4:31) e isto mesmo
depois de serem
ameaçados para não mais pregarem o Evangelho.
- A manifestação dos dons espirituais traz estímulo à fé, à esperança e ao amor dos
salvos em Cristo Jesus,
promove a união e o amor. Quando isto não acontece com as supostas manifestações
numa igreja local é hora
para se examinar e se pedir a direção de Deus, a fim de se evitar que enganos desviem
os irmãos da fé.
Pensemos nisto!
V – OS DONS ESPIRITUAIS SERVEM PARA A CONSOLAÇÃO DA IGREJA
- Por fim, o apóstolo Paulo mostra que os dons espirituais têm uma outra finalidade, que
é a consolação da
Igreja (I Co.14:3).
- A palavra grega que é traduzida por “consolação” é “paramuthia” (παρμυθία), cujo
significado é
“conforto”, “consolação”. “Conforto” é “consolo recebido ou prestado em momento de
preocupação, de
aflição; consolação; experiência agradável; sensação de prazer, de plenitude, de bem-
estar espiritual”. Sua raiz
é “fort-“, que significa “robusto. Resistente, sólido, bem feito”.
- Vemos, portanto, que os dons espirituais também servem para que os salvos em Cristo
Jesus
mantenham a sua força, obtida na graça que há em Cristo Jesus (II Tm.2:1),
mantenham-se fortalecidos
no Senhor e na força do Seu poder (Ef.6:10).
- Os dons espirituais permitem aos salvos uma sensação de bem-estar espiritual, a
experiência de que
estão imersos na graça de Deus, de que estão agradando ao Senhor e que, por isso,
devem prosseguir na
direção do Senhor.
- Israel, na sua jornada pelo deserto, que representa a jornada da Igreja rumo ao céu, era
fortalecido todos os
dias pelo maná, que diariamente caía para seu sustento, com exceção do sábado
(Ex.16:4,5), como também
pela água da rocha, que sempre os seguia ao longo da jornada a partir do Sinai (I
Co.10:4). Tanto o maná
quanto a água representam Cristo em nossas vidas e é d’Ele que ganhamos força para
prosseguirmos em nossa
peregrinação terrena.
18. 2º Trimestre de 2014 – DONS ESPIRITUAIS E DONS MINISTERIAIS: servindo a
Deus e aos homens com poder extraordinário
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- Entretanto, há momentos em que, a exemplo do que ocorria com Israel no deserto, há a
necessidade de
sermos lembrados de Cristo e de Seu poder por meio de manifestações do Espírito
Santo, que nos dão alento.
Episódios como a cura da lepra de Miriã, a cura daqueles que olhavam para a serpente
de metal, a abertura da
terra que engoliram Datã, Abirão, Coré e seus familiares, a manifestação da glória de
Deus na inauguração do
tabernáculo, serviram para dar os israelitas um bem-estar espiritual, um alento na sua
jornada para Canaã,
inclusive para Moisés.
- É este o papel que desempenham os dons espirituais durante a jornada da Igreja sobre
a face da terra. A
ocorrência de manifestações sobrenaturais do Espírito Santo serve de alento, dão aos
salvos em Cristo Jesus
uma necessária e indispensável sensação de conforto, de bem-estar que os permite
caminhar ainda mais
animados em direção ao céu, na direção dada pelo próprio Cristo Jesus e pelo Espírito
Santo.
- Foi o que ocorreu na cura do coxo da porta Formosa do templo de Jerusalém. Através
desta manifestação do
Espírito Santo, a igreja sentiu-se tão bem espiritualmente que, mesmo diante das
ameaças das autoridades,
orou ao Senhor pedindo-Lhe forças para que pregassem com ousadia o Evangelho, uma
sensação de bem-estar
espiritual tão grande que levou ao revestimento de poder de todos os crentes dali
(At.4:24-31).
- A demonstração do poder de Deus, não só pelos dons espirituais mas também pelas
chamadas operações de
Deus, faz com que haja conforto espiritual por parte dos salvos, uma sensação que lhes
dá o bom ânimo
necessário para que, a exemplo de Cristo, também vençam o mundo (Jo.16:33),
resultando daí um acréscimo à
fé, acréscimo este que dá firmeza espiritual ao salvo, que o aproxima dos mistérios
divinos (I Co.2:3-9).
- A vida espiritual é um processo dinâmico, de contínuo movimento, onde não é
possível parar nem estacionar.
19. Ou se cresce espiritualmente, ou se decresce espiritualmente. A ausência da
manifestação dos dons espirituais,
portanto, contribui fortemente para que haja a corrupção da vida espiritual (Pv.29:18), o
que é nefasto,
notadamente nos dias em que vivemos em que a multiplicação da iniquidade gera o
esfriamento do amor de
muitos (Mt.24:12).
- Não é coincidência, portanto, que diversos segmentos do Cristianismo que
negligenciam e até não creem na
manifestação atual dos dons espirituais tenham sido, nos últimos anos, sumamente
envolvidos com a
apostasia, sendo hoje movimentos totalmente irreconhecíveis, que já não mais se podem
dizer cristãos.
Tomemos cuidado, amados irmãos, para não seguirmos este mesmo e deletério
caminho!