O documento apresenta informações sobre um protocolo de intoxicação exógena/agrotóxicos, incluindo a metodologia ativa e autoinstrutiva do curso, com vídeo-aulas e leituras. Também fornece detalhes sobre carga horária, avaliação e certificação. Por fim, apresenta conceitos sobre intoxicação aguda e crônica, sinais e sintomas de intoxicação por agrotóxicos e classificação desses produtos químicos.
3. Informações ao aluno(a)
Este curso tem uma carga horária de 30 h por módulo, com duas
vídeos-aulas com cerca de 45’ e 35’ (minutos) cada uma, incluindo o
tempo para estudo da aula, leitura dos textos e avaliação.
Você poderá fazer o seu planejamento de estudo; mas, deverá
cumprir todas as etapas requeridas no período estabelecido nas
normas do curso.
A nota mínima para a certificação do módulo é 7 (sete); você tem
direito a três tentativas na sua avaliação.
Caso não alcance a média , ainda assim, você poderá cursar os
demais módulos; entretanto, não receberá a certificação, sendo
que, a certificação do módulo 1, é pré-requisito para este e os
outros módulos.
4. O gabarito comentado de cada questão será
apresentado ao aluno após ele ter concluído sua
avaliação (após as três tentativas)
O certificado será emitido online e só será entregue
após o prazo final estabelecido.
Informações ao aluno(a)
5. Autorias
Autoria 1ª edição : Ana Paula S. Mangabeira, Osvaldo
Aurélio e Gildete Sodré - DIVAST/CESAT.
Adaptação e atualização para versão online: Márcia
Brandão, Sandra Brasil – DIVAST/COGER e Rafael Veloso
– EESP.
Revisão 2ª edição: Márcia Brandão, Osvaldo Aurélio, Letícia
Nobre e Maria da Conceição Mota (DIVAST/CESAT).
Revisão 3ª edição: Letícia Nobre, Osvaldo Aurélio, Ana
Paula Mangabeira, Gildete Sodré, Camila Bulcão, Rita
Peralta e Rita Gomes – DIVAST/CESAT.
6. Busque no material de apoio e assista o
FILME - Impacto do uso de Agrotóxicos - Programa Trabalho em revista.
Este filme é uma entrevista com Dr. Wanderlei Pignati
que aborda a saúde do trabalhador e da população
exposta a agrotóxico.
7. O que exatamente é Agrotóxico?
Grupos de substâncias químicas usadas
principalmente para combater “pragas” e
doenças presentes na agricultura,
visando manter a “produtividade”.
Estão entre os mais importantes fatores de riscos
para a saúde humana, especialmente dos
trabalhadores, e que causam danos ao meio
ambiente.
8. Agrotóxicos
Utilizados em grande escala por vários
setores produtivos e mais intensamente
pelo setor agropecuário.
9. Agrotóxicos
O Brasil é o maior consumidor mundial de
agrotóxico desde 2008, estando a Bahia na
sétima posição entre os estados consumidores.
As culturas onde mais se utilizam agrotóxico
são: soja, algodão, cana de açúcar, milho e
citros. (12L por hectare – SINDAG/2011)
Cada brasileiro consome aproximadamente
4,5L de agrotóxico por ano. (Dossiê Abrasco, maio/2015 Parte 1)
10. Exemplos de outras utilizações
Na construção e manutenção de estradas
Nos tratamentos de madeiras para construção
Indústria moveleira
Armazenamento de grãos e sementes
Produção de flores
Capina química
Combate às endemias e epidemias
(Saúde Pública)
Como domissanitários (substâncias usadas em ambiente
doméstico para limpeza e/ou dessinfecção).
11. Quem são os expostos?
Dentre os trabalhadores expostos destacam-se,
além dos trabalhadores rurais, os da saúde
pública, de empresas dessinsetizadoras, de
transporte, comércio e indústria de síntese.
Ressalte-se ainda, que a população em geral
também está exposta, seja através de resíduos
em alimentos e água, de contaminação
ambiental ou acidental.
As intoxicações por agrotóxicos são de notificação
compulsória e de investigação obrigatória
independentemente de sua relação ou não com o trabalho.
12. Quem são os expostos?
A diversidade das situações de trabalho pode modificar
consideravelmente o risco, uma vez que os métodos de aplicação, as
modalidades do uso dos biocidas, as formas de organização do trabalho,
os tipos de cultivo, as condições climáticas, são muito diversas (Sznelwar,
1993).
13. Quem são os expostos?
Trabalhadores que manipulam agrotóxicos
(preparo ou mistura)
Obs.: esta forma de diluir os venenos está duplamente inadequada, pois, além
da grande área aberta que pode respingar em partes do corpo do trabalhador,
o recipiente é de material com amianto, que é produto CARCINOGÊNICO.
14. Armazenamento inadequado de
embalagens
O Armazenamento
inadequado pode levar a
vazamento das
embalagens.
O local deve ser fechado
para impedir o acesso
de outras pessoas que
não estão habilitadas a
manusear esses
produtos, principalmente
crianças que residem
próximo a lavoura, e
sinalizado com placa .
PRODUTO PERIGOSO
15. Descarte inadequado de embalagens
Embalagens
deixadas na lavoura
contaminam o meio
ambiente e podem
ser usadas
inadequadamente
pela população
como recipientes
para
armazenamento de
água, etc. causando
danos à saúde.
16. Os agrotóxicos são também
conhecidos por outros nomes
Pesticidas
Praguicidas
Biocidas
Fitossanitários
Defensivos agrícolas
Venenos
“Remédios”
Pesticida, praguicida, agrotóxico são termos genéricos para uma
variedade de agentes ... A legislação brasileira assume a
denominação AGROTÓXICOS
17. Busque no material de apoio e assista
FILME - Reportagem especial da TVBRASIL – Uso de agrotóxico
Este filme aborda o armazenamento, descarte e reciclagem
das embalagens de agrotóxico, meios de aplicação,
contaminação ambiental e o adoecimento da população
exposta a agrotóxicos.
20. Classificação – Quanto ao Grupo Químico:
“Substância Principal”
(Diferentes mecanismos de ação)
Carbamatos
Organoclorados
Organofosforados
Organomercuriais
Derivados do Ácido
Fenoxiacético
Derivados do
Cloronitrofenol
Derivados
cumarínicos
Dipiridílicos
Piretróides e
Piretrinas
Tiocarbamatos
Outros
21. Classificação – Quanto à Formulação
(modo de apresentação)
Comprimidos
Concentrado Emulsionável
Concentrado Solúvel
Emulsão Concentrada
Gel
Granulado
Grânulos Autodispersíveis
Microgranulado
Óleo Emulsionável
Pasta
Pastilhas
Pó Molhável
Pó Seco
Pó Solúvel
Solução Aquosa
Concentrada
Solução Não-aquosa
concentrada
Suspensão Concentrada
etc.
22. Classificação – Quanto à
Toxicidade
Classe Toxicológica ( C T )
CLASSE I
Extremamente
tóxico
Faixa
vermelha
CLASSE II Altamente tóxico Faixa amarela
CLASSE III
Medianamente
tóxico
Faixa azul
CLASSE IV Pouco tóxico Faixa verde
23. Considerações Importantes
1 Há uma variedade de substâncias e produtos que
estão agrupados sob o termo agrotóxico.
2 As substâncias transportadoras, aditivos, impurezas,
contaminantes e outros que estão presentes nos
agrotóxicos às vêzes são mais perigosas que a
substância principal.
3 Na maioria dos casos, os trabalhadores não
conhecem a composição dos produtos e não
informam os dados referentes à frequência, dose e
tempo de exposição, elementos e características
fundamentais na análise da exposição ao risco e que
apresentam variabilidade no cotidiano do trabalho.
25. Alguns dados...
Começaram a ser usados a partir da década de 1920 sem
informações sobre a sua toxicidade.
Na 2ª Guerra Mundial foram usados como arma química.
A partir de então, tiveram seu uso expandido.
Em 1975, no Brasil, o Plano Nacional de Desenvolvimento
responsável pelo aumento de crédito para a compra de
agrotóxicos instituindo uma cota de agrotóxico para cada
financiamento requerido.
Aumento de propagandas.
O Brasil é o maior consumidor mundial desde 2008.
(www.ecologiamedica.net ).
26. Estudos apontam danos à:
Saúde das populações humanas
Saúde dos trabalhadores
Ao meio ambiente
E o aparecimento de resistência em
organismos alvo (“pragas” e vetores)
Alguns dados...de estudos sobre os danos:
27. Os agrotóxicos são a principal causa de óbito por intoxicação aguda no
Brasil = maior letalidade comparados aos demais agentes causadores de
intoxicações agudas
No setor agrícola:
Falta de observação ou não utilização
de técnicas alternativas, manejo
integrado de pragas ;
Utilização excessiva e indiscriminada;
Falta de orientação técnica;
Falta de percepção de risco por parte
do trabalhador;
Pouco acesso à informação;
Falta ou uso inadequado de medidas
de proteção coletiva e individual (EPC
e EPI);
Uso indevido em ambiente doméstico
(não observação das restrições de uso
Facilidade de acesso resulta
em seu uso em tentativas de
suicídio
28. O que é um caso suspeito de intoxicação por
agrotóxico?
29. O que é um caso suspeito de
Intoxicação por Agrotóxico?
“Entende-se por Intoxicação os casos em
que, após exposição a um determinado
tipo de produto e/ou substância química,
no caso agrotóxico, há aparecimento de
alterações bioquímicas, funcionais e/ou
sinais clínicos compatíveis com o quadro
de intoxicação.”
(Portaria Estadual nº 125/2011)
30. Perguntas básicas que devem ser feitas ao
paciente nos serviços de saúde
1. Você trabalha?
2. Qual a sua ocupação?
3. Que tipo de atividade você faz no seu
trabalho?
4. No seu trabalho você utiliza ou tem contato
com algum agrotóxico, veneno ou “remédio”
para pragas? Há quanto tempo?
5. Quais são eles? Como você os utiliza?
6. Você recebe orientações quanto ao uso desses
produtos?
31. Quais as manifestações clínicas mais
importantes para suspeitar de intoxicação por
agrotóxico ?
Cefaléia
Náusea
Tontura
Vômito
Fraqueza
Dores e cólicas abdominais
Tremores musculares
Dispnéia
Hipotensão ou hipertensão
Bradicardia (frequência cardiaca <60bpm) ou (taquicardia->120bpm)
e outros
Sudorese excessiva
Câimbras e formigamentos
Alergias (pele, olhos e aparelho respiratório)
32. Intoxicação Aguda ou Intoxicação
Crônica?
Sintomas inespecíficos – cefaléia, náusea,
tonturas, vômitos, fraqueza, podem ser comuns a
outras doenças.
Se identificado este grupo de sintomas em
pessoas EXPOSTAS: sempre suspeitar e
investigar a possibilidade de ser intoxicação por
agrotóxicos.
33. Alguns sintomas podem aparecer tanto em
intoxicações agudas como nas crônicas; em
geral, as agudas são mais fáceis de serem
identificadas
A suspeita pode e deve ser feita por qualquer
profissional da equipe de saúde
A avaliação diagnóstica deve ser feita pelo
médico clínico; quando necessário, encaminhar
para o especialistas.
Intoxicação Aguda ou Intoxicação
Crônica?
34. INTOXICAÇÃO AGUDA
É uma alteração no estado de saúde de um
indivíduo ou de um grupo de pessoas, que resulta
da interação nociva de uma substância com o
organismo vivo.
Pode ocorrer de forma leve, moderada ou grave,
a depender da quantidade de veneno absorvido,
do tempo de absorção, da toxicidade do produto
e do tempo decorrido entre a exposição e o
atendimento médico.
Imagem: Cartilha elaborada
pela Fundacentro
35. Sinais e sintomas súbitos, alguns minutos
ou algumas horas após a exposição
excessiva de um indivíduo ou de um grupo
de pessoas a um toxicante, entre eles os
agrotóxicos.
A exposição geralmente é única, ocorre
num período de até 24 horas, acarretando
efeitos rápidos à saúde. A associação
causa/efeito encontra-se facilitada
INTOXICAÇÃO AGUDA
Imagem: Cartilha elaborada
pela Fundacentro
37. Classificação da Intoxicação Aguda
CLASSIFICAÇÃO QUADRO CLINICO
LEVE Caracterizado por cefaléia, irritação cutâneo-
mucosa, dermatite de contato irritativa ou por
hipersensibilização, náusea e discreta tontura.
MODERADA Caracterizado por cefaléia intensa, náusea, vômitos,
cólicas abdominais, tontura mais intensa, fraqueza
generalizada, parestesia, dispnéia, salivação e
sudorese aumentadas.
SEVERA Caracterizado por miose, hipotensão, arritmias
cardíacas, insuficiência respiratória, edema agudo
de pulmão, pneumonite química, convulsões,
alterações da consciência, choque, coma, podendo
evoluir para óbito.
38. Onde buscar os códigos da CID-10ª das
Intoxicações Agudas por agrotóxicos?
Capítulo XIX: Lesões, envenenamento e algumas outras
conseqüências de causas externas.
Capítulo XX: Causas externas de morbidade e de
mortalidade.
Capítulo XXI: Fatores que influenciam o estado de saúde e
o contato com os serviços de saúde.
Z57.4 – Exposição ocupacional a agentes tóxicos na
agricultura (inclui sólidos, líquidos, gases e vapores)
OBS: para o melhor detalhamento verifique este site:
http://www.invisual.com.br/consultacid/arvore-cid.php
39. INTOXICAÇÃO CRÔNICA
São alterações no estado de saúde de um
indivíduo ou de um grupo de pessoas que se
estabelecem ao longo de anos decorrentes de
exposições repetidas a agentes tóxicos, no caso,
agrotóxicos.
Levam a efeitos danosos potencialmente graves e
frequentemente irreversíveis, especialmente
neurotóxicos, endócrinos, metabólicos, cânceres,
hepatopatias, além de distúrbios psíquicos.
40. INTOXICAÇÃO CRÔNICA
Em alguns casos (inseticidas organofosforados)
uma exposição aguda pode levar a um quadro
de neuropatia tóxica retardada, desenvolvendo,
assim, uma patologia crônica.
O diagnóstico de intoxicação crônica é, em
geral, difícil de ser estabelecido; por
apresentarem sintomatologia diversificada e
inespecífica; principalmente quando há
exposição a múltiplos produtos, situação muito
comum na agricultura brasileira.
41. Quais os códigos da CID-10ª das doenças que
podem ser causadas por Intoxicações Crônicas
por agrotóxicos?
Manifesta-se através de inúmeras patologias, que atingem vários
órgãos e sistemas, com destaque para os problemas: Imunológicos,
hematológicos, hepáticos, neurológicos, dermatológicos,
malformações congênitas e tumores.
Capítulos da 10ª CID:
Capítulo II: Neoplasias [Tumores].
Capítulo III: Doenças do Sangue e dos Órgãos Hematopoéticos e alguns transtornos
Imunitários.
Capítulo V: Transtornos Mentais e Comportamentais.
Capítulo VI: Doenças do Sistema Nervoso
Capítulo VII: Doenças do Olho e Anexos
Capítulo VIII: Doenças do Ouvido e da Apófise Mastóide
Capítulo IX: Doenças do Aparelho Circulatório
Capítulo X: Doenças do Aparelho Respiratório
Capítulo XI: Doenças do Aparelho Digestivo.
Capítulo XII: Doenças da Pele e do Tecido Subcutâneo.
42. As informações deste curso objetivam despertar a atenção
do profissional de saúde para o problema da intoxicação
por agrotóxico.
Apenas o médico está habilitado para fazer diagnóstico e
orientar a conduta terapêutica. As informações devem
servir para alertar aos profissionais diante dos casos,
observando situações que requerem uma pronta ação no
sentido de encaminhar ao serviço médico de urgência,
emergência ou outros atendimentos (Resolução nº
1488/1998 do Conselho Federal de Medicina)
A suspeita e notificação da suspeita poderá ser feita
por qualquer profissional da equipe de saúde.
43. Por que Notificar as Intoxicações por
Agrotóxico?
São bastante sub-registradas;
Sua real magnitude não é conhecida;
São importante causa de morbi-mortalidade;
São evitáveis e passíveis de prevenção;
Resultam em custo social elevado para
trabalhadores, família, empresa, estado e
sociedade.
De todos os envenenamentos, os causados por
agrotóxicos apresentam maior letalidade.
(FIOCRUZ, 2000)
44. Tipo de Agravo 2009 2010 2011
Acidente Trabalho c/ Exposição a
Material Biológico 919 262 1.807
Acidente de Trabalho Grave 791 1.133 1.376
Câncer Relacionado ao Trabalho - 1 3
Dermatoses Ocupacionais 28 26 36
LER DORT 1.207 957 857
PAIR 34 12 14
Pneumoconiose 7 13 10
Transtorno Mental 41 33 63
Intoxicações/Exógenas Ocupacionais 90 118 362
Total 3.117 3.555 4.528
Tabela 01 - Número de Agravos e Doenças Relacionadas ao Trabalho
Notificados no SINAN, Bahia, 2009 a 2011.
46. Qual o fluxo de notificação?
Unidade de Saúde
(UBS/ESF,
Urg.Emerg., Un.Esp.)
Não Sim
Não Sim
Notificar conforme a ficha do SINAN.
A unidade tem condições de investigar o
caso?
Encaminhar o caso para a vigilância em
saúde do município para
proceder a investigação e confirmação
ou não do caso
Investiga e
confirma ou não o
caso. Acompanhar
a evolução do caso.
Não notifica, faz as
orientações necessárias
a situação.
Atender o usuário utilizando
as PERGUNTAS BÁSICAS
É um caso suspeito de
Intoxicação por Agrotóxico?
47. A DIVAST junto com a DIVISA, DIVEP, CIAVE,
LACEN e ATENÇÃO BÁSICA estão construindo os
fluxogramas para a vigilância à saúde de
populações expostas a agrotóxicos.
Os próximos slides apresentam uma proposta
inicial desses fluxogramas e o instrutivo para as
ações de vigilância e atenção à saúde das
populações potencialmente expostas a
agrotóxicos.
48. FLUXOGRAMAS PARA AÇÕES DE ATENÇÃO E VIGILÂNCIA DA POPULAÇÃO
POTENCIALMENTE EXPOSTA A AGROTÓXICOS
50. Descrição dos Fluxogramas de rotina da
Vigilância em Saúde do Trabalhador
1.Monitoramento
1.1 Identificação e dimensionamento da população
trabalhadora potencialmente exposta a agrotóxicos na
região e municípios.
Buscar número de trabalhadores na agricultura (PEA
Ocupada) nas bases do IBGE (Censo 2010 e Censo
Agropecuário) e na RAIS/MTE (Relação Anual de
Informações Sociais, Ministério do Trabalho e Emprego);
conferir dados de reconhecimento do território realizado
pela Atenção Básica/Saúde da Família.
51. Descrição dos Fluxogramas de rotina da
Vigilância em Saúde do Trabalhador
1.Monitoramento
1.2 Dados de morbimortalidade
Deve-se levantar os casos de intoxicação por agrotóxicos
nos sistemas de informação em saúde - SINAN, SIH, SIM
e SIAB (e-SUS). Verificar casos suspeitos e confirmados;
analisar as informações segundo principais variáveis
(sexo, idade, escolaridade, ocupação, tipo de exposição,
tipo de circunstância, município, tipo de produto etc).
52. Descrição dos Fluxogramas de rotina da Vigilância em
Saúde do Trabalhador
1.Monitoramento
1.3 Produção de informações e divulgação
Avalia e monitora os impactos das
intervenções, faz a contra referência da
vigilância e contribui para o aperfeiçoamento
dos instrumentos de notificação;
A partir da análise de situação de saúde,
produzir notas técnicas, informes e boletins
epidemiológicos; disponibilizar e divulgar para
técnicos, serviços e população.
53. 2. Inspeção em ambientes de trabalho
Veja o fluxograma e ações das Orientações
Técnicas para Ações de Vigilância de
Ambientes e Processos de Trabalho Agrícola.
Deverá ser realizada rotineiramente e sempre
que houver notificação de casos suspeitos ou
demandas das redes de Atenção Básica, de
Especialidades e de Urgência e Emergência.
Descrição dos Fluxogramas de rotina da Vigilância em
Saúde do Trabalhador
54. As ações devem ser planejadas antes, durante e depois da vigilância
dos ambientes e processos do trabalho agrícola devendo definir a equipe
técnica, buscar junto a representação dos trabalhadores informações
que auxiliem no processo de vigilância. Ao final do planejamento revisar
dados e informações coletadas
Na inspeção sanitária a equipe deve se apresentar ao responsável pela
propriedade e explicar o motivo da inspeção. Durante a inspeção deve identificar e
reconhecer os riscos no local inspecionado, fazer registro audiovisual, fazer
análise da documentação da propriedade e dos trabalhadores existentes. Caso
necessário solicitar cópia de documentos. Realizar entrevista com trabalhadores
para subsidiar a identificação dos problemas existentes no processo e no ambiente
de trabalho agrícola. Ao final da inspeção emitir notificação daquilo que é
pertinente.
De posse dos dados levantados quando do planejamento e da inspeção,
elabora-se o Documento Técnico, contendo descrição sucinta do
processo de trabalho, identificação das situações e fatores de risco e
estabelecendo as medidas de prevenção e proteção a serem cumpridas
pelo produtor/proprietário
I – Vigilância em Saúde do Trabalhador
2. Inspeção em ambientes de trabalho
55. Comunicação aos interessados,
encaminhando cópias do documento técnico
para o proprietário, representante dos
trabalhadores, técnicos responsáveis e,
quando pertinente, para o Ministério Público
do Trabalho.
Nesta etapa deve-se acompanhar e
monitorar o trabalho desenvolvido por meio
de avaliação do cumprimento de medidas de
prevenção e proteção propostas. Definição
e acompanhamento de processos
administrativos requeridos.
I – Vigilância em Saúde do Trabalhador
2. Inspeção em ambientes de trabalho
56. I – Vigilância em Saúde do Trabalhador
3. Investigação de casos, eventos e situações de
risco à saúde
As redes de Atenção Básica, Especializada e de Urgência e Emergência
devem identificar os casos de intoxicação por agrotóxicos; notificar casos
suspeitos ou confirmados e acionar as equipes de vigilância em saúde;
na suspeita de relação com o trabalho comunicar e ou encaminhar ao
Cerest.
As equipes de Visau e do Cerest deverão se articular com a rede
básica, especializada e hospitalar para prestar apoio técnico
necessário à investigação e confirmação dos casos de
intoxicação, sejam agudos ou crônicos.
No atendimento aos trabalhadores referenciados, a equipe do
Cerest deve investigar se as doenças ou os sintomas das pessoas
atendidas estão relacionados com as atividades que exercem, na
região onde se encontram.
57. I – Vigilância à Saúde do Trabalhador
3. Investigação de casos, eventos e situações de
risco à saúde
Para isso, é necessário que se colete informações, junto ao
paciente ou seu acompanhante, as mais completas possíveis,
sobre a história de exposição do paciente aos venenos, ainda que
esta tenha ocorrido há muito tempo.
Deve-se inspecionar o local de trabalho, procedendo análise do
ambiente e do processo de trabalho, para consubstanciar o caso
em questão; também deverão ser avaliados os demais
trabalhadores expostos neste ambiente, bem como proceder
busca ativa de outros possíveis casos.
Ao final da investigação, deve-se reencaminhar o usuário para a
Atenção Básica (e outro serviço que o referenciou) com relatório e
orientações.
58. Relativos aos itens 1,2, e 3 - As intervenções deverão
ser articuladas com outros setores (sindicatos,
associações, ONG), Ministério Público, como também
instituições governamentais envolvidas (ex: Agricultura,
Meio Ambiente, Secretaria do Trabalho e Emprego,
entre outros).
Participar e/ou realizar capacitação de profissionais do
município, de forma articulada com as VISAU, Atenção
Básica, especializada e hospitalar, e NRS/BRS.
Articular-se com e prestar informações às instâncias de
gestão e controle social, conselheiros de saúde, meio
ambiente, trabalho, previdência.
I – Vigilância à Saúde do Trabalhador
Inspeção em ambientes
59. Descrição dos Fluxogramas de Rotina da Vigilância de
Saúde do Trabalhador
II. ASSISTÊNCIA
Acolhimento – acolhe o trabalhador referenciado.
Atende os casos referenciados, faz a consulta com os profissionais de
saúde necessários, faz anamnese, se tem suspeita encaminha o
trabalhador para realizar exames: a) hemograma completo, com
contagem de reticulócitos, b) Bioquímicos: proteínas totais e frações;
eletroforese das globulinas; bilirrubinas totais e frações; fosfatase alcalina;
TGO; TGP; GAMAGT; uréia, creatinina, TSH, T3;T4.Glicemia de jejum. c)
Exame de urina rotina. d) Dosagem de acetilcolinesterase plasmática
quando da suspeita de intoxicação aguda se trabalha com
organofosforado ou carbamatos, e colinesterase eritrocitaria quando a
suspeita for de intoxicação crônica , ou estabelecer que será solicitada
colinesterase eritrocitaria pois já sabemos que se trata de população
exposta cronicamente a múltiplos agrotóxicos entre os quais os
inibidores da colinesterase.e) Radiologia de tórax. f) Se o exame de
acetilcolinesterase plasmática der alteração encaminhar para realização
da Dosagem de acetilcolinesterase eritrocitária.
60. Descrição dos Fluxogramas de Rotina da Vigilância de
Saúde do Trabalhador
II. ASSISTÊNCIA
Após a análise médica dos exames complementares em
conjunto com as consultas dos outros profissionais de saúde,
estabelece o nexo, emite relatório para empresa além da
notificação no SINAN, quando o trabalhador é formal emite a
Comunicação do Acidente de Trabalho - CAT (Quanto a
emissão da CAT pela vigilância, deve-se atentar que a emissão
deste documento é um ato médico, tendo o documento
inclusive um laudo médico a ser preenchido, com diagnóstico,
quadro clinico , CID , etc) e orienta quanto aos procedimentos
trabalhistas e previdenciários.
Trabalhador – servidor público estadual da saúde, preencher a
Notificação de Acidente no Serviço (NAS). Quando o trabalhador
for informal não emite CAT, notifica no SINAN.
61. Descrição dos Fluxogramas de Rotina da Vigilância de
Saúde do Trabalhador
II. ASSISTÊNCIA
Encaminha o Trabalhador para tratamento médico na
rede especializada se for necessário.
Realiza inspeção no ambiente de trabalho (conforme
Orientações Técnicas para Ações de Vigilância de
Ambientes e Processos de Trabalho Agrícola).
Orienta os municípios da área de abrangência e
capacita os profissionais de saúde para diagnóstico,
tratamento e vigilância.
62. Descrição dos Fluxogramas de Rotina da Vigilância de
Saúde do Trabalhador
II. ASSISTÊNCIA
Registra o caso e alimenta a base de dados, realiza
a contra referência para a Atenção Básica com
relatório e orientações.
Analisa base de dados e elabora relatórios
epidemiológicos.
Desenvolve intervenções de forma articulada com
outros setores (sindicatos, associações, ONG)
instituições governamentais envolvidas.
63. PROTEÇÃO DA SAÚDE EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA COM
USO DO AGROTÓXICO - BENZOATO DE EMAMECTINA EM
LAVOURAS DE ALGODÃO NA REGIÃO OESTE DA BAHIA
Orientações básicas para profissionais de
saúde após aplicação
Orientações básicas para médicos
Orientações básicas para profissionais da
Agricultura, Produtores e Trabalhadores
Rurais
Esse material está disponível no material de apoio
64. Como notificar?
Deverão ser notificados, através da
Ficha de Notificação do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação -
SINAN, todos os casos em que haja
suspeita que o indivíduo tenha sido
exposto a agrotóxicos e apresente
sinais e sintomas clínicos de
intoxicação e/ou alterações
laboratoriais provavelmente ou
possivelmente compatíveis.
65.
66.
67.
68.
69. Grupos de Agente Tóxico – Classificação Geral (49)
Grupos de Agente Tóxico Descrição
Agrotóxico/uso agrícola compreende as substâncias e os produtos destinados ao uso
nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento
de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de
florestas nativas ou implantadas e de outros ecossistemas, e
também em ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja
finalidade seja alterar a composição da flora e fauna, a fim de
preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados
nocivos, bem como substâncias e produtos empregados como
desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do
crescimento. Incluem os inseticidas, fungicidas, herbicidas,
fumigantes, molusquicidas, nematicidas e acaricidas.
Agrotóxico/uso doméstico compreende as substâncias e os produtos utilizados como
inseticidas ou repelentes destinados ao combate, à prevenção
e ao controle dos insetos em domicílios e suas áreas comuns,
no interior de instalações, edifícios públicos ou coletivos e
ambientes afins.
Agrotóxico /uso Saúde
Pública
- inseticida utilizado em saúde pública, na eliminação e
controle de vetores transmissores de doenças endêmicas.
Raticida produto desinfestante destinado à aplicação em domicílios e
suas áreas comuns, no interior de instalações, edifícios
públicos ou coletivos e ambientes afins para controle de
roedores.
70. Caso Confirmado
Definir diagnóstico e tratamento conforme toxicidade do
produto e quadro clínico.
Quando não for possível fechar o caso e/ou se
necessário investigação, a UBS deverá encaminhar
para a REDE especializada do SUS, para atendimento
em todos os níveis de complexidade e depois retornar
para acompanhamento pela UBS.
Nas regiões com CEREST, este poderá ser acionado
pela equipe da ABS/ESF para prestar o apoio técnico na
investigação e vigilância do caso
71. Caso confirmado
A VISAU Municipal deverá ser acionada em todos os casos,
especialmente nas regiões que não contam com CEREST.
A depender do grau de complexidade e em situações de surtos
ou emergências, a DIVAST e a equipe da CEVESP/DIVEP
poderão/deverão ser acionados.
Lembrar que os casos agudos e graves de intoxicação
requerem atendimento imediato,
em uma Unidade de Saúde, com capacidade técnica
necessária para dar resolutividade, como
Hospital e Centros de Referência – Centro de Informação Anti-
Veneno/CIAVE: 0800-284-4343
Após isto, deve retornar à UBS para acompanhamento.
72. Para um melhor aproveitamento deste
conteúdo, foi disponibilizada na vídeo – aula:
“ Roda de Conversa sobre ADRT no SINAN”
um caso-situação, sobre Intoxicação Exógena!
73. Reforçando a importância da
notificação
As estatísticas no Brasil são parciais :
Dificuldade de dimensionamento da população
exposta.
Sub-registro
Variedade de produtos
Misturas
Desconhecimento das propriedades toxicológicas
Despreparo dos serviços e profissionais.
É um importante e grave problema de saúde pública
com baixa visibilidade social e
baixo registro nas estatísticas oficiais
74. Reforçando a importância da
notificação
Não aplicação das leis federais e estaduais que dispõem
sobre agrotóxicos.
O desconhecimento por parte dos trabalhadores rurais
quanto aos riscos a que estão expostos.
Toxicidade, da forma de uso, do descarte das
embalagens, da contaminação do solo e água.
A comercialização e o comércio clandestino.
O transporte inadequado e uso indevido.
Venda parcelada . Exemplo: O chumbinho que é um
Carbamato (Aldicarb) altamente tóxico e letal.
75. Sua ação pode fazer a diferença na
prevenção.
Como?
Mapeando os produtos utilizados na sua
região e divulgando esta informação nos
serviços de saúde.
Segue o exemplo de uma experiência bem
sucedida.
Prevenção de Intoxicação
por Agrotóxico
76. Mapeamento dos produtos do tipo de
agrotóxico utilizados na sua região
Zona Rural
Plantação
de
Abacaxi
Quais os agrotóxicos usados nestas
cultura?
Plantação de Tomate
Nome Tipo
Classe
toxicoló
gica
Principio
Ativo
Grupo
Químico
77. Mapeamento dos produtos do tipo de
agrotóxico utilizados na sua região
Zona Urbana
Controle de Endemias
Exemplo:Dengue
Quais os agrotóxicos usados nestes
casos?
Hortas
Nome Tipo
Classe
toxicoló
gica
Princípio
Ativo
Grupo
Químico
78. Mapeamento dos Fatores e Riscos Ocupacionais
da Fazenda de Plantação de Abacaxi
Documento Técnico/2010* /DIVAST
Coordenador da
COVAP/DIVAST
Alexandre Jacobina de
Brito
Equipe técnica da
COVAP/DIVAST
(relativo a este período*)
Anameire de J. Martins/
Engenheira Agrônoma
Maria Conceição T. da Mota
Assistente Social/Sanitarista
Emerson Lopes de Britto Silva
Engenheiro Químico
Ana Maria Ferreira Galvão
Bióloga/Higienista
Equipe técnica da
COAST/DIVAST
(*relativo a este período)
Wéltima Cunha /Farmacêutica
79. Mapeamento dos Fatores e Riscos Ocupacionais
da Fazenda de Plantação de Abacaxi
Documento Técnico/2010* /CEREST
Alexandre Jacobina de
Brito
Coordenador da
COVAP/DIVAST
Quésia Oliveira Santana
Almeida /Enfermeira
Flavia Ferreira/Fisioterapeuta
Mariana Cardoso/Psicóloga
Técnicos do CEREST
Itaberaba
(*relativo a este período)
Edson Fonseca Diniz/
Engenheiro Agrônomo
Técnico do CEREST Santo
Antônio de Jesus
(*relativo a este período)
Francisco Oliveira/ Técnico
de Segurança do Trabalho
Técnico do CEREST de
Jequié
(*relativo a este período)
80. A Carta do Cacique Seattle, em
1855.
“...Isto sabemos: a terra não pertence ao
homem; o homem pertence à terra. Todas
as coisas estão ligadas como o sangue
que une uma família. Há uma ligação em
tudo.
O que ocorrer com a terra recairá sobre
os filhos da terra. O homem não tramou o
tecido da vida; ele é simplesmente um de
seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a
si mesmo...”
81. Os objetivos foram
alcançados?
Identificar o que é intoxicação por agrotóxico
Identificar o que é um caso suspeito
Conhecer o protocolo de notificação da
intoxicação
Preencher a ficha de notificação.
Conhecer medidas de prevenção.
83. Bibliografia
BRASIL. Protocolo de Atenção à Saúde dos
Trabalhadores Expostos a agrotóxicos. Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento
de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Editora
do Ministério da Saúde, 2006.
BAHIA. Manual de Normas e Procedimentos
Técnicos para a Vigilância da Saúde do Trabalhador,
Secretaria de Saúde do Estado,
SESAB/SUVISA/CESAT, 2002.
Apostila de toxicologia básica do CIAVE/SESAB agosto
de 2009.
Dossiê Agrotóxico Abrasco
Textos complementares e filmes no material de apoio