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Interlocução entre Kafka e o Dadaísmo
Marliane Dessoti (Pibid/Capes/Uergs)
Dadaismo
O Dadaísmo foi um movimento que se originou durante a 1ª Guerra
Mundial, em Zurique, cidade que se manteve neutra durante a guerra.
Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães
que, se tivessem permanecido em seus respectivos países,
teriam sido convocados para o serviço militar, o Dada foi um
movimento de negação. Durante a Primeira Guerra Mundial,
artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça, eram
contrários ao envolvimento dos seus próprios países na guerra.
(http://www.dicionarioinformal.com.br/).
Foi num café que o movimento dadá surgiu, cantores se apresentavam
e era permitido recitar poemas, (http://www.infoescola.com/artes/dadaismo)[...]
[...] esta cidade havia se convertido em refúgio para gente de toda a
Europa. Ali se reuniram pessoas de várias escolas como o cubismo
francês, o expressionismo alemão e o futurismo italiano. Isto confere
ao dadaísmo a particularidade de não ser um movimento de rebeldia
contra uma escola anterior, mas de questionar o conceito de arte
antes da grande guerra. (http://www.infoescola.com/artes/dadaismo).
Era um movimento que negava todas as tradições sociais e artísticas e
tinha como base um anarquismo niilista1
e o slogan de Bakunin2
: "A destruição
também é criação".
Os dadaístas valorizavam o acaso bem como o absurdo com tendências
anti-racionais e irônicas o movimento era contrário à burguesia, ao naturalismo
1
NIILISMO s.m. Negação de qualquer crença. / Sistema que tinha partidários na Rússia do
séc. XIX, e cujo objetivo era a destruição radical das estruturas sociais, sem visar a nenhum
estado definitivo.
2
BAKUNIN (Mikhail), revolucionário russo (Tver', 1814 - Berna, 1876), um dos chefes da
Internacional, depois historiógrafo da anarquia.
e buscava a destruição da arte acadêmica demonstrando grande admiração
pela arte abstrata.
O movimento dadaísta fez parte de um processo de libertação de
valores preestabelecidos e buscou chocar um público ligado a valores
tradicionais e tinha como objetivo libertar a imaginação através da destruição
das noções artísticas convencionais através de experiências e formas mais
apropriadas à expressão do homem moderno em relação a sua vida.
Impressões
Para entender o que foi esse movimento, eu fui atrás de leituras que
pudessem me esclarecer. Já havia ouvido o termo, mas nunca li ou pesquisei
sobre o movimento. Parece-me que agora algumas coisas ficam mais claras
em relação a algumas expressões artísticas – quer sejam visuais, musicais,
cênicas ou na dança – que nos desacomodam quando nos deparamos com o
inesperado, o contrário do que seriam os padrões considerados corretos.
Provocar um desconforto, uma reação ou crítica, diante de uma
expressão artística, mantém vivo a ideia dadaísta do grupo composto por
artistas como Tristan Tzara, Hans Harp, Richard Hülsenbeck, Marcel Janko,
Hugo Ball e Hans Richter.
Kafka
"Há esperanças, só não para nós.” Franz Kafka
Franz Kafka, escritor judeu-tcheco, escreveu em alemão no início do
século XX.
nasceu em Praga em 3 de julho de 1883, cidade que durante todos os
40 anos da vida do escritor pertenceu à monarquia austro-húngara.
Filho de um abastado comerciante judeu, Kafka cresceu sob as
influências de três culturas: a judia, a tcheca e a alemã.
(http://almanaque.folha.uol.com.br/kafka.htm).
Kafka escrevia sobre os absurdos da condição humana do artista.
Um músico tocando na praça, um poeta recitando seus versos num
bar, uma estátua humana na feira popular, são todos exemplos
clássicos da excentricidade e da gratuidade do ser artista – a arte
enquanto fim. O artista somente gostaria de atenção e
reconhecimento. Ele se exibe e se explicita porque precisa de outro
olhar, sendo o ser social que é. Por mais que seja egocêntrico e
solipsista. Mas o artista morre por causa de sua própria arte. Assim
os poetas falidos, os atores descartados, os compositores
endividados, as modelos fora de moda, todos renegados e afastados
do 'bom convívio social', sendo segregados em bordéis, botecos,
casas de saúde, abrigos para artistas, condomínios, manicômios. Os
artistas morrem em nome da arte isso significa muito e tudo, mas
apenas para ele mesmo. (http://www.helenasut.net/visualizar
No livro “Um artista da fome”, Kafka conta a história de um homem que
monta um espetáculo para chamar a atenção. Ele entra numa gaiola e fica sem
comer durante incontáveis dias. As pessoas que passavam por ele o viam,
testando os limites do próprio corpo, mas essa prática não era mais prestigiada
como fora no passado, nem mesmo passar fome era mais considerado como
arte.
Algumas pessoas que já prestaram atenção nele por algum tempo,
agora deixaram de notá-lo em meio à palha com a qual agora ele se parecia,
pálido e esquecido.
Tentar entender a obra de um escritor pode parecer prepotente, mas é o
que normalmente fazemos, nos perguntamos o que será que o autor quis nos
mostrar ou que reflexão ele quer nos provocar? Kafka fez-me relembrar
sentimentos que já tive em momentos que estive no papel de musicista, tocar
para uma platéia que não vê e não escuta e não quer ver nem ouvir o que está
sendo tocado. Tocar sem platéia, ou até tocar para pessoas que te olham e
pensam: o que eles estão fazendo aqui? Estão fazendo barulho e ocupando
nossa passagem!
Ler alguém como Kafka que revela a condição humana e a natureza de
nossos tempos, nos aproxima ainda mais do desconforto que podem gerar
questões como a ingratidão, o desrespeito pelo outro, pelas diferenças, pelas
escolhas.
A apresentação
Para ilustrar essas duas leituras, o movimento dadaísta e “Um artista da
Fome de Franz Kafka, eu escolhi uma canção do grupo musical “Palavra
Cantada” com a seguinte letra:
Antigamente
Palavra Cantada
Antigamente eu tinha um
nome tão bonito
Antigamente ela era minha
mãe
Antigamente eu era a filha
mais querida
Antigamente eu vivia de
verdade
Agora estou aqui tão só
Coberta pelo pó
Ela dizia que não ia me
esquecer
Que eu sentia como sente um
bebê
Me defendia quando me
tratavam mal
E até brigava com quem
zombava de mim
E agora vai me dar
Só ocupo lugar
Trocava minha fralda mais de
vinte vezes
Me desbotei de tanto ela me
dar banho
Passava em mim um vidro
inteiro de perfume
Depois me maquiava como
sua mãe
E agora estou com tanto
medo
Voltar ser um brinquedo
Essa letra me faz pensar em quantas vezes desejamos ter alguma coisa,
conquistamos nosso objeto do desejo e então nos damos conta de que não era
tão importante ou perdemos o interesse simplesmente. Quantas coisas nós
perdemos pelo caminho por não nos interessarmos mais, não lembramos ou
não enxergamos no meio da palha amarela.
Primeiramente pensei em como unir o dadaísmo com a história da
boneca esquecida, foi então que me ocorreu interpretar a letra com uma
boneca cantando a canção, no quarto, esquecida, enquanto sua dona também
no quarto com algumas amigas olha fotos no celular e ouvem músicas em
plena adolescência.
Assim que termina a canção, a boneca levanta-se, pega o celular da sua
ex-dona e sai falando com alguém: “- Oi....Barbie? Tudo? Onde você está?
Vamos sair?”
Enquanto isso as adolescentes ficam paralisadas no quarto, agora como
bonecas!
REFERÊNCIAS
KAFKA, Franz - Um Artista Da Fome - www.virtualbooks.com.br/
http://www.dicionarioinformal.com.br - acessado em 10/04/2013 –
http://www.infoescola.com/artes/dadaismo - acessado em 11/04/2013
http://almanaque.folha.uol.com.br/kafka.htm - acessado em 12/04/2013
http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/dadaismo.htm - acessado em
10/04/2013
http://www.dicionarioinformal.com.br - acessado em 10/04/2013 –
http://www.infoescola.com/artes/dadaismo - acessado em 11/04/2013
http://almanaque.folha.uol.com.br/kafka.htm - acessado em 12/04/2013
http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/dadaismo.htm - acessado em
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Kafka e o Dadaísmo

  • 1. Interlocução entre Kafka e o Dadaísmo Marliane Dessoti (Pibid/Capes/Uergs) Dadaismo O Dadaísmo foi um movimento que se originou durante a 1ª Guerra Mundial, em Zurique, cidade que se manteve neutra durante a guerra. Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se tivessem permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados para o serviço militar, o Dada foi um movimento de negação. Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao envolvimento dos seus próprios países na guerra. (http://www.dicionarioinformal.com.br/). Foi num café que o movimento dadá surgiu, cantores se apresentavam e era permitido recitar poemas, (http://www.infoescola.com/artes/dadaismo)[...] [...] esta cidade havia se convertido em refúgio para gente de toda a Europa. Ali se reuniram pessoas de várias escolas como o cubismo francês, o expressionismo alemão e o futurismo italiano. Isto confere ao dadaísmo a particularidade de não ser um movimento de rebeldia contra uma escola anterior, mas de questionar o conceito de arte antes da grande guerra. (http://www.infoescola.com/artes/dadaismo). Era um movimento que negava todas as tradições sociais e artísticas e tinha como base um anarquismo niilista1 e o slogan de Bakunin2 : "A destruição também é criação". Os dadaístas valorizavam o acaso bem como o absurdo com tendências anti-racionais e irônicas o movimento era contrário à burguesia, ao naturalismo 1 NIILISMO s.m. Negação de qualquer crença. / Sistema que tinha partidários na Rússia do séc. XIX, e cujo objetivo era a destruição radical das estruturas sociais, sem visar a nenhum estado definitivo. 2 BAKUNIN (Mikhail), revolucionário russo (Tver', 1814 - Berna, 1876), um dos chefes da Internacional, depois historiógrafo da anarquia.
  • 2. e buscava a destruição da arte acadêmica demonstrando grande admiração pela arte abstrata. O movimento dadaísta fez parte de um processo de libertação de valores preestabelecidos e buscou chocar um público ligado a valores tradicionais e tinha como objetivo libertar a imaginação através da destruição das noções artísticas convencionais através de experiências e formas mais apropriadas à expressão do homem moderno em relação a sua vida. Impressões Para entender o que foi esse movimento, eu fui atrás de leituras que pudessem me esclarecer. Já havia ouvido o termo, mas nunca li ou pesquisei sobre o movimento. Parece-me que agora algumas coisas ficam mais claras em relação a algumas expressões artísticas – quer sejam visuais, musicais, cênicas ou na dança – que nos desacomodam quando nos deparamos com o inesperado, o contrário do que seriam os padrões considerados corretos. Provocar um desconforto, uma reação ou crítica, diante de uma expressão artística, mantém vivo a ideia dadaísta do grupo composto por artistas como Tristan Tzara, Hans Harp, Richard Hülsenbeck, Marcel Janko, Hugo Ball e Hans Richter. Kafka "Há esperanças, só não para nós.” Franz Kafka Franz Kafka, escritor judeu-tcheco, escreveu em alemão no início do século XX. nasceu em Praga em 3 de julho de 1883, cidade que durante todos os 40 anos da vida do escritor pertenceu à monarquia austro-húngara. Filho de um abastado comerciante judeu, Kafka cresceu sob as influências de três culturas: a judia, a tcheca e a alemã. (http://almanaque.folha.uol.com.br/kafka.htm). Kafka escrevia sobre os absurdos da condição humana do artista.
  • 3. Um músico tocando na praça, um poeta recitando seus versos num bar, uma estátua humana na feira popular, são todos exemplos clássicos da excentricidade e da gratuidade do ser artista – a arte enquanto fim. O artista somente gostaria de atenção e reconhecimento. Ele se exibe e se explicita porque precisa de outro olhar, sendo o ser social que é. Por mais que seja egocêntrico e solipsista. Mas o artista morre por causa de sua própria arte. Assim os poetas falidos, os atores descartados, os compositores endividados, as modelos fora de moda, todos renegados e afastados do 'bom convívio social', sendo segregados em bordéis, botecos, casas de saúde, abrigos para artistas, condomínios, manicômios. Os artistas morrem em nome da arte isso significa muito e tudo, mas apenas para ele mesmo. (http://www.helenasut.net/visualizar No livro “Um artista da fome”, Kafka conta a história de um homem que monta um espetáculo para chamar a atenção. Ele entra numa gaiola e fica sem comer durante incontáveis dias. As pessoas que passavam por ele o viam, testando os limites do próprio corpo, mas essa prática não era mais prestigiada como fora no passado, nem mesmo passar fome era mais considerado como arte. Algumas pessoas que já prestaram atenção nele por algum tempo, agora deixaram de notá-lo em meio à palha com a qual agora ele se parecia, pálido e esquecido. Tentar entender a obra de um escritor pode parecer prepotente, mas é o que normalmente fazemos, nos perguntamos o que será que o autor quis nos mostrar ou que reflexão ele quer nos provocar? Kafka fez-me relembrar sentimentos que já tive em momentos que estive no papel de musicista, tocar para uma platéia que não vê e não escuta e não quer ver nem ouvir o que está sendo tocado. Tocar sem platéia, ou até tocar para pessoas que te olham e pensam: o que eles estão fazendo aqui? Estão fazendo barulho e ocupando nossa passagem! Ler alguém como Kafka que revela a condição humana e a natureza de nossos tempos, nos aproxima ainda mais do desconforto que podem gerar questões como a ingratidão, o desrespeito pelo outro, pelas diferenças, pelas escolhas. A apresentação Para ilustrar essas duas leituras, o movimento dadaísta e “Um artista da
  • 4. Fome de Franz Kafka, eu escolhi uma canção do grupo musical “Palavra Cantada” com a seguinte letra: Antigamente Palavra Cantada Antigamente eu tinha um nome tão bonito Antigamente ela era minha mãe Antigamente eu era a filha mais querida Antigamente eu vivia de verdade Agora estou aqui tão só Coberta pelo pó Ela dizia que não ia me esquecer Que eu sentia como sente um bebê Me defendia quando me tratavam mal E até brigava com quem zombava de mim E agora vai me dar Só ocupo lugar Trocava minha fralda mais de vinte vezes Me desbotei de tanto ela me dar banho Passava em mim um vidro inteiro de perfume Depois me maquiava como sua mãe E agora estou com tanto medo Voltar ser um brinquedo Essa letra me faz pensar em quantas vezes desejamos ter alguma coisa, conquistamos nosso objeto do desejo e então nos damos conta de que não era tão importante ou perdemos o interesse simplesmente. Quantas coisas nós perdemos pelo caminho por não nos interessarmos mais, não lembramos ou não enxergamos no meio da palha amarela. Primeiramente pensei em como unir o dadaísmo com a história da boneca esquecida, foi então que me ocorreu interpretar a letra com uma boneca cantando a canção, no quarto, esquecida, enquanto sua dona também no quarto com algumas amigas olha fotos no celular e ouvem músicas em plena adolescência. Assim que termina a canção, a boneca levanta-se, pega o celular da sua ex-dona e sai falando com alguém: “- Oi....Barbie? Tudo? Onde você está? Vamos sair?” Enquanto isso as adolescentes ficam paralisadas no quarto, agora como bonecas! REFERÊNCIAS KAFKA, Franz - Um Artista Da Fome - www.virtualbooks.com.br/
  • 5. http://www.dicionarioinformal.com.br - acessado em 10/04/2013 – http://www.infoescola.com/artes/dadaismo - acessado em 11/04/2013 http://almanaque.folha.uol.com.br/kafka.htm - acessado em 12/04/2013 http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/dadaismo.htm - acessado em 10/04/2013
  • 6. http://www.dicionarioinformal.com.br - acessado em 10/04/2013 – http://www.infoescola.com/artes/dadaismo - acessado em 11/04/2013 http://almanaque.folha.uol.com.br/kafka.htm - acessado em 12/04/2013 http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/dadaismo.htm - acessado em 10/04/2013