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Psiquiatria
Geriátrica
Ansiedade no Idoso
• Emoção normal e universal, com importante papel
adaptativo.
• Age como sistema protetor alertando o
indivíduo de um perigo iminente.
Ansiedade
• É patológica quando desproporcional
à situação que a desencadeia ou
quando não existe um objeto específico
ao qual se relacione.
• Em idosos transtornos de ansiedade
são prevalentes:
aumentam incapacidade;
pioram sociabilidade;
aumentam uso de serviços de
saúde;
causam prejuízo cognitivo e pioram a qualidade de vida.
Ansiedade
Epidemiologia:
Aproximadamente 10 a 15% em idosos
Comorbidades: frequentes
80-85% dos idosos com doença física -> coexistência de sint. ansiosos
20 a 50% dos idosos ansiosos tem sintomas depressivos
Sintomas predominantemente físicos-> procuram pouco o
psiquiatra e mais o clínico.
Sintomas psíquicos que devem ser sempre investigados
Ansiedade do
Idoso
SINTOMAS
Físicos Psíquicos
Ansiedade do
Idoso
Fonte: Kapczinski F, Quevedo J, Schmitt R, Chachamovich E. Emergências Psiquiátricas.Porto Alegre:
Artmed Editora, 2001.
Autonômicos: taquicardia, vasoconstrição, sudorese, aumento
do peristaltismo, náusea, midríase, piloereção
Musculares: dores, contraturas, tremores
Cenestésicos: parestesias (adormecimentos),
calafrios,ondas de calor
Respiratórios: sufocação, sensação de afogamento, asfixia
SINTOMAS FÍSICOS : muito
frequentes em idosos
Ansiedade do
Idoso
• Tensão
• Nervosismo
• Apreensão
• Mal-estar indefinido
• Insegurança
• Dificuldade de concentração
• Sensação de estranheza
• Despersonalização (impressão de que se é estranho a si mesmo,
de que o sentir e o agir não tem participação ativa, efetuando-se
de modo quase automático; sensação de que o corpo ou
algumas de suas partes não formam uma unidade )
• Desrealização (sintoma dissociativo que faz com que o indivíduo
tenha a sensação de que o mundo é irreal, como em um sonho)
Fonte: Kapczinski F, Quevedo J, Schmitt R, Chachamovich E. Emergências
Psiquiátricas.Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
SINTOMAS PSÍQUICOS
Ansiedade do
Idoso
Em resumo:
Condição psiquiátrica muito comum no idoso (Blazer et al., 1991)
1º episódio aos 60 anos ou +
Causa sofrimento significativo e comprometimento
funcional
Aumenta comorbidades psiquiátricas.
Idosos tendem a enfatizar sintomas somáticos em detrimento dos físicos.
Pouca procura por atendimento psiquiátrico
Ansiedade do
Idoso
TOC
Fobias
T. Do
Pânico
TAG
TEPT
Ansiedade do
Idoso
+ Comum
+ Comum
Aumento em
estudos
Raro Associação
doenças fisicas
É o mais comum em idosos (1 a 10%)
A preocupação é incontrolável, acompanhada por sintomas físicos e
psicológicos
• Critérios diagnósticos:
Ansiedade e preocupação associadas nervosismo, agitação,
fadiga, tremores, dificuldade de concentração ou “brancos”
na mente, irritabilidade, tensão muscular, perturbação do
sono.
Esses sintomas causam sofrimento significativo e/ou prejuízo
funcional em uma ou mais áreas da vida da pessoa.
OBS: Afastar outras causas como uso de substâncias,
doença clínica ou psiquiátrica.
TAG
Prevalência- 1 a 10%
Quadro Clinico: dificuldade de controlar preocupações e sint.
físicos e psicológicos:(nervosismo, tremores, tensão muscular,
alterações do sono, fadiga, vazio na cabeça, sudorese, palpitações,
tonturas e mal estar epigástrico...)
Idosos com transtorno de ansiedade tem maior risco de
suicídio e mais sintomas físicos
TAG
• Medos persistentes e irracionais perante situações que não
oferecem perigo real ao sujeito.
• Leva a esquiva, evitação dessas situações
• Quando não consegue evitar as situações: ansiedade
antecipatória que pode comprometer o desempenho.
No idoso, manifestação um pouco diferente:
medo de quedas...
Frequentemente associada a depressão.
Fobias
Fobia Social
• Medo de se expor a situações em que pode ser avaliado 
evitação
• Sinais e sintomas: ansiedade, medo, rubor, tremores, náuseas,
vontade de urinar urgentemente. Acontece em 2 a 5% dos
idosos, mais em mulheres do que em homens
• Pode estar associada a uso de drogas e tb exacerbar sintomas
de doenças pré-existentes
Fobias
Crise de pânico : episódios de medo intenso com sensação ou de
morte iminente ou de enlouquecer, acompanhados de múltiplos
sintomas somáticos
Duração: 30min (pico 10min)
Se não tratadas, as crises podem levar ao comportamento de
esquiva.
Geralmente começa na juventude ou na idade adulta.
Início Tardio: associado a doenças clínicas: DPOC,
cardiopatias, D. Parkinson
Ataques agudos de medo intenso, inesperado e recorrente.
Baixa prevalência em idosos  0,7%
É frequente sintomas mistos de TAG e Pânico
T. Do
Pânico
Características: Presença de obsessões (ideias, pensamentos, medos
intrusivos, imagens) e compulsões ( comportamentos, atos e
pensamentos repetitivos, ritualísticos)
Prevalência: de 2,0 a 2,5% na infância, adolescência e adultos jovens.
Raramente aparecerá na velhice.
Pessoas com TOC , quando envelhecem, tendem a apresentar melhora
dos sintomas.
Diagn.Diferencial com Síndrome de Diógenes
TOC
Diagnóstico diferencial do TOC:
Síndrome de Diógenes
Distúrbio de acumulação de lixo, negligencia com higiene própria
e também do ambiente, isolamento social, recusa de ajuda,
persecutoriedade e ausência de critica em relação aos sintomas.
Características: sintomas como revivência (flashbacks),
frequentes, involuntários e intrusivos, ocorrendo após evento
traumático, com comportamentos de esquiva e hiper-
reatividade.
Baixa incidência em idosos, com poucos estudos nessa
população
TEPT
Quadros mistos:
Sintomas de TAG + Pânico são relativamente frequentes.
É importante detalhar o máximo possível tanto os sintomas
quanto presença ou não de desencadeantes e de
comorbidades.
Sintomas de Ansiedade podem estar associados a
Depressão ou ser entidade nosológica independente.
Ansiedade do
Idoso
Diagnóstico diferencial
• Condições médicas gerais podem desencadear T. Ansiedade
(hipertireoidismo, angina, dores...), bem como intoxicações
ou abstinência de substâncias.
Ansiedade do
Idoso
• Alta prevalência ao longo da vida
• Pouco diagnosticada
• Tratada inadequadamente
( ou sub-tratada)
Fatores de risco:
Condições clínicas particularmente associadas a maior prevalência
em idosos:
incontinência urinária ,
dificuldades auditivas,
hipertensão arterial,
distúrbios do sono etc...
Ansiedade do
Idoso
Há sintomas de ansiedade e depressão, mas nenhum conjunto de
sintomas, considerado separadamente, é grave o suficiente para
justificar um diagnóstico isolado.
Idosos nessa condição tem muitos sintomas somáticos,
maior probabilidade de ideação suicida e mesmo de
tentativas.
Ansiedade comórbida prediz declínio de memória na idade
avançada. (De Luca et al.,2005)
Comorbidade de Ansiedade e Depressão
Ansiedade do
Idoso
Diagnóstico
HMA: paciente e familiar/cuidador
EXAME PSÍQUICO
Investigar estressores psicossociais
Investigar comorbidades (Parkinson, AVC, TOC, Demência, transtornos
crônicos do humor...)
Excluir:
T. Humor (Depressão), T. Psicóticos, Demência, Uso Abusivo de Álcool/Drogas
(cafeína e medicações em uso).
Exame físico minucioso
Exames Laboratoriais
Hemograma completo, eletrólitos, glicemia, função renal, hepática e
tireoidiana, níveis séricos de ácido fólico e B12, ECG, Raio X tórax, urina I,
toxicológico e sorologias para sífilis e HIV.
Neuroimagem e aval. neuropsicológica quando houver suspeita de déficit
cognitivo
Ansiedade do
Idoso
Educação, mudanças ambientais
Mostrar os benefícios potenciais do
tratamento psicossocial é de
fundamental importância.
Técnicas de relaxamento
Eficazes para a diminuição de
sintomas de ansiedade em adultos.
Terapia cognitivo-comportamental
(TCC)
Benéfica, especialmente para o
tratamento de T. Pânico e TOC.
Tratamento Não Farmacológico
Ansiedade do
Idoso
Tratamento Medicamentoso
ANTIDEPRESSIVOS
Primeira linha para T. Pânico, TOC, transtorno misto de ansiedade e
depressão, TAG e transtorno de estresse pós-traumático – iniciar com
metade da dose do adulto e titular até a recuperação ou a maior dose
possível ou até a dose máxima
ISRS
Efetivos e bem tolerados. ( Lenze e al,2009)
Ef. colaterais sexuais - incluídos na avaliação da medicação (a maioria
dos idosos tende a não falar espontaneamente sobre esse aspecto)
ISRNA: desvenlafaxina, duloxetina, venlafaxina - efetiva em TAG
Outros antidepressivos como mirtazapina, trazodona e vortioxetina,
embora indicados com evidências, necessitam de mais estudos em
idosos
Ansiedade do
Idoso
Tratamento Medicamentoso
Buspirona
Propriedades agonistas serotoninérgicas
Efetiva para TAG, embora mais estudos sejam necessários em
idosos.
X BZD: pouco sedativa, produz menos déficit cognitivo e menos
prejuízo psicomotor, pouco potencial de abuso ou abstinência e
pouca interação medicamentosa.
Início de ação demora várias semanas não sendo recomendada
para sintomas agudos de ansiedade!
Administração: 2 a 3 vezes ao dia
Ansiedade do
Idoso
Tratamento Medicamentoso
Alta prevalência de uso na população idosa (16,6% a 43%) e
seu uso tende a ocorrer a longo prazo.
Início rápido de ação
Todos os BZD podem provocar déficit cognitivo, lentificação
psicomotora e alteração de marcha, levando a um maior risco
de quedas e fraturas ósseas.
Devem ser usados com cautela e por curto período.
0s riscos são predominantemente dose-dependentes.
Stella F. Ansiedade no Idoso. In:Psiquiatria Geriátrica do diagnóstico precoce à reabilitação.
Ed Forlenza O. São Paulo, Editora Atheneu, 2007.
Ansiedade do
Idoso
Tratamento Medicamentoso
Benzodiazepínicos (BZD)
Em idosos preferir:
-BZD de meia-vida curta devido à metabolização mais
rápida, menor índice de interação medicamentosa e
menos efeitos adversos residuais
- BZD que não produzem metabólitos ativos: Lorazepam
Se necessária prescrição: baixa dose,
por tempo limitado monitorando efeitos adversos!
Stella F. Ansiedade no Idoso. In:Psiquiatria Geriátrica do diagnóstico precoce à reabilitação.
Ed Forlenza O. São Paulo, Editora Atheneu, 2007.
Tratamento Farmacológico
Antipsicóticos
• Usados qdo a ansiedade ou agitação for secundária
a demência, delirium, psicose ou se houver
refratariedade à medicação de primeira linha.
• Preferir antipsicóticos atípicos aos tradicionais.
(Morinigoet al., 2005) - único estudo em idosos com
idade avançada, usando risperidona.
• Atípicos: menos efeitos extrapiramidais, menor
tendência a discinesia tardia e menor prejuízo cognitivo,
mas riscos maior de mortalidade.
• *Podem causar sedação, ganho de peso e
alterações metabólicas (diabetes tipo 2 ou
dislipidemia)
Ansiedade do
Idoso
CONCLUINDO:
Transtornos de ansiedade são frequentes em todas as fases da vida, incluindo a
velhice.
Tem sintomas físicos , psicológicos e emocionais.
Idosos frequentemente tem comorbidades clínicas, dificultando o diagnóstico
da ansiedade e trazendo prejuízos na qualidade de vida e aumentando a busca
de atendimentos em serviços de saúde.
Ansiedade do Idoso

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  • 3. • Emoção normal e universal, com importante papel adaptativo. • Age como sistema protetor alertando o indivíduo de um perigo iminente. Ansiedade
  • 4. • É patológica quando desproporcional à situação que a desencadeia ou quando não existe um objeto específico ao qual se relacione. • Em idosos transtornos de ansiedade são prevalentes: aumentam incapacidade; pioram sociabilidade; aumentam uso de serviços de saúde; causam prejuízo cognitivo e pioram a qualidade de vida. Ansiedade
  • 5. Epidemiologia: Aproximadamente 10 a 15% em idosos Comorbidades: frequentes 80-85% dos idosos com doença física -> coexistência de sint. ansiosos 20 a 50% dos idosos ansiosos tem sintomas depressivos Sintomas predominantemente físicos-> procuram pouco o psiquiatra e mais o clínico. Sintomas psíquicos que devem ser sempre investigados Ansiedade do Idoso
  • 7. Fonte: Kapczinski F, Quevedo J, Schmitt R, Chachamovich E. Emergências Psiquiátricas.Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. Autonômicos: taquicardia, vasoconstrição, sudorese, aumento do peristaltismo, náusea, midríase, piloereção Musculares: dores, contraturas, tremores Cenestésicos: parestesias (adormecimentos), calafrios,ondas de calor Respiratórios: sufocação, sensação de afogamento, asfixia SINTOMAS FÍSICOS : muito frequentes em idosos Ansiedade do Idoso
  • 8. • Tensão • Nervosismo • Apreensão • Mal-estar indefinido • Insegurança • Dificuldade de concentração • Sensação de estranheza • Despersonalização (impressão de que se é estranho a si mesmo, de que o sentir e o agir não tem participação ativa, efetuando-se de modo quase automático; sensação de que o corpo ou algumas de suas partes não formam uma unidade ) • Desrealização (sintoma dissociativo que faz com que o indivíduo tenha a sensação de que o mundo é irreal, como em um sonho) Fonte: Kapczinski F, Quevedo J, Schmitt R, Chachamovich E. Emergências Psiquiátricas.Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. SINTOMAS PSÍQUICOS Ansiedade do Idoso
  • 9. Em resumo: Condição psiquiátrica muito comum no idoso (Blazer et al., 1991) 1º episódio aos 60 anos ou + Causa sofrimento significativo e comprometimento funcional Aumenta comorbidades psiquiátricas. Idosos tendem a enfatizar sintomas somáticos em detrimento dos físicos. Pouca procura por atendimento psiquiátrico Ansiedade do Idoso
  • 10. TOC Fobias T. Do Pânico TAG TEPT Ansiedade do Idoso + Comum + Comum Aumento em estudos Raro Associação doenças fisicas
  • 11. É o mais comum em idosos (1 a 10%) A preocupação é incontrolável, acompanhada por sintomas físicos e psicológicos • Critérios diagnósticos: Ansiedade e preocupação associadas nervosismo, agitação, fadiga, tremores, dificuldade de concentração ou “brancos” na mente, irritabilidade, tensão muscular, perturbação do sono. Esses sintomas causam sofrimento significativo e/ou prejuízo funcional em uma ou mais áreas da vida da pessoa. OBS: Afastar outras causas como uso de substâncias, doença clínica ou psiquiátrica. TAG
  • 12. Prevalência- 1 a 10% Quadro Clinico: dificuldade de controlar preocupações e sint. físicos e psicológicos:(nervosismo, tremores, tensão muscular, alterações do sono, fadiga, vazio na cabeça, sudorese, palpitações, tonturas e mal estar epigástrico...) Idosos com transtorno de ansiedade tem maior risco de suicídio e mais sintomas físicos TAG
  • 13. • Medos persistentes e irracionais perante situações que não oferecem perigo real ao sujeito. • Leva a esquiva, evitação dessas situações • Quando não consegue evitar as situações: ansiedade antecipatória que pode comprometer o desempenho. No idoso, manifestação um pouco diferente: medo de quedas... Frequentemente associada a depressão. Fobias
  • 14. Fobia Social • Medo de se expor a situações em que pode ser avaliado  evitação • Sinais e sintomas: ansiedade, medo, rubor, tremores, náuseas, vontade de urinar urgentemente. Acontece em 2 a 5% dos idosos, mais em mulheres do que em homens • Pode estar associada a uso de drogas e tb exacerbar sintomas de doenças pré-existentes Fobias
  • 15. Crise de pânico : episódios de medo intenso com sensação ou de morte iminente ou de enlouquecer, acompanhados de múltiplos sintomas somáticos Duração: 30min (pico 10min) Se não tratadas, as crises podem levar ao comportamento de esquiva. Geralmente começa na juventude ou na idade adulta. Início Tardio: associado a doenças clínicas: DPOC, cardiopatias, D. Parkinson Ataques agudos de medo intenso, inesperado e recorrente. Baixa prevalência em idosos  0,7% É frequente sintomas mistos de TAG e Pânico T. Do Pânico
  • 16. Características: Presença de obsessões (ideias, pensamentos, medos intrusivos, imagens) e compulsões ( comportamentos, atos e pensamentos repetitivos, ritualísticos) Prevalência: de 2,0 a 2,5% na infância, adolescência e adultos jovens. Raramente aparecerá na velhice. Pessoas com TOC , quando envelhecem, tendem a apresentar melhora dos sintomas. Diagn.Diferencial com Síndrome de Diógenes TOC
  • 17. Diagnóstico diferencial do TOC: Síndrome de Diógenes Distúrbio de acumulação de lixo, negligencia com higiene própria e também do ambiente, isolamento social, recusa de ajuda, persecutoriedade e ausência de critica em relação aos sintomas.
  • 18. Características: sintomas como revivência (flashbacks), frequentes, involuntários e intrusivos, ocorrendo após evento traumático, com comportamentos de esquiva e hiper- reatividade. Baixa incidência em idosos, com poucos estudos nessa população TEPT
  • 19. Quadros mistos: Sintomas de TAG + Pânico são relativamente frequentes. É importante detalhar o máximo possível tanto os sintomas quanto presença ou não de desencadeantes e de comorbidades. Sintomas de Ansiedade podem estar associados a Depressão ou ser entidade nosológica independente. Ansiedade do Idoso
  • 20. Diagnóstico diferencial • Condições médicas gerais podem desencadear T. Ansiedade (hipertireoidismo, angina, dores...), bem como intoxicações ou abstinência de substâncias. Ansiedade do Idoso
  • 21. • Alta prevalência ao longo da vida • Pouco diagnosticada • Tratada inadequadamente ( ou sub-tratada) Fatores de risco: Condições clínicas particularmente associadas a maior prevalência em idosos: incontinência urinária , dificuldades auditivas, hipertensão arterial, distúrbios do sono etc... Ansiedade do Idoso
  • 22. Há sintomas de ansiedade e depressão, mas nenhum conjunto de sintomas, considerado separadamente, é grave o suficiente para justificar um diagnóstico isolado. Idosos nessa condição tem muitos sintomas somáticos, maior probabilidade de ideação suicida e mesmo de tentativas. Ansiedade comórbida prediz declínio de memória na idade avançada. (De Luca et al.,2005) Comorbidade de Ansiedade e Depressão Ansiedade do Idoso
  • 23. Diagnóstico HMA: paciente e familiar/cuidador EXAME PSÍQUICO Investigar estressores psicossociais Investigar comorbidades (Parkinson, AVC, TOC, Demência, transtornos crônicos do humor...) Excluir: T. Humor (Depressão), T. Psicóticos, Demência, Uso Abusivo de Álcool/Drogas (cafeína e medicações em uso). Exame físico minucioso Exames Laboratoriais Hemograma completo, eletrólitos, glicemia, função renal, hepática e tireoidiana, níveis séricos de ácido fólico e B12, ECG, Raio X tórax, urina I, toxicológico e sorologias para sífilis e HIV. Neuroimagem e aval. neuropsicológica quando houver suspeita de déficit cognitivo Ansiedade do Idoso
  • 24. Educação, mudanças ambientais Mostrar os benefícios potenciais do tratamento psicossocial é de fundamental importância. Técnicas de relaxamento Eficazes para a diminuição de sintomas de ansiedade em adultos. Terapia cognitivo-comportamental (TCC) Benéfica, especialmente para o tratamento de T. Pânico e TOC. Tratamento Não Farmacológico Ansiedade do Idoso
  • 25. Tratamento Medicamentoso ANTIDEPRESSIVOS Primeira linha para T. Pânico, TOC, transtorno misto de ansiedade e depressão, TAG e transtorno de estresse pós-traumático – iniciar com metade da dose do adulto e titular até a recuperação ou a maior dose possível ou até a dose máxima ISRS Efetivos e bem tolerados. ( Lenze e al,2009) Ef. colaterais sexuais - incluídos na avaliação da medicação (a maioria dos idosos tende a não falar espontaneamente sobre esse aspecto) ISRNA: desvenlafaxina, duloxetina, venlafaxina - efetiva em TAG Outros antidepressivos como mirtazapina, trazodona e vortioxetina, embora indicados com evidências, necessitam de mais estudos em idosos Ansiedade do Idoso
  • 26. Tratamento Medicamentoso Buspirona Propriedades agonistas serotoninérgicas Efetiva para TAG, embora mais estudos sejam necessários em idosos. X BZD: pouco sedativa, produz menos déficit cognitivo e menos prejuízo psicomotor, pouco potencial de abuso ou abstinência e pouca interação medicamentosa. Início de ação demora várias semanas não sendo recomendada para sintomas agudos de ansiedade! Administração: 2 a 3 vezes ao dia Ansiedade do Idoso
  • 27. Tratamento Medicamentoso Alta prevalência de uso na população idosa (16,6% a 43%) e seu uso tende a ocorrer a longo prazo. Início rápido de ação Todos os BZD podem provocar déficit cognitivo, lentificação psicomotora e alteração de marcha, levando a um maior risco de quedas e fraturas ósseas. Devem ser usados com cautela e por curto período. 0s riscos são predominantemente dose-dependentes. Stella F. Ansiedade no Idoso. In:Psiquiatria Geriátrica do diagnóstico precoce à reabilitação. Ed Forlenza O. São Paulo, Editora Atheneu, 2007. Ansiedade do Idoso
  • 28. Tratamento Medicamentoso Benzodiazepínicos (BZD) Em idosos preferir: -BZD de meia-vida curta devido à metabolização mais rápida, menor índice de interação medicamentosa e menos efeitos adversos residuais - BZD que não produzem metabólitos ativos: Lorazepam Se necessária prescrição: baixa dose, por tempo limitado monitorando efeitos adversos! Stella F. Ansiedade no Idoso. In:Psiquiatria Geriátrica do diagnóstico precoce à reabilitação. Ed Forlenza O. São Paulo, Editora Atheneu, 2007.
  • 29. Tratamento Farmacológico Antipsicóticos • Usados qdo a ansiedade ou agitação for secundária a demência, delirium, psicose ou se houver refratariedade à medicação de primeira linha. • Preferir antipsicóticos atípicos aos tradicionais. (Morinigoet al., 2005) - único estudo em idosos com idade avançada, usando risperidona. • Atípicos: menos efeitos extrapiramidais, menor tendência a discinesia tardia e menor prejuízo cognitivo, mas riscos maior de mortalidade. • *Podem causar sedação, ganho de peso e alterações metabólicas (diabetes tipo 2 ou dislipidemia) Ansiedade do Idoso
  • 30. CONCLUINDO: Transtornos de ansiedade são frequentes em todas as fases da vida, incluindo a velhice. Tem sintomas físicos , psicológicos e emocionais. Idosos frequentemente tem comorbidades clínicas, dificultando o diagnóstico da ansiedade e trazendo prejuízos na qualidade de vida e aumentando a busca de atendimentos em serviços de saúde. Ansiedade do Idoso