SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
Baixar para ler offline
CAPÍTULO XIX
QUÍMICA ORGÂNICA: DA TEORIA DOS TIPOS À
TEORIA ESTRUTURAL
Apesar de Gerhardt não acreditar na realidade dos radicais, muitos
químicos não apenas aceitavam o fato da sua existência física mas
também tentavam isolá-los em estado livre. O primeiro a sentir que tinha
conseguido isso foi Robert Bunsen (1811-1899), que iniciou sua carreira
como químico orgânico mas adquiriu sua grande reputações posterior
nos campos da química inorgânica e físico-química. De 1839 a 1843
Bunsen estudou as reações dos compostos desagradáveis,
malcheirosos e venenosos do cacodil, derivados do óxido de cacodil
C​4​H​12​As​2​O. quando ele tratou o cloreto de cacodil com zinco ele obteve
o que considerou ser o radical cacodil livre, C​4​H​12​As​2​, agora escrito
(CH​3​)​2​As.As(CH​3​)​2​. Essa descoberta foi tida como a mais forte evidência
para a existência dos radicais livres.
Em 1849 Hermann Kolbe (1818-1884) eletrolizou acetate de potássio e
obteve um gás que ele acreditou ser o radical metila livre, apesar de ele
ser na verdade etano. Quase ao mesmo tempo Edward Frankland
(1825-1899) tratou iodeto de etila com zinco e isolou a “etila” livre, na
verdade butano. Como resultado de tais estudos, os químicos
começaram a abandonar as teorias do tipo e tentaram encontrar ao
menos a posição dos radicais nas moléculas orgânicas. Eles ainda não
tinham procurado mais profundamente na estrutura dos próprios
radicais. Trabalhando majoritariamente sobre o princípio da analogia,
eles começaram a se aproximar da moderna fórmula estrutural.
Charles Wurtz (1817-1884) era um pupilo e amigo de Dumas, ainda que
tenha permanecido um admirador do trabalho de Laurent e Gerhardt.
Ele adotou e usou ideias de todos os três cientistas. Em 1849 ele
descobriu as aminas primárias que ele chamou de metil e etilamida.
Wurtz reconheceu que eles eram derivados da amônia nos quais o
hidrogênio tinha sido substituído por uma metila ou etila, mas ele não
desenvolveu essa ideia. Seu trabalho foi assumido por A. W. von
hofmann (1818-1892), que conclusivamente provou a relação das
aminas com a amônia por uma bem sucedida substituição de todos os
hidrogênios por grupos orgânicos, produzindo aminas primárias,
secundárias e terciárias, e então chegando a sais quaternários de
amônio. Hofmann atribuiu esses compostos a um “tipo amônia.”
Pela mesma época, A. W. Williamson (1824-1904) mostrou que os
éteres poderiam ser preparados pelo tratamento do sal de potássio de
um álcool com um iodeto de alquila. Isso mostrou que a teoria do hidrato
de Liebig sobre a estrutura dos álcoois estava incorreta, e permitiu a
formulação de um “tipo aquoso.” Esses tipos eram usualmente
representados nas fórmulas a seguir. Pode ser visto que essa era uma
verdadeira abordagem
à fórmula estrutural, embora Hofmann e Williansom, pensando na
analogia em um sentido formal, não, naturalmente, percebeu isso.
Gerhardt generalizou a “nova teoria de tipos” introduzindo o tipo
hidrogênio, o qual incluía os hidrocarbonetos, e o tipo cloreto de
hidrogênio, o qual incluía o cloreto de etila. Esses são exibidos nas
fórmulas abaixo.
Com base em tais tipos, Williamson e Gerhardt escreveram o ácido
acético como um membro do tipo água:
e assim previram que deveria ser possível preparar o composto
Isso poderia ser um “ácido anidro,” um ácido anidrido em termos
modernos. Gerhardt realmente preparou tais compostos em seu
laboratório. As fórmulas do químico orgânico tinham começado a ter
valor preditivo ao invés de ter utilidade apenas para propósitos de
classificação, Essa foi a primeira evidência clara do caminho para a
teoria estrutural, na qual a predição de possíveis reações é uma das
facetas mais importantes.
Kolbe provavelmente trouxe as fórmulas de tipo mais perto das fórmulas
estruturais do que qualquer químico antes de Kekulé, o qual forneceu a
explicação moderna de estrutura, e seu trabalho na verdade foi uma
sobreposição Kolbe persistiu no uso de pesos equivalentes, C = 6 e O
= 8, até 1870, assim que em suas fórmulas C, é sempre igual a C, e O2
a O na acepção moderna. Isso frequentemente requeria que ele
adicionasse um grupo OH extra para corrigir os oxigênios para o
número certo e dava às suas fórmulas uma aparência estranha, mas
realmente elas eram muito próximas às fórmulas modernas.
Em 1850 ele reconheceu que o grupo acetila consistia de uma metila
unida com outro carbo que era o verdadeiro “ponto de ataque do poder
de ligação do oxigênio, cloro, etc.” De alguma forma mais tarde ele
formulou os ácidos graxos como derivados do ácido carbônico que ele
tinha descrito, como o ácido dibásico 2HO,C​2​O​4​. Ele substituiu um OH
(e um O para preservar o balanço equivalente) por metila, a qual ele
escrevia como C2H3, para obter o ácido metil-carbônico monobásico,
ou ácido acético HO,(C​2​H​3​)C​2​O​3​. Aqui ele reconheceu a existência de
um grupo especial (carboxila) que caracterizou as fórmulas de todos os
ácidos graxos. Ele mais tarde viu que se ele substituísse o grupo “HOO”
do seu ácido acético por H a fórmula ficaria
e ele obteria a fórmula para o acetaldeído, e a substituição do H nessa
fórmula por outro grupo metila rendia a acetona
.
As relações entre ácidos, aldeídos e cetonas estava assim esclarecida,
e o grupo carbonila foi reconhecido como uma entidade. A partir das
suas formulações foi fácil fornecer uma estrutura para o álcool, que
Kolbe escreveu como
Essa fórmula permitiu a visualização de novas classes de álcoois,
obtidos por substituição de um ou ambos hidrogênios dentro das
“chaves” (“{ }”) por radicais. Kolbe predisse a existência do que ele
chamava “álcool mono e di-metilado”:
O primeiro álcool secundário, isopropílico, foi preparado por Charles
Friedel (1832-1899) em 1862, e o primeiro álcool terciário, álcool
t-butilico, por Alexander Mikhailovich Butlerov (182801886) em 1864.
Novamente pode-se ver que essas aproximações às fórmulas
estruturais modernas tinham valor preditivo.
O aluno e colaborador de Kolbe, Frankland, foi além das ideias do seu
mestre. Seus estudos sobre compostos metalorgânicos mostraram que
no caso do nitrogênio, fósforo, arsênico, e antimônio, um átomo desses
elementos sempre se combinava com três ou cinco radicais orgânicos.
Zinco, mercúrio, e oxigênio combinavam com dois. Isso levou-o em
1852 à descoberta de que “não importa qual o caráter dos átomos que
se ligam, o poder-de-combinação do elemento que atrai, se posso usar
esse termo, é sempre satisfeito pelo mesmo número de átomos.” Esse
termo, poder-de-combinação, foi expresso por seus contemporâneos de
forma variável como atomicidade ou unidades de afinidade. O nome
valência foi introduzido por C. W. Wichelhaus (1842-1927) em 1868.
Assim um conceito de máxima importância para a Química em geral foi
primeiro utilizado numa tentativa de clarear a natureza dos compostos
orgânicos. Ele serviu uma vez mais para direcionar a atenção dos
químicos orgânicos para o problema da afinidade, como o termo
“unidades de afinidade” sugere. Por enquanto, pouca atenção foi dada à
causa da valência, mas a ideia de um número limitado de centros de
valência e suas possíveis orientações levou a muitos avanços
importante.
A química orgânica tinha agora atingido o ponto no qual a constituição
interna dos radicais poderia ser considerada. Quase simultaneamente
esse problema foi atacado independentemente por Friedrich August
Kekulé (1829-1896) na Alemanha, e Archibald Scott Couper
(1831-1892) em Paris, para o qual ele tinha vindo da Escócia para
trabalhar no laboratório de Wurtz.
Kekulé descobriu a solução ao velho quebra-cabeça do reconhecimento
da atomicidade do carbon. Em 1858 ele mostrou que o carbono era
“tetratômico,” isso é, tinha quatro “unidades de afinidade” pelas quais
ele poderia se unir a quatro elementos monoatômicos como hidrogênio
e dois elementos diatômicos como oxigênio. O passo decisivo era o
reconhecimento de que um átomo de carbono poderia usar uma das
suas unidades de afinidade para se unir como outro átomo de carbono,
e que cada um poderia então ter três unidades para se combinar com
outros átomos. Dessa forma cadeias de átomos de carbono poderiam
ser construídas, e o esqueleto de carbono se tornou a base para os
compostos orgânicos. Nesse livro-texto de química orgânica publicado
em 1861, Kekulé foi capaz de definir a ciência na forma moderna como
a química dos compostos de carbono. Todos os traços de vitalismo
desapareceram com essa afirmação, apesar do próprio vitalismo não
estivesse de forma alguma morto. A teoria da cadeia de carbono deu
uma explicação para a lei da homologia que Gerhardt introduziu quando
ele mostrou que uma grande série de compostos similares tais como
álcoois e ácidos diferiam uns dos outros apenas pelo acréscimo de CH​2​.
Couper desenvolveu essencialmente a mesma teoria de Kekulé e
expressou suas ligações de afinidade por linhas como é feito hoje em
dia ao invés de uma representação diagramática, a qual Kekulé utilizava
anteriormente, e a qual não era conveniente para uma visualização da
estrutura atual. O trabalho de Couper permaneceu despercebido, mas
em 1861 Alexander Crum Brown (1888-1922) na Universidade de
Edingurgh, e em 1864 Wurtz em Paris, usava essencialmente as
modernas fórmulas gráficas.
A.M. Butlerov adotou a causa da nova teoria com grande entusiasmo e
elaborou muitas das consequências. Ele enfatizou fortemente o fato de
que existia apenas uma fórmula para um dado composto, ao invés das
várias fórmulas que Gerhardt e outros tinham usado, dependendo das
várias reações de compostos. Butlerov introduziu o termo “estrutura
química” em 1861 em um encontro de química em Speyer na Alemanha.
Seu livro-texto de química orgânica, publicado em Russo em 1864 e
traduzido para o alemão em 1868, foi o primeiro livro que realmente
usou as novas fórmulas. Ele contribuiu muito para a nova teoria.
A natureza dos compostos alifáticos estava agora satisfatoriamente
explicada, mas a estrutura das substâncias aromáticas permanecia um
mistério. Isso foi dissipado por Kekulé em 1865. Seu fantástico poder de
visualização da estrutura dos esqueletos de carbono nos compostos
orgânicos foi talvez devido ao seu treinamento inicial em arquitetura. A
qualquer custo, em um momento ocioso ele imaginou uma cadeia de
carbono se dobrando e se unindo a si mesma para formar um anel.
A partir daí ele deduziu a estrutura do benzeno e a natureza de todo o
Sistema de compostos aromáticos. Quando seu aluno Wilhelm Korner
(1839-1925) mostrou que o número de benzenos isoméricos
trissubstituídos derivados de cada um dos benzenos dissubstituídos
indicou as estruturas orto-, meta- ou para- dos últimos, os compostos de
referência essenciais necessários para determinar as estruturas de
compostos orgânicos mais complexos se tornou disponível.
Uns poucos conceitos além tornaram possível muitos dos
desenvolvimentos posteriores em química estrutural. Crum Brown em
1864 escreveu uma dupla ligação para o etileno, e Lothar Meyer
(1830-1895), lembrado por seu trabalho posterior sobre tabela periódica,
referindo-se à ela como “insaturada” em um livro publicado no mesmo
ano. Emil Erlenmeyer (1825-1909) em 1862 reconheceu a tripla ligação
no acetileno. Butlerov em 1876 deu exemplos do tautomerismo, e em
1885 sua teoria foi independentemente desenvolvida por Peter Conrad
Laar (1853-1929) de Hanover, quem sugeriu o nome para esse
fenômeno. Kekulé acreditava que o carbono era sempre quadrivalente,
mas evidência da sua divalência gradualmente se acumulavam,
especialmente nos Estados Unidos da América. Os estudos de John
ulric Nef (1862-1915) em Chicago no final do Século XIX finalmente
provou a existência do estado divalente. Em 1900 Moses Gomberg
(1866-1947), que tinha nascido na Rússica mas desenvolveu sua
carreira científica para a Universidade de Michigan, preparou compostos
contendo carbono trivalente. A ideia da quadrivalência constante desse
elemento foi finalmente abandonada.
A teoria estrutural formal não permitia a influência dos grupos vizinhos
sobre a ratividade das várias partes das moléculas orgânicas. V. V.
Markovnikov (1858-1904), um aluno de Butlerov, foi uma vez
questionado, “Por quê o cloro no cloreto de acetila é tão diferente
daquele no cloreto de etila?” Para responder a tais questões ele estudou
o efeito dos vários grupamentos sobre a posição tomada pelo halogênio
e o hidrogênio de um ácido halogenado quando ele saturava uma
ligação dupla. A regra de Markovnikov, que encorpou os resultados dos
seus estudos, foi o primeiro precursor dos estudos estendidos sobre o
efeito da estrutura eletrônica sobre as reações orgânicas que ocuparam
muito da primeira metade do Século XX.
Kekulé, como os outros químicos do seu dia, não fez tentativa para
explicar as forças que mantinham os átomos unidos, mas seu senso
arquitetônico levou-o a descrever a valência das ligações como definida
e concreta. Essa ideia foi aplicada por Jacobus Henricus van’t Hoff
(1852-1911) e J. A. Le Bel (1847-1930) que descreveu as quatro
ligações como uniformemente direcionadas no espaço. Van’t Hoff
considerou o átomo de carbono como sendo tetraédrico e ambos
usaram ideias geométricas no seu trabalho.
Essa extensão das ideias estruturais em três dimensões permitiu uma
explicação das descobertas de Louis Pasteur (1822-1895). Em 1848 ele
estudou os sais isoméricos do ácido tartárico, que rotacionou o plano da
luz polarizada em direções opostas. Ele descobriu que os cristais
desses sais opticamente isoméricos eram imagens especulares um do
outro. Van’t Hoff e Le Bel independentemente e distantes dois meses
entre si mostraram que quando um átomo de carbono tem quatro
diferentes grupos em torno de si, isso é, é assimétrico, um novo tipo de
isomerismo é possível. Em tais compostos, os dois isômeros tinham
estruturas que eram imagens especulares um do outro, e esses
isômeros realmente mostravam o tipo de rotação oposta que Pasteur
tinha observado. Van’t Hoff mais tarde mostrou que quando a molécula
continha uma ligação dupla, como nos ácidos fumárico e malêico, outro
tipo de isomerismo, cis- e trans-, existia. A aplicação dessas ideias foi
largamente devida ao trabalho de Johannes Adolf Wislicenus
(1835-1902), quem popularizou esse novo campo da estereoquímica.
O uso prático mais importante das ideias estereoquímicas foi a
explicação da estrutura dos açúcares isoméricos dada por Emil Fischer
(1852-1919). Seu trabalho forneceu a base para toda a química dos
carbohidratos. Outras ideias estereoquímicas de importância foram a
teoria da tensão de Adolf Baeyer (1835-1917), que explicou a
estabilidade dos compostos cíclicos em termos da distorção dos
ângulos normais do átomo de carbono tetraédrico nas suas ligações de
valência, e a teoria do impedimento estérico de Victor Meyer
(1848-1897), que mostrou que grupos volumosos substituídos em
compostos orgânicos poderiam impedir reações nos átomos de carbono
vizinhos simplesmente por causa do seu tamanho. No final do Séculi
XIX, W. J. Pode (1870-1939) mostrou que os compostos assimétricos
do nitrogênio, enxofre, e selênio podiam ser preparados. Alfred Werner
(1866-1919) encontrou compostos complextos de Platina, Cobalto e
elementos similares que também mostravam isomerismo óptico. Assim,
estereoquímica era uma fenômeno geral, não restrito aos compostos de
carbono.
Na base dos conceitos teóricos que foram descritos, os químicos foram
capazes de elucidar as estruturas de alguns dos mais complexos
compostos orgânicos de ocorrência natural, e para sintetizar centenas
de milhares de substâncias previamente desconhecidas com absoluta
certeza sobre a sua constituição. É provável que o desenvolvimento da
química orgânica nos últimos cem anos representa o mais notável uso
do arrazoamento lógico de um tipo não-quantitativo que nunca tinha
sido observado antes. Os homens que desenvolveram esse campo
eram usualmente não treinados em física, e a intensa preocupação com
a química orgânica durante o Século XIX tendeu a ampliar a distância
entre químicos e físicos que começou a acontecer no final do Século
XVIII. Porém, a físico-química moderna teve seus primeiros
desenvolvimentos na mesma época. Pela maior parte do século os
trabalhadores dos dois ramos mantiveram alguma distância. Um certo
antagonismo existia entre aqueles que seguiam a lógica da matemática
e aqueles que perseguiam a lógica da química orgânica. Essa foi a
tarefa do Século XIX, unir esses dois essencialmente separados ramos
uma vez mais.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (20)

Marie curie
Marie curieMarie curie
Marie curie
 
Hitler
HitlerHitler
Hitler
 
Tabela Periodica
Tabela PeriodicaTabela Periodica
Tabela Periodica
 
Fun org
Fun orgFun org
Fun org
 
Alotropia
AlotropiaAlotropia
Alotropia
 
áCido carboxílico-3a3
áCido carboxílico-3a3áCido carboxílico-3a3
áCido carboxílico-3a3
 
A Química e seu impacto na sociedade - QuímicaEmPratica.com
A Química e seu impacto na sociedade - QuímicaEmPratica.comA Química e seu impacto na sociedade - QuímicaEmPratica.com
A Química e seu impacto na sociedade - QuímicaEmPratica.com
 
Modelo atômico de dalton
Modelo atômico de daltonModelo atômico de dalton
Modelo atômico de dalton
 
A revolução liberal de 1820
A revolução liberal de 1820A revolução liberal de 1820
A revolução liberal de 1820
 
Imperialismo e Colonialismo no século XIX
Imperialismo e Colonialismo no século XIXImperialismo e Colonialismo no século XIX
Imperialismo e Colonialismo no século XIX
 
Os 14 pontos de wilson
Os 14 pontos de wilsonOs 14 pontos de wilson
Os 14 pontos de wilson
 
Século xix no brasil (i)
Século xix no brasil (i)Século xix no brasil (i)
Século xix no brasil (i)
 
O modelo atômico de dalton
O modelo atômico de daltonO modelo atômico de dalton
O modelo atômico de dalton
 
Noite estrelada sobre o ródano
Noite estrelada sobre o ródanoNoite estrelada sobre o ródano
Noite estrelada sobre o ródano
 
Teatro Medieval e Renacentista
Teatro Medieval e RenacentistaTeatro Medieval e Renacentista
Teatro Medieval e Renacentista
 
Haletos 3a3
Haletos 3a3Haletos 3a3
Haletos 3a3
 
Introdução a Quimica orgânica
Introdução a Quimica orgânicaIntrodução a Quimica orgânica
Introdução a Quimica orgânica
 
Plano de aula 02 introdução à química orgânica 3º médio
Plano de aula 02 introdução à química orgânica 3º médioPlano de aula 02 introdução à química orgânica 3º médio
Plano de aula 02 introdução à química orgânica 3º médio
 
Escola de ulm
Escola de ulmEscola de ulm
Escola de ulm
 
Historia da fotografia parte 1
Historia da fotografia parte 1Historia da fotografia parte 1
Historia da fotografia parte 1
 

Semelhante a Química Orgânica Estrutural

Capítulo XVIII - O desenvolvimento da química orgânica: as teorias radicalar...
Capítulo XVIII - O desenvolvimento da  química orgânica: as teorias radicalar...Capítulo XVIII - O desenvolvimento da  química orgânica: as teorias radicalar...
Capítulo XVIII - O desenvolvimento da química orgânica: as teorias radicalar...Márcio Martins
 
História da Química Orgânica
História da Química OrgânicaHistória da Química Orgânica
História da Química OrgânicaAlcione Torres
 
Capítulo XVI - Leis de combinação atômica
Capítulo XVI - Leis de combinação atômicaCapítulo XVI - Leis de combinação atômica
Capítulo XVI - Leis de combinação atômicaMárcio Martins
 
Capítulo XXI - Físico-Química no Século XIX
Capítulo XXI - Físico-Química no Século XIXCapítulo XXI - Físico-Química no Século XIX
Capítulo XXI - Físico-Química no Século XIXMárcio Martins
 
Capítulo 12 - teorias do século XVIII - flogisto e afinidade
Capítulo 12 - teorias do século XVIII - flogisto e afinidadeCapítulo 12 - teorias do século XVIII - flogisto e afinidade
Capítulo 12 - teorias do século XVIII - flogisto e afinidadeMárcio Martins
 
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânica
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânicaCapítulo XX - A sistematização da química inorgânica
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânicaMárcio Martins
 
Capítulo 29 tabulação dos elementos
Capítulo 29   tabulação dos elementosCapítulo 29   tabulação dos elementos
Capítulo 29 tabulação dos elementosellen1990
 
Capítulo 21 pedacinhos de matéria
Capítulo 21   pedacinhos de matériaCapítulo 21   pedacinhos de matéria
Capítulo 21 pedacinhos de matériaellen1990
 
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade químicaCapítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade químicaMárcio Martins
 
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade químicaCapítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade químicaMárcio Martins
 
Capítulo XVIII - eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVIII - eletroquímica e afinidade químicaCapítulo XVIII - eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVIII - eletroquímica e afinidade químicaMárcio Martins
 
Capítulo 13 - descobertas laboratoriais do século XVIII - a química dos gases
Capítulo 13 - descobertas laboratoriais do século XVIII - a química dos gasesCapítulo 13 - descobertas laboratoriais do século XVIII - a química dos gases
Capítulo 13 - descobertas laboratoriais do século XVIII - a química dos gasesMárcio Martins
 
Capitulo 02tabela periódica
Capitulo 02tabela periódicaCapitulo 02tabela periódica
Capitulo 02tabela periódicaMira Raya
 
Capítulo 15 a nova química
Capítulo 15   a nova químicaCapítulo 15   a nova química
Capítulo 15 a nova químicaellen1990
 
Evolução do modelo atómico
Evolução do modelo atómicoEvolução do modelo atómico
Evolução do modelo atómicoInês Mota
 
Lavoisier e a constituição da química moderna
Lavoisier e a constituição da química modernaLavoisier e a constituição da química moderna
Lavoisier e a constituição da química modernaJailson Alves
 
Capítulo 14 - Lavoisier e a fundação da química moderna
Capítulo 14  - Lavoisier e a fundação da química modernaCapítulo 14  - Lavoisier e a fundação da química moderna
Capítulo 14 - Lavoisier e a fundação da química modernaMárcio Martins
 

Semelhante a Química Orgânica Estrutural (20)

Capítulo XVIII - O desenvolvimento da química orgânica: as teorias radicalar...
Capítulo XVIII - O desenvolvimento da  química orgânica: as teorias radicalar...Capítulo XVIII - O desenvolvimento da  química orgânica: as teorias radicalar...
Capítulo XVIII - O desenvolvimento da química orgânica: as teorias radicalar...
 
História da Química Orgânica
História da Química OrgânicaHistória da Química Orgânica
História da Química Orgânica
 
Capítulo XVI - Leis de combinação atômica
Capítulo XVI - Leis de combinação atômicaCapítulo XVI - Leis de combinação atômica
Capítulo XVI - Leis de combinação atômica
 
Capítulo XXI - Físico-Química no Século XIX
Capítulo XXI - Físico-Química no Século XIXCapítulo XXI - Físico-Química no Século XIX
Capítulo XXI - Físico-Química no Século XIX
 
Capítulo 12 - teorias do século XVIII - flogisto e afinidade
Capítulo 12 - teorias do século XVIII - flogisto e afinidadeCapítulo 12 - teorias do século XVIII - flogisto e afinidade
Capítulo 12 - teorias do século XVIII - flogisto e afinidade
 
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânica
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânicaCapítulo XX - A sistematização da química inorgânica
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânica
 
Capítulo 29 tabulação dos elementos
Capítulo 29   tabulação dos elementosCapítulo 29   tabulação dos elementos
Capítulo 29 tabulação dos elementos
 
Capítulo 21 pedacinhos de matéria
Capítulo 21   pedacinhos de matériaCapítulo 21   pedacinhos de matéria
Capítulo 21 pedacinhos de matéria
 
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade químicaCapítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
 
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade químicaCapítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
 
Capítulo XVIII - eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVIII - eletroquímica e afinidade químicaCapítulo XVIII - eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVIII - eletroquímica e afinidade química
 
Capítulo 13 - descobertas laboratoriais do século XVIII - a química dos gases
Capítulo 13 - descobertas laboratoriais do século XVIII - a química dos gasesCapítulo 13 - descobertas laboratoriais do século XVIII - a química dos gases
Capítulo 13 - descobertas laboratoriais do século XVIII - a química dos gases
 
Química
QuímicaQuímica
Química
 
Capitulo 02tabela periódica
Capitulo 02tabela periódicaCapitulo 02tabela periódica
Capitulo 02tabela periódica
 
Estudo do carbono
Estudo do carbonoEstudo do carbono
Estudo do carbono
 
Samilly
SamillySamilly
Samilly
 
Capítulo 15 a nova química
Capítulo 15   a nova químicaCapítulo 15   a nova química
Capítulo 15 a nova química
 
Evolução do modelo atómico
Evolução do modelo atómicoEvolução do modelo atómico
Evolução do modelo atómico
 
Lavoisier e a constituição da química moderna
Lavoisier e a constituição da química modernaLavoisier e a constituição da química moderna
Lavoisier e a constituição da química moderna
 
Capítulo 14 - Lavoisier e a fundação da química moderna
Capítulo 14  - Lavoisier e a fundação da química modernaCapítulo 14  - Lavoisier e a fundação da química moderna
Capítulo 14 - Lavoisier e a fundação da química moderna
 

Mais de Márcio Martins

Termoquimica - Por que o papel não queima?
Termoquimica - Por que o papel não queima?Termoquimica - Por que o papel não queima?
Termoquimica - Por que o papel não queima?Márcio Martins
 
Teoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal Rahmeier
Teoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal RahmeierTeoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal Rahmeier
Teoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal RahmeierMárcio Martins
 
Sequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal Rahmeier
Sequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal RahmeierSequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal Rahmeier
Sequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal RahmeierMárcio Martins
 
Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0Márcio Martins
 
Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0Márcio Martins
 
Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0
Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0
Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0Márcio Martins
 
Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0
Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0
Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0Márcio Martins
 
Oficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEF
Oficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEFOficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEF
Oficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEFMárcio Martins
 
Um ensino de química_ muitas abordagens (1).pdf
Um ensino de química_ muitas abordagens (1).pdfUm ensino de química_ muitas abordagens (1).pdf
Um ensino de química_ muitas abordagens (1).pdfMárcio Martins
 
O universo de _O conto da aia_.pdf
O universo de _O conto da aia_.pdfO universo de _O conto da aia_.pdf
O universo de _O conto da aia_.pdfMárcio Martins
 
Palestra fc cerro largo 29 10-2019
Palestra fc cerro largo 29 10-2019Palestra fc cerro largo 29 10-2019
Palestra fc cerro largo 29 10-2019Márcio Martins
 
Notas parciais de fq3 2019-1
Notas parciais de fq3 2019-1Notas parciais de fq3 2019-1
Notas parciais de fq3 2019-1Márcio Martins
 
Marcadores para o RApp Chemistry
Marcadores para o RApp ChemistryMarcadores para o RApp Chemistry
Marcadores para o RApp ChemistryMárcio Martins
 
Utilizando tecnologias digitais para o ensino
Utilizando tecnologias digitais para o ensinoUtilizando tecnologias digitais para o ensino
Utilizando tecnologias digitais para o ensinoMárcio Martins
 
Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!
Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!
Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!Márcio Martins
 
Criando um cartão de visitas em Realidade Aumentada
Criando um cartão de visitas em Realidade AumentadaCriando um cartão de visitas em Realidade Aumentada
Criando um cartão de visitas em Realidade AumentadaMárcio Martins
 
Slides oficina 38 edeq energy2 d
Slides oficina 38 edeq   energy2 dSlides oficina 38 edeq   energy2 d
Slides oficina 38 edeq energy2 dMárcio Martins
 
Slides Oficina 38 EDEQ - Energy 2D
Slides Oficina 38 EDEQ - Energy 2DSlides Oficina 38 EDEQ - Energy 2D
Slides Oficina 38 EDEQ - Energy 2DMárcio Martins
 
O Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuário
O Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuárioO Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuário
O Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuárioMárcio Martins
 

Mais de Márcio Martins (20)

Termoquimica - Por que o papel não queima?
Termoquimica - Por que o papel não queima?Termoquimica - Por que o papel não queima?
Termoquimica - Por que o papel não queima?
 
Teoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal Rahmeier
Teoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal RahmeierTeoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal Rahmeier
Teoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal Rahmeier
 
Sequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal Rahmeier
Sequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal RahmeierSequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal Rahmeier
Sequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal Rahmeier
 
Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
 
Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
 
Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0
Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0
Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0
 
Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0
Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0
Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0
 
Oficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEF
Oficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEFOficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEF
Oficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEF
 
Um ensino de química_ muitas abordagens (1).pdf
Um ensino de química_ muitas abordagens (1).pdfUm ensino de química_ muitas abordagens (1).pdf
Um ensino de química_ muitas abordagens (1).pdf
 
O universo de _O conto da aia_.pdf
O universo de _O conto da aia_.pdfO universo de _O conto da aia_.pdf
O universo de _O conto da aia_.pdf
 
Palestra fc cerro largo 29 10-2019
Palestra fc cerro largo 29 10-2019Palestra fc cerro largo 29 10-2019
Palestra fc cerro largo 29 10-2019
 
Notas parciais de fq3 2019-1
Notas parciais de fq3 2019-1Notas parciais de fq3 2019-1
Notas parciais de fq3 2019-1
 
Marcadores para o RApp Chemistry
Marcadores para o RApp ChemistryMarcadores para o RApp Chemistry
Marcadores para o RApp Chemistry
 
Diagrama de rich suter
Diagrama de rich suterDiagrama de rich suter
Diagrama de rich suter
 
Utilizando tecnologias digitais para o ensino
Utilizando tecnologias digitais para o ensinoUtilizando tecnologias digitais para o ensino
Utilizando tecnologias digitais para o ensino
 
Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!
Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!
Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!
 
Criando um cartão de visitas em Realidade Aumentada
Criando um cartão de visitas em Realidade AumentadaCriando um cartão de visitas em Realidade Aumentada
Criando um cartão de visitas em Realidade Aumentada
 
Slides oficina 38 edeq energy2 d
Slides oficina 38 edeq   energy2 dSlides oficina 38 edeq   energy2 d
Slides oficina 38 edeq energy2 d
 
Slides Oficina 38 EDEQ - Energy 2D
Slides Oficina 38 EDEQ - Energy 2DSlides Oficina 38 EDEQ - Energy 2D
Slides Oficina 38 EDEQ - Energy 2D
 
O Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuário
O Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuárioO Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuário
O Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuário
 

Último

Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.pptErnandesLinhares1
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfIvoneSantos45
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 

Último (20)

Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 

Química Orgânica Estrutural

  • 1. CAPÍTULO XIX QUÍMICA ORGÂNICA: DA TEORIA DOS TIPOS À TEORIA ESTRUTURAL Apesar de Gerhardt não acreditar na realidade dos radicais, muitos químicos não apenas aceitavam o fato da sua existência física mas também tentavam isolá-los em estado livre. O primeiro a sentir que tinha conseguido isso foi Robert Bunsen (1811-1899), que iniciou sua carreira como químico orgânico mas adquiriu sua grande reputações posterior nos campos da química inorgânica e físico-química. De 1839 a 1843 Bunsen estudou as reações dos compostos desagradáveis, malcheirosos e venenosos do cacodil, derivados do óxido de cacodil C​4​H​12​As​2​O. quando ele tratou o cloreto de cacodil com zinco ele obteve o que considerou ser o radical cacodil livre, C​4​H​12​As​2​, agora escrito (CH​3​)​2​As.As(CH​3​)​2​. Essa descoberta foi tida como a mais forte evidência para a existência dos radicais livres. Em 1849 Hermann Kolbe (1818-1884) eletrolizou acetate de potássio e obteve um gás que ele acreditou ser o radical metila livre, apesar de ele ser na verdade etano. Quase ao mesmo tempo Edward Frankland (1825-1899) tratou iodeto de etila com zinco e isolou a “etila” livre, na verdade butano. Como resultado de tais estudos, os químicos começaram a abandonar as teorias do tipo e tentaram encontrar ao menos a posição dos radicais nas moléculas orgânicas. Eles ainda não tinham procurado mais profundamente na estrutura dos próprios radicais. Trabalhando majoritariamente sobre o princípio da analogia, eles começaram a se aproximar da moderna fórmula estrutural. Charles Wurtz (1817-1884) era um pupilo e amigo de Dumas, ainda que tenha permanecido um admirador do trabalho de Laurent e Gerhardt. Ele adotou e usou ideias de todos os três cientistas. Em 1849 ele
  • 2. descobriu as aminas primárias que ele chamou de metil e etilamida. Wurtz reconheceu que eles eram derivados da amônia nos quais o hidrogênio tinha sido substituído por uma metila ou etila, mas ele não desenvolveu essa ideia. Seu trabalho foi assumido por A. W. von hofmann (1818-1892), que conclusivamente provou a relação das aminas com a amônia por uma bem sucedida substituição de todos os hidrogênios por grupos orgânicos, produzindo aminas primárias, secundárias e terciárias, e então chegando a sais quaternários de amônio. Hofmann atribuiu esses compostos a um “tipo amônia.” Pela mesma época, A. W. Williamson (1824-1904) mostrou que os éteres poderiam ser preparados pelo tratamento do sal de potássio de um álcool com um iodeto de alquila. Isso mostrou que a teoria do hidrato de Liebig sobre a estrutura dos álcoois estava incorreta, e permitiu a formulação de um “tipo aquoso.” Esses tipos eram usualmente representados nas fórmulas a seguir. Pode ser visto que essa era uma verdadeira abordagem à fórmula estrutural, embora Hofmann e Williansom, pensando na analogia em um sentido formal, não, naturalmente, percebeu isso. Gerhardt generalizou a “nova teoria de tipos” introduzindo o tipo hidrogênio, o qual incluía os hidrocarbonetos, e o tipo cloreto de hidrogênio, o qual incluía o cloreto de etila. Esses são exibidos nas fórmulas abaixo.
  • 3. Com base em tais tipos, Williamson e Gerhardt escreveram o ácido acético como um membro do tipo água: e assim previram que deveria ser possível preparar o composto Isso poderia ser um “ácido anidro,” um ácido anidrido em termos modernos. Gerhardt realmente preparou tais compostos em seu laboratório. As fórmulas do químico orgânico tinham começado a ter valor preditivo ao invés de ter utilidade apenas para propósitos de classificação, Essa foi a primeira evidência clara do caminho para a teoria estrutural, na qual a predição de possíveis reações é uma das facetas mais importantes. Kolbe provavelmente trouxe as fórmulas de tipo mais perto das fórmulas estruturais do que qualquer químico antes de Kekulé, o qual forneceu a explicação moderna de estrutura, e seu trabalho na verdade foi uma sobreposição Kolbe persistiu no uso de pesos equivalentes, C = 6 e O = 8, até 1870, assim que em suas fórmulas C, é sempre igual a C, e O2 a O na acepção moderna. Isso frequentemente requeria que ele adicionasse um grupo OH extra para corrigir os oxigênios para o número certo e dava às suas fórmulas uma aparência estranha, mas realmente elas eram muito próximas às fórmulas modernas.
  • 4. Em 1850 ele reconheceu que o grupo acetila consistia de uma metila unida com outro carbo que era o verdadeiro “ponto de ataque do poder de ligação do oxigênio, cloro, etc.” De alguma forma mais tarde ele formulou os ácidos graxos como derivados do ácido carbônico que ele tinha descrito, como o ácido dibásico 2HO,C​2​O​4​. Ele substituiu um OH (e um O para preservar o balanço equivalente) por metila, a qual ele escrevia como C2H3, para obter o ácido metil-carbônico monobásico, ou ácido acético HO,(C​2​H​3​)C​2​O​3​. Aqui ele reconheceu a existência de um grupo especial (carboxila) que caracterizou as fórmulas de todos os ácidos graxos. Ele mais tarde viu que se ele substituísse o grupo “HOO” do seu ácido acético por H a fórmula ficaria e ele obteria a fórmula para o acetaldeído, e a substituição do H nessa fórmula por outro grupo metila rendia a acetona . As relações entre ácidos, aldeídos e cetonas estava assim esclarecida, e o grupo carbonila foi reconhecido como uma entidade. A partir das suas formulações foi fácil fornecer uma estrutura para o álcool, que Kolbe escreveu como Essa fórmula permitiu a visualização de novas classes de álcoois, obtidos por substituição de um ou ambos hidrogênios dentro das “chaves” (“{ }”) por radicais. Kolbe predisse a existência do que ele chamava “álcool mono e di-metilado”:
  • 5. O primeiro álcool secundário, isopropílico, foi preparado por Charles Friedel (1832-1899) em 1862, e o primeiro álcool terciário, álcool t-butilico, por Alexander Mikhailovich Butlerov (182801886) em 1864. Novamente pode-se ver que essas aproximações às fórmulas estruturais modernas tinham valor preditivo. O aluno e colaborador de Kolbe, Frankland, foi além das ideias do seu mestre. Seus estudos sobre compostos metalorgânicos mostraram que no caso do nitrogênio, fósforo, arsênico, e antimônio, um átomo desses elementos sempre se combinava com três ou cinco radicais orgânicos. Zinco, mercúrio, e oxigênio combinavam com dois. Isso levou-o em 1852 à descoberta de que “não importa qual o caráter dos átomos que se ligam, o poder-de-combinação do elemento que atrai, se posso usar esse termo, é sempre satisfeito pelo mesmo número de átomos.” Esse termo, poder-de-combinação, foi expresso por seus contemporâneos de forma variável como atomicidade ou unidades de afinidade. O nome valência foi introduzido por C. W. Wichelhaus (1842-1927) em 1868. Assim um conceito de máxima importância para a Química em geral foi primeiro utilizado numa tentativa de clarear a natureza dos compostos orgânicos. Ele serviu uma vez mais para direcionar a atenção dos químicos orgânicos para o problema da afinidade, como o termo “unidades de afinidade” sugere. Por enquanto, pouca atenção foi dada à causa da valência, mas a ideia de um número limitado de centros de valência e suas possíveis orientações levou a muitos avanços importante. A química orgânica tinha agora atingido o ponto no qual a constituição interna dos radicais poderia ser considerada. Quase simultaneamente esse problema foi atacado independentemente por Friedrich August Kekulé (1829-1896) na Alemanha, e Archibald Scott Couper
  • 6. (1831-1892) em Paris, para o qual ele tinha vindo da Escócia para trabalhar no laboratório de Wurtz. Kekulé descobriu a solução ao velho quebra-cabeça do reconhecimento da atomicidade do carbon. Em 1858 ele mostrou que o carbono era “tetratômico,” isso é, tinha quatro “unidades de afinidade” pelas quais ele poderia se unir a quatro elementos monoatômicos como hidrogênio e dois elementos diatômicos como oxigênio. O passo decisivo era o reconhecimento de que um átomo de carbono poderia usar uma das suas unidades de afinidade para se unir como outro átomo de carbono, e que cada um poderia então ter três unidades para se combinar com outros átomos. Dessa forma cadeias de átomos de carbono poderiam ser construídas, e o esqueleto de carbono se tornou a base para os compostos orgânicos. Nesse livro-texto de química orgânica publicado em 1861, Kekulé foi capaz de definir a ciência na forma moderna como a química dos compostos de carbono. Todos os traços de vitalismo desapareceram com essa afirmação, apesar do próprio vitalismo não estivesse de forma alguma morto. A teoria da cadeia de carbono deu uma explicação para a lei da homologia que Gerhardt introduziu quando ele mostrou que uma grande série de compostos similares tais como álcoois e ácidos diferiam uns dos outros apenas pelo acréscimo de CH​2​. Couper desenvolveu essencialmente a mesma teoria de Kekulé e expressou suas ligações de afinidade por linhas como é feito hoje em dia ao invés de uma representação diagramática, a qual Kekulé utilizava anteriormente, e a qual não era conveniente para uma visualização da estrutura atual. O trabalho de Couper permaneceu despercebido, mas em 1861 Alexander Crum Brown (1888-1922) na Universidade de Edingurgh, e em 1864 Wurtz em Paris, usava essencialmente as modernas fórmulas gráficas. A.M. Butlerov adotou a causa da nova teoria com grande entusiasmo e elaborou muitas das consequências. Ele enfatizou fortemente o fato de que existia apenas uma fórmula para um dado composto, ao invés das várias fórmulas que Gerhardt e outros tinham usado, dependendo das
  • 7. várias reações de compostos. Butlerov introduziu o termo “estrutura química” em 1861 em um encontro de química em Speyer na Alemanha. Seu livro-texto de química orgânica, publicado em Russo em 1864 e traduzido para o alemão em 1868, foi o primeiro livro que realmente usou as novas fórmulas. Ele contribuiu muito para a nova teoria. A natureza dos compostos alifáticos estava agora satisfatoriamente explicada, mas a estrutura das substâncias aromáticas permanecia um mistério. Isso foi dissipado por Kekulé em 1865. Seu fantástico poder de visualização da estrutura dos esqueletos de carbono nos compostos orgânicos foi talvez devido ao seu treinamento inicial em arquitetura. A qualquer custo, em um momento ocioso ele imaginou uma cadeia de carbono se dobrando e se unindo a si mesma para formar um anel. A partir daí ele deduziu a estrutura do benzeno e a natureza de todo o Sistema de compostos aromáticos. Quando seu aluno Wilhelm Korner (1839-1925) mostrou que o número de benzenos isoméricos trissubstituídos derivados de cada um dos benzenos dissubstituídos indicou as estruturas orto-, meta- ou para- dos últimos, os compostos de referência essenciais necessários para determinar as estruturas de compostos orgânicos mais complexos se tornou disponível. Uns poucos conceitos além tornaram possível muitos dos desenvolvimentos posteriores em química estrutural. Crum Brown em 1864 escreveu uma dupla ligação para o etileno, e Lothar Meyer (1830-1895), lembrado por seu trabalho posterior sobre tabela periódica, referindo-se à ela como “insaturada” em um livro publicado no mesmo ano. Emil Erlenmeyer (1825-1909) em 1862 reconheceu a tripla ligação no acetileno. Butlerov em 1876 deu exemplos do tautomerismo, e em 1885 sua teoria foi independentemente desenvolvida por Peter Conrad Laar (1853-1929) de Hanover, quem sugeriu o nome para esse fenômeno. Kekulé acreditava que o carbono era sempre quadrivalente, mas evidência da sua divalência gradualmente se acumulavam, especialmente nos Estados Unidos da América. Os estudos de John ulric Nef (1862-1915) em Chicago no final do Século XIX finalmente
  • 8. provou a existência do estado divalente. Em 1900 Moses Gomberg (1866-1947), que tinha nascido na Rússica mas desenvolveu sua carreira científica para a Universidade de Michigan, preparou compostos contendo carbono trivalente. A ideia da quadrivalência constante desse elemento foi finalmente abandonada. A teoria estrutural formal não permitia a influência dos grupos vizinhos sobre a ratividade das várias partes das moléculas orgânicas. V. V. Markovnikov (1858-1904), um aluno de Butlerov, foi uma vez questionado, “Por quê o cloro no cloreto de acetila é tão diferente daquele no cloreto de etila?” Para responder a tais questões ele estudou o efeito dos vários grupamentos sobre a posição tomada pelo halogênio e o hidrogênio de um ácido halogenado quando ele saturava uma ligação dupla. A regra de Markovnikov, que encorpou os resultados dos seus estudos, foi o primeiro precursor dos estudos estendidos sobre o efeito da estrutura eletrônica sobre as reações orgânicas que ocuparam muito da primeira metade do Século XX. Kekulé, como os outros químicos do seu dia, não fez tentativa para explicar as forças que mantinham os átomos unidos, mas seu senso arquitetônico levou-o a descrever a valência das ligações como definida e concreta. Essa ideia foi aplicada por Jacobus Henricus van’t Hoff (1852-1911) e J. A. Le Bel (1847-1930) que descreveu as quatro ligações como uniformemente direcionadas no espaço. Van’t Hoff considerou o átomo de carbono como sendo tetraédrico e ambos usaram ideias geométricas no seu trabalho. Essa extensão das ideias estruturais em três dimensões permitiu uma explicação das descobertas de Louis Pasteur (1822-1895). Em 1848 ele estudou os sais isoméricos do ácido tartárico, que rotacionou o plano da luz polarizada em direções opostas. Ele descobriu que os cristais desses sais opticamente isoméricos eram imagens especulares um do outro. Van’t Hoff e Le Bel independentemente e distantes dois meses entre si mostraram que quando um átomo de carbono tem quatro diferentes grupos em torno de si, isso é, é assimétrico, um novo tipo de
  • 9. isomerismo é possível. Em tais compostos, os dois isômeros tinham estruturas que eram imagens especulares um do outro, e esses isômeros realmente mostravam o tipo de rotação oposta que Pasteur tinha observado. Van’t Hoff mais tarde mostrou que quando a molécula continha uma ligação dupla, como nos ácidos fumárico e malêico, outro tipo de isomerismo, cis- e trans-, existia. A aplicação dessas ideias foi largamente devida ao trabalho de Johannes Adolf Wislicenus (1835-1902), quem popularizou esse novo campo da estereoquímica. O uso prático mais importante das ideias estereoquímicas foi a explicação da estrutura dos açúcares isoméricos dada por Emil Fischer (1852-1919). Seu trabalho forneceu a base para toda a química dos carbohidratos. Outras ideias estereoquímicas de importância foram a teoria da tensão de Adolf Baeyer (1835-1917), que explicou a estabilidade dos compostos cíclicos em termos da distorção dos ângulos normais do átomo de carbono tetraédrico nas suas ligações de valência, e a teoria do impedimento estérico de Victor Meyer (1848-1897), que mostrou que grupos volumosos substituídos em compostos orgânicos poderiam impedir reações nos átomos de carbono vizinhos simplesmente por causa do seu tamanho. No final do Séculi XIX, W. J. Pode (1870-1939) mostrou que os compostos assimétricos do nitrogênio, enxofre, e selênio podiam ser preparados. Alfred Werner (1866-1919) encontrou compostos complextos de Platina, Cobalto e elementos similares que também mostravam isomerismo óptico. Assim, estereoquímica era uma fenômeno geral, não restrito aos compostos de carbono. Na base dos conceitos teóricos que foram descritos, os químicos foram capazes de elucidar as estruturas de alguns dos mais complexos compostos orgânicos de ocorrência natural, e para sintetizar centenas de milhares de substâncias previamente desconhecidas com absoluta certeza sobre a sua constituição. É provável que o desenvolvimento da química orgânica nos últimos cem anos representa o mais notável uso do arrazoamento lógico de um tipo não-quantitativo que nunca tinha sido observado antes. Os homens que desenvolveram esse campo
  • 10. eram usualmente não treinados em física, e a intensa preocupação com a química orgânica durante o Século XIX tendeu a ampliar a distância entre químicos e físicos que começou a acontecer no final do Século XVIII. Porém, a físico-química moderna teve seus primeiros desenvolvimentos na mesma época. Pela maior parte do século os trabalhadores dos dois ramos mantiveram alguma distância. Um certo antagonismo existia entre aqueles que seguiam a lógica da matemática e aqueles que perseguiam a lógica da química orgânica. Essa foi a tarefa do Século XIX, unir esses dois essencialmente separados ramos uma vez mais.