1. O documento apresenta o professor Marcelo Camacho e seu curso sobre Administração Geral para o concurso de Analista de Infraestrutura do DNIT, abordando os principais tópicos a serem estudados e o cronograma das aulas. 2. O professor destaca a importância da repetição dos exercícios para fixação do conteúdo e apresenta questões de provas anteriores para exemplificar os assuntos. 3. O primeiro tópico abordado é a Escola Clássica de Administração, com foco na Administração Científica de
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Aula 0
Olá, pessoal!
Estou aqui para estudar com vocês o conteúdo de ADMINISTRAÇÃO
GERAL (Itens 1 a 6) para o concurso de ANALISTA DE
INFRAESTRUTURA DO DNIT. Meu nome é Marcelo Camacho, sou
Sociólogo e Tecnólogo em Recursos Humanos. Tenho 42 anos e atuo na área
de Recursos Humanos há 17 anos. Atualmente exerço o cargo de Analista de
Gestão em Saúde, perfil Gestão do Trabalho, na FIOCRUZ, aqui no Rio de
Janeiro. Também já exerci o cargo de Analista de Ciência & Tecnologia, perfil
Recursos Humanos, no Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Não é fácil obter a classificação dentro do número de vagas de um concurso.
No IBGE e na FINEP, embora eu tenha me classificado, fiquei fora das vagas
divulgadas. Mas o estudo persistente e a confiança em bons materiais
trazem bons resultados.
O concurso será organizado pela ESAF e as provas estão previstas para o
dia 20 de janeiro de 2013. Portanto, temos bastante tempo para a
preparação.
Irei apresentar os conteúdos cobrados no edital, apresentando
preferencialmente questões da ESAF. Irei usar também questões de outras
bancas, pois servem para fixar o conteúdo. Nesta aula demonstrativa, por
exemplo, uso questões da CESPE. Usarei também FGV e CESGRANRIO. As
questões da ESAF costumam cobrar diversos pontos do edital. Assim, usarei
questões pontuais no meio de um tópico e finalizo com questões ESAF,
quando as cobranças da questão exigirem o conhecimento integral de várias
abordagens ou tópicos. Além de comentar a resposta adequada para cada
questão, irei também tecer comentários sobre as respostas consideradas
erradas. No final da aula eu apresento a lista de questões e o gabarito.
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Recomendo que após o estudo das aulas, refaçam as questões sem
consultar os gabaritos. A repetição é a mãe da retenção.
Então, animados?
Sempre digo que é necessário estudo e persistência pra conseguir aprovação
em concursos públicos!
O conteúdo do curso e o cronograma das aulas será o seguinte:
Aula Demonstrativa
1 Evolução da administração. 1.1 principais abordagens da administração (teoria clássica)
Aula 1 (22/11/2012)
1. Evolução da administração. 1.1. principais abordagens da administração (clássica até
contingencial). 1.2. Evolução da administração pública no Brasil (após 1930); reformas
administrativas; a nova gestão pública.
Aula 2 (29/11/2012)
2 Processo administrativo. 2.1. Funções de administração: planejamento, organização,
direção e controle. 2.2 Processo de planejamento. 2.2.1. Planejamento estratégico: visão,
missão e análise SWOT. 2.2.2. Análise competitiva e estratégias genéricas. 2.2.3. Redes e
alianças. 2.2.4. Planejamento tático. 2.2.5. Planejamento operacional. 2.2.6. Administração
por objetivos. 2.2.7. Balanced scorecard. 2.2.8. Processo decisório
Aula 3 (06/12/2012)
2.3. Organização. 2.3.1. Estrutura organizacional. 2.3.2. Tipos de departamentalização:
características, vantagens e desvantagens de cada tipo. 2.3.3 Organização informal. 2.3.4.
Cultura organizacional. 2.4. Direção. 2.4.1. Motivação e liderança. 2.4.2. Comunicação.
2.4.3. Descentralização e delegação 2.5. Controle. 2.5.1. Características. 2.5.2. Tipos,
vantagens e desvantagens. 2.5.3. Sistema de medição de desempenho organizacional
Aula 4 (13/12/2012)
3. Gestão de pessoas. 3.1. Equilíbrio organizacional. 3.2. Objetivos, desafios e
características da gestão de pessoas. 3.3. Recrutamento e seleção de pessoas: objetivos e
características. 3.4. Análise e descrição de cargos. 3.5. Capacitação de pessoas. 3.6. Gestão
de desempenho.
3. ADMINISTRAÇÃO GERAL
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Aula 5 (20/12/2012)
4. Gestão da qualidade e modelo de excelência gerencial. 4.1. Principais teóricos e suas
contribuições para a gestão da qualidade. 4.2. Ferramentas de gestão da qualidade. 4.3
Modelo da fundação nacional da qualidade. 4.4. Modelo do gespublica.
Aula 6 (20/12/2012)
5. Gestão de projetos. 5.1. Elaboração, análise e avaliação de projetos. 5.2. Principais
características dos modelos de gestão de projetos. 5.3. Projetos e suas etapas. 6. Gestão de
processos. 6.1. Conceitos da abordagem por processos. 6.2. Técnicas de mapeamento,
análise e melhoria de processos
Sumário
1. Escola Clássica de Administração.............................................................................................................4
2. Modelos de Gestão (Escola Clássica) .......................................................................................................5
2.1. Administração Científica........................................................................................................................6
2.2. Teorias com ênfase na estrutura organizacional...................................................................................12
2.2.1. Teoria Clássica..................................................................................................................................13
3. Lista de Questões ....................................................................................................................................20
4. Gabarito...................................................................................................................................................21
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1. Escola Clássica de Administração
Para entendermos os modelos de gestão é preciso que salientemos que
estas existem porque as organizações existem. Os modelos de gestão foram
criados para gerar resultados melhores para as organizações, sejam elas de
que tipo forem. É o esforço humano em entender como funcionam as
organizações e alcançar performances cada vez mais elevadas.
Por organização podemos entender um “conjunto de pessoas que atuam
juntas em uma criteriosa divisão de trabalho para alcançar um
objetivo comum”. Neste sentido são instrumentos sociais para
racionalmente os homens produzirem benefícios coletivos que
individualmente seriam impossíveis de serem alcançados. Porém, uma
organização é mais do que meramente um instrumento para produção de
bens e serviços. São espaços de sociabilidade, instrumentos sociais, onde a
vida se propaga.
Existem diversas formulações para o conceito de organização. O conceito
acima está no livro do Prof. Chiavenato, “Comportamento Organizacional”.
Desta definição percebemos alguns elementos que compõem uma
organização: pessoas, divisão do trabalho e objetivos comuns.
Outra definição na mesma linha é a de Maximiniano, segundo o qual
organização é “um sistema de recursos que procura realizar algum
tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos). Além de objetivos e
recursos, as organizações têm dois outros componentes principais:
processos de transformação e divisão do trabalho”.
Percebemos que este segundo autor inclui mais um elemento como
característica de uma organização: processos de transformação. Conforme
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veremos mais à frente, esta é uma característica essencial dos sistemas
abertos.
No momento basta sabermos que estes elementos sugerem que as
organizações precisam ser administradas. Para atender aos propósitos das
organizações foram desenvolvidas desde o final do século XIX até os nossos
dias diversos modelos de gestão. Trata-se de diferentes abordagens,
resultantes do avanço do conhecimento e de realidades históricas distintas.
Estes modelos estão calcados em teorias administrativas. O quadro abaixo
demonstra as principais teorias administrativas e seus enfoques. Iremos
abordar cada uma delas.
Fonte: Chiavenato (2005)
2. Modelos de Gestão (Escola Clássica)
As teorias administrativas surgem no final do século XIX junto com a
complexidade das grandes organizações e da produção em massa. Podemos
classificar as diversas teorias em quatro estágios ou ênfase diferentes:
teorias calcadas nas tarefas, na estrutura organizacional, nas pessoas e no
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ambiente. Iremos estudar as diversas teorias em cada um destes blocos
enfáticos.
Iremos abordar nesta aula demonstrativa as teorias baseadas nas tarefas e
na estrutura, que compõem a abordagem clássica da administração. Elas
foram desenvolvidas por Taylor e Fayol.
2.1. Administração Científica
Foi uma das primeiras teorias formuladas a respeito das organizações e
tinham como preocupação a racionalização do trabalho no dia-a-dia das
fábricas.
Foi formulada pelo engenheiro americano Frederic Taylor (1856-1915). A
principal preocupação era a eliminação do desperdício (redução de custos) e
o aumento da eficiência, por meio da sistematização do trabalho. Diferenciou
gerentes e trabalhadores de linha. Os primeiros deviam pensar e definir o
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método de trabalho, enquanto aos últimos caberia a execução daquilo que
foi planejado pelos gerentes. A ênfase era na tarefa padronizada e
fragmentada, portanto no nível da tarefa. Cada trabalhador executaria um
conjunto de movimentos repetitivos que culminaria na máxima eficiência nas
operações realizadas. Taylor preocupou-se com a melhor maneira de realizar
as tarefas.
Para Taylor, a gerência adquiriu novas atribuições e responsabilidades
descritas pelos quatro princípios a seguir, publicados em em 1903 no estudo
chamado Shop Management (Administração de Operações Fabris:
1. Principio de Planejamento: substituir no trabalho o critério individual
do operário, a improvisação e a atuação empírica-prática, pelos métodos
baseados em procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela
ciência, através do planejamento do método de trabalho.
2. Princípio do preparo: selecionar cientificamente os trabalhadores de
acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e
melhor, de acordo com o método planejado. Além do preparo da mão-de-
obra, preparar também as máquinas e equipamentos de produção, bem
como o arranjo físico e a disposição racional das ferramentas e materiais.
3. Princípio do Controle: controlar o trabalho para se certificar de que o
mesmo está sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e
segundo o plano previsto. A gerência deve cooperar com os trabalhadores,
para que a execução seja a melhor possível.
4. Princípio da Execução: distribuir distintamente as atribuições e as
responsabilidades, para que a execução do trabalho seja bem mais
disciplinada
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Objetivos do estudo de tempos e movimentos
1. Eliminação do desperdício de esforço humano e de movimentos inúteis.
2. Adaptação dos operários à tarefa.
3. Facilidade no treinamento dos operários, melhoria da eficiência e
do rendimento da produção pela especialização das atividades.
4. Distribuição uniforme do trabalho para que não haja períodos de
falta ou de excesso de trabalho.
5. Definição de métodos e estabelecimento de normas para a execução
do trabalho.
6. Estabelecer uma base uniforme para salários eqüitativos e prêmios
de produção.
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A Organização Racional do Trabalho
1. Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos -
consistia em decompor - racionalizar - cada tarefa em uma série
ordenada de movimentos simples, com isso padronizava-se o método
de trabalho, seus movimentos e o tempo destinado à sua execução.
2. Estudo da fadiga humana - eliminação de movimentos que
desnecessários, visando à diminuição de esforços musculares.
3. Divisão do trabalho e especialização do operário - a eficiência
aumenta com a especialização, assim, o funcionário limitava-se à
execução rotineira do mesmo trabalho para ajustar-se aos padrões
descritos pelo método e às normas de desempenho do método.
4. Desenho de cargos e tarefas - compreende a definição de seu
conteúdo (tarefas/ atividades), métodos de execução e relações com
outros cargos;
5. Incentivos salariais e prêmios de produção - Taylor relacionou
remuneração com quantidade produzida. O salário era proporcional à
produção.
6. Conceito de homo economicus - as pessoas são motivadas
exclusivamente por recompensas materiais, salariais e econômicas.
7. Condições ambientais de trabalho - iluminação, ventilação, arranjo
físico etc. deveriam ser favoráveis para garantir aumento da eficiência.
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8. Padronização de métodos e de máquinas - são selecionados os
métodos, ferramentas, equipamentos, máquinas, etc. mais
condizentes para fazer certa tarefa, a padronização elimina
desperdícios, variabilidade e diversidade no processo produtivo e
incrementa níveis de eficiência.
9. Supervisão funcional - a especialização do operário deveria ser
acompanhada da especialização do supervisor. Cada supervisor deve
cuidar de determinada área ou especialidade, possuindo autoridade
somente naquela área que supervisiona.
Neste modelo a responsabilidade pela organização das tarefas é
exclusivamente dos gerentes, cabendo aos operários a execução fiel daquilo
que foi definido. Aos gerentes também caberia manter os operários livres de
interferências externas que provoquem paralisação das atividades.
Contribuíram também com a teoria da administração científica o casal
Gilbreth que focou atenção nos estudos dos tempos e movimentos, Henry
Gant que desenvolveu um método de remuneração baseado em alcance de
metas (realização do trabalho no tempo estipulado) e Harrington Emerson
que elaborou uma lista com 12 princípios para a administração.
Ressalte-se que a ideia prevalente é a de que as pessoas trabalhavam
exclusivamente para ganhar um salário e recompensas maiores em dinheiro.
Prevalecia assim o conceito de homem econômico (homo economicus).
As condições de trabalho para a Administração Científica
1. Adequação de ferramentas de trabalho e equipamentos de produção para
minimizar o esforço do operador e a perda de tempo na execução da tarefa.
2. Arranjo físico de máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo da
produção.
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3. Melhoria do ambiente físico de trabalho para evitar que ruído, ventilação,
iluminação e conforto no trabalho não reduzam a eficiência do trabalhador.
4. Projeto de instrumentos e equipamentos especiais, como transportadores,
seguidores, contadores e utensílios para reduzir movimentos inúteis.
Esta teoria se caracteriza por seus aspectos prescritivo e normativo, e pelo
modelo de sistema fechado, pois analisa apenas o ambiente interno da
empresa sem nenhuma preocupação com o ambiente externo. A
Administração Científica visualiza as empresas como se estivessem no
vácuo, autônomas, hermeticamente fechadas, caracterizando-se assim por
ter uma abordagem de sistema fechado. Ela não considera as variáveis
extrínsecas (ambientais, econômicas, políticas e sociológicas).
É uma teoria mecanicista, pois concebe a organização como um arranjo
estático e rígido de peças, uma máquina. Em nenhum momento considerou
as organização informais. O indivíduo era considerado como "algo" sem
capacidade alguma de pensar, servia somente para executar.
Vejam estas questões
ITEM 1. (CESPE/UAB/2010/SELEÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO)
De acordo com a administração científica, bom operário é aquele com iniciativa de ações.
Para Taylor o operário deveria restringir-se a executar aquilo que lhe foi
ordenado, a função de planejar as ações era dos gerentes. Operário com
iniciativa, na teoria da administração científica, era uma aberração. Portanto
a afirmativa está ERRADA!
ITEM 2. (CESPE/UAB/2010/SELEÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO)
A racionalização do trabalho operário foi assunto abordado na obra Shop Management
(Administração de Oficinas), de Taylor, publicada em 1903.
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Perfeito, pessoal! Taylor publicou em 1903 o estudo chamado Shop
Management (Administração de Operações Fabris), no qual propunha sua
filosofia de administração, que abrangia quatro princípios, como vimos em
aula:
I. Racionalizar as tarefas: encontrar o melhor meio para executar cada
tarefa;
II. Selecionar as pessoas mais adequadas para a execução das tarefas;
III. Treinar as pessoas para a execução das tarefas de acordo com o
método escolhido;
IV. Monitorar o desempenho para verificar se o que foi planejado está
sendo executado.
Portanto, a afirmativa está CERTA!
ITEM 3. (CESPE/UAB/2010/SELEÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO)
Taylor, que era contra a especialização do operário, defendia o perfil generalista como ponto
principal para o desenvolvimento do processo de produção.
Nada disso Pessoal! Tanto Taylor quanto Fayol defendiam a especialização
do trabalho operário. Uma tarefa deveria ser reduzida à menor unidade
possível de especialização, que tornasse mais rápido e econômico o processo
produtivo. Falaremos sobre Fayol mais à frente.
Portanto a afirmativa está ERRADA!
2.2. Teorias com ênfase na estrutura organizacional
As teorias baseadas na estrutura organizacional foram desenvolvidas na
Europa e tinham o objetivo de estruturar toda a organização para a
produção, de cima para baixo, e não somente o nível de produção como a
Administração Científica americana. Foram quatro movimentos distintos:
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Teoria Clássica, Modelo Burocrático, Teoria Estruturalista e Teoria
Neoclássica. Veremos nesta aula a teoria clássica.
2.2.1. Teoria Clássica
Foi formulada pelo engenheiro francês Henry Fayol (1841-1925). A divisão
do trabalho organizacional, segundo esta teoria, deveria ser realizada no
topo da organização e teria seis funções básicas: Técnica, Comercial,
Financeira, Segurança e Contábil. Este é o embrião da
departamentalização que foi desenvolvida posteriormente por Gulick e
Uwick, seguidores de Fayol.
Administrar para Fayol era: prever, organizar, comandar, coordenar e
controlar. Para atender a estes pressupostos a empresa deveria atender
aos quatorze princípios gerais e universais da administração. Seus princípios
incluíam a divisão do trabalho (assim como Taylor), a unidade de comando e
direção, a centralização, a preocupação com a remuneração dos empregados
e manutenção da ordenação dos materiais no local de trabalho.
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Princípios Gerais da Administração, segundo Fayol
Divisão do trabalho - Especialização dos funcionários desde o topo da
hierarquia até os operários da fábrica, assim, favorecendo a eficiência da
produção aumentando a produtividade. Designação de tarefas específicas
para cada indivíduo, resultando na especialização das funções e separação
dos poderes;
Autoridade e Responsabilidade - É o direito dos superiores darem ordens
que teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da
autoridade. Deve-se levar em conta o direito de dar ordens e exigir
obediência, chegando a um bom equilíbrio entre autoridade e
responsabilidade. A primeira é o direito de mandar e o poder de se fazer
obedecer. A segunda, a sanção - recompensa ou penalidade que acompanha
o exercício do poder;
Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho
válidas pra todos os funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na
organização. É o Respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa e seus
agentes;
Unidade de comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas um
chefe, evitando contra-ordens.
Unidade de direção - O controle único é possibilitado com a aplicação de
um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos.
Subordinação dos interesses individuais (ao interesse geral) - Os
interesses gerais da organização devem prevalecer sobre os interesses
individuais. Isto significa que há identidade de interesses entre oeganização
e indivíduos.
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Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos
funcionários e da própria organização.
Centralização (ou Descentralização) - As atividades vitais da organização e
sua autoridade devem ser centralizadas. Equilíbrio entre a concentração de
poderes de decisão no chefe, sua capacidade de enfrentar suas
responsabilidades e a iniciativa dos subordinados
Linha de Comando (Hierarquia ou cadeia escalar) - Defesa incondicional da
estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa.
Hierarquia é a série dos chefes do primeiro ao último escalão, dando-se aos
subordinados de chefes diferentes a autonomia para estabelecer relações
diretas;
Ordem - Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar pra
cada coisa e cada coisa em seu lugar.
Equidade - A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a
lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa. Direitos iguais.
Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade alta tem conseqüências
negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários.
Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano
e cumpri-lo.
Espírito de equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela
comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo
precisam ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos
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Assim como na Administração Científica, na Teoria Clássica prevalece o
conceito de homem econômico (homo economicus).
Vejam esta questão:
ITEM 4. (CESPE/PRODEST/2006/ANALISTA ORGANIZACIONAL)
Enquanto a administração científica buscava a eficiência das organizações, a teoria clássica
buscava a motivação dos funcionários, sem se preocupar com a estrutura da organização.
Pessoal, a afirmativa está ERRADA! A administração científica preocupava-
se com a racionalização do trabalho, por isto podemos dizer que havia
preocupação com a eficiência. Esta mesma preocupação orientou os
formuladores da Teoria Clássica, porém com o pressuposto de que deveriam
organizar o trabalho. Lembram dos princípios de Fayol? A preocupação com
a motivação dos funcionários é da Teoria Comportamental.
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ITEM 5. (CESPE/MTE/2008/ADMINISTRADOR)
O gestor público que se preocupa em eliminar o desperdício de esforço desenvolvido pelos
demais colaboradores, procurando racionalizar as tarefas e eliminar os movimentos inúteis,
adota pressupostos coerentes com a abordagem clássica da administração.
Perfeito, pessoal! Alguns autores incluem a administração científica de Fayol
na abordagem clássica da Administração. Foi por isto que eu a inclui em
nossa aula. Tanto Fayol quanto Taylor se preocupavam com a racionalização
do trabalho, com a redução do tempo utilizado para exercer as tarefas,
através da correta organização do processo de trabalho. Um exemplo disto
foi o estudo de tempos e movimentos realizado por Taylor. Consistia em
cronometrar os movimentos dos trabalhadores e dividi-los nas tarefas que
realizava. Taylor chamava isto de unidade básica de trabalho. Após
cronometrar os tempos das unidades básicas de trabalho ele encontrava a
melhor maneira de executá-las, racionalizando o processo produtivo. Assim,
a afirmativa está CERTA!
ITEM 6. (CESPE/MTE/2008/ADMINISTRADOR)
Um marco na abordagem clássica da administração foi a experiência de Hawthorne, que
buscou enfatizar a importância das condições do ambiente de trabalho para obter a maior
eficiência e racionalização das tarefas.
Pessoal, a experiência de Hawthorne, realizada por Elton Mayo, faz parte do
Enfoque Comportamental da Administração, uma perspectiva que considera
as pessoas em sua totalidade e como parte mais importante das
organizações e de seu desempenho, ao contrário da abordagem clássica da
administração que colocava as pessoas em segundo plano. Na abordagem
clássica da administração as pessoas eram consideradas recursos de
produção. A Prioridade era a eficiência da Produção. Portanto, a afirmativa
está ERRADA!
ITEM 7. (CESPE/FUB/2009/SECRETÁRIO EXECUTIVO)
A teoria clássica da administração, desenvolvida por Fayol, é voltada à necessidade de
humanização do trabalho e de democratização da administração.
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Pessoal, a teoria clássica preocupava-se com a racionalização do trabalho,
com a eficiência da produção. Era baseada na hierarquia, na autoridade e
responsabilidade e na unidade de comando. Não havia espaço para
participação democrática na administração. O pressuposto era uma liderança
centralizadora. Portanto, a afirmativa está ERRADA!
Vejam esta afirmação da ESAF em uma questão de concurso do MPOG
ITEM 8. (ESAF/2009/MPOG/EPPGG)
A Teoria Clássica da Administração possui apenas valor histórico e referencial, não sendo
aplicável em nossos dias.
Nada disso, pessoal! A Teoria Clássica tem reflexos em praticamente todas
as organizações modernas. Muitas ainda se organizam segundo estes
princípios.
Portanto, esta afirmativa está ERRADA!
ITEM 9. (ESAF/ENAP/ADMINISTRADOR/2006)
A teoria clássica é caracterizada pela ênfase nas tarefas e na estrutura organizacional, pela
concepção de homem econômico e pela identidade de interesses.
Perfeito, pessoal! De fato a teoria clássica enfatiza a execução das tarefas e
a estrutura organizacional. Também vimos que é caracterizado pela
concepção homem econômico, ou seja, o homem é induzido a produzir
apenas pelas recompensas financeiras. Outra característica é o pressuposto
da identidade de interesses, ou seja, presume-se que há alinhamento de
interesses entre a organização e os empregados (subordinação dos
interesses individuais aos interesses organizacionais).
Portanto, a afirmativa está CERTA!
Na aula 1 eu publicarei uma tabela comparativa das características de cada
uma das escolas da administração.
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Bom, chegamos ao final de nossa aula demonstrativa!
Espero revê-los na aula 1!
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3. Lista de Questões
ITEM 1. (CESPE/UAB/2010/SELEÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO)
De acordo com a administração científica, bom operário é aquele com iniciativa de ações.
ITEM 2. (CESPE/UAB/2010/SELEÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO)
A racionalização do trabalho operário foi assunto abordado na obra Shop Management
(Administração de Oficinas), de Taylor, publicada em 1903.
ITEM 3. (CESPE/UAB/2010/SELEÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO)
Taylor, que era contra a especialização do operário, defendia o perfil generalista como ponto
principal para o desenvolvimento do processo de produção.
ITEM 4. (CESPE/PRODEST/2006/ANALISTA ORGANIZACIONAL)
Enquanto a administração científica buscava a eficiência das organizações, a teoria clássica
buscava a motivação dos funcionários, sem se preocupar com a estrutura da organização.
ITEM 5. (CESPE/MTE/2008/ADMINISTRADOR)
O gestor público que se preocupa em eliminar o desperdício de esforço desenvolvido pelos
demais colaboradores, procurando racionalizar as tarefas e eliminar os movimentos inúteis,
adota pressupostos coerentes com a abordagem clássica da administração.
ITEM 6. (CESPE/MTE/2008/ADMINISTRADOR)
Um marco na abordagem clássica da administração foi a experiência de Hawthorne, que
buscou enfatizar a importância das condições do ambiente de trabalho para obter a maior
eficiência e racionalização das tarefas.
ITEM 7. (CESPE/FUB/2009/SECRETÁRIO EXECUTIVO)
A teoria clássica da administração, desenvolvida por Fayol, é voltada à necessidade de
humanização do trabalho e de democratização da administração.
ITEM 8. (ESAF/2009/MPOG/EPPGG)
A Teoria Clássica da Administração possui apenas valor histórico e referencial, não sendo
aplicável em nossos dias.
ITEM 9. (ESAF/ENAP/ADMINISTRADOR/2006)
A teoria clássica é caracterizada pela ênfase nas tarefas e na estrutura organizacional, pela
concepção de homem econômico e pela identidade de interesses.