As propriedades coligativas são modificadas quando se adiciona um soluto não volátil a um solvente, alterando propriedades como pressão de vapor, ponto de ebulição, ponto de fusão e pressão osmótica. Existem quatro propriedades coligativas principais: tonoscopia, ebulioscopia, crioscopia e osmose.
1. Propriedades Coligativas
Propriedades Coligativas são aquelas
propriedades das substâncias puras que são
modificadas quando se adiciona um soluto não
volátil a elas.
Essas propriedades, portanto, não são explicadas
pela natureza da substância, mas sim pela
quantidade de suas moléculas, partículas ou átomos.
3. As propriedades dos solventes
modificadas são:
Pressão de vapor – Efeito Tonoscópico
Ponto de Ebulição – Efeito Ebulioscópico
Ponto de Fusão – Efeito Crioscópico
Pressão Osmótica – Efeito Osmoscóspico
4. O estudo das quatro propriedades coligativas permite
responder e entender questões como:
• Por que se acrescenta sal ao gelo para gelar cerveja em lata?
• Por que, acrescentando sal ou açúcar a uma quantidade de água que
está iniciando fervura, ela para de ferver?
• Por que as águas dos oceanos não congelam totalmente, mesmo em
locais muito frios, com a temperatura abaixo de 0°C?
• O que acontece quando se coloca sal sobre um pedaço de carne?
• O que acontece com um pedaço de fruta desidratada dentro de um
recipiente com água?
• Por que o peixe do rio não consegue sobreviver no mar e vice-versa?
5. Tonoscopia
Também denominada de Tonometria, esta
propriedade coligativa estuda a diminuição da
pressão máxima de vapor de um solvente causada
pela adição de um soluto não-volátil.
6. Fórmula para o cálculo da
Tonoscopia:
Δp = P2 – P, onde:
P = pressão de vapor da solução
P2 = pressão de vapor do solvente
7. A tonoscopia é uma propriedade coligativa que ocasiona o
abaixamento da pressão de vapor de um líquido, quando a
ele se adiciona um soluto não-volátil.
Se adicionarmos um soluto não-volátil em solvente, ocorre
a diminuição da pressão de vapor e consequentemente,
demora mais tempo para evaporar.
A pressão de vapor de um solvente puro sempre será maior
do que a pressão de vapor de uma solução.
Com a adição das partículas do soluto intensificam-se as
forças atrativas moleculares e diminui a pressão de vapor
do solvente.
8. Quanto maior for o número de mols do soluto não-
volátil na solução, maior será o abaixamento da
pressão máxima de vapor.
9. Se adicionarmos um soluto não-volátil em
solvente, ocorre a diminuição da pressão de vapor
e consequentemente, demora mais tempo para
evaporar.
A pressão de vapor de um solvente puro sempre
será maior do que a pressão de vapor de uma
solução.
Com a adição das partículas do soluto
intensificam-se as forças atrativas moleculares e
diminui a pressão de vapor do solvente.
10. Sabe-se que toda solução tende a um equilíbrio, e este pode
ser atingido se considerarmos a Lei de Raoult: a pressão de
vapor de um solvente em uma solução é igual ao
produto da pressão de vapor do líquido puro
presente nesta solução, se considerarmos a fração
molar do líquido.
Veja a fórmula que permite calcular esse princípio:
p2 = p0 • x2
Onde:
p2 = pressão de vapor do líquido na solução
p0 = pressão de vapor no líquido puro
x2 = fração molar do líquido na solução
11. Exercício
A pressão de vapor da água pura é de 6,4
kPa a 25 °C. Qual será a pressão de vapor
de uma solução à mesma temperatura
que possui 0,8 mol de glicose em 4,0 mol
de água?
12. Ebulioscopia
Ebulioscopia ou Ebuliometria é a propriedade
coligativa que estuda a elevação da temperatura de
ebulição do solvente em uma solução.
Para que um líquido entre em ebulição é necessário
aquecê-lo até que a pressão de vapor fique igual à
pressão atmosférica, até aí tudo bem, mas quando
existem partículas insolúveis em meio ao solvente o
processo é dificultado, a Ebulioscopia surge então
para explicar este fenômeno.
13. A fórmula usada para o cálculo é:
Δte = Te2 - Te, onde:
Te = temperatura de ebulição da solução
Te2 = temperatura de ebulição do solvente
14. Um exemplo de Ebulioscopia surge no preparo do
café: quando adicionamos açúcar na água que
estava prestes a entrar em ebulição. Os cristais de
açúcar antes de serem dissolvidos pelo aquecimento
constituem partículas que retardam o ponto de
ebulição da água, ou seja, o líquido vai demorar um
pouco mais a entrar em ebulição.
15. Fator de Van’t Hoff
O Fator de Van’t Hoff (i) é utilizado para calcular e
analisar os efeitos coligativos em soluções iônicas. É
definido como “a relação feita entre o número total
de partículas finais em relação às iniciais nas
soluções iônicas”.
Pode ser expresso matematicamente pela fórmula:
i = 1 + a (q – 1).
16. O Fator de Van’t Hoff (i) é utilizado para
calcular e analisar os efeitos
coligativos (alteração das propriedades
físicas - como temperatura de fusão e
ebulição - de solventes, ao se adicionar um
soluto não volátil), em soluções iônicas.
17. Em soluções moleculares, a quantidade de
moléculas dissolvidas é a mesma de
moléculas adicionadas.
Por exemplo, se adicionarmos 100 moléculas
de açúcar (C12H22O11) na água, serão
dissolvidas 100 moléculas exatamente.
18. Em soluções iônicas, no entanto, este valor varia,
pois as moléculas sofrem dissociação iônica (ou
ionização).
Um exemplo é uma solução de cloreto de sódio (NaCl
– sal de cozinha). Se for adicionado 1 mol de NaCl na
água, teremos no final 1 mol de partículas de Na+ e 1
mol de partículas de Cl-, conforme mostra a equação
de ionização do sal abaixo:
NaCl → Na+
(aq) + Cl-
(aq)
1 mol → 1 mol + 1 mol } 2 mols
19. Este número de partículas finais pode
também triplicar, e assim por diante,
dependendo do sal utilizado.
Assim, a relação feita entre o número
total de partículas finais em relação às
iniciais nas soluções iônicas é o fator
de Van’t Hoff (i):
i = _número total de partículas finais____
número total de partículas iniciais
20. Exercício
Digamos que você possui as seguintes amostras:
Água pura.
Solução aquosa de glicose a 0,2 mol/L.
Solução aquosa de glicose a 0,4 mol/L.
A ordem crescente de temperatura de ebulição
dessas amostras é dada por:
a) I > II > III
b) III > II > I
c) III < II < I
d) I < II < III
e) I < III < II
21. Crioscopia
Também conhecida como Criometria, a Crioscopia
estuda a diminuição do ponto de congelamento de
um líquido causado pelo soluto não-volátil.
A fórmula que permite calcular essa propriedade é a
seguinte:
Δtc = Tc2 - Tc, onde:
Tc = temperatura de congelamento da solução
Tc2 = temperatura de congelamento do solvente
22. A Crioscopia pode ser explicada assim: quando se
adiciona um soluto não-volátil a um solvente, as
partículas deste soluto dificultam a cristalização do
solvente dando origem à propriedade descrita.
Exemplo: o ponto de congelamento da água pura é
superior ao da água poluída, por quê? A água poluída
possui partículas não-voláteis que dificultam o
congelamento deste líquido, já a água purificada,
isenta de qualquer corpo estranho, chega à
cristalização mais rapidamente.
23. Curiosidades
A temperatura de congelamento da água poluída é mais baixa do que o da
água pura, pois nela estão presentes substâncias que a tornam uma
solução, reduzindo assim o seu ponto de congelamento.
A água do mar (salgada) apresenta um ponto de congelamento inferior à
água doce, dessa forma, são necessárias temperaturas muito inferiores
para congelar uma amostra de água salgada do que aquelas necessárias
para congelar uma amostra de água doce.
Um iceberg é composto por água doce, uma vez que a temperatura não é
baixa o suficiente para congelar a água salgada.
Se utiliza sal (geralmente cloreto de sódio) para reduzir a temperatura de
congelamento da água a assim fundi-la em avenidas cobertas de gelo,
procedimento esse comum em cidades nas quais o inverno é muito
intenso.
24. Exercício
Num congelador há cinco formas que contêm líquidos
diferentes para fazer gelo e picolés de limão. Se as formas
forem colocadas, ao mesmo tempo, no congelador e
estiverem, inicialmente, a mesma temperatura, vai-se
congelar primeiro a forma que contém 500 mL de:
a) água pura.
b) solução, em água, contendo 50 mL de suco de limão.
c) solução, em água, contendo 100 mL de suco de limão.
d) solução, em água, contendo 50 mL de suco de limão e 50 g
de açúcar.
e) solução, em água, contendo 100 mL de suco de limão e 50
g de açúcar.
25. Osmose
Osmose é a passagem do solvente de uma região
pouco concentrada em soluto para uma mais
concentrada em soluto, sem gasto de energia.
26. Você sabe por que a salada, certo tempo após ser
temperada, se apresenta murcha?
Em razão da ação da osmose!
Este tipo de transporte passivo consiste na difusão
de moléculas de água (solvente),
predominantemente do meio com mais para o com
menos concentração destas moléculas, por uma
membrana semipermeável.
27. Pressão osmótica
Chama-se pressão osmótica a pressão que deve ser
aplicada para evitar que o solvente atravesse uma
membrana semipermeável.
O valor da pressão osmótica depende para cada
solução, sendo que quanto maior a
concentração da solução, maior será a pressão
osmótica.
28. O cálculo da pressão osmótica pode ser realizado
utilizando a seguinte fórmula:
π = M . R . T . i
Sendo que:
π = pressão osmótica;
M = concentração em mol/L;
R = constante universal dos gases;
T = temperatura na escala absoluta (kelvin);
i = fator de Van’t Hoff
29. De acordo com a comparação dos valores das
pressões osmóticas de duas soluções, uma pode ser
classificada em relação à outra da seguinte maneira:
Solução hipertônica: quando a sua pressão
osmótica é maior que à da outra solução;
Solução hipotônica: quando a sua pressão
osmótica é menor que à da outra solução;
Solução isotônica: quando a sua pressão
osmótica é igual à da outra solução.
30. Portanto, quando se diz que uma bebida é
isotônica, isso quer dizer que ela possui a
concentração de sais minerais igual à concentração
dos líquidos do nosso corpo, como o suor e o
sangue.
31. O soro caseiro também se enquadra nisso. Por isso, a
importância de não errar na quantidade de açúcar e sal que se
usa para prepará-lo
Uma concentração errada, causando um meio hipertônico
ou hipotônico, pode ter consequências adversas, como se
pode ver na ilustração abaixo. Veja que se a solução estiver
hipertônica, isto é, com a concentração maior que a do
sangue, as hemácias irão perder água por osmose e
murcharão. Por outro lado, se o líquido estiver hipotônico,
as hemácias inchar-se-ão de água, que passará do exterior
para dentro delas por meio de suas membranas através da
osmose, correndo o risco de explodirem.
32.
33. Osmose Reversa
A osmose reversa, como o próprio nome diz, acontece em
sentido contrário ao da osmose. Nela, o solvente se desloca
no sentido da solução mais concentrada para a menos
concentrada, isolando-se assim, o soluto.
34. O processo de osmose reversa tem sido usado com o intuito
de “potabilizar” a água por meio da dessalinização. A osmose
reversa se dá por influência da pressão osmótica que se
aplica sobre a superfície na qual se encontra a solução
hipertônica, o que impede do solvente, no caso a água, ser
transportado para o meio mais concentrado. Isso permite
que a água chamada doce, vá sendo isolada do sal.
35. Exercício
Ao colocar-se uma célula vegetal normal numa solução salina
concentrada, observar-se-á que ela começará a "enrugar" e a "murchar".
Sobre esse fenômeno, é correto afirmar:
a) A célula vegetal encontra-se num meio hipotônico em relação à sua
própria concentração salina.
b) Há uma diferença de pressão, dita osmótica, entre a solução celular e
a solução salina do meio.
c) Há um fluxo de solvente do interior da célula para a solução salina do
meio.
d) Quanto maior for a concentração da solução salina externa, menor
será o fluxo de solvente da célula para o meio.
e) O fluxo de solvente ocorre através de membranas semipermeáveis.