O documento discute o humor e sua relação com a sociedade. Aborda como o humor pode entreter, criticar falhas no sistema e amenizar situações, mas também pode ser ofensivo se fizer piadas sobre grupos marginalizados. Dois comentaristas discordam se piadas preconceituosas devem ser permitidas, com um defendendo a liberdade de expressão e outro apontando que podem reforçar estereótipos.
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
Os limites do humor
1.
2.
3.
4. - sistema de interações humanas culturalmente
padronizadas
- sociedade é um sistema de símbolos, valores e normas
5.
6.
7. Humor como forma de arte
• Entreter
• Alvo
• Criticar falhas no sistema
• Ironizar
• Amenizar a seriedade de determinada situação
8. Para mim, uma coisa é bastante clara em relação ao humor: para que
se faça graça, alguém tem que ser o alvo dessa graça. Falar em humor
politicamente correto, por inteiro, soa como mera hipocrisia. Será que
você nunca riu com uma piada de loira, de gaúcho, de português?
Mesmo o público-alvo de certas piadas costuma achar graça de
muitas delas, até porque todo mundo (ou quase todo mundo) sabe
que fazer humor é buscar a graça, e não a seriedade (essa é a
impressão que tenho, pelo menos).
Nivaldo Machado Neto
9. Censura é uma coisa abominável. Mas não pode ser confundida
com a proibição de usar meios de massa que possuem concessão
pública para a apologia à discriminação étnica, à homofobia, à
xenofobia e a preconceitos e intolerâncias
Leonardo Sakamoto
10. A mesma sociedade que legitima valores machistas, racistas, homofóbicos, etc.,
contesta-os. Os “alvos” e “vítimas” deste tipo de humor organizam-se, reagem e
exigem respeito. Mas não é patrulhamento da liberdade de expressão?! Não há
temas proibidos, nem se trata de proibir. A questão é a forma que assume o
discurso. Se este é ofensivo e quem se ofende é capaz de reagir coletivamente, é
legítimo. A liberdade de expressão não se dá no vácuo, mas em tensão com o
contexto social, político, cultural, histórico. Também o comediante não é neutro, ele
precisa saber de que lado está. As piadas podem, inclusive, levar a pensar sobre as
minorias, o racismo, o sexismo, etc.
Trecho do documentário “Riso dos outros”
11. Não, nem sempre “É só uma piada!”, como proclama Rafinha Bastos e outros. A piada é
concebida como desprovida de conteúdo ideológico, político, social, etc. É tratada como a
piada em si, neutra. “É um insulto!, responde Lola Aronovich. Sim, uma piada preconceituosa
não é apenas uma piada. A manifestação do artista reforça preconceitos ou contribui para
questioná-los. Não é um discurso neutro, apolítico. Quem se imagina apolítico, tem uma
compreensão simplista da política, restringindo-se à esfera institucional. Como diria Brecht é
um “analfabeto político”! De qualquer forma, o que chama a atenção em tudo isto é o fato de
as pessoas ainda rirem deste tipo de piada! Não tem graça! No entanto, o riso da maioria
inebria e parece legitimar o comediante que diz o que o povo quer ouvir. E ele ainda fica com
a impressão de que faz sucesso. Mas, como alerta Hugo Possolo, “Quem se curva demais ao
público fica de quatro pra ele”.
Trecho do documentário “Riso dos outros”