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Narrar é
poder existir
A ausência de pluralidade nas salas de
roteiro de ficção seriada brasileira
ILUSTRAÇÃO DE RAMON POZZI
Não poder acessar certos espaços, acarreta
em não se ter produções e epistemologias
desses grupos nesses espaços.
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Não poder acessar certos espaços, acarreta em não se ter produções e
epistemologias desses grupos nesses espaços.
Não poder estar de forma justa nas universidades,
meios de comunicação, política institucional, por
exemplo, impossibilita que as vozes dos indivíduos
desses grupos sejam catalogadas.
*
Não poder acessar certos espaços, acarreta em não se ter produções e
epistemologias desses grupos nesses espaços.
Não poder estar de forma justa nas universidades, meios de
comunicação, política institucional, por exemplo, impossibilita que as
vozes dos indivíduos desses grupos sejam catalogadas.
O falar não se restringe ao ato de emitir palavras,
mas de poder existir.
Djamila Ribeiro
*
FONTE: BOLETIM GEMMA
GRANDE PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO 2002 - 2017
FONTE: BOLETIM GEMMA
GRANDE PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO 2002 - 2017
"O cinema de maior público tem raça, gênero,
região de procedência e orientação sexual:
branco, masculino, sudestino, algumas vezes
nordestino, mas mais europeu do que nortista ou
sulista, e heterossexual.
É brasileiro, mas apresenta uma versão de Brasil
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regional"
Marcia Rangel Candido, Luiz Augusto Campos e
João Feres Júnior
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— Linha do tempo de séries
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Primeira série
original Netflix é
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"Será que precisamos de uma
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"Se reproduz uma visão zona sul
carioca/zona oeste paulistana de
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estudaram nos mesmos colégios,
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intencionadas, têm uma visão
muito paternalista das minorias."
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"O
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no Brasil" —
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“Um roteirista branco dificilmente vai
escrever bem sobre narrativas negras,
mas o contrário é possível, porque
pessoas negras cresceram,
aprenderam, leram e viveram, (não só
no cinema, mas em todos os lugares) a
narrativa branca”.
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Sensação de pertencer sem
pertencer, como explicitado por
Patricia Hill Collins no conceito de
“outsider within”.
Embora Collins pensasse na
condição das acadêmicas negras,
“estas compreensões podem ser
estendidas para diversos grupos
marginalizados na sociedade
quando adentram espaços de poder
não ocupados tradicionalmente
por eles.”
"Sentia medo de
parecer chato,
inútil e
contraprodudente"
—
Michel Carvalho
“É importante entender que dentro do próprio
movimento negro, existe diversidade. Não cabem
nesse conceito guarda chuva de 'negro', pois
existem diferenças de colorismo, gênero e
território”.
Michel Carvalho
*
"Talvez as pessoas estejam cansadas de ver a
história do homem branco lutando contra seus
demônios. A gente viu isso desde que o cinema é
cinema.
*
"Talvez as pessoas estejam cansadas de ver a história do homem branco lutando
contra seus demônios. A gente viu isso desde que o cinema é cinema.
Talvez isso fira um pouco esse pacto narcísico da
branquitude: de sempre se ver, de falar das mesmas
histórias e de seus demônios internos."
Michel Carvalho
*
— Lugar de fala não
é lugar de cala (...)
"Uma travesti negra pode não se sentir representada por um homem
branco cis, mas esse homem branco cis pode teorizar sobre a realidade
das pessoas trans e travestis a partir do lugar que ele ocupa.
Acreditamos que não pode haver essa desresponsabilização do sujeito
do poder. A travesti negra fala a partir de sua localização social, assim
como o homem branco cis"
Djamila Ribeiro
"Numa sociedade supremacista branca e
patriarcal, mulheres brancas, mulheres
negras, homens negros, pessoas transexuais,
lésbicas, gays podem falar do mesmo modo
que homens brancos cis heterossexuais?
Existe o mesmo espaço e legitimidade?
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negra?"
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já temos um?" (...)
"Por mais vocal que ela seja, irá se sentir constrangida e não estará
segura para argumentar questões que têm relevância para ela. Se a
pessoa não tem liberdade e conforto para se expressar, ela tá ali como
token. Ela precisa ter suas ideias ouvidas para falar sobre coisas que
não são necessariamente temas delicados e não deve ser colocada nesse
lugar de 'fiscal'"
Renata Corrêa
“'Contrata-se dois pelo preço de um', ou
seja: paga-se por um consultor e um roteirista
ao mesmo tempo."
(!) MICHEL CARVALHO
"Quando você tem uma sala com cinco autores que
vieram da PUC e viveram a vida toda na zona sul,
há uma perspectiva de humor homogênea. Para
humor, é fundamental ter cabeças diversas. Além
do talento, trazem uma experiência que atravessa
o corpo deles e que pode engrandecer as
narrativas"
Renata Corrêa
*
— Quem monta as
equipes na sala? (...)
Montar a equipe da Sala de Roteiristas é tarefa para o roteirista-chefe,
mas também pode partir dos produtores, do diretor, e, claro, quando
há, do showrunner. Para integrar uma Sala, o roteirista convidado
colaborará com uma série da qual ele não criou, portanto, este convite
lhe é dado na maioria das vezes por meio de indicação.
“Quando pede autores negros pros players,
você rala, porque precisa justificar. Já me
perguntaram: ‘mas essa não é uma
dramaturgia que aborda personagens negros.
Por que você quer roteiristas negros na
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RENATA CORRÊA
"Os showrunners brancos devem entender o valor
de ter uma massa crítica de escritores de cor nas
salas de roteiro, ou devem ser incentivados por
canais de TV e plataformas digitais a atingir esse
padrão. A tradicional 'cota de diversidade' é
totalmente insuficiente"
Darnell Hunt
*
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interna das empresas, não vai rolar"
(!) RENATA CORRÊA
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Narrar é poder existir

  • 1. Narrar é poder existir A ausência de pluralidade nas salas de roteiro de ficção seriada brasileira
  • 3. Não poder acessar certos espaços, acarreta em não se ter produções e epistemologias desses grupos nesses espaços. *
  • 4. Não poder acessar certos espaços, acarreta em não se ter produções e epistemologias desses grupos nesses espaços. Não poder estar de forma justa nas universidades, meios de comunicação, política institucional, por exemplo, impossibilita que as vozes dos indivíduos desses grupos sejam catalogadas. *
  • 5. Não poder acessar certos espaços, acarreta em não se ter produções e epistemologias desses grupos nesses espaços. Não poder estar de forma justa nas universidades, meios de comunicação, política institucional, por exemplo, impossibilita que as vozes dos indivíduos desses grupos sejam catalogadas. O falar não se restringe ao ato de emitir palavras, mas de poder existir. Djamila Ribeiro *
  • 6. FONTE: BOLETIM GEMMA GRANDE PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO 2002 - 2017
  • 7. FONTE: BOLETIM GEMMA GRANDE PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO 2002 - 2017
  • 8. "O cinema de maior público tem raça, gênero, região de procedência e orientação sexual: branco, masculino, sudestino, algumas vezes nordestino, mas mais europeu do que nortista ou sulista, e heterossexual. É brasileiro, mas apresenta uma versão de Brasil eivada de sexismo, branquitude e preconceito regional" Marcia Rangel Candido, Luiz Augusto Campos e João Feres Júnior *
  • 9. — Linha do tempo de séries (2011) Lei da TV Paga (2016) Primeira série original Netflix é lançada (2019) Anúncios de investimentos massivos (2016) Início do desmonte na Cultura por parte do Estado
  • 10. Marton Olympio ROTEIRISTAS ENTREVISTADOS Michel Carvalho Renata Corrêa Vera Egito
  • 11. "É quem trabalhou com quem e isso, por si só, é excludente. Quem não faz parte dos mesmos círculos, não é indicado. A exclusão acontece por meios estruturais e que também são individuais, porque quem está numa posição de poder também não se interessa em sair da sua bolha" (!) VERA EGITO
  • 12. "Será que precisamos de uma consultora?" "Se tivesse um Spike Lee, uma Ava DuVernay..." “O máximo que vamos oferecê-los é o mínimo” [ [ [ [ [ [
  • 13. "Se reproduz uma visão zona sul carioca/zona oeste paulistana de classe média alta, das pessoas que estudaram nos mesmos colégios, leram os mesmo livros e têm as mesmas referências. Quando, no máximo, são muito bem intencionadas, têm uma visão muito paternalista das minorias." RENATA CORRÊA "O audiovisual é um feudo no Brasil" — (!)
  • 14. “Um roteirista branco dificilmente vai escrever bem sobre narrativas negras, mas o contrário é possível, porque pessoas negras cresceram, aprenderam, leram e viveram, (não só no cinema, mas em todos os lugares) a narrativa branca”. (!) MARTON OLYMPIO
  • 15. Sensação de pertencer sem pertencer, como explicitado por Patricia Hill Collins no conceito de “outsider within”. Embora Collins pensasse na condição das acadêmicas negras, “estas compreensões podem ser estendidas para diversos grupos marginalizados na sociedade quando adentram espaços de poder não ocupados tradicionalmente por eles.” "Sentia medo de parecer chato, inútil e contraprodudente" — Michel Carvalho
  • 16. “É importante entender que dentro do próprio movimento negro, existe diversidade. Não cabem nesse conceito guarda chuva de 'negro', pois existem diferenças de colorismo, gênero e território”. Michel Carvalho *
  • 17. "Talvez as pessoas estejam cansadas de ver a história do homem branco lutando contra seus demônios. A gente viu isso desde que o cinema é cinema. *
  • 18. "Talvez as pessoas estejam cansadas de ver a história do homem branco lutando contra seus demônios. A gente viu isso desde que o cinema é cinema. Talvez isso fira um pouco esse pacto narcísico da branquitude: de sempre se ver, de falar das mesmas histórias e de seus demônios internos." Michel Carvalho *
  • 19. — Lugar de fala não é lugar de cala (...) "Uma travesti negra pode não se sentir representada por um homem branco cis, mas esse homem branco cis pode teorizar sobre a realidade das pessoas trans e travestis a partir do lugar que ele ocupa. Acreditamos que não pode haver essa desresponsabilização do sujeito do poder. A travesti negra fala a partir de sua localização social, assim como o homem branco cis" Djamila Ribeiro
  • 20. "Numa sociedade supremacista branca e patriarcal, mulheres brancas, mulheres negras, homens negros, pessoas transexuais, lésbicas, gays podem falar do mesmo modo que homens brancos cis heterossexuais? Existe o mesmo espaço e legitimidade? Quando existe algum espaço para falar, por exemplo, para uma travesti negra, é permitido que ela fale sobre Economia, Astrofísica, ou só é permitido que fale sobre temas referentes ao fato de ser uma travesti negra?" (!) DJAMILA RIBEIRO
  • 21. — "Pra que mais, se já temos um?" (...) "Por mais vocal que ela seja, irá se sentir constrangida e não estará segura para argumentar questões que têm relevância para ela. Se a pessoa não tem liberdade e conforto para se expressar, ela tá ali como token. Ela precisa ter suas ideias ouvidas para falar sobre coisas que não são necessariamente temas delicados e não deve ser colocada nesse lugar de 'fiscal'" Renata Corrêa
  • 22. “'Contrata-se dois pelo preço de um', ou seja: paga-se por um consultor e um roteirista ao mesmo tempo." (!) MICHEL CARVALHO
  • 23. "Quando você tem uma sala com cinco autores que vieram da PUC e viveram a vida toda na zona sul, há uma perspectiva de humor homogênea. Para humor, é fundamental ter cabeças diversas. Além do talento, trazem uma experiência que atravessa o corpo deles e que pode engrandecer as narrativas" Renata Corrêa *
  • 24. — Quem monta as equipes na sala? (...) Montar a equipe da Sala de Roteiristas é tarefa para o roteirista-chefe, mas também pode partir dos produtores, do diretor, e, claro, quando há, do showrunner. Para integrar uma Sala, o roteirista convidado colaborará com uma série da qual ele não criou, portanto, este convite lhe é dado na maioria das vezes por meio de indicação.
  • 25. “Quando pede autores negros pros players, você rala, porque precisa justificar. Já me perguntaram: ‘mas essa não é uma dramaturgia que aborda personagens negros. Por que você quer roteiristas negros na equipe?’” (!) RENATA CORRÊA
  • 26. "Os showrunners brancos devem entender o valor de ter uma massa crítica de escritores de cor nas salas de roteiro, ou devem ser incentivados por canais de TV e plataformas digitais a atingir esse padrão. A tradicional 'cota de diversidade' é totalmente insuficiente" Darnell Hunt *
  • 27. "Enquanto não for uma política interna das empresas, não vai rolar" (!) RENATA CORRÊA
  • 28.