O documento discute os limites do humor a partir de seis textos. O primeiro texto descreve o sucesso de um grupo de comediantes no YouTube e a reação de religiosos ao satirizarem a vida de Jesus. O segundo texto fala sobre Gil Vicente e a transição dos valores medievais para o Renascimento. O terceiro texto cita Bakhtin sobre como a comédia expõe mazelas sociais. O quarto texto defende a liberdade do humor mas com compromisso ético. O quinto texto é um link. O sexto texto questiona se a liberdade de expressão
2. TEXTO 01
Idealizado por cinco amigos cariocas os comediantes Fábio
Porchat, Gregório Duvivier, Antonio Pedro Tabet, João
Vicente de Castro e lan SBF -, o grupo inovou ao divulgar suas
esquetes apenas na internet, por meio do YouTube. Em
menos de dois anos de existência, já conta com mais de 7
milhões de internautas inscritos, que são notificados quando
um novo vídeo é adicionado ao canal, e é um dos cases de
maior sucesso da web brasileira.
No final de 2013, a trupe provocou a ira de religiosos ao
publicar um vídeo chamado "Especial de Natal", satirizando a
vida de Jesus. Numa passagem, Cristo aparece negociando
com os soldados que o prenderam na cruz; em outra, dá uma
carteirada para conseguir uma mesa num restaurante para a
realização da Santa Ceia.
3. Indignados, internautas cristãos reagiram ao vídeo e
convocaram um boicote contra os comediantes. Uma
entidade católica protocolou uma representação criminal
contra o grupo no Ministério Público Estadual do Rio de
Janeiro por considerar o vídeo ofensivo à moral cristã.
As questões relativas à moralidade e aos juízos de valor
interferindo em assuntos considerados laicos ou pagãos
foram amplamente exploradas por Gil Vicente, o principal
nome do Humanismo, que faz parte da literatura medieval.
Sua principal obra, Auto da Barca do Inferno, de 1517, foi
produzida num período de transição dos valores medievais -
que consideravam Deus o centro do universo - para os ideais
do Renascimento, que põem o homem como o responsável
pelo seu destino. No auto, há uma clara defesa da moral
cristã, baseada na recompensa das virtudes e na punição dos
pecados.
Fonte: Guia do Estudante, Português Vestibular + Enem, 2015. ed. 5., p. 14 (adaptado)
5. TEXTO 03
O filósofo e pensador russo Bakhtin, teórico da cultura
europeia e das artes, ao analisar a comédia do período
medieval, determinou que tudo aquilo que nos faz rir é
perigoso. Certamente sua afirmação se pauta no fato de
que a comédia expõe as nossas mazelas sociais, os nossos
preconceitos e os valores que julgamos intocáveis.
A Expressão Oral em Catullo da Paixão Cearense, CNPq, 1995. p.75.
6. TEXTO 04
“É válido rir, fazer graça, denunciar o que está de errado, criar
situações irreverentes. Mas o humor mais fiel vale quando é
livre de qualquer amarra e limitação. Mas se deve estar
liberto de censura e conceito, ao mesmo tempo que tenha
algum compromisso ético e justo, quem haverá de deter o
poder de lhe ditar o rumo e a forma, com completa isenção e
preparo? O meu limite não é o seu limite. Uma pessoa tem
tolerâncias diferentes em cada situação e diferentes de
outras pessoas. Nossas visões, reações e gostos se
diferenciam, misturam, conflitam e divergem, pois somos
todos únicos. O que me fere e causa repulsa numa piada
social, pode ser natural e bem assimilado por outra pessoa, o
que para muitos indigna, para outros grupos pode ser vital
como prova de notoriedade e existência.”
Fonte: http://www.ufrgs.br/vies/variedades/os-limites-do-humor/
8. TEXTO 06
É importante observar se as expressões de humor de
jornalistas, escritores e comediantes, que repousam sob o
manto da liberdade de expressão, não estariam, contudo,
aproveitando-se do exercício desse direito para cometer
excessos. É possível provocar o riso sem incomodar, já que
o humor se constrói a partir de um olhar crítico sobre o
comportamento humano?
Sobre o riso na sociedade. Extraído e adaptado de
http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/tema-da-redacao-do-vestibular-2013-aborda-
papel-e-limites-do-humor-na-sociedade
10. #PartiuProduzir: Dissertação (Enem)
Há limites para o humor?
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade
escrita formal da língua portuguesa, apresentando
proposta de intervenção, que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.