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DA OPRESSÃO À LIBERDADEPe. José Bortolini – Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades – Paulus, 2007
* LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL *
ANO: C – TEMPO LITÚRGICO: 5° DOMINGO DA QUARESMA – COR: ROXO
INTRODUÇÃO GERAL
1. As pessoas anseiam por uma sociedade justa e fra-
terna. Esse anseio coincide com o projeto de Deus. Por
isso Javé jamais deixou de propor libertação e vida nova
ao povo e, a cada queda deste, anuncia um novo êxodo e
convida a sair da opressão (cf. 1ª leitura Is 43,16-21).
2. As estruturas sociais ou religiosas criadas por nós
nunca conseguirão dar liberdade e vida a todos, se não
estiverem sintonizadas com o projeto de Deus. Por isso
Jesus desmascara a falsa justiça dos doutores da Lei e
fariseus, fazendo-os passar de juízes dos outros a réus
que necessitam de conversão. – Todos os que aderem a
Jesus passarão da opressão à liberdade (cf. Evangelho
Jo 8,1-11).
3. A passagem da opressão à liberdade é um processo
contínuo que o cristão assume como projeto de vida. Em
meio a sofrimentos e riscos, ele vai se configurando a
Cristo, para obter do Pai o prêmio (cf. 2ª leitura Fl 3,8-
14).
COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1ª leitura (Is 43,16-21): No meio da opressão, o anún-
cio da libertação
4. O trecho pertence ao Segundo Isaías (caps. 40-55).
Seu autor é um profeta-poeta anônimo que viveu no
exílio na Babilônia, junto com seus compatriotas. Sua
atividade pode ser datada aí pelo ano 550 a.C. Os pri-
meiros deportados tinham esperança de que o exílio
fosse durar pouco tempo. Mas com a nova deportação
(ano 582), as esperanças foram frustradas, sem perspec-
tivas de retorno imediato.
5. As vitórias de Ciro, rei dos persas, contra os caldeus,
reacenderam as expectativas, preanunciando o retorno.
Porém, quem iria ser efetivamente o autor da libertação
de Israel: Javé, ou Ciro com a proteção dos seus deuses?
De quem parte o projeto e a execução da libertação?
6. Os vv. 14-15 respondem a essas questões. O autor
da libertação é Javé, que se identifica como sendo o
Redentor (em hebraico: ga’al, aquele que tem a obriga-
ção de resgatar), o Santo de Israel (o totalmente outro,
que não pode ser confundido com os ídolos das nações
opressoras), o Criador de Israel, o Rei. Todos esses títu-
los visam suscitar a memória das ações de Javé na histó-
ria, em contraste com os ídolos que só acarretaram tribu-
lações e opressão ao povo eleito. Foi Javé quem mandou
alguém (o autor evita o nome de Ciro) para reduzir à
ruína a cidade opressora.
7. Os vv. 16-17 evocam a ação histórica de Javé para
libertar Israel: abriu um caminho no mar (passagem do
mar Vermelho) e conduziu o Faraó com sua parafernália
militar, para precipitá-lo no abismo. – É interessante
notar a desmitificação do exército do Faraó (carros, ca-
valos, um exército de gente treinada para a guerra): foi
fácil apagá-los, como apagar uma tocha na água!
8. Nos vv. 18-19 Javé se dirige aos exilados, excitan-
do-lhes a esperança. Os fatos maravilhosos do êxodo não
têm comparação com a nova libertação que, como se-
mente, está desabrochando. Trata-se, portanto, de aderir
a essa novidade transformadora, esquecendo o passado,
apesar de maravilhoso. Até o deserto — passagem obri-
gatória para o retorno à pátria — não mais será hostil e
devorador de vidas como no êxodo do Egito. E o povo
não precisará mais perambular a esmo, pois o próprio
Javé traçará um caminho, fazendo brotar água nos luga-
res ermos.
9. Os vv. 20-21 descrevem a reação da criação diante
da novidade libertadora de Javé: os chacais e avestruzes,
animais que vivem em regiões desabitadas, honram a
Javé por suscitar vida onde não havia, a fim de saciar o
povo eleito que retorna, proclamando os louvores daque-
le que o libertou.
Evangelho (Jo 8,1-11): Da opressão à liberdade
10. De acordo com a maioria dos estudiosos, Jo 8,1-11
não pertence ao autor do Quarto Evangelho. Sua inser-
ção interrompe a seqüência, e a linguagem é mais a de
Lucas do que a de João, tendo presente a série de termos
aí empregados e que não são usados em todo o evange-
lho de João. Apesar disso, o texto foi se firmando ao
longo do tempo, e seu valor de Palavra de Deus jamais
foi questionado.
11. O ambiente do episódio é o Templo de Jerusalém.
– Jesus movimenta-se entre o monte das Oliveiras e a
esplanada do Templo. O monte das Oliveiras é o lugar
onde Jesus assume corajosamente o projeto de Deus,
para levar as pessoas à vida. Esse projeto passa pela
morte-ressurreição. O Templo é o lugar da rejeição de
Jesus por parte das lideranças judaicas; nele concentra-
va-se o poder religioso opressor, incapaz de levar à vida
quem tivesse pecado.
12. Antes do nascer do sol (v. 2), Jesus encontra-se no
Templo, ensinando. – Ele é o novo sol que, com sua
palavra e ação, faz surgir o dia da plena libertação da
humanidade.
13. A cena da adúltera surpreendida em flagrante é ca-
racterística das tramas que doutores da Lei e fariseus
arquitetavam para apanhar Jesus em contradição (cf. Mc
10,2; 12,13-14), para terem motivo de acusação contra
ele (v. 6a). Segundo a Lei de Moisés (Dt 22,22; Lv
20,10), a mulher que fosse surpreendida em adultério
devia ser lapidada, não só ela, mas também o homem
que com ela adulterou.
14. Para os doutores da Lei e os fariseus, a sentença já
está decretada. Eles, representantes do sistema opressor,
se serviam do aparato legal para legislar em prejuízo dos
outros. – Eram juízes superiores à Lei, capazes de sen-
tenciar a respeito da adúltera e do próprio Jesus.
15. No evangelho de João, Jesus se apresenta como a-
quele que recebeu do Pai a autoridade de julgar (5,22),
mas ele próprio não julga ninguém (cf. 8,15), ou seja, é
aquele que dá a chance decisiva de vida: optar por ele,
que cumpre plenamente a vontade do Pai. Em vez de
julgar (= condenar), Jesus provoca o julgamento: quem
adere a ele escolhe a vida; quem o rejeita provoca a
própria morte.
16. A reação de Jesus diante da pergunta dos escribas e
fariseus é estranha: “Jesus se abaixou e com o dedo co-
meçou a escrever no chão” (v. 6). Esse gesto é obscuro.
Além de “escrever”, o verbo pode também significar
“redigir uma acusação”. Talvez seja esse o sentido ou,
quem sabe, seja possível encontrar nesse gesto uma refe-
rência a Jr 17,13: “Os que se afastam de ti serão escritos
na terra”, isto é, no Xeol, entre os mortos. Todavia, a
resposta de Jesus diante da insistência dos acusadores é
clara: “Aquele de vocês que não tiver pecado, atire nela
a primeira pedra” (v. 7). – Os que haviam montado o
tribunal, arrogando-se o direito de sentenciadores, pas-
sam da condição de juízes à condição de réus.
17. Assim Jesus implode, em pleno Templo, o sistema
opressor incapaz de salvar. A ordem de retirada dos dou-
tores da Lei e fariseus é patética: vão embora a partir dos
mais velhos (v. 9a). – É o sistema opressor que se afasta
para dar lugar à nova ordem instaurada por Jesus. A
mulher permanecia lá, no meio (v. 9b), mas o sistema
que decretara sua morte não existe mais.
18. Inicia, então, novo diálogo, o de Jesus com a mu-
lher. Não é um diálogo inquisidor, mas uma oferta de
salvação: “Eu também não te condeno. Podes ir, e de
agora em diante não peques mais” (v. 11b). – Jesus cer-
tamente não aprovou o pecado. Demonstrou, porém, que
não se extirpa o mal eliminando quem o cometeu (cf. Dt
22,22: “Deste modo extirparás o mal de Israel”), mas
oferecendo ao pecador condições de vida nova e plena.
É isso que ele ensina no Templo.
2ª leitura (Fl 3,8-14): O caminho de libertação deve
ser conquistado dia após dia
19. Segundo alguns estudiosos, a carta aos Filipenses é
uma coletânea de pelo menos três bilhetes diferentes,
que mais tarde teriam sido agrupados, formando a atual
carta. Paulo teria escrito esses bilhetes em ocasiões dife-
rentes, durante sua prisão em Éfeso (ano 56 ou 57). Cada
um desses bilhetes traz uma preocupação particular do
Apóstolo em relação à comunidade por ele fundada. O
texto que nos interessa trata de um problema que pertur-
bou constantemente a vida de Paulo: o dos judaizantes
que deturpavam o Evangelho, forçando os pagãos con-
vertidos a aderir às normas da Lei mosaica, sobretudo no
que se refere à necessidade da circuncisão (abolida no
Concílio de Jerusalém, cf. At 15).
20. Paulo afirma que os verdadeiros circuncidados são
os cristãos, que prestam culto pelo Espírito de Deus e
têm em Cristo o ponto de referência para suas vidas, não
se apoiando na Lei de Moisés (cf. 3,3).
21. Os judeus, possuidores da circuncisão, considera-
vam-se “operários” autênticos e chamavam de “cães”
aos pagãos. – Ora, o Apóstolo alerta os filipenses contra
os “cães”, os “maus operários”, os “mutilados” (referên-
cia pejorativa à circuncisão); e são exatamente os judeu-
cristãos ainda apegados à circuncisão os que merecem
da parte de Paulo essas qualificações (3,2).
22. A seguir (vv. 4-6) ele traça seu passado: judeu, fari-
seu irrepreensível, perseguidor da Igreja. Mas o ser cris-
tão de Paulo não se baseia nas glórias passadas; pelo
contrário, são uma perda diante da experiência que fez
do Cristo. O encontro com Jesus determinou a revolução
da vida do Apóstolo: ele não mais persegue a Igreja, mas
corre para ver se alcança a plenitude da vida que está no
Senhor Jesus. E isso ele o faz enfrentando os sofrimen-
tos, a cadeia, deixando para trás os privilégios para mor-
rer com Cristo e participar de sua ressurreição (v. 11).
23. Utilizando a imagem do atleta que corre em busca
do prêmio, nos dá uma visão clara do ser cristão: a liber-
tação em Cristo é uma conquista diária, que não permi-
te descansar à sombra do passado, conscientes de que
jamais, nesta vida, teremos alcançado o momento de
parar.
24. Da sua vida de missionário itinerante que enfrenta
todo tipo de hostilidade e vive na precariedade dos mei-
os, Paulo traça o itinerário da vida cristã. O objetivo
central é, através desses acontecimentos, fazer a experi-
ência do Cristo que caminha à frente. – A caminhada
para a libertação é um combate constante. – O cristão
precisa ser verdadeiro atleta que não se acomoda às es-
truturas. Isso tudo ele o afirma estando preso. – Pren-
dem-se as pessoas, mas não os ideais que elas possuem
(2Tm 2,9).
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
25. Suscitar na comunidade a “memória histórica” do povo e dos excluídos em busca de libertação. O que
Deus pede aos israelitas é que se recordem do que Javé fez por eles, e que estejam prontos para a novidade
que irá realizar (1ª leitura Is 43,16-21).
26. Levar a comunidade a se questionar sobre qual seria a atitude em relação aos excluídos, particularmente
as prostitutas, se eles assumissem de fato a atitude de Jesus (Evangelho Jo 8,1-11).
27. Paulo encarna o ser cristão para o seu tempo (2ª leitura Fl 3,8-14). Qual é o perfil do cristão e do agente
de pastoral hoje?
28. A Quaresma favorece a caminhada de conversão e libertação. Salientar o amor de Deus, manifestado em
Jesus, que leva as pessoas a se libertarem de toda e qualquer forma de opressão, interna ou externa.

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Comentário: 5° Domingo da Quaresma - Ano C

  • 1. DA OPRESSÃO À LIBERDADEPe. José Bortolini – Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades – Paulus, 2007 * LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL * ANO: C – TEMPO LITÚRGICO: 5° DOMINGO DA QUARESMA – COR: ROXO INTRODUÇÃO GERAL 1. As pessoas anseiam por uma sociedade justa e fra- terna. Esse anseio coincide com o projeto de Deus. Por isso Javé jamais deixou de propor libertação e vida nova ao povo e, a cada queda deste, anuncia um novo êxodo e convida a sair da opressão (cf. 1ª leitura Is 43,16-21). 2. As estruturas sociais ou religiosas criadas por nós nunca conseguirão dar liberdade e vida a todos, se não estiverem sintonizadas com o projeto de Deus. Por isso Jesus desmascara a falsa justiça dos doutores da Lei e fariseus, fazendo-os passar de juízes dos outros a réus que necessitam de conversão. – Todos os que aderem a Jesus passarão da opressão à liberdade (cf. Evangelho Jo 8,1-11). 3. A passagem da opressão à liberdade é um processo contínuo que o cristão assume como projeto de vida. Em meio a sofrimentos e riscos, ele vai se configurando a Cristo, para obter do Pai o prêmio (cf. 2ª leitura Fl 3,8- 14). COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS 1ª leitura (Is 43,16-21): No meio da opressão, o anún- cio da libertação 4. O trecho pertence ao Segundo Isaías (caps. 40-55). Seu autor é um profeta-poeta anônimo que viveu no exílio na Babilônia, junto com seus compatriotas. Sua atividade pode ser datada aí pelo ano 550 a.C. Os pri- meiros deportados tinham esperança de que o exílio fosse durar pouco tempo. Mas com a nova deportação (ano 582), as esperanças foram frustradas, sem perspec- tivas de retorno imediato. 5. As vitórias de Ciro, rei dos persas, contra os caldeus, reacenderam as expectativas, preanunciando o retorno. Porém, quem iria ser efetivamente o autor da libertação de Israel: Javé, ou Ciro com a proteção dos seus deuses? De quem parte o projeto e a execução da libertação? 6. Os vv. 14-15 respondem a essas questões. O autor da libertação é Javé, que se identifica como sendo o Redentor (em hebraico: ga’al, aquele que tem a obriga- ção de resgatar), o Santo de Israel (o totalmente outro, que não pode ser confundido com os ídolos das nações opressoras), o Criador de Israel, o Rei. Todos esses títu- los visam suscitar a memória das ações de Javé na histó- ria, em contraste com os ídolos que só acarretaram tribu- lações e opressão ao povo eleito. Foi Javé quem mandou alguém (o autor evita o nome de Ciro) para reduzir à ruína a cidade opressora. 7. Os vv. 16-17 evocam a ação histórica de Javé para libertar Israel: abriu um caminho no mar (passagem do mar Vermelho) e conduziu o Faraó com sua parafernália militar, para precipitá-lo no abismo. – É interessante notar a desmitificação do exército do Faraó (carros, ca- valos, um exército de gente treinada para a guerra): foi fácil apagá-los, como apagar uma tocha na água! 8. Nos vv. 18-19 Javé se dirige aos exilados, excitan- do-lhes a esperança. Os fatos maravilhosos do êxodo não têm comparação com a nova libertação que, como se- mente, está desabrochando. Trata-se, portanto, de aderir a essa novidade transformadora, esquecendo o passado, apesar de maravilhoso. Até o deserto — passagem obri- gatória para o retorno à pátria — não mais será hostil e devorador de vidas como no êxodo do Egito. E o povo não precisará mais perambular a esmo, pois o próprio Javé traçará um caminho, fazendo brotar água nos luga- res ermos. 9. Os vv. 20-21 descrevem a reação da criação diante da novidade libertadora de Javé: os chacais e avestruzes, animais que vivem em regiões desabitadas, honram a Javé por suscitar vida onde não havia, a fim de saciar o povo eleito que retorna, proclamando os louvores daque- le que o libertou. Evangelho (Jo 8,1-11): Da opressão à liberdade 10. De acordo com a maioria dos estudiosos, Jo 8,1-11 não pertence ao autor do Quarto Evangelho. Sua inser- ção interrompe a seqüência, e a linguagem é mais a de Lucas do que a de João, tendo presente a série de termos aí empregados e que não são usados em todo o evange- lho de João. Apesar disso, o texto foi se firmando ao longo do tempo, e seu valor de Palavra de Deus jamais foi questionado. 11. O ambiente do episódio é o Templo de Jerusalém. – Jesus movimenta-se entre o monte das Oliveiras e a esplanada do Templo. O monte das Oliveiras é o lugar onde Jesus assume corajosamente o projeto de Deus, para levar as pessoas à vida. Esse projeto passa pela morte-ressurreição. O Templo é o lugar da rejeição de Jesus por parte das lideranças judaicas; nele concentra- va-se o poder religioso opressor, incapaz de levar à vida quem tivesse pecado. 12. Antes do nascer do sol (v. 2), Jesus encontra-se no Templo, ensinando. – Ele é o novo sol que, com sua palavra e ação, faz surgir o dia da plena libertação da humanidade. 13. A cena da adúltera surpreendida em flagrante é ca- racterística das tramas que doutores da Lei e fariseus arquitetavam para apanhar Jesus em contradição (cf. Mc 10,2; 12,13-14), para terem motivo de acusação contra ele (v. 6a). Segundo a Lei de Moisés (Dt 22,22; Lv 20,10), a mulher que fosse surpreendida em adultério devia ser lapidada, não só ela, mas também o homem que com ela adulterou. 14. Para os doutores da Lei e os fariseus, a sentença já está decretada. Eles, representantes do sistema opressor, se serviam do aparato legal para legislar em prejuízo dos outros. – Eram juízes superiores à Lei, capazes de sen- tenciar a respeito da adúltera e do próprio Jesus.
  • 2. 15. No evangelho de João, Jesus se apresenta como a- quele que recebeu do Pai a autoridade de julgar (5,22), mas ele próprio não julga ninguém (cf. 8,15), ou seja, é aquele que dá a chance decisiva de vida: optar por ele, que cumpre plenamente a vontade do Pai. Em vez de julgar (= condenar), Jesus provoca o julgamento: quem adere a ele escolhe a vida; quem o rejeita provoca a própria morte. 16. A reação de Jesus diante da pergunta dos escribas e fariseus é estranha: “Jesus se abaixou e com o dedo co- meçou a escrever no chão” (v. 6). Esse gesto é obscuro. Além de “escrever”, o verbo pode também significar “redigir uma acusação”. Talvez seja esse o sentido ou, quem sabe, seja possível encontrar nesse gesto uma refe- rência a Jr 17,13: “Os que se afastam de ti serão escritos na terra”, isto é, no Xeol, entre os mortos. Todavia, a resposta de Jesus diante da insistência dos acusadores é clara: “Aquele de vocês que não tiver pecado, atire nela a primeira pedra” (v. 7). – Os que haviam montado o tribunal, arrogando-se o direito de sentenciadores, pas- sam da condição de juízes à condição de réus. 17. Assim Jesus implode, em pleno Templo, o sistema opressor incapaz de salvar. A ordem de retirada dos dou- tores da Lei e fariseus é patética: vão embora a partir dos mais velhos (v. 9a). – É o sistema opressor que se afasta para dar lugar à nova ordem instaurada por Jesus. A mulher permanecia lá, no meio (v. 9b), mas o sistema que decretara sua morte não existe mais. 18. Inicia, então, novo diálogo, o de Jesus com a mu- lher. Não é um diálogo inquisidor, mas uma oferta de salvação: “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais” (v. 11b). – Jesus cer- tamente não aprovou o pecado. Demonstrou, porém, que não se extirpa o mal eliminando quem o cometeu (cf. Dt 22,22: “Deste modo extirparás o mal de Israel”), mas oferecendo ao pecador condições de vida nova e plena. É isso que ele ensina no Templo. 2ª leitura (Fl 3,8-14): O caminho de libertação deve ser conquistado dia após dia 19. Segundo alguns estudiosos, a carta aos Filipenses é uma coletânea de pelo menos três bilhetes diferentes, que mais tarde teriam sido agrupados, formando a atual carta. Paulo teria escrito esses bilhetes em ocasiões dife- rentes, durante sua prisão em Éfeso (ano 56 ou 57). Cada um desses bilhetes traz uma preocupação particular do Apóstolo em relação à comunidade por ele fundada. O texto que nos interessa trata de um problema que pertur- bou constantemente a vida de Paulo: o dos judaizantes que deturpavam o Evangelho, forçando os pagãos con- vertidos a aderir às normas da Lei mosaica, sobretudo no que se refere à necessidade da circuncisão (abolida no Concílio de Jerusalém, cf. At 15). 20. Paulo afirma que os verdadeiros circuncidados são os cristãos, que prestam culto pelo Espírito de Deus e têm em Cristo o ponto de referência para suas vidas, não se apoiando na Lei de Moisés (cf. 3,3). 21. Os judeus, possuidores da circuncisão, considera- vam-se “operários” autênticos e chamavam de “cães” aos pagãos. – Ora, o Apóstolo alerta os filipenses contra os “cães”, os “maus operários”, os “mutilados” (referên- cia pejorativa à circuncisão); e são exatamente os judeu- cristãos ainda apegados à circuncisão os que merecem da parte de Paulo essas qualificações (3,2). 22. A seguir (vv. 4-6) ele traça seu passado: judeu, fari- seu irrepreensível, perseguidor da Igreja. Mas o ser cris- tão de Paulo não se baseia nas glórias passadas; pelo contrário, são uma perda diante da experiência que fez do Cristo. O encontro com Jesus determinou a revolução da vida do Apóstolo: ele não mais persegue a Igreja, mas corre para ver se alcança a plenitude da vida que está no Senhor Jesus. E isso ele o faz enfrentando os sofrimen- tos, a cadeia, deixando para trás os privilégios para mor- rer com Cristo e participar de sua ressurreição (v. 11). 23. Utilizando a imagem do atleta que corre em busca do prêmio, nos dá uma visão clara do ser cristão: a liber- tação em Cristo é uma conquista diária, que não permi- te descansar à sombra do passado, conscientes de que jamais, nesta vida, teremos alcançado o momento de parar. 24. Da sua vida de missionário itinerante que enfrenta todo tipo de hostilidade e vive na precariedade dos mei- os, Paulo traça o itinerário da vida cristã. O objetivo central é, através desses acontecimentos, fazer a experi- ência do Cristo que caminha à frente. – A caminhada para a libertação é um combate constante. – O cristão precisa ser verdadeiro atleta que não se acomoda às es- truturas. Isso tudo ele o afirma estando preso. – Pren- dem-se as pessoas, mas não os ideais que elas possuem (2Tm 2,9). III. PISTAS PARA REFLEXÃO 25. Suscitar na comunidade a “memória histórica” do povo e dos excluídos em busca de libertação. O que Deus pede aos israelitas é que se recordem do que Javé fez por eles, e que estejam prontos para a novidade que irá realizar (1ª leitura Is 43,16-21). 26. Levar a comunidade a se questionar sobre qual seria a atitude em relação aos excluídos, particularmente as prostitutas, se eles assumissem de fato a atitude de Jesus (Evangelho Jo 8,1-11). 27. Paulo encarna o ser cristão para o seu tempo (2ª leitura Fl 3,8-14). Qual é o perfil do cristão e do agente de pastoral hoje? 28. A Quaresma favorece a caminhada de conversão e libertação. Salientar o amor de Deus, manifestado em Jesus, que leva as pessoas a se libertarem de toda e qualquer forma de opressão, interna ou externa.