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PARTILHAR OS BENS DA CRIAÇÃO PARA CONSTRUIR MUNDO NOVO
BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulos, 2007
* LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL *
ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: 17° DOM. COMUM - COR: VERDE
I. INTRODUÇÃO GERAL
1. Ricos e pobres, opressores e oprimidos, todos se encontram
juntos para celebrar a Eucaristia, o dom por excelência que Deus
concede a todos, indistintamente. Por que a Eucaristia não conse-
gue superar o escândalo que são os pobres cada vez mais empo-
brecidos às custas dos ricos cada vez mais ricos? (No Brasil há,
atualmente, mais de 33 milhões de pessoas que estão abaixo da
“pobreza absoluta”). Os bens da criação foram feitos para todos, e
partilhá-los é o grande “milagre” que constrói o mundo novo (1ª
leitura, 2Rs 4,42-44 e evangelho, Jo 6,1-15). A mesma fé no
Senhor, o mesmo Batismo, um só Pai de todos, um só Espírito,
reúnem os cristãos na celebração comum da fé. Não é também
escandaloso que os cristãos mutilem o corpo de Cristo, vivendo
separados, sem união e sem paz? Como trabalhar para a unidade
dos cristãos? (2ª leitura, Ef 4,1-6).
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1ª leitura (2Rs 4,42-44): Ser “homem de Deus” é partilhar
com todos os bens da criação
2. 2Rs 4 é uma coleção de fatos fantásticos na vida do profeta
Eliseu. Esses contos são a memória de como age quem é ao mes-
mo tempo homem de Deus e homem do povo que sofre. De fato,
as ações de Eliseu narradas nesse capítulo têm como destinatárias
pessoas necessitadas: 4,1-7: uma viúva que arrisca ver escraviza-
dos os filhos para saldar uma dívida; 4,8-37: a sunamita que perde
seu único filho; 4,38-41: os irmãos profetas, passando fome,
arriscam morrer ao tomar uma sopa envenenada; 4,42-44: o ho-
mem de Deus, ao receber doações, ensina a partilhar os bens da
criação, de modo que ninguém sofra necessidade. É sobre este
ponto que nossa reflexão irá se deter.
3. Um homem de Baal-Salisa oferece a Eliseu vinte pães de
cevada e espigas de trigo novo (4,42b). O texto recorda que se
trata de pão dos primeiros frutos da terra, isto é, são primícias.
Ora, as primícias eram oferecidas a Deus como gesto de reconhe-
cimento pelos benefícios concedidos. O primeiro feixe da ceifa
devia ser apresentado a Deus na festa que trazia o mesmo nome
(cf. Lv 23,9-14). Algum tempo depois, no final da ceifa, na festa
das Semanas, oferecia-se a Deus o pão dos primeiros frutos (pri-
mícias, cf. Lv 23,15-20).
4. Deus, Senhor da criação e doador da vida, não retinha para si
esses frutos, destinando parte deles para os sacerdotes e parte para
o próprio ofertante, que devia partilhá-los. Deus, portanto, se
contenta com o gesto de reconhecimento: ele é criador e Senhor
de tudo. Mas para que esse gesto fosse completo, fazia-se neces-
sária a partilha dos bens que, no fundo, pertencem exclusivamente
a Deus, mas que ele quer ver partilhados entre todos.
5. É por isso que Eliseu, ao receber o presente do homem de
Baal-Salisa, dá a seguinte ordem: “Distribua ao povo para que
coma!” (v. 42). Deus não reteve para si o que lhe foi oferecido.
Eliseu, “homem de Deus”, ensina a partilhar o que Deus criou
para todos.
6. Numa sociedade acostumada a privilegiar a posse, as pessoas
acham que há pouco para ser partilhado. Crêem que não vale a
pena tentar: “Como vou distribuir tão pouco para cem pessoas?”
(v. 43; cf. evangelho). Parece tentativa inútil, incapaz de resolver
a questão da pobreza e da miséria.
7. Eliseu não está interessado em teorizar sobre a questão da
posse e da fome do povo. Sua única convicção é a de que os bens
da criação são para todos. Se isso não está acontecendo é porque
alguém distorceu a perspectiva do Criador. O que ele criou é
suficiente para todos e ainda sobra. Basta partilhar para ver: “To-
dos comeram e ainda sobrou, como o Senhor havia dito” (v. 44).
8. O que dizer, então, do nosso país, uma potência econômica
no cenário mundial, e ao mesmo tempo campeão mundial de má
distribuição da renda e do bem-estar de sua população? Um país
tão rico com população tão pobre! Se uma família sobrevive com
menos de 10 hectares de terra cultivada, por que há fazendas com
mais de 900.000 hectares, cujos donos (banqueiros, políticos,
industriais), sequer moram na terra, nem precisam dela para vi-
ver?
Evangelho (Jo 6,1-15): O mundo novo que Jesus quer
9. Jo 6,1-15 é o quarto sinal que Jesus realizou com o objetivo
de suscitar a fé (cf. 20,31). O sinal realizado em 6,1-15 aponta
para Jesus como aquele que sacia a fome da humanidade.
a. O novo êxodo para a Páscoa definitiva (vv. 1-4)
10. João escreveu seu evangelho para pessoas maduras na fé,
capazes de ler além dos sinais a realidade profunda que os pró-
prios sinais indicam.
11. A perícope deste domingo fala de Jesus que atravessa o mar
da Galiléia, que sobe ao monte e se assenta, cercado por uma
multidão que ele organiza, saciando-lhe a fome. O texto situa
esses acontecimentos às portas da Páscoa, a festa dos judeus.
Essas indicações, longe de ser informações de lugar e tempo, têm
sentido simbólico. Com isso João quer dizer que Jesus inaugura o
novo êxodo e a passagem definitiva para a vida. Assim, a traves-
sia do mar da Galiléia recorda e supera a passagem do mar Ver-
melho; Jesus, a liderança que Deus concedeu à humanidade,
supera o líder Moisés; a subida ao monte recorda Moisés no Sinai
recebendo o contrato da aliança entre Deus e o povo; o pão que
Jesus distribui recorda o maná no deserto, e assim por diante.
Nisso tudo o cristão maduro descobre um sinal que aponta para a
novidade que Deus está realizando em Jesus.
12. No cap. 5, Jesus se encontrava em Jerusalém, onde sofreu
ferrenha oposição e rejeição por parte das autoridades religiosas
dos judeus, que decidem matá-lo. No cap. 6, ele se encontra na
Galiléia, terra de gente pobre, desprezada e sugada pelas autori-
dades da capital. Essa gente pobre não se opõe a Jesus, mas o
segue. Liderando-a, ele a conduz para fora do sistema, dando-lhe
vida e liberdade.
13. João nota que a Páscoa dos judeus está próxima. Todavia, as
pessoas pobres não precisam mais ir a Jerusalém para celebrar a
passagem da escravidão à liberdade, pois o regime aí instalado só
oprimia e espezinhava mais e mais o povo. Jesus conduzirá essa
gente à Páscoa verdadeira e à aliança definitiva. Ele atravessa o
mar e vai celebrar a Páscoa com o povo em terra pagã, como
outrora Moisés saiu do Egito com o povo rumo à terra prometida.
É o novo êxodo de Jesus com os sofredores e famintos da huma-
nidade.
b. Ruptura total com o sistema antigo (vv. 5-9)
14. Jesus se preocupa com a alimentação do povo pobre que dele
se aproxima. Notemos bem o que diz o v. 5: Ao ver a multidão
que vem a seu encontro, Jesus não se preocupa com o que irá
dizer a esse povo. Preocupa-se, sim, com a fome material dessa
gente. É a única preocupação de Jesus diante do povo faminto. E
a nossa, qual é? A pergunta feita a Filipe (“Onde vamos comprar
pão para eles comerem?”), e a resposta desse discípulo (“Nem
duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão
para cada um”) querem ressaltar o caráter de novidade absoluta
naquilo que Jesus vai realizar e a ruptura total com o sistema
antigo.
15. Filipe, desde seu chamado (cf. 1,43-44), caracteriza o tipo de
pessoa incapaz de quebrar esquemas e estruturas, quer pela falta
de criatividade, quer pelo preconceito adquirido. Ele pensa que,
para saciar a fome do povo, será necessário muito dinheiro: é
preciso antes acumular para depois distribuir. É a lógica econômi-
ca proveniente do Templo de Jerusalém. Aí se acumulava dinhei-
ro... mas o povo continuava faminto. Definitivamente, o “plano
econômico” de Filipe nada traz de novo, pois continua gerando
dependência. Filipe representa as pessoas que dizem: A questão
da fome da humanidade não tem jeito. Vai ser sempre assim, e
ponto final.
16. André, ainda que de forma incipiente, traz novas perspecti-
vas. “Aqui está um menino com cinco pães de cevada e dois
peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” As coisas tomam
rumo diferente a partir da sensibilidade humana de André (seu
nome significa humano; no v. 10, o texto grego diz que as pessoas
sentadas eram ándres, ou seja, verdadeiramente pessoas huma-
nas). André alerta para o pouco que um menino possui: cinco pães
de cevada e dois peixes, ou seja, o alimento diário da gente pobre
(as crianças, naquele tempo, não eram levadas a sério pelo fato de
não terem ainda atingido o uso da razão). A sensibilidade de
André em relação ao menino e à comida dos pobres que ele traz,
desencadeia a novidade de Jesus. A palavra grega paidárion,
traduzida por menino, significa também o menor que trabalha sem
remuneração. André, portanto, representa as pessoas que apostam
nos pequenos. Mas ele (e nós?) não está plenamente convencido
de que a fome da humanidade possa ser superada a partir dos
pequenos.
c. Jesus sacia a fome da humanidade (vv. 10-13)
17. Jesus manda o povo sentar para a refeição, pois ele também
estava sentado (cf. v. 31). Esse gesto é importante, pois só pesso-
as livres é que sentavam para tomar refeição; os escravos não
sentavam. É como se Jesus tivesse dito àquela gente oprimida:
“Vocês são livres. Nada, de agora em diante, poderá oprimi-los
mais!” E o texto observa que “lá se sentaram uns cinco mil ho-
mens” (em grego, ándres, ou seja, pessoas realmente humanas!).
Jesus organiza e lidera pessoas plenamente livres, humanas e
maduras. Mandar “sentar”, portanto, é conscientizar.
18. A seguir, “Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu aos
que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com
os peixes” (v. 11). Dar graças a Deus significa reconhecer que os
bens da criação pertencem ao Criador. Jesus não agradece ao
menino, nem a André; agradece a Deus porque, no seu projeto,
criou as coisas para o bem de todos, sem que alguém ficasse
excluído. O gesto de Jesus é a grande catequese sobre o projeto de
Deus, que é liberdade e vida para todos. O ensinamento dele não
visa acumular para depois distribuir; é, antes, partilhar o que cada
um tem, para que todos fiquem saciados (cf. 1ª leitura). É a nova
perspectiva econômica do projeto de Deus. Jesus resgata os gêne-
ros de primeira necessidade das garras do comércio e da ganância
para colocá-los na perspectiva do projeto do Criador. Esta é a
verdadeira Ceia do Senhor: o dom de Deus, associado ao esforço
das pessoas, em vista da partilha, da fraternidade e da igualdade.
E o próprio Jesus dá o exemplo: ele, em pessoa, faz a distribuição.
19. Quando as pessoas agem com liberdade, humanidade e matu-
ridade, o pouco se torna muito, e até sobra: “Eles recolheram os
pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães que
haviam comido” (v. 13). O número doze é simbólico. Está a indi-
car que será possível alimentar a todos. Recupera-se, dessa forma,
o ideal fraterno do deserto (cf. Ex 16,18). Se a humanidade a-
prendesse a partilhar, todos teriam o necessário e o suficiente, e
sobraria muita coisa. Outro detalhe importante é este: nem Jesus
nem os discípulos dizem ao povo quando é hora de parar de co-
mer. O povo se sacia à vontade. Hoje, todavia, o salário mínimo é
quem diz quanto o povo pode comer, como o povo deve vestir,
onde deve morar etc.
d. O projeto requer o esforço de todos (vv. 14-15)
20. O sinal de Jesus não foi plenamente entendido pelos que
participaram da partilha. Isso servirá de ocasião para João desen-
volver o discurso do pão da vida ao longo do cap. 6, até provocar
as pessoas a ficarem com Jesus ou a abandoná-lo (6,66). Jesus é
visto pela multidão na linha de um messias dos moldes antigos. A
partilha era um sinal de como deveria agir a comunidade dos que
seguem Jesus. A multidão, porém, quer se apoderar de Jesus para
fazê-lo rei nos moldes do antigo sistema. Isso seria fazer dele um
ídolo. Jesus mandou as pessoas “sentar”, ou seja, disse-lhes que
eram livres. Mas o povo quer fazê-lo rei, ou seja, voltar à condi-
ção de servo. Isso é de fato idolatria. Ele, então, como Moisés que
sobe ao monte depois que o povo cometeu a idolatria (cf. Ex 32,1-
6.32), sobe novamente ao monte, sozinho. No Evangelho de João,
esse monte recorda o Calvário, ao qual Jesus sobe para, de fato,
cumprir a realeza, dando a vida.
2ª leitura (Ef 4,1-6): Cristãos a serviço da unidade
21. No conjunto da “carta”, o cap. 4 de Efésios abre nova etapa,
a da práxis cristã. Depois de haver apresentado a ação de Deus na
história, criando por meio de Cristo o Homem Novo, o autor
começa a mostrar qual é a práxis cristã daí decorrente. Inicia,
portanto, a exortação. Não são simples conselhos, mas exigências
éticas que têm suas raízes no ser de Deus para os homens. Por
isso o autor exorta para que os cristãos vivam de acordo com a
vocação que receberam, isto é, que sejam Homem Novo (v. 1). É
a primeira exortação.
22. Ser Homem Novo comporta algumas atitudes concretas no
relacionamento comunitário: humildade, mansidão, capacidade de
acolher as pessoas. O amor fraterno é a coroa dessas três atitudes
fundamentais (v. 2). O amor fraterno se concretiza nestes gestos:
na capacidade de perdoar e de se solidarizar.
23. A segunda exortação visa conservar a união no espírito pelo
laço da paz (v. 3). A seguir, o texto apresenta as razões dessa
exortação (vv. 4-6). Esses versículos são uma espécie de profissão
de fé das comunidades primitivas. A idéia central é a da unidade
na diversidade. As comunidades cristãs são o corpo de Cristo.
Ora, o corpo é um na diversidade dos membros (cf. 1Cor 12,12-
27). O Espírito de Jesus é um só e trabalha em vista da unidade do
corpo. O objetivo da vocação é um só (“uma só é a esperança a
que foram chamados”). Jesus é o único Senhor, e pela mesma fé
todos aderem a ele, recebendo o mesmo Batismo. E o Pai comum
e único está presente em todos os membros da comunidade.
24. A unidade da comunidade cristã, portanto, provém da união
existente na Trindade que age na história para o bem de todos.
Trabalhar a serviço da unidade dos cristãos é prolongar a ação da
Trindade na história.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
25. Dialogar com a comunidade sobre o tema: Nosso país “tão rico, com população tão pobre”. Como, a partir
da 1ª leitura e do evangelho, criar o mundo novo? Qual o “novo modo de toda a Igreja ser”? Qual o sentido da
Eucaristia nesse contexto? Podemos deixar de lado o aspecto profético (denúncia) da Eucaristia?
26. Dialogar sobre o tema “Os cristãos a serviço da unidade”. Se há um só corpo, um só Espírito, um só Se-
nhor, uma só fé, um só Batismo, um só Deus e Pai de todos, por que os cristãos são tão desunidos? Ser corpo de
Cristo é isso?

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Comentário: 17° Domingo do Tempo Comum - Ano B

  • 1. PARTILHAR OS BENS DA CRIAÇÃO PARA CONSTRUIR MUNDO NOVO BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulos, 2007 * LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL * ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: 17° DOM. COMUM - COR: VERDE I. INTRODUÇÃO GERAL 1. Ricos e pobres, opressores e oprimidos, todos se encontram juntos para celebrar a Eucaristia, o dom por excelência que Deus concede a todos, indistintamente. Por que a Eucaristia não conse- gue superar o escândalo que são os pobres cada vez mais empo- brecidos às custas dos ricos cada vez mais ricos? (No Brasil há, atualmente, mais de 33 milhões de pessoas que estão abaixo da “pobreza absoluta”). Os bens da criação foram feitos para todos, e partilhá-los é o grande “milagre” que constrói o mundo novo (1ª leitura, 2Rs 4,42-44 e evangelho, Jo 6,1-15). A mesma fé no Senhor, o mesmo Batismo, um só Pai de todos, um só Espírito, reúnem os cristãos na celebração comum da fé. Não é também escandaloso que os cristãos mutilem o corpo de Cristo, vivendo separados, sem união e sem paz? Como trabalhar para a unidade dos cristãos? (2ª leitura, Ef 4,1-6). II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS 1ª leitura (2Rs 4,42-44): Ser “homem de Deus” é partilhar com todos os bens da criação 2. 2Rs 4 é uma coleção de fatos fantásticos na vida do profeta Eliseu. Esses contos são a memória de como age quem é ao mes- mo tempo homem de Deus e homem do povo que sofre. De fato, as ações de Eliseu narradas nesse capítulo têm como destinatárias pessoas necessitadas: 4,1-7: uma viúva que arrisca ver escraviza- dos os filhos para saldar uma dívida; 4,8-37: a sunamita que perde seu único filho; 4,38-41: os irmãos profetas, passando fome, arriscam morrer ao tomar uma sopa envenenada; 4,42-44: o ho- mem de Deus, ao receber doações, ensina a partilhar os bens da criação, de modo que ninguém sofra necessidade. É sobre este ponto que nossa reflexão irá se deter. 3. Um homem de Baal-Salisa oferece a Eliseu vinte pães de cevada e espigas de trigo novo (4,42b). O texto recorda que se trata de pão dos primeiros frutos da terra, isto é, são primícias. Ora, as primícias eram oferecidas a Deus como gesto de reconhe- cimento pelos benefícios concedidos. O primeiro feixe da ceifa devia ser apresentado a Deus na festa que trazia o mesmo nome (cf. Lv 23,9-14). Algum tempo depois, no final da ceifa, na festa das Semanas, oferecia-se a Deus o pão dos primeiros frutos (pri- mícias, cf. Lv 23,15-20). 4. Deus, Senhor da criação e doador da vida, não retinha para si esses frutos, destinando parte deles para os sacerdotes e parte para o próprio ofertante, que devia partilhá-los. Deus, portanto, se contenta com o gesto de reconhecimento: ele é criador e Senhor de tudo. Mas para que esse gesto fosse completo, fazia-se neces- sária a partilha dos bens que, no fundo, pertencem exclusivamente a Deus, mas que ele quer ver partilhados entre todos. 5. É por isso que Eliseu, ao receber o presente do homem de Baal-Salisa, dá a seguinte ordem: “Distribua ao povo para que coma!” (v. 42). Deus não reteve para si o que lhe foi oferecido. Eliseu, “homem de Deus”, ensina a partilhar o que Deus criou para todos. 6. Numa sociedade acostumada a privilegiar a posse, as pessoas acham que há pouco para ser partilhado. Crêem que não vale a pena tentar: “Como vou distribuir tão pouco para cem pessoas?” (v. 43; cf. evangelho). Parece tentativa inútil, incapaz de resolver a questão da pobreza e da miséria. 7. Eliseu não está interessado em teorizar sobre a questão da posse e da fome do povo. Sua única convicção é a de que os bens da criação são para todos. Se isso não está acontecendo é porque alguém distorceu a perspectiva do Criador. O que ele criou é suficiente para todos e ainda sobra. Basta partilhar para ver: “To- dos comeram e ainda sobrou, como o Senhor havia dito” (v. 44). 8. O que dizer, então, do nosso país, uma potência econômica no cenário mundial, e ao mesmo tempo campeão mundial de má distribuição da renda e do bem-estar de sua população? Um país tão rico com população tão pobre! Se uma família sobrevive com menos de 10 hectares de terra cultivada, por que há fazendas com mais de 900.000 hectares, cujos donos (banqueiros, políticos, industriais), sequer moram na terra, nem precisam dela para vi- ver? Evangelho (Jo 6,1-15): O mundo novo que Jesus quer 9. Jo 6,1-15 é o quarto sinal que Jesus realizou com o objetivo de suscitar a fé (cf. 20,31). O sinal realizado em 6,1-15 aponta para Jesus como aquele que sacia a fome da humanidade. a. O novo êxodo para a Páscoa definitiva (vv. 1-4) 10. João escreveu seu evangelho para pessoas maduras na fé, capazes de ler além dos sinais a realidade profunda que os pró- prios sinais indicam. 11. A perícope deste domingo fala de Jesus que atravessa o mar da Galiléia, que sobe ao monte e se assenta, cercado por uma multidão que ele organiza, saciando-lhe a fome. O texto situa esses acontecimentos às portas da Páscoa, a festa dos judeus. Essas indicações, longe de ser informações de lugar e tempo, têm sentido simbólico. Com isso João quer dizer que Jesus inaugura o novo êxodo e a passagem definitiva para a vida. Assim, a traves- sia do mar da Galiléia recorda e supera a passagem do mar Ver- melho; Jesus, a liderança que Deus concedeu à humanidade, supera o líder Moisés; a subida ao monte recorda Moisés no Sinai recebendo o contrato da aliança entre Deus e o povo; o pão que Jesus distribui recorda o maná no deserto, e assim por diante. Nisso tudo o cristão maduro descobre um sinal que aponta para a novidade que Deus está realizando em Jesus. 12. No cap. 5, Jesus se encontrava em Jerusalém, onde sofreu ferrenha oposição e rejeição por parte das autoridades religiosas dos judeus, que decidem matá-lo. No cap. 6, ele se encontra na Galiléia, terra de gente pobre, desprezada e sugada pelas autori- dades da capital. Essa gente pobre não se opõe a Jesus, mas o segue. Liderando-a, ele a conduz para fora do sistema, dando-lhe vida e liberdade. 13. João nota que a Páscoa dos judeus está próxima. Todavia, as pessoas pobres não precisam mais ir a Jerusalém para celebrar a passagem da escravidão à liberdade, pois o regime aí instalado só oprimia e espezinhava mais e mais o povo. Jesus conduzirá essa gente à Páscoa verdadeira e à aliança definitiva. Ele atravessa o mar e vai celebrar a Páscoa com o povo em terra pagã, como outrora Moisés saiu do Egito com o povo rumo à terra prometida. É o novo êxodo de Jesus com os sofredores e famintos da huma- nidade. b. Ruptura total com o sistema antigo (vv. 5-9) 14. Jesus se preocupa com a alimentação do povo pobre que dele se aproxima. Notemos bem o que diz o v. 5: Ao ver a multidão que vem a seu encontro, Jesus não se preocupa com o que irá dizer a esse povo. Preocupa-se, sim, com a fome material dessa gente. É a única preocupação de Jesus diante do povo faminto. E a nossa, qual é? A pergunta feita a Filipe (“Onde vamos comprar pão para eles comerem?”), e a resposta desse discípulo (“Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão para cada um”) querem ressaltar o caráter de novidade absoluta naquilo que Jesus vai realizar e a ruptura total com o sistema antigo. 15. Filipe, desde seu chamado (cf. 1,43-44), caracteriza o tipo de pessoa incapaz de quebrar esquemas e estruturas, quer pela falta de criatividade, quer pelo preconceito adquirido. Ele pensa que, para saciar a fome do povo, será necessário muito dinheiro: é
  • 2. preciso antes acumular para depois distribuir. É a lógica econômi- ca proveniente do Templo de Jerusalém. Aí se acumulava dinhei- ro... mas o povo continuava faminto. Definitivamente, o “plano econômico” de Filipe nada traz de novo, pois continua gerando dependência. Filipe representa as pessoas que dizem: A questão da fome da humanidade não tem jeito. Vai ser sempre assim, e ponto final. 16. André, ainda que de forma incipiente, traz novas perspecti- vas. “Aqui está um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” As coisas tomam rumo diferente a partir da sensibilidade humana de André (seu nome significa humano; no v. 10, o texto grego diz que as pessoas sentadas eram ándres, ou seja, verdadeiramente pessoas huma- nas). André alerta para o pouco que um menino possui: cinco pães de cevada e dois peixes, ou seja, o alimento diário da gente pobre (as crianças, naquele tempo, não eram levadas a sério pelo fato de não terem ainda atingido o uso da razão). A sensibilidade de André em relação ao menino e à comida dos pobres que ele traz, desencadeia a novidade de Jesus. A palavra grega paidárion, traduzida por menino, significa também o menor que trabalha sem remuneração. André, portanto, representa as pessoas que apostam nos pequenos. Mas ele (e nós?) não está plenamente convencido de que a fome da humanidade possa ser superada a partir dos pequenos. c. Jesus sacia a fome da humanidade (vv. 10-13) 17. Jesus manda o povo sentar para a refeição, pois ele também estava sentado (cf. v. 31). Esse gesto é importante, pois só pesso- as livres é que sentavam para tomar refeição; os escravos não sentavam. É como se Jesus tivesse dito àquela gente oprimida: “Vocês são livres. Nada, de agora em diante, poderá oprimi-los mais!” E o texto observa que “lá se sentaram uns cinco mil ho- mens” (em grego, ándres, ou seja, pessoas realmente humanas!). Jesus organiza e lidera pessoas plenamente livres, humanas e maduras. Mandar “sentar”, portanto, é conscientizar. 18. A seguir, “Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes” (v. 11). Dar graças a Deus significa reconhecer que os bens da criação pertencem ao Criador. Jesus não agradece ao menino, nem a André; agradece a Deus porque, no seu projeto, criou as coisas para o bem de todos, sem que alguém ficasse excluído. O gesto de Jesus é a grande catequese sobre o projeto de Deus, que é liberdade e vida para todos. O ensinamento dele não visa acumular para depois distribuir; é, antes, partilhar o que cada um tem, para que todos fiquem saciados (cf. 1ª leitura). É a nova perspectiva econômica do projeto de Deus. Jesus resgata os gêne- ros de primeira necessidade das garras do comércio e da ganância para colocá-los na perspectiva do projeto do Criador. Esta é a verdadeira Ceia do Senhor: o dom de Deus, associado ao esforço das pessoas, em vista da partilha, da fraternidade e da igualdade. E o próprio Jesus dá o exemplo: ele, em pessoa, faz a distribuição. 19. Quando as pessoas agem com liberdade, humanidade e matu- ridade, o pouco se torna muito, e até sobra: “Eles recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães que haviam comido” (v. 13). O número doze é simbólico. Está a indi- car que será possível alimentar a todos. Recupera-se, dessa forma, o ideal fraterno do deserto (cf. Ex 16,18). Se a humanidade a- prendesse a partilhar, todos teriam o necessário e o suficiente, e sobraria muita coisa. Outro detalhe importante é este: nem Jesus nem os discípulos dizem ao povo quando é hora de parar de co- mer. O povo se sacia à vontade. Hoje, todavia, o salário mínimo é quem diz quanto o povo pode comer, como o povo deve vestir, onde deve morar etc. d. O projeto requer o esforço de todos (vv. 14-15) 20. O sinal de Jesus não foi plenamente entendido pelos que participaram da partilha. Isso servirá de ocasião para João desen- volver o discurso do pão da vida ao longo do cap. 6, até provocar as pessoas a ficarem com Jesus ou a abandoná-lo (6,66). Jesus é visto pela multidão na linha de um messias dos moldes antigos. A partilha era um sinal de como deveria agir a comunidade dos que seguem Jesus. A multidão, porém, quer se apoderar de Jesus para fazê-lo rei nos moldes do antigo sistema. Isso seria fazer dele um ídolo. Jesus mandou as pessoas “sentar”, ou seja, disse-lhes que eram livres. Mas o povo quer fazê-lo rei, ou seja, voltar à condi- ção de servo. Isso é de fato idolatria. Ele, então, como Moisés que sobe ao monte depois que o povo cometeu a idolatria (cf. Ex 32,1- 6.32), sobe novamente ao monte, sozinho. No Evangelho de João, esse monte recorda o Calvário, ao qual Jesus sobe para, de fato, cumprir a realeza, dando a vida. 2ª leitura (Ef 4,1-6): Cristãos a serviço da unidade 21. No conjunto da “carta”, o cap. 4 de Efésios abre nova etapa, a da práxis cristã. Depois de haver apresentado a ação de Deus na história, criando por meio de Cristo o Homem Novo, o autor começa a mostrar qual é a práxis cristã daí decorrente. Inicia, portanto, a exortação. Não são simples conselhos, mas exigências éticas que têm suas raízes no ser de Deus para os homens. Por isso o autor exorta para que os cristãos vivam de acordo com a vocação que receberam, isto é, que sejam Homem Novo (v. 1). É a primeira exortação. 22. Ser Homem Novo comporta algumas atitudes concretas no relacionamento comunitário: humildade, mansidão, capacidade de acolher as pessoas. O amor fraterno é a coroa dessas três atitudes fundamentais (v. 2). O amor fraterno se concretiza nestes gestos: na capacidade de perdoar e de se solidarizar. 23. A segunda exortação visa conservar a união no espírito pelo laço da paz (v. 3). A seguir, o texto apresenta as razões dessa exortação (vv. 4-6). Esses versículos são uma espécie de profissão de fé das comunidades primitivas. A idéia central é a da unidade na diversidade. As comunidades cristãs são o corpo de Cristo. Ora, o corpo é um na diversidade dos membros (cf. 1Cor 12,12- 27). O Espírito de Jesus é um só e trabalha em vista da unidade do corpo. O objetivo da vocação é um só (“uma só é a esperança a que foram chamados”). Jesus é o único Senhor, e pela mesma fé todos aderem a ele, recebendo o mesmo Batismo. E o Pai comum e único está presente em todos os membros da comunidade. 24. A unidade da comunidade cristã, portanto, provém da união existente na Trindade que age na história para o bem de todos. Trabalhar a serviço da unidade dos cristãos é prolongar a ação da Trindade na história. III. PISTAS PARA REFLEXÃO 25. Dialogar com a comunidade sobre o tema: Nosso país “tão rico, com população tão pobre”. Como, a partir da 1ª leitura e do evangelho, criar o mundo novo? Qual o “novo modo de toda a Igreja ser”? Qual o sentido da Eucaristia nesse contexto? Podemos deixar de lado o aspecto profético (denúncia) da Eucaristia? 26. Dialogar sobre o tema “Os cristãos a serviço da unidade”. Se há um só corpo, um só Espírito, um só Se- nhor, uma só fé, um só Batismo, um só Deus e Pai de todos, por que os cristãos são tão desunidos? Ser corpo de Cristo é isso?