1. Pastor Emerson Silva
E-mail: igrejabatistamanancial2012@hotmail.com
ROMANOS 11
Como já dissemos e repetiremos isso até ao fim, estamos diante
de um escrito que ultrapassa a normalidade em questão de
produção de conteúdo intelectual, notadamente espiritual. Não é à
toa que esta epístola recebe o apelido de QUINTO EVANGELHO.
Se ninguém falou como este homem, referindo-se a Jesus;
ninguém escreveu como este homem, digo eu de Paulo.
Paulo escreve aos Romanos para apresentar a mensagem do
evangelho aos crentes em Roma e explicar como esse evangelho
corrige as divisões entre os crentes judeus e os crentes gentios.
São tratadas nesta epístola as questões dos judeus e gentios e
seus papéis interconectados na história relacionadas ao pecado, à
justiça e ao juízo de Deus; ao recebimento da justificação somente
mediante a fé, à parte das obras; à santificação, que conduz à
glorificação, a qual ocorre mediante a dependência do Espírito
Santo; e, como cristãos judeus e gentios devem aprender a aplicar
o evangelho à vida prática. Estamos no capitulo 11/16, na parte IV.
Breve síntese do capítulo 11.
A nossa salvação, conforme Paulo demonstra no capítulo 11 se
deve por causa do endurecimento que veio para Israel e que isso
gerou em nós a nossa salvação. O ministério de Paulo era muito
profundo entre os gentios e muito poderoso como sempre foi
porque Paulo tinha a esperança de conquistar seus patrícios por
meio da emulação.
Vejam a mentalidade de Paulo e sua competência. Ele querendo
salvar os judeus não podia lhes pregar diretamente, então, se
esmerou em levar o evangelho aos gentios e assim estimular por
tabela aos judeus! Incrível!
2. Pastor Emerson Silva
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Agora não pensem os gentios que eles são melhores, pois não
são. Se estes endurecerem seus corações também serão como os
judeus ou pior do que eles. Deus tem seus planos e propósitos
especiais na salvação!
IV. OS PAPÉIS DOS JUDEUS E DOS GENTIOS NA HISTÓRIA
(9.1 – 11.36) - continuação.
Como dissemos, judeus e gentios têm papéis distintos, mas
interconectados na história da salvação. Tendo demonstrado que
judeus e gentios são igualmente pecadores (1.1-3.20), que podem
encontrar salvação do mesmo modo (3.21-8.39), o apóstolo Paulo
voltou-se para os distintos papéis deles no plano de Deus para a
História.
Essa parte IV foi dividida em três partes: A. A soberana eleição de
Deus (9.1-29) – já vimos; B. Incredulidade e fé de Israel (9.30-
11.10) – estamos vendo; e, C. Advertências e encorajamentos
para judeus e gentios (11.11-36) – veremos e concluiremos agora.
B. Incredulidade e fé de Israel (9.30-11.10) - continuação.
Dissemos que desde o vs. 9.30 ao capítulo 11.10, estaremos
vendo a incredulidade e a fé de Israel. Depois de estabelecer a
importância da eleição divina no lugar da identidade étnica, o
apóstolo Paulo tratou da realidade da fé e da incredulidade de
Israel.
Aqui, o apóstolo Paulo perguntou de modo incisivo se Deus havia
rejeitado o seu povo. O próprio Paulo era uma evidência de que
Deus não havia rejeitado total e definitivamente Israel, em quem
ele havia posto o seu amor.
3. Pastor Emerson Silva
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Assim como um remanescente crente pôde ser achado em Israel
no tempo de Elias, continuava a existir nos dias do apóstolo um
remanescente formado pela graça de Deus.
Por meio dessa graça os eleitos obtêm a salvação que buscam; os
demais são endurecidos.
Por isso, pergunta Paulo, teria Deus, porventura, rejeitado o seu
povo? O verbo exprime o sentido de afastar alguém com força
para longe. A forma como a questão aparece no grego antecipa
uma resposta negativa.
Ele passa a falar de si mesmo dizendo que era igualmente
israelita. (Veja Fp 3.5-6.) A linhagem irrepreensível de Paulo
remonta a Abraão, o grande patriarca, mas também a Benjamim, o
único filho de Jacó nascido em Israel.
Benjamim era a tribo em cujo território Jerusalém se situava, e era
também a tribo de Saul, o primeiro rei de Israel.
Deus nunca rejeitou o seu povo a quem de antemão conheceu.
Paulo sugeriu que o amor especial de Deus e sua escolha graciosa
dos judeus tornavam inconcebível a ideia de que o Senhor poderia
rejeitá-los definitivamente como povo, embora eles o tenham
rejeitado abertamente agora ao negarem Cristo e também ao longo
de toda a sua jornada, desde Abraão.
Elias mesmo pensara que ele era o único de sua espécie, mas a
resposta divina o surpreendeu, pois que junto com ele outros sete
mil não dobraram seus joelhos diante de Baal.
Deus sempre preservou para si um remanescente segundo a
eleição da graça. No tempo de Elias havia apostasia em larga
escala, embora a presença de um remanescente de fiéis indicasse
que Deus não tinha rejeitado total e definitivamente o seu povo.
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O pensamento de Paulo sobre o remanescente estava arraigado
no ensinamento de Isaías, cujo nome do filho era "Um-Resto-
Volverá" (Is 7.3; cf. Is 1.9; 6.13; 10.20-22; 11.11-16; Rm 9.27).
O argumento apresentado pelo apóstolo aqui é semelhante ao
encontrado em 9.6-33: a prova de que Deus não rejeitou o seu
povo é que ele salvou um remanescente.
Novamente, o caminho da graça é contrastado com as obras da lei
no vs. 6 (3.20,27-28; 4.2,6; 9.12,32).
O que tanto buscavam, os israelitas não obtiveram, mas sim os
eleitos. As passagens citadas – vs. 8 a 10 - (Dt 29.4; Is 29.10; SI
69.22-23) descrevem um padrão bíblico de ação divina diante do
endurecimento judicial dos corações - um padrão que Paulo viu se
repetir em sua própria vida.
Quando falamos dessa forma pode parecer aos menos avisados
de que se trata de capricho, protecionismo, de injustiças da parte
de Deus, mas não se esqueçam de que a eleição e a rejeição de
Deus não são segundo padrões humanos falíveis e nepotistas,
mas segunda a verdadeira justiça, verdade e bondade.
C. Advertências e encorajamentos para judeus e gentios
(11.11-36).
Dos vs. 11 ao 36, veremos a admoestação e encorajamento para
judeus e gentios. A rejeição dos judeus a Cristo não foi irreversível.
O apóstolo Paulo pode ver um padrão e um propósito divinos por
trás da incredulidade da qual eles foram culpados. O padrão do
pensamento dele é o seguinte: a transgressão dos judeus levou à
justificação dos gentios; a salvação dos gentios levará os judeus
ao ciúme; e esse ciúme os direcionará à mesma salvação dos
gentios.
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Porventura – vs. 11 -, tropeçaram para que caíssem? Mais uma
vez a forma da pergunta de Paulo antecipou (e recebeu) uma
resposta negativa. Ou seja, foi por causa da transgressão deles
que a salvação veio aos gentios, isso para provocá-los em ciúmes.
Agora imaginem que se a transgressão deles trouxe ao mundo a
salvação e o seu fracasso, riqueza para as nações, o que será,
então, a sua plenitude – vs. 12?
No contexto do argumento de Paulo, a "plenitude" só pode
significar a aceitação de Cristo por parte dos judeus e a
restauração deles a Deus.
A questão mais difícil é se o termo foi empregado com a intenção
de ensinar que cada indivíduo seria “plenamente restaurado"
(aproximadamente equivalente a "restauração", em contraste com
a "transgressão" e com o "abatimento" atual deles), ou que a
"nação plena" (isto é, todos os indivíduos dentro da nação, em
contraste com o "remanescente" do vs. 5) seria restaurada.
Paulo estava se dirigindo aos gentios, mas com o propósito de
provocar em seu povo ciúmes. O apóstolo Paulo dirigiu esse
ensinamento primordialmente aos gentios, tanto em seu papel de
apóstolo deles como para influenciar suas atitudes em relação aos
judeus. (Veja também os vs. 17-24.).
Paulo expressou a esperança de que ele mesmo seria capaz de
ocasionar a restauração do remanescente judaico (veja os vs. 11-
12).
Ele continua com as suas comparações e agora fala que se a
rejeição deles é a reconciliação do mundo, o que será então a sua
salvação? Ora, seria o mesmo que a vida dentre os mortos. Essa
frase pode indicar simplesmente uma bênção sem precedente.
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A enunciação está um pouco diferente da terminologia
escatológica que Paulo normalmente usava ("ressurreição dos
mortos"; 1.4; 1Co 15.12-13,21,42), e alguns estudiosos
consideram que ela significa que a restauração do povo judeu ao
Reino de Deus em Cristo será o arauto da ressurreição final (e
esta mesma um acontecimento do fim dos tempos).
Como hoje o povo judeu nega e não reconhece o Messias e a
salvação está com os gentios, haverá esse tempo, previsto por
Deus, que eles aceitarão e reconhecerão o Messias, Jesus Cristo,
e aí, será muita bênção, algo que abalará a própria natureza.
Paulo aplicou no vs. 16 o princípio de que as primícias servem
como garantia da última colheita (cf. Nm 15.17-21).
Paulo compara os gentios a uma oliveira brava que é enxertada
numa oliveira boa. Veja Jr 11.16; Os 14.6 para referências a Israel
como uma oliveira. Os rebentos de uma oliveira brava parecem
realmente ter sido enxertados em árvores cultiváveis a fim de estas
trazerem vigor fresco a eles.
No entanto, as palavras de Paulo vão, provável e
intencionalmente, além da horticultura em seu sentido estrito. Ele
afirma que os gentios foram enxertados no povo de Deus "contra a
natureza" (vs. 24).
Portanto, eles, os gentios não tinham, nem tem do que se gloriar.
Tendo em vista o fato de que a salvação vem inteiramente da
graça, os crentes gentios não têm nenhum motivo para se gloriar
ou menosprezar os judeus que rejeitam a Cristo. É preciso mesmo
muito cuidado e temor a Deus.
Essa arrogância dos gentios em relação aos judeus refletiria
simplesmente o orgulho espiritual que levou ao endurecimento de
Israel (2.17).
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Paulo os exorta explicitamente: não se gloriem contra esses ramos
– vs. 18. Os gentios são dependentes da aliança de Deus com o
povo judeu e, portanto, não devem se considerar melhores que os
judeus que rejeitam a Cristo ("alguns dos ramos foram quebrados";
vs. 17). Especialmente pelo fato de que estes mesmos ramos
podem ser enxertados mais uma vez (vs. 23).
Assim, Paulo quis evitar que os crentes gentios de Roma agissem
arrogantemente com os judeus que tinham rejeitado Jesus. Na
realidade, esses mesmos judeus podiam ter sido eleitos (os quais
depois chegariam à fé); eles podiam ter sido endurecidos contra
Cristo apenas temporariamente a fim de assegurar a salvação dos
gentios (veja também os vs. 13-14).
Diante disso tudo, o sensato não é se gloriar, mas temer a Deus e
dar-lhe glórias. Embora a réplica feita a Paulo no versículo 19 seja
formalmente verdadeira, a quebra dos ramos judeus foi um ato do
juízo justo de Deus sobre a incredulidade, e o enxerto dos gentios
uma questão de graça e, portanto, de fé.
Ou seja, esse enxerto (vs. 19) não se baseou em nenhuma
qualidade superior deles. O temor (uma reverência de espírito), e
não a arrogância, é a resposta apropriada para a graça de Deus.
Os crentes gentios foram exortados a levar a sério a revelação do
caráter de Deus nesses acontecimentos decorrentes de sua
providência. O Senhor havia mostrado a eles muita bondade ao
estender-lhes a oferta de salvação, mas a ameaça de ser cortado
revelava sua severidade também.
O corte dos judeus incrédulos foi provocado pela incredulidade, e
não porque os gentios fossem inerentemente mais bem
qualificados para a vida na oliveira. Além disso, os crentes gentios
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não devem esquecer jamais que o evangelho veio primeiro para os
judeus (1.16-17).
Dos vs. 25 ao 32, veremos que o conjunto compacto dos
argumentos de Paulo nessa passagem tem sido entendido de, pelo
menos, quatro modos diferentes:
(1) Ele mostrou como Deus salva todos os que fazem parte do seu povo
eleito. No versículo 26, "todo o Israel" é tomado basicamente como
sinônimo de "a igreja”; isto é, um Israel espiritual, incluindo judeus e
gentios.
(2) O apóstolo mostrou como, ou a maneira na qual ("e, assim"; vs. 26),
Deus salva aqueles em Israel que estão destinados para a salvação.
(3) Paulo mostrou que Deus irá, no futuro, trazer uma salvação tão ampla
ao povo judeu a ponto de se poder dizer que "todo o Israel será salvo" (vs.
26).
(4) Ele se referia às circunstâncias imediatas de seu ministério no contexto
da tensão entre judeus e gentios na igreja do século 1, e expressava
particular preocupação acerca do fato de que os crentes gentios
precisavam evangelizar os judeus incrédulos e acolher bem os novos
convertidos.
Nesse cenário, considera-se que "todo o Israel" diz respeito a "todos os
judeus eleitos" nos dias de Paulo - uma versão mais restrita do item (2),
anteriormente citado.
Nos escritos de Paulo, e em geral no pensamento judaico, um
"mistério" – vs. 25 - era um segredo divino, mas que agora era
revelado (cf. 16.25).
O mistério era que um endurecimento em parte tinha vindo para
Israel. Isso pode significar o endurecimento de um número limitado
de judeus (todos, com exceção do remanescente) ou um
endurecimento temporário ("até").
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Isso até que houvesse entrado a plenitude dos gentios. Uma
expressão que era usada raramente por Paulo, mas que aparece
regularmente nos evangelhos para descrever a entrada na vida ou
no reino de Deus (p. ex., Mc 9.47). Também pode ser uma
referência específica ao enxerto citado nos versículos 17-24.
A promessa é grande para Israel – vs. 26 -, pois todo o Israel será
salvo. Uma expressão crucial nesse ponto do argumento de Paulo,
e cujo significado tem sido sujeito a muito debate.
Essa declaração pode ser entendida como apoio para o ponto de
vista (1) da nota nos versículos 25-32 se "Israel" for interpretado
num sentido diferente de seu uso normal nessa passagem (mas
análogo ao argumento de Paulo em 4.12ss.; 9.24-26).
Em apoio aos pontos de vista (2) ou (4) da mesma nota, "todo o
Israel" seria entendido como “todos os judeus eleitos" (análogo ao
argumento do apóstolo em 9.6ss.; 11.1-5). Poderia também ser
entendido como uma referência à nação em geral, como no item
(3), citado anteriormente.
Ao citar Isaías “virá de Sião o Libertador”, o apóstolo Paulo
substituiu a preposição original "a" por "de" (Is 59.20; a expressão
hebraica pode também ser traduzida como "para Sião").
Talvez ela tenha sido influenciada pela interpretação do texto na
Septuaginta (a tradução grega do AT), que a traduziu como "por
causa de Sião", ou pelo SI 2.6 ("sobre... Sião"); 14.7 (“de Sião"),
explicando-se, assim, uma passagem da Escritura à luz de toda a
Escritura.
De Sião viria o Libertador que faria a sua aliança com eles quando
removesse os seus pecados e isso aconteceu na morte e na
ressureição de Cristo Jesus. Por isso, quanto ao evangelho, eles
seriam inimigos por causa dos gentios; mas quanto à eleição, eles
são amados por causa dos patriarcas, pois os dons e o chamado
de Deus são irrevogáveis – vs. 26-29.
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O argumento de Paulo nos vs. 30 a 32 é concluído em forma de
paralelo com 3.19-21, ressaltando que judeus e gentios estão
unidos em duas coisas:
Na desobediência do pecado.
Na misericórdia oferecida por Deus.
A sabedoria e a soberania da graça divina estão demonstradas no
modo em que os propósitos do Senhor estão cumpridos:
A desobediência dos judeus levou a misericórdia de Deus a alcançar
os gentios.
Esta misericórdia divina para com os gentios, levará os judeus a
receberem-na também.
Portanto, não há diferença - todos (judeus e gentios igualmente)
pecaram (3.23), e Deus tem misericórdia de ambos (1.16).
Depois de entretecer os vários fios do seu argumento, nessa
passagem – vs. 33 a 36 - o apóstolo Paulo passou a responder
num estilo lírico, com uma canção de louvor, que alcançou a altura
que corresponde à profundidade da preocupação que ele havia
feito soar em 9.2-3.
As relações de Deus com judeus e gentios revelam a sua
majestade, a qual está ricamente demonstrada (vs. 36)