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JESUS, MESTRE DA JUSTIÇA, REI E MESSIAS
BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulus, 2007
* LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL *
ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: DOMINGO DE RAMOS – COR: ROXO
I. INTRODUÇÃO GERAL
1. Sentimo-nos desconcertados numa sociedade competiti-
va, que privilegia a concentração da liberdade (aspecto políti-
co) e dos bens (aspecto econômico), gerando violência e alie-
nando as pessoas. O que é capaz de satisfazer os anseios mais
profundos de dignidade e vida plena? Como realizar o projeto
de Deus? O que significa ser cristão hoje?
2. A 1ª leitura (Is 50,4-7) nos apresenta a missão do Servo
Sofredor plenamente moldável nas mãos de Javé e suficiente-
mente coerente na execução de sua missão, passando por cima
do que é capaz de mexer com os brios de qualquer pessoa:
ofensas, violência, perda da honradez.
3. Lendo a Paixão de Jesus segundo Marcos (Mc 14,1–
15,47) descobrimos as raízes da sociedade injusta que mata
inocentes e indefesos. É uma opção política pela morte, geran-
do a morte do povo. Os excluídos e os condenados de hoje são
nossos juízes. Ao mesmo tempo, ficamos sabendo em que
sentido Jesus é o Messias, o Filho de Deus.
4. Celebrando o dia de Ramos, Paulo pede que examinemos
se o nosso projeto de vida coincide com o de Jesus, servo
obediente até o fim, ou se pautamos nossa vida segundo as leis
da sociedade injusta (2ª leitura, Fl 2,6-11).
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1ª leitura (Is 50,4-7): A missão do Servo Sofredor
5. Estamos diante de um texto do Segundo Isaías. O trecho
é chamado de "terceiro poema do Servo de Javé". Ao lermos
qualquer um desses poemas de Isaías, surge logo a mesma
pergunta feita pelo eunuco a Filipe: "De quem o profeta está
falando: de si mesmo ou de outro?" (At 8,34). A resposta não
é fácil. Até o momento, as opiniões dos estudiosos podem ser
sintetizadas em quatro tipos de interpretação de quem seja o
Servo Sofredor: a. Interpretação coletiva: tratar-se-ia do povo
de Israel; b. Interpretação individual: o Servo Sofredor seria
uma pessoa anônima; c. Interpretação mista: ele seria ora Isra-
el como um todo, ora um grupo de pessoas, ora uma pessoa só,
como, por exemplo, o próprio profeta; d. Interpretação messi-
ânica: os poemas falariam de um messias do futuro ideal.
Segundo os autores do Novo Testamento, esse ideal encontrou
perfeita realização em Jesus. Qualquer que seja a interpretação
que seguirmos, sempre aparece o ideal do homem político que
faz de sua função um serviço para a vida do povo.
6. O nosso texto – parte do terceiro poema – pertence a uma
seção maior, que abrange os capítulos 49-55, e cujo tema
central é a restauração política de Jerusalém, a cidade-esposa
de Javé, símbolo da reconstrução de todo o povo. Os exilados
– usando linguagem da esfera matrimonial – se queixam de
que Deus rejeitou Jerusalém, sua esposa, e vendeu seus filhos
como escravos. A resposta de Javé precede imediatamente o
terceiro poema do Servo Sofredor (50,1-3). Embora não se
saiba quem seja esse servo, podemos, pelo contexto que ante-
cede, perceber claramente qual seja sua missão: mostrar, à
custa das ofensas recebidas, que o amor de Javé é perene.
7. Os vv. 4-7 mostram o que Javé faz para o Servo em vista
do bem do povo, e a responsabilidade do Servo, plenamente
obediente e fiel: o Senhor Javé (a expressão é repetida três
vezes, vv. 4.5.7) dá ao Servo a capacidade de falar como al-
guém que aprende dele, para que possa levar conforto ao po-
vo; abre-lhe os ouvidos para que aprenda, como discípulo, a
transmitir o que ouviu, e lhe dá proteção. Em outras palavras,
prepara-o para a missão. O Servo, por sua vez, para não trair o
conteúdo da mensagem, dá as costas aos que o torturam (= não
oferece resistência); toma a iniciativa de oferecer a face aos
que lhe arrancam os fios da barba (ter a barba arrancada é sinal
de grande humilhação; o Servo não liga para a perda da hon-
radez); não esconde o rosto à ofensa maior: injúrias e escarros.
O rosto manifesta os sentimentos e desejos de uma pessoa.
Torná-lo duro como pedra (v. 7) é não levar em conta toda e
qualquer espécie de ofensa, em vista da opção assumida.
Paixão de Jesus Cristo segundo Marcos (14,1 até capítulo
15,47): Jesus é o Messias, o Filho de Deus
8. Os relatos da Paixão são pontos altos dentro da teologia
de cada evangelista. Uma explicação exaustiva exige muito
tempo e espaço. O que fazemos, aqui, é simplesmente oferecer
alguns tópicos para começar a reflexão.
9. O Evangelho de Marcos inicia afirmando: "Começo da
Boa Notícia de Jesus, o Messias, o Filho de Deus" (1,1). No
relato da paixão-morte-ressurreição de Jesus retornam com
força os temas da Boa Notícia, de Jesus Messias e Filho de
Deus.
10. A Boa Notícia que é a prática de Jesus provocou reações
em cadeia desde os inícios do Evangelho de Marcos. De fato,
já em 3,6, os fariseus e alguns do partido de Herodes faziam
um plano para matá-lo. A morte de Jesus, portanto, não acon-
teceu por acaso, mas é resultado de um plano de morte dos
líderes religiosos e políticos. Esse plano dá certo porque Judas,
um dos que andam com Jesus, rompe o cerco, permitindo que
"os de fora" (cf. 4,11) executem seus projetos de morte. Judas
é o traidor e Pedro, um dos que tinham sido chamados a "estar
com Jesus" (cf. 3,14), reage com energia quando alguém lhe
diz: "Você também estava com ele" (14,67). Jesus vai até o
fim. Ele é a semente que, jogada na terra (cf. 4,3ss), vai pro-
duzir frutos além da expectativa. Mas sentir-se-á abandonado
por todos, pois um discípulo prefere fugir nu (14,52) a se
comprometer com o Mestre. Este, na cruz, sente-se abandona-
do pelo próprio Deus (cf. 15,34).
11. O Evangelho de Marcos é apenas o início da Boa Notícia
de Jesus. Depois que ressuscitou, precede os discípulos na
Galiléia (cf. 16,7), lugar de gente marginalizada, para a qual a
prática de Jesus se tornou de fato notícia alegre, pois trazia,
junto com as palavras, a libertação dos oprimidos. É lá, na
Galiléia do dia-a-dia, que os discípulos se encontrarão com
Jesus, desde que façam no hoje de sua história as mesmas
coisas que o Mestre fez para libertar os oprimidos. O Evange-
lho de Marcos é sempre um início, a fim de que Jesus seja Boa
Notícia para quem sofre.
12. Jesus é o Messias e Filho de Deus. Comparecendo diante
do Sinédrio, o sumo sacerdote o interroga: "És tu o Messias, o
Filho do Deus Bendito?" (14,61). E Jesus confessa: "Eu sou. E
vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Todo-
poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu" (14,62). É a única
vez, no Evangelho de Marcos, que Jesus afirma ser o Messias,
o escolhido por Deus para realizar seu projeto de liberdade e
vida. O que soa como blasfêmia para a sociedade que mata
(14,63) é a maior profissão de fé de quem nele crê e a ele
adere. No relato da paixão seu messianismo adquire pleno
significado: ele é o Filho ungido pelo Pai. Uma mulher unge a
cabeça de Jesus (14,3), reconhecendo-o Messias. O Sinédrio o
rejeita e condena à morte. O oficial romano, um pagão, reco-
nhece nele o Filho de Deus: "De fato, esse homem era mesmo
Filho de Deus" (15,39). Jesus é Messias-Rei, mas sua realeza
se distancia dos padrões de poder e autoridade daquele tempo
e de hoje. Quando os soldados o vestem com um manto ver-
melho, põem em sua cabeça uma coroa de espinhos e o saú-
dam, estão na verdade ridicularizando os poderes deste mundo
que assim se vestem e oprimem. Jesus é Rei porque se despoja
desse tipo de poder e se afasta do círculo dos poderosos (cf.
15,21), dando a vida pelos seus. De réu diante do Sinédrio, ele
se torna juiz (o Filho do Homem sentado à direita do Todo-
poderoso e vindo sobre as nuvens de 14,62 recorda o juiz de
Daniel 7,13), e juiz que desmascara todo tipo de poder que
explora e oprime o povo. Jesus crucificado é o verdadeiro Rei.
É o Messias da cruz. Tendo um bandido à direita e outro à
esquerda (15,27), ele se apresenta nos moldes das aparições
públicas dos reis daquele tempo, que se mostravam ao povo
ladeados por seus auxiliares imediatos. Mas sua realeza é
diferente, pois está a serviço dos condenados que a sociedade
julga fora-da-lei (cf. 15,28).
13. Quando Jesus foi batizado, o céu se rasgou (1,10), reali-
zando o sonho de Isaías 63,19, traduzindo assim o fim do
aparente silêncio de Deus. Quando morreu na cruz, a cortina
do santuário se rasgou de alto a baixo (15,38), decretando o
fim da sociedade e religião patrocinadoras de morte para o
povo. Esta é a Boa Notícia que a morte e ressurreição de Jesus
trazem às pessoas de todos os tempos e lugares.
2ª leitura (Fl 2,6-11): O Evangelho de Jesus Cristo
14. Ao escrever aos filipenses, Paulo está preso em Éfeso,
mas tem em mãos um trunfo que lhe garantirá a liberdade:
basta que prove ser cidadão romano. A decisão de fazer valer
seus direitos de cidadão romano provocou grande mal-estar
em Éfeso e também em Filipos. De fato, para os primeiros
cristãos, o martírio era o momento mais nobre e mais propício
para a propaganda do Evangelho. Declarar-se cristão e morrer
violentamente por causa disso, provocava adesões à fé. Por
que, então, Paulo foge desse momento? Estaria anunciando
uma coisa e vivendo outra?
15. Eis, então, que ele escreve aos filipenses. Para ele é van-
tagem morrer, mas opta pela libertação em vista da possibili-
dade de ainda continuar evangelizando (1,23-24). A seguir,
passa a mostrar os conflitos que ameaçam a comunidade:
conflitos de fora (os falsos missionários, cf. 1,27-30) e os
conflitos internos (divisões da comunidade, cf. 2,1-4). Por fim,
convida para que todos tenham as mesmas disposições pesso-
ais (sentimentos) que havia em Jesus Cristo.
16. O hino de Filipenses 2,6-11 tem dois movimentos. O
primeiro é de cima para baixo, e fala do esvaziamento de Je-
sus. É como uma escada com vários degraus: Jesus não se
apegou à sua igualdade com Deus, esvaziou-se, tornou-se
servo, semelhante aos homens, humilhou-se, fez-se obediente
até a morte de cruz. O sujeito dessas ações é o próprio Jesus
que, consciente e livremente, despoja-se de tudo. Seu lugar
social é junto aos escravos, sem privilégios, marginalizados e
condenados. Para ele não há outra forma de revelar o projeto
de Deus a não ser esvaziando-se daquelas realidades humanas
das quais com dificuldade abrimos mão: prerrogativas, posição
social, honra, dignidade, fama e, o que é mais precioso, a
própria vida. Jesus perdeu todas essas coisas. Desceu no poço
mais profundo da miséria e solidão humanas. De fato, o pri-
meiro movimento desse hino não fala de Deus. Tem-se a im-
pressão de que Jesus, despojado de tudo, tenha sido inclusive
abandonado por Deus.
17. O preço da encarnação foi a cruz. E o Evangelho de
Paulo é exatamente o Evangelho de um crucificado. Nós esta-
mos muito habituados a pensar na divindade de Jesus. Por isso
nos perguntamos: onde foi parar sua divindade? Ficou escon-
dida por um momento? Ou era justamente no fato de ser ple-
namente humano que ele revelava o ser de Deus? Imaginar
que Deus seja um ser desencarnado e abstrato é a desculpa que
algumas pessoas encontram para fugir à difícil tarefa de nos
encarnarmos nas realidades humanas mais sofridas, pois, ao
fazermos isso, teremos de nos despojar de uma série de coisas,
exatamente aquelas coisas das quais Jesus se despojou: prerro-
gativas, status, fama, promoção pessoal etc.
18. A primeira parte do hino tem seu ponto alto na maior
baixeza: Jesus se fez servo e foi morto como um bandido, na
cruz. Essa foi sua opção de vida consciente. Esse hino retoma
um texto muito antigo de Isaías, aplicando-o a Jesus. Trata-se
do quarto canto do Servo de Javé (Is 52,13-53,8).
19. O segundo movimento do hino de Filipenses é de baixo
para cima. Aqui o sujeito é Deus. É ele quem exalta Jesus,
ressuscitando-o e colocando-o no posto mais elevado que
possa existir. O Nome que ele recebeu do Pai é o título de
Senhor, termo muito importante para os primeiros cristãos.
Jesus é o Senhor do universo e da história. Diante dele toda a
criação se prostra em adoração (2,10). Também esta segunda
parte se inspira no quarto canto do Servo de Javé (cf. Is 52,13-
15; 53,10-12).
20. Deus Pai é glorificado quando as pessoas reconhecem em
Jesus o humano que passou pela encarnação das realidades
mais sofridas e humilhantes, culminando com a morte na cruz,
condenação imposta a criminosos. Evangelho é, portanto, o
anúncio daquele que se fez servo, obediente até a morte, e
morte de cruz. Esse anúncio não acontece sem que as pessoas
também se encarnem, apostando a vida, como fez Paulo.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
21. A Paixão de Jesus se prolonga em todos os sofredores de nossa sociedade, entre os quais estão mui-
tas pessoas idosas. Quais os sinais que apontam para a presença de Deus ao lado dos marginalizados?
22. Questionar os projetos políticos construídos sem levar em conta o projeto de Deus revelado em Je-
sus, plenamente humano, servo, obediente até o fim. Inspirar-se no quarto canto do Servo de Javé (cf. Is
52,13-15; 53,10-12).
23. Deus Pai é glorificado quando as pessoas reconhecem em Jesus o humano que passou pela encarna-
ção das realidades mais sofridas e humilhantes, culminando com a morte na cruz, condenação imposta a
criminosos. Evangelho é, portanto, o anúncio daquele que se fez servo, obediente até a morte, e morte de
cruz. Esse anúncio não acontece sem que as pessoas também se encarnem, apostando a vida, como fez
Paulo.

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Comentário: Domingo de Ramos - Ano B

  • 1. JESUS, MESTRE DA JUSTIÇA, REI E MESSIAS BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulus, 2007 * LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL * ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: DOMINGO DE RAMOS – COR: ROXO I. INTRODUÇÃO GERAL 1. Sentimo-nos desconcertados numa sociedade competiti- va, que privilegia a concentração da liberdade (aspecto políti- co) e dos bens (aspecto econômico), gerando violência e alie- nando as pessoas. O que é capaz de satisfazer os anseios mais profundos de dignidade e vida plena? Como realizar o projeto de Deus? O que significa ser cristão hoje? 2. A 1ª leitura (Is 50,4-7) nos apresenta a missão do Servo Sofredor plenamente moldável nas mãos de Javé e suficiente- mente coerente na execução de sua missão, passando por cima do que é capaz de mexer com os brios de qualquer pessoa: ofensas, violência, perda da honradez. 3. Lendo a Paixão de Jesus segundo Marcos (Mc 14,1– 15,47) descobrimos as raízes da sociedade injusta que mata inocentes e indefesos. É uma opção política pela morte, geran- do a morte do povo. Os excluídos e os condenados de hoje são nossos juízes. Ao mesmo tempo, ficamos sabendo em que sentido Jesus é o Messias, o Filho de Deus. 4. Celebrando o dia de Ramos, Paulo pede que examinemos se o nosso projeto de vida coincide com o de Jesus, servo obediente até o fim, ou se pautamos nossa vida segundo as leis da sociedade injusta (2ª leitura, Fl 2,6-11). II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS 1ª leitura (Is 50,4-7): A missão do Servo Sofredor 5. Estamos diante de um texto do Segundo Isaías. O trecho é chamado de "terceiro poema do Servo de Javé". Ao lermos qualquer um desses poemas de Isaías, surge logo a mesma pergunta feita pelo eunuco a Filipe: "De quem o profeta está falando: de si mesmo ou de outro?" (At 8,34). A resposta não é fácil. Até o momento, as opiniões dos estudiosos podem ser sintetizadas em quatro tipos de interpretação de quem seja o Servo Sofredor: a. Interpretação coletiva: tratar-se-ia do povo de Israel; b. Interpretação individual: o Servo Sofredor seria uma pessoa anônima; c. Interpretação mista: ele seria ora Isra- el como um todo, ora um grupo de pessoas, ora uma pessoa só, como, por exemplo, o próprio profeta; d. Interpretação messi- ânica: os poemas falariam de um messias do futuro ideal. Segundo os autores do Novo Testamento, esse ideal encontrou perfeita realização em Jesus. Qualquer que seja a interpretação que seguirmos, sempre aparece o ideal do homem político que faz de sua função um serviço para a vida do povo. 6. O nosso texto – parte do terceiro poema – pertence a uma seção maior, que abrange os capítulos 49-55, e cujo tema central é a restauração política de Jerusalém, a cidade-esposa de Javé, símbolo da reconstrução de todo o povo. Os exilados – usando linguagem da esfera matrimonial – se queixam de que Deus rejeitou Jerusalém, sua esposa, e vendeu seus filhos como escravos. A resposta de Javé precede imediatamente o terceiro poema do Servo Sofredor (50,1-3). Embora não se saiba quem seja esse servo, podemos, pelo contexto que ante- cede, perceber claramente qual seja sua missão: mostrar, à custa das ofensas recebidas, que o amor de Javé é perene. 7. Os vv. 4-7 mostram o que Javé faz para o Servo em vista do bem do povo, e a responsabilidade do Servo, plenamente obediente e fiel: o Senhor Javé (a expressão é repetida três vezes, vv. 4.5.7) dá ao Servo a capacidade de falar como al- guém que aprende dele, para que possa levar conforto ao po- vo; abre-lhe os ouvidos para que aprenda, como discípulo, a transmitir o que ouviu, e lhe dá proteção. Em outras palavras, prepara-o para a missão. O Servo, por sua vez, para não trair o conteúdo da mensagem, dá as costas aos que o torturam (= não oferece resistência); toma a iniciativa de oferecer a face aos que lhe arrancam os fios da barba (ter a barba arrancada é sinal de grande humilhação; o Servo não liga para a perda da hon- radez); não esconde o rosto à ofensa maior: injúrias e escarros. O rosto manifesta os sentimentos e desejos de uma pessoa. Torná-lo duro como pedra (v. 7) é não levar em conta toda e qualquer espécie de ofensa, em vista da opção assumida. Paixão de Jesus Cristo segundo Marcos (14,1 até capítulo 15,47): Jesus é o Messias, o Filho de Deus 8. Os relatos da Paixão são pontos altos dentro da teologia de cada evangelista. Uma explicação exaustiva exige muito tempo e espaço. O que fazemos, aqui, é simplesmente oferecer alguns tópicos para começar a reflexão. 9. O Evangelho de Marcos inicia afirmando: "Começo da Boa Notícia de Jesus, o Messias, o Filho de Deus" (1,1). No relato da paixão-morte-ressurreição de Jesus retornam com força os temas da Boa Notícia, de Jesus Messias e Filho de Deus. 10. A Boa Notícia que é a prática de Jesus provocou reações em cadeia desde os inícios do Evangelho de Marcos. De fato, já em 3,6, os fariseus e alguns do partido de Herodes faziam um plano para matá-lo. A morte de Jesus, portanto, não acon- teceu por acaso, mas é resultado de um plano de morte dos líderes religiosos e políticos. Esse plano dá certo porque Judas, um dos que andam com Jesus, rompe o cerco, permitindo que "os de fora" (cf. 4,11) executem seus projetos de morte. Judas é o traidor e Pedro, um dos que tinham sido chamados a "estar com Jesus" (cf. 3,14), reage com energia quando alguém lhe diz: "Você também estava com ele" (14,67). Jesus vai até o fim. Ele é a semente que, jogada na terra (cf. 4,3ss), vai pro- duzir frutos além da expectativa. Mas sentir-se-á abandonado por todos, pois um discípulo prefere fugir nu (14,52) a se comprometer com o Mestre. Este, na cruz, sente-se abandona- do pelo próprio Deus (cf. 15,34). 11. O Evangelho de Marcos é apenas o início da Boa Notícia de Jesus. Depois que ressuscitou, precede os discípulos na Galiléia (cf. 16,7), lugar de gente marginalizada, para a qual a prática de Jesus se tornou de fato notícia alegre, pois trazia, junto com as palavras, a libertação dos oprimidos. É lá, na Galiléia do dia-a-dia, que os discípulos se encontrarão com Jesus, desde que façam no hoje de sua história as mesmas coisas que o Mestre fez para libertar os oprimidos. O Evange- lho de Marcos é sempre um início, a fim de que Jesus seja Boa Notícia para quem sofre. 12. Jesus é o Messias e Filho de Deus. Comparecendo diante do Sinédrio, o sumo sacerdote o interroga: "És tu o Messias, o Filho do Deus Bendito?" (14,61). E Jesus confessa: "Eu sou. E vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Todo- poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu" (14,62). É a única vez, no Evangelho de Marcos, que Jesus afirma ser o Messias, o escolhido por Deus para realizar seu projeto de liberdade e vida. O que soa como blasfêmia para a sociedade que mata (14,63) é a maior profissão de fé de quem nele crê e a ele adere. No relato da paixão seu messianismo adquire pleno significado: ele é o Filho ungido pelo Pai. Uma mulher unge a cabeça de Jesus (14,3), reconhecendo-o Messias. O Sinédrio o rejeita e condena à morte. O oficial romano, um pagão, reco-
  • 2. nhece nele o Filho de Deus: "De fato, esse homem era mesmo Filho de Deus" (15,39). Jesus é Messias-Rei, mas sua realeza se distancia dos padrões de poder e autoridade daquele tempo e de hoje. Quando os soldados o vestem com um manto ver- melho, põem em sua cabeça uma coroa de espinhos e o saú- dam, estão na verdade ridicularizando os poderes deste mundo que assim se vestem e oprimem. Jesus é Rei porque se despoja desse tipo de poder e se afasta do círculo dos poderosos (cf. 15,21), dando a vida pelos seus. De réu diante do Sinédrio, ele se torna juiz (o Filho do Homem sentado à direita do Todo- poderoso e vindo sobre as nuvens de 14,62 recorda o juiz de Daniel 7,13), e juiz que desmascara todo tipo de poder que explora e oprime o povo. Jesus crucificado é o verdadeiro Rei. É o Messias da cruz. Tendo um bandido à direita e outro à esquerda (15,27), ele se apresenta nos moldes das aparições públicas dos reis daquele tempo, que se mostravam ao povo ladeados por seus auxiliares imediatos. Mas sua realeza é diferente, pois está a serviço dos condenados que a sociedade julga fora-da-lei (cf. 15,28). 13. Quando Jesus foi batizado, o céu se rasgou (1,10), reali- zando o sonho de Isaías 63,19, traduzindo assim o fim do aparente silêncio de Deus. Quando morreu na cruz, a cortina do santuário se rasgou de alto a baixo (15,38), decretando o fim da sociedade e religião patrocinadoras de morte para o povo. Esta é a Boa Notícia que a morte e ressurreição de Jesus trazem às pessoas de todos os tempos e lugares. 2ª leitura (Fl 2,6-11): O Evangelho de Jesus Cristo 14. Ao escrever aos filipenses, Paulo está preso em Éfeso, mas tem em mãos um trunfo que lhe garantirá a liberdade: basta que prove ser cidadão romano. A decisão de fazer valer seus direitos de cidadão romano provocou grande mal-estar em Éfeso e também em Filipos. De fato, para os primeiros cristãos, o martírio era o momento mais nobre e mais propício para a propaganda do Evangelho. Declarar-se cristão e morrer violentamente por causa disso, provocava adesões à fé. Por que, então, Paulo foge desse momento? Estaria anunciando uma coisa e vivendo outra? 15. Eis, então, que ele escreve aos filipenses. Para ele é van- tagem morrer, mas opta pela libertação em vista da possibili- dade de ainda continuar evangelizando (1,23-24). A seguir, passa a mostrar os conflitos que ameaçam a comunidade: conflitos de fora (os falsos missionários, cf. 1,27-30) e os conflitos internos (divisões da comunidade, cf. 2,1-4). Por fim, convida para que todos tenham as mesmas disposições pesso- ais (sentimentos) que havia em Jesus Cristo. 16. O hino de Filipenses 2,6-11 tem dois movimentos. O primeiro é de cima para baixo, e fala do esvaziamento de Je- sus. É como uma escada com vários degraus: Jesus não se apegou à sua igualdade com Deus, esvaziou-se, tornou-se servo, semelhante aos homens, humilhou-se, fez-se obediente até a morte de cruz. O sujeito dessas ações é o próprio Jesus que, consciente e livremente, despoja-se de tudo. Seu lugar social é junto aos escravos, sem privilégios, marginalizados e condenados. Para ele não há outra forma de revelar o projeto de Deus a não ser esvaziando-se daquelas realidades humanas das quais com dificuldade abrimos mão: prerrogativas, posição social, honra, dignidade, fama e, o que é mais precioso, a própria vida. Jesus perdeu todas essas coisas. Desceu no poço mais profundo da miséria e solidão humanas. De fato, o pri- meiro movimento desse hino não fala de Deus. Tem-se a im- pressão de que Jesus, despojado de tudo, tenha sido inclusive abandonado por Deus. 17. O preço da encarnação foi a cruz. E o Evangelho de Paulo é exatamente o Evangelho de um crucificado. Nós esta- mos muito habituados a pensar na divindade de Jesus. Por isso nos perguntamos: onde foi parar sua divindade? Ficou escon- dida por um momento? Ou era justamente no fato de ser ple- namente humano que ele revelava o ser de Deus? Imaginar que Deus seja um ser desencarnado e abstrato é a desculpa que algumas pessoas encontram para fugir à difícil tarefa de nos encarnarmos nas realidades humanas mais sofridas, pois, ao fazermos isso, teremos de nos despojar de uma série de coisas, exatamente aquelas coisas das quais Jesus se despojou: prerro- gativas, status, fama, promoção pessoal etc. 18. A primeira parte do hino tem seu ponto alto na maior baixeza: Jesus se fez servo e foi morto como um bandido, na cruz. Essa foi sua opção de vida consciente. Esse hino retoma um texto muito antigo de Isaías, aplicando-o a Jesus. Trata-se do quarto canto do Servo de Javé (Is 52,13-53,8). 19. O segundo movimento do hino de Filipenses é de baixo para cima. Aqui o sujeito é Deus. É ele quem exalta Jesus, ressuscitando-o e colocando-o no posto mais elevado que possa existir. O Nome que ele recebeu do Pai é o título de Senhor, termo muito importante para os primeiros cristãos. Jesus é o Senhor do universo e da história. Diante dele toda a criação se prostra em adoração (2,10). Também esta segunda parte se inspira no quarto canto do Servo de Javé (cf. Is 52,13- 15; 53,10-12). 20. Deus Pai é glorificado quando as pessoas reconhecem em Jesus o humano que passou pela encarnação das realidades mais sofridas e humilhantes, culminando com a morte na cruz, condenação imposta a criminosos. Evangelho é, portanto, o anúncio daquele que se fez servo, obediente até a morte, e morte de cruz. Esse anúncio não acontece sem que as pessoas também se encarnem, apostando a vida, como fez Paulo. III. PISTAS PARA REFLEXÃO 21. A Paixão de Jesus se prolonga em todos os sofredores de nossa sociedade, entre os quais estão mui- tas pessoas idosas. Quais os sinais que apontam para a presença de Deus ao lado dos marginalizados? 22. Questionar os projetos políticos construídos sem levar em conta o projeto de Deus revelado em Je- sus, plenamente humano, servo, obediente até o fim. Inspirar-se no quarto canto do Servo de Javé (cf. Is 52,13-15; 53,10-12). 23. Deus Pai é glorificado quando as pessoas reconhecem em Jesus o humano que passou pela encarna- ção das realidades mais sofridas e humilhantes, culminando com a morte na cruz, condenação imposta a criminosos. Evangelho é, portanto, o anúncio daquele que se fez servo, obediente até a morte, e morte de cruz. Esse anúncio não acontece sem que as pessoas também se encarnem, apostando a vida, como fez Paulo.