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DEUS É O ALIADO DA HUMANIDADEPe. José Bortolini – Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades – Paulus, 2007
* LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL *
ANO: C – TEMPO LITÚRGICO: 2° DOMINGO DA QUARESMA – COR: ROXO
I. INTRODUÇÃO GERAL
1. A Eucaristia é celebração da aliança de Deus com a huma-
nidade, selada no sangue de Jesus. É um momento de grande
significado para a caminhada das comunidades cristãs, pois aqui
Deus revela a nós seu projeto de liberdade e vida. Deus nos
comunica sua vida. E nós respondemos à sua comunicação,
celebrando nossa fé e trazendo nossas ofertas. O pão e o vinho
que ofertamos, “frutos da terra e do trabalho humano”, falam do
suor e das lutas de tantos brasileiros que não têm acesso aos bens
da vida. Deus se alia a essa multidão de pessoas, garantindo que
Ele é fiel até o fim (cf. 1ª leitura Gn 15,5-12.17-18).
2. A Eucaristia é a memória do êxodo de Jesus (cf. Evangelho
Lc 9,28b-36). Ele enfrentou a morte para que todos pudessem
viver. Nossa celebração traz, mais uma vez, esta boa notícia:
“Este é o meu Filho, o Escolhido”. Mas traz também um convite:
“Escutem o que ele diz”. Ouvindo a Palavra que liberta, “entra-
mos na nuvem”, dispostos a percorrer com Jesus o caminho da
libertação.
3. Percorremos o caminho da libertação e nos tornamos alia-
dos de Cristo quando lutamos por uma sociedade diferente, em
que todos tenham acesso aos bens da vida prometidos pelo Deus
fiel que entregou seu Filho em nosso favor. Celebrar a Eucaristia
é anunciar o “Evangelho da cruz”. E vivê-la é ser cidadão do céu
(cf. 2ª leitura Fl 3,17-4,1).
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1ª leitura (Gn 15,5-12.17-18): Deus é o aliado dos pobres
4. Os versículos da primeira leitura deste domingo marcam um
dos grandes momentos da história, em que Deus entra em comu-
nhão com as pessoas e lhes revela seu projeto. Ele é o aliado que
suscita vida aos pobres e excluídos.
5. Abraão é figura desses pobres, cuja riqueza única é a fé no
Deus que pode reverter os rumos da história. De fato, ele é velho
e sua esposa é estéril. Para o povo da Bíblia, não ter filhos era
uma desgraça. Além disso, Abraão é um retirante sem terra. Para
ele a vida se traduz num descendente e num pedaço de terra da
qual tirar o sustento. Faltando esses dois elementos, falta-lhe a
vida, e ele mergulha na noite escura.
6. Deus vai ao encontro dos anseios do pobre por vida e liber-
dade, fazendo brilhar, na noite escura, sinais de esperança e
rumos novos. De fato, ele conduz Abraão para um lugar aberto e
lhe diz: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se você é capaz!” E
acrescentou: “Assim será sua descendência” (v. 5). É o primeiro
ponto de contato entre o que o ser humano anseia e o que Deus
promete: a vida que se traduz na descendência. Deus fecunda o
anseio dos pobres. Basta que estes tenham fé no Deus que é seu
aliado: “Abraão teve fé no Senhor. E o Senhor considerou isto
como justiça” (v. 6).
7. O segundo anseio de Abraão é ter um pedaço de chão. Mas
antes que expresse seu desejo, Deus lhe vai ao encontro com a
promessa da terra: “Eu sou o Senhor que fez você sair de Ur,
cidade dos caldeus, para lhe dar como herança esta terra” (v. 7).
É o segundo ponto de contato entre o que o ser humano anseia e
o que Deus promete: a vida que se traduz na posse da terra, da
qual Abraão e sua descendência poderão viver. E o que vem a
seguir demonstra que Deus não volta atrás no seu projeto quando
os pobres deixam “a cidade de Ur” para caminhar com o aliado
fiel.
8. A pergunta de Abraão (v. 8) prepara a revelação do Deus
fiel. Os vv. 9-12.17 mostram um antigo rito de aliança. As pes-
soas que contraíam um pacto agiam da seguinte forma: dividiam
pelo meio alguns animais (cf. v. 9), colocando as partes umas em
frente às outras (v. 10). A seguir, passavam no meio dos animais
divididos, proclamando fidelidade ao contrato. Caso um deles
fosse infiel ao pacto, deveria ser despedaçado como os animais.
9. Abraão se enche de grande e misterioso terror (v. 12b), sendo
novamente invadido pela escuridão da noite. Mas Deus faz brilhar,
na noite escura de Abraão, a promessa de que será sempre seu fiel
aliado: “Depois que o sol se pôs e escureceu, apareceu um braseiro
fumegante e uma tocha de fogo, que passaram por entre as partes
dos animais divididos” (v. 17). Note-se que só o Senhor passa por
entre os animais divididos: ele será perenemente fiel ao seu projeto
de conceder vida e liberdade aos pobres (cf. 2Tm 2,13: “Se lhe
formos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode renegar a si mes-
mo”).
10. O braseiro fumegante e a tocha de fogo são sinais teofânicos:
falam da presença do Deus fiel que caminha no meio do seu povo.
Mas, ao mesmo tempo em que revelam, escondem, pois o Senhor é
mais que um braseiro fumegante e uma tocha de fogo. Quem,
portanto, é esse Deus? A resposta a essa pergunta acontece à me-
dida que as pessoas tomam consciência de que ele é o aliado dos
pobres e excluídos; à medida que “na noite escura” percebem, pela
fé e entrega ao seu projeto, que o Senhor deseja a vida e a liberda-
de de suas criaturas; à medida que “acordam” na noite escura e
começam a desejar aquilo que o Deus fiel promete por dentro das
súplicas dos oprimidos e excluídos, pois Deus é mais íntimo que o
nosso íntimo, mais presente em nós do que nós próprios. Cabe aos
sofredores esperançosos despertar o Deus que, dentro deles, espera
ser despertado como aliado fiel.
Evangelho (Lc 9,28b-36): Jesus é o aliado da humanidade
11. A transfiguração em Lucas quer demonstrar que Jesus é o
aliado da humanidade. O centro do trecho está no v. 31: Aparece-
ram Moisés e Elias que “conversavam sobre o êxodo (morte) de
Jesus que iria acontecer em Jerusalém”. Lucas pôs no êxodo de
Jesus a chave de leitura do trecho.
12. O êxodo evoca a libertação do povo de Deus da escravidão do
Egito rumo à posse da vida e da liberdade na terra prometida. Lá o
povo pôde sentir a presença do aliado fiel que liberta e salva.
13. O programa de Jesus é libertar os oprimidos. Ele irá concreti-
zar o novo êxodo superando as tentações (cf. evangelho do domin-
go passado), enfrentando a morte e subindo para junto do Pai (cf.
Lc 24,50).
14. Lucas evita falar de “transfiguração” porque o evangelho que
escreveu se dirigia a pessoas vindas do paganismo. Elas poderiam
confundir o episódio com uma metamorfose das divindades pagãs.
O projeto de Jesus tem propostas completamente novas, e é por
meio delas que ele realiza o novo êxodo do povo de Deus.
15. Antes de relatar o acontecimento, o evangelista situa a cena
com uma nota própria deste evangelho: ele apresenta Jesus orando
ao Pai. Os grandes momentos da vida e as maiores opções de Jesus
nascem de sua comunhão com o projeto do Pai, na oração. E para
orar, Jesus sobe ao monte.
16. Também esse detalhe é caro a Lucas. Foi num “lugar elevado”
onde Jesus recusou a tentação de se tornar o maior latifundiário do
mundo para realizar seu programa de libertação dos oprimidos (cf.
4,5-8); depois de ter orado na montanha ele escolheu os Doze (cf.
6,12); e foi na montanha que tomou consciência de que realizaria o
projeto do Pai enfrentando a morte (9,28-38).
17. Além disso, o episódio da transfiguração faz parte dos últimos
acontecimentos que precedem a grande viagem de Jesus a Jerusa-
lém (Lc 9,51-19,28). Nesse sentido, a transfiguração é preparação
para o “caminho de libertação” de Jesus. A partir desse fato o
Escolhido de Deus toma consciência de sua morte libertadora. E, o
que é mais impressionante, o fato de ter que passar pela morte
transfigura o rosto de Jesus, pois nele se revela a plenitude do
projeto de Deus que quer liberdade e vida para todos.
a. Os líderes libertadores do passado dão testemunho de Jesus
(vv. 30-31)
18. Moisés e Elias — que representam respectivamente a Lei e
os Profetas, isto é, todo o Antigo Testamento — se fazem pre-
sentes e conversam com Jesus sobre seu êxodo que iria acontecer
em Jerusalém (v. 31). Moisés é o líder da libertação do Egito;
Elias é o restaurador do javismo no Reino do Norte no tempo do
rei Acab. Elias libertou o povo da opressão e da idolatria. Seu
comparecimento na transfiguração vem dar testemunho de Jesus:
ele é o libertador definitivo, prometido e prefigurado nos líderes
do passado. O Antigo Testamento testemunha que Jesus veio
para libertar mediante a entrega total de sua vida.
b. O Pai dá testemunho de Jesus (vv. 34-36)
19. A nuvem é, na Bíblia, um sinal da presença de Deus. Por
meio dela Lucas afirma que o Pai está presente em Jesus, seu
Filho, o Escolhido. O evangelista quer dar grande importância à
revelação que o Pai faz de Jesus. De fato, no início (batismo), no
meio (transfiguração) e no fim desse evangelho (paixão) encon-
tramos a declaração de que Jesus é o Filho de Deus (cf. 3,22;
9,35 e 22,70). No batismo e na transfiguração, é o Pai quem o
declara seu Filho. Na paixão (22,70), o Sinédrio (o antiprojeto de
vida) recusa aquele que veio trazer vida e liberdade para todos,
levando-o à morte.
20. O Pai declara que Jesus é o Escolhido. Esta palavra faz
lembrar o Servo de Javé (cf. Is 42,1) ao qual Deus confiou a
libertação do seu povo. Jesus tem consciência de ser o Escolhido
do Pai para realizar seu projeto. A ironia dos chefes do povo
junto à cruz outra coisa não faz senão mostrar que de fato Jesus é
o Escolhido do Pai, aquele que, com sua morte, tornou-se o
aliado da humanidade: “A outros salvou. Que salve a si mesmo,
se é de fato o Messias de Deus, o Escolhido” (23,35).
21. O Pai tudo confiou a seu Filho e Jesus tudo realizou. Por
isso o convite de Deus é solene: “Escutem o que ele diz!” (v.
35). E Lucas destaca que, quando o Pai falou, Jesus estava sozi-
nho (cf. v. 36a).
c. Nós, cristãos, diante de Jesus, o aliado fiel (vv. 32-33)
22. A comunhão de Jesus com o projeto do Pai na oração, seu
êxodo libertador que passa pela morte e chega à ascensão con-
trastam com a atitude de Pedro, dos outros discípulos e com a
nossa atitude. Eles estão embriagados de sono (v. 32). Além
disso, quando os líderes libertadores do passado se afastam,
abrindo espaço para novas lideranças no hoje da libertação, os
discípulos pretendem fixar morada no alto da montanha (v. 33;
Lucas mostrará, a partir de 9,51, que a libertação é um processo
longo e que está sempre a caminho de Jerusalém). O evangelista
ressalta que o “sono” pode se tornar um anestésico forte e parali-
sador…
23. Pior ainda, para os seguidores de Jesus, é “entrar na nuvem”
(ou seja, fazer a experiência do Deus aliado na caminhada liber-
tadora do povo) e ficar com medo (v. 34). A atitude de fé, caracte-
rística de Abraão (cf. 1ª leitura), contrasta com o medo e o silêncio
dos discípulos (cf. v. 36b) e de muitos cristãos hoje em dia. Jesus
precisa de pessoas corajosas que desçam do monte e façam com
ele o êxodo para Jerusalém…
2ª leitura (Fl 3,17-4,1): Os cristãos, aliados de Cristo
24. Paulo estava na cadeia quando escreveu aos filipenses (cf.
1,12-14). Ele sofre na pele as conseqüências do Evangelho que,
por ser autêntico, coloca as pessoas diante de decisões capazes de
mudar a vida e a sociedade. Seus opositores procuram silenciá-lo,
confinando-o na prisão.
25. A comunidade de Filipos sofreu alguns abalos com a prisão
do seu fundador. E seus adversários (provavelmente os judaizan-
tes) se aproveitam da ocasião para anunciar um evangelho que
nega o valor do mistério pascal. Paulo chama a essas pessoas de
“inimigos da cruz de Cristo” (3,18).
26. Enquanto fundador da comunidade confinado à prisão por
causa do Evangelho, ele tem a coragem de pedir que a comunidade
o imite, separando-se dos “inimigos da cruz de Cristo”. Por que a
comunidade deve imitá-lo? No fundo, o que está em jogo é a au-
tenticidade da liderança e do próprio Evangelho. Já na primeira
carta que escreveu, o Apóstolo deixou claro que o verdadeiro
Evangelho provoca conflitos na sociedade. E deixou claro também
que os líderes de comunidade não fogem às perseguições quando
estas aparecerem, e nem os cristãos autênticos se furtam delas (cf.
1Ts 1,6). Portanto, o apelo feito aos filipenses não é tanto no senti-
do de imitar uma pessoa, mas de ter no fundador um ponto de
referência para discernir se o Evangelho anunciado e vivido é
autêntico ou não.
27. Em seguida, Paulo apresenta algumas características dos
“inimigos da cruz”: o deus deles é o estômago, sua glória está no
que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas (v. 19b). Ele se
refere aos judaizantes, para os quais a morte de Cristo não teria
sido um acontecimento de salvação e libertação. Para serem salvas,
as pessoas deveriam se apegar a todas as prescrições da lei antiga,
cumprindo minuciosamente as regras referentes ao puro/impuro (=
o deus deles é o estômago), tendo na circuncisão (o que é vergo-
nhoso) a garantia de pertencer a um povo de libertos. Paulo garante
que o caminho deles é a perdição (v. 19a).
28. O caminho dos cristãos, ao contrário, é um êxodo para a Jeru-
salém celeste, da qual eles são cidadãos (v. 20a). O que comporta
ser cidadão do céu? Nada menos que uma prática em que transpa-
reça a de Jesus. Paulo já atua essa prática, e por causa disso foi
posto na cadeia. E se isso acarretar a morte? A morte não é a últi-
ma palavra, pois Jesus ressuscitou e voltará (v. 20) para transfor-
mar todas as coisas, inclusive nosso corpo, tornando-o semelhante
ao seu corpo glorioso (v. 21). Isso denota que Jesus, o aliado fiel
da humanidade, tem poder de vencer a morte e todas as suas mani-
festações; mas dá a entender, também, que mediante a resistência a
tudo o que se opõe ao “Evangelho da cruz”, os cristãos são parcei-
ros inseparáveis de Cristo, construtores com ele da nova sociedade.
Isso dá esperança e firmeza à caminhada.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
29. Deus é o aliado dos pobres. A 1ª leitura (Gn 15,5-12.17-18) nos faz pensar na situação de muitos brasilei-
ros excluídos e despojados. Deus fez aliança com essa maioria empobrecida, e mantém sua fidelidade para
sempre. Onde estão os sinais de vida? Como responder aos anseios por vida e liberdade dos excluídos?
30. Jesus é o aliado da humanidade. O evangelho (Lc 9,28b-36) fala do êxodo de Jesus e dos cristãos rumo à
libertação. Os líderes do passado (Moisés e Elias) se afastaram e cederam a nós seu lugar. O que significa para
nossa comunidade “entrar na nuvem”? Quando e como acontecerá o “êxodo” dos excluídos (lembrar dos que
não dispõem de água de qualidade) em nossa sociedade?
31. Os cristãos, aliados de Cristo. A 2ª leitura (Fl 3,17-4,1) é um convite a discernir as verdadeiras e
falsas lideranças das comunidades cristãs. Quem tem medo dos conflitos é, com grande probabilidade, “i-
nimigo da cruz” e prega um evangelho alienante. O que significa ser cidadão do céu?

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  • 1. DEUS É O ALIADO DA HUMANIDADEPe. José Bortolini – Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades – Paulus, 2007 * LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL * ANO: C – TEMPO LITÚRGICO: 2° DOMINGO DA QUARESMA – COR: ROXO I. INTRODUÇÃO GERAL 1. A Eucaristia é celebração da aliança de Deus com a huma- nidade, selada no sangue de Jesus. É um momento de grande significado para a caminhada das comunidades cristãs, pois aqui Deus revela a nós seu projeto de liberdade e vida. Deus nos comunica sua vida. E nós respondemos à sua comunicação, celebrando nossa fé e trazendo nossas ofertas. O pão e o vinho que ofertamos, “frutos da terra e do trabalho humano”, falam do suor e das lutas de tantos brasileiros que não têm acesso aos bens da vida. Deus se alia a essa multidão de pessoas, garantindo que Ele é fiel até o fim (cf. 1ª leitura Gn 15,5-12.17-18). 2. A Eucaristia é a memória do êxodo de Jesus (cf. Evangelho Lc 9,28b-36). Ele enfrentou a morte para que todos pudessem viver. Nossa celebração traz, mais uma vez, esta boa notícia: “Este é o meu Filho, o Escolhido”. Mas traz também um convite: “Escutem o que ele diz”. Ouvindo a Palavra que liberta, “entra- mos na nuvem”, dispostos a percorrer com Jesus o caminho da libertação. 3. Percorremos o caminho da libertação e nos tornamos alia- dos de Cristo quando lutamos por uma sociedade diferente, em que todos tenham acesso aos bens da vida prometidos pelo Deus fiel que entregou seu Filho em nosso favor. Celebrar a Eucaristia é anunciar o “Evangelho da cruz”. E vivê-la é ser cidadão do céu (cf. 2ª leitura Fl 3,17-4,1). II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS 1ª leitura (Gn 15,5-12.17-18): Deus é o aliado dos pobres 4. Os versículos da primeira leitura deste domingo marcam um dos grandes momentos da história, em que Deus entra em comu- nhão com as pessoas e lhes revela seu projeto. Ele é o aliado que suscita vida aos pobres e excluídos. 5. Abraão é figura desses pobres, cuja riqueza única é a fé no Deus que pode reverter os rumos da história. De fato, ele é velho e sua esposa é estéril. Para o povo da Bíblia, não ter filhos era uma desgraça. Além disso, Abraão é um retirante sem terra. Para ele a vida se traduz num descendente e num pedaço de terra da qual tirar o sustento. Faltando esses dois elementos, falta-lhe a vida, e ele mergulha na noite escura. 6. Deus vai ao encontro dos anseios do pobre por vida e liber- dade, fazendo brilhar, na noite escura, sinais de esperança e rumos novos. De fato, ele conduz Abraão para um lugar aberto e lhe diz: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se você é capaz!” E acrescentou: “Assim será sua descendência” (v. 5). É o primeiro ponto de contato entre o que o ser humano anseia e o que Deus promete: a vida que se traduz na descendência. Deus fecunda o anseio dos pobres. Basta que estes tenham fé no Deus que é seu aliado: “Abraão teve fé no Senhor. E o Senhor considerou isto como justiça” (v. 6). 7. O segundo anseio de Abraão é ter um pedaço de chão. Mas antes que expresse seu desejo, Deus lhe vai ao encontro com a promessa da terra: “Eu sou o Senhor que fez você sair de Ur, cidade dos caldeus, para lhe dar como herança esta terra” (v. 7). É o segundo ponto de contato entre o que o ser humano anseia e o que Deus promete: a vida que se traduz na posse da terra, da qual Abraão e sua descendência poderão viver. E o que vem a seguir demonstra que Deus não volta atrás no seu projeto quando os pobres deixam “a cidade de Ur” para caminhar com o aliado fiel. 8. A pergunta de Abraão (v. 8) prepara a revelação do Deus fiel. Os vv. 9-12.17 mostram um antigo rito de aliança. As pes- soas que contraíam um pacto agiam da seguinte forma: dividiam pelo meio alguns animais (cf. v. 9), colocando as partes umas em frente às outras (v. 10). A seguir, passavam no meio dos animais divididos, proclamando fidelidade ao contrato. Caso um deles fosse infiel ao pacto, deveria ser despedaçado como os animais. 9. Abraão se enche de grande e misterioso terror (v. 12b), sendo novamente invadido pela escuridão da noite. Mas Deus faz brilhar, na noite escura de Abraão, a promessa de que será sempre seu fiel aliado: “Depois que o sol se pôs e escureceu, apareceu um braseiro fumegante e uma tocha de fogo, que passaram por entre as partes dos animais divididos” (v. 17). Note-se que só o Senhor passa por entre os animais divididos: ele será perenemente fiel ao seu projeto de conceder vida e liberdade aos pobres (cf. 2Tm 2,13: “Se lhe formos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode renegar a si mes- mo”). 10. O braseiro fumegante e a tocha de fogo são sinais teofânicos: falam da presença do Deus fiel que caminha no meio do seu povo. Mas, ao mesmo tempo em que revelam, escondem, pois o Senhor é mais que um braseiro fumegante e uma tocha de fogo. Quem, portanto, é esse Deus? A resposta a essa pergunta acontece à me- dida que as pessoas tomam consciência de que ele é o aliado dos pobres e excluídos; à medida que “na noite escura” percebem, pela fé e entrega ao seu projeto, que o Senhor deseja a vida e a liberda- de de suas criaturas; à medida que “acordam” na noite escura e começam a desejar aquilo que o Deus fiel promete por dentro das súplicas dos oprimidos e excluídos, pois Deus é mais íntimo que o nosso íntimo, mais presente em nós do que nós próprios. Cabe aos sofredores esperançosos despertar o Deus que, dentro deles, espera ser despertado como aliado fiel. Evangelho (Lc 9,28b-36): Jesus é o aliado da humanidade 11. A transfiguração em Lucas quer demonstrar que Jesus é o aliado da humanidade. O centro do trecho está no v. 31: Aparece- ram Moisés e Elias que “conversavam sobre o êxodo (morte) de Jesus que iria acontecer em Jerusalém”. Lucas pôs no êxodo de Jesus a chave de leitura do trecho. 12. O êxodo evoca a libertação do povo de Deus da escravidão do Egito rumo à posse da vida e da liberdade na terra prometida. Lá o povo pôde sentir a presença do aliado fiel que liberta e salva. 13. O programa de Jesus é libertar os oprimidos. Ele irá concreti- zar o novo êxodo superando as tentações (cf. evangelho do domin- go passado), enfrentando a morte e subindo para junto do Pai (cf. Lc 24,50). 14. Lucas evita falar de “transfiguração” porque o evangelho que escreveu se dirigia a pessoas vindas do paganismo. Elas poderiam confundir o episódio com uma metamorfose das divindades pagãs. O projeto de Jesus tem propostas completamente novas, e é por meio delas que ele realiza o novo êxodo do povo de Deus. 15. Antes de relatar o acontecimento, o evangelista situa a cena com uma nota própria deste evangelho: ele apresenta Jesus orando ao Pai. Os grandes momentos da vida e as maiores opções de Jesus nascem de sua comunhão com o projeto do Pai, na oração. E para orar, Jesus sobe ao monte. 16. Também esse detalhe é caro a Lucas. Foi num “lugar elevado” onde Jesus recusou a tentação de se tornar o maior latifundiário do mundo para realizar seu programa de libertação dos oprimidos (cf. 4,5-8); depois de ter orado na montanha ele escolheu os Doze (cf. 6,12); e foi na montanha que tomou consciência de que realizaria o projeto do Pai enfrentando a morte (9,28-38). 17. Além disso, o episódio da transfiguração faz parte dos últimos acontecimentos que precedem a grande viagem de Jesus a Jerusa- lém (Lc 9,51-19,28). Nesse sentido, a transfiguração é preparação para o “caminho de libertação” de Jesus. A partir desse fato o Escolhido de Deus toma consciência de sua morte libertadora. E, o
  • 2. que é mais impressionante, o fato de ter que passar pela morte transfigura o rosto de Jesus, pois nele se revela a plenitude do projeto de Deus que quer liberdade e vida para todos. a. Os líderes libertadores do passado dão testemunho de Jesus (vv. 30-31) 18. Moisés e Elias — que representam respectivamente a Lei e os Profetas, isto é, todo o Antigo Testamento — se fazem pre- sentes e conversam com Jesus sobre seu êxodo que iria acontecer em Jerusalém (v. 31). Moisés é o líder da libertação do Egito; Elias é o restaurador do javismo no Reino do Norte no tempo do rei Acab. Elias libertou o povo da opressão e da idolatria. Seu comparecimento na transfiguração vem dar testemunho de Jesus: ele é o libertador definitivo, prometido e prefigurado nos líderes do passado. O Antigo Testamento testemunha que Jesus veio para libertar mediante a entrega total de sua vida. b. O Pai dá testemunho de Jesus (vv. 34-36) 19. A nuvem é, na Bíblia, um sinal da presença de Deus. Por meio dela Lucas afirma que o Pai está presente em Jesus, seu Filho, o Escolhido. O evangelista quer dar grande importância à revelação que o Pai faz de Jesus. De fato, no início (batismo), no meio (transfiguração) e no fim desse evangelho (paixão) encon- tramos a declaração de que Jesus é o Filho de Deus (cf. 3,22; 9,35 e 22,70). No batismo e na transfiguração, é o Pai quem o declara seu Filho. Na paixão (22,70), o Sinédrio (o antiprojeto de vida) recusa aquele que veio trazer vida e liberdade para todos, levando-o à morte. 20. O Pai declara que Jesus é o Escolhido. Esta palavra faz lembrar o Servo de Javé (cf. Is 42,1) ao qual Deus confiou a libertação do seu povo. Jesus tem consciência de ser o Escolhido do Pai para realizar seu projeto. A ironia dos chefes do povo junto à cruz outra coisa não faz senão mostrar que de fato Jesus é o Escolhido do Pai, aquele que, com sua morte, tornou-se o aliado da humanidade: “A outros salvou. Que salve a si mesmo, se é de fato o Messias de Deus, o Escolhido” (23,35). 21. O Pai tudo confiou a seu Filho e Jesus tudo realizou. Por isso o convite de Deus é solene: “Escutem o que ele diz!” (v. 35). E Lucas destaca que, quando o Pai falou, Jesus estava sozi- nho (cf. v. 36a). c. Nós, cristãos, diante de Jesus, o aliado fiel (vv. 32-33) 22. A comunhão de Jesus com o projeto do Pai na oração, seu êxodo libertador que passa pela morte e chega à ascensão con- trastam com a atitude de Pedro, dos outros discípulos e com a nossa atitude. Eles estão embriagados de sono (v. 32). Além disso, quando os líderes libertadores do passado se afastam, abrindo espaço para novas lideranças no hoje da libertação, os discípulos pretendem fixar morada no alto da montanha (v. 33; Lucas mostrará, a partir de 9,51, que a libertação é um processo longo e que está sempre a caminho de Jerusalém). O evangelista ressalta que o “sono” pode se tornar um anestésico forte e parali- sador… 23. Pior ainda, para os seguidores de Jesus, é “entrar na nuvem” (ou seja, fazer a experiência do Deus aliado na caminhada liber- tadora do povo) e ficar com medo (v. 34). A atitude de fé, caracte- rística de Abraão (cf. 1ª leitura), contrasta com o medo e o silêncio dos discípulos (cf. v. 36b) e de muitos cristãos hoje em dia. Jesus precisa de pessoas corajosas que desçam do monte e façam com ele o êxodo para Jerusalém… 2ª leitura (Fl 3,17-4,1): Os cristãos, aliados de Cristo 24. Paulo estava na cadeia quando escreveu aos filipenses (cf. 1,12-14). Ele sofre na pele as conseqüências do Evangelho que, por ser autêntico, coloca as pessoas diante de decisões capazes de mudar a vida e a sociedade. Seus opositores procuram silenciá-lo, confinando-o na prisão. 25. A comunidade de Filipos sofreu alguns abalos com a prisão do seu fundador. E seus adversários (provavelmente os judaizan- tes) se aproveitam da ocasião para anunciar um evangelho que nega o valor do mistério pascal. Paulo chama a essas pessoas de “inimigos da cruz de Cristo” (3,18). 26. Enquanto fundador da comunidade confinado à prisão por causa do Evangelho, ele tem a coragem de pedir que a comunidade o imite, separando-se dos “inimigos da cruz de Cristo”. Por que a comunidade deve imitá-lo? No fundo, o que está em jogo é a au- tenticidade da liderança e do próprio Evangelho. Já na primeira carta que escreveu, o Apóstolo deixou claro que o verdadeiro Evangelho provoca conflitos na sociedade. E deixou claro também que os líderes de comunidade não fogem às perseguições quando estas aparecerem, e nem os cristãos autênticos se furtam delas (cf. 1Ts 1,6). Portanto, o apelo feito aos filipenses não é tanto no senti- do de imitar uma pessoa, mas de ter no fundador um ponto de referência para discernir se o Evangelho anunciado e vivido é autêntico ou não. 27. Em seguida, Paulo apresenta algumas características dos “inimigos da cruz”: o deus deles é o estômago, sua glória está no que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas (v. 19b). Ele se refere aos judaizantes, para os quais a morte de Cristo não teria sido um acontecimento de salvação e libertação. Para serem salvas, as pessoas deveriam se apegar a todas as prescrições da lei antiga, cumprindo minuciosamente as regras referentes ao puro/impuro (= o deus deles é o estômago), tendo na circuncisão (o que é vergo- nhoso) a garantia de pertencer a um povo de libertos. Paulo garante que o caminho deles é a perdição (v. 19a). 28. O caminho dos cristãos, ao contrário, é um êxodo para a Jeru- salém celeste, da qual eles são cidadãos (v. 20a). O que comporta ser cidadão do céu? Nada menos que uma prática em que transpa- reça a de Jesus. Paulo já atua essa prática, e por causa disso foi posto na cadeia. E se isso acarretar a morte? A morte não é a últi- ma palavra, pois Jesus ressuscitou e voltará (v. 20) para transfor- mar todas as coisas, inclusive nosso corpo, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso (v. 21). Isso denota que Jesus, o aliado fiel da humanidade, tem poder de vencer a morte e todas as suas mani- festações; mas dá a entender, também, que mediante a resistência a tudo o que se opõe ao “Evangelho da cruz”, os cristãos são parcei- ros inseparáveis de Cristo, construtores com ele da nova sociedade. Isso dá esperança e firmeza à caminhada. III. PISTAS PARA REFLEXÃO 29. Deus é o aliado dos pobres. A 1ª leitura (Gn 15,5-12.17-18) nos faz pensar na situação de muitos brasilei- ros excluídos e despojados. Deus fez aliança com essa maioria empobrecida, e mantém sua fidelidade para sempre. Onde estão os sinais de vida? Como responder aos anseios por vida e liberdade dos excluídos? 30. Jesus é o aliado da humanidade. O evangelho (Lc 9,28b-36) fala do êxodo de Jesus e dos cristãos rumo à libertação. Os líderes do passado (Moisés e Elias) se afastaram e cederam a nós seu lugar. O que significa para nossa comunidade “entrar na nuvem”? Quando e como acontecerá o “êxodo” dos excluídos (lembrar dos que não dispõem de água de qualidade) em nossa sociedade? 31. Os cristãos, aliados de Cristo. A 2ª leitura (Fl 3,17-4,1) é um convite a discernir as verdadeiras e falsas lideranças das comunidades cristãs. Quem tem medo dos conflitos é, com grande probabilidade, “i- nimigo da cruz” e prega um evangelho alienante. O que significa ser cidadão do céu?