O documento descreve a cidade de Éfeso no século I d.C., incluindo seus principais pontos de interesse como o anfiteatro e o Templo de Diana. Também resume a fundação da igreja em Éfeso por Paulo e outros durante suas viagens missionárias, assim como os temas e estrutura da Epístola de Paulo aos Efésios.
4. A cidade de Éfeso
Tinha uma magnífica estrada com 22 metros de largura,
ladeada por colunas, que atravessava a cidade até o porto.
Tinha teatro, banhos públicos, bibliotecas, mercado e ruas
calçadas com mármore.
Era a quarta maior cidade do Império Romano e centro
administrativo da província da Ásia, com 500.000 habitantes
no ano 133 dC.
4Banheiro público
5. 5
ANFITEATRO
DE ÉFESO
O ANFITEATRO DE ÉFESO
comportava 24.000 pessoas sentadas
para jogos, música e cerimônias
religiosas.
Era também usado para encontros
públicos e questões deliberativas,
execução de ações do conselho da
cidade e questões legais.
6. Portal de saída do centro comercial.
Construído em 2 a.C. por súditos de
Augustus que o dedicaram ao
imperador e sua família.
Uma inscrição nas paredes chama
Augustus "filho da divindade“.
6
7. A sede do Templo de Diana ou Artêmis (At 19), divindade da
fecundidade, uma das maravilhas do mundo antigo.
Construído no século VI aC. e destruído pelo fogo ateado
por um certo Erostrato, que desejava tornar-se famoso, no
ano 356 aC., ano de nascimento de Alexandre Magno.
7
9. Essa marca de pé impressa no chão de uma rua em Éfeso
(hoje Turquia), servia de placa de sinalização para se chegar
aos prostíbulos.
Note-se que ao lado do pé há o desenho de uma mulher.
9
10. Ágora era o centro comercial com aÁgora era o centro comercial com a
biblioteca de Celso ao fundo!biblioteca de Celso ao fundo!
Paulo morou em Éfeso por 3
anos na 3ª viagem At.19.1-1010
11. A Igreja em Éfeso
Paulo passou em Éfeso rapidamente, ao final de sua segunda
viagem missionária, deixando ali alguns discípulos, inclusive
Áquila e Priscila, que provavelmente deram início à Igreja (At
18.18,19).
Antes de Paulo voltar a Éfeso, Apolo passou pela cidade, era
um pregador capaz e eloqüente, mas só conhecia o batismo
de João Batista.
Áqüila e Priscila ensinaram Apolo que continuou pregando em
outros lugares, principalmente na Acaia (província que incluía
a cidade de Corinto). (At 18.24-28).
11
12. Na 3a
viagem (At 19.1-20), Paulo encontrou em Éfeso um
pequeno núcleo cristão, obra de Áquila, Priscila e Apolo, que
nada sabiam da vinda do Espírito Santo (At 19.1-2).
E aí morou por 3 anos (At 20.31);
Paulo começou pregando na Sinagoga por 3 meses, diante da
incredulidade dos judeus passou a pregar na escola de
Tirano, diariamente, durante 2 anos, alcançando muitos (At
19.8,9), dentre eles Epafras que fundou a igreja de Colossos
e Laodicéia.
12
13. Éfeso – Lojas de Artesãos
13
Paulo foi interrompido pela revolta
dos ourives em Éfeso, liderados
por Demétrio (At 19.24).
Os artesãos, fabricantes de
souvenirs de prata da deusa
Artêmis (Diana) se sentiram
prejudicados pela pregação de
Paulo que ensinava que Diana
não era deusa (At 19.27).
A revolta contagiou a cidade que gritava: “Grande é a Artêmis
dos Efésios” (At 19.28), e em consequência da revolta Paulo
foi para a Macedônia (At 20.1)
João, mais tarde, faria da cidade o seu quartel-general, e a
tradição diz que Maria, mãe de Jesus, morou com ele.
14. Data, local e destinatários
Paulo escreveu aos Efésios e aos Coríntios ajudado por
Timóteo e Erastro (At 19.22), por Gaio e Aristarco (At
19.29) e por Tito, quando “preso” (3.1; 4.1; 6.20) em
Cesaréia (At 24.23) no ano 57-59 ou em Roma (At 28.30)
no ano 60-62, ano em que também escreveu Colossenses,
Filemon e Filipenses.
1.1 “... em Éfeso” não consta em nenhum manuscrito
anterior ao século IV.
O papiro P46, o mais antigo que temos, datado do ano 200
dC., traz: “... aos santos e fiéis em Cristo Jesus”.
14
15. Paulo descreve os seus destinatários como santos
(separados ou santificados) e fiéis (leais ao Senhor).
**Obs.: A palavra "santo" é usada na Bíblia para identificar
cristãos vivos. A pessoa se torna "santa" quando separada
do mundo na salvação (1 Co 6.11b).
É a carta “mais fria” de Paulo.
Não contém saudações pessoais nem referências a
circunstâncias concretas de sua estadia em Éfeso.
Comentaristas creem que a carta aos Efésios teria sido um
texto circular, uma espécie de "carta aberta" às
comunidades daquela região, inserindo-se no espaço em
branco de 1.1 o nome da respectiva comunidade.
Com essa hipótese sugerem que essa carta aos Efésios
poderia ser a carta à Laodicéia citada em Col 4.16.
15
16. Propósito:
Ensinar e encorajar os cristãos a viver (“andar”) de
modo digno da sua vocação.
Tema:
A unidade e a santidade da Igreja como Corpo de
Cristo por intermédio do poder do Espírito.
Divisão:
1.O que Deus tem feito (1-3)
2.O que nós precisamos praticar (4-6)
16
17. 1ª parte: O que Deus tem feito
1.1 - Todas as bênçãos espirituais estão em Cristo.
1.2 - Novos homens em uma nova sociedade: a
vida no presente se baseia na graça – não por
meio das “obras”, mas para as “boas obras”.
1.3 - Revelação do mistério oculto em Deus desde
a eternidade.
17
Esboço da Carta aos Efésios
18. 2ª parte: O que nós precisamos praticar
4.1-16 - Unidade e diversidade na Igreja.
4.17 ao 5.21 - Vida nova exige uma nova maneira
de viver.
5.22 ao 6.9 - Lar cristão.
6.10-24 - Guerra espiritual e encerramento.
18
20. 1.3 Região celestial não é o 2º andar do céu, significa o
mundo espiritual, invisível para nós.
1.4 Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo; como
esta predestinação se encaixa no livre arbítrio é um mistério.
1.7 A redenção, ou salvação, é feita por meio de um
pagamento que nos compra para pertencermos a Ele e
termos os pecados perdoados.
O pagamento é feito pelo sangue de Cristo.
Para entendê-la de modo adequado, é bom recordar o
significado do sangue do cordeiro pascal na noite em
que os hebreus saíram do Egito (Ex 12.7-13) e o do
sangue dos animais que expiava os pecados sem
intenção e os pecados do povo (Lv 4 e 16).
1.10 A redenção atinge a criação toda.
20
21. O autor dá a entender que não conhece pessoalmente os
destinatários da carta, afirma que ficou sabendo (1.15), e
mesmo assim ora por eles.
A oração de Paulo:
1.17 Que Deus dê um espírito de sabedoria e compreensão
1.18 Que lhes ilumine os olhos da mente
2.2 A presente ordem deste mundo foge do plano original de
Deus e a razão espiritual é a presença do príncipe do
poder do ar (satanás), seu arquiteto
2.3 Deus se ira pelo fato de nascermos com um problema
congênito, sermos pecadores (desobediência de Adão).
2.8,9 Ninguém é salvo por mérito pessoal e boas ações como
ser religioso, fazer boas obras, ajudar o vizinho,
penitências, ciclos de reencarnação, ...
21
22. 2.10 Para que fomos feitos?
2.13 O pecado nos distancia de Deus.
2.14,15 A paz com Deus sem guardar a lei, o fim da inimizade
2.18 Acabou a burocracia, não necessitamos de
intermediários, como por exemplo sacerdotes.
2.21 Deus habita em nós e não em templos e igrejas.
3.18 A geometria do amor: largura, comprimento, altura e
profundidade; repetirá, em parte, esta comparação em
Rm 8.39: um amor insondável.
22
23. 4.4-6 Por que temos tantas denominações, tantas igrejas?
Unidade não significa uniformidade.
Apesar das diferenças deve haver unidade.
4.8 Salmo 68.18 – Cristo, a exemplo dos despojos colhidos
pelo vencedor de uma guerra (em geral prisioneiros),
colheu dons que são distribuidos ao seu povo.
4.11,12 O que é ser pastor?
É uma espécie de treinador, deve preparar os fiéis para a
obra e para servir a Deus de maneira adequada.
Pastor não é um intermediário entre Deus e os homens, não é
o dono da igreja, não é o responsável pelos problemas
domésticos de cada membro, ..., não é um “personal
pastor”.
23
24. 4.25-32 – O propósito de Deus para a Igreja
(1) Deixar a mentira e falar a verdade (25).
(2) Não há nada aqui de mentirinha: seguir a verdade e falar
a verdade.
**Obs.: A palavra "mentira" aqui vem da palavra (pseudos)
que quer dizer falsidade: rejeitar todas as formas de
falsidade, tais como as falsas doutrinas e práticas religiosas,
falsidade nos negócios e na vida particular.
O crente deve falar a verdade e cumprir a sua palavra.
24
25. 25
(2) Evitar pecados de ira (4.26,27).
A ira descontrolada leva ao pecado.
Procurar soluções rápidas para os problemas, afim de evitar
a ira, não deixando lugar para o Diabo e suas tentações, por
exemplo a vingança e a retribuição na mesma moeda.
26. (3) Ganhar a vida por meios honestos (4.28).
O cristão age e trabalha honestamente.
O trabalho não é somente para o sustento próprio, mas
também para poder ajudar outras pessoas.
**Obs.: Deus criou o homem para trabalhar antes do pecado,
Deus já colocara Adão no jardim "para o cultivar e o guardar"
(Gn 2.15; 2 Ts 3.10-12).
Preguiça não faz parte do caráter cristão.
Quando trabalhamos e ganhamos temos a responsabilidade
de administrar esses recursos.
No orçamento pessoal ou familiar
temos o costume de separar uma
parte para ajudar os necessitados?
Deveríamos! 2 Co 8.12
26
27. (4) Controlar a língua, falando palavras boas que edificam
(4.29,30). (palavra torpe é a que causa destruição)
(5) Tirar da vida as obras da carne (4.31,32).
No sentido negativo, devemos tirar as obras da carne (Gl
5.19-21), e no positivo desenvolver as características boas
que aprendemos de Deus (Gl 5.22,23).
**Obs.: Uns aos outros. Várias vezes nesta carta Paulo fala
da responsabilidade mútua entre cristãos (4.32; 5.21; etc.),
consequência da relação que temos com o corpo de Cristo:
"porque todos somos membros de um mesmo corpo" (4.25).
27
28. Imitar a Deus (5.1-20)Imitar a Deus (5.1-20)
''Sejam imitadores de Deus, como filhos queridos" (5.1).
A expressão se baseia nos padrões comportamentais que
passam de pai para filho: “tal pai, tal filho".
Em outros textos Paulo pede aos cristãos que o imitem
(1 Ts 3.7; 1 Co 11.1 etc.).
5.18b - Único texto Bíblico que nos manda ser cheios do
Espírito, permitindo que Ele controle todas as áreas de
nossas vidas. Cita, para que compreendamos, que o
domínio do Espírito deve ser como é o domínio do álcool
sobre as pessoas que com ele se enchem (embriagam).
Como se dá o enchimento do Espírito? É um enchimento
paulatino. A marca do Espírito é o relacionamento.
5.21 Capacidade de abrir mão do seu egoismo em favor dos
outros.
28
29. 29
5.22-32 A submissão da mulher e do homem
A mulher cheia do Espírito pára e ouve seu marido.
Do mesmo modo o marido cheio do Espírito deve amar
a esposa, e o demonstra com ações e dando atenção.
30. 30
6.1 O filho cheio do Espírito é o que obedece aos pais,
e os pais cheios do Espírito devem conter sua irritação
e não serem extremamente exigentes.
6.5 Trabalhadores cheios do Espírito obedecem aos
patrões, e nas relações do trabalho não enfrentar os
patrões, e os patrões cheios do Espírito devem tratá-
los com bondade, sem ameaças.
A pessoa cheia e vitoriosa no Espírito mostra
capacidade de submissão no lar e na vida pública.
31. Militância cristã (6.10-20)Militância cristã (6.10-20)
A vida pelo Espírito tem base na dependência de Deus.
Deve vestir a armadura de Deus para estar firme contra as
forças do mal que agem no mundo espiritual.
A postura de quem usa a armadura não é a de guerrear,
destronar o império do mal, mas resistir ao ataque com a fé, o
preparo doutrinário e a oração.
A armadura descrita era a mais completa daquele tempo:
cinturão, couraça, calçado, escudo, capacete e espada.
Para cada um desses elementos há um correspondente da
militância cristã:
”homem novo", "revestido“ da verdade, da justiça, do zelo, da
fé, da salvação, da Palavra de Deus e da oração.
31
32. 32
MENSAGEM PARA HOJE
1. A divisão entre cristãos é um escândalo para o
evangelho.
2. A plenitude do Espírito é contínua e progressiva.
3. A plenitude do Espírito é alcançada pela
submissão.
4. A igreja é um laboratório do amor de Deus: como
Deus gostaria que as pessoas vivessem e se
relacionassem.
33. • Toda a Bíblia em um ano: Mateus a Filipenses; Dusilek, Darci; 8ª Ed. Rio de
Janeiro; Ed. Horizonal, 2009
• Manual Bíblico SBB; trad. Noronha, Lailah; São Paulo; Ed. Sociedade Bíblica
do Brasil; 2008
• Textos Bíblicos extraídos: Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional; São
Paulo; Ed. Vida; 2001
• MacDonald, Willian, Comentário Bíblico Popular, São Paulo, Ed. Mundo
Cristão, 1ª edição, 2008
• BRUCCE, F. F. Comentário Bíblico NVI. São Paulo, Ed. Vida, 1ª edição, 2008
• http://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/07/resumo-do-evangelho-de-
mateus.html
• Igreja Batista do Morumbi: Visão Panorâmica dos Evangelhos – 2003
• Bíblia De Estudo NVI, Barker; São Paulo; Ed. Vida; 2003
• Reflexões extraídas da World Wide Web
• Programa ROTA 66 – Sayão, Luiz – Rádio transmundial
33
35. Gustavo Ioschpe: devo educar meus filhos para serem éticos?
Sócrates, via Platão (A República, Livro IX – sec IV aC.), defende
que o homem que pratica o mal é o mais infeliz e escravizado
de todos, pois está em conflito interno, em desarmonia consigo
mesmo, perenemente acossado e paralisado por medos,
remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma existência
desprezível, para sempre amarrado a alguém (sua própria
consciência!) onisciente que o condena.
Com o devido respeito ao filósofo de Atenas, nesse caso acredito
que ele foi excessivamente otimista.
Hannah Arendt me parece ter chegado mais perto da
compreensão da perversidade humana ao notar, nos ensaios
reunidos no livro Responsabilidade e Julgamento (1963 dC.),
que esse desconforto interior do “pecador” pressupõe um
diálogo interno, de cada pessoa com a sua consciência, que na
verdade não ocorre com a frequência desejada por Sócrates.
36. Escreve ela: “Tenho certeza de que os maiores males que
conhecemos não se devem àquele que tem de confrontar-se
consigo mesmo de novo, e cuja maldição é não poder esquecer.
Os maiores malfeitores são aqueles que não se lembram
porque nunca pensaram na questão”.
E, para aqueles que cometem o mal em uma escala menor e o
confrontam, Arendt relembra Kant, que sabia que “o desprezo
por si próprio, ou melhor, o medo de ter de desprezar a si
próprio, muitas vezes não funcionava, e a sua explicação era
que o homem pode mentir para si mesmo”. (Ver entrevista com
um ladrão assumido)
Todo corrupto ou sonegador tem uma explicação, uma lógica para
os seus atos, algo que justifique o porquê de uma determinada
lei dever se aplicar a todos, sempre, mas não a ele(a), ou pelo
menos não naquele momento em que está cometendo o seu
delito.
Cai por terra, assim, um dos poucos consolos das pessoas
honestas: “Ah, mas pelo menos eu durmo tranquilo”.
37. Os escroques também! Se eles tivessem dramas de consciência,
se travassem um diálogo verdadeiro consigo e seu travesseiro,
ou não teriam optado por sua “carreira” ou já teriam se
suicidado.
Esse diálogo consigo mesmo é fruto do que Freud chamou de
superego: seguimos um comportamento moral porque ele nos
foi inculcado por nossos pais, e renegá-lo seria correr o risco da
perda do amor paterno.
Na minha visão, só existem, assim, dois cenários em que é
objetivamente melhor ser ético do que não.
O primeiro é se você é uma pessoa religiosa e acredita que os
pecados deste mundo serão punidos no próximo. Não é o meu
caso.
O segundo é se você vive em uma sociedade ética em que os
desvios de comportamento são punidos pela coletividade, quer
na forma de sanções penais, quer na forma do ostracismo
social.
Revista Veja 14/9/2013