SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 13
Baixar para ler offline
Discute e conceitua as Comunidades de Prática (CdP) no contexto organizacional, sob a ótica
da Gestão do Conhecimento, aponta seus resultados e benefícios, e princípios para o
desenvolvimento e gestão de Comunidades de Prática.




   1. Introdução                                           podem ser vistas também como sistemas
                                                           de referência: o conhecimento tem um
   Comunidades de Prática (CdP) são                        caráter social e nossa identidade é
   conhecidas e estudadas há muito tempo                   formada a partir das múltiplas
   em um contexto mais histórico,                          comunidades que, ao mesmo tempo,
   econômico-social e antropológico. CdP no                validam o nosso conhecimento individual
   contexto da gestão é um fenômeno bem                    e se renovam com nossos inputs
   mais recente. O conceito de CdP é,                      individuais. Neste sentido, CdPs bem
   entretando, essencial na Era do                         desenvolvidas desenvolvem sua própria
   Conhecimento. O conhecimento humano                     linguagem permitindo aos seus membros
   não faz sentido sem o contexto de                       uma melhor comunicação e afirmação
   comunidades. O conhecimento humano                      tanto da identidade da própria CdP, como
   evolui a partir do reconhecimento e                     dos indivíduos que dela participam.
   validação de nossos pares nas
   comunidades das quais participamos.                     “Comunidades de Prática” é um termo que
   Parte do que “sabemos” vem, ademais, da                 se refere às maneiras como as pessoas
   nossa aceitação do conhecimento                         trabalham em conjunto e/ou se associam
   validado por outras comunidades que                     a outras naturalmente. Ele reconhece e
   respeitamos, mas das quais não fazemos                  celebra o poder das comunidades
   parte e nem mesmo entendemos seus                       informais de colegas, sua criatividade e
   mecanismos de geração e validação de                    recursos para resolver problemas, e sua
   conhecimento.                                           habilidade de inventar maneiras melhores
                                                           e mais fáceis de resolver seus desafios. O
   O conceito de CdP foi originalmente                     que mantém os membros da CdP juntos é
   cunhado pelo teórico organizacional                     um sentido comum de propósito e uma
   Etienne Wengeri. CdPs consistem em                      necessidade real de saber o que os outros
   pessoas que estão ligadas informalmente,                membros sabemii.
   assim como contextualmente, por um
   interesse comum no aprendizado e,                       Ao oferecer um ambiente de aprendizado
   principalmente, na aplicação prática. CdPs              forte, baseado em trocas de informação


                                                ©TerraForum Consultores                                 1
sincronizadas ou assíncronas, as CdPs se                 redes de trabalho podem se estender bem
tornam um conceito bastante atraente,                    além dos limites de uma organização.
tanto para os funcionários como para as                  Membros de CdPs podem fazer parte de
organizações. É no contexto de suas                      um mesmo departamento, serem de
múltiplas CdPs (formalizadas ou não) que                 diferentes áreas de uma companhia, ou
o conhecimento organizacional se                         até mesmo de diferentes companhias e
desenvolve. Neste sentido, ao apoiar ou                  instituições. Eles podem criar “clubes”
institucionalizar CdPs de relevância                     semi-abertos, onde a participação se
estratégica (que são formadas em torno                   baseia em relações de forte confiança e
de       domínios    de     conhecimento                 na contribuição que cada um traz para a
estratégicos), as organizações estarão                   comunidade ou rede. Assim como quando
promovendo o aprendizado coletivo e a                    os conceitos de trabalho baseado em
inovação organizacional. É um fato                       equipes e projetos foi mais fortemente
conhecido que as conexões significativas                 introduzido, discutido e teorizado nas
levam os indivíduos a níveis de                          décadas de 70 e 80, o conceito de CdP
criatividade bem além daqueles que eles                  também se apresenta, de uma certa
alcançariam isolados. O aprendizado é um                 forma, como uma novidade no contexto
ato socialiii!                                           organizacional. Neste sentido, estamos
                                                         nos estágios iniciais de aprendizado sobre
2. Comunidades de Prática no Contexto                    como inseri-las e gerenciá-las no contexto
Organizacional.                                          organizacional.

Embora um dos conceitos e práticas mais                  As CdPs oferecem não uma alternativa às
emergentes no contexto da Gestão do                      estruturas formais, mas um complemento
Conhecimento, CdPs são também um dos                     às mesmas. A existência das CdPs em
mais promissores, pois se referem à                      função de seu caráter voluntário, não
institucionalização e apoio de algo que já               hierárquico e de auto-gestão e, na maior
ocorre nas organizações. O imperativo                    parte dos casos, sem objetivos e métricas
crescente de gerar novos conhecimentos,                  bem definidas representa um enorme
compartilhá-lo e inovar rapidamente torna                desafio para sua instalação e para a
o conceito de CdP cada vez mais                          necessidade latente de controle existente
relevante. O compartilhamento de                         no corpo gerencial das organizações.
conhecimento faz muito mais sentido no                   CdPs tendem a florescer em organizações
contexto da estrutura social e temático de               onde há um elevado grau de confiança
uma CdP, do que no amplo contexto da                     entre gestores e colaboradores, pois
organização, com suas múltiplas                          nestas organizações prevalece o diálogo
identidades e domínios do conhecimento.                  entre a estrutura formal e as CdPs, não o
Pessoas com interesses comuns de                         controle das mesmas.
aprendizado sempre encontram meios
para de alguma forma se encontrarem e                    Existem várias diferenças entre os
trocar experiências em suas áreas de                     membros de CdPs e aqueles de forças-
prática (domínios) com pessoas com as                    tarefas/equipes: Talvez a principal é que
quais elas se identificam do ponto de vista              participação em CdPs normalmente é
de conhecimento.                                         voluntária. Isso significa que embora a
                                                         participação seja aberta em muitos casos,
As CdPs vão além dos limites tradicionais                ela só é verdadeira se as pessoas
dos grupos ou equipes de trabalho. Estas                 atingem um certo nível de participação


                                              ©TerraForum Consultores                                 2
(mesmo “ouvir” ativa e atentamente).                   efêmeras ou durar um bom tempo. As
Muito importante também é o fato do tipo               CdPs acabam por reunir pessoas que, no
de liderança exigida é bem distinta: o                 curso normal de trabalho, jamais se
principal papel do líder em uma CdP é                  encontrariam.     Há,    ademais,     um
empreender esforços para manter a                      reconhecimento crescente de que as
comunidade com um alto nível de energia.               pessoas “trocam de chapéu” enquanto
Lideres de CdPs não podem ter uma                      trabalham, indo de projeto para projeto,
atitude     controladora   ou     voltada              trabalhando dentro ou fora dos limites da
essencialmente para a realização de                    organização. Isso também significa que as
tarefas. É importante entender que em                  pessoas podem participar em diferentes
CdPs, a comunicação tende a ser ampla e                comunidades, com diferentes níveis de
inclui    tópicos    que    não     estão              intensidade. Eles podem ser líderes em
necessariamente              diretamente               algumas delas, fazerem parte do grupo
relacionados com a tarefa ou projeto de                mais ativo em outras, ou simplesmente
trabalho.                                              entrar de vez em quando para saber o que
                                                       está acontecendo.
Uma liderança ativa focada na Gestão do
Conhecimento organizacional facilitará o               Algumas organizações já aprenderam o
caminho para que indivíduos descubram e                valor da CdPs para os objetivos da
se envolvam as novas comunidades,                      organização e já têm processos bem


                                                !                                    "#
                     $                             "                                !
                    " %          !                 " %

mantenham-se informados sobre as                       sistematizados       para     fomentá-las,
atividades, e entrem e saiam sem                       institucionalizá-las e de ligá-las ao seu
problemas das comunidades que                          plano estratégico. De fato, CdPs podem
escolherem. A habilidade de organizar,                 ser encontradas (dentro de uma mesma
capturar, e disseminar o conhecimento de               organização inclusive) com diferentes
uma CdP em especial por toda uma                       graus de formalização, estruturação e
organização está no centro de esforços de              suporte, dependendo do valor estratégico
uma Gestão do Conhecimento de                          para a organização. Elas podem existir
sucesso. Cada vez mais, a habilidade de                informalmente        mesmo       sem    o
uma companhia de sobreviver e se tornar                reconhecimento da estrutura formal ou
competitiva exige a ligação contínua de                assumirem responsabilidades bastante
CdPs distintas e a síntese do                          específicas no contexto dos imperativos
conhecimento coletivo e da organização.                estratégicos da organização.

Membros de CdPs podem ter participado                  Algumas organizações que são intensivas
de projetos em conjunto ou não. Os                     em conhecimento, como companhias de
encontros podem ser ou não regulares,                  consultoria (como a McKinsey, Bain e
em locais fixos, ou terem agendas                      Ernst & Young, por exemplo), têm
estruturadas. Eles podem ser encontros                 promovido o desenvolvimento de CdPs
reais ou virtuais. As CdPs podem ser                   globais há muito tempo. Entretanto, a


                                            ©TerraForum Consultores                                 3
maioria das organizações nunca prestou                  diversas comunidades, com diferentes
atenção nas CdPs. Isso está mudando. A                  sistemas de crenças e práticas de
partir da segunda metade da década de                   avaliação, as organizações podem
90, algumas organizações líderes (por                   desafiar os sistemas de crença estreitos
exemplo, Xerox, World Bank, ONU, IBM,                   de cada comunidade individual e garantir
Clarica, HP, Siemens, Shell, Texaco, etc.)              que o conhecimento seja espalhado.
começaram a reconhecer a contribuição
que estas redes podem dar para a criação                3. CdPs: Benefícios e Resultados
e difusão de conhecimento, e começaram                  Esperados
a apoiar formalmente as CdPs. No Brasil,
algumas organizações como o SERPRO,                     É evidente que as CdPs custam tempo e
o IPT, a Camargo Correa, a EMBRATEL a                   dinheiro para as organizações que as
PETROBRAS (principalmente na sua área                   promovem            e       apóiam     seu
de prospecção de águas profundas), a                    desenvolvimento. E para pessoas e
PROMON, a ABIPTI e a EMBRAPA já têm                     executivos, acostumados a um grau de
esforços sistematizados de apoio ao                     controle típico da Era Industrial, as CdPs
desenvolvimento de CoPs. De acordo com                  parecem ser um pouco fluídas e orgânicas
a firma de pesquisa Gartner, em 2004 as                 em demasia, sem medidas evidentes para
CdPs com apoio formal prevalecerão em                   calcular o retorno sobre o capital
                                   iv
mais de 50% das grandes empresas .                      investido. Típicas perguntas realizadas
                                                        pelos mais céticos são as seguintes:
A circulação de conhecimento, entretanto,               Comunidade não é “sinônimo” de
é mais eficiente quando as pessoas                      discussões sem fim, sem objetivos
trabalham juntas nos grupos focados das                 concretos?
CdPs. Isto certamente é bom para                        As pessoas não deveriam estar
geração de conhecimento. Entretanto,                    trabalhando ao invés de perder tempo nas
alguns riscos devem ser evitados. Sabe-                 comunidades?
se que o conhecimento desenvolvido                      Esta não é simplesmente uma nova
localmente       é     difícil   de     se              moda?
comunicado/transferido para outras áreas                Se as discussões e trocas de informações
da organização. Em outras palavras, o                   ali realizadas são importantes por que não
conhecimento compartilhado dentro de                    marcar simplesmente uma reunião?
uma CdP em particular freqüentemente                    Como posso controlar o que está sendo
não é compartilhado além dos membros                    discutido nas comunidades?
da CdP. Dorothy Leonard Barton
                                         v                    • Quanto tempo demora para as
pesquisou o impacto do compartilhamento                            comunidades mostrarem algum
de conhecimento, e como comunidades                                tipo de resultado tangível?
isoladas tendem a se estagnar, com as
competências principais se transformando                    •   Assim, é importante entender
em rigidez principal. Sua pesquisa                              quais os típicos resultados (nem
descobriu que são necessários estímulos                         todos              quantificáveis)
culturais externos para ajudar a levar uma                      normalmente associados com
CdP ou uma cultura corporativa para                             empresas que adotam o conceito
frente. É muito fácil para as comunidades                       de Comunidades de Prática. Em
de prática ficarem cegas pelos limites de                       seus     estudos      inovadores,
sua própria visão limitada. Ao ligar                            Etienne Wenger identificou que



                                             ©TerraForum Consultores                                 4
as      comunidades        agregam                        investir na codificação         de
        valores às organizações de                                conhecimento tácitogico         de
        diversas formasvi:                                        linhas de negócio que deixa.
    •   Elas ajudam a dirigir a estratégia;
    •   Elas dão início a novas linhas de                Logicamente, a lista acima é bastante
        negócios;                                        extensa e requer múltiplos métodos para
    •   Elas      resolvem       problemas               avaliar os resultados efetivamente
        rapidamente;                                     conseguidos. Neste sentido, uma das
    •   Elas transferem as melhores                      abordagens que vêm ganhando base
        práticas;                                        teórica      e      sendo     efetivamente
    •   Elas desenvolvem habilidades                     implementada por grandes organizações é
        profissionais;                                   o “Storytelling”. Stephen Denning, um dos
    •   Elas ajudam a companhia a                        primeiros Diretores Mundiais de Gestão
        recrutar e reter talentos.                       do Conhecimento (trabalhando por muitos
                                                         anos para o Banco Mundial) e
Baseados em nossa experiência e em                       responsável pela criação de dezenas de
                vii                                      comunidades de prática, escreveu, por
vários relatos , acrescentamos as
                                                         exemplo, o livro : “The Springboard: How
seguintes contribuições comuns:
                                                         Storytelling Ignites Action in Knowledge-
     • Elas podem agilizar a detecção e                                       viii
                                                         Era Organizations” . A abordagem de
        registro de sinais de novas
        tendências no mercado;                           “contar estórias” sobre como as CdPs
                                                         geraram valor para as organizações vêem
     • Elas ajudam a melhor servir
                                                         ganhando o apoio de vários autores,
        clientes existentes;
                                                         inclusive Etienne Wenger e grandes
     • Elas ajudam a desenvolver
                                                         empresas como a Siemens, Shell e
        relacionamentos mais fortes com
                                                         Texaco       publicam     estas     estórias
        clientes;
                                                         freqüentemente (online e offline). A Shell,
     • Elas reduzem as barreiras                         em particular, publica um relatório anual
        culturais entre áreas funcionais e               chamado: “The State of the CoPs”.
        localidades distintas;
     • Elas podem desempenhar um                         CdPs, por outro lado, só trazem os
        papel em atividades de fusão e                   resultados acima se houver uma efetiva
        aquisição;                                       participação das pessoas. Por isso, é
     • Elas melhoram o capital social da                 preciso entender como as CdPs podem
        organização;                                     gerar benefícios para as pessoas que
     • Elas ajudam a preservar                           participam das mesmas. Embora a
        conhecimento estratém de ser                     perspectiva mais óbvia é que as
        prioritárias e/ou não têm mais                   comunidades de mais sucesso têm um
        indivíduos              dedicados                forte fator de “o que isso traz para mim”
        funcionalmente na organização;                   envolvido, é possível argumentar que
     • Elas servem como fórum para                       inúmeras razões mais psicológicas
        apoio a decisões tomadas em                      também desempenham um importante
        consenso;                                                                       ix
                                                         papel para vários indivíduos . Podemos,
     • Elas ajudam a definir blocos de                   de fato, listar uma série de benefícios para
        conhecimento carregados por                      a participação individual em CdPs:
        funcionários onde vale a pena se



                                              ©TerraForum Consultores                                   5
•   Em várias empresas com                                      conhecimento,            pessoas
    experiência em CdP, ser um                                  importantes, experts e atuais
    “membro de equipe” e um                                     prioridades organizacionais;
    “indivíduo com bons contatos”                           •   CdPs oferecem o espaço ideal
    são critérios chave para contratar                          para auto-realização e a busca
    ou promover funcionários.                                   de paixões pessoais.
•   As CdPs oferecem ambientes de
    aprendizado confiáveis e a                          Tantos os benefícios organizacionais,
    oportunidade de entrar em                           como os pessoais listados acima são,
    contato com outros indivíduos                       evidentemente,      benefícios     apenas
    com        interesses,       projetos,              potenciais. A viabilização dos mesmos
    desafios        e/ou      motivações                depende, em grande medida, da
    similares.                                          efetividade com as quais a CdPs são
•   As      CdPs        oferecem      aos               geridas. Sim, CdPs requerem um
    funcionários filtros que ajudam a                   processo ativo de gestão para que em
    lidar com o excesso de                              primeiro lugar se desenvolvam de forma
    informação                                          estruturada e, depois, para que se
•   Aprender com especialistas e                        mantenham ativas e gerando benefícios
    colegas mantendo-se atualizado                      específicos para as pessoas e indivíduos.
    na área de atuação pessoal.
•   As CdPs apelam para a                               Se as CdPs podem gerar potencialmente
    necessidade           humana       de               todos estes benefícios, pelo menos uma
    socializar, pertencer e se                          parte destes deve ser passível de ser
    identificar com um grupo de                         medido. De fato, argumentamos aqui que
    pessoas.                                            é preciso evitar atitudes do tipo: “se a
•   Ampliar a Capacidade de                             organização, começar a monitorar os
    resolução          de      problemas                resultados das CdPs, ela estará intervindo
    complexos         (capacidade      de               demasiadamente em seu processo de
    utilizar a inteligência coletiva da                 auto-gestão das e isto pode arruiná-las”.
    CdP, ao invés de depender do                        Este tipo de atitude radical coloca as
    próprio conhecimento);                              CdPs como estruturas desconectadas das
•   Melhorar os elos com colegas de                     necessidades organizacionais, quase
    outros locais e organizações;                       como uma estrutura independente, com
•   Desenvolver perspectivas mais                       vida e objetivos muito próprios. Esta não
    amplas da organização e do                          integração e diálogo com a estrutura
    ambiente;                                           organizacional mais formal pode, na
                                                        maioria dos casos, fazer com que as
•   Desenvolver redes pessoais de
                                                        CdPs não consigam os recursos (tempo,
    longo prazo;
                                                        dinheiro e infra-estrutura) e apoio
•   Receber reconhecimento por
                                                        institucional “energizador” que são tão
    habilidades e conhecimentos
                                                        necessários para que as CdPs se
    específicos, não diretamente
                                                        desenvolvam e adquiram um grau de
    relacionados          à     descrição
                                                        maturidade necessário. Finalmente, outro
    principal do próprio cargo;
                                                        aspecto a se destacar é que o processo
•   Novos        funcionários      podem                de medição dos resultados das CdPs
    identificar mais rapidamente as                     pode servir de estímulo ao contínuo
    principais           fontes        de


                                             ©TerraForum Consultores                                 6
engajamento dos próprios membros das                             pessoas em localizações físicas
CdPs, que passam a compreender melhor                            diferentes se encontrem;
o valor e contribuição efetiva das CdPs                     •    Aceitando a sua legitimidade
onde são membros ativos.                                         informal;
                                                            •    Promovendo e compartilhando os
Isto não quer dizer que o processo de                            resultados práticos alcançados
medição dos resultados efetivos das CdPs                         por tais CdPs;
seja uma tarefa facilmente implementável.                   •    Comunicando que este tipo de
Em primeiro lugar, porque é comum uma                            atividade       é     bem-vindo,
certa “romantização” e “ideologização” do                        institucionalizando as redes
conceito de comunidades. Para alguns o                           (sejam formais ou informais) nos


     &          "
             ' )
             (                                                                "          !
         '                                      *&                     "           %

termo “Comunidades” remete a idéias de                           valores da companhia;
liberdade, fraternidade, ausência de                        •    Valorizando a participação e
disciplina e rotina, etc. Outros, ainda,                         iniciativa individual;
associam as CdPs a um contra-ponto, um                      •    Criando uma infra-estrutura que
refúgio à vida “massacrante” das grandes                         ajuda a facilitar a comunicação
estruturas formais e burocráticas. Este                          entre membros;
tipo de atitude, infelizmente, não tão                      •    Apoiando a criação de novos
pouco freqüente assim, é um grande risco                         papéis voltados exclusivamente
para que as CdPs possam se estabelecer                           para a promoção e manutenção
de forma relevante e estratégica trazendo                        destas iniciativas (os chamados
benefícios efetivos para as organizações                         “knowledge         brokers”     ou
nas quais estão inseridas.                                       moderadores de conhecimento);
                                                            •    E, principalmente, dando um
4. Gerindo CdPs                                                  caráter estratégico para as CdPs
                                                                 integrando-as aos imperativos e
Embora       CdPs     possam       existir                       necessidades estratégicas de
informalmente nas organizações, boa                              gestão       de      conhecimentos
parte dos benéficos destacados acima só                          estratégicos da organização.
ocorrerão de maneira efetiva se a CdPs
forem legitimadas, reconhecidas e                       As ações, acima, são o que definimos
financiadas como estruturas (informais e                como “suporte estruturante” das CdPs. As
voluntárias)   importantes     para     a               CdPs, porém, são essencialmente
organização.                                            estruturas sociais. Neste sentido, a gestão
                                                        das mesmas tem um caráter orgânico,
Como estas organizações podem                           multi-dimensional e não necessariamente
estimular seu desenvolvimento?                          linear e altamente dependente de seu
     • Fornecendo recursos (conteúdos,                  capital social.
         tempo e dinheiro) para que



                                             ©TerraForum Consultores                                  7
O Capital Social se refere ao conjunto e à              empenhados      em     aumentar    a
qualidade dos intercâmbios que os                       conectividade e o desenvolvimento de
indivíduos fazem/desenvolvem ao longo                   objetivos e valores comuns entre os
de seus contatos. A saúde global dessas                 membros da comunidade.
trocas tem um grande impacto no
estabelecimento de um ambiente de                       Como uma estrutura e sistema social, as
criação      e    compartilhamento      de              CdPs passam por ciclos de vida em
conhecimento. O Capital Social é afetado                termos da intensidade das atividades e do
por uma série de aspectos relacionados a                número de membros que participam na
estes contatos como a freqüência,                       comunidade. Etienne Wenger e aliix,
conteúdo, tons e canais de comunicação                  analisaram       detalhadamente      este
escolhidos pelos indivíduos, pelos                      fenômeno de nascimento, crescimento,
pequenos grupos, pela organização e ou                  maturidade, declínio e morte em CdPs de
organizações envolvidas. CdPs com                       várias organizações. Mais do que discutir,
elevado Capital Social se caracterizam por              as fases específicas pelas quais estas
níveis elevados de confiança entre seus                 podem passar, achamos mais relevantes
membros e, de uma certa maneira, um                     destacar os sete princípios de gestão que
conjunto de valores e percepções comuns                 estes autores propuseram para uma
sobre o mundo. O desenvolvimento de                     efetiva Gestão do Conhecimento e
Capital Social, no entanto, requer tempo e              adicionar a estes, mais sete princípios
motivação de um grupo amplo de                          baseados em nossa pesquisaxi e
pessoas, espaços coletivos (físicos e                   experiência prática. Estes dezesseis
virtuais) e um certo grau de planejamento               princípios se encontram no quadro abaixo:
por parte de indivíduos particularmente

Quadro 1: Quinze Princípios para o Desenvolvimento e Suporte às Comunidades de Prática
Princípio                         Descrição
1. Desenhar a CdP pensando        Permita que novas pessoas se envolvam e que novos
na sua evolução*                  interesses sejam explorados. Aceite que haverá diferentes
                                  níveis de atividade e diferentes tipos de apoio serão necessários
                                  durante a vida da CdP.
2. Manter o diálogo entre a       Encoraje discussões entre as pessoas de dentro e de fora da
perspectiva interna e externa*    comunidade sobre os resultados esperados para a CdP. Por
                                  exemplo, encoraje ligações com outras comunidades da
                                  organização.
3. Convidar para diferentes       Algumas pessoas serão bastante ativas na comunidade,
níveis de participação na         enquanto outras parecerão passivas. Aceite que contribuições e
CdP*                              aprendizado ocorrem de maneira distinta dependendo da
                                  pessoa.
4. Desenvolver espaços            Relacionamentos são formados a partir de eventos informais
abertos e fechados para a         das comunidades e comunicação um-a-um. Eventos formais e
Comunidade*                       organizados e espaços públicos comuns de discussão são
                                  necessários para ajudar as pessoas se sentirem parte das
                                  CdPs. Ambos tipos de abordagens são importantes.
5. Focar no valor da CdP*         O verdadeiro valor da comunidade pode emergir à medida que
                                  ela se desenvolve e amadurece. Membros da comunidade



                                             ©TerraForum Consultores                                 8
precisam ser explícitos quanto aos valores que estão sendo
                                  gerados. No início, isto pode ser útil para ajudar os membros a
                                  compreenderem melhor as CdPs. Com o tempo, o valor gerado
                                  pela CdP precisa se tornar mais evidente e medidas concretas
                                  precisam ser buscadas e analisadas.
6. Combinar familiaridade e       Espaços comunitários comuns e atividades ajudam as pessoas
estimulação*                      se sentirem confortáveis em participar. A introdução de novas
                                  idéias para desafiar o pensamento vigente também estimula o
                                  interesse e mantém as pessoas engajadas.
7. Criar um ritmo para a          Eventos regulares, com uma freqüência que evite a sensação
comunidade*                       de sobrecarga, criam pontos de convergência. Eles encorajam
                                  as pessoas a continuarem a participar, ao invés de se distanciar
                                  gradativamente.
8. Valorizar também          a    É importante notar que até que as pessoas desenvolvam um
comunicação oral**                certo grau de confiança entre elas, a comunicação oral tende a
                                  ser menos arriscada para os membros da comunidade. A
                                  comunicação escrita tem um sentido de permanência e de
                                  disseminação que nem todos os membros estão dispostos a
                                  correr.
9. Desenvolver as regras de       Entrar em uma Comunidade, principalmente quando estas
participação    para      a       incluem um ambiente on-line é como entrar em para qualquer
comunidade**                      ambiente novo: as pessoas precisam aprender as regras de
                                  participação ou a “netiquette” da Comunidade (por exemplo,
                                  quanto, quando e como contribuir). O líder (ou os líderes) da
                                  comunidade deve reprimir qualquer atividade que seja contra os
                                  princípios ou que não pertença à comunidade
10. Desenvolver Mapas de          Mapas de especialização podem incluir bancos de dados com
Especialização e garantir que     listas e descrições das competências de indivíduos de dentro
os Perfis dos Usuários            e/ou de fora da organização. Esses mapas de especialização
estejam atualizados**             facilitam o compartilhamento de conhecimento tácito e o
                                  desenvolvimento de comunidades, ao permitir que as pessoas
                                  encontrem e estabeleçam contato pessoal mais rapidamente
                                  umas com as outras. Perfis de usuários detalhados, precisos,
                                  atualizados e significativos ajudam a fomentar conexões e
                                  elevar o nível necessário de confiança entre os participantes. As
                                  pessoas tendem a colaborar mais com umas as outras se os
                                  relacionamentos se tornarem um pouco mais pessoais.
11.     Reconhecer       níveis   O reconhecimento e a identificação dos diferentes níveis de
diferentes de participação**      contribuição (tanto quantitativa, quanto qualitativa) de cada
                                  indivíduo são especialmente importantes para comunidades de
                                  troca de conhecimento.
12. Liderar pelo exemplo**        A participação, freqüente, dos líderes de comunidade nas
                                  atividades da comunidade (especialmente se o líder também for
                                  um especialista em alguma área estratégica) certamente
                                  promoverá níveis mais altos de participação entre os membros
                                  da comunidade em geral. Em particular, no início do



                                         ©TerraForum Consultores                                 9
funcionamento de comunidades de prática a participação direta
                                                 e visível de líderes (pessoas respeitadas, não chefes) é
                                                 essencial para que as CdPs decolem. Os primeiros meses de
                                                 funcionamento de uma comunidade de prática são críticos.
     13. Criar, treinar e motivar um             Embora as CdPs dependam da participação voluntária de
     grupo central de pessoas que                muitas pessoas, com freqüência o desenvolvimento das CdPs
     irão “gerir” a comunidade**                 se beneficiam da existência de moderadores formais
                                                 designados (e mesmo pagos!) pelas organizações. O trabalho
                                                 destes moderadores não é, porém, um trabalho solitário. Seu
                                                 sucesso depende, freqüentemente, do apoio e participação
                                                 direta de um grupo central de co-moderadores ou participantes
                                                 centrais que estão sempre atentos às necessidades das
                                                 comunidades, não deixando, por exemplo, que nenhuma
                                                 questão fique sem resposta ou comentários.
     14.      Estabelecer  um                    Um sentimento de identidade pode ser criado através do
     sentimento de identidade                    estabelecimento de um propósito claro, metas e objetivos
     para a comunidade**                         específicos para a comunidade, assim como através do
                                                 desenvolvimento e fomento de uma história para a comunidade.
                                                 Informar aos novos membros como a comunidade teve início,
                                                 quem estava envolvido no começo, etc. Também é importante
                                                 criar um esforço forte de mensagem e marca (com pistas visuais
                                                 adequadas). Isso desempenha um papel crucial ao lembrar os
                                                 membros de sua afiliação e promover os objetivos e valores da
                                                 comunidade.
     15. Promover os Sucessos da                 Líderes de comunidade astutos entendem, claramente, que na
     Comunidade**                                criação ou compartilhamento de conhecimento, as pessoas
                                                 precisam ser voluntárias, e que os membros só podem ser
                                                 encorajados, e não forçados, a participar. Conseqüentemente,
                                                 promover os sucessos da comunidade (on-line ou off-line) mexe
                                                 com os membros e funciona como anúncio para participantes
                                                 em potencial que ainda não entraram para a comunidade.
     16. Monitorar o nível de                    Líderes ativos monitoram as estatísticas sobre o nível de
     atividade e satisfação**                    participação dos usuários, as áreas de conteúdo mais
                                                 procuradas e visitadas, a freqüência das contribuições. Eles
                                                 também fazem pesquisas on-line e off-line, de tempos em
                                                 tempos, para compreender as necessidades e os níveis de
                                                 satisfação dos usuários. Com este tipo de dados nas mãos, eles
                                                 podem guiar suas ações para as causas dos problemas
                                                 ocasionais e/ou diminuição na participação.
Fontes:
*Wenger, E.C. & Snyder, W. M. & McDermott, R. , Cultivating communities of practice: a practitioner's guide to building
knowledge organizations, Harvard Business School Press Book, 2002;
**Experiência prática do autor e resultados da pesquisa já reportada no livro: Terra, J.C.C. & Gordon, C., Portais
Corporativos: a Revolução na Gestão do Conhecimento, Negócio Editora, 2002.




     5. Visão Prospectiva


                                                         ©TerraForum Consultores                                          10
Referências Bibliográficas:
                As CdPs são ainda um fenômeno recente             1
                                                                      Wenger, E.C. & Snyder, W. M., Communities of
                no contexto das estruturas formais das                Practice: The Organizational Frontier, Harvard
                organizações. Assim, muito do que aqui                Business Review, jan-fev., 2000, páginas. 139-145
                se conceituou, relatou e exemplificou é           1
                                                                      Brown, J. S., & Duguid, P. Organizational learning and
                passível de importantes mudanças nos                   communities-of-practice: Toward a unified view of
                anos à frente. À medida que as CdPs                    working, learning and innovation. Organization
                                                                       Science, 2, 1991: pp: 40-57.
                deixem de ser novidade e passem a fazer           1
                                                                      Brown, J. S. & Duguid, P., 2000, op. cit.
                parte quase natural da maneira como se
                organiza o trabalho (e se gerencia o
                                                                  1
                                                                      GartnerGroup, Communities: Broad-Reaching Business
                                                                       Value, GartnerGroup Publication N. COM-13-9032, 3
                conhecimento) nas empresas, é possível                 de Julho de 2001
                que surjam muitas formas de CdPs e que            1
                                                                    Leonard-Barton, D., Wellsprings of knowledge: builiding
                a teoria organizacional desenvolva                and sustaining the sources of innovation. Boston: Harvard
                tipologias e processo de gestão bem               Business School Press, 1995
                específicos para as CdPs.                         1
                                                                      Wenger, E.C. & Snyder, W. M., op.cit.
                                                                  1
                                                                      Entre vários estudos podemos destacar:
                                    ***                                -     Botkin, H. and C. Seeley, The Knowledge
                José Cláudio C. Terra é presidente da                        Management Manifesto: Why KM requires
                TerraForum Consultores. Atua como                            community-building. Knowledge Management
                                                                             Review, 2001. 3(6): p. 16-21
                consultor e palestrante no Canadá, nos                 -     Wenger, E.C. & Snyder, W. M., op.cit.
                Estados Unidos, em Portugal, na França e
                                                                  1
                no Brasil. Também é professor de vários            Denning, Stephen, The Springboard: How Storytelling
                                                                  Ignites Action in Knowledge-Era Organizations,
                programas de pós-graduação e MBA e                Butterworth Heinemann, Boston: 2001
                autor de vários livros sobre o tema. Seu          1
                                                                      van Winkelen, C. and P. Ramsell, Building Effective
                email é jcterra@terraforum.com.br                      Communities. in Henley Knowledge Management
                                                                       Forum Second Annual Conference. 2002. Henley
                                                                       Management College.
                              +        ,                          1
                                                                    Wenger, E.C. & Snyder, W. M. & McDermott, R. ,
                                                                  Cultivating communities of practice: a practitioner's guide
Comunidades de prática: impactos da atuação do moderador          to building knowledge organizations, Harvard Business
                                                                  School Press Book, 2002.
     Gestão do Conhecimento em Comunidades de Prática             1
                                                                   Terra, J.C.C & Gordon, C., Portais Corporativos: a
                                                                  revolução na gestão do conhecimento, Negócio Editora,
                                  De “Cascão à Lagartixa”         São Paulo, 2002




                                                            ©TerraForum Consultores                                             11
+ - ,.
       ) )+

           A TerraForum Consultores é uma
           empresa de consultoria e treinamento em
           Gestão do Conhecimento (GC) e
           Tecnologia da Informação. Os clientes da
           empresa são, em sua maioria, grandes e
           médias organizações dos setores público,
           privado e terceiro setor. A empresa atua
           em todo o Brasil e também no exterior,
           tendo escritórios em São Paulo, Brasília e
           Ottawa no Canadá. É dirigida pelo Dr.
           José Cláudio Terra, pioneiro e maior
           referência em Gestão do Conhecimento
           no país. Além disso, conta com uma
           equipe especializada e internacional de
           consultores.

        / 1 + 4 . ) , 5, -
         02 3 ) , +6 /


           Gestão do Conhecimento e E-learning na
           Prática

           Portais Corporativos, a Revolução na
           Gestão do Conhecimento

           Gestão do Conhecimento - O Grande
           Desafio Empresarial

           Gestão do Conhecimento em pequenas e
           médias empresas

           Realizing the Promise of Corporate
           Portals: Leveraging Knowledge for
           Business Success

           Gestão de Empresas         na    Era   do
           Conhecimento




©TerraForum Consultores                                 12
i
     Wenger, E.C. & Snyder, W. M., Communities of Practice: The Organizational Frontier,
     Harvard Business Review, jan-fev., 2000, páginas. 139-145
ii
      Brown, J. S., & Duguid, P. Organizational learning and communities-of-practice: Toward a
      unified view of working, learning and innovation. Organization Science, 2, 1991: pp: 40-
      57.
iii
      Brown, J. S. & Duguid, P., 2000, op. cit.
iv
      GartnerGroup, Communities: Broad-Reaching Business Value, GartnerGroup Publication
      N. COM-13-9032, 3 de Julho de 2001
v
  Leonard-Barton, D., Wellsprings of knowledge: builiding and sustaining the sources of
innovation. Boston: Harvard Business School Press, 1995
vi
      Wenger, E.C. & Snyder, W. M., op.cit.
vii
       Entre vários estudos podemos destacar:
      - Botkin, H. and C. Seeley, The Knowledge Management Manifesto: Why KM requires
          community-building. Knowledge Management Review, 2001. 3(6): p. 16-21
      - Wenger, E.C. & Snyder, W. M., op.cit.
viii
  Denning, Stephen, The Springboard: How Storytelling Ignites Action in Knowledge-Era
Organizations, Butterworth Heinemann, Boston: 2001
ix
      van Winkelen, C. and P. Ramsell, Building Effective Communities. in Henley Knowledge
      Management Forum Second Annual Conference. 2002. Henley Management College.
x
 Wenger, E.C. & Snyder, W. M. & McDermott, R. , Cultivating communities of practice: a
practitioner's guide to building knowledge organizations, Harvard Business School Press
Book, 2002.
xi
 Terra, J.C.C & Gordon, C., Portais Corporativos: a revolução na gestão do conhecimento,
Negócio Editora, São Paulo, 2002




                                                  ©TerraForum Consultores                        13

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Proatividade
ProatividadeProatividade
ProatividadeRASC EAD
 
Palestra 6 D’s “As Seis Disciplinas que Transformam Educação em Resultados pa...
Palestra 6 D’s “As Seis Disciplinas que Transformam Educação em Resultados pa...Palestra 6 D’s “As Seis Disciplinas que Transformam Educação em Resultados pa...
Palestra 6 D’s “As Seis Disciplinas que Transformam Educação em Resultados pa...Sustentare Escola de Negócios
 
Planejamento Estratégico Pessoal
Planejamento Estratégico PessoalPlanejamento Estratégico Pessoal
Planejamento Estratégico PessoalMichel Moreira
 
Implantando o planejamento estratégico de RH
Implantando o planejamento estratégico de RHImplantando o planejamento estratégico de RH
Implantando o planejamento estratégico de RHINSTITUTO MVC
 
Clima Organizacional Power Point
Clima Organizacional Power PointClima Organizacional Power Point
Clima Organizacional Power PointSandraguimaraes
 
Aprendizagem e desenvolvimento motor
Aprendizagem e desenvolvimento motorAprendizagem e desenvolvimento motor
Aprendizagem e desenvolvimento motorRafael Hatyla
 
Avaliação de Desempenho com foco em Competências
Avaliação de Desempenho com foco em CompetênciasAvaliação de Desempenho com foco em Competências
Avaliação de Desempenho com foco em CompetênciasAlvaro Mello
 
Comportamento humano nas organizações
Comportamento humano nas organizaçõesComportamento humano nas organizações
Comportamento humano nas organizaçõesMarco Coelho
 
Autoconhecimento e realização pessoal
Autoconhecimento e realização pessoalAutoconhecimento e realização pessoal
Autoconhecimento e realização pessoalBruno Carrasco
 
Apresentação de Propostas de Ciclo de Palestras
Apresentação de Propostas de Ciclo de PalestrasApresentação de Propostas de Ciclo de Palestras
Apresentação de Propostas de Ciclo de PalestrasNANDOPAIXAO
 
Slides avaliacao de desempenho - curso belém
Slides   avaliacao de desempenho - curso belémSlides   avaliacao de desempenho - curso belém
Slides avaliacao de desempenho - curso belémRoberta Trigo
 
Projeto eu, amanha. Autoconhecimento e Desenvolvimento pessoal
Projeto eu, amanha. Autoconhecimento e Desenvolvimento pessoalProjeto eu, amanha. Autoconhecimento e Desenvolvimento pessoal
Projeto eu, amanha. Autoconhecimento e Desenvolvimento pessoalFabiana Aparicio
 
Voce s.a. trabalho em equipe
Voce s.a.   trabalho em equipeVoce s.a.   trabalho em equipe
Voce s.a. trabalho em equipeAndre Cardoso
 
Liderança com Inteligência Emocional
Liderança com Inteligência EmocionalLiderança com Inteligência Emocional
Liderança com Inteligência EmocionalLeonardo Filardi
 
Desenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicos
Desenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicosDesenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicos
Desenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicosCassio Meira Jr.
 

Mais procurados (20)

Proatividade
ProatividadeProatividade
Proatividade
 
Desenvolvimento em equipe
Desenvolvimento em equipeDesenvolvimento em equipe
Desenvolvimento em equipe
 
Palestra 6 D’s “As Seis Disciplinas que Transformam Educação em Resultados pa...
Palestra 6 D’s “As Seis Disciplinas que Transformam Educação em Resultados pa...Palestra 6 D’s “As Seis Disciplinas que Transformam Educação em Resultados pa...
Palestra 6 D’s “As Seis Disciplinas que Transformam Educação em Resultados pa...
 
Planejamento Estratégico Pessoal
Planejamento Estratégico PessoalPlanejamento Estratégico Pessoal
Planejamento Estratégico Pessoal
 
Implantando o planejamento estratégico de RH
Implantando o planejamento estratégico de RHImplantando o planejamento estratégico de RH
Implantando o planejamento estratégico de RH
 
Clima Organizacional Power Point
Clima Organizacional Power PointClima Organizacional Power Point
Clima Organizacional Power Point
 
Aprendizagem e desenvolvimento motor
Aprendizagem e desenvolvimento motorAprendizagem e desenvolvimento motor
Aprendizagem e desenvolvimento motor
 
Avaliação de Desempenho com foco em Competências
Avaliação de Desempenho com foco em CompetênciasAvaliação de Desempenho com foco em Competências
Avaliação de Desempenho com foco em Competências
 
Clima organizacional
Clima organizacionalClima organizacional
Clima organizacional
 
Comportamento humano nas organizações
Comportamento humano nas organizaçõesComportamento humano nas organizações
Comportamento humano nas organizações
 
Autoconhecimento e realização pessoal
Autoconhecimento e realização pessoalAutoconhecimento e realização pessoal
Autoconhecimento e realização pessoal
 
Trabalho em equipe
Trabalho em equipeTrabalho em equipe
Trabalho em equipe
 
Palestra Sobre Mudança - Mudança Consciente
Palestra Sobre Mudança - Mudança ConscientePalestra Sobre Mudança - Mudança Consciente
Palestra Sobre Mudança - Mudança Consciente
 
Apresentação de Propostas de Ciclo de Palestras
Apresentação de Propostas de Ciclo de PalestrasApresentação de Propostas de Ciclo de Palestras
Apresentação de Propostas de Ciclo de Palestras
 
Slides avaliacao de desempenho - curso belém
Slides   avaliacao de desempenho - curso belémSlides   avaliacao de desempenho - curso belém
Slides avaliacao de desempenho - curso belém
 
Projeto eu, amanha. Autoconhecimento e Desenvolvimento pessoal
Projeto eu, amanha. Autoconhecimento e Desenvolvimento pessoalProjeto eu, amanha. Autoconhecimento e Desenvolvimento pessoal
Projeto eu, amanha. Autoconhecimento e Desenvolvimento pessoal
 
Voce s.a. trabalho em equipe
Voce s.a.   trabalho em equipeVoce s.a.   trabalho em equipe
Voce s.a. trabalho em equipe
 
Liderança com Inteligência Emocional
Liderança com Inteligência EmocionalLiderança com Inteligência Emocional
Liderança com Inteligência Emocional
 
Desenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicos
Desenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicosDesenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicos
Desenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicos
 
C onstruindo marketing pessoal
C onstruindo marketing pessoalC onstruindo marketing pessoal
C onstruindo marketing pessoal
 

Semelhante a Comunidades de Prática: conceitos, resultados e métodos de gestão

Cultura organizacional-e-gestao-do-conhecimento
Cultura organizacional-e-gestao-do-conhecimentoCultura organizacional-e-gestao-do-conhecimento
Cultura organizacional-e-gestao-do-conhecimentoJose Claudio Terra
 
Por que a palavra conhecimento assuta tanto
Por que a palavra conhecimento assuta tantoPor que a palavra conhecimento assuta tanto
Por que a palavra conhecimento assuta tantoJose Claudio Terra
 
GESTÃO DO CONHECIMENTO EMPRESARIAL
GESTÃO DO CONHECIMENTO EMPRESARIALGESTÃO DO CONHECIMENTO EMPRESARIAL
GESTÃO DO CONHECIMENTO EMPRESARIALCarlos Benjoino Bidu
 
Organizações de aprendizagem ou aprendizagem organizacional
Organizações de aprendizagem  ou aprendizagem organizacionalOrganizações de aprendizagem  ou aprendizagem organizacional
Organizações de aprendizagem ou aprendizagem organizacionalFelipe Salles
 
Festival 2019 - Liderança e Mobilização de Recursos
Festival 2019 - Liderança e Mobilização de RecursosFestival 2019 - Liderança e Mobilização de Recursos
Festival 2019 - Liderança e Mobilização de RecursosABCR
 
Dez praticas para a producao de novos conhecimentos
Dez praticas  para a producao de novos conhecimentosDez praticas  para a producao de novos conhecimentos
Dez praticas para a producao de novos conhecimentosJose Claudio Terra
 
Artigo congresso metodista-gestao_conhecimento_como_aliado_ao_empreendedorismo
Artigo congresso metodista-gestao_conhecimento_como_aliado_ao_empreendedorismoArtigo congresso metodista-gestao_conhecimento_como_aliado_ao_empreendedorismo
Artigo congresso metodista-gestao_conhecimento_como_aliado_ao_empreendedorismofabiofm
 
Sobre Social Business Design
Sobre Social Business DesignSobre Social Business Design
Sobre Social Business DesignAna Barroso
 
Luis Henrique Okusu - Gestão do Conhecimento - FGV - Módulo 4 - Tarefa Indi...
Luis Henrique Okusu - Gestão do Conhecimento - FGV - Módulo 4 - Tarefa Indi...Luis Henrique Okusu - Gestão do Conhecimento - FGV - Módulo 4 - Tarefa Indi...
Luis Henrique Okusu - Gestão do Conhecimento - FGV - Módulo 4 - Tarefa Indi...Luis Henrique Okusu
 
Módulo IV Aula 4
Módulo IV Aula 4Módulo IV Aula 4
Módulo IV Aula 4CETUR
 
Religiosidade, Altruísmo e Gestão do Conhecimento
Religiosidade, Altruísmo e Gestão do ConhecimentoReligiosidade, Altruísmo e Gestão do Conhecimento
Religiosidade, Altruísmo e Gestão do ConhecimentoJose Claudio Terra
 
Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e...
 Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e... Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e...
Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e...A. Rui Teixeira Santos
 

Semelhante a Comunidades de Prática: conceitos, resultados e métodos de gestão (20)

Cultura organizacional-e-gestao-do-conhecimento
Cultura organizacional-e-gestao-do-conhecimentoCultura organizacional-e-gestao-do-conhecimento
Cultura organizacional-e-gestao-do-conhecimento
 
Por que a palavra conhecimento assuta tanto
Por que a palavra conhecimento assuta tantoPor que a palavra conhecimento assuta tanto
Por que a palavra conhecimento assuta tanto
 
Comunidades de Pratica
Comunidades de PraticaComunidades de Pratica
Comunidades de Pratica
 
GESTÃO DO CONHECIMENTO EMPRESARIAL
GESTÃO DO CONHECIMENTO EMPRESARIALGESTÃO DO CONHECIMENTO EMPRESARIAL
GESTÃO DO CONHECIMENTO EMPRESARIAL
 
Conhecimento e colaboracao
Conhecimento e colaboracaoConhecimento e colaboracao
Conhecimento e colaboracao
 
Aula 01 recursos humano
Aula 01 recursos humanoAula 01 recursos humano
Aula 01 recursos humano
 
Conhecimento e Colaboração
Conhecimento e ColaboraçãoConhecimento e Colaboração
Conhecimento e Colaboração
 
Organizações de aprendizagem ou aprendizagem organizacional
Organizações de aprendizagem  ou aprendizagem organizacionalOrganizações de aprendizagem  ou aprendizagem organizacional
Organizações de aprendizagem ou aprendizagem organizacional
 
Festival 2019 - Liderança e Mobilização de Recursos
Festival 2019 - Liderança e Mobilização de RecursosFestival 2019 - Liderança e Mobilização de Recursos
Festival 2019 - Liderança e Mobilização de Recursos
 
Dez praticas para a producao de novos conhecimentos
Dez praticas  para a producao de novos conhecimentosDez praticas  para a producao de novos conhecimentos
Dez praticas para a producao de novos conhecimentos
 
Administração de Recursos Humanos
Administração de Recursos HumanosAdministração de Recursos Humanos
Administração de Recursos Humanos
 
Artigo congresso metodista-gestao_conhecimento_como_aliado_ao_empreendedorismo
Artigo congresso metodista-gestao_conhecimento_como_aliado_ao_empreendedorismoArtigo congresso metodista-gestao_conhecimento_como_aliado_ao_empreendedorismo
Artigo congresso metodista-gestao_conhecimento_como_aliado_ao_empreendedorismo
 
Etapa 4
Etapa 4Etapa 4
Etapa 4
 
Sobre Social Business Design
Sobre Social Business DesignSobre Social Business Design
Sobre Social Business Design
 
Luis Henrique Okusu - Gestão do Conhecimento - FGV - Módulo 4 - Tarefa Indi...
Luis Henrique Okusu - Gestão do Conhecimento - FGV - Módulo 4 - Tarefa Indi...Luis Henrique Okusu - Gestão do Conhecimento - FGV - Módulo 4 - Tarefa Indi...
Luis Henrique Okusu - Gestão do Conhecimento - FGV - Módulo 4 - Tarefa Indi...
 
VERDADES SOBRE COMUNIDADES DE PRÁTICA
VERDADES SOBRE COMUNIDADES DE PRÁTICAVERDADES SOBRE COMUNIDADES DE PRÁTICA
VERDADES SOBRE COMUNIDADES DE PRÁTICA
 
14787
1478714787
14787
 
Módulo IV Aula 4
Módulo IV Aula 4Módulo IV Aula 4
Módulo IV Aula 4
 
Religiosidade, Altruísmo e Gestão do Conhecimento
Religiosidade, Altruísmo e Gestão do ConhecimentoReligiosidade, Altruísmo e Gestão do Conhecimento
Religiosidade, Altruísmo e Gestão do Conhecimento
 
Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e...
 Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e... Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e...
Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e...
 

Mais de Jose Claudio Terra

Espm 24.10.2012 - inovação e sustentabilidade
Espm   24.10.2012 - inovação e sustentabilidadeEspm   24.10.2012 - inovação e sustentabilidade
Espm 24.10.2012 - inovação e sustentabilidadeJose Claudio Terra
 
Terra forum wob2012 - inovação 2.0 & crowdfunding
Terra forum wob2012 - inovação 2.0 & crowdfundingTerra forum wob2012 - inovação 2.0 & crowdfunding
Terra forum wob2012 - inovação 2.0 & crowdfundingJose Claudio Terra
 
Empreendedorismo, inovação e redes sociais evento abb - 13 setembro 2012
Empreendedorismo, inovação e redes sociais   evento abb - 13 setembro 2012Empreendedorismo, inovação e redes sociais   evento abb - 13 setembro 2012
Empreendedorismo, inovação e redes sociais evento abb - 13 setembro 2012Jose Claudio Terra
 
Olimpíadas 2012 e Redes Sociais
Olimpíadas 2012 e Redes SociaisOlimpíadas 2012 e Redes Sociais
Olimpíadas 2012 e Redes SociaisJose Claudio Terra
 
Demandas para o trabalhador do conhecimento 11o tec es
Demandas para o trabalhador do conhecimento   11o tec esDemandas para o trabalhador do conhecimento   11o tec es
Demandas para o trabalhador do conhecimento 11o tec esJose Claudio Terra
 
Transformação organizacional inovação lançamento ufsc - divulgação
Transformação organizacional inovação   lançamento ufsc - divulgaçãoTransformação organizacional inovação   lançamento ufsc - divulgação
Transformação organizacional inovação lançamento ufsc - divulgaçãoJose Claudio Terra
 
10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão
10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão
10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexãoJose Claudio Terra
 
Apresentacao Pinterest TerraForum
Apresentacao Pinterest TerraForumApresentacao Pinterest TerraForum
Apresentacao Pinterest TerraForumJose Claudio Terra
 
Brasil x china comparativo em gestão do conhecimento e inovação
Brasil x china   comparativo em gestão do conhecimento e inovaçãoBrasil x china   comparativo em gestão do conhecimento e inovação
Brasil x china comparativo em gestão do conhecimento e inovaçãoJose Claudio Terra
 
Knowledge management tendências mundiais 2009-2011
Knowledge management   tendências mundiais 2009-2011Knowledge management   tendências mundiais 2009-2011
Knowledge management tendências mundiais 2009-2011Jose Claudio Terra
 
Tendências pesquisa innovation management 2009 a 2011 - terra forum
Tendências pesquisa   innovation management 2009 a 2011 - terra forumTendências pesquisa   innovation management 2009 a 2011 - terra forum
Tendências pesquisa innovation management 2009 a 2011 - terra forumJose Claudio Terra
 
Propriedade intelectual - introdução
Propriedade intelectual - introduçãoPropriedade intelectual - introdução
Propriedade intelectual - introduçãoJose Claudio Terra
 
200112 design thinking ESPM - terra-forum
200112 design thinking  ESPM - terra-forum200112 design thinking  ESPM - terra-forum
200112 design thinking ESPM - terra-forumJose Claudio Terra
 
Sociedade do conhecimento apresentação para petrobras - nov 21, 2011
Sociedade do conhecimento apresentação para petrobras - nov 21, 2011Sociedade do conhecimento apresentação para petrobras - nov 21, 2011
Sociedade do conhecimento apresentação para petrobras - nov 21, 2011Jose Claudio Terra
 

Mais de Jose Claudio Terra (20)

Internet_of_things
Internet_of_thingsInternet_of_things
Internet_of_things
 
Copa 2 0 oficial TerraForum
Copa 2 0 oficial TerraForumCopa 2 0 oficial TerraForum
Copa 2 0 oficial TerraForum
 
Espm 24.10.2012 - inovação e sustentabilidade
Espm   24.10.2012 - inovação e sustentabilidadeEspm   24.10.2012 - inovação e sustentabilidade
Espm 24.10.2012 - inovação e sustentabilidade
 
Terra forum wob2012 - inovação 2.0 & crowdfunding
Terra forum wob2012 - inovação 2.0 & crowdfundingTerra forum wob2012 - inovação 2.0 & crowdfunding
Terra forum wob2012 - inovação 2.0 & crowdfunding
 
Empreendedorismo, inovação e redes sociais evento abb - 13 setembro 2012
Empreendedorismo, inovação e redes sociais   evento abb - 13 setembro 2012Empreendedorismo, inovação e redes sociais   evento abb - 13 setembro 2012
Empreendedorismo, inovação e redes sociais evento abb - 13 setembro 2012
 
Olimpíadas 2012 e Redes Sociais
Olimpíadas 2012 e Redes SociaisOlimpíadas 2012 e Redes Sociais
Olimpíadas 2012 e Redes Sociais
 
Demandas para o trabalhador do conhecimento 11o tec es
Demandas para o trabalhador do conhecimento   11o tec esDemandas para o trabalhador do conhecimento   11o tec es
Demandas para o trabalhador do conhecimento 11o tec es
 
Transformação organizacional inovação lançamento ufsc - divulgação
Transformação organizacional inovação   lançamento ufsc - divulgaçãoTransformação organizacional inovação   lançamento ufsc - divulgação
Transformação organizacional inovação lançamento ufsc - divulgação
 
10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão
10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão
10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão
 
Apresentacao Pinterest TerraForum
Apresentacao Pinterest TerraForumApresentacao Pinterest TerraForum
Apresentacao Pinterest TerraForum
 
Redes Sociais B2B TerraForum
Redes Sociais B2B TerraForumRedes Sociais B2B TerraForum
Redes Sociais B2B TerraForum
 
Sac 20 TerraForum
Sac 20   TerraForumSac 20   TerraForum
Sac 20 TerraForum
 
Brasil x china comparativo em gestão do conhecimento e inovação
Brasil x china   comparativo em gestão do conhecimento e inovaçãoBrasil x china   comparativo em gestão do conhecimento e inovação
Brasil x china comparativo em gestão do conhecimento e inovação
 
Insights 2010 2011 web
Insights 2010 2011 webInsights 2010 2011 web
Insights 2010 2011 web
 
Knowledge management tendências mundiais 2009-2011
Knowledge management   tendências mundiais 2009-2011Knowledge management   tendências mundiais 2009-2011
Knowledge management tendências mundiais 2009-2011
 
Tendências pesquisa innovation management 2009 a 2011 - terra forum
Tendências pesquisa   innovation management 2009 a 2011 - terra forumTendências pesquisa   innovation management 2009 a 2011 - terra forum
Tendências pesquisa innovation management 2009 a 2011 - terra forum
 
Propriedade intelectual - introdução
Propriedade intelectual - introduçãoPropriedade intelectual - introdução
Propriedade intelectual - introdução
 
200112 design thinking ESPM - terra-forum
200112 design thinking  ESPM - terra-forum200112 design thinking  ESPM - terra-forum
200112 design thinking ESPM - terra-forum
 
Futebol 2.0
Futebol 2.0Futebol 2.0
Futebol 2.0
 
Sociedade do conhecimento apresentação para petrobras - nov 21, 2011
Sociedade do conhecimento apresentação para petrobras - nov 21, 2011Sociedade do conhecimento apresentação para petrobras - nov 21, 2011
Sociedade do conhecimento apresentação para petrobras - nov 21, 2011
 

Comunidades de Prática: conceitos, resultados e métodos de gestão

  • 1. Discute e conceitua as Comunidades de Prática (CdP) no contexto organizacional, sob a ótica da Gestão do Conhecimento, aponta seus resultados e benefícios, e princípios para o desenvolvimento e gestão de Comunidades de Prática. 1. Introdução podem ser vistas também como sistemas de referência: o conhecimento tem um Comunidades de Prática (CdP) são caráter social e nossa identidade é conhecidas e estudadas há muito tempo formada a partir das múltiplas em um contexto mais histórico, comunidades que, ao mesmo tempo, econômico-social e antropológico. CdP no validam o nosso conhecimento individual contexto da gestão é um fenômeno bem e se renovam com nossos inputs mais recente. O conceito de CdP é, individuais. Neste sentido, CdPs bem entretando, essencial na Era do desenvolvidas desenvolvem sua própria Conhecimento. O conhecimento humano linguagem permitindo aos seus membros não faz sentido sem o contexto de uma melhor comunicação e afirmação comunidades. O conhecimento humano tanto da identidade da própria CdP, como evolui a partir do reconhecimento e dos indivíduos que dela participam. validação de nossos pares nas comunidades das quais participamos. “Comunidades de Prática” é um termo que Parte do que “sabemos” vem, ademais, da se refere às maneiras como as pessoas nossa aceitação do conhecimento trabalham em conjunto e/ou se associam validado por outras comunidades que a outras naturalmente. Ele reconhece e respeitamos, mas das quais não fazemos celebra o poder das comunidades parte e nem mesmo entendemos seus informais de colegas, sua criatividade e mecanismos de geração e validação de recursos para resolver problemas, e sua conhecimento. habilidade de inventar maneiras melhores e mais fáceis de resolver seus desafios. O O conceito de CdP foi originalmente que mantém os membros da CdP juntos é cunhado pelo teórico organizacional um sentido comum de propósito e uma Etienne Wengeri. CdPs consistem em necessidade real de saber o que os outros pessoas que estão ligadas informalmente, membros sabemii. assim como contextualmente, por um interesse comum no aprendizado e, Ao oferecer um ambiente de aprendizado principalmente, na aplicação prática. CdPs forte, baseado em trocas de informação ©TerraForum Consultores 1
  • 2. sincronizadas ou assíncronas, as CdPs se redes de trabalho podem se estender bem tornam um conceito bastante atraente, além dos limites de uma organização. tanto para os funcionários como para as Membros de CdPs podem fazer parte de organizações. É no contexto de suas um mesmo departamento, serem de múltiplas CdPs (formalizadas ou não) que diferentes áreas de uma companhia, ou o conhecimento organizacional se até mesmo de diferentes companhias e desenvolve. Neste sentido, ao apoiar ou instituições. Eles podem criar “clubes” institucionalizar CdPs de relevância semi-abertos, onde a participação se estratégica (que são formadas em torno baseia em relações de forte confiança e de domínios de conhecimento na contribuição que cada um traz para a estratégicos), as organizações estarão comunidade ou rede. Assim como quando promovendo o aprendizado coletivo e a os conceitos de trabalho baseado em inovação organizacional. É um fato equipes e projetos foi mais fortemente conhecido que as conexões significativas introduzido, discutido e teorizado nas levam os indivíduos a níveis de décadas de 70 e 80, o conceito de CdP criatividade bem além daqueles que eles também se apresenta, de uma certa alcançariam isolados. O aprendizado é um forma, como uma novidade no contexto ato socialiii! organizacional. Neste sentido, estamos nos estágios iniciais de aprendizado sobre 2. Comunidades de Prática no Contexto como inseri-las e gerenciá-las no contexto Organizacional. organizacional. Embora um dos conceitos e práticas mais As CdPs oferecem não uma alternativa às emergentes no contexto da Gestão do estruturas formais, mas um complemento Conhecimento, CdPs são também um dos às mesmas. A existência das CdPs em mais promissores, pois se referem à função de seu caráter voluntário, não institucionalização e apoio de algo que já hierárquico e de auto-gestão e, na maior ocorre nas organizações. O imperativo parte dos casos, sem objetivos e métricas crescente de gerar novos conhecimentos, bem definidas representa um enorme compartilhá-lo e inovar rapidamente torna desafio para sua instalação e para a o conceito de CdP cada vez mais necessidade latente de controle existente relevante. O compartilhamento de no corpo gerencial das organizações. conhecimento faz muito mais sentido no CdPs tendem a florescer em organizações contexto da estrutura social e temático de onde há um elevado grau de confiança uma CdP, do que no amplo contexto da entre gestores e colaboradores, pois organização, com suas múltiplas nestas organizações prevalece o diálogo identidades e domínios do conhecimento. entre a estrutura formal e as CdPs, não o Pessoas com interesses comuns de controle das mesmas. aprendizado sempre encontram meios para de alguma forma se encontrarem e Existem várias diferenças entre os trocar experiências em suas áreas de membros de CdPs e aqueles de forças- prática (domínios) com pessoas com as tarefas/equipes: Talvez a principal é que quais elas se identificam do ponto de vista participação em CdPs normalmente é de conhecimento. voluntária. Isso significa que embora a participação seja aberta em muitos casos, As CdPs vão além dos limites tradicionais ela só é verdadeira se as pessoas dos grupos ou equipes de trabalho. Estas atingem um certo nível de participação ©TerraForum Consultores 2
  • 3. (mesmo “ouvir” ativa e atentamente). efêmeras ou durar um bom tempo. As Muito importante também é o fato do tipo CdPs acabam por reunir pessoas que, no de liderança exigida é bem distinta: o curso normal de trabalho, jamais se principal papel do líder em uma CdP é encontrariam. Há, ademais, um empreender esforços para manter a reconhecimento crescente de que as comunidade com um alto nível de energia. pessoas “trocam de chapéu” enquanto Lideres de CdPs não podem ter uma trabalham, indo de projeto para projeto, atitude controladora ou voltada trabalhando dentro ou fora dos limites da essencialmente para a realização de organização. Isso também significa que as tarefas. É importante entender que em pessoas podem participar em diferentes CdPs, a comunicação tende a ser ampla e comunidades, com diferentes níveis de inclui tópicos que não estão intensidade. Eles podem ser líderes em necessariamente diretamente algumas delas, fazerem parte do grupo relacionados com a tarefa ou projeto de mais ativo em outras, ou simplesmente trabalho. entrar de vez em quando para saber o que está acontecendo. Uma liderança ativa focada na Gestão do Conhecimento organizacional facilitará o Algumas organizações já aprenderam o caminho para que indivíduos descubram e valor da CdPs para os objetivos da se envolvam as novas comunidades, organização e já têm processos bem ! "# $ " ! " % ! " % mantenham-se informados sobre as sistematizados para fomentá-las, atividades, e entrem e saiam sem institucionalizá-las e de ligá-las ao seu problemas das comunidades que plano estratégico. De fato, CdPs podem escolherem. A habilidade de organizar, ser encontradas (dentro de uma mesma capturar, e disseminar o conhecimento de organização inclusive) com diferentes uma CdP em especial por toda uma graus de formalização, estruturação e organização está no centro de esforços de suporte, dependendo do valor estratégico uma Gestão do Conhecimento de para a organização. Elas podem existir sucesso. Cada vez mais, a habilidade de informalmente mesmo sem o uma companhia de sobreviver e se tornar reconhecimento da estrutura formal ou competitiva exige a ligação contínua de assumirem responsabilidades bastante CdPs distintas e a síntese do específicas no contexto dos imperativos conhecimento coletivo e da organização. estratégicos da organização. Membros de CdPs podem ter participado Algumas organizações que são intensivas de projetos em conjunto ou não. Os em conhecimento, como companhias de encontros podem ser ou não regulares, consultoria (como a McKinsey, Bain e em locais fixos, ou terem agendas Ernst & Young, por exemplo), têm estruturadas. Eles podem ser encontros promovido o desenvolvimento de CdPs reais ou virtuais. As CdPs podem ser globais há muito tempo. Entretanto, a ©TerraForum Consultores 3
  • 4. maioria das organizações nunca prestou diversas comunidades, com diferentes atenção nas CdPs. Isso está mudando. A sistemas de crenças e práticas de partir da segunda metade da década de avaliação, as organizações podem 90, algumas organizações líderes (por desafiar os sistemas de crença estreitos exemplo, Xerox, World Bank, ONU, IBM, de cada comunidade individual e garantir Clarica, HP, Siemens, Shell, Texaco, etc.) que o conhecimento seja espalhado. começaram a reconhecer a contribuição que estas redes podem dar para a criação 3. CdPs: Benefícios e Resultados e difusão de conhecimento, e começaram Esperados a apoiar formalmente as CdPs. No Brasil, algumas organizações como o SERPRO, É evidente que as CdPs custam tempo e o IPT, a Camargo Correa, a EMBRATEL a dinheiro para as organizações que as PETROBRAS (principalmente na sua área promovem e apóiam seu de prospecção de águas profundas), a desenvolvimento. E para pessoas e PROMON, a ABIPTI e a EMBRAPA já têm executivos, acostumados a um grau de esforços sistematizados de apoio ao controle típico da Era Industrial, as CdPs desenvolvimento de CoPs. De acordo com parecem ser um pouco fluídas e orgânicas a firma de pesquisa Gartner, em 2004 as em demasia, sem medidas evidentes para CdPs com apoio formal prevalecerão em calcular o retorno sobre o capital iv mais de 50% das grandes empresas . investido. Típicas perguntas realizadas pelos mais céticos são as seguintes: A circulação de conhecimento, entretanto, Comunidade não é “sinônimo” de é mais eficiente quando as pessoas discussões sem fim, sem objetivos trabalham juntas nos grupos focados das concretos? CdPs. Isto certamente é bom para As pessoas não deveriam estar geração de conhecimento. Entretanto, trabalhando ao invés de perder tempo nas alguns riscos devem ser evitados. Sabe- comunidades? se que o conhecimento desenvolvido Esta não é simplesmente uma nova localmente é difícil de se moda? comunicado/transferido para outras áreas Se as discussões e trocas de informações da organização. Em outras palavras, o ali realizadas são importantes por que não conhecimento compartilhado dentro de marcar simplesmente uma reunião? uma CdP em particular freqüentemente Como posso controlar o que está sendo não é compartilhado além dos membros discutido nas comunidades? da CdP. Dorothy Leonard Barton v • Quanto tempo demora para as pesquisou o impacto do compartilhamento comunidades mostrarem algum de conhecimento, e como comunidades tipo de resultado tangível? isoladas tendem a se estagnar, com as competências principais se transformando • Assim, é importante entender em rigidez principal. Sua pesquisa quais os típicos resultados (nem descobriu que são necessários estímulos todos quantificáveis) culturais externos para ajudar a levar uma normalmente associados com CdP ou uma cultura corporativa para empresas que adotam o conceito frente. É muito fácil para as comunidades de Comunidades de Prática. Em de prática ficarem cegas pelos limites de seus estudos inovadores, sua própria visão limitada. Ao ligar Etienne Wenger identificou que ©TerraForum Consultores 4
  • 5. as comunidades agregam investir na codificação de valores às organizações de conhecimento tácitogico de diversas formasvi: linhas de negócio que deixa. • Elas ajudam a dirigir a estratégia; • Elas dão início a novas linhas de Logicamente, a lista acima é bastante negócios; extensa e requer múltiplos métodos para • Elas resolvem problemas avaliar os resultados efetivamente rapidamente; conseguidos. Neste sentido, uma das • Elas transferem as melhores abordagens que vêm ganhando base práticas; teórica e sendo efetivamente • Elas desenvolvem habilidades implementada por grandes organizações é profissionais; o “Storytelling”. Stephen Denning, um dos • Elas ajudam a companhia a primeiros Diretores Mundiais de Gestão recrutar e reter talentos. do Conhecimento (trabalhando por muitos anos para o Banco Mundial) e Baseados em nossa experiência e em responsável pela criação de dezenas de vii comunidades de prática, escreveu, por vários relatos , acrescentamos as exemplo, o livro : “The Springboard: How seguintes contribuições comuns: Storytelling Ignites Action in Knowledge- • Elas podem agilizar a detecção e viii Era Organizations” . A abordagem de registro de sinais de novas tendências no mercado; “contar estórias” sobre como as CdPs geraram valor para as organizações vêem • Elas ajudam a melhor servir ganhando o apoio de vários autores, clientes existentes; inclusive Etienne Wenger e grandes • Elas ajudam a desenvolver empresas como a Siemens, Shell e relacionamentos mais fortes com Texaco publicam estas estórias clientes; freqüentemente (online e offline). A Shell, • Elas reduzem as barreiras em particular, publica um relatório anual culturais entre áreas funcionais e chamado: “The State of the CoPs”. localidades distintas; • Elas podem desempenhar um CdPs, por outro lado, só trazem os papel em atividades de fusão e resultados acima se houver uma efetiva aquisição; participação das pessoas. Por isso, é • Elas melhoram o capital social da preciso entender como as CdPs podem organização; gerar benefícios para as pessoas que • Elas ajudam a preservar participam das mesmas. Embora a conhecimento estratém de ser perspectiva mais óbvia é que as prioritárias e/ou não têm mais comunidades de mais sucesso têm um indivíduos dedicados forte fator de “o que isso traz para mim” funcionalmente na organização; envolvido, é possível argumentar que • Elas servem como fórum para inúmeras razões mais psicológicas apoio a decisões tomadas em também desempenham um importante consenso; ix papel para vários indivíduos . Podemos, • Elas ajudam a definir blocos de de fato, listar uma série de benefícios para conhecimento carregados por a participação individual em CdPs: funcionários onde vale a pena se ©TerraForum Consultores 5
  • 6. Em várias empresas com conhecimento, pessoas experiência em CdP, ser um importantes, experts e atuais “membro de equipe” e um prioridades organizacionais; “indivíduo com bons contatos” • CdPs oferecem o espaço ideal são critérios chave para contratar para auto-realização e a busca ou promover funcionários. de paixões pessoais. • As CdPs oferecem ambientes de aprendizado confiáveis e a Tantos os benefícios organizacionais, oportunidade de entrar em como os pessoais listados acima são, contato com outros indivíduos evidentemente, benefícios apenas com interesses, projetos, potenciais. A viabilização dos mesmos desafios e/ou motivações depende, em grande medida, da similares. efetividade com as quais a CdPs são • As CdPs oferecem aos geridas. Sim, CdPs requerem um funcionários filtros que ajudam a processo ativo de gestão para que em lidar com o excesso de primeiro lugar se desenvolvam de forma informação estruturada e, depois, para que se • Aprender com especialistas e mantenham ativas e gerando benefícios colegas mantendo-se atualizado específicos para as pessoas e indivíduos. na área de atuação pessoal. • As CdPs apelam para a Se as CdPs podem gerar potencialmente necessidade humana de todos estes benefícios, pelo menos uma socializar, pertencer e se parte destes deve ser passível de ser identificar com um grupo de medido. De fato, argumentamos aqui que pessoas. é preciso evitar atitudes do tipo: “se a • Ampliar a Capacidade de organização, começar a monitorar os resolução de problemas resultados das CdPs, ela estará intervindo complexos (capacidade de demasiadamente em seu processo de utilizar a inteligência coletiva da auto-gestão das e isto pode arruiná-las”. CdP, ao invés de depender do Este tipo de atitude radical coloca as próprio conhecimento); CdPs como estruturas desconectadas das • Melhorar os elos com colegas de necessidades organizacionais, quase outros locais e organizações; como uma estrutura independente, com • Desenvolver perspectivas mais vida e objetivos muito próprios. Esta não amplas da organização e do integração e diálogo com a estrutura ambiente; organizacional mais formal pode, na maioria dos casos, fazer com que as • Desenvolver redes pessoais de CdPs não consigam os recursos (tempo, longo prazo; dinheiro e infra-estrutura) e apoio • Receber reconhecimento por institucional “energizador” que são tão habilidades e conhecimentos necessários para que as CdPs se específicos, não diretamente desenvolvam e adquiram um grau de relacionados à descrição maturidade necessário. Finalmente, outro principal do próprio cargo; aspecto a se destacar é que o processo • Novos funcionários podem de medição dos resultados das CdPs identificar mais rapidamente as pode servir de estímulo ao contínuo principais fontes de ©TerraForum Consultores 6
  • 7. engajamento dos próprios membros das pessoas em localizações físicas CdPs, que passam a compreender melhor diferentes se encontrem; o valor e contribuição efetiva das CdPs • Aceitando a sua legitimidade onde são membros ativos. informal; • Promovendo e compartilhando os Isto não quer dizer que o processo de resultados práticos alcançados medição dos resultados efetivos das CdPs por tais CdPs; seja uma tarefa facilmente implementável. • Comunicando que este tipo de Em primeiro lugar, porque é comum uma atividade é bem-vindo, certa “romantização” e “ideologização” do institucionalizando as redes conceito de comunidades. Para alguns o (sejam formais ou informais) nos & " ' ) ( " ! ' *& " % termo “Comunidades” remete a idéias de valores da companhia; liberdade, fraternidade, ausência de • Valorizando a participação e disciplina e rotina, etc. Outros, ainda, iniciativa individual; associam as CdPs a um contra-ponto, um • Criando uma infra-estrutura que refúgio à vida “massacrante” das grandes ajuda a facilitar a comunicação estruturas formais e burocráticas. Este entre membros; tipo de atitude, infelizmente, não tão • Apoiando a criação de novos pouco freqüente assim, é um grande risco papéis voltados exclusivamente para que as CdPs possam se estabelecer para a promoção e manutenção de forma relevante e estratégica trazendo destas iniciativas (os chamados benefícios efetivos para as organizações “knowledge brokers” ou nas quais estão inseridas. moderadores de conhecimento); • E, principalmente, dando um 4. Gerindo CdPs caráter estratégico para as CdPs integrando-as aos imperativos e Embora CdPs possam existir necessidades estratégicas de informalmente nas organizações, boa gestão de conhecimentos parte dos benéficos destacados acima só estratégicos da organização. ocorrerão de maneira efetiva se a CdPs forem legitimadas, reconhecidas e As ações, acima, são o que definimos financiadas como estruturas (informais e como “suporte estruturante” das CdPs. As voluntárias) importantes para a CdPs, porém, são essencialmente organização. estruturas sociais. Neste sentido, a gestão das mesmas tem um caráter orgânico, Como estas organizações podem multi-dimensional e não necessariamente estimular seu desenvolvimento? linear e altamente dependente de seu • Fornecendo recursos (conteúdos, capital social. tempo e dinheiro) para que ©TerraForum Consultores 7
  • 8. O Capital Social se refere ao conjunto e à empenhados em aumentar a qualidade dos intercâmbios que os conectividade e o desenvolvimento de indivíduos fazem/desenvolvem ao longo objetivos e valores comuns entre os de seus contatos. A saúde global dessas membros da comunidade. trocas tem um grande impacto no estabelecimento de um ambiente de Como uma estrutura e sistema social, as criação e compartilhamento de CdPs passam por ciclos de vida em conhecimento. O Capital Social é afetado termos da intensidade das atividades e do por uma série de aspectos relacionados a número de membros que participam na estes contatos como a freqüência, comunidade. Etienne Wenger e aliix, conteúdo, tons e canais de comunicação analisaram detalhadamente este escolhidos pelos indivíduos, pelos fenômeno de nascimento, crescimento, pequenos grupos, pela organização e ou maturidade, declínio e morte em CdPs de organizações envolvidas. CdPs com várias organizações. Mais do que discutir, elevado Capital Social se caracterizam por as fases específicas pelas quais estas níveis elevados de confiança entre seus podem passar, achamos mais relevantes membros e, de uma certa maneira, um destacar os sete princípios de gestão que conjunto de valores e percepções comuns estes autores propuseram para uma sobre o mundo. O desenvolvimento de efetiva Gestão do Conhecimento e Capital Social, no entanto, requer tempo e adicionar a estes, mais sete princípios motivação de um grupo amplo de baseados em nossa pesquisaxi e pessoas, espaços coletivos (físicos e experiência prática. Estes dezesseis virtuais) e um certo grau de planejamento princípios se encontram no quadro abaixo: por parte de indivíduos particularmente Quadro 1: Quinze Princípios para o Desenvolvimento e Suporte às Comunidades de Prática Princípio Descrição 1. Desenhar a CdP pensando Permita que novas pessoas se envolvam e que novos na sua evolução* interesses sejam explorados. Aceite que haverá diferentes níveis de atividade e diferentes tipos de apoio serão necessários durante a vida da CdP. 2. Manter o diálogo entre a Encoraje discussões entre as pessoas de dentro e de fora da perspectiva interna e externa* comunidade sobre os resultados esperados para a CdP. Por exemplo, encoraje ligações com outras comunidades da organização. 3. Convidar para diferentes Algumas pessoas serão bastante ativas na comunidade, níveis de participação na enquanto outras parecerão passivas. Aceite que contribuições e CdP* aprendizado ocorrem de maneira distinta dependendo da pessoa. 4. Desenvolver espaços Relacionamentos são formados a partir de eventos informais abertos e fechados para a das comunidades e comunicação um-a-um. Eventos formais e Comunidade* organizados e espaços públicos comuns de discussão são necessários para ajudar as pessoas se sentirem parte das CdPs. Ambos tipos de abordagens são importantes. 5. Focar no valor da CdP* O verdadeiro valor da comunidade pode emergir à medida que ela se desenvolve e amadurece. Membros da comunidade ©TerraForum Consultores 8
  • 9. precisam ser explícitos quanto aos valores que estão sendo gerados. No início, isto pode ser útil para ajudar os membros a compreenderem melhor as CdPs. Com o tempo, o valor gerado pela CdP precisa se tornar mais evidente e medidas concretas precisam ser buscadas e analisadas. 6. Combinar familiaridade e Espaços comunitários comuns e atividades ajudam as pessoas estimulação* se sentirem confortáveis em participar. A introdução de novas idéias para desafiar o pensamento vigente também estimula o interesse e mantém as pessoas engajadas. 7. Criar um ritmo para a Eventos regulares, com uma freqüência que evite a sensação comunidade* de sobrecarga, criam pontos de convergência. Eles encorajam as pessoas a continuarem a participar, ao invés de se distanciar gradativamente. 8. Valorizar também a É importante notar que até que as pessoas desenvolvam um comunicação oral** certo grau de confiança entre elas, a comunicação oral tende a ser menos arriscada para os membros da comunidade. A comunicação escrita tem um sentido de permanência e de disseminação que nem todos os membros estão dispostos a correr. 9. Desenvolver as regras de Entrar em uma Comunidade, principalmente quando estas participação para a incluem um ambiente on-line é como entrar em para qualquer comunidade** ambiente novo: as pessoas precisam aprender as regras de participação ou a “netiquette” da Comunidade (por exemplo, quanto, quando e como contribuir). O líder (ou os líderes) da comunidade deve reprimir qualquer atividade que seja contra os princípios ou que não pertença à comunidade 10. Desenvolver Mapas de Mapas de especialização podem incluir bancos de dados com Especialização e garantir que listas e descrições das competências de indivíduos de dentro os Perfis dos Usuários e/ou de fora da organização. Esses mapas de especialização estejam atualizados** facilitam o compartilhamento de conhecimento tácito e o desenvolvimento de comunidades, ao permitir que as pessoas encontrem e estabeleçam contato pessoal mais rapidamente umas com as outras. Perfis de usuários detalhados, precisos, atualizados e significativos ajudam a fomentar conexões e elevar o nível necessário de confiança entre os participantes. As pessoas tendem a colaborar mais com umas as outras se os relacionamentos se tornarem um pouco mais pessoais. 11. Reconhecer níveis O reconhecimento e a identificação dos diferentes níveis de diferentes de participação** contribuição (tanto quantitativa, quanto qualitativa) de cada indivíduo são especialmente importantes para comunidades de troca de conhecimento. 12. Liderar pelo exemplo** A participação, freqüente, dos líderes de comunidade nas atividades da comunidade (especialmente se o líder também for um especialista em alguma área estratégica) certamente promoverá níveis mais altos de participação entre os membros da comunidade em geral. Em particular, no início do ©TerraForum Consultores 9
  • 10. funcionamento de comunidades de prática a participação direta e visível de líderes (pessoas respeitadas, não chefes) é essencial para que as CdPs decolem. Os primeiros meses de funcionamento de uma comunidade de prática são críticos. 13. Criar, treinar e motivar um Embora as CdPs dependam da participação voluntária de grupo central de pessoas que muitas pessoas, com freqüência o desenvolvimento das CdPs irão “gerir” a comunidade** se beneficiam da existência de moderadores formais designados (e mesmo pagos!) pelas organizações. O trabalho destes moderadores não é, porém, um trabalho solitário. Seu sucesso depende, freqüentemente, do apoio e participação direta de um grupo central de co-moderadores ou participantes centrais que estão sempre atentos às necessidades das comunidades, não deixando, por exemplo, que nenhuma questão fique sem resposta ou comentários. 14. Estabelecer um Um sentimento de identidade pode ser criado através do sentimento de identidade estabelecimento de um propósito claro, metas e objetivos para a comunidade** específicos para a comunidade, assim como através do desenvolvimento e fomento de uma história para a comunidade. Informar aos novos membros como a comunidade teve início, quem estava envolvido no começo, etc. Também é importante criar um esforço forte de mensagem e marca (com pistas visuais adequadas). Isso desempenha um papel crucial ao lembrar os membros de sua afiliação e promover os objetivos e valores da comunidade. 15. Promover os Sucessos da Líderes de comunidade astutos entendem, claramente, que na Comunidade** criação ou compartilhamento de conhecimento, as pessoas precisam ser voluntárias, e que os membros só podem ser encorajados, e não forçados, a participar. Conseqüentemente, promover os sucessos da comunidade (on-line ou off-line) mexe com os membros e funciona como anúncio para participantes em potencial que ainda não entraram para a comunidade. 16. Monitorar o nível de Líderes ativos monitoram as estatísticas sobre o nível de atividade e satisfação** participação dos usuários, as áreas de conteúdo mais procuradas e visitadas, a freqüência das contribuições. Eles também fazem pesquisas on-line e off-line, de tempos em tempos, para compreender as necessidades e os níveis de satisfação dos usuários. Com este tipo de dados nas mãos, eles podem guiar suas ações para as causas dos problemas ocasionais e/ou diminuição na participação. Fontes: *Wenger, E.C. & Snyder, W. M. & McDermott, R. , Cultivating communities of practice: a practitioner's guide to building knowledge organizations, Harvard Business School Press Book, 2002; **Experiência prática do autor e resultados da pesquisa já reportada no livro: Terra, J.C.C. & Gordon, C., Portais Corporativos: a Revolução na Gestão do Conhecimento, Negócio Editora, 2002. 5. Visão Prospectiva ©TerraForum Consultores 10
  • 11. Referências Bibliográficas: As CdPs são ainda um fenômeno recente 1 Wenger, E.C. & Snyder, W. M., Communities of no contexto das estruturas formais das Practice: The Organizational Frontier, Harvard organizações. Assim, muito do que aqui Business Review, jan-fev., 2000, páginas. 139-145 se conceituou, relatou e exemplificou é 1 Brown, J. S., & Duguid, P. Organizational learning and passível de importantes mudanças nos communities-of-practice: Toward a unified view of anos à frente. À medida que as CdPs working, learning and innovation. Organization Science, 2, 1991: pp: 40-57. deixem de ser novidade e passem a fazer 1 Brown, J. S. & Duguid, P., 2000, op. cit. parte quase natural da maneira como se organiza o trabalho (e se gerencia o 1 GartnerGroup, Communities: Broad-Reaching Business Value, GartnerGroup Publication N. COM-13-9032, 3 conhecimento) nas empresas, é possível de Julho de 2001 que surjam muitas formas de CdPs e que 1 Leonard-Barton, D., Wellsprings of knowledge: builiding a teoria organizacional desenvolva and sustaining the sources of innovation. Boston: Harvard tipologias e processo de gestão bem Business School Press, 1995 específicos para as CdPs. 1 Wenger, E.C. & Snyder, W. M., op.cit. 1 Entre vários estudos podemos destacar: *** - Botkin, H. and C. Seeley, The Knowledge José Cláudio C. Terra é presidente da Management Manifesto: Why KM requires TerraForum Consultores. Atua como community-building. Knowledge Management Review, 2001. 3(6): p. 16-21 consultor e palestrante no Canadá, nos - Wenger, E.C. & Snyder, W. M., op.cit. Estados Unidos, em Portugal, na França e 1 no Brasil. Também é professor de vários Denning, Stephen, The Springboard: How Storytelling Ignites Action in Knowledge-Era Organizations, programas de pós-graduação e MBA e Butterworth Heinemann, Boston: 2001 autor de vários livros sobre o tema. Seu 1 van Winkelen, C. and P. Ramsell, Building Effective email é jcterra@terraforum.com.br Communities. in Henley Knowledge Management Forum Second Annual Conference. 2002. Henley Management College. + , 1 Wenger, E.C. & Snyder, W. M. & McDermott, R. , Cultivating communities of practice: a practitioner's guide Comunidades de prática: impactos da atuação do moderador to building knowledge organizations, Harvard Business School Press Book, 2002. Gestão do Conhecimento em Comunidades de Prática 1 Terra, J.C.C & Gordon, C., Portais Corporativos: a revolução na gestão do conhecimento, Negócio Editora, De “Cascão à Lagartixa” São Paulo, 2002 ©TerraForum Consultores 11
  • 12. + - ,. ) )+ A TerraForum Consultores é uma empresa de consultoria e treinamento em Gestão do Conhecimento (GC) e Tecnologia da Informação. Os clientes da empresa são, em sua maioria, grandes e médias organizações dos setores público, privado e terceiro setor. A empresa atua em todo o Brasil e também no exterior, tendo escritórios em São Paulo, Brasília e Ottawa no Canadá. É dirigida pelo Dr. José Cláudio Terra, pioneiro e maior referência em Gestão do Conhecimento no país. Além disso, conta com uma equipe especializada e internacional de consultores. / 1 + 4 . ) , 5, - 02 3 ) , +6 / Gestão do Conhecimento e E-learning na Prática Portais Corporativos, a Revolução na Gestão do Conhecimento Gestão do Conhecimento - O Grande Desafio Empresarial Gestão do Conhecimento em pequenas e médias empresas Realizing the Promise of Corporate Portals: Leveraging Knowledge for Business Success Gestão de Empresas na Era do Conhecimento ©TerraForum Consultores 12
  • 13. i Wenger, E.C. & Snyder, W. M., Communities of Practice: The Organizational Frontier, Harvard Business Review, jan-fev., 2000, páginas. 139-145 ii Brown, J. S., & Duguid, P. Organizational learning and communities-of-practice: Toward a unified view of working, learning and innovation. Organization Science, 2, 1991: pp: 40- 57. iii Brown, J. S. & Duguid, P., 2000, op. cit. iv GartnerGroup, Communities: Broad-Reaching Business Value, GartnerGroup Publication N. COM-13-9032, 3 de Julho de 2001 v Leonard-Barton, D., Wellsprings of knowledge: builiding and sustaining the sources of innovation. Boston: Harvard Business School Press, 1995 vi Wenger, E.C. & Snyder, W. M., op.cit. vii Entre vários estudos podemos destacar: - Botkin, H. and C. Seeley, The Knowledge Management Manifesto: Why KM requires community-building. Knowledge Management Review, 2001. 3(6): p. 16-21 - Wenger, E.C. & Snyder, W. M., op.cit. viii Denning, Stephen, The Springboard: How Storytelling Ignites Action in Knowledge-Era Organizations, Butterworth Heinemann, Boston: 2001 ix van Winkelen, C. and P. Ramsell, Building Effective Communities. in Henley Knowledge Management Forum Second Annual Conference. 2002. Henley Management College. x Wenger, E.C. & Snyder, W. M. & McDermott, R. , Cultivating communities of practice: a practitioner's guide to building knowledge organizations, Harvard Business School Press Book, 2002. xi Terra, J.C.C & Gordon, C., Portais Corporativos: a revolução na gestão do conhecimento, Negócio Editora, São Paulo, 2002 ©TerraForum Consultores 13