O documento resume os principais aspectos do imperialismo europeu entre os séculos XIX e XX. A expansão imperialista na África e Ásia foi justificada pela ideia de uma "missão civilizadora" dos povos europeus, mas na verdade visava ao controle de mercados, matérias-primas e áreas estratégicas. Isso levou à partilha e dominação dos continentes africano e asiático pelas potências europeias, com graves consequências políticas e culturais para os povos originais.
3. Imperialismo
• Imperialismo é a prática através da qual, nações poderosas
procuram ampliar e manter controle ou influência sobre
povos ou nações mais pobres.
4. • Algumas vezes o imperialismo é associado
somente com a expansão econômica dos países
capitalistas; outras vezes é usado para designar a
expansão europeia após 1870.
• Embora Imperialismo signifique o mesmo
que Colonialismo e os dois termos sejam usados
da mesma forma, devemos fazer a distinção
entre um e outro.
5. Imperialismo:
se refere, em geral, ao controle e influência que é exercido
tanto formal como informalmente, direta ou indiretamente,
política ou economicamente.
Colonialismo:
normalmente implica em controle político, envolvendo
anexação de território e perda da soberania.
6. NEOCOLONIALISMO OU
“PARTILHA DO MUNDO”
• CONTEXTO HISTÓRICO:
• Segunda metade do século XIX quando a
expansão dos países europeus industrializados
levam as partilhas dos continentes africano e
asiático;
• Também EUA e Japão exercem atividades
imperialistas em suas respectivas regiões de
influência...
7. O discurso da integração
• No século XIX, predominava entre os europeus a
ideia de que eles seriam superiores aos habitantes da
Ásia e da África.
• Muitos intelectuais europeus afirmavam que a
expansão europeia representaria a transferência dos
“benefícios” do capitalismo para os habitantes
daqueles continentes.
• Missionários, artistas, técnicos, professores, cientistas e
aventureiros instalaram-se em alguns territórios da
África, da Ásia e da América com o objetivo de
integrar a população local à moral cristã europeia e à
economia capitalista.
8. Modo capitalista de produção.
• A Revolução Industrial iniciada em meados
do século XVIII na Inglaterra deu origem a
um novo tipo de sociedade baseada no modo
capitalista de produção.
• O trabalho assalariado, a fábrica como
unidade de produção e a livre competição
entre as empresas no mercado eram algumas
de suas principais características – daí o nome
capitalismo competitivo dado a esse período.
9. Transformações tecnológicas, conhecidas como Segunda
Revolução Industrial, tiveram profundas implicações
econômicas. Com elas, acentuou--se uma tendência já
esboçada na fase anterior: a da concentração do capital, com
a formação de empresas cada vez maiores.
Assim, as grandes companhias passaram a absorver as
menores e a monopolizar ramos inteiros da produção,
eliminando a concorrência. Ao mesmo tempo,
formavam-se grandes bancos, que uniam seu capital (o
capital bancário) ao capital industrial. O sistema
econômico dominante deixava de ser, assim, o
capitalismo competitivo. Em seu lugar, a economia das
nações industrializadas adotava a forma de capitalismo
monopolista.
10. • COLONIALISMO:
• Capitalismo Comercial
(mercantilismo);
• Objetivos: especiarias,
produtos tropicais e metais
preciosos;
• Continente Americano;
• Expansão impulsionada pelo
Estado;
• NEOCOLONIALISMO:
• Capitalismo industrial e financeiro;
• Objetivos: mercados consumidores
de manufaturas e fornecedores de
matérias-primas; busca de colônias
para excedente populacional
europeu; áreas de investimento de
capitais e áreas estratégicas para
proteção do comércio marítimo.
• Continente africano, Asiático e
Oceania;
• Expansão impulsionada pela
burguesia europeia
COLONIALISMO/NEOCOLONIALISMO
11. COLONIALISMO/NEOCOLONIALISMO
• COLONIALISMO:
• Ideologia legitimadora:
Fé católica
• NEOCOLONIALISMO:
• Ideologias legitimadoras:
• Mito da superioridade racial:
“Darwinismo Social”
• Missão Civilizadora: fardo
do homem branco
12. “O FARDO DO HOMEM BRANCO”
• O literato inglês Rudyard Kipling (1865-1936)
forneceu amplo material de apoio ao
imperialismo de seu país. Para ele a Inglaterra
podia suportar como nenhuma outra nação
“o fardo do homem branco”; em sua obra ,
The White man’s burden, destaca o dever à
filantropia da ação colonizadora inglesa,
como se constata nos versos:
13. RUDYARD KIPLING
Assumi o fardo do homem branco
Enviai os melhores dos vossos filhos
Condenai vossos filhos ao exílio
Para que sejam os servidores de seus
Cativos.
14. O FARDO DO HOMEM BRANCO
• Esta propaganda de
sabão usa o tema do
"Fardo do Homem
Branco" para
encorajar pessoas
brancas a ensinar
noções de higiene a
membros de outras
raças.
15. O FARDO DO HOMEM BRANCO
• A mensagem era bastante simples:
• Kipling justificava o imperialismo não pela busca e
exploração dos recursos naturais, mas sim como uma
necessidade para levar a “civilização” aos lugares
mais “atrasados” do planeta.
• A línguas europeias, a religião cristã, as técnicas, a educação, a
medicina e até mesmo noções de higiene deveriam ser levadas
aos “selvagens”, isto é, os não-brancos. Este era o “fardo”, a
missão difícil e pesada do homem branco “civilizado” para os
“tristes povos, metade criança, metade demônio”.
16. O DARWINISMO SOCIAL
• O imperialismo do século XIX, permeado pelo
ideal da supremacia econômica e cultural,
formulou o mito da superioridade racial,
incluindo concepções pseudo-científicas que
enalteciam os brancos e a exploração
imperialista.
• Por esse motivo destacou-se a doutrina racista do
filósofo inglês H. Spencer, conhecida como
“Darwinismo Social”.
17. O DARWINISMO SOCIAL
• Segundo Spencer, a Teoria da Evolução de Darwin,
podia ser perfeitamente aplicada à evolução da
sociedade.
• assim como existia uma seleção natural entre as
espécies, com o predomínio dos animais e plantas
mais capazes, ela existia também na sociedade.
• Na politica o darwinismo social serviu para
justificar o domínio ocidental sobre os demais
povos.
18. O DARWINISMO SOCIAL
• A luta pela sobrevivência entre os animais correspondia
à concorrência capitalista; a seleção natural não era mais
nada além da livre troca dos produtos entre os homens; a
sobrevivência do mais capaz, do mais forte era
demonstrada pela forma criativa dos gigantes da
indústria, que engoliam os competidores mais fracos, em
seu caminho para o enriquecimento.
19. • DIRETA
• Com agentes metropolitanos ocupando os principais cargos
governamentais.
• Ex: Inglaterra na Índia.
• INDIRETA
• Aliança com elites locais, mantendo uma aparente
independência política.
• Ex: EUA na América Central
FORMAS DE DOMINAÇÃO
20. A AÇÃO IMPERIALISTA
• De fato, as potências europeias tinham
grande interesse geopolítico na formação
de impérios coloniais. Em caso de guerra,
seria essa uma forma de garantir a posse
de recursos importantíssimos, como
carvão e outros minérios, homens para
seus exércitos e o controle de portos nos
quais poderiam abastecer navios
mercantes e vasos de guerra.
21. • Surgiu assim um novo tipo de
imperialismo, ou seja, de expansão
econômica e militar promovida pelos
Estados europeus. Na África e na Ásia,
essa política imperialista tomou a forma de
neocolonialismo, com a conquista de
vastos territórios por meio da ação militar.
Muitos desses territórios foram
transformados em colônias ou em
protetorados.
A AÇÃO IMPERIALISTA
22. A AÇÃO IMPERIALISTA
• Esse processo foi muito rápido. Por volta
de 1800, antes da expansão, os países
europeus, mais os Estados Unidos,
controlavam 35% da superfície terrestre;
em 1878, esse índice havia subido para
67%; em 1914, quando irrompeu a
Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o
índice já era da ordem de 84%.
23. A suposta “missão civilizadora”
• Embora a colonização da África e da Ásia
obedecesse a objetivos econômicos e
geopolíticos, os interesses que estavam por trás
deles jamais eram assumidos publicamente.
Quando era preciso justificar a dominação
dessas regiões, governos e grupos dominantes
da Europa recorriam a uma suposta missão
civilizadora, pela qual os europeus deviam levar
aos povos ditos primitivos ou bárbaros os
valores da civilização ocidental e cristã (veja o
boxe Ciência e racismo).
24. Do ponto de vista cultural, esse processo teve por
resultado a destruição de tradições e valores
milenares dos povos africanos e asiáticos e na sua
substituição por valores europeus. A ação dos
missionários católicos e protestantes, por sua vez,
provocou a desestruturação das crenças religiosas
de muitas sociedades nos dois continentes
subjugados, convertendo-as ao cristianismo.
A suposta “missão civilizadora”
25. DOMINAÇÃO ECONÔMICA
• Entre os séculos XV e XVIII, o continente
africano foi explorado economicamente pelos
europeus, que realizavam acordos com
comerciantes e lideres locais para o obtenção de
ouro, marfim, açúcar e, principalmente, escravos.
No mesmo período, portugueses, franceses,
holandeses e ingleses estabeleceram entrepostos
comerciais em territórios da Ásia.
26. • A partir do final do século XIX, europeus e norte-
americanos estabeleceram novas formas de
dominação. Uma delas era a concessão de
empréstimos aos governos dos países dos
continentes americano, africano e asiático para a
realização de obras públicas, como construção de
canais, açudes, ferrovias, companhias de gás e
abastecimento de água.
DOMINAÇÃO ECONÔMICA
27. • Frequentemente, esses governos não conseguiam
pagar os empréstimos aos bancos. Assim,
acabavam dependentes economicamente dos
europeus e norte americanos. Ainda que
mantivessem governos próprios, africano e
asiáticos estavam submetidos a uma forte
dominação econômica e a pressões politicas dos
governantes e capitalistas estrangeiros.
DOMINAÇÃO ECONÔMICA
28. • Em diversas da África e da Ásia, tropas europeias
fortemente armadas fizeram intervenções, venceram a
resistência das populações locais e passaram a administra-
las diretamente.
• Essa forma de dominação é chamada de
neocolonialismo, pois constituiu uma reelaboração do
colonialismo imposto pelos europeus aos habitantes de
outros continentes do século XVI ao século XVIII.
DOMINAÇÃO ARMADA
29. • Nos territórios colonizados, os funcionários
europeus exerciam o papel de juízes, intermediando
conflitos tanto entre os habitantes originais quanto
entre os europeus. Também supervisionavam a
coleta de impostos e cuidavam das terras que
adquiriram a preços baixíssimos.
• Em alguns países da África e a da Ásia, os europeus
viviam em bairros especialmente construídos para
eles, aos quais os habitantes locais não tinham
acesso, a não ser para trabalhar como empregados.
DOMINAÇÃO ARMADA
30. • Em alguns territórios dominados da África e da Ásia,
os europeus não exerciam controle politico direto,
mas garantiam o poder dos lideres locais aliados.
Nesse caso, os acordos entre esses líderes e os
europeus impediam a maioria da população nativa de
participar de política.
• Independentemente do tipo de dominação a que
estavam submetidos, africanos e asiáticos reagiram à
presença dos europeus em suas terras.
ALIANÇAS E ACORDOS
31. A ÁFRICA EM PEDAÇOS
A partilha da África no século XIX teve início
em 1876, quando o rei Leopoldo II, da Bélgica,
criou a Associação Internacional Africana e o
Grupo de Estudos do Alto Congo. O objetivo
declarado da iniciativa era promover ações
humanitárias e científicas na bacia do rio
Congo. Por trás dessa finalidade
aparentemente nobre e generosa, porém,
escondiam-se os verdadeiros propósitos do rei
da Bélgica: conquistar uma vasta região rica
em minérios e subjugar a população do Congo
ao domínio belga.
32. A ÁFRICA EM PEDAÇOS
Após negociações com líderes locais, os belgas
se estabeleceram na região. A partir de então,
iniciou-se uma verdadeira corrida entre as
nações europeias interessadas em conquistar
para si um pedaço do continente africano. Para
resolver os problemas advindos dessa disputa,
foi realizada na Alemanha, entre 1884 e 1885, a
Conferência de Berlim. O evento reuniu
representantes de diversas nações europeias e
se transformou em um marco na história do
colonialismo, pois nele foram
33. Em menos de duas
décadas, quase todo o
território africano
havia sido dividido
arbitrariamente em
colônias
sob controle europeu.
Muitas fronteiras
foram criadas por
meio de acordos
diplomáticos entre as
metrópoles,
sem levar em
consideração as
divisões étnicas e
culturais dos povos
que ali viviam.
34. O domínio europeu na África duraria
quase cem anos. Só na segunda metade
do século XX os africanos começariam a
reconquistar sua independência.
Algumas regiões, como Angola e
Moçambique, permaneceram na condição
de colônia até a década de 1970.
36. RESULTADO DO IMPERIALISMO
• Metrópoles imperialistas:
• Lucros e intensificação do
desenvolvimento;
• Solução parcial para crise (de
mercado, de
superpopulação...)
• Amenizou lutas sociais
internas (classe operária)...
• Mundo colonizado:
• Desestruturação econômica,
política, social e cultural;
• Fomes, lutas nacionalistas;
• Segregação racial e social...
CONDUZIU O MUNDO A 1ª
GUERRA MUNDIAL.
37. OS EUROPEUS NA ÁSIA
• Durante o período de expansão comercial da
Europa, iniciado no século XV, a interferência
estrangeira na Ásia se restringiu à instalação de
feitorias (principalmente portuguesas) na Índia e na
China. A exceção a essa regra eram Java e Bornéu
(na região hoje pertencente à Indonésia), ilhas
colonizadas pelos holandeses a partir do século
XVII. Essa situação alterou-se a partir da
Revolução Industrial, quando as nações
industrializadas começaram a conquistar territórios
na Ásia e na Oceania
38.
39. OS INGLESES NA ÍNDIA
Em 1599, foi criada na Inglaterra a Companhia das
Índias Orientais, destinada a comerciar produtos com a
Índia e o Sudeste Asiático, regiões conhecidas
genericamente como Índias. Com o tempo, os ingleses
instalaram feitorias em diversas cidades do
subcontinente indiano, a presença britânica afetou os
costumes locais, destruindo a tradicional economia
indiana, na qual se destacavam as manufaturas têxteis de
algodão. Essa agressão cultural e econômica, somada à
opressão política exercida pelos administradores
ingleses, só fez alimentar o ódio aos ingleses entre a
população indiana.
40. A CHINA SOB O IMPERIALISMO
Até o início do século XIX, a China encontrava-se
praticamente fechada para o resto do mundo.
A submissão do governo chinês às potências
internacionais levou os integrantes de uma sociedade
secreta nacionalista – os Boxers – a organizar atentados
contra estrangeiros em território chinês. Em represália,
em 1900 tropas aliadas formadas por ingleses,
franceses, alemães, russos, japoneses e norte--
americanos atacaram a China, deflagrando a Guerra dos
Boxers*. Derrotados mais uma vez, os chineses tiveram
de fazer novas concessões às potências imperialistas.
41.
42. O JAPÃO ENTRA EM CENA
Assim como a China, o Japão encontrava-se, no
início do século XIX, fechado à comunidade
internacional. Isso desagradava os países
industrializados, que desejavam conquistar o
mercado consumidor japonês. Um desses países
eram os Estados Unidos, que decidiram obrigar o
governo do Japão a abrir seus portos aos produtos
norte-americanos.
43. Em 1854, sob a ameaça dos canhões de oito vasos
de guerra norte-americanos ancorados no litoral,
o governo japonês foi persuadido a abrir os
portos aos Estados Unidos. Pouco depois, outras
nações, como a Holanda, França, Inglaterra e
Rússia, firmaram acordos semelhantes com os
japoneses.
44. Seguindo o exemplo europeu, o Japão passou a
alimentar sonhos imperialistas. Depois de
conquistar algumas regiões do Pacífico, em 1894
declarou guerra à China para se apoderar da
Manchúria; entre 1904 e 1905, derrotou os russos,
que disputavam o mesmo território. Foi a primeira
vez que um país asiático
venceu uma nação europeia: o Japão havia se
tornado uma nova potência mundial.
45. 1. Que mudanças ocorreram no sistema econômico e nos
processos de produção industrial da sociedade capitalista entre
meados do século XVIII e a segunda metade do século XIX?
2. O chamado “capitalismo monopolista”, na segunda metade do
século XIX, ampliou significativamente a concentração de
capitais nas mãos de grandes empresas e bancos. Em que
medida essa nova etapa do capitalismo estimulou e, de certa
forma, exigiu a expansão do domínio europeu e norte-americano
sobre os demais continentes?
3. Releia o boxe Ciência e racismo (página 240) e explique quais
eram os fundamentos da teoria de Charles Darwin sobre a
evolução das espécies. Em sua opinião essa teoria pode ser
aplicada aos seres humanos como argumentavam vários
46. 4. O rei Leopoldo II, da Bélgica, criou em 1876 a Associação
Internacional Africana e o Grupo de Estudos do Alto Congo.
Tendo em mente esse fato, explique as contradições entre o
processo de dominação econômico-militar dos continentes
africano e asiático e sua justificativa ideológica baseada no
argumento da “missão civilizadora”.
5. A Conferência de Berlim, em 1885, estabeleceu um marco na
partilha da África pelas potências europeias, definindo limites
artificiais para as diversas regiões do território africano
submetidas ao controle europeu. Faça um balanço dos resultados
dessa Conferência.
6. Faça um relato do domínio britânico na Índia a partir da
criação, em 1599, da Companhia das Índias Orientais.
49. A PAZ ARMADA
• A guerra travada entre a França e a Prússia em
1870 foi o último grande conflito ocorrido na
Europa no século XIX. Depois disso, o
continente europeu atravessou um período de
quase meio século de relativa paz.
50. Nesse período, a partilha de territórios da Ásia e
da África entre alguns países europeus e o acelerado
processo de industrialização das nações europeias
estabeleceram um novo equilíbrio de forças na
Europa.
Inglaterra, França, Alemanha, Rússia, Império
Austro-Húngaro e Itália projetaram-se como as
grandes potências do continente, ao passo que o
outrora poderoso Império Turco Otomano entrava
em declínio.
51. Para garantir o equilíbrio e assegurar-se de que nenhuma
nação rival ameaçaria seus domínios, as potências
começaram a modernizar e fortalecer seus exércitos:
adotaram o serviço militar obrigatório, fortificaram suas
fronteiras e investiram em armas cada vez mais
sofisticadas.
Essa corrida armamentista começou ainda
modestamente no final da década de 1880 e se acelerou
nas duas primeiras décadas do século XX. Segundo
dados do historiador Eric Hobsbawm, os gastos
militares dos britânicos, por exemplo, foram de 32
milhões de libras esterlinas em 1887 e subiram para 77
milhões entre 1913 e 1914.
52.
53. A Política de Alianças
• Fortemente armadas, essas nações evitavam guerrear entre si,
preferindo resolver suas disputas por meio de acordos
diplomáticos e alianças.
• Em 1882, por exemplo, os governos da Alemanha, do
Império Austro-Húngaro e da Itália formaram a Tríplice
Aliança.
• Em resposta, em 1907 os governos da Inglaterra, da
França e da Rússia criaram a Tríplice Entente
• Embora evitassem o confronto direto, o clima de tensão entre
as potências europeias era muito grande. Na verdade, vigorava
entre elas uma paz tensa e instável. Por isso, esse período ficou
conhecido como o da paz armada.
54.
55. A Primeira Guerra Mundial (também
conhecida como Grande Guerra antes
de 1939, e Guerra das Guerras) foi um
conflito mundial ocorrido entre 28 de
Julho de 1914 e 11 de Novembro de
1918.
56. A Europa e seus novos países ao
final da 1ª Guerra
57. Nos Bálcãs viviam povos de diversas etnias e culturas,
como gregos, eslavos, sérvios, croatas, turcos e búlgaros.
Esses povos estavam sob o domínio do Império Turco
Otomano desde tempos remotos. Animados por fortes
sentimentos nacionalistas, no século XIX eles passaram a
se mobilizar contra o domínio turco otomano. Os primeiros
a se emancipar foram os gregos, cuja independência foi
conquistada em 1821; em 1878, contando com o apoio
dos russos, que buscavam aumentar sua influência nos
Bálcãs, Sérvia, Montenegro e Romênia também
conquistaram
sua autonomia política, enquanto a Bósnia-Herzegovina
era colocada sob a tutela do Império Austro-Húngaro.
Em 1908, a Bósnia-Herzegovina foi formalmente anexada
ao Império Austro-Húngaro. A medida reacendeu o
nacionalismo dos povos da península. Os sérvios –
interessados no território – foram os principais opositores
da anexação.
58.
59. Contexto Histórico –
O ESTOPIM DA GUERRA
• Fatores:
• As disputas coloniais entre as nações industrializadas
da Europa (NeoColonialismo).
• O clima de instabilidade entre as potências europeias.
• O revanchismo francês.
• Os movimentos nacionalistas:
Pan-eslavismo e o Pangermanismo.
• A paz armada.
60. O assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando
– causa imediata.
61. As rivalidades explodiram no dia 28 de junho de 1914, quando
o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do
Império Austro-Húngaro, e sua esposa, em visita à cidade de
Sarajevo, na Bósnia, foram assassinados por um estudante
bósnio simpatizante da Sérvia. O atentado seria considerado o
estopim da Primeira Guerra Mundial.
No dia 28 de julho, o governo do Império Austro-Húngaro,
contando com o apoio do governo alemão, seu parceiro na
Tríplice Aliança, declarou guerra à Sérvia, acusando suas
autoridades de conivência com o assassino do arquiduque. Os
russos, aliados dos sérvios, colocaram suas tropas de
sobreaviso.
Contexto Histórico –
O ESTOPIM DA GUERRA
62. Fiéis à sua aliança com a Áustria, os alemães declararam guerra
aos russos e franceses, que integravam a Tríplice Entente,
juntamente com os ingleses.
No dia 4 de agosto, o governo da Inglaterra juntou-se a seus
parceiros da Entente e entrou no conflito contra austro-
húngaros e alemães.
Contexto Histórico
O ESTOPIM DA GUERRA
63. Em pouco tempo, outros povos, como os
japoneses, interessados nas possessões alemãs do
Pacífico, e os turcos otomanos, adversários dos
russos, também entraram no conflito: os primeiros
ao lado da Tríplice Entente; os segundos, em apoio
às potências centrais (isto é, Alemanha e Áustria).
O governo italiano, cujo país fazia parte da Tríplice
Aliança, manteve-se neutro inicialmente. Apenas
em 1915, a Itália entrou na guerra ao lado da
França, Inglaterra e Rússia. O Brasil declarou-se
neutro logo no início do conflito, mas ao final
decidiu entrar na guerra
64. Brutalidade sem precedentes
• Inicialmente, os líderes europeus acreditavam que
a guerra não duraria muito tempo. O conflito,
porém, revelou-se muito mais difícil de ser
superado: durou quatro anos, envolveu muitas
nações e teve ações de uma brutalidade sem
precedentes, afetando a vida não só dos militares
diretamente engajados, mas também da população
civil, que não fazia parte das frentes de batalha
65.
66.
67. AS FASES DA GUERRA
Primeira Fase (1914-1915):
Guerra de movimento.
...as tropas procuravam se mobilizar rapidamente em
campo aberto, com o propósito de conquistar
territórios. A tática, porém, revelou-se infrutífera: os
avanços territoriais eram pequenos e as perdas
humanas, muito grandes.
68. Segunda Fase ( 1915-1917): Guerra de
trincheiras.
Diante do equilíbrio de forças, os chefes militares
passaram a adotar uma nova tática: a guerra de
posições ou de trincheiras. Nessa forma de combate,
utilizada durante quase todo o conflito, eram
abertas no terreno valas estreitas, profundas e de
grande extensão, protegidas por rolos de arame
farpado – as trincheiras*.
AS FASES DA GUERRA
69. Segunda Fase ( 1915-1917): Guerra de trincheiras.
• Ali, os combatentes mantinham fogo permanente
contra o inimigo e se defrontavam com novas
adversidades: lama, frio, ratos, doenças.
• ‘
AS FASES DA GUERRA
70. Segunda Fase ( 1915-1917): Guerra de trincheiras.
A guerra das trincheiras aconteceu na fronteira entre a
Alemanha e da França, a sul da Bélgica e a norte da
Suiça. Aconteceu em 1915 e 1917. As trincheiras eram
uma espécie de caverna, em que os soldados faziam
“túneis”, viviam, bombardeavam o inimigo com
canhões de grande alcance e combatiam corpo-a-
corpo quando era necessário.
AS FASES DA GUERRA
71. Terceira Fase (1917-1918): Saída da Rússia e
entrada dos Estados Unidos.
No período final da guerra, dois fatos cruciais
mudaram o rumo dos combates. Um deles foi a
entrada dos norte-americanos no conflito em abril de
1917, ao lado dos países da Entente, chamados
genericamente de aliados. O outro ocorreu em março
de 1918, quando o governo da Rússia decidiu sair da
guerra.
AS FASES DA GUERRA
72. Pouco depois da entrada norte-americana, os
beligerantes retomaram as táticas de guerra de
movimento. Dessa vez, graças principalmente ao grande
número de soldados enviados pelo governo dos Estados
Unidos, os aliados tiveram êxito, obrigando seus
adversários a recuar. Em 30 de outubro de 1918, o
governo turco otomano se rendeu*; pouco depois, em 3 de
novembro, foi a vez de o governo austro-húngaro firmar
sua rendição; no dia 11 de novembro, finalmente, os
alemães também se renderam, reconhecendo a derrota.
AS FASES DA GUERRA
Terceira Fase
73. CONSEQUÊNCIAS DA GUERRA
ACORDOS DE PAZ
A Primeira Guerra Mundial chegou ao fim depois de ter
provocado a morte, segundo estimativas, de 8 milhões de
pessoas e deixado 20 milhões de inválidos * e milhões de órfãos,
desempregados e desabrigados.
Além disso, milhares de jovens combatentes voltaram para suas
casas com neurose de guerra*, distúrbio psíquico que provoca
alucinações e levou muitos à loucura.
Terminados os combates, tiveram início os acordos
diplomáticos para definir o novo mapa europeu e os termos da
paz mundial. O mais conhecido dentre esses acordos foi o
Tratado de Versalhes, firmado em junho de 1919.
74. ACORDOS DE PAZ
Considerados em seu conjunto, os acordos de
paz alteraram substancialmente a configuração
geopolítica da Europa naquele momento:
• O Império Austro-Húngaro desintegrou-se,
dando origem a três novos países: Áustria,
Hungria e Tchecoslováquia.
• O Império Turco Otomano também
desapareceu e deu origem à Turquia. Seu
território foi desmembrado e boa parte dele
passou para o controle de franceses e
ingleses.
75. • A Alemanha foi o país que sofreu o maior
número de sanções. Seu governo foi obrigado
a devolver a Alsácia e a Lorena à França, suas
colônias passaram para as mãos dos
vencedores e suas forças armadas sofreram
importantes restrições: não poderiam
ultrapassar mais de 100 mil homens nem
poderiam ter armamentos estratégicos, como
canhões e submarinos. Além disso, o governo
alemão teve de pagar uma indenização de 132
milhões de marcos aos países vencedores.
ACORDOS DE PAZ
76. • Por proposta do presidente norte-americano
Woodrow Wilson, em 1920 foi criada a Liga
das Nações, associação de vários países com
sede em Genebra, na Suíça, destinada a
garantir a paz e a segurança mundial.
ACORDOS DE PAZ
77. A guerra de 1914-1918 deixou a economia alemã
arrasada. Já para os norte-americanos, ela trouxe
vantagens econômicas importantes. Durante o
período em que se mantiveram neutros, eles
obtiveram lucros enormes com a venda de armas e
alimentos aos governos dos países envolvidos no
conflito. Ao mesmo tempo, fizeram vultosos
empréstimos aos governos da França e da
Inglaterra. Dessa forma, ao terminar a guerra, os
Estados Unidos haviam se transformado na maior
potência econômica do mundo, passando a ocupar
o posto que até então pertencera à Inglaterra.
78. Os aviões foram utilizados pela primeira vez com
fins militares durante a Primeira Guerra.
• A Primeira Guerra Mundial foi uma mistura de
tecnologia do século XX com tácticas do século XIX. A
guerra química e o bombardeamento aéreo foram
utilizados pela primeira vez em massa nessa guerra.
79. .• A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de
mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas,
destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos
econômicos.
80. Fim do conflito
• Em 1917 ocorreu um fato
histórico de extrema
importância : a entrada dos
Estados Unidos no conflito.
Os EUA entraram ao lado
da Tríplice Entente, pois
havia acordos comerciais a
defender, principalmente
com Inglaterra e França.
81. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os
países da Aliança a assinarem a rendição.
Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de
Versalhes que impunha a estes países fortes restrições
e punições.
A Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria
bélica controlada, perdeu a região do corredor
polonês, teve que devolver à França a região da
Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da
guerra dos países vencedores.
82. O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha,
influenciando o início da Segunda Guerra Mundial.
83. Na Europa Central os novos estados Tchecoslováquia,
Finlândia, Látvia, Lituânia, Estônia e Iugoslávia
"nasceram" depois da guerra e os estados da Áustria,
Hungria e Polônia foram redefinidos
84. A Europa e seus novos países ao final da
1ª Guerra
85. • Isolamento político norte-americano
• Crise econômica e perda de liderança mundial dos países
europeus.
• Expansão da economia norte-americana.
• Declínio do liberalismo e ascensão dos regimes autoritários de
direita
• Conquista sociais e políticas, leis trabalhistas, sufrágio universal
• Criação da liga das nações (SDN) (Paz)
Ao final da guerra o mundo
presenciou:
86. A Europa e seus novos países ao final da 1ª Guerra
- Fim do Império Russo que se divide em Rússia Soviética, Finlândia, Estônia,
Letônia, Lituânia e Polônia.
- Alemanha derrotada, Itália vencedora, mas com graves problemas sociais e
econômicos. Tudo isso cria um ambiente favorável à eclosão da II Guerra Mundial.
Entre 1880 e 1940, o mundo foi dividido em territórios sob governo direto ou
indireto entre países industrializados. A economia alcançou a segunda globalização, na
qual países de todos os continentes participavam da troca de bens e serviços.
A Guerra custou a vida de 10 milhões de homens, deixou mais de 3 milhões
incapacitados e desestabilizou o equilíbrio normal entre os sexos e as faixas etárias.
87. A Sociedade das Nações
A Sociedade das Nações (SDN), fundada em 1919,
começou por agrupar 32 dos países vencedores da
guerra. O principal objetivo da Sociedade das Nações
era manter a paz do mundo. Apesar dos esforços
feitos para defender a paz, a SDN não conseguiria
atingir esse objetivo.
88.
89. 1. A ausência de confrontos diretos envolvendo as nações europeias logo após a Guerra
Franco-
-Prussiana não significou o fim das tensões entre os países do continente. Por que esse
período ficou conhecido por “paz armada”?
2. O nacionalismo contribuiu para aumentar as rivalidades entre as nações no período que
antecedeu a Primeira Guerra Mundial. Destaque os principais aspectos motivadores
desse movimento nacionalista em território europeu.
3. No período da “paz armada” muitos conflitos entre as nações europeias foram evitados
por meio da formação de alianças militares. Como foram compostas essas alianças?
4. Que relação pode ser estabelecida entre o desenvolvimento tecnológico ocorrido a
partir
da segunda metade do século XIX e a Primeira Guerra Mundial?
5. Durante os quatro anos que durou a Primeira Guerra Mundial, o conflito passou por
diferentes fases. Elabore um resumo explicando as principais características das táticas
empregadas em cada uma dessas fases da guerra.
6. A Primeira Guerra acabou por influenciar novas formas de participação da mulher na
sociedade europeia. Como se podem explicar essas mudanças sociais, com relação ao
conflito?
7. A entrada dos Estados Unidos no conflito foi decisiva para a derrota da Tríplice Aliança.
Qual foi o impacto da Primeira Guerra Mundial para a economia norte-americana?
8. O Tratado de Versalhes, assinado em junho de 1919, foi um dos principais acordos
firmados entre as nações participantes da Primeira Guerra. Destaque algumas das
medidas que evidenciam as severas sanções à Alemanha.