O documento discute o imperialismo no século XIX. Ele define imperialismo como o domínio político, cultural e econômico de países poderosos sobre nações mais fracas. Detalha as formas de imperialismo europeu na África e Ásia no período, incluindo a partilha da África na Conferência de Berlim em 1884-1885. Também discute o crescimento do imperialismo dos Estados Unidos na América Latina no final do século XIX.
3. CONCEITO
•Podemos entender o Imperialismo como uma
prática de domínio político e influência cultural e
econômica de países poderosos sobre nações mais
fracas.
•Esse termo, na verdade, surgiu na segunda
metade do século XIX (segundo N. Bobbio) para
caracterizar o domínio inglês sobre suas colônias e
criar uma sentimento de unidade. Costuma-se
confundir com Colonialismo, mas este é, na
verdade, uma fase do Imperialismo.
4. CONTEXTO HISTÓRICO
• Na segunda metade do século XIX, países europeus
como Inglaterra, a França, a Bélgica e a Alemanha,
eram considerados grandes potências industriais.
• Na América, eram os Estados Unidos quem
apresentavam um grande desenvolvimento no
campo industrial. Na Ásia, O Japão também
despontava como potência regional.
• Todos estes países exerceram atitudes imperialistas,
pois estavam interessados em formar grandes
impérios econômicos, levando suas áreas de
influência para outros continentes.
5. CONTEXTO HISTÓRICO
•Expansão da maquinofatura, com o
desenvolvimento de máquinas cada vez mais
autônomas. Desemprego estrutural.
•Desenvolvimento de meios de comunicação e de
transporte mais velozes (telégrafo, telefone,
ferrovias e navios à vapor) e de entretenimento em
massa (cinema e rádio).
6. COLONIALISMO/NEOCOLONIALISMO
• COLONIALISMO:
– Capitalismo Comercial
(mercantilismo);
– Objetivos: especiarias,
produtos tropicais e
metais preciosos;
– Continente Americano;
– Expansão impulsionada
pelo Estado;
• NEOCOLONIALISMO:
• Capitalismo industrial e
financeiro;
• Objetivos: mercados
consumidores de manufaturas e
fornecedores de matérias-
primas; busca de colônias para
excedente populacional
europeu; áreas de investimento
de capitais e áreas estratégicas
para proteção do comércio
marítimo.
• Continente africano, Asiático e
Oceania;
• Expansão impulsionada pela
burguesia europeia
8. PRINCIPAIS CAUSAS
•Busca por novos mercados consumidores;
•Busca por novos fornecedores de matéria prima e
fontes de energia;
•Busca por áreas influência econômica, política e
cultural;
•Busca por áreas estratégico-militares e para
escoar o excedente de capital e populacional.
9. “O FARDO DO HOMEM BRANCO”
• O literato inglês Rudyard Kipling (1865-1936)
forneceu amplo material de apoio ao imperialismo
de seu país. Para ele a Inglaterra podia suportar
como nenhuma outra nação “o fardo do homem
branco”; em sua obra , The White man’s burden,
destaca o dever à filantropia da ação colonizadora
inglesa, como se constata nos versos:
10. RUDYARD KIPLING
Assumi o fardo do homem branco
Enviai os melhores dos vossos filhos
Condenai vossos filhos ao exílio
Para que sejam os servidores de seus
Cativos.
11. O FARDO DO HOMEM BRANCO
• Esta propaganda de
sabão usa o tema do
"Fardo do Homem
Branco" para
encorajar pessoas
brancas a ensinar
noções de higiene a
membros de outras
raças.
12. O DARWINISMO SOCIAL
• O imperialismo do século XIX, permeado pelo
ideal da supremacia econômica e cultural,
formulou o mito da superioridade racial,
incluindo concepções pseudo-científicas que
enalteciam os brancos e a exploração
imperialista. Por esse motivo destacou-se a
doutrina racista do filósofo inglês H. Spencer,
conhecida como “Darwinismo Social”.
13. O DARWINISMO SOCIAL
• Segundo Spencer, a Teoria da Evolução de
Darwin, podia ser perfeitamente aplicada à
evolução da sociedade:assim como existia
uma seleção natural entre as espécies, com o
predomínio dos animais e plantas mais
capazes, ela existia também na sociedade:
14. O DARWINISMO SOCIAL
“A luta pela sobrevivência entre os animais
correspondia à concorrência capitalista;a seleção
natural não era mais nada além da livre troca dos
produtos entre os homens;
a sobrevivência do mais capaz, do mais forte era
demonstrada pela forma criativa dos gigantes da
indústria, que engoliam os competidores mais fracos,
em seu caminho para o enriquecimento.”
15. • DIRETA
– Com agentes metropolitanos ocupando os principais cargos
governamentais.
– Ex: Inglaterra na Índia.
• INDIRETA
– Aliança com elites locais, mantendo uma aparente
independência política.
– Ex: EUA na América Central
• IMPERIALISMO NA ÁFRICA
– Início: segunda metade do século XIX
– Ponto máximo: “Conferência de Berlim
– Objetivo: delimitar fronteiras coloniais e normas a serem
seguidas pelas potências colonizadoras.
FORMAS DE DOMINAÇÃO
16. IMPERIALISMO
INGLÊS NA ÁFRICA
• CANAL SUEZ
– controle acionário:
França e Egito;
– 1875: Inglaterra compra
as ações do Egito
– 1904: franceses
abandonam o Egito em
troca de auxílio inglês
para conquista do
Marrocos.
• GUERRA DOS BÔERES (1899-
1902)
– Colonos holandeses
fundam as Repúblicas de
Transvaal e Orange;
– Conflito inicia quando se
descobre diamantes na
região de Joanesburgo, no
Transvaal;
– Resultado: 1902 Inglaterra
vitoriosa anexa as
Repúblicas às colônias do
Cabo e Natal/ União Sul-
Africana
19. IMPERIALISMO
FRANCÊS NA ÁFRICA
•Presente na África ainda na época de Napoleão,
intensificaram a dominação por volta de 1830. A França
dominava as seguintes regiões do continente:
– Argélia;
– Tunísia;
– Marrocos;
– Sudão ;
– Madagascar;
– Somália francesa.
20. OUTROS PAÍSES EUROPEUS NA ÁFRICA
• Alemanha: Camerun (atual República dos
Camarões),Togo, Sudoeste e Oriente da África;
• Itália: litoral da Líbia, Eritréia, Somália,
“Abissínia/Etiópia” são derrotados;
• Bélgica: Congo (propriedade pessoal do rei);
• Portugal: Angola, Moçambique, Guiné Bissau e Cabo
Verde;
• Espanha: Rio do Ouro(Gâmbia)
23. A PARTILHA DA ÁFRICA
Entre novembro de 1884 e
fevereiro de 1885 foi
realizado o Congresso de
Berlim. Neste encontro, os
países europeus
imperialistas organizaram e
estabeleceram regras para a
exploração da África. Na
divisão territorial que
fizeram, a cultura e as
diferenças étnicas dos
povos africanos não foram
respeitadas.
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26. IMPERIALISMO NA ÁSIA
• ÍNDIA:
– 1498: chegada dos portugueses com Vasco da Gama;
– 1763: a vitória da Inglaterra na “Guerra dos Sete Anos
(1756/1763)” resulta no predomínio inglês sobre o
território;
– 1848: intensificação do controle com a imposição de uma
administração britânica:
• Construção de estradas;
• Organização de missões políticas e religiosas;
• Ruína da economia tradicional (voltada para subsistência e
indústria manufatureira);
27. IMPERIALISMO NA ÁSIA
• 1857: Guerra dos Cipaios (indianos derrotados
passam a condição de colônia britânica)
• 1876: Ministro Disraeli transforma a Índia em área do
Império, sendo a rainha Vitória coroada como
“Imperatriz da Índia”.
• Outras regiões colonizadas pela Inglaterra: Tibete,
Afeganistão, Austrália e ilhas vizinhas;
• 1900: Inglaterra é o maior Império do mundo.
28. IMPERIALISMO NA ÁSIA
• JAPÃO:
– Até 1542: isolado do Ocidente;
– Grandes Navegações: Portugal e Espanha enviam
missões jesuíticas;
– 1616: extermínio de 37 mil cristãos japoneses e
retorno ao isolamento por mais dois séculos;
– 1648: fecha seus portos aos estrangeiros e
organiza-se sob uma estrutura feudal;
29. IMPERIALISMO NA ÁSIA
– 1854: EUA força abertura dos portos japoneses ao comércio
mundial:
• Estratégia: acordo com o clã do Xogunato (família
Tokugawa) que possuía comando político do país;
• Início da europeização do Japão, este sujeitando-se ao
Ocidente;
• Oposição ao Xogunato se organiza: clãs rivais unidos ao
Imperador se revoltam e voltam centralizar o poder
(Império);
• Período denominado por “Era Meiji” (industrialização e
modernização) que resulta no início do IMPERIALISMO
japonês (Ex: guerra contra a China (1894) e contra a Rússia(
1904).
30. IMPERIALISMO NA ÁSIA
• CHINA:
– Meados do séc XIX: essencialmente
• Essencialmente agrícola
• Governo imperial em constantes crises
• 400 milhões de trabalhadores
– 1841: Guerra do Ópio
• Motivo: em 1839 chineses derramam ao mar 20 mil
caixa de ópio dos britânicos (Inglaterra exige
indenização que não é paga);
31. IMPERIALISMO NA ÁSIA
• Resultado:
– derrota chinesa com assinatura do “Tratado de
Nanquin”;
– Tratado de Nanquin:
• Obrigação de abrir 5 portos ao livre comércio;
• Forçada a abolir o sistema de fiscalização;
• Hong Kong é entregue à Inglaterra(devolvida em 1997).
32. IMPERIALISMO NA ÁSIA
• 1851: “Revolta de Taiping”
– Revolta camponesa com apoio da cidade;
– Sufocada em 1864.
• 1900:Guerra dos Boxers (“punhos fechados”)
– nacionalistas radicais que buscam libertar o país da
dominação estrangeira;
– Resultado: reprimidos internacionalmente pela “Força
Expedicionária” (ingleses, franceses, alemães, russos,
japoneses e estadunidenses)
– Derrota da China que é obrigada a reconhecer todas as
concessões já realizadas às potências estrangeiras.
33. IMPERIALISMO NA ÁSIA
• 1911: Fundação do Partido Kuomitang
(nacionalismo chinês:
– Fim da monarquia e proclamação da República;
– Não obtenção de desenvolvimento autônomo, o
que só irá ocorrer em 1949 com a REVOLUÇÃO
CHINESA.
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35. PENÍNSULA DA INDOCHINA
• Meados do século XIX:
– Penetração francesa no sudeste asiático;
– Ocupação do Vietnã por missionários franceses e
após por soldados de Napoleão III
– 1863: submetem Laos e Camboja;
– 1887: Criação da União Indochinesa (a qual só irá
se libertar em meados do séc XX).
36. RESULTADO DO IMPERIALISMO
• Metrópoles
imperialistas:
– Lucros e intensificação
do desenvolvimento;
– Solução parcial para
crise (de mercado, de
superpopulação...)
– Amenizou lutas sociais
internas (classe
operária)...
• Mundo colonizado:
– Desestruturação
econômica, política, social
e cultural;
– Fomes, lutas nacionalistas;
– Segregação racial e social...
CONDUZIU O MUNDO A 1ª
GUERRA MUNDIAL.
37. IMPERIALISMO DOS EUA
•1823 – Doutrina Monroe – “América para os
americanos”: necessidade de impedir o avanço
europeu sobre o continente americano.
•Destino Manifesto – crença da predestinação dos
EUA em ocupar e colonizar as terras que iam até o
Pacífico, levando os valores morais, religiosos e
civilizadores.
•Crescimento territorial através da compra de
territórios de potências europeias, guerra contra o
México e expropriação de terras indígenas.
40. IMPERIALISMO DOS EUA
•A Guerra de Secessão (1860-1865) foi
determinante para o crescimento do país, pois o
Norte venceu e “impôs” sua industrialização sobre
o Sul.
•Crescimento econômico e populacional
(imigrantes) – necessidade de novas áreas de
influência.
•“Big Stick” - criado por Theodore Roosevelt, dava
o direito aos EUA de intervir onde seus interesses e
de seus cidadãos estivessem ameaçados.
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42. A GUERRA HISPANO AMERICANA
•Cuba era a principal colônia da Espanha no Caribe,
mas sua economia açucareira era, em parte,
dominada por americanos.
•Guerra de Independência Cubana (1895-1898),
causando violência e desordens que ameaçavam os
negócios americanos na ilha
• Em abril de 1898, os EUA reconheceram a
independência de Cuba e afirmaram que não tinham
interesse em anexar a ilha, entrando, em seguida, em
guerra contra a Espanha.
•Os Estados Unidos venceram a guerra e anexaram as
Filipinas, Guam e Porto Rico
43. •Os norte-americanos não cumpriram os acordos feitos
com os cubanos durante o processo de independência e
ocuparam Cuba de 1898 até1902.
•Emenda Platt (1901) na constituição cubana: Os EUA
tinham o direito de intervenção militar no país (emenda
abolida em 1934)
• A independência oficial de Cuba ocorreu em 1902,
mas a ilha, na prática, virou uma "semicolônia" dos EUA,
que ampliaram o domínio sobre a economia cubana.
•Tratado Cubano-Americano: Os EUA arrendaram em
caráter perpétuo a base militar
de Guantánamo (controlada até hoje pelos americanos)
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47. A QUESTÃO DO PANAMÁ
•O Panamá era território da Colômbia, com grande
importância estratégica: local ideal para a construção de um
canal ligando o Atlântico ao Pacífico
•Intervenção no Panamá (1903-1904): EUA incentivam a
independência do Panamá (território da Colômbia) para
construir e controlar o Canal do Panamá.
•Através de um tratado de 1904 o Panamá concedeu aos EUA
um território para a construção do canal (a Zona do Canal)
que ficaria sob controle americano em troca de um
arrendamento perpétuo.
•O Panamá transformou-se em um protetorado dos EUA. O
Canal do Panamá foi construído em 1907-1914 e a Zona do
Canal virou, na prática, uma colônia americana (até 1999).
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49. O HAVAÍ
•O arquipélago havaiano era povoado por polinésios,
sendo que a região era governada por vários chefes
polinésios locais, até 1810, quando Kamehameha
I centralizou o governo do arquipélago, e instituiu
uma monarquia.
•O Havaí é o único Estado americano cujos nativos
utilizaram-se da monarquia como forma de governo.
•Em 1820, chegada de missionários protestantes norte
americanos – conversão dos havaianos, formalização
do idioma e fundação de escolas.
• Com o crescimento da influência estrangeira, o rei
Kamehameha II proibiu o cristianismo e sofreu pressão
francesa e norte americana.
50. O HAVAÍ
•Em 1884, os EUA construíram a base naval de Pearl
Harbor. Insatisfação dos havaianos com o poder
real.
•Em 1893, tropas norte-americanas e paramiliatres
invadiram o Havai e depuseram a rainha.
•Em 1894, o arquipélago tornou-se uma república, e
quatro anos depois, em 1898, foi invadido
militarmente e anexado pelos Estados Unidos,
tornando-se um território americano em 1900.