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“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”.
(Mateus, cap. V, v 8)
“A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui
toda ideia de egoísmo e de orgulho. Por isso é que Jesus toma a infância como
emblema dessa pureza, do mesmo modo que a tomou como o da humildade”.
O início do messianismo de Jesus foi marcado pelo Sermão da Montanha, que
é considerado uma das declarações mais bonitas de todo o Seu ensino. Nessa
pregação Ele estabeleceu qual é a relação de causa e efeito na vida espiritual.
Basicamente, estabeleceu que há uma íntima relação entre limpeza de coração
e percepção de Deus.
Há um ditado que diz: “Quem vê cara não vê coração!” Isto nos parece uma
realidade, pois, nos templos bíblicos, os judeus eram tão meticulosos quanto à
limpeza cerimonial, e suas regras eram extremamente rígidas.
Tinham o espírito preocupado com as restrições e com o temor da
contaminação exterior, porém, não percebiam a mancha do egoísmo e da
malícia que tomava conta deles.
Ao longo de Seu ensino, Jesus se opôs diretamente ao estilo de vida desse
grupo religioso de Sua época, os fariseus. Os fariseus procuravam ter um
grande zelo pelas leis de Deus. O problema é que eles entendiam e aplicavam
estas leis de forma equivocada na vida deles e na vida do povo. Usavam as leis
como forma de exaltação pessoal. Subjugavam os mais humildes e menos
favorecidos na sociedade. Tinham muito orgulho de si mesmos e se viam
como superiores aos outros. Com relação à pureza de coração, eles
supervalorizavam seu aspecto externo, atentando para os ritos e cerimônias de
purificação. Mas a pureza para eles era algo meramente externo.
O que importava para eles era a aparência de santidade, e não a santidade
íntima, interior, que flui de um coração puro, limpo.
No coração deles havia orgulho, maldade e hipocrisia. Na Sua fala, Jesus não
mencionou a pureza cerimonial como uma das condições de se entrar em Seu
reino, indicou apenas a pureza de coração. Ao repreender os fariseus, o Cristo
chama nossa atenção para que não enveredemos pelo caminho errado deles.
No Sermão da Montanha, o Mestre anuncia o caráter e a qualidade espiritual
do reino que Ele estabeleceria aqui na Terra. Nele, Jesus enunciou uma série
de Bem-aventuranças, e uma delas, a sexta, se refere aos limpos de coração.
A pureza de coração requerida pelo Cristo se evidencia no nosso
relacionamento de amor com Deus e com o nosso próximo. Ela é incompatível
com a pureza meramente externa.
Nessa passagem, o Rabi da Galileia está falando de uma limpeza interior, de
uma consciência pura, que só os pobres de espírito têm o privilégio de
conseguir ter. Assim como há a necessidade da higiene do corpo, para que
funcione de maneira satisfatória, com mais forte razão faz-se preciso a higiene
do coração, para que o Espírito progrida. Ser limpo de coração não é outra
coisa senão ser íntegro, livre da tirania do “Eu” possessivo, e não ficar
tentando servir a Deus e ao mundo ao mesmo tempo. É renunciar ao orgulho e
ao egoísmo, com toda a sua prole malfazeja. Os limpos de coração não estão
manchados pela nódoa da mágoa, do ódio, do rancor, do ressentimento, da
vingança, ou qualquer outro sentimento negativo. Os limpos de coração não
tocam trombeta quando fazem caridade, nem oram em pé nas praças para
serem vistos.
Para ser puro de coração, o ser tem que se despojar de sua personalidade
equivocada que construiu ao longo dos milênios, formando uma imagem
supervalorizada para esconder a sua própria realidade espiritual.
Na verdade, a pureza de coração não indica, no pensamento de Jesus, uma
virtude particular, mas uma qualidade que deve acompanhar todas as virtudes,
a fim de que elas sejam de verdade. É preciso limpar o coração para nos
tornarmos capazes de ver a Deus. Sem sombra de dúvida, todos nós
atingiremos essa patamar. Porém, para isso é imperioso viver milhares de
vidas, neste e em outros mundos. Os cristãos que procuram a limpeza de
coração percebem a mão de Deus até nas provações da vida. A limpeza de
coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Ninguém há de coração
sujo que tenha olhos abertos para o supremo artífice de todas as coisas.
Às vezes vemos a prática de alguns comportamentos que parecem ser puros,
mas no fundo esta pureza exterior pode ser apenas aparente, mascarando
nossas verdadeiras intenções, mas Deus não vê a aparência, e sim o coração.
Jesus condenou a hipocrisia dos fariseus que mantinham uma santidade
exterior, mas eram impuros por dentro. Limpavam o exterior do copo, mas
havia sujeira dentro. Eram como sepulcros caiados (Mateus 23:25, 27). Os
fariseus eram bons apenas na aparência. Por isso Jesus disse: “Se a vossa
justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no
Reino dos céus” (Mateus 5:20). Bem-aventurados os que pelo esforço que
fazem para conservar a própria pureza dos sentimentos desenvolvem cada vez
mais a sensibilidade de sintonia com o bem, com a verdade e com a paz.
Os limpos de coração são pessoas que possuem algo diferente das demais, algo
único, que faz toda a diferença em suas vidas.
Muita paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo
o Espiritismo. Nova página: Espiritismo com humor.

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Limpeza do coração

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  • 2. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”. (Mateus, cap. V, v 8) “A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui toda ideia de egoísmo e de orgulho. Por isso é que Jesus toma a infância como emblema dessa pureza, do mesmo modo que a tomou como o da humildade”. O início do messianismo de Jesus foi marcado pelo Sermão da Montanha, que é considerado uma das declarações mais bonitas de todo o Seu ensino. Nessa pregação Ele estabeleceu qual é a relação de causa e efeito na vida espiritual. Basicamente, estabeleceu que há uma íntima relação entre limpeza de coração e percepção de Deus. Há um ditado que diz: “Quem vê cara não vê coração!” Isto nos parece uma realidade, pois, nos templos bíblicos, os judeus eram tão meticulosos quanto à limpeza cerimonial, e suas regras eram extremamente rígidas.
  • 3. Tinham o espírito preocupado com as restrições e com o temor da contaminação exterior, porém, não percebiam a mancha do egoísmo e da malícia que tomava conta deles. Ao longo de Seu ensino, Jesus se opôs diretamente ao estilo de vida desse grupo religioso de Sua época, os fariseus. Os fariseus procuravam ter um grande zelo pelas leis de Deus. O problema é que eles entendiam e aplicavam estas leis de forma equivocada na vida deles e na vida do povo. Usavam as leis como forma de exaltação pessoal. Subjugavam os mais humildes e menos favorecidos na sociedade. Tinham muito orgulho de si mesmos e se viam como superiores aos outros. Com relação à pureza de coração, eles supervalorizavam seu aspecto externo, atentando para os ritos e cerimônias de purificação. Mas a pureza para eles era algo meramente externo.
  • 4. O que importava para eles era a aparência de santidade, e não a santidade íntima, interior, que flui de um coração puro, limpo. No coração deles havia orgulho, maldade e hipocrisia. Na Sua fala, Jesus não mencionou a pureza cerimonial como uma das condições de se entrar em Seu reino, indicou apenas a pureza de coração. Ao repreender os fariseus, o Cristo chama nossa atenção para que não enveredemos pelo caminho errado deles. No Sermão da Montanha, o Mestre anuncia o caráter e a qualidade espiritual do reino que Ele estabeleceria aqui na Terra. Nele, Jesus enunciou uma série de Bem-aventuranças, e uma delas, a sexta, se refere aos limpos de coração. A pureza de coração requerida pelo Cristo se evidencia no nosso relacionamento de amor com Deus e com o nosso próximo. Ela é incompatível com a pureza meramente externa.
  • 5. Nessa passagem, o Rabi da Galileia está falando de uma limpeza interior, de uma consciência pura, que só os pobres de espírito têm o privilégio de conseguir ter. Assim como há a necessidade da higiene do corpo, para que funcione de maneira satisfatória, com mais forte razão faz-se preciso a higiene do coração, para que o Espírito progrida. Ser limpo de coração não é outra coisa senão ser íntegro, livre da tirania do “Eu” possessivo, e não ficar tentando servir a Deus e ao mundo ao mesmo tempo. É renunciar ao orgulho e ao egoísmo, com toda a sua prole malfazeja. Os limpos de coração não estão manchados pela nódoa da mágoa, do ódio, do rancor, do ressentimento, da vingança, ou qualquer outro sentimento negativo. Os limpos de coração não tocam trombeta quando fazem caridade, nem oram em pé nas praças para serem vistos.
  • 6. Para ser puro de coração, o ser tem que se despojar de sua personalidade equivocada que construiu ao longo dos milênios, formando uma imagem supervalorizada para esconder a sua própria realidade espiritual. Na verdade, a pureza de coração não indica, no pensamento de Jesus, uma virtude particular, mas uma qualidade que deve acompanhar todas as virtudes, a fim de que elas sejam de verdade. É preciso limpar o coração para nos tornarmos capazes de ver a Deus. Sem sombra de dúvida, todos nós atingiremos essa patamar. Porém, para isso é imperioso viver milhares de vidas, neste e em outros mundos. Os cristãos que procuram a limpeza de coração percebem a mão de Deus até nas provações da vida. A limpeza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Ninguém há de coração sujo que tenha olhos abertos para o supremo artífice de todas as coisas.
  • 7. Às vezes vemos a prática de alguns comportamentos que parecem ser puros, mas no fundo esta pureza exterior pode ser apenas aparente, mascarando nossas verdadeiras intenções, mas Deus não vê a aparência, e sim o coração. Jesus condenou a hipocrisia dos fariseus que mantinham uma santidade exterior, mas eram impuros por dentro. Limpavam o exterior do copo, mas havia sujeira dentro. Eram como sepulcros caiados (Mateus 23:25, 27). Os fariseus eram bons apenas na aparência. Por isso Jesus disse: “Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no Reino dos céus” (Mateus 5:20). Bem-aventurados os que pelo esforço que fazem para conservar a própria pureza dos sentimentos desenvolvem cada vez mais a sensibilidade de sintonia com o bem, com a verdade e com a paz.
  • 8. Os limpos de coração são pessoas que possuem algo diferente das demais, algo único, que faz toda a diferença em suas vidas. Muita paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Nova página: Espiritismo com humor.