Este documento discute o posicionamento do paciente cirúrgico, definindo os diferentes tipos de posições cirúrgicas, seus objetivos, vantagens e desvantagens. Também aborda diagnósticos e cuidados de enfermagem relevantes para cada posição, incluindo o uso de superfícies especiais para prevenir lesões por pressão.
1. Universidade Federal de Sergipe
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Mestrado Em Enfermagem
São Cristóvão – SE
2019
POSICIONAMENTO DO PACIENTE
CIRÚRGICO
Mestrandas:
Gleyce Kelly de Brito Brasileiro Santos
Leila Cristina Oliveira Santos
Tamara Olímpio Prado
2. AO FINAL DESTA AULA VOCÊ SABERÁ:
• Distinguir as diferentes posições cirúrgicas;
• Identificar os danos causados pelo mau
posicionamento do paciente na mesa
operatória;
• Levantar diagnósticos de enfermagem e
fatores associados aplicáveis ao
posicionamento do paciente no
Intraoperatório;
3. AO FINAL DESTA AULA VOCÊ SABERÁ:
• Traçar um plano de cuidados individualizado
para assistência durante o posicionamento
cirúrgico;
• Reconhecer recursos de proteção e segurança
para utilização durante o posicionamento
cirúrgico.
4. Realizar o posicionamento correto para uma
intervenção cirúrgica é uma arte, uma
ciência.
Anatomia PatologiasFisiologia
POSICIONAMENTO DO PACIENTE CIRÚRGICO
Cirurgia Recursos de proteção e segurança
5. CONCEITO
A posição cirúrgica é aquela na qual o paciente é
colocado, depois de anestesiado, para que possa ser
submetido ao procedimento cirúrgico.
7. METAS
Exposição e acesso
ótimos ao sítio
cirúrgico
Acesso para
anestesia e
monitoramento
Visibilidade e
permeabilidade de
dispositivos e
equipamentos
Manter dignidade e
privacidade
Manter alinhamento
corporal sem
comprometer os
sistemas
8. ASSISTÊNCIA DURANTE O POSICIONAMENTO
Assistência Individualizada
Visita pré-
operatória
Identificação
dos riscos
Previsão de
dispositivos/superfí
cies de suporte
Avaliação
contínua
REGISTRAR!
9. IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS
INTRÍNSECOS
Peso/Altura
Condição da pele
Estado nutricional
Doenças preexistentes
Limitações físicas
Órteses/próteses
EXTRÍNSECOS
Tipo de anestesia
Tempo cirúrgico
Posição requerida
Suportes necessários
10. ESCOLHA DA POSIÇÃO CIRÚRGICA
Quem é o responsável
pela escolha da posição
cirúrgica?
13. TIPOS DE POSIÇÃO CIRÚRGICA
Decúbito dorsal/
supina
Trendelenburg
Trendelenburg
reversa/Proclive
Fowler/Sentada
Litototômica/
Ginecológica
Prona/Decúbito ventral
Canivete/Kraske/
Depage/Jackknife
Decúbito lateral
14. Decúbito dorsal/Supina
KKKLLLLL
O dorso do paciente e a coluna
vertebral estão repousando na
superfície do colchão da mesa
operatória;
MMSSII estendidos ao longo da
mesa.
16. Decúbito dorsal/Supina
Permite a abordagem das
grandes cavidades do corpo,
extremidades e períneo
Posição mais natural do
corpo em repouso
Alopécia
LPP
Dor/Lombalgia
Lesão de nervos radial e ulnar
Função cardíaca e respiratória
comprometidas
Hipotensão postural
Vantagens Desvantagens
18. Diagnósticos de Enfermagem voltados à Posição
Decúbito Dorsal/Supina
Risco de quedas
Risco de lesão por posicionamento perioperatório
Risco de disfunção neurovascular periférica
Risco de débito cardíaco diminuído
19. Cuidados na Posição Supina
Utilizar
redutores de
pressão
Fixar cabeça
Manter
alinhamento
corporal
20. Cuidados na Posição Supina
Manter pés
flutuantes
Usar braçadeira
Angulação 90°
Fixar pernas e
braços
24. Posição de Trendelenburg
Acesso ao abdome inferior e
órgãos pélvicos
Promove melhora da
hipotensão
Lesão do plexo braquial
Compressão costoclavicular
Elevação da PA
Desequilíbrio ventilação/perfusão
Sobrecarga da bomba cardíaca
Elevação da PIC
DesvantagensVantagens
25. Diagnósticos de Enfermagem voltados à Posição
Trendelenburg
Risco de quedas
Risco de lesão por posicionamento perioperatório
Risco de disfunção neurovascular periférica
26. Cuidados na Posição Trendelenburg
Utilizar
redutores de
pressão
Utilizar ombreira
Utilizar faixas de
segurança
27. Cuidados na Posição Trendelenburg
Manter pés
flutuantes
Usar apoio para
os pés
Voltar à posição
normal devagar
31. Melhor acesso à
cabeça e pescoço
Expansibilidade
pulmonar
Hipotensão
postural
Trendelenburg Reversa/Proclive
32. Diagnósticos de Enfermagem voltados à Posição
Trendenlenburg Reversa/Proclive
Risco de quedas
Risco de lesão por posicionamento perioperatório
Risco de disfunção neurovascular periférica
Risco de pressão arterial instável
33. Utilização de
meias elásticas
Faixas de
contenção em
região perineal e
em MMII
Apoio para os
pés
Superfície de
suporte sob
joelhos
Trendelenburg Reversa/Proclive
37. Diagnósticos de Enfermagem voltados à Posição
Fowler/Sentada
Risco de quedas
Risco de lesão por posicionamento perioperatório
Risco de disfunção neurovascular periférica
Risco de débito cardíaco diminuído
Risco de perfusão tissular cerebral ineficaz
38. Suporte de cabeça
Faixas largas não
compressivas em
membros e tronco
Superfícies de
suporte em dorso,
braços e nádegas
Alívio para os
calcâneos e suporte
para os pés
Fowler/Sentada
41. Litotômica/Ginecológica
Favorece o acesso à região
perineal
Lesões por pressão em regiões lombar e
sacral
Lesão de nervos nas regiões do joelho, pelve
e pernas
Síndrome compartimental
42. Diagnósticos de Enfermagem voltados à Posição
Litotômica/Ginecológica
Risco de quedas
Risco de lesão por posicionamento perioperatório
Risco de disfunção neurovascular periférica
Risco de tromboembolismo venoso
45. Prona/Decúbito Ventral
• Abdome em contato com a mesa cirúrgica
sobre uma superfície de apoio, com braços
apoiados sobre braçadeiras ou localizados
sobre o corpo.
46.
47. Prona/Decúbito
Ventral
• Cirurgias na coluna
vertebral
• Neurocirurgias em
fossa posterior
• Cirurgias de cisto
pilonidal
• Cirurgias de
calcâneos
• Cirurgias vasculares
• Cirurgias plásticas
48. Prona/Decúbito Ventral
Vantagens
• Acesso ao dorso
Desvantagens
• Dor severa em mandíbula
• Lesão de córnea ou até cegueira
• Comprometimento da ventilação
• Lesão de nervos cervical, radial e ulnar
• Lesão das mamas, rupturas de próteses mamárias
• Edema em genitália externa dos homens
49. Diagnósticos de Enfermagem voltados à Posição
Prona/Decúbito Ventral
Risco de quedas
Risco de lesão por posicionamento perioperatório
Risco de disfunção neurovascular periférica
Risco de lesão de córnea
50. Prona/Decúbito Ventral
Suporte para a face
Lubrificação e proteção
dos olhos
Suportes para regiões de
linha axilar e tórax,
mamas, MMII e pés
54. Kraske/Canivete/Jackknife/Depage
Vantagens
• Acesso à região anal
Desvantagens
• Dor severa em mandíbula
• Lesão de córnea ou até cegueira
• Comprometimento da ventilação
• Lesão de nervos cervical, radial e ulnar
• Lesão das mamas, rupturas de próteses mamárias
• Edema em genitália externa dos homens
• LP em crista ilíaca
55. Diagnósticos de Enfermagem voltados à Posição
Kraske/Canivete/Jackknife/Depage
Risco de quedas
Risco de lesão por posicionamento perioperatório
Risco de disfunção neurovascular periférica
Risco de lesão de córnea
58. Posição Lateral
• Um dos lados do corpo é posicionado em
contato com a mesa enquanto o outro fica
voltado para o teto.
• Lateral renal – inclinação da mesa
• Posição de Sims – decúbito lateral
esquerdo
59. Posição Lateral
• O braço do lado que está em contato
com a mesa é apoiado numa braçadeira
e o outro fica paralelo a este.
• As pernas ficam separadas por coxins ou
travesseiros.
61. Posição Lateral
Vantagens
• Acesso às áreas retroperitoneal
e renal
Desvantagens
• Comprometimento do pulmão inferior
• Paresia, dor, parestesia de MMSS
• Lesão de nervo fibular
• Diminuição da perfusão periférica
• Síndrome compartimental
62. Diagnósticos de Enfermagem voltados à Posição Lateral
Risco de quedas
Risco de lesão por posicionamento perioperatório
Risco de disfunção neurovascular periférica
63. Suporte para a cabeça
Atenção para dobra do
lóbulo da orelha
Suporte para regiões abaixo
da axila e lateral do quadril
Posição Lateral
64. Perna em contato com a mesa
flexionada e perna superior em
extensão
Posicionamento dos pés em
posição anatômica
Fixação da região do quadril e
coxa com faixas largas
Posição Lateral
65. POSICIONAMENTO CIRÚRGICO
Riscos iminentes ao paciente
Diagnósticos de Enfermagem são
de riscos
Intervenções de Enfermagem:
segurança e prevenção de danos
Avaliação contínua
66. SUPERFÍCIES ESPECIAIS NO MANEJO
DA PRESSÃO (SEMP)
“Superfície ou dispositivo especializado, cuja configuração
física e/ou estrutural permite a redistribuição da pressão(...)”
(Rodrigues et al, 2011)
67. CARACTERÍSTICAS DE UMA SEMP
• Gestão das cargas tissulares;
• Gestão da fricção e cisalhamento;
• Controle do microclima;
• Abrange o corpo do paciente ou parte, nos diferentes
posicionamentos.
(Rodrigues et al, 2011)
68. Tipos de SEMP para o Bloco Cirúrgico
• Estáticas;
• Dinâmicas;
• Dispositivos de redistribuição em zonas específicas.
(Rodrigues et al, 2011)
69. Recomendações baseadas em evidências
• Tempo da intervenção cirúrgica;
• Mudanças hemodinâmicas durante a intervenção;
• Hipotermia durante a intervenção;
• Diminuição da mobilidade no pós-operatório imediato;
(Rodrigues et al, 2011)
70. Recomendações baseadas em evidências
• Utilizar colchões que redistribuem a pressão na mesa de
operações em pacientes com risco de desenvolver UPP
(evidência B).
• Aplicar as recomendações para calcanhares (evidência C).
(GNEAUPP, 2011)
71. Recomendações baseadas em evidências
• Colocar uma SEMP no paciente antes e depois da
intervenção (evidência C).
• Colocar o paciente em posição diferente antes e depois da
intervenção à que estará submetido durante a mesma
(evidência C).
(GNEAUPP, 2011)
72. SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO)
Colchão de espuma
viscoelástica
• Fixação nos tampos das mesas
cirúrgicas
• Fácil desinfecção
• Impermeável
Fonte: Google imagens
73. SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO)
Fonte: Google imagens
74. SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO)
Faixas ou Cintos de Contenção
• Fixação nos tampos das mesas cirúrgicas.
• Impermeável e de Fácil desinfecção.
Fonte: Google imagens
75. SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO)
Coxins de espuma
viscoelástica ou Gel
• Adaptável a regiões
específicas;
• Fácil desinfecção;
• Impermeável.
76. SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO)
Coxins de espuma viscoelástica ou Gel para cabeça (prona)
• Fácil desinfecção;
• Impermeável.
Fonte: Google imagens
77. SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO)
Posicionador de membros e pés em viscoelástico ou gel
• Fácil desinfecção
• Impermeável.
78. SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO)
Travesseiros e rolinhos em viscoelástico ou gel
• Fácil desinfecção
• Impermeável.
79. SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO)
Colchão específico para cirurgia plástica viscoelástico ou gel
• Fácil desinfecção
• Impermeável.
80. SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO)
Perneiras, Braçadeiras e Estribos
• Fácil desinfecção
• Impermeável.
• Componentes da mesa cirúrgica.
Fonte: Google imagens
82. SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO)
Colchão células de ar Híbrido
• Fácil desinfecção
• Impermeável.
• Acompanha o paciente no Pós
Operatório.
83. SEMPs e Materiais de Apoio da Sala Operatória(SO)
Sistema de Hipo e Hipertermia
84.
85. ESCALA DE RISCO LESÕES PARA POSICIONAMENTO
CIRÚRGICO - ELPO
• Construída para avaliação do risco de lesões no intraoperatório;
• Idealizada para pacientes adultos;
• Auxilia na prevenção dos riscos para lesões;
90. CONSIDERAÇÕES PARA USO DA ESCALA
ELPO
• Utilizar antes de posicionar o paciente na mesa operatória;
• Seu uso isolado não previne os danos;
• Necessita de programas educativos para implantação;
91. CONSIDERAÇÕES PARA USO DA ESCALA
ELPO
• Se o paciente for reposicionado recalcular a ELPO;
• Caso apresente mais de uma opção, considerar e de maior escore
(risco);
• Foi pensada para pacientes adultos;
92. VAMOS PRATICAR?
“ Paciente 72 anos, apresentou queda da própria altura após sofrer um AVC e
será submetido à cirurgia ortopédica conservadora para redução de fratura
fechada de colo do fêmur direito com inserção de prótese.”
Dados complementares:
O paciente era ativo antes da queda, agora encontra-se acamado;
PA descompensada (HAS III), TVP prévio, sobrepeso
Anestesia : geral
Tempo médio de cirurgia ortopédica 4h
O hospital dispõe das SEMP.
95. VAMOS PRATICAR?
“ Paciente 72 anos, apresentou queda da própria altura após sofrer um AVC e
será submetido à cirurgia ortopédica conservadora para redução de fratura
fechada de colo do fêmur direito com inserção de prótese.”
Dados complementares:
O paciente era ativo antes da queda, agora encontra-se acamado;
PA descompensada (HAS III), TVP prévio, sobrepeso
Anestesia : geral
Tempo médio de cirurgia ortopédica 4h
O hospital dispõe das SEMP.
96. CONSIDERAÇÕES PARA POSICIONAMENTO SEGURO
• Colocar o paciente na posição cirúrgica após devidamente
anestesiado;
• Proceder às manobras de posicionamento sempre em equipe;
• Realizar as mudanças de posição, visando à segurança do paciente e à
ergonomia da equipe,
97. CONSIDERAÇÕES PARA POSICIONAMENTO SEGURO
• Manipular, cuidadosamente, o paciente durante todo o
posicionamento;
• Aplicar movimentos firmes, porém delicados e seguros;
• Manter o alinhamento do corpo do paciente;
• Evitar contato de partes do corpo do paciente com superfícies
metálicas da mesa;
98. CONSIDERAÇÕES PARA POSICIONAMENTO SEGURO
• Evitar compressão da pele, com o intuito de prevenir lesões locais;
• Cuidar para que os membros superiores e inferiores não fiquem
pendentes;
• Proteger proeminências ósseas;
• Adequar a pressão das cintas de segurança ou faixas de contenção.
99. CONSIDERAÇÕES PARA POSICIONAMENTO SEGURO
• Cuidar para que objetos não permaneçam sobre o paciente;
• Manter constante monitoração e acompanhamento do paciente
durante todo o procedimento;
• Registrar as ações realizadas e as possíveis intercorrências.
104. REFERÊNCIAS
• MEEKER, M.H; ROTHROCK, J.C. Alexander - Cuidados de enfermagem ao
paciente cirúrgico. Elsevier, 13.ed., 2008. 1280p.
• GRAMONT, K. Enfermagem Cirúrgica. NT Editora, Brasília, 2016. 182p.
• RODRIGUEZ, P. M; LÓPEZ-CASANOVA, P; GARCÍA-MOLINA, P; IBARS-MONCASÍ,P.
Superfícies especiales para el manejo de la presión en prevención y tratamiento
de las úlceras por presión. Serie Docuemntos Técnicos GNEAUPP nº XIII. Grupo
Naconal para elEstudio y Asesoramiento en Úlceras por Presión y Heridas
Crónicas. Logroño. 2011.
• TAKEITI, M. H.; MORIYA, G. A. A. Diretrizes de Prática em Enfermagem Cirúrgica e
Processamento de Produtos para a Saúde. SOBECC, 7.ed., 2017.