O documento discute a percepção dos moradores do bairro Novo Oriente sobre os impactos ambientais causados pelos resíduos sólidos no município de Luz, MG. Os resultados da pesquisa mostraram que a maioria dos moradores não segrega o lixo doméstico e não reutiliza materiais antes do descarte, indicando falta de conscientização ambiental. A prefeitura precisa melhorar as campanhas de coleta seletiva para aumentar a participação dos moradores.
Percepção dos moradores sobre impactos ambientais de resíduos sólidos
1. CIÊNCIA EQUATORIAL ISSN 2179-9563
Artigo Original Volume 1 - Número 2 - 2º Semestre 2011
PERCEPÇÃO DOS MORADORES DO BAIRRO NOVO ORIENTE QUANTO AOS
IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO
DE LUZ – MG
Grazielle Araujo Lopes Cançado1
; Larissa Paula Jardim de Lima Barbosa2
; Flávio Henrique Ferreira Barbosa3
RESUMO
Hoje os resíduos sólidos são considerado um dos maiores impactos, ambientais existentes em todo planeta. Com o
crescimento da população, aumenta gradativamente o consumo e volume de materiais sólidos ou semissólidos. É
necessário despertar a população para uma consciência ambientalista O estudo foi realizado entre os moradores do
bairro Novo Oriente do município de Luz – MG, entre os meses de novembro de 2008 a setembro de 2009, com o
objetivo de verificar a percepção dos moradores sobre o conhecimento e a conscientização quanto aos impactos
ambientais causados pelo lixo, a participação dos moradores na separação do resíduo sólido para coleta seletiva e se o
projeto da Prefeitura Municipal de Luz – MG, foi eficiente. Nos resultados obtidos, observou que 76% dos moradores
não separam o lixo em sua residência antes de ser recolhido. 65% dos moradores não reutiliza nenhum material que
seria jogado no lixo. Quanto à preservação do meio ambiente 10% dos moradores afirmam nunca ter contribuído para
preservar o meio ambiente em que vive. Podemos concluir que os moradores do bairro Novo Oriente tem consciência
dos impactos ambientais causados pelo lixo, e na maioria das vezes não contribuem para diminuição do mesmo. A
Prefeitura para obter melhores resultados do projeto sobre a coleta seletiva precisa criar meios de estar divulgando e
criando campanhas informativas, convencendo os moradores de que é importante a sua participação. Sendo que a
implantação da coleta seletiva é um processo continuo que é ampliado gradativamente.
Palavras-chave: Resíduos sólidos, Impacto ambiental, Conscientização, Coleta seletiva.
PERCEPTIONS OF RESIDENTS OF NOVO ORIENTE NEIGHBORHOOD AS TO
ENVIRONMENTAL IMPACTS CAUSED BY SOLID WASTE IN THE CITY LUZ - MG
ABSTRACT
Today the solid waste is considered one of the greatest impacts, environmental agencies across the planet. With
population growth, consumption gradually increases and volume of solids or semissólidos. It is necessary to awaken the
population to environmental awareness The study was conducted among residents of Novo Oriente neighborhood of the
city Luz - MG, between the months of November 2008 through September 2009, with the objective of verifying the
perception of residents about knowledge and awareness of the environmental impacts caused by garbage, the
participation of residents in separating waste to collection and the design of the city Luz - MG, was efficient. The
results obtained showed that 76% of residents do not segregate the garbage at his home before being collected. 65% of
residents do not reuse any material that would be thrown in the trash. As for preserving the environment 10% of
residents claim never to have contributed to preserving the environment in which he lives. We can conclude that the
residents of Novo Oriente neighborhood is aware of the environmental impacts caused by solid waste, and most often
do not contribute to reduction. The City Hall for better project results on the selective collection must create ways of
being and creating disseminating information campaigns, convincing residents that their participation is important.
Since the implementation of selective collection is an ongoing process that is gradually expanded.
Keywords: Solid Waste, Environmental Impact, Awareness, Selective collection.
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INTRODUÇÃO
O crescimento da população tem
causado um adensamento no volume do lixo
nas últimas décadas, trazendo problemas
ambientais em função da má distribuição desse
resíduo. Visando uma melhora nas condições
ambientais, saúde e na vida das futuras
gerações, faz se necessário o desenvolvimento
de uma consciência ambientalista. Parte da
população do Brasil tem se despertado nos
últimos anos para a preocupação com relação
ao lixo gerado no perímetro urbano e sua
destinação. O lixo nos últimos anos vem
deixando de ser apenas um produto de
descarte, inútil e repelente, sendo um grande
problema desde a coleta, manuseio, transporte,
e descarte final (HAMADA; CAVAGUTI,
1997).
Atualmente as constantes campanhas
de Educação Ambiental para haver
conscientização e a participação de todos os
cidadãos, estão ocasionando mudanças
radicais a respeito do lixo. Nas cidades as
populações urbanas têm aumentado a cada dia,
e nos interiores dos estados já se encontram
cidades com programas de coleta seletiva. O
que vem de encontro com a preservação do
Meio Ambiente, diminuindo os resíduos e
detritos sólidos, que entulham e polui a
natureza, o que faz surgir Cooperativas de
Coleta Seletiva do Lixo (OLIVEIRA, 1996).
Para um adequado destino final do lixo
uma das medidas existentes, mais recente e
ecologicamente corretas é a coleta seletiva,
que consiste em separar os resíduos de acordo
com sua natureza e encaminhar a uma usina de
reciclagem para transformar estes resíduos em
matérias – primas e conduzi-los às indústrias
(OLIVEIRA, 2006).
De acordo com a Lei Estadual nº
12.040/95 de Minas Gerais, os municípios de
menor porte e mais pobres serão favorecidos
se dispor adequadamente o lixo de pelo menos
70% da população e receberá o ICMS
ecológico, que avalia trimestralmente os
municípios beneficiando-se de uma quota -
parte do ICMS (PRADO FILHO; SOBREIRA,
2007).
A resolução 358, de 29 de abril de
2005, do Conselho Nacional de Meio
Ambiente (CONAMA), aplica-se aos serviços
relacionados com o atendimento à saúde
animal e humano. Dispõe sobre o tratamento e
a disposição final dos serviços de saúde, tendo
como objetivo a preservação da saúde pública
e a qualidade do meio ambiente.
O município de Luz – MG possui
vários problemas ambientais, entre eles o mais
visível é o lixo. Em 2006, foi iniciado o
programa de coleta seletiva com a população,
com a abertura da Cooperativa de Coleta
Seletiva do Lixo. A coleta seletiva não é
respeitada por parte da população e todo o lixo
que não pode ser reaproveitado é destinado ao
aterro controlado. A cooperativa de coleta
seletiva fica situada dentro da cidade, no bairro
Novo Oriente, a quantidade de moscas, baratas,
ratos é muito grande e podem ser encontrados
em muitos bairros. A prefeitura usa de vários
incentivos para trabalhar com a população a
coleta seletiva, mas não possui cestos de lixo
suficientes nas calçadas e praças da cidade.
Sendo assim, este trabalho buscou
verificar a percepção dos moradores do Bairro
Novo Oriente no que tange a coleta seletiva e
os impactos ambientais do lixo no município
de Luz – MG.
DESENVOLVIMENTO
O que é o Lixo?
Sendo um dos maiores problemas
ambientais da atualidade, o lixo é todo e
qualquer resíduo no estado sólido ou
semissólido proveniente do que sobra das
atividades humanas ou provenientes da
natureza. O conceito de lixo pode ser
considerado uma concepção humana, porque
em processos naturais não há lixo, apenas
produtos inertes (CRUZ, 2006).
Problemas Causados Pelo Lixo No
Meio Ambiente
O lixo há muitos anos é produzido em
grandes quantidades, e a má administração,
pode provocar: gastos financeiros, danos ao
meio ambiente, comprometer a saúde e o bem-
estar da população, a destinação final
inadequada dos resíduos pode levar à
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contaminação do ar, da água, do solo e ajuda a
proliferação de vetores nocivos à saúde
humana. Em todos os lugares do mundo existe
o problema sobre onde armazenar os lixos
produzidos por suas comunidades. A redução
do volume do lixo, a coleta seletiva e a
reutilização de lixo reciclável são fatores
importantes e que pode reduzir, o grande
problema é que muitas substâncias são
biodegradáveis, levando muitos anos para se
decompor, o que leva rapidamente a poluição
(CUNHA; CAIXETA FILHO, 2002).
No Brasil a população chega em 189,6
milhões de habitantes, a quantidade de lixo
coletado diariamente no país é de 228.413
toneladas, o que representa 1,25kg por
habitante. A pesquisa mostra que o lixo
produzido nas residências brasileiras é
coletado (85%) diretamente do domicílio pelos
órgãos de limpeza urbana; os despejados em
caçambas, tanques ou depósitos (9%) são
coletados indiretamente e, os jogados nas ruas,
terrenos baldios, etc. (3%) são queimados ou
enterrados (BRASIL, 2001).
De acordo com Ministério do Meio
Ambiente (BRASIL, 2009), os diversos
setores do governo prometem investimentos
em projetos ligados à reciclagem, coleta
seletiva e capacitação de municípios para
gestão do lixo que ultrapassam R$ 220
milhões. O que mostra um desafio sendo que
seria necessário nada menos que 1,5 bilhões
para construir instalações adequadas nos
municípios brasileiros.
Classificações do lixo
O lixo é classificado no modo geral
como inorgânico e orgânico. No lixo
inorgânico, encontramos vidros, papelões,
ferros, metais não ferrosos, plásticos, restos de
tecidos, couros, isopor, borrachas, fios,
calçados e etc. No lixo orgânico estão os
papéis (higiênicos, guardanapos, lenços de
papel, absorventes, fraldas descartáveis),
restos de alimentos, vegetais, frutas, pó de
limpeza caseira, ossos e etc. Muitas vezes o
lixo recolhido por caminhões é lançado nos
arredores da cidade, nos chamados lixões
(FIGURA 1) para onde são destinados cerca
de 80% dos resíduos produzidos pelos
municípios brasileiros (CRUZ, 2006).
Figura 1. Antigo Lixão do Município de Luz –MG
(2009).
Domiciliar / Urbano
A maior parte do lixo produzido na
cidade corresponde ao lixo domiciliar,
provenientes de residências, estabelecimentos
industriais e comerciais. Variando conforme o
padrão de vida da população, clima, hábitos da
cidade. Sendo possível encontrar nas cidades
do interior e áreas rurais, um número maior de
lixo orgânico na composição do lixo
doméstico do que a encontrada em grandes
centros urbanos (MOTA, 2005).
A aplicação de composto ou de
vermicomposto de lixo urbano no solo
aumenta a permeabilidade, a agregação de
partículas minerais, o fornecimento de macro e
micronutrientes, diminui a acidez (inclusive o
alumínio trocável) e aumenta a atividade
biológica. Desta forma, é preciso considerar os
riscos ambientais de sua utilização,
especialmente se feita de forma descontrolada
e sem discernimentos. Uma das limitações do
emprego desses adubos orgânicos é a presença
de metais pesados em concentrações
relativamente altas, que podem acumular-se no
solo, inexequível no seu uso agrícola, e nas
plantas, prejudicando a saúde dos consumidores
(EGREJA FILHO, 1993).
Público
Origina-se de limpeza pública urbana,
incluindo todos os resíduos de varrição das
vias públicas, limpeza de praias, de galerias,
de córregos e de terrenos, restos de podas de
árvores, de limpeza de áreas de feiras livres,
constituídos por restos vegetais diversos,
embalagens etc. (CRUZ, 2006).
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Serviços de Saúde e Hospitalar
O lixo de Serviços de Saúde e
Hospitalar é constituído por resíduos sépticos,
provenientes de descartes cirúrgicos e
similares, como seringas, gases, algodão,
órgão, tecidos etc. Sendo considerados
contaminados (CRUZ, 2006).
No Brasil, há mais de 30 mil unidades
de saúde, produzindo resíduos e a maioria das
cidades, a questão da destinação final dos
resíduos urbanos não está resolvida. Ainda
possui uma taxa muito baixa de incineradores
para lixo hospitalar instalados ou em operação
no Brasil, e pequeno número de unidades de
saúde que manuseiam seus resíduos dentro de
padrões considerados satisfatórios. Este tipo de
lixo deve ser manejado de maneira especial,
devem ser colocados em recipientes próprios,
em local separado e coletado separadamente,
por profissionais protegidos por equipamentos
de segurança, destinado no final em área
isolada de aterro especial ou então incinerado
(FERREIRA, 1995).
Comercial
O lixo comercial é originado dos
diversos estabelecimentos comerciais e de
serviços como, supermercados,
estabelecimentos bancários, lojas, bares,
bancos, mercados, escritórios, restaurantes,
etc. O lixo destes estabelecimentos e serviços
tem um forte elemento de papel, plásticos,
diversas embalagens e resíduos de asseio dos
funcionários (CRUZ, 2006).
Industrial
É originado nas atividades dos distintos
ramos da indústria, tais como: petroquímica,
química, metalúrgica, papeleira, alimentícia,
etc. O lixo industrial é variado, podendo ser
representado por lodos, cinzas, resíduos
alcalinos ou ácidos, madeira, papel, plásticos,
fibras, borracha, metal, vidros, cerâmicas,
escórias etc. O maior número do lixo industrial
é considerado tóxico o que exigem manejo,
coleta e destinação especiais. No Brasil, o
sistema mais completo é o de incineradores de
alta eficiência, mas que provoca um grande
problema para o meio ambiente, que são as
cinzas da queima, que devem ir para um aterro
que receba resíduos perigosos (ALVES, 1994).
Agrícola
É formado por resíduos sólidos das
atividades agrícolas e da pecuária, como
embalagens de adubos, restos de colheita,
ração, defensivos agrícolas, etc. Estes resíduos
em várias regiões do mundo já são uma
preocupação crescente, destacando-se as
enormes quantidades de esterco animal
gerados nas fazendas de pecuária intensiva. As
embalagens de agroquímicos diversos, em
geral altamente tóxicos, têm sido alvo de
legislação específica, definindo os cuidados na
sua destinação final e, por vezes,
corresponsabilizando a própria indústria
fabricante destes produtos (ALVES, 1994).
Portos, aeroportos e terminais
rodoviários ou ferroviários.
Caracterizado como resíduos sépticos,
ou seja, aqueles que contêm ou podem conter
germes patogênicos, trazidos aos portos,
terminais rodoviários e aeroportos. Iniciam-se
basicamente de materiais de higiene, asseio
pessoal e restos de alimentação que podem
veicular doenças provenientes de outras
cidades, estados e países (CRUZ, 2006).
Construção Civil ou Entulho
Entulho são resíduos da construção
civil, compostos por materiais de demolições,
solos de escavações diversas, restos de obras,
etc. O entulho geralmente é um material inerte,
passível de reaproveitamento, porém, contém
materiais que podem lhe conferir toxidade,
com destaque para os restos de tintas e
solventes, peças de amianto e metais diversos,
cujos componentes podem ser remobilizados
caso o material não seja disposto
adequadamente (CRUZ, 2006).
Especial
Formado por resíduos em regime de
produção transitória, merece tratamento,
manipulação e transporte especial, são eles,
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veículos abandonados, descarga de lixo em
locais não apropriados, animais mortos em
estradas, pneus abandonados, pilhas, baterias,
embalagens de agrotóxicos e etc. (CONSTAT
CONSULTORES ESTATÍSTICOS LTDA,
2003).
Atômico
Denomina-se lixo atômico todo
produto resultante da queima do combustível
nuclear, composto de urânio enriquecido com
isótopo atômico 235. A elevada radioatividade
constitui um grave perigo à saúde da
população, por isso deve ser enterrado em
local próprio, inacessível (ALVES, 1994).
Espacial
Sobras provenientes dos objetos
lançados pelo homem no espaço, que circulam
ao redor da Terra com a velocidade de cerca
de 30 mil quilômetros por hora. São estágios
completos de foguetes, satélites desativados,
tanques de combustível e fragmentos de
aparelhos que explodiram normalmente por
acidente ou foram destruídos pela ação das
armas antissatélites (CRUZ, 2006).
Radioativo
É um resíduo tóxico e venenoso e é
formado por substâncias radioativas
resultantes do funcionamento de reatores
nucleares. Como não há um lugar seguro para
armazenar esse lixo radioativo, a alternativa
recomendada pelos cientistas é colocá-lo em
tambores ou recipientes de concreto
impermeáveis e a prova de radiação, e
enterrados em terrenos estáveis, no subsolo
(CRUZ, 2006).
Métodos de tratamento e disposição
final
Aterros Sanitários
É um método utilizado para a
disposição de resíduos sólidos no solo, o lixo
domiciliar em critérios de engenharia e normas
operacionais específicas, permite a confinação
segura em termos de controle de poluição
ambiental, proteção a saúde pública, através de
confinamento em camadas cobertas,
geralmente, solo, de acordo com normas
operacionais específicas e de modo a evitar
danos ou riscos à saúde pública e à segurança,
minimizando os impactos ambientais
(OLIVEIRA, 2006).
Figura 2. Desenho esquemático do aterro sanitário.
A desvantagem dos aterros sanitários é
o desperdício de matérias primas. A matéria
orgânica e materiais inorgânicos que poderiam
ser reciclados é muito grande. As
administrações não se deram conta do
desperdício que acarreta. Quando estabelecer
os custos ambientais na produção de
manufaturados e dos serviços, os custos de
implantação, manutenção e gerenciamento dos
aterros tenderão a crescer, diminuindo a
implantação de novos aterros, e novas práticas
de gerenciamento de lixo deverão ser
adotadas. Diversos tipos de resíduos ainda
deverão ter como destino os aterros sanitários,
mas muito inferior aos números que são
dispostos atualmente (ACSELRAD et al.,
1993).
Conforme OLIVEIRA (2006), afirma
que o aterro sanitário é o que agrupa as
melhores vantagens, considerando a
diminuição dos impactos ocasionados pelo
descarte dos resíduos sólidos urbanos.
As seguintes vantagens que o aterro
sanitário possui:
Operação e manutenção
relativamente baixas.
Respeitadas as normas de
instalação e funcionamento constitui uma
técnica ambiental confiável.
Recuperação de gás metano.
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Impedem a proliferação de
animais vetores.
Recuperação limitada de áreas
para uso público.
Desvantagens:
Gastos decorrentes da
contaminação pelo chorume e poluição.
Comprimento físico de áreas
extensas.
Controle operacional.
Desperdício de matérias-primas
que poderiam ser reaproveitadas.
Necessidade de grandes áreas
para a sua implantação.
Incineração
ainda é pouco propagado, devido ao seu custo
elevado, sendo os resíduos sólidos industriais
muitas vezes mandados a aterros de classe I,
enquanto que os resíduos de serviços de saúde
são dispostos em celas especiais de aterros
sanitários comuns. No entanto, com a
diminuição do espaço nacional para
construção desses aterros e com o fim da vida
útil dos existentes, esta técnica passará a ser
uma escolha muito mais viável (SILVA,
2008).
Em maio de 2001, o Brasil assinou a
Convenção de Estocolmo, tratado da
Organização das Nações Unidas (ONU) que
trata do combate aos Poluentes Orgânicos
Persistentes, e que aponta a incineração de
resíduos como uma das principais fontes
geradoras destes poluentes. A Convenção
recomenda que o uso de incineradores seja
eliminado progressivamente (SILVA, 2008).
Vantagens:
Redução do peso e do volume;
Produz um resíduo sólido
estéril;
Não há contato direto dos
Figura 3. Incinerador
Processo de destruição térmica ou
combustão do lixo que obtém redução do peso,
volume e recuperação energética, com
produção de gases e cinzas altamente
poluentes, onde a temperatura, a turbulência e
o tempo de permanência são fatores
determinantes. A redução de volume é
geralmente superior a 90% e em peso, superior
a 75%. Alguns tipos de resíduos exigem a sua
utilização, como a queima de dinheiro fora de
circulação, remédios com prazo de validade
vencidos ou contaminados, alimentos
deteriorados, materiais tóxicos e drogas e,
material gráfico apreendido pela polícia,
dentre outros (ACSELRAD et al., 1993).
A incineração internacionalmente tem
sido um dos tratamentos preferenciais para
resíduos sólidos industriais e os resíduos de
serviços de saúde devido às suas
características tóxicas ou patogênicas,
constituem um grande problema para a
sociedade e para o meio ambiente. No Brasil,
operadores com o lixo;
Pode receber todos os tipos de
resíduos/lixo;
Possibilidade de reaproveitar a
energia do lixo incinerado (OLIVEIRA, 2006)
Desvantagens:
Requer custos elevados para a
sua manutenção, implantação e operação;
Torna-se fonte de poluição;
Necessidade de dispor as cinzas
tóxicas em aterros sanitários;
Sem preparação do lixo, há
desperdício de materiais reaproveitáveis
(OLIVEIRA, 2006).
Coleta Seletiva
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Figura 4. RELUZ Cooperativa de Coleta Seletiva
Município de Luz/MG (2009).
A coleta seletiva pode ser definida
como a correta separação dos vários tipos de
resíduos, em recipientes diferenciados, para
que sejam encaminhados com vistas à
comercialização (EIGENHEER, 1993).
A coleta seletiva de lixo iniciou-se no
Brasil, de forma sistemática e documentada,
em abril de 1985, em São Francisco, bairro da
cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.
Implantado através da Universidade Federal
Fluminense - UFF - e do Centro Comunitário
de São Francisco – CCSF (EIGENHEER,
1993).
Apesar de ser uma excelente alternativa
para a redução de resíduos com destino aos
aterros, os resíduos que são reutilizados ou re-
ciclados são muito poucos, deve-se ao mau
acondicionamento dos resíduos pela
população, fato este gerado pela falta de
informação acerca da coleta seletiva. Outros
fatores que contribuem é o alto custo da coleta
seletiva para as municipalidades e a falta de
um sistema corretamente dimensionado em
termos da capacidade de armazenamento e
processamento de resíduos nas unidades de
triagem (MONTEIRO; ZVEIBIL, 2001).
Para colocar a coleta seletiva em
prática depende basicamente de vontade
política para conscientizar e informar a
população sobre os objetivos a alcançar,
despertando a vontade de colaboração
(SCARLATO; PONTIN, 1997).
Conforme OLIVEIRA (2006), afirma
que a coleta seletiva, possui as seguintes
vantagens:
Diminuir a exploração de
recursos naturais renováveis e não renováveis;
Diminui a poluição do solo,
água e ar;
Diminui a proliferação de
doenças e a contaminação de alimentos;
Diminui os custos da produção,
com o aproveitamento de recicláveis para
indústrias;
Diminui o desperdício;
Diminui gastos com a limpeza
urbana;
Reduz consumo de energia;
Prolonga a vida útil dos aterros
sanitários;
Melhora a qualidade do
composto produzido a partir da matéria
orgânica;
Melhora limpeza na cidade;
Possibilita a reciclagem de
materiais que iriam para o lixo;
Cria oportunidade de fortalecer
organizações comunitárias;
Gera empregos para a
população;
Gera renda pela
comercialização dos recicláveis.
Usinas de Compostagem
É um processo de decomposição
biológica da matéria orgânica presente no lixo,
por meio da ação de microorganismos
existentes nos resíduos, em condições
adequadas de aeração, umidade e temperatura.
A utilização do processo de compostagem por
meio das usinas para tratamento da fração
orgânica dos resíduos sólidos urbanos é
relativamente nova no Brasil
(VASCONCELOS, 2003).
As primeiras usinas instaladas no país
datam da década de 70, e são acompanhadas
por inúmeros problemas de processos e
qualidade dos compostos que contribuem para
o seu atual descrédito (LELIS; PEREIRA
NETO, 2001).
O resultado da decomposição do
material orgânico é um composto que pode ser
utilizado para adubar vasos, jardins e hortas
comunitárias (OLIVEIRA, 2006).
Reciclagem e Reutilização
A grande produção de lixo e o descarte
prematuro de materiais que ainda são passíveis
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de reutilização ou reciclagem podem refletir
uma atitude marcada pelo desperdício.
Reutilizar significa aproveitar novamente um
objeto para alguma finalidade, em vez de
descartá-lo, como usar latas de cerveja como
porta-lápis ou garrafas PET, como brinquedos.
Reciclar significa aproveitar o material,
transformando um objeto para transformá-lo
em um novo. Por exemplo, restos de alimento
geram adubos ou papel usado e dá lugar a
papel reciclado (CRUZ, 2006).
Conforme BRASIL, no uso das
atribuições que lhe conferem a Lei no 6.938,
de 31 de agosto de 1981, e tendo em vista o
disposto na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de
1998, e no Decreto no 3.179, de 21 de
setembro de 1999, estabelece o código de
cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser
adotado na identificação de coletores e
transportadores, bem como nas campanhas
informativas para a coleta seletiva.
Figura 5. Cores da Coleta Seletiva
Biodigestão
Representa uma alternativa para o
tratamento de resíduos, pois além de permitir a
redução do potencial poluidor e dos riscos
sanitários dos dejetos ao mínimo, promove a
geração do biogás, utilizado como fonte de
energia alternativa e permite a reciclagem do
efluente, podendo ser utilizado como
biofertilizante (AMARAL et al., 2004).
O biogás é uma mistura gasosa, com
predominância de gás metano (60% em média)
e gás carbônico (38% em média), pouco
nitrogênio e hidrogênio, além de apresentar
traços de gás sulfídrico (LIMA et al., 2004).
O biodigestor consiste, basicamente,
em uma câmara fechada onde a biomassa o
volume de esterco suíno produzido é
fermentada, sem a presença do ar atmosférico,
produzindo biogás e biofertilizante. O
biodigestor é um aparelho destinado a conter a
biomassa e o produto desta, o biogás. Por si só,
o biodigestor não produz o biogás, mas cria
condições para que as bactérias metanogênicas
que degradam a matéria orgânica produzindo o
gás metano atuem sobre os materiais orgânicos
na produção deste combustível. Biodigestor
apresenta-se como fonte alternativa de
produção e geração de energia.
Evidentemente, a quantidade de energia
produzida é, em geral, muito menor que a das
hidrelétricas, devido, especialmente ao porte
destas em relação ao número de biodigestores,
mas em compensação os impactos ambientais
e sociais aproximam-se do zero, a produção de
energia é barata, e o aproveitamento dos
resíduos animais evita que estes sejam
lançados no meio ambiente, poluindo-o
(GASPAR, 2003).
Aterro Controlado
Figura 6. Aterro Controlado Luz - MG (2009)
O aterro controlado no ponto de vista
ambiental, não é considerado uma forma
adequada de disposição de resíduos porque os
problemas ambientais de contaminação da
água, do ar e do solo não são evitados, já que
não são utilizados todos os recursos de
engenharia e saneamento que evitariam a
contaminação do ambiente. Embora,
representa uma alternativa melhor do que os
lixões, e se diferenciam destes por possuírem a
cobertura diária dos resíduos com solo e o
controle de entrada e saída de pessoas
(BRASIL, 2005).
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Vetores
Formas de
Transmissão
Enfermidades
Barata
Contaminação
dos alimentos
através das
fezes, patas e
do corpo
Febre Tifóide,
Giardíase, Cólera
e outras doenças
Gastrointestinais
Rato e
Pulga
Mordida,
pulga e urina
Leptospirose,
Peste Bubônica,
Tifo
Mosquito
Picada da
fêmea
Malaria, Febre
Amarela,
Dengue,
Leishmaniose
Mosca
Contaminação
dos alimentos
através de
patas e do
corpo
Febre Tifóide ,
Cólera,
Amebíase,
Giardíase,
Ascaridíase
Aves
Através de
fezes
Toxoplasmose,
Hitoplasmose
Gado e
Porco
Pela ingestão
de carne
contaminada
Cisticercose,
Teníase
Cão e
Gato
Urina e fezes
Toxoplasmose
Lixão
O método mais usado no Brasil para
dispor do lixo é chamado de lixão. São
terrenos livres a céu aberto onde deposita o
lixo, sem projeto ou cuidado com a saúde
pública e o meio ambiente, sem tratamento e
sem qualquer critério de engenharia (BRAGA
et al., 2002).
Estima-se que no Brasil mais de 90%
do lixo é jogado a céu aberto, gerando uma
ameaça constante de epidemias, pois os lixões
fornecem condições propícias para a
proliferação de doenças (ROUQUAYROL;
ALMEIDA FILHO, 1999). Além da liberação
de gases, a decomposição do lixo gera o
chorume, líquido que contamina o solo e a
água por compostos orgânicos e íons metálicos
(BRAGA et al., 2002).
Os resíduos sólidos dispostos a céu
aberto também favorecem a proliferação de
mosquitos, moscas, baratas e ratos, os quais
são vetores de inúmeras doenças ao homem,
tais como a febre tifóide, salmonelose,
disenterias e outras infecções
(ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 1999).
As áreas destinadas à disposição do
lixo, sem a infraestrutura adequada para evitar
os danos consequentes dessa atividade, tem
seu uso futuro comprometido e são
responsáveis pela degradação ambiental das
regiões sob sua influência (SISSINO;
MOREIRA, 1996).
O Lixo e Suas Doenças
Os principais problemas causados com
frequência no pessoal empregado na coleta e
processamento do lixo são bronquites crônicas,
e possíveis tendências a enfisema pulmonar,
verminoses, infecção intestinal (diarreia),
gripe, leptospirose, dengue, meningite, dor de
cabeça, febre, alergia e náusea. Existem
também as doenças transmitidas por vetores
como ratos, baratas, mosquitos e moscas.
Existem vários mecanismos associados em
relação entre o lixo e doenças. A transmissão
pode ocorrer pelas fezes desses animais, das
patas, da saliva e dos pêlos, que o mau cheiro
decorrente do acúmulo de lixo é capaz de
provocar mal estar, perda de apetite, cefaléia,
náuseas, vômitos. O controle destes animais
esta associado à higiene do ambiente, como o
acondicionamento, coleta e destino final
adequado do lixo. Veja no Quadro 3 algumas
doenças (TAUIL, 2006).
Quadro 1. Vetores, transmissão e enfermidades.
10. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 2 - 2º Semestre 2011 Página 48
Consequências Gerais do Lixo No
Mundo Moderno
O problema do lixo vem evoluindo
principalmente pelo acentuado crescimento
demográfico, especialmente nos centros
urbanos, resultantes do êxodo rural e da falta
de um planejamento familiar. A questão dos
resíduos sólidos, no meio urbano, representa
impactos ambientais relevantes que afetam e
degradam a qualidade de vida urbana (CRUZ,
2006)
Com o aumento da população mundial,
consequentemente aumento do consumo em
geral, aumenta-se também os resíduos desse
consumo. Só nos últimos 30 anos, toda a
quantidade de dejetos se multiplicou por três,
principalmente por causa dos restos de
embalagens. A Industrialização vem
aumentando a intensidade o que dão origem e
produção desses resíduos, resultantes da
atividade diária do ser humano. O lixo urbano
é inesgotável, se tornando um sério problema
para os órgãos responsáveis pela limpeza
pública, pois diariamente grande quantidade de
resíduos é descartada do meio urbano e
necessitam de um destino final adequado.
Atualmente já não se pode deixar de
compreender que agressões ambientais que
ocorrem em determinado ponto do globo
podem ter repercussão à distância, afetando
mesmo outros continentes, como por exemplo,
os casos de acidentes radioativos, as chuvas
ácidas e os derramamentos de petróleo nos
mares (RODRIGUES et al., 2001).
Como o meio ambiente é um bem
comum, ou seja, que trás benefícios a todos os
seres humanos e que é disponível a todas as
pessoas, precisa ser preservado. Mas, ainda, a
fundamental causa do descuido com a natureza
é a falta de consciência da população e dos
governantes. É preciso que as pessoas tomem
consciência de que a problemática do lixo e da
poluição ambiental afeta diretamente cada uma
das pessoas que fazem parte do mundo
moderno. É importante considerar que a
solução para os problemas ambientais que
afetam o planeta depende de cada um de nós.
O lixo abrange uma situação muito grande e é
o resultado inevitável de nossas vidas
modernas, restando cobrar um programa de
saneamento eficaz aos governantes e fazermos
a nossa parte (CRUZ, 2006).
Coletas Seletivas
A reciclagem dos resíduos sólidos é
uma alternativa viável para propiciar à
preservação de recursos naturais, a economia
de energia, a redução de área que demanda o
aterro sanitário, a geração de emprego e renda,
assim como a conscientização da população
para questões ambientais. Porém, para um
melhor funcionamento, é de vital importância
que se implante nas cidades um amplo sistema
de coleta seletiva, no qual os recicláveis sejam
separados nas residências, coletados e
encaminhados para usinas de reciclagem. O
que facilita ao processo de reciclagem, pois os
materiais estarão limpos e com maior potencial
de reaproveitamento (SIMONETTO et al.,
2006).
Um dos fatores problemático é a falta
de informação da população acerca da coleta
seletiva. Outros fatores que contribuem para o
pequeno índice de reciclagem dos resíduos
são: o alto custo da coleta seletiva para as mu-
nicipalidades, a falta de um sistema
corretamente dimensionado em termos da
capacidade de armazenamento e processamen-
to de resíduos nas unidades de triagem. Este
trabalho tem como principal objetivo
apresentar uma ferramenta, bem como
resultados gerados por ela, para auxiliar
gestores a suplantar estas duas barreiras
(SIMONETTO et al., 2006).
A implantação da coleta seletiva é um
processo contínuo que é ampliado
gradativamente. O primeiro passo, diz respeito
à realização de campanhas informativas de
conscientização junto à população,
convencendo-a da importância da reciclagem e
orientando-a para que separe o lixo em
recipientes para cada tipo de material.
Posteriormente, deve-se elaborar um plano de
coleta, definindo equipamentos, veículos,
áreas e a periodicidade de coleta dos resíduos.
Finalmente, é necessária a instalação de
unidades de triagem para limpeza e separação
dos resíduos e acondicionamento para a venda
do material a ser reciclado (MONTEIRO et al.,
2001).
11. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 2 - 2º Semestre 2011 Página 49
A Reciclagem e Suas Vantagens
Reduz a acumulação
progressiva de lixo;
Economia de energia e
matérias-primas;
Estimula a consciência
ambiental da população;
Contribui para a utilização mais
racional dos recursos naturais e a reposição
daqueles recursos que são passíveis de serem
reutilizados;
Fortalece e incentiva a coleta
seletiva;
Gera empregos e renda pela
comercialização dos recicláveis.
Formas de Aproveitamento dos
Resíduos
Para alguns ambientalistas, a solução
dos problemas relacionados com o lixo é
apontada pelo princípio dos três “erres”
(BRASIL, 2005).
O conceito de R’s se aplica a cada
Voltar a utilizar as coisas, dar uma
segunda função ou reaproveitar os objetos para
construir novos objetos. Por exemplo: voltar a
utilizar os sacos de plástico das compras em
vez de irem para o lixo; usar as garrafas de
água várias vezes; aproveitar as caixas dos
brinquedos para guardar outras coisas;
oferecer os brinquedos usados a outras
crianças ou a hospitais e lares de crianças
(BRASIL, 2005).
Reciclar
Evitar a produção de resíduos, com a
revisão de seus hábitos de consumo. Retornar
o produto ao ciclo da produção seja industrial,
agrícola ou artesanal. Existem várias maneiras
de reaproveitar o lixo. O lixo orgânico pode
ser transformado em adubo. Outros materiais
como, papel, plásticos, sucatas, alumínio
podem ser reciclados (POLIGNANO et al.,
2004).
caso:
3R’s: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
4 R’s: Reduzir, Reciclar, Reutilizar e
MATERIAL E MÉTODOS
Reintegrar.
5 R’s: Reduzir, Reutilizar, Reciclar,
Repensar e Recusar.
O primeiro conceito inventado e
atualmente o mais utilizado é os 3 R’s. O
conceito de 4 R’s está ligado a gestão dos
resíduos. O conceito de 5 R’s foi adaptado
para favorecer processos de Educação
Ambiental, pois é um conceito mais prático e
mais aplicável no dia a dia como
consumidores (MESQUITA, 2007).
Reduzir
Reduzir o lixo que se faz. Procurar
consumir coisas que durem e, caso seja
necessário uma embalagem, procurar
embalagens de material reciclado. Podemos
reduzir a quantidade de lixo, planejando
melhor o processo produtivo e de consumo,
racionalizando o uso de materiais no nosso dia
a dia (POLIGNANO et al., 2004).
Reutilizar
Área de Estudo
O município de Luz está localizado na
Zona Oeste de Minas, altitude situada a 650 m
de altitude, latitude 19º47'51" sul e a uma
longitude 45º41'14" oeste de Greenwich,
estende-se desde a fralda da Serra “Deus me
livre” até as margens do Rio São Francisco,
entre os ribeirões Mateus e Jorge Grande e ás
BR – MG 262 e MG - 176. O relevo é Plano
(40%), ondulado (50%) e montanhoso (10%).
Possui uma área de 1.171,670 Km². O
município faz divisas com os municípios de:
Estrela do Indaiá, Dores do Indaiá, Bom
Despacho, Moema, Lagoa da Prata, Japaraíba,
Arcos, Iguatama, Bambuí e Córrego Danta.
O clima regional caracteriza-se por um
verão úmido, quente e seco, e frio no inverno.
Com temperatura média máxima de 28°C e a
mínima 14°C. Compensada a 23°C.
Em relação ao último censo realizado
pelo Instituído de Geografia e Estatística IBGE
(BRASIL, 2007), sua população era de 17.173
habitantes, que residem na zona urbana atual
constituída por 10 bairros e habitantes que
12. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 2 - 2º Semestre 2011 Página 50
residem na zona rural. Basicamente o
município vive da pecuária, agricultura e
silvicultura, sendo predominante o cultivo de
café.
Levantamento de Dados
O estudo foi realizado entre os
moradores do Bairro Novo Oriente do
município de Luz – MG no mês de julho de
2009.
A aplicação dos questionários para os
moradores teve a finalidade de verificar se há
reutilização de materiais nas residências, se os
moradores possuem algum conhecimento
sobre a coleta seletiva e os métodos de
tratamento do lixo, as doenças causadas pelo
lixo, quantidade de lixo produzido nas
residências, se há forma de contribuição do
morador para preservar o meio ambiente, quais
os maiores impactos ambientais no município.
Foram aplicados 95 questionários, no
bairro Novo Oriente, sendo que o mesmo,
segundo a Prefeitura Municipal de Luz - MG é
o bairro que menos participa da coleta seletiva.
Em seguida os resultados foram tabulados e
apresentados a seguir.
Diagnóstico
Foi realizado um diagnóstico para
avaliar a situação dos resíduos sólidos no
município, verificando se este possui lixeiras
nas ruas, como foi divulgado durante a
implantação do projeto de coleta seletiva, a
porcentagem de aproveitamento dos materiais
recicláveis por parte da Cooperativa de Coleta
Seletiva e o destino final dado aos resíduos
produzidos na cidade.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Inicialmente, destaca-se que, dos 105
moradores que compuseram a amostra, do
bairro Novo Oriente 67 eram pertencentes ao
sexo feminino e 38 ao sexo masculino, ambos
os sexos compunham a faixa etária de 10 a 85
anos de idade.
Figura 7. Depósito do lixo para coleta seletiva,
moradores bairro Novo Oriente.
A maior parte dos resíduos sólidos das
residências de todos os bairros do município
de Luz - MG é coletado de 1 a 3 vezes por
semana pela prefeitura e pela Cooperativa de
Coleta Seletiva que aproveita cerca de 60% do
lixo recolhido.
Ao questionar os moradores quanto à
separação do lixo para o dia da coleta seletiva,
pôde-se perceber que 76% não separam o lixo,
destinando seus resíduos misturados para
coleta.
Segundo Monteiro et al. (2001), a
introdução da coleta seletiva é um processo
contínuo que é ampliado progressivamente.
Com a realização de campanhas informativas
de conscientização junto à população,
indicando a importância da reciclagem e
orientando-a para que separe o lixo em
recipientes para cada tipo de material.
Devendo posteriormente elaborar um plano de
coleta, definindo equipamentos, veículos,
áreas e a periodicidade de coleta dos resíduos.
Sendo, necessária a instalação de unidades de
triagem para limpeza e separação dos resíduos
e acondicionamento para a venda do material a
ser reciclado.
Mesmo com a implantação da coleta
seletiva, é necessário um trabalho de educação
ambiental, conscientizando os moradores
sobre os benefícios da coleta seletiva e
incentivando-os a participar desse processo. A
coleta seletiva facilita e estimula a reciclagem,
os materiais coletados separadamente, tem
maior potencial de aproveitamento por serem
mais limpos (OLIVEIRA, 2006)
13. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 2 - 2º Semestre 2011 Página 51
estimada de lixo produzida por pessoa é de
600 gramas. No bairro Novo Oriente pode se
verificar que 46% dos moradores produzem de
0 a 3 Kg de lixo por dia. E somente 3% dos
moradores produzem de 12 a 15 Kg por dia.
Figura 8. Contribuição para preservação do meio
ambiente.
Nota-se através da Figura 8 que, quanto
Tabela 1. Percepção dos moradores quanto às doenças
transmitidas pelo lixo.
Transmissor Doença Número de
Respostas
Rato Leptospirose 63
Mosca Febre Tifóide 36
Mosquito Malária 42
Barata Febre Tifóide 36
Gado e Porco Teníase 5
Cão e Gato Toxoplasmose 4
à preservação do meio ambiente, 10% dos Ao considerar os animais que são
moradores nunca contribuíram para a atraídos pelo lixo e as enfermidades
preservação do meio ambiente, e 54%
moradores afirmaram sempre estar
contribuindo para preservação do mesmo.
Estes dados nos revelam que os moradores
possuem conscientização da preservação do
meio ambiente, mas não colocam em prática.
Segundo Fadine (2001), o aparente
plano de um meio ambiente que concilie
desenvolvimento associado à sustentabilidade
ambiental, qualidade de vida e igualdade
social só será alcançada com muita reflexão,
boa vontade, esforço pessoal e comunitário,
disposição e ações políticas aliadas ao
fundamental entendimento de que o planeta
como um todo é afetado por cada atitude
isolada.
Figura 9. Quantidade de lixo produzido por dia pelos
moradores do bairro Novo Oriente.
Conforme a Prefeitura Municipal do
município de Luz – MG, a quantidade
transmitidas por eles, percebe-se que os
moradores do bairro Novo Oriente, possuem a
consciência das doenças transmitidas por
vetores presentes no lixo.
Segundo Oliveira (2006), o controle
dos animais transmissores de doenças, está
associada a higiene do ambiente, destacando –
se o acondicionamento, coleta e destino final
adequado do lixo.
Figura 10. Métodos de tratamento, segundo moradores.
A Figura 10 mostra que o método de
tratamento, mais conhecido pelos moradores
do bairro Novo Oriente 50% é o lixão, este
local é considerado a pior medida de
tratamento de lixo. De acordo com 21% dos
moradores o outro método mais conhecido é a
reciclagem, que permite a reutilização de
diversos materiais. Apenas 7% dos moradores
14. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 2 - 2º Semestre 2011 Página 52
conhecem o aterro controlado, sendo que todo
o lixo que não pode ser reaproveitado pela
Cooperativa de Coleta Seletiva RELUZ do
município de Luz – MG, é enviado ao aterro
controlado.
Figura 11. Materiais reutilizados pela população no
bairro Novo Oriente.
Percebe-se na Figura 11 que o material
mais reutilizado é o vidro 20%. Os moradores
reutilizam os vidros de azeitonas, extrato de
tomate, requeijão para utilizarem os copos
destas embalagens ou para enfeites e
armazenar alimentos. Os plásticos também são
bastante reutilizados, principalmente vasilhas
de margarinas e sacolas plásticas.
De acordo com Alencar (2005),
reutilizar um determinado produto significa
reaproveitá-lo sem qualquer alteração física,
modificando ou não o seu uso original,
prolongando a vida dos materiais.
FIGURA 12: Aterro Controlado Município Luz – MG
(2009).
A Figura 12 mostra o Aterro
Controlado, local onde é depositado o lixo que
não pode ser reaproveitado pelo município de
Luz – MG. São recolhidas cerca de 10.000
toneladas de lixo por dia, seja residencial,
industrial ou comercial.
Figura 15. Cooperativa de Coleta Seletiva – RELUZ
(2009).
Constatou – se no Município de Luz –
MG que cerca de 60% do lixo é reaproveitado
e recolhido pela Cooperativa de Coleta
Seletiva RELUZ.
Um dos fatores de maior problema é a
falta de informação da população acerca da
coleta seletiva. Outros fatores que contribuem
para o pequeno índice de reciclagem dos
resíduos são: o alto custo da coleta seletiva
para as municipalidades, a falta de um sistema
corretamente dimensionado em termos da
capacidade de armazenamento e
processamento de resíduos nas unidades de
triagem.
A Coleta Seletiva do município de Luz
– MG é feita porta a porta usando-se o mesmo
veículo e por profissionais da área de limpeza
urbana. A prefeitura não equipa seus
funcionários de acordo com as normas
especificas. O galpão de triagem (Figura 15)
possui apenas uma prensa e uma balança. Não
possui mesas, esteiras, administração,
vestiários com instalações sanitárias, depósito
para materiais, área de carga e descarga.
O lixo orgânico é todo enviado ao
aterro controlado, segundo Oliveira (2006)
deve recoberto com terra compactada, sendo
disposto em fileiras que esperam por
reviramento ou por aeração forçada. A
compostagem é um processo de produção de
composto orgânico em médio prazo 60 a 120
dias, incluindo maturação.
15. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 2 - 2º Semestre 2011 Página 53
De acordo com a SLU (1996), para
separar o material deve-se organizar uma
associação de catadores, os quais devem ser
devidamente capacitados com treinamentos,
onde podem ser abordados vários temas.
Os materiais reaproveitados são
vendidos para empresa de reciclagem do
município de Arcos – MG, a renda obtida é
dividida entre os 14 catadores da coleta
seletiva e recebem uma cesta básica da
Prefeitura Municipal de Luz – MG.
CONCLUSÕES
Por meio dos resultados obtidos, pode-
se concluir que a maioria dos moradores tem
consciência dos impactos ambientais causados
pelo lixo, mas nem sempre contribuem para a
diminuição do mesmo. Não havendo
conscientização quanto à preservação do meio
ambiente por parte dos moradores. A maioria
dos moradores não separa o lixo de forma
seletiva, sendo necessária maior divulgação e
parceria da Prefeitura junto aos moradores,
sendo fundamental um projeto de educação
ambiental ao longo de todo processo, pois é
através dela que os mesmos irão esboçar
mudanças de hábitos.
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1 – Grazielle Araujo Lopes Cançado, BSc,
Bióloga
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Francisco – FASF/UNISA.
2 – Larissa Paula Jardim de Lima Barbosa, BSc,
Bióloga / Especialista
Real Biológica Ltda.
3 – Prof. Flávio Henrique Ferreira Barbosa, PhD
Biólogo / Professor Adjunto I
Colegiado Ciências Farmacêuticas
Universidade Federal do Amapá – UNIFAP
flavio.barbosa@unifap.br