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Educação
Ambiental
Turismo
Ecológico
Agroecologia
Dezembro/2013 a Maio/2016
Um registro de 2 anos e meio de ações em
Gestão agroecológica do camping
do Parque Estadual do rio vermelho
Gestão agroecológica do camping
do Parque Estadual do rio vermelho
Financiamento
Financiaram este projeto recursos oriundos da arrecadação do Camping e provenientes de compensação
ambiental através dos Termos de Compromisso de Compensação Ambiental firmados pelas empresas
HUISMAN LTDA., BOM JARDIM ENERGIA EÓLICA S.A. e OCEANA ESTALEIRO S.A., aprovados pela
CTCA/FATMA - Câmara Técnica de Compensação Ambiental da FATMA.
CEPAGRO – Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo
Diretor Presidente: Eduardo Daniel da Rocha
Vice Diretora Geral: Erika Sagae
Diretora Administrativa: Maria Dênis Schneider
Diretor Financeiro: Rafael Beghini Ruas
Coordenador de Projetos Rurais: Charles Onassis Peres Lamb
Coordenador de Projetos Urbanos: Marcos José de Abreu
Coordenador de Comunicação: Fernando Angeoletto
Revista Gestão Agroecológica do Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho –
Dezembro de 2013 a Maio de 2016
Texto e fotos: Equipe Cepagro
Projeto Gráfico e edição: Fernando Angeoletto
Arte e Editoração Eletrônica : Juliana Duclós
Coordenação Editorial: André Ganzarolli Martins
REALIZAÇÃO
Fizeram parte da equipe Cepagro, trabalhando ou auxiliando no projeto Camping:
Alexandre Felipe Cordeiro - Engenheiro Agrônomo; André Ganzarolli Martins - Biólogo; Audrey de
Fraga– Auxiliar de Manutenção; Bruna Lunardi Taffe - Engenheira Agrônoma; Eduardo Rocha -
Administrador; Camilo Teixeira - Engenheiro Agrônomo, Historiador, Mestre em Agroecossistemas;
Carlos Javier Bartaburu Vignolo - Engenheiro Agrônomo; Charles Lamb - Técnico Agrícola; Érika
Sagae – Educadora do Campo; Flora de Oliveira Castellano – Engenheira Agrônoma; Fernando
Angeoletto - Jornalista; Francys Pacheco – Eng. Agrônomo; Gisa Garcia, Eng. Agrônoma; Guilherme
Angelo Bottan - Engenheiro Ambiental; Henrique Martini Romano – Administrador, Especialista em
Agroecossistemas; Ícaro Christovam de Souza Pereira - Engenheiro Agrônomo; Jeferson Severo -
Auxiliar de Manutenção; Júlio César Maestri - Eng. Agrônomo; Júlio Rafael Cançado Cogo - Educador
Popular; Karina Smania De Lorenzi - Engenheira Agrônoma; Luana Jamayna Gellert - Cientista Social;
Luciano Tommasi - Engenheiro Mecânico; Marcos J. de Abreu – Eng. Agrônomo; Marina Ferreira
Campos Pinto - Bióloga, Mestre em Recursos Genéticos Vegetais; Mônica Auga – Eng. Agrônoma;
Pedro Rodolfo Ocampos Palermo - Engenheiro Ambiental; Rafael Beghini - Engenheiro Mecatrônico;
Renato Barreto Barbosa Trivella – Estudante de Agronomia/UFSC; Stephanye Oliveira Cardoso – Bióloga.
ÍNDICE
Educação
Ambiental
Turismo
Ecológico
Agroecologia
14
5 25
Apresentação
É
com grande alegria que divulgamos,
através desta revista, uma síntese
dos resultados positivos alcança-
dos em pouco mais de 2 anos de gestão
agroecológica do Camping do Parque Es-
tadual do Rio Vermelho. Neste período,
nosso trabalho dentro desta Unidade de
Conservação está sendo pautado pelo
respeito à natureza através da adoção de
diversas práticas ecológicas, com ênfase
na educação ambiental.
Em dezembro de 2013 o Camping
reabriu ao público, depois de dois anos
fechado, sendo gerido desde então pelo
Centro de Estudos e Promoção da Agri-
cultura de Grupo (Cepagro) uma Orga-
nização da Sociedade Civil de Interesse
Público (OSCIP) cujo trabalho em prol do
ambiente, da ecologia e da saúde remonta
a uma história de mais de 25 anos cons-
truídos no meio rural e urbano de Santa
Catarina. O Cepagro tem como uma de
suas principais missões a promoção da
Agroecologia, ciência inovadora que alia
conhecimentos acadêmicos e populares
pela construção de uma sociedade verda-
deiramente sustentável.
Com uma visão pioneira de gestão de
espaços em Unidades de Conservação, o
Camping é entendido não apenas como
um local para lazer, mas também como um
centro de visitação e referência em educa-
ção ambiental. Com o objetivo maior de
promover a conservação da natureza, o
trabalho desenvolvido vem demonstrando
ser possível realizar dentro de uma Unida-
de de Conservação de Proteção Integral
práticas conservacionistas que podem ser
propagadas para além do próprio espaço,
potencializando o impacto positivo das
ações na sociedade e no ambiente.
No dia-a-dia do Camping do Parque
Estadual do Rio Vermelho, tais práticas se
traduziram em inúmeras atividades edu-
cativas (desde oficinas até painéis infor-
mativos), na coleta seletiva dos resíduos
sólidos, no tratamento dos resíduos or-
gânicos localmente através da compos-
tagem, na valorização da biodiversidade
local com o plantio de plantas nativas, na
horta agroecológica de plantas alimentí-
cias e medicinais, na produção e doação
de mudas de plantas nativas através do
viveiro e no controle de espécies exóticas
invasoras, entre outras ações. Nas pági-
nas seguintes, apresentamos amostras e
dados das atividades de gestão agroeco-
lógicas aqui elencadas.
Equipe do
Camping
da alta
temporada de
verão 2015-
2016.
4
P
ara propiciar a manutenção desse
convívio entre as pessoas e o meio
ambiente, é fundamental a exis-
tência das Unidades de Conservação,
espaços públicos reservados para a
proteção da natureza. Nestas áreas pro-
tegidas o turismo ecológico tem poten-
cial para realização de ações positivas
na vida das pessoas, enquanto ocorra
de forma controlada e sustentável. Re-
verter impactos negativos causados pela
presença humana e transformá-los em
resultados positivos através da Agroe-
cologia tem sido a missão principal da
gestão do Cepagro nesta área pública
que é o Camping do Parque Estadual do
Rio Vermelho.
Diante de tantas
problemáticas associadas
à vida moderna, como a
poluição e as desigualdades
sócio-ambientais que
enfrentamos no dia-a-dia,
seja no campo, seja na
cidade, é cada vez mais
necessária a adoção de
práticas e pensamentos
ecológicos. É nesse sentido
que o turismo ecológico se
destaca como uma forma
essencial de geração de
bem-estar e saúde para a
população, sendo dever
da sociedade e dos órgãos
públicos promovê-la.
Turismo
ecológico
Turismo
ecológico
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
5
O Parque Estadual
do Rio Vermelho
6
O Camping do Rio Vermelho,
apresenta condições ideais para
pessoas que queiram apreciar
e desfrutar de momentos em
meio à natureza. Ele faz parte
do Parque Estadual do Rio
Vermelho (PAERVE), que ocupa
uma área de 1.532 hectares e
está localizado na costa leste da
Ilha de Santa Catarina, em um
local privilegiado, com natureza
exuberante e acesso tanto à
praia do Moçambique quanto à
Lagoa da Conceição.
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
7
O
s diversos ecossistemas do Parque
pertencem ao bioma Mata Atlântica,
considerado um dos mais ricos em
biodiversidade do mundo, sendo também
um dos mais ameaçados pela degrada-
ção ambiental. Atualmente, restam apenas
12,5% da área coberta originalmente e,
por isso, existe a grande necessidade de
conservação desses remanescentes (SOS
Mata Atlântica, 2016).
A criação do Parque Estadual do Rio
Vermelho ocorreu em 24 de maio de 2007,
pelo Decreto Estadual nº 308, visando a pre-
servação dessa importante área de relevância
ecológica, histórica, turística, cultural e pai-
sagística. Desde então, o Camping situa-se
dentro de uma Unidade de Conservação de
Proteção Integral regida pela lei 9985/2000,
que institui o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação. Mas a história do Parque
começou muito an-
tes, em 1962, com
a criação da Esta-
ção Florestal do Rio
Vermelho, que tinha
por objetivo experi-
mentar o plantio de
diversas espécies de
pinheiros (também co-
nhecidos como Pinus),
eucaliptos, ciprestes,
entre outras, para saber
quais delas melhor se
adaptavam à região e a
viabilidade da produção
florestal destas espécies.
O idealizador e coordenador desta
estação foi Henrique Berenhauser e as se-
mentes utilizadas foram provenientes de
diversos países. Em 1974, após 12 anos,
atingiu-se a área de 800 hectares basica-
mente de Pinus e eucalipto, materializando
então aquele projeto e modificando drasti-
camente a paisagem local. Até a década de
1970 foram introduzidas cerca de 25 espé-
cies de Pinus na área, fato que acarretou
na descaracterização de grande parte do
ecossistema original. Nesta época, a ges-
tão da área era feita através de um convê-
nio entre o governo do estado, a Secretaria
de Agricultura e a Associação Rural Regio-
nal de Florianópolis.
Em 1974, a Estação Florestal foi trans-
formada no Parque Florestal do Rio Verme-
lho, mantendo os mesmos objetivos da Es-
tação e incluindo a restauração, proteção e
conservação do ecossistema local. A partir
disto, a gestão da área foi entregue à Se-
cretaria Estadual de Agricultura. Em 1983,
a administração foi repassada à Compa-
nhia Integrada de Desenvolvimento Agríco-
la de Santa Catarina (CIDASC), cuja ges-
tão estendeu-se até 2007, quando a área
tornou-se Parque Estadual, passando a ser
administrada pela Fundação Estadual do
Meio Ambiente (FATMA). (Ferreira, 2010).
Apesar da intensa mudança sofrida
pela paisagem, estudos recentes reve-
lam que ainda há uma imensa riqueza
de espécies de animais e plantas nati-
vas. Já foram registradas 169 espécies
de plantas, distribuídas em diferentes ti-
pos de vegetação do Parque, que são:
restinga herbácea, restinga arbustiva,
restinga arbórea, vegetação de banhado
e a mata-atlântica “clássica”, conheci-
da também por floresta ombrófila densa
(Ferreira, 2010).
8
É o nome que pode ser dado aos vários
tipos de vegetação da Mata-Atântica
que crescem próximas do mar, em solos
basicamente arenosos, apresentando uma
série de adaptações à este ambiente, como
a resistência ao solo pobre em nutrientes, sol forte e à
salinidade vinda do mar, entre outras características. As
restingas abrigam muita riqueza de animais e plantas e
são protegidas por Lei, também são lugares muito bonitos
e importantes para a preservação das praias. Apesar
disso, continuam muito ameaçadas, pois estão em lugares
frágeis e muito atrativos para a construção imobiliária.
>> No trabalho desenvolvido no Camping toda essa biodiversidade é valorizada através da
educação ambiental, com o objetivo de que os visitantes conheçam mais sobre os habitantes
nativos do Parque e passem a respeitá-los e admirá-los. Neste sentido, existe também um
esforço por parte da equipe técnica, em registrar os animais e plantas encontrados no
Camping e seu entorno, para que o conhecimento sobre a natureza local seja cada vez maior.
Essa diversidade de espécies vegetais
é responsável pelo sustento e abrigo de
muitas espécies de animais silvestres que
habitam o parque. Somente de aves os re-
gistros apontam pelo menos 106 espécies,
sendo algumas delas migratórias, que apa-
recem em apenas algumas épocas do ano
na região. Também existem diversas espé-
cies de répteis, como lagartos e cobras, e
mamíferos, como macaco-prego, cachorro-
-do-mato e gambás, além de fungos, inse-
tos e a microfauna do solo, que são seres
fundamentais para as dinâmicas ecológicas
dos ambientes. (Ferreira, 2010).
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
9
Um camping em
O
Camping do Rio Vermelho é con-
siderado um dos campings mais
tradicionais do sul do Brasil, com
mais de 35 anos de história envolvendo
gerações de campistas.
Após o início da gestão do Cepagro,
o Camping foi considerado um dos
melhores do Brasil em 2015 e 2016,
segundo o guia de campismo Ma-
Camp, referência internacional
nesta área. Tanto o guia quan-
to as avaliações realizadas
com os campistas apontam
como sendo a maior quali-
dade do Camping o aten-
dimento da equipe, as
estruturas bem cuidadas
e as atividades educati-
vas e sócio-culturais em
meio à natureza.
Desde a reabertura
do camping em dezembro
de 2013, foram registra-
das mais de 25 mil pes-
soas entre campistas, visi-
tantes, comunidade escolar
e participantes de eventos.
Em relação ao atendi-
mento, ao chegar no Cam-
ping, os visitantes são recebi-
dos por profissionais qualificados,
com formação especializada, à dis-
posição para tirar duvidas sobre rotei-
ros de ecoturismo, passeios e também
sobre a ecologia do local. São também
orientados sobre o modelo de gestão de
resíduos adotado, e recebem uma breve
introdução sobre o Parque e as atividades
educativas e sócio-culturais realizadas.
O Camping apresenta uma extensa
área com aproximadamente 3 hectares,
que oferece aos campistas banheiros
10
limpos e com água quente, mais de 70
pontos de energia para utilização de apa-
relhos elétricos, áreas destinadas para a
lavagem de roupas e utensílios de cozi-
nha, quatro espaços coletivos com chur-
rasqueiras e pias, cozinha coletiva com
fogão à gás e à lenha.
Na área de entretenimento, o Cam-
ping conta com um salão de jogos com
mesas de ping-pong, sinuca e pebolim,
além de campo de futebol, quadra de vô-
lei, parque infantil e galpão para eventos.
Também contamos com uma pequena
biblioteca coletiva, brinquedoteca e
acesso à internet wi-fi para comu-
nicação dos campistas em um
espaço confortável.
Em alguns períodos do
ano, especialmente na alta
temporada de verão, o
Camping contou com a co-
modidade de um restau-
rante servindo café-da-
-manhã, almoço e jantar,
bem como lanches diver-
sos. No local também são
comercializados artigos
de primeira necessidade,
como mantimentos e mate-
rial de limpeza e higiene.
Entre 22 de Dezembro
de 2013 à 10 de março de
2016, o Camping abrigou apro-
ximadamente 9.150 campistas,
sendo a maioria adultos e jovens.
Também tivemos cerca de 7.000 re-
gistros de pessoas que passaram pelo
Camping para visita, acesso à praia, fa-
zer trilhas e praticar esportes.
meio a natureza Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
11
Arte &
Cultura
O
utro diferencial da gestão do Cam-
ping pelo Cepagro é o estímulo
às atividades culturais e artísticas.
Durante a temporada, foram diversos
momentos de cultura para visitantes e
campistas, todos gratuitos. Os artistas e
oficineiros são em sua maioria campistas
que vem desfrutar do Camping e trocam
seu talento por alguns dias de estadia.
A riqueza da programação cultural e en-
tretenimento durante as temporadas foi
enorme. Foram muitas apresentações
de música, circo, teatro, aulas de dança,
canto, artes marciais e até fabricação de
fantoches.
12
>> Durante a baixa temporada, o
Camping também tem se tornado
sede de eventos diversos, tais como:
acampamentos de grupos escolares e
de escoteiros, acampamentos religiosos,
gincanas escolares, convenções
culturais de circo, encontros de dança
e cultura africana e afro-brasileira,
entre outros. Nesses dois anos de
co-gestão, sediamos 90 eventos, entre
os quais a maioria teve parte de sua
programação aberta ao público.
Para valorizar a comuni-
dade local durante as tempora-
das também foram convidados
pessoas e grupos do bairro Rio
Vermelho, vizinho ao Camping,
para darem oficinas de yoga, ca-
poeira e recreação para crianças.
Além disso, os campistas-
artistas deixaram o Camping mais
bonito e colorido com suas pinturas
inspiradas na vida e ecologia do
Parque. Até o momento, foram sete
murais pintados, que têm tornado o
espaço do Camping uma galeria de
arte a céu aberto.
>> No dia 24 de maio de 2015 o
Camping sediou a quarta edição
do evento “Domingo no Parque”
organizado em parceria com a FATMA
e a Casa de Cultura do Rio Vermelho.
Neste dia o Camping recebeu
aproximadamente 3000 visitantes.
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
13
14
Focar nos conhecimentos
práticos e teóricos sem
deixar de lado a magia
e encantamento gerados
por experiências lúdicas,
sensoriais e emocionais
é uma das chaves para
a educação ambiental
desenvolvida pelo Cepagro.
Ouvir na floresta as histórias
de um duende, conhecer a
plantação de um “pirata”,
ou simplesmente fazer uma
brincadeira divertida antes
de começar uma caminhada,
são alguns dos momentos
de prazer e de integração
com o público envolvido nas
atividades educativas.
Educação e
interpretação
ambiental
Educação e
interpretação
ambiental
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
14/15
C
omo princípio, nosso grande in-
teresse com a educação e inter-
pretação ambiental é desenvolver
pensamentos e práticas que contem-
plem a variável social na conservação
dos ecossistemas, buscando tornar o
público atuante na preservação das Uni-
dades de Conservação e do ambiente
como um todo, de forma que multiplique
também na sua comunidade os aprendi-
zados vivenciados.
Entre os muitos temas abordados,
destacam-se a importância da preserva-
ção da biodiversidade e dos recursos na-
turais de forma sustentável e integradora,
além da adoção de hábitos de vida sau-
dáveis. Dessa forma, diversos valores,
práticas e conhecimentos tem sido di-
fundidos entre as atividades didáticas no
Camping, demonstrando que a valoriza-
ção e o cuidado com as diversas formas
de vida, comunidade e natureza é a base
para um desenvolvimento em harmonia e
de fato sustentável.
De forma geral, as ações educativas
ocorreram de maneira contínua dentro do
Camping em três grandes grupos:
1) Oferta gratuita de cursos e oficinas
para comunidade, atendimento para ins-
tituições de ensino de todo o estado de
Santa Catarina e acampamentos coleti-
vos;
2) Orientação da comunidade campista e
visitantes quanto à gestão do Camping,
com foco na separação de resíduos só-
lidos, consumo consciente de recursos
como água e energia, regramento e ca-
racterização da Unidade de Conservação
Ambiental;
3) Estágios Voluntários e Curriculares.
16
No primeiro ano de gestão,
em 2014, contabilizamos mais
de 1000 pessoas atendidas de
Unidades Escolares e grupos
universitários de diversos bairros
da cidade de Florianópolis e de
outros municípios. As atividades
realizadas basicamente abordaram as
seguintes temáticas: a) Conhecendo
os Ecossistemas do Parque através
de Trilhas Ecológicas; b) Ecologia e
Reprodução de Espécies de Plantas
Nativas (Viveiro Educativo); c) Horta
Agroecológica (consumo consciente
e alimentação saudável, produção
orgânica de alimentos); d) Gestão
de Resíduos Sólidos (separação,
coleta seletiva e destinação
correta dos resíduos sólidos).
Em 2014, realizamos um curso
gratuito sobre “Hortas Escolares
Agroecológicas” através de
parceria com a ESAG/UDESC, que
teve a participação de pessoas
de diversos municípios de Santa
Catarina, Paraná e Rio Grande
do Sul. Seguindo essa mesma
linha realizamos em 2015, mais
dois cursos para 200 professores
da rede municipal de ensino de
Florianópolis ligados ao Projeto
Educando com a Horta Escolar e a
Gastronomia da Prefeitura Municipal
de Florianópolis (PEHEG/PMF).
Resultados alcançados
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
17
18
Fauna e Flora do PAERVE;
Viveiro Agroflorestal;
Trilha Ecológica na Bacia Hidrográfica
da Lagoa da Conceição;
Práticas de Compostagem;
Horta Agroecológica;
Bioconstrução;
Observação de Aves Da Restinga;
Produção de Mudas
de Plantas Nativas;
Planta Medicinais Nativas
Roça Agroecológica e Agroflorestal;
Nesse mesmo ano (2015),
contabilizamos 1099 pessoas
em atendimentos de 42 visitas
guiadas. Além disso realizamos a
Formação em Gestão Comunitária
de Resíduos Sólidos Orgânicos
e a Formação em Agroecologia
para agentes do CRAS (Centro de
Referência em Assistência Social
de Florianópolis) para trabalharem
os conceitos, ensinamentos
e práticas de agroecologia na
recuperação de pessoas em
situação de vulnerabilidade social.
Também realizamos a Formação
em Agroecologia para Agentes
da Rede Municipal de Saúde, com
o objetivo de incentivar o uso de
fitoterápicos no tratamento de
enfermidades e aprender a elaborar
e manter hortas agroecológicas
dentro das unidades de saúde.
Ainda em 2015, iniciamos
uma nova fase de oficinas
abertas e gratuitas a população,
denominada Saber na Prática. De
abril a novembro de 2015 foram
ofertadas 24 oficinas, alcançando
um total de 442 participantes durante
aquele ano. Em algumas edições
contamos com a participação
de convidados especiais.
Os temas das oficinas foram:
Reaproveitamento Integral
de Alimentos Orgânicos;
Alimento Vivo;
Biodiversidade de Sementes;
Telhado Verde;
Despolpa de Juçara (Açaí Da Mata Atlântica);
Astronomia e Agricultura;
Gastronomia com Plantas
Alimentícias não Convencionais;
Musicalidade;
Produção de Sabão Com Óleo
Usado e Plantas Medicinais.
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
19
D
entro de sua proposta de atrair
para o ambiente do Camping e do
Parque os anseios de comunida-
des, organizações e escolas, o Cepagro
ampliou as relações no âmbito acadê-
mico, servindo de base para estágios
curriculares de nível médio e superior, e
abrindo-se também ao voluntariado. Na
baixa temporada de 2015 foram acolhi-
dos e orientados 2 estagiários, através
de parceria com a Universidade Federal
de Santa Catarina, e 4 voluntários que
atuaram em frentes de pesquisa e tra-
balho sincronizadas com as agendas da
equipe técnica do Camping.
A partir de 2015, acolhemos ainda
estágios curriculares através da parce-
ria entre o Cepagro e o Instituto Federal
Catarinense (IFC) de Rio do Sul (SC). Ao
todo vieram 8 jovens formandos execu-
tar seu estágio curricular obrigatório em
Ensino Médio Técnico, cumprindo um
período de 45 dias durante o verão.
Em relação ao voluntariado, conta-
bilizamos 25 voluntários durante o verão
da temporada 2014/2015. Na tempora-
da seguinte (2015/2016) este número foi
maior ainda, totalizando 63 pessoas, que
contribuíam com as ações do Camping
e ao mesmo tempo aprenderam mais
sobre as temáticas ligadas a educação
ambiental junto à equipe.
Articulando saberes
com a comunidade
20
Estagiários
do verão
2013-2014
O Trabalho
Externo
As ações de educação
ambiental desenvolvidas no
Camping foram estendidas
por meio da participação em
importantes eventos e atividades
externas, através da montagem
de stands, realização de
oficinas e divulgação das
ações do Camping do
PAERVE em: escolas, grupos
comunitários de bairros
de Florianópolis, eventos
comunitários de bairros do
entorno do Parque, eventos
institucionais (do SESC,
FATMA e Prefeitura Municipal),
conferências, simpósios,
encontros de agroecologia,
grupos de agricultores,
aldeias indígenas, comunidades
quilombolas e até um Centro
de Atenção Psicossocial.
É dada uma atenção especial
a comunidade do bairro do Rio
Vermelho, considerando que é
fundamental a aproximação da
Unidade de Conservação com a
população do entorno. A relação
se deu através de apoio técnico,
realização de oficinas de educação
ambiental e capacitação em torno
da agroecologia e conservação dos
recursos naturais, com o Núcleo
de Educação Infantil São João
Batista, Coletivo Pátios Amigos
do Rio Vermelho e Comunidade
Quilombola Vidal Martins do Rio
Vermelho. De maio à novembro de
2015, foram realizadas um total de
15 oficinas com estes coletivos,
repercutindo positivamente
no desenvolvimento
sustentável da região.
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
21
Bolsistas da UFSC - verão 2015
ESTAÇÕES
DIDÁTICAS
Palco das atividades de
educação ambiental, foram
determinados 4 espaços
didáticos principais,
integrados à gestão
agroecológica do Camping:
VIVEIRO DE PLANTAS NATIVAS
Proporciona ao visitante
tanto conhecer as técnicas
de produção de mudas,
quando aprender sobre os
ecossistemas nativos, desde
sua composição até suas
interações ecológicas, sobre
sucessão ecológica e outras
questões ambientais observadas
no entorno, como a presença
de espécies exóticas invasoras
e sistemas agroforestais.
HORTA AGROFLORESTAL
Utiliza como insumo principal
o adubo produzido na
compostagem. A horta permite
a interação das crianças,
jovens e adultos com toda
a riqueza e as dinâmicas da
vida que se desenvolve neste
espaço. Além da produção
de alimentos, a horta é
conectada à restauração
ambiental e gera um universo
de atividades lúdicas,
brincadeiras e conhecimentos.
22
TRILHAS ECOLÓGICAS
Nesse roteiro o público
pratica a caminhada ao
ar livre, conhecendo mais
sobre a biodiversidade
nativa, as histórias e
importância da Unidade
de Conservação, além
de outros temas, como
princípios que regem a
Ecologia. No caminho
pela Mata-Atlântica,
belas paisagens são
visitadas, como a Lagoa
da Conceição e a Praia
do Moçambique.
ÁREAS DE
COMPOSTAGEM
Nestes locais o visitante
conhece a técnica
de transformação de
resíduos orgânicos em
adubo, refletindo sobre
seus hábitos de consumo
e os problemas advindos
da destinação incorreta
do lixo. São abordados
tanto aspectos técnicos
como os fundamentos
teóricos da compostagem.
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
23
A
s trilhas do Camping levam a
diferentes paisagens e propor-
cionam aos visitantes percorrer
e conhecer os ecossistemas do Parque.
Um exemplo é o caminho até a Lagoa da
Conceição, no qual passamos por uma
floresta, a restinga arbórea, e chegamos
numa área de banhado e na lagoa, onde
podem ser avistadas aves aquáticas e
migratórias, peixes, plantas nativas e
muito mais.
Existem ainda trilhas em ambiente
florestal, onde podemos perceber o im-
pacto dos Pinus e eucaliptos na vegeta-
ção nativa, e seu processo de regenera-
ção. Na trilha principal, que liga a área de
camping até o mar, podemos perceber
as mudanças na vegetação ao longo do
caminho, saindo de um ambiente florestal
para o ecossistema de beira de praia.
Trilhas ecológicas
24
VOCÊ SABIA
que atualmente a
Agroecologia já é
tema de vários cursos de
ensino médio (técnicos),
graduação e de
pós-graduação, em todas
as regiões do Brasil?
A presença humana nas
Unidades de Conservação,
sem gerar impactos
negativos, só é possível
através da Agroecologia.
Esta ciência inovadora,
que tem se desenvolvido
significativamente nos
últimos anos, trabalha com
a união de conhecimentos
acadêmicos e populares,
criando técnicas e saberes
que façam a sociedade se
desenvolver sem agredir
o meio ambiente, de
forma verdadeiramente
sustentável. Na prática,
são muitos saberes e
técnicas desenvolvidas
com a Agroecologia, muitas
destas implementados pelo
Cepagro no Camping do
Rio Vermelho, seguindo
princípios como:
AgroecologiaAgroecologia
Nas próximas seções
convidamos você a
conhecer melhor cada
uma das práticas
agroecológicas
desenvolvidas no
Camping do Parque
Estadual do Rio
Vermelho! Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
25
atório
gestão
3 a mar/16
26
A
tualmente, são raras as Unida-
des de Conservação, bem como
espaços públicos em geral, que
assumem práticas agroecológicas na sua
gestão. Normalmente, nestes espaços,
de forma contraditória, vemos ações con-
trárias aos princípios da conservação da
natureza, como gestão incorreta dos resí-
duos, consumo irracional dos recursos, au-
sência de saneamento ecológico, falta de
atividades educativas e integradoras com
a comunidade, entre outros sintomas
que reforçam a necessidade de mudança
dessa realidade.
Portanto, através desta publicação es-
peramos contribuir e inspirar mais o desen-
volvimento da Agroecologia no âmbito da
gestão dos espaços públicos e Unidades
de Conservação, enxergando nela a forma
mais correta e adequada de desenvolver
a sociedade. Através de seus princípios e
práticas, temos buscado gerar um funcio-
namento ecológico e saudável deste espa-
ço público que é o Camping do Rio Verme-
lho, com todas as ações permeadas pela
educação ambiental.
Agroecologia: Uma mudança
necessária na gestão dos espaços
INTEGRANDO A GESTÃO DO ESPAÇO
ATRAVÉS DA AGROECOLOGIA
USO
PÚBLICO
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
REFLORESTAMENTO
E HORTAS
AGROFLORESTAIS
ALIMENTOS
COLETA
SELETIVA
RESÍDUO
ORGÂNICO
SEPARADO
COMPOSTAGEM
PRODUÇÃO DE
MUDAS
VIVEIRO
ADUBO
26
Gerenciamento de
resíduos sólidos
O
Gerenciamento de Resíduos Sóli-
dos, conhecido pela sigla “GRS”, foi
estratégia e instrumento de gestão
fundamental no Camping do Rio Vermelho,
representando uma ferramenta capaz de
minimizar os efeitos negativos dos resíduos
gerados pelas atividades humanas e ser-
vindo como base para uma série de outras
ações agroecológicas e educativas.
Entre estas ações resultantes da
gestão de resíduos, podemos destacar a
produção de adubo, que é responsável
tanto por subsidiar a produção de mu-
das do viveiro, quanto pela restauração
de áreas degradadas do Parque. Em dois
anos foram coletados, triados e pesa-
dos 49 toneladas de resíduos sólidos no
Camping.
Compreendendo que a maior parte do “lixo”
na verdade é algo muito útil, que ainda pode ser
transformado através da reciclagem, optamos por
mudar o nome do “lixo” para “resíduo”.
Dessa forma, a gestão de todo resíduo gerado
no Camping se baseou em priorizar sua separação
inicial pelo próprio público que o gerou, resultando
em três grupos principais: orgânicos compostáveis,
recicláveis secos e rejeitos. Através desta coleta
seletiva, torna-se muito mais fácil a destinação
posterior dos materiais para a reciclagem.
O “LIXO”
QUE NÃO
É LIXO...
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
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atório
gestão
3 a mar/16
28
50%
30%
20%
COMO FUNCIONARAM AS ETAPAS
DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
NO CAMPING DO RIO VERMELHO:
>> Os resíduos gerados pelo público são depositados
em recipientes específicos, separados em três
grupos principais de resíduos: orgânico compostável,
reciclável seco e rejeito. Materiais perigosos e óleo de
cozinha são depositados em locais particulares.
>> Uma coleta bastante qualificada dos resíduos
é desenvolvida. Os resíduos encontrados em cada
recipiente são inspecionados e separados corretamente
pelos coletores, corrigindo eventuais erros que podem
aparecer na separação dos resíduos feita pelo público.
>> Após coletados, os resíduos são pesados
e os dados registrados, gerando parâmetros
usados nas atividades de educação
ambiental e monitoramento da gestão.
Reciclagem
Os recicláveis
secos (30%) são
encaminhados para
associações de
catadores que os
venderão para empresas
de reciclagem.
Aterro sanitário
A menor parte constituída
pelos rejeitos (20%),
vai para o aterro sanitário
através da coleta convencional
de lixo do município.
Compostagem
A maior parte
(50%), representada
pelos orgânicos,
são levados para
a compostagem.
SEPARAÇÃO
NA FONTE
COLETA E
TRIAGEM
PESAGEM
DESTINAÇÃO
Cabe destacar que o investimento em
infraestrutura (boa quantidade e qualidade
de recipientes coletores) e geração de ma-
teriais educativos (placas informativas e ofi-
cinas) foi fundamental para o sucesso desta
metodologia. Outra estratégia adotada foi
agrupar os recipientes para cada categoria
de resíduo nos PEVs (Pontos de Entrega Vo-
luntária), distribuídos por todo o Camping,
trazendo o ponto de descarte mais perto
dos campistas e dessa forma impedindo o
acúmulo de resíduo em locais inapropriados.
>> Cada grupo de resíduo é então destinado corretamente.
28
Separe seus resíduos
Deposite nos contentores adequados
Uma percepção interessante foi que a
cultura da separação dos resíduos sólidos
transformou-se numa política interna da equipe
do Camping, sendo muito bem avaliada pelos
campistas e visitantes, além de contribuir para
a formação de professores, estudantes e a po-
pulação através de cursos e oficinas com essa
temática.
Portanto, podemos dizer que o Gerencia-
mento dos Resíduos Sólidos foi um instrumento
de gestão que de fato contribuiu para diminuir o
impacto do resíduo sólido gerado pelas ações
humanas no Camping do PAERVE, sendo, por-
tanto, de extrema necessidade enquanto hou-
ver atividades no espaço.
Quer saber uma coisa
legal que descobrimos
com a GRS?
Na alta temporada, período entre o Natal
até o fim do carnaval, são gerados em
média 14.000 Kg de lixo ou “Resíduos
Sólidos”, deixados por campistas de
vários países e estados brasileiros.
Ao longo do verão, duas vezes ao dia,
realizamos a coleta seletiva, triagem e
pesagem de todo material recolhido.
E sabe o que mais
descobrimos?
Que a quantidade de materiais recicláveis
coletados somou aproximadamente 4200
Kg e entre estes o vidro somou 1.800Kg
(43%), Garrafas PET 504 Kg (12%),
embalagens 1.300 Kg (31%), alumínio
378 Kg (9%) e papelão 105Kg (2,5%)
e outros (2,5%). Mesmo assim, alguns
materiais recicláveis são considerados
rejeitos ou por estarem sujos ou por
não ser reconhecido comercialmente
o valor econômico do material.
Por isso, quando vier ao Camping,
já sabe. Contribua com a separação
do resíduo sólido.O Planeta
agradece e nós também!
VOCÊ SABIA que boa parte do
resíduo jogado no chão é causado por
duas razões? Em primeiro lugar, a falta
de educação, e em segundo, a falta de
locais adequados para armazenamento
do resíduo. Observamos no Camping
que a destinação correto do resíduo
pelo público melhora sempre
quanto mais ofertamos atividades
de educação ambiental e quanto
mais disponibilizamos recipientes
adequados para colocar o resíduo.
Gestão
Agroecológica
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a mai/2016
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atório
gestão
3 a mar/16
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elatório
e gestão
z/2013 a
ar/16
30
O composto produzido tem
gerado muitos benefícios,
tornando-se um símbolo
contundente que expressa
como um problema (“lixo”)
pode virar solução (adubo).
A compostagem também
tem se conectado com
outras ações importantes
dentro da Unidade de
Conservação, como o viveiro
e a restauração ambiental,
ações essas detalhadas nas
próximas seções.
T
ransformando um grande impacto
negativo em positivo, a equipe do
Cepagro, através da metodologia
de compostagem, conseguiu transformar
em adubo orgânico 100% dos resíduos
sólidos orgânicos gerados no Camping,
representando mais de 23.630 kilos de
restos de alimentos que seriam descarta-
dos, mas foram processados adequada-
mente, de forma ecológica.
Dessa maneira, aproximadamen-
te metade de todo o “lixo” produzido no
Camping nesses dois anos transformou-
-se em vida através do adubo (também
chamado de composto), sendo utilizado
principalmente para a produção de mu-
das do Viveiro e adubação de hortas e jar-
dins do Camping, entre outras ações de
educação ambiental.
A técnica de compostagem adotada
no Camping, conhecida como compos-
tagem termofílica, baseia-se em facilitar
as condições para que os resíduos or-
gânicos sejam transformados em adubo
através da ação de bactérias e fungos,
dentro de condições controladas, e com
proporções adequadas de mistura com
outros materiais.
A atividade decompositora
dos microorganismos
produz calor (chegando a
65 graus), destruindo seres
nocivos e seus esporors
CAMADAS SECAS
Depois de passar por um período de
maturação, o resultado do processo
é um excelente composto orgânico,
pronto para adubar a terra.
A atividade decompositora
dos microorganismos
produz calor (chegando a
65 graus), destruindo seres
nocivos e seus esporors
CAMADAS SECAS
Depois de passar por um período de
maturação, o resultado do processo
é um excelente composto orgânico,
pronto para adubar a terra.
CONHEÇA
O CICLO DA
COMPOSTAGEM
TERMOFÍLICA
30
A palhada de cobertura
reduz a perda de calor
e umidade da pilha de
compostagem
CAMADAS ÚMIDAS
Macroorganismos como as
minhocas estão presentes na
pilha e ajudarão a arejá-la e
decompor os materiais orgânicos
No Camping do Rio Vermelho, o adubo é
usado para produção de mudas e o plantio
de árvores nativas, além de alimentar a
nossa Horta Agroecológica
HORTA
AGROECOLÓGICA
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Compostagem
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
31
O desenvolvimento do Viveiro de
Plantas Nativas é uma atividade
integrada às demais que ocorrem
na co-gestão do Camping, como:
A Compostagem, em que os resíduos
orgânicos foram transformados em adubo,
agora disponível para a produção de mudas;
A coleta seletiva, em que
embalagens foram transformadas
em vasos para as plantas;
A educação ambiental, servindo de
estrutura para práticas e informações
ligadas à biodiversidade do PAERVE;
A pesquisa, com o registro de mais de
170 espécies vegetais nos arredores do
Camping, observando seus períodos de
floração e frutificação, na coleta de sementes
e na observação de sua germinação;
O estímulo ao plantio de árvores
nativas nas áreas de entorno com a
doação de mais de 4.000 mudas;
A ornamentação e planejamento
dos espaços do Camping;
A restauração ambiental do PAERVE,
com o enriquecimento de ecossistemas
através de plantios de espécies-chave, e
salvando das roçadas aquelas plantas que
nascem ou já estão na área de camping.
O viveiro de
plantas nativas
O
viveiro de mudas brotou da motiva-
ção de criar um espaço de aprendi-
zados e trabalhos a favor da natu-
reza. O PAERVE já teve um viveiro anterior,
que foi desativado. Muitas pessoas da co-
munidade procuravam o Camping no início
do projeto querendo saber desse viveiro
desativado, sendo esta outra motivação
para iniciar o movimento.
No viveiro, podemos conhecer 60 es-
pécies de plantas nativas do ameaçado
bioma Floresta Atlântica. A maior parte
destas espécies compõe a vegetação do
PAERVE, formada por floresta de encosta,
restinga, dunas, banhados, laguna e toda
vegetação que permeia estes ambientes.
Completando
Ciclos
Reflorestamento
Alimentos
Coleta
seletiva
Resíduo orgânico
separado
Compostagem
Produção
de mudas
Viveiro
Adubo
ATRAVÉS DO VIVEIRO,
em um período de 2 anos:
Foram produzidas mais
de 15 mil mudas.
Foram plantadas no Camping e seus
arredores em torno de 1000 mudas, de
60 espécies vegetais nativas do Parque.
Doação de mais de 4.000 mudas.
32
RESTINGA ARBUSTIVA:
Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa),
Pitanga (Eugenia uniflora), Erva-baleeira
(Varronia curassavica ), Capororoquinha
(Myrsine parvifolia), entre muitas outras.
Um dos objetivos do viveiro é servir
como uma estrutura educadora possibi-
litando desde a auto-interpretação quan-
to a sensibilização de visitantes. O vivei-
ro tem atuado como um local didático
onde grupos de estudantes, visitantes e
campistas tem acesso à informação qua-
lificada sobre a biodiversidade nativa e
diversos temas relacionados à ecologia,
biologia e restauração.
A operacionalização do Viveiro de
Plantas Nativas mostrou-se uma ativida-
de fundamental para a gestão agroeco-
lógica do Camping dentro desta Unidade
de Conservação. As pessoas são atraídas
pelas mudas e aproveitam para interagir
com o ecossistema do parque.
Através do plantio e doação de mu-
das, a comunidade tem se beneficiado
com o enriquecimento ambiental e a res-
tauração de áreas degradadas do Parque,
além de revitalizar diversos quintais, ruas
e praças da própria cidade de Florianópo-
lis e outras regiões do estado.
Espécies de plantas cultivadas
no viveiro, nativas do Parque
Estadual do Rio Vermelho, de
acordo com cada tipo de restinga:
RESTINGA ARBÓREA:
Araçá (Psidium cattleyanum), Aroeira-
vermelha (Schinus terebinthifolius),
Guamirim-da-folha-fina (Myrcia
splendens), Baguaçu (Eugenia
umbelliflora), Camboatá-vermelho
(Cupania vernalis), Maria-mole (Guapira
opposita), entre muitas outras.
RESTINGA HERBÁCEA:
Macela (Achyrocline satureioides),
Tansagem (Plantago sp.), Feijãozinho-
da-praia (Sophora tomentosa), Batateira-
da-praia (Ipomea pes-caprae e Ipomea
imperati), entre muitas outras.
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
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Identificação e
valorização da
biodiversidade
34
TUCANO-DO-BICO-PRETO Rhamphastos vitellinus
A equipe do Cepagro, formada
por especialistas como
biólogos e agrônomos, têm
catalogado a fauna e a flora
dentro e ao redor do Camping,
contabilizando a existência de
pelo menos 174 espécies de
plantas, 55 espécies de aves, 6
espécies de répteis, 6 espécies
de mamíferos e muitos outros
animais, como anfíbios e
insetos ao redor do Camping.
SAÍRA-AZUL Dacnis cayana
BEM-TE-VI-RAJADO Myiodynastes maculatus
GRALHA-AZUL Cyanocorax caeruleus
Gestão
Agroecológica
dez/2013
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35
36
ORQUÍDEA Epidendrum fulgens CIPÓ-DE-SÃO-JOÃO Pyrostegia venusta
LÍRIO Habranthus robustus
QUARESMEIRA Tibouchina urvilleana ÍRIS-DA-PRAIA Neomarica candida
Tais registros têm sido preciosos,
dando vida às pesquisas realizadas
no Parque e se transformando
em conhecimento e cultura
para os visitantes, através de
placas informativas e atividades
de educação ambiental.
GUABIROBA Campomanesia xanthocarpa
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
37
C
om objetivo de servir como espaço
educativo complementar às demais
trilhas do Parque, a partir de 2014
foi desenvolvida uma horta agroecológi-
ca e agroflorestal no Camping, para que
demonstrasse, de maneira concreta e in-
terativa, como as ações humanas, como
a produção de alimentos, podem existir
cooperando com a natureza e não indo
contrária a ela.
Através do conceito de agrofloresta,
onde uma horta ou roça dá lugar aos pou-
cos a uma floresta, além dos usos educa-
tivos, temos contribuído diretamente para
a conservação da natureza do Parque. Se-
guindo este princípio, a horta agroflorestal
serve como espaço que atrai e promove
a biodiversidade e culmina, ao longos dos
anos, na restauração da vegetação nativa.
Paralelamente, também promove a qua-
lidade de vida dos campistas e visitantes
através do cultivo orgânico de alimentos e
plantas medicinais que são consumidos e
utilizados localmente pela população, além
das trocas de saberes proporcionadas pelas
plantas ali cultivadas.
A horta agroflorestal
38
A horta agroflorestal
implementada no Camping baseia-
se na Agroecologia, seguindo
um modelo de agricultura que
respeita a natureza, não utiliza
agrotóxicos e adubos químicos,
nem outras práticas agrícolas
que envenenam e destroem o
solo. Ao contrário, baseia-se em
conhecimentos científicos da
ecologia, biologia, entre outras
áreas, focando uma produção
saudável de alimentos, através de
diversas técnicas ecológicas.
Entre estas técnicas, estão
diferentes maneiras de restauração
e preservação do solo, cultivo
consorciado de diversas espécies
vegetais com funções ecológicas,
uso de fertilizantes naturais, uso
de materiais locais, dentre muitas
outras práticas sustentáveis. Além
disso, tomamos o cuidado de
não introduzir plantas exóticas
invasoras, que tem o potencial
de se reproduzir e prejudicar os
ecossistemas naturais do Parque.
Paralelamente ao cultivo das
plantas alimentícias e medicinais,
que apresentam ciclo de vida curto,
são plantadas espécies nativas de
vida média a longa, produzidas no
Viveiro de Plantas Nativas, e que
gradualmente transformarão o local
da antiga horta em floresta, como
é detalhado na seção a seguir.
A agroecologia como princípio
Gestão
Agroecológica
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39
Horta/Roça
agroflorestal
Entre 3 a 5
meses após o início
da composteira, o
composto pronto
é coletado e as
composteiras são
desmanchadas. No
local são plantados
vegetais comestiveis
de ciclo curto, como
milho e hortaliças, junto
com plantas nativas de
ciclo médio e longo:
as árvores, arbustos e
ervas nativas produzidas
no viveiro com o adubo
das composteiras.
Retirada de
espécies exóticas
Nesta etapa é feito
o corte ou roçada das
plantas invasoras. Com
os galhos das podas
são feitos “poleiros”,
que servirão de
abrigo para animais,
que enriquecerão
o local com as
sementes que trazem.
A retirada, aliada ao
controle posterior das
invasoras, favorece o
desenvolvimento de
plantas nativas.
C
om a perspectiva de contribuir com a
restauração e recuperação dos ecos-
sistemas naturais do Parque, uma
série de ações integradas ao dia-a-dia do
Camping tem sido desenvolvidas e geram
cada vez mais frutos.
Um dos maiores dilemas do Parque
é o controle do pinheiro americano (Pinus
elliotii), uma árvore que, apesar de trazer
benefícios como sombra e madeira de boa
qualidade, entre outros, tem prejudicado a
natureza local.
O pinus, com seu crescimento rápi-
do, principalmente em áreas abertas com
vegetação rasteira, acaba dominando e
impedindo a vegetação nativa de crescer
naturalmente. Os animais nativos também
interagem pouco com a árvore, pois é uma
planta que não dá frutos comestíveis, nem
suas folhas são apreciadas. Além disso,
seu formato oferece pouco abrigo para
animais e plantas que vivem em árvores,
e suas folhas finas (chamadas de acículas)
quando caem no chão formam uma grossa
camada que também dificulta a germina-
ção da floresta nativa.
Recuperando ecossistemas
40
Compostagem
Em seguida, se
utiliza o local para
a construção de
composteiras, que
acabam abafando as
plantas invasoras
remanescentes e
gerando fertilidade
no solo.
Assim, o controle das espécies exó-
ticas invasoras, tais como o pinus e grama
braquiária, é tratado como uma atividade
fundamental na área do Camping, que
se desenvolve numa série de etapas in-
tegradas até chegar no objetivo final, que
é o retorno da floresta e vegetação nativa
compostas por uma riqueza de espécies
diversificadas e saudáveis.
Baseado nos princípios ecológicos de
manejo de recursos naturais, utilizamos os
galhos que caem pelo camping tanto para
jardinagem e ornamentação dos espaços,
quanto para formar núcleos de biodiverdade
através das técnicas de nucleação, como a
transposição de galharia e poleiros. Com as
palhas alimentamos a compostagem e aba-
famos espécies exóticas agressivas como a
braquiária, e as composteiras também pro-
movem a fertilidade do solo e proporcionam
interações ecológicas que favorecem a re-
generação espontânea de espécies da flora
local. Antes de roçar as áreas verdes, verifi-
camos rotineiramente se há alguma plântula
para ser resgatada por ali, o que chamamos
de “roçada seletiva”.
através da agroecologia
Floresta nativa
(estágio inicial)
A partir do segundo
ano, a contar da
retirada das espécies
exóticas, uma “tímida”
floresta começa então
a surgir. A sombra
das árvores pioneiras
dificulta a germinação
das espécies exóticas
invasoras, como o
Pinus e Braquiária,
e a vegetação
nativa presente
já tem força para
continuar seu ciclo.
Floresta nativa
(estágio
desenvolvido)
Algum tempo
depois, as árvores
nativas começam a
frutificar, espalhando
e catalizando a
restauração das
áreas próximas num
processo virtuoso. A
partir daí a floresta
volta a seguir seu ritmo
natural de riqueza e
biodiversidade.
Durante o
desenvolvimento da
horta ou roça, além
dos vegetais nativos
plantados, igualmente
são preservados as
espécies nativas
que nascem
espontaneamente,
enriquecendo ainda
mais o sistema.
Também é feito o
controle de plantas
invasoras que
podem voltar a
aparecer no local.
Agrofloresta
de Nativas
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
41
N
esses dois anos e 6 meses de
co-gestão do Cepagro no Cam-
ping do Parque Estadual do Rio
Vermelho, observa-se claramente que
este local nunca mais será visto da mesma
forma. O Camping deixou de ser apenas
lembrado pela natureza exuberante que o
cerca, e passou a ser referência, como um
verdadeiro centro educativo de práticas
sustentáveis, ecológicas e socio-culturais.
Nesse período, graças a ação inte-
grada entre FATMA e Cepagro, o Camping
tornou-se um espaço público múltiplo,
apto para o campismo, lazer, educação
ambiental, prática de esportes, piqueni-
que, eventos sócio-ambientais e culturais,
trilhas, viveiro, doação de mudas, contato
com a natureza, cursos, oficinas e tantas
outras atividades.
Vale ressaltar que houve uma grande
contribuição para a conservação am-
biental, objetivo maior das Unidades de
Conservação, através de ações integra-
das de educação, interpretação e restau-
ração ambiental, uma vez que crianças,
jovens e adultos de diversas culturas e
nacionalidades puderam aumentar seu
conhecimento e refletir sobre o seu com-
portamento, quer seja dividindo e con-
vivendo em espaços públicos coletivos,
plantando uma árvore, colhendo um fru-
to, apreciando a paisagem, admirando
um animal, separando seu resíduo, fa-
zendo a compostagem.
42
CONCLUSÃO
Também foi marcante o sentimento
de bem-estar da população que conheceu
o Camping do PAERVE, pois a quantida-
de e a qualidade de atrativos foram mui-
tas. Mais de 25.000 pessoas passaram
pelo Camping para conhecer o projeto,
as ações, o lugar, pessoas de diversas
partes do mundo que levam a mensagem
da Ecologia e da Agroecolgia para seus
lares. Mensagens estas que traduzem a
vontade de fazermos um mundo melhor
a cada dia, buscando a harmonia entre
o ambiente e o ser humano, orientando
as pessoas a adquirirem uma cidadania
sócio-ambiental.
Portanto, através deste universo de
atividades desenvolvidas, o legado destes
anos de gestão agroecológica do Camping
certamente se perpetuará, servindo como
referência e inspiração não somente para a
gestão diferenciada dentro de Unidades de
Conservação, mas também para gestão
ecológica de muitos outros espaços públi-
cos utilizados pela sociedade.
Certamente a mudança individual e
coletiva continuará frutificando através de
todos aqueles que tem passado por aqui.
Com gratidão, agradecemos a todos estes
que tem contribuído para a transformação
do Camping do Rio Vermelho. Cabe ago-
ra à sociedade dar continuidade ao uso e
defesa deste lindo espaço conquistado e
que multiplique a Agroecologia por muitos
outros lugares.
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mai/2016
43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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manejo. Florianópolis: Insular, 2010.196p. Disponível em: http://docslide.com.br/docu-
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Agroecológica do Camping do Paerve:
Vídeos:
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https://www.youtube.com/watch?v=Wo2kzO3zuYs
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Reportagens:
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que-do-rio-vermelho-e-opcao-de-ferias-para-turistas-em-sc.html
http://ecohospedagem.com/narotadasustentabilidade/parque-do-rio-vermelho-trilha-
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http://www.ecovida.org.br/a-rede/nucleos/litoral-catarinense/compostagem-e-aborda-
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parque-estadual-do-rio-vermelho-oferece-atividades-de-educacao-ambiental-para-
44
Gestão
Agroecológica
dez/2013
a mar/16
45
-escolas-4552490.html
http://crecheidalinaochoa.blogspot.com.br/2014/09/passeio-ao-camping-do-rio-ver-
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http://depaesmeflorianopolis.blogspot.com.br/2014/11/formacao-hortas-escolares.html
http://www.guiafloripa.com.br/agenda/infantil/um-dia-de-camping.php
https://agroecologia.wordpress.com/camping-do-rio-vermelho/
https://campingriovermelho.wordpress.com/category/educacao-ambiental/
https://www.facebook.com/parqueestadualdoriovermelho/posts/515605168580509
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  • 1. Educação Ambiental Turismo Ecológico Agroecologia Dezembro/2013 a Maio/2016 Um registro de 2 anos e meio de ações em Gestão agroecológica do camping do Parque Estadual do rio vermelho Gestão agroecológica do camping do Parque Estadual do rio vermelho
  • 2. Financiamento Financiaram este projeto recursos oriundos da arrecadação do Camping e provenientes de compensação ambiental através dos Termos de Compromisso de Compensação Ambiental firmados pelas empresas HUISMAN LTDA., BOM JARDIM ENERGIA EÓLICA S.A. e OCEANA ESTALEIRO S.A., aprovados pela CTCA/FATMA - Câmara Técnica de Compensação Ambiental da FATMA. CEPAGRO – Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo Diretor Presidente: Eduardo Daniel da Rocha Vice Diretora Geral: Erika Sagae Diretora Administrativa: Maria Dênis Schneider Diretor Financeiro: Rafael Beghini Ruas Coordenador de Projetos Rurais: Charles Onassis Peres Lamb Coordenador de Projetos Urbanos: Marcos José de Abreu Coordenador de Comunicação: Fernando Angeoletto Revista Gestão Agroecológica do Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho – Dezembro de 2013 a Maio de 2016 Texto e fotos: Equipe Cepagro Projeto Gráfico e edição: Fernando Angeoletto Arte e Editoração Eletrônica : Juliana Duclós Coordenação Editorial: André Ganzarolli Martins REALIZAÇÃO Fizeram parte da equipe Cepagro, trabalhando ou auxiliando no projeto Camping: Alexandre Felipe Cordeiro - Engenheiro Agrônomo; André Ganzarolli Martins - Biólogo; Audrey de Fraga– Auxiliar de Manutenção; Bruna Lunardi Taffe - Engenheira Agrônoma; Eduardo Rocha - Administrador; Camilo Teixeira - Engenheiro Agrônomo, Historiador, Mestre em Agroecossistemas; Carlos Javier Bartaburu Vignolo - Engenheiro Agrônomo; Charles Lamb - Técnico Agrícola; Érika Sagae – Educadora do Campo; Flora de Oliveira Castellano – Engenheira Agrônoma; Fernando Angeoletto - Jornalista; Francys Pacheco – Eng. Agrônomo; Gisa Garcia, Eng. Agrônoma; Guilherme Angelo Bottan - Engenheiro Ambiental; Henrique Martini Romano – Administrador, Especialista em Agroecossistemas; Ícaro Christovam de Souza Pereira - Engenheiro Agrônomo; Jeferson Severo - Auxiliar de Manutenção; Júlio César Maestri - Eng. Agrônomo; Júlio Rafael Cançado Cogo - Educador Popular; Karina Smania De Lorenzi - Engenheira Agrônoma; Luana Jamayna Gellert - Cientista Social; Luciano Tommasi - Engenheiro Mecânico; Marcos J. de Abreu – Eng. Agrônomo; Marina Ferreira Campos Pinto - Bióloga, Mestre em Recursos Genéticos Vegetais; Mônica Auga – Eng. Agrônoma; Pedro Rodolfo Ocampos Palermo - Engenheiro Ambiental; Rafael Beghini - Engenheiro Mecatrônico; Renato Barreto Barbosa Trivella – Estudante de Agronomia/UFSC; Stephanye Oliveira Cardoso – Bióloga.
  • 4. Apresentação É com grande alegria que divulgamos, através desta revista, uma síntese dos resultados positivos alcança- dos em pouco mais de 2 anos de gestão agroecológica do Camping do Parque Es- tadual do Rio Vermelho. Neste período, nosso trabalho dentro desta Unidade de Conservação está sendo pautado pelo respeito à natureza através da adoção de diversas práticas ecológicas, com ênfase na educação ambiental. Em dezembro de 2013 o Camping reabriu ao público, depois de dois anos fechado, sendo gerido desde então pelo Centro de Estudos e Promoção da Agri- cultura de Grupo (Cepagro) uma Orga- nização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) cujo trabalho em prol do ambiente, da ecologia e da saúde remonta a uma história de mais de 25 anos cons- truídos no meio rural e urbano de Santa Catarina. O Cepagro tem como uma de suas principais missões a promoção da Agroecologia, ciência inovadora que alia conhecimentos acadêmicos e populares pela construção de uma sociedade verda- deiramente sustentável. Com uma visão pioneira de gestão de espaços em Unidades de Conservação, o Camping é entendido não apenas como um local para lazer, mas também como um centro de visitação e referência em educa- ção ambiental. Com o objetivo maior de promover a conservação da natureza, o trabalho desenvolvido vem demonstrando ser possível realizar dentro de uma Unida- de de Conservação de Proteção Integral práticas conservacionistas que podem ser propagadas para além do próprio espaço, potencializando o impacto positivo das ações na sociedade e no ambiente. No dia-a-dia do Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho, tais práticas se traduziram em inúmeras atividades edu- cativas (desde oficinas até painéis infor- mativos), na coleta seletiva dos resíduos sólidos, no tratamento dos resíduos or- gânicos localmente através da compos- tagem, na valorização da biodiversidade local com o plantio de plantas nativas, na horta agroecológica de plantas alimentí- cias e medicinais, na produção e doação de mudas de plantas nativas através do viveiro e no controle de espécies exóticas invasoras, entre outras ações. Nas pági- nas seguintes, apresentamos amostras e dados das atividades de gestão agroeco- lógicas aqui elencadas. Equipe do Camping da alta temporada de verão 2015- 2016. 4
  • 5. P ara propiciar a manutenção desse convívio entre as pessoas e o meio ambiente, é fundamental a exis- tência das Unidades de Conservação, espaços públicos reservados para a proteção da natureza. Nestas áreas pro- tegidas o turismo ecológico tem poten- cial para realização de ações positivas na vida das pessoas, enquanto ocorra de forma controlada e sustentável. Re- verter impactos negativos causados pela presença humana e transformá-los em resultados positivos através da Agroe- cologia tem sido a missão principal da gestão do Cepagro nesta área pública que é o Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho. Diante de tantas problemáticas associadas à vida moderna, como a poluição e as desigualdades sócio-ambientais que enfrentamos no dia-a-dia, seja no campo, seja na cidade, é cada vez mais necessária a adoção de práticas e pensamentos ecológicos. É nesse sentido que o turismo ecológico se destaca como uma forma essencial de geração de bem-estar e saúde para a população, sendo dever da sociedade e dos órgãos públicos promovê-la. Turismo ecológico Turismo ecológico Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 5
  • 6. O Parque Estadual do Rio Vermelho 6
  • 7. O Camping do Rio Vermelho, apresenta condições ideais para pessoas que queiram apreciar e desfrutar de momentos em meio à natureza. Ele faz parte do Parque Estadual do Rio Vermelho (PAERVE), que ocupa uma área de 1.532 hectares e está localizado na costa leste da Ilha de Santa Catarina, em um local privilegiado, com natureza exuberante e acesso tanto à praia do Moçambique quanto à Lagoa da Conceição. Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 7
  • 8. O s diversos ecossistemas do Parque pertencem ao bioma Mata Atlântica, considerado um dos mais ricos em biodiversidade do mundo, sendo também um dos mais ameaçados pela degrada- ção ambiental. Atualmente, restam apenas 12,5% da área coberta originalmente e, por isso, existe a grande necessidade de conservação desses remanescentes (SOS Mata Atlântica, 2016). A criação do Parque Estadual do Rio Vermelho ocorreu em 24 de maio de 2007, pelo Decreto Estadual nº 308, visando a pre- servação dessa importante área de relevância ecológica, histórica, turística, cultural e pai- sagística. Desde então, o Camping situa-se dentro de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral regida pela lei 9985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Mas a história do Parque começou muito an- tes, em 1962, com a criação da Esta- ção Florestal do Rio Vermelho, que tinha por objetivo experi- mentar o plantio de diversas espécies de pinheiros (também co- nhecidos como Pinus), eucaliptos, ciprestes, entre outras, para saber quais delas melhor se adaptavam à região e a viabilidade da produção florestal destas espécies. O idealizador e coordenador desta estação foi Henrique Berenhauser e as se- mentes utilizadas foram provenientes de diversos países. Em 1974, após 12 anos, atingiu-se a área de 800 hectares basica- mente de Pinus e eucalipto, materializando então aquele projeto e modificando drasti- camente a paisagem local. Até a década de 1970 foram introduzidas cerca de 25 espé- cies de Pinus na área, fato que acarretou na descaracterização de grande parte do ecossistema original. Nesta época, a ges- tão da área era feita através de um convê- nio entre o governo do estado, a Secretaria de Agricultura e a Associação Rural Regio- nal de Florianópolis. Em 1974, a Estação Florestal foi trans- formada no Parque Florestal do Rio Verme- lho, mantendo os mesmos objetivos da Es- tação e incluindo a restauração, proteção e conservação do ecossistema local. A partir disto, a gestão da área foi entregue à Se- cretaria Estadual de Agricultura. Em 1983, a administração foi repassada à Compa- nhia Integrada de Desenvolvimento Agríco- la de Santa Catarina (CIDASC), cuja ges- tão estendeu-se até 2007, quando a área tornou-se Parque Estadual, passando a ser administrada pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (FATMA). (Ferreira, 2010). Apesar da intensa mudança sofrida pela paisagem, estudos recentes reve- lam que ainda há uma imensa riqueza de espécies de animais e plantas nati- vas. Já foram registradas 169 espécies de plantas, distribuídas em diferentes ti- pos de vegetação do Parque, que são: restinga herbácea, restinga arbustiva, restinga arbórea, vegetação de banhado e a mata-atlântica “clássica”, conheci- da também por floresta ombrófila densa (Ferreira, 2010). 8
  • 9. É o nome que pode ser dado aos vários tipos de vegetação da Mata-Atântica que crescem próximas do mar, em solos basicamente arenosos, apresentando uma série de adaptações à este ambiente, como a resistência ao solo pobre em nutrientes, sol forte e à salinidade vinda do mar, entre outras características. As restingas abrigam muita riqueza de animais e plantas e são protegidas por Lei, também são lugares muito bonitos e importantes para a preservação das praias. Apesar disso, continuam muito ameaçadas, pois estão em lugares frágeis e muito atrativos para a construção imobiliária. >> No trabalho desenvolvido no Camping toda essa biodiversidade é valorizada através da educação ambiental, com o objetivo de que os visitantes conheçam mais sobre os habitantes nativos do Parque e passem a respeitá-los e admirá-los. Neste sentido, existe também um esforço por parte da equipe técnica, em registrar os animais e plantas encontrados no Camping e seu entorno, para que o conhecimento sobre a natureza local seja cada vez maior. Essa diversidade de espécies vegetais é responsável pelo sustento e abrigo de muitas espécies de animais silvestres que habitam o parque. Somente de aves os re- gistros apontam pelo menos 106 espécies, sendo algumas delas migratórias, que apa- recem em apenas algumas épocas do ano na região. Também existem diversas espé- cies de répteis, como lagartos e cobras, e mamíferos, como macaco-prego, cachorro- -do-mato e gambás, além de fungos, inse- tos e a microfauna do solo, que são seres fundamentais para as dinâmicas ecológicas dos ambientes. (Ferreira, 2010). Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 9
  • 10. Um camping em O Camping do Rio Vermelho é con- siderado um dos campings mais tradicionais do sul do Brasil, com mais de 35 anos de história envolvendo gerações de campistas. Após o início da gestão do Cepagro, o Camping foi considerado um dos melhores do Brasil em 2015 e 2016, segundo o guia de campismo Ma- Camp, referência internacional nesta área. Tanto o guia quan- to as avaliações realizadas com os campistas apontam como sendo a maior quali- dade do Camping o aten- dimento da equipe, as estruturas bem cuidadas e as atividades educati- vas e sócio-culturais em meio à natureza. Desde a reabertura do camping em dezembro de 2013, foram registra- das mais de 25 mil pes- soas entre campistas, visi- tantes, comunidade escolar e participantes de eventos. Em relação ao atendi- mento, ao chegar no Cam- ping, os visitantes são recebi- dos por profissionais qualificados, com formação especializada, à dis- posição para tirar duvidas sobre rotei- ros de ecoturismo, passeios e também sobre a ecologia do local. São também orientados sobre o modelo de gestão de resíduos adotado, e recebem uma breve introdução sobre o Parque e as atividades educativas e sócio-culturais realizadas. O Camping apresenta uma extensa área com aproximadamente 3 hectares, que oferece aos campistas banheiros 10
  • 11. limpos e com água quente, mais de 70 pontos de energia para utilização de apa- relhos elétricos, áreas destinadas para a lavagem de roupas e utensílios de cozi- nha, quatro espaços coletivos com chur- rasqueiras e pias, cozinha coletiva com fogão à gás e à lenha. Na área de entretenimento, o Cam- ping conta com um salão de jogos com mesas de ping-pong, sinuca e pebolim, além de campo de futebol, quadra de vô- lei, parque infantil e galpão para eventos. Também contamos com uma pequena biblioteca coletiva, brinquedoteca e acesso à internet wi-fi para comu- nicação dos campistas em um espaço confortável. Em alguns períodos do ano, especialmente na alta temporada de verão, o Camping contou com a co- modidade de um restau- rante servindo café-da- -manhã, almoço e jantar, bem como lanches diver- sos. No local também são comercializados artigos de primeira necessidade, como mantimentos e mate- rial de limpeza e higiene. Entre 22 de Dezembro de 2013 à 10 de março de 2016, o Camping abrigou apro- ximadamente 9.150 campistas, sendo a maioria adultos e jovens. Também tivemos cerca de 7.000 re- gistros de pessoas que passaram pelo Camping para visita, acesso à praia, fa- zer trilhas e praticar esportes. meio a natureza Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 11
  • 12. Arte & Cultura O utro diferencial da gestão do Cam- ping pelo Cepagro é o estímulo às atividades culturais e artísticas. Durante a temporada, foram diversos momentos de cultura para visitantes e campistas, todos gratuitos. Os artistas e oficineiros são em sua maioria campistas que vem desfrutar do Camping e trocam seu talento por alguns dias de estadia. A riqueza da programação cultural e en- tretenimento durante as temporadas foi enorme. Foram muitas apresentações de música, circo, teatro, aulas de dança, canto, artes marciais e até fabricação de fantoches. 12
  • 13. >> Durante a baixa temporada, o Camping também tem se tornado sede de eventos diversos, tais como: acampamentos de grupos escolares e de escoteiros, acampamentos religiosos, gincanas escolares, convenções culturais de circo, encontros de dança e cultura africana e afro-brasileira, entre outros. Nesses dois anos de co-gestão, sediamos 90 eventos, entre os quais a maioria teve parte de sua programação aberta ao público. Para valorizar a comuni- dade local durante as tempora- das também foram convidados pessoas e grupos do bairro Rio Vermelho, vizinho ao Camping, para darem oficinas de yoga, ca- poeira e recreação para crianças. Além disso, os campistas- artistas deixaram o Camping mais bonito e colorido com suas pinturas inspiradas na vida e ecologia do Parque. Até o momento, foram sete murais pintados, que têm tornado o espaço do Camping uma galeria de arte a céu aberto. >> No dia 24 de maio de 2015 o Camping sediou a quarta edição do evento “Domingo no Parque” organizado em parceria com a FATMA e a Casa de Cultura do Rio Vermelho. Neste dia o Camping recebeu aproximadamente 3000 visitantes. Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 13
  • 14. 14
  • 15. Focar nos conhecimentos práticos e teóricos sem deixar de lado a magia e encantamento gerados por experiências lúdicas, sensoriais e emocionais é uma das chaves para a educação ambiental desenvolvida pelo Cepagro. Ouvir na floresta as histórias de um duende, conhecer a plantação de um “pirata”, ou simplesmente fazer uma brincadeira divertida antes de começar uma caminhada, são alguns dos momentos de prazer e de integração com o público envolvido nas atividades educativas. Educação e interpretação ambiental Educação e interpretação ambiental Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 14/15
  • 16. C omo princípio, nosso grande in- teresse com a educação e inter- pretação ambiental é desenvolver pensamentos e práticas que contem- plem a variável social na conservação dos ecossistemas, buscando tornar o público atuante na preservação das Uni- dades de Conservação e do ambiente como um todo, de forma que multiplique também na sua comunidade os aprendi- zados vivenciados. Entre os muitos temas abordados, destacam-se a importância da preserva- ção da biodiversidade e dos recursos na- turais de forma sustentável e integradora, além da adoção de hábitos de vida sau- dáveis. Dessa forma, diversos valores, práticas e conhecimentos tem sido di- fundidos entre as atividades didáticas no Camping, demonstrando que a valoriza- ção e o cuidado com as diversas formas de vida, comunidade e natureza é a base para um desenvolvimento em harmonia e de fato sustentável. De forma geral, as ações educativas ocorreram de maneira contínua dentro do Camping em três grandes grupos: 1) Oferta gratuita de cursos e oficinas para comunidade, atendimento para ins- tituições de ensino de todo o estado de Santa Catarina e acampamentos coleti- vos; 2) Orientação da comunidade campista e visitantes quanto à gestão do Camping, com foco na separação de resíduos só- lidos, consumo consciente de recursos como água e energia, regramento e ca- racterização da Unidade de Conservação Ambiental; 3) Estágios Voluntários e Curriculares. 16
  • 17. No primeiro ano de gestão, em 2014, contabilizamos mais de 1000 pessoas atendidas de Unidades Escolares e grupos universitários de diversos bairros da cidade de Florianópolis e de outros municípios. As atividades realizadas basicamente abordaram as seguintes temáticas: a) Conhecendo os Ecossistemas do Parque através de Trilhas Ecológicas; b) Ecologia e Reprodução de Espécies de Plantas Nativas (Viveiro Educativo); c) Horta Agroecológica (consumo consciente e alimentação saudável, produção orgânica de alimentos); d) Gestão de Resíduos Sólidos (separação, coleta seletiva e destinação correta dos resíduos sólidos). Em 2014, realizamos um curso gratuito sobre “Hortas Escolares Agroecológicas” através de parceria com a ESAG/UDESC, que teve a participação de pessoas de diversos municípios de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Seguindo essa mesma linha realizamos em 2015, mais dois cursos para 200 professores da rede municipal de ensino de Florianópolis ligados ao Projeto Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia da Prefeitura Municipal de Florianópolis (PEHEG/PMF). Resultados alcançados Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 17
  • 18. 18
  • 19. Fauna e Flora do PAERVE; Viveiro Agroflorestal; Trilha Ecológica na Bacia Hidrográfica da Lagoa da Conceição; Práticas de Compostagem; Horta Agroecológica; Bioconstrução; Observação de Aves Da Restinga; Produção de Mudas de Plantas Nativas; Planta Medicinais Nativas Roça Agroecológica e Agroflorestal; Nesse mesmo ano (2015), contabilizamos 1099 pessoas em atendimentos de 42 visitas guiadas. Além disso realizamos a Formação em Gestão Comunitária de Resíduos Sólidos Orgânicos e a Formação em Agroecologia para agentes do CRAS (Centro de Referência em Assistência Social de Florianópolis) para trabalharem os conceitos, ensinamentos e práticas de agroecologia na recuperação de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Também realizamos a Formação em Agroecologia para Agentes da Rede Municipal de Saúde, com o objetivo de incentivar o uso de fitoterápicos no tratamento de enfermidades e aprender a elaborar e manter hortas agroecológicas dentro das unidades de saúde. Ainda em 2015, iniciamos uma nova fase de oficinas abertas e gratuitas a população, denominada Saber na Prática. De abril a novembro de 2015 foram ofertadas 24 oficinas, alcançando um total de 442 participantes durante aquele ano. Em algumas edições contamos com a participação de convidados especiais. Os temas das oficinas foram: Reaproveitamento Integral de Alimentos Orgânicos; Alimento Vivo; Biodiversidade de Sementes; Telhado Verde; Despolpa de Juçara (Açaí Da Mata Atlântica); Astronomia e Agricultura; Gastronomia com Plantas Alimentícias não Convencionais; Musicalidade; Produção de Sabão Com Óleo Usado e Plantas Medicinais. Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 19
  • 20. D entro de sua proposta de atrair para o ambiente do Camping e do Parque os anseios de comunida- des, organizações e escolas, o Cepagro ampliou as relações no âmbito acadê- mico, servindo de base para estágios curriculares de nível médio e superior, e abrindo-se também ao voluntariado. Na baixa temporada de 2015 foram acolhi- dos e orientados 2 estagiários, através de parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina, e 4 voluntários que atuaram em frentes de pesquisa e tra- balho sincronizadas com as agendas da equipe técnica do Camping. A partir de 2015, acolhemos ainda estágios curriculares através da parce- ria entre o Cepagro e o Instituto Federal Catarinense (IFC) de Rio do Sul (SC). Ao todo vieram 8 jovens formandos execu- tar seu estágio curricular obrigatório em Ensino Médio Técnico, cumprindo um período de 45 dias durante o verão. Em relação ao voluntariado, conta- bilizamos 25 voluntários durante o verão da temporada 2014/2015. Na tempora- da seguinte (2015/2016) este número foi maior ainda, totalizando 63 pessoas, que contribuíam com as ações do Camping e ao mesmo tempo aprenderam mais sobre as temáticas ligadas a educação ambiental junto à equipe. Articulando saberes com a comunidade 20 Estagiários do verão 2013-2014
  • 21. O Trabalho Externo As ações de educação ambiental desenvolvidas no Camping foram estendidas por meio da participação em importantes eventos e atividades externas, através da montagem de stands, realização de oficinas e divulgação das ações do Camping do PAERVE em: escolas, grupos comunitários de bairros de Florianópolis, eventos comunitários de bairros do entorno do Parque, eventos institucionais (do SESC, FATMA e Prefeitura Municipal), conferências, simpósios, encontros de agroecologia, grupos de agricultores, aldeias indígenas, comunidades quilombolas e até um Centro de Atenção Psicossocial. É dada uma atenção especial a comunidade do bairro do Rio Vermelho, considerando que é fundamental a aproximação da Unidade de Conservação com a população do entorno. A relação se deu através de apoio técnico, realização de oficinas de educação ambiental e capacitação em torno da agroecologia e conservação dos recursos naturais, com o Núcleo de Educação Infantil São João Batista, Coletivo Pátios Amigos do Rio Vermelho e Comunidade Quilombola Vidal Martins do Rio Vermelho. De maio à novembro de 2015, foram realizadas um total de 15 oficinas com estes coletivos, repercutindo positivamente no desenvolvimento sustentável da região. Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 21 Bolsistas da UFSC - verão 2015
  • 22. ESTAÇÕES DIDÁTICAS Palco das atividades de educação ambiental, foram determinados 4 espaços didáticos principais, integrados à gestão agroecológica do Camping: VIVEIRO DE PLANTAS NATIVAS Proporciona ao visitante tanto conhecer as técnicas de produção de mudas, quando aprender sobre os ecossistemas nativos, desde sua composição até suas interações ecológicas, sobre sucessão ecológica e outras questões ambientais observadas no entorno, como a presença de espécies exóticas invasoras e sistemas agroforestais. HORTA AGROFLORESTAL Utiliza como insumo principal o adubo produzido na compostagem. A horta permite a interação das crianças, jovens e adultos com toda a riqueza e as dinâmicas da vida que se desenvolve neste espaço. Além da produção de alimentos, a horta é conectada à restauração ambiental e gera um universo de atividades lúdicas, brincadeiras e conhecimentos. 22
  • 23. TRILHAS ECOLÓGICAS Nesse roteiro o público pratica a caminhada ao ar livre, conhecendo mais sobre a biodiversidade nativa, as histórias e importância da Unidade de Conservação, além de outros temas, como princípios que regem a Ecologia. No caminho pela Mata-Atlântica, belas paisagens são visitadas, como a Lagoa da Conceição e a Praia do Moçambique. ÁREAS DE COMPOSTAGEM Nestes locais o visitante conhece a técnica de transformação de resíduos orgânicos em adubo, refletindo sobre seus hábitos de consumo e os problemas advindos da destinação incorreta do lixo. São abordados tanto aspectos técnicos como os fundamentos teóricos da compostagem. Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 23
  • 24. A s trilhas do Camping levam a diferentes paisagens e propor- cionam aos visitantes percorrer e conhecer os ecossistemas do Parque. Um exemplo é o caminho até a Lagoa da Conceição, no qual passamos por uma floresta, a restinga arbórea, e chegamos numa área de banhado e na lagoa, onde podem ser avistadas aves aquáticas e migratórias, peixes, plantas nativas e muito mais. Existem ainda trilhas em ambiente florestal, onde podemos perceber o im- pacto dos Pinus e eucaliptos na vegeta- ção nativa, e seu processo de regenera- ção. Na trilha principal, que liga a área de camping até o mar, podemos perceber as mudanças na vegetação ao longo do caminho, saindo de um ambiente florestal para o ecossistema de beira de praia. Trilhas ecológicas 24
  • 25. VOCÊ SABIA que atualmente a Agroecologia já é tema de vários cursos de ensino médio (técnicos), graduação e de pós-graduação, em todas as regiões do Brasil? A presença humana nas Unidades de Conservação, sem gerar impactos negativos, só é possível através da Agroecologia. Esta ciência inovadora, que tem se desenvolvido significativamente nos últimos anos, trabalha com a união de conhecimentos acadêmicos e populares, criando técnicas e saberes que façam a sociedade se desenvolver sem agredir o meio ambiente, de forma verdadeiramente sustentável. Na prática, são muitos saberes e técnicas desenvolvidas com a Agroecologia, muitas destas implementados pelo Cepagro no Camping do Rio Vermelho, seguindo princípios como: AgroecologiaAgroecologia Nas próximas seções convidamos você a conhecer melhor cada uma das práticas agroecológicas desenvolvidas no Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho! Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 25
  • 26. atório gestão 3 a mar/16 26 A tualmente, são raras as Unida- des de Conservação, bem como espaços públicos em geral, que assumem práticas agroecológicas na sua gestão. Normalmente, nestes espaços, de forma contraditória, vemos ações con- trárias aos princípios da conservação da natureza, como gestão incorreta dos resí- duos, consumo irracional dos recursos, au- sência de saneamento ecológico, falta de atividades educativas e integradoras com a comunidade, entre outros sintomas que reforçam a necessidade de mudança dessa realidade. Portanto, através desta publicação es- peramos contribuir e inspirar mais o desen- volvimento da Agroecologia no âmbito da gestão dos espaços públicos e Unidades de Conservação, enxergando nela a forma mais correta e adequada de desenvolver a sociedade. Através de seus princípios e práticas, temos buscado gerar um funcio- namento ecológico e saudável deste espa- ço público que é o Camping do Rio Verme- lho, com todas as ações permeadas pela educação ambiental. Agroecologia: Uma mudança necessária na gestão dos espaços INTEGRANDO A GESTÃO DO ESPAÇO ATRAVÉS DA AGROECOLOGIA USO PÚBLICO EDUCAÇÃO AMBIENTAL REFLORESTAMENTO E HORTAS AGROFLORESTAIS ALIMENTOS COLETA SELETIVA RESÍDUO ORGÂNICO SEPARADO COMPOSTAGEM PRODUÇÃO DE MUDAS VIVEIRO ADUBO 26
  • 27. Gerenciamento de resíduos sólidos O Gerenciamento de Resíduos Sóli- dos, conhecido pela sigla “GRS”, foi estratégia e instrumento de gestão fundamental no Camping do Rio Vermelho, representando uma ferramenta capaz de minimizar os efeitos negativos dos resíduos gerados pelas atividades humanas e ser- vindo como base para uma série de outras ações agroecológicas e educativas. Entre estas ações resultantes da gestão de resíduos, podemos destacar a produção de adubo, que é responsável tanto por subsidiar a produção de mu- das do viveiro, quanto pela restauração de áreas degradadas do Parque. Em dois anos foram coletados, triados e pesa- dos 49 toneladas de resíduos sólidos no Camping. Compreendendo que a maior parte do “lixo” na verdade é algo muito útil, que ainda pode ser transformado através da reciclagem, optamos por mudar o nome do “lixo” para “resíduo”. Dessa forma, a gestão de todo resíduo gerado no Camping se baseou em priorizar sua separação inicial pelo próprio público que o gerou, resultando em três grupos principais: orgânicos compostáveis, recicláveis secos e rejeitos. Através desta coleta seletiva, torna-se muito mais fácil a destinação posterior dos materiais para a reciclagem. O “LIXO” QUE NÃO É LIXO... Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 27
  • 28. atório gestão 3 a mar/16 28 50% 30% 20% COMO FUNCIONARAM AS ETAPAS DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO CAMPING DO RIO VERMELHO: >> Os resíduos gerados pelo público são depositados em recipientes específicos, separados em três grupos principais de resíduos: orgânico compostável, reciclável seco e rejeito. Materiais perigosos e óleo de cozinha são depositados em locais particulares. >> Uma coleta bastante qualificada dos resíduos é desenvolvida. Os resíduos encontrados em cada recipiente são inspecionados e separados corretamente pelos coletores, corrigindo eventuais erros que podem aparecer na separação dos resíduos feita pelo público. >> Após coletados, os resíduos são pesados e os dados registrados, gerando parâmetros usados nas atividades de educação ambiental e monitoramento da gestão. Reciclagem Os recicláveis secos (30%) são encaminhados para associações de catadores que os venderão para empresas de reciclagem. Aterro sanitário A menor parte constituída pelos rejeitos (20%), vai para o aterro sanitário através da coleta convencional de lixo do município. Compostagem A maior parte (50%), representada pelos orgânicos, são levados para a compostagem. SEPARAÇÃO NA FONTE COLETA E TRIAGEM PESAGEM DESTINAÇÃO Cabe destacar que o investimento em infraestrutura (boa quantidade e qualidade de recipientes coletores) e geração de ma- teriais educativos (placas informativas e ofi- cinas) foi fundamental para o sucesso desta metodologia. Outra estratégia adotada foi agrupar os recipientes para cada categoria de resíduo nos PEVs (Pontos de Entrega Vo- luntária), distribuídos por todo o Camping, trazendo o ponto de descarte mais perto dos campistas e dessa forma impedindo o acúmulo de resíduo em locais inapropriados. >> Cada grupo de resíduo é então destinado corretamente. 28
  • 29. Separe seus resíduos Deposite nos contentores adequados Uma percepção interessante foi que a cultura da separação dos resíduos sólidos transformou-se numa política interna da equipe do Camping, sendo muito bem avaliada pelos campistas e visitantes, além de contribuir para a formação de professores, estudantes e a po- pulação através de cursos e oficinas com essa temática. Portanto, podemos dizer que o Gerencia- mento dos Resíduos Sólidos foi um instrumento de gestão que de fato contribuiu para diminuir o impacto do resíduo sólido gerado pelas ações humanas no Camping do PAERVE, sendo, por- tanto, de extrema necessidade enquanto hou- ver atividades no espaço. Quer saber uma coisa legal que descobrimos com a GRS? Na alta temporada, período entre o Natal até o fim do carnaval, são gerados em média 14.000 Kg de lixo ou “Resíduos Sólidos”, deixados por campistas de vários países e estados brasileiros. Ao longo do verão, duas vezes ao dia, realizamos a coleta seletiva, triagem e pesagem de todo material recolhido. E sabe o que mais descobrimos? Que a quantidade de materiais recicláveis coletados somou aproximadamente 4200 Kg e entre estes o vidro somou 1.800Kg (43%), Garrafas PET 504 Kg (12%), embalagens 1.300 Kg (31%), alumínio 378 Kg (9%) e papelão 105Kg (2,5%) e outros (2,5%). Mesmo assim, alguns materiais recicláveis são considerados rejeitos ou por estarem sujos ou por não ser reconhecido comercialmente o valor econômico do material. Por isso, quando vier ao Camping, já sabe. Contribua com a separação do resíduo sólido.O Planeta agradece e nós também! VOCÊ SABIA que boa parte do resíduo jogado no chão é causado por duas razões? Em primeiro lugar, a falta de educação, e em segundo, a falta de locais adequados para armazenamento do resíduo. Observamos no Camping que a destinação correto do resíduo pelo público melhora sempre quanto mais ofertamos atividades de educação ambiental e quanto mais disponibilizamos recipientes adequados para colocar o resíduo. Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 29
  • 30. atório gestão 3 a mar/16 30 elatório e gestão z/2013 a ar/16 30 O composto produzido tem gerado muitos benefícios, tornando-se um símbolo contundente que expressa como um problema (“lixo”) pode virar solução (adubo). A compostagem também tem se conectado com outras ações importantes dentro da Unidade de Conservação, como o viveiro e a restauração ambiental, ações essas detalhadas nas próximas seções. T ransformando um grande impacto negativo em positivo, a equipe do Cepagro, através da metodologia de compostagem, conseguiu transformar em adubo orgânico 100% dos resíduos sólidos orgânicos gerados no Camping, representando mais de 23.630 kilos de restos de alimentos que seriam descarta- dos, mas foram processados adequada- mente, de forma ecológica. Dessa maneira, aproximadamen- te metade de todo o “lixo” produzido no Camping nesses dois anos transformou- -se em vida através do adubo (também chamado de composto), sendo utilizado principalmente para a produção de mu- das do Viveiro e adubação de hortas e jar- dins do Camping, entre outras ações de educação ambiental. A técnica de compostagem adotada no Camping, conhecida como compos- tagem termofílica, baseia-se em facilitar as condições para que os resíduos or- gânicos sejam transformados em adubo através da ação de bactérias e fungos, dentro de condições controladas, e com proporções adequadas de mistura com outros materiais. A atividade decompositora dos microorganismos produz calor (chegando a 65 graus), destruindo seres nocivos e seus esporors CAMADAS SECAS Depois de passar por um período de maturação, o resultado do processo é um excelente composto orgânico, pronto para adubar a terra. A atividade decompositora dos microorganismos produz calor (chegando a 65 graus), destruindo seres nocivos e seus esporors CAMADAS SECAS Depois de passar por um período de maturação, o resultado do processo é um excelente composto orgânico, pronto para adubar a terra. CONHEÇA O CICLO DA COMPOSTAGEM TERMOFÍLICA 30
  • 31. A palhada de cobertura reduz a perda de calor e umidade da pilha de compostagem CAMADAS ÚMIDAS Macroorganismos como as minhocas estão presentes na pilha e ajudarão a arejá-la e decompor os materiais orgânicos No Camping do Rio Vermelho, o adubo é usado para produção de mudas e o plantio de árvores nativas, além de alimentar a nossa Horta Agroecológica HORTA AGROECOLÓGICA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Compostagem Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 31
  • 32. O desenvolvimento do Viveiro de Plantas Nativas é uma atividade integrada às demais que ocorrem na co-gestão do Camping, como: A Compostagem, em que os resíduos orgânicos foram transformados em adubo, agora disponível para a produção de mudas; A coleta seletiva, em que embalagens foram transformadas em vasos para as plantas; A educação ambiental, servindo de estrutura para práticas e informações ligadas à biodiversidade do PAERVE; A pesquisa, com o registro de mais de 170 espécies vegetais nos arredores do Camping, observando seus períodos de floração e frutificação, na coleta de sementes e na observação de sua germinação; O estímulo ao plantio de árvores nativas nas áreas de entorno com a doação de mais de 4.000 mudas; A ornamentação e planejamento dos espaços do Camping; A restauração ambiental do PAERVE, com o enriquecimento de ecossistemas através de plantios de espécies-chave, e salvando das roçadas aquelas plantas que nascem ou já estão na área de camping. O viveiro de plantas nativas O viveiro de mudas brotou da motiva- ção de criar um espaço de aprendi- zados e trabalhos a favor da natu- reza. O PAERVE já teve um viveiro anterior, que foi desativado. Muitas pessoas da co- munidade procuravam o Camping no início do projeto querendo saber desse viveiro desativado, sendo esta outra motivação para iniciar o movimento. No viveiro, podemos conhecer 60 es- pécies de plantas nativas do ameaçado bioma Floresta Atlântica. A maior parte destas espécies compõe a vegetação do PAERVE, formada por floresta de encosta, restinga, dunas, banhados, laguna e toda vegetação que permeia estes ambientes. Completando Ciclos Reflorestamento Alimentos Coleta seletiva Resíduo orgânico separado Compostagem Produção de mudas Viveiro Adubo ATRAVÉS DO VIVEIRO, em um período de 2 anos: Foram produzidas mais de 15 mil mudas. Foram plantadas no Camping e seus arredores em torno de 1000 mudas, de 60 espécies vegetais nativas do Parque. Doação de mais de 4.000 mudas. 32
  • 33. RESTINGA ARBUSTIVA: Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa), Pitanga (Eugenia uniflora), Erva-baleeira (Varronia curassavica ), Capororoquinha (Myrsine parvifolia), entre muitas outras. Um dos objetivos do viveiro é servir como uma estrutura educadora possibi- litando desde a auto-interpretação quan- to a sensibilização de visitantes. O vivei- ro tem atuado como um local didático onde grupos de estudantes, visitantes e campistas tem acesso à informação qua- lificada sobre a biodiversidade nativa e diversos temas relacionados à ecologia, biologia e restauração. A operacionalização do Viveiro de Plantas Nativas mostrou-se uma ativida- de fundamental para a gestão agroeco- lógica do Camping dentro desta Unidade de Conservação. As pessoas são atraídas pelas mudas e aproveitam para interagir com o ecossistema do parque. Através do plantio e doação de mu- das, a comunidade tem se beneficiado com o enriquecimento ambiental e a res- tauração de áreas degradadas do Parque, além de revitalizar diversos quintais, ruas e praças da própria cidade de Florianópo- lis e outras regiões do estado. Espécies de plantas cultivadas no viveiro, nativas do Parque Estadual do Rio Vermelho, de acordo com cada tipo de restinga: RESTINGA ARBÓREA: Araçá (Psidium cattleyanum), Aroeira- vermelha (Schinus terebinthifolius), Guamirim-da-folha-fina (Myrcia splendens), Baguaçu (Eugenia umbelliflora), Camboatá-vermelho (Cupania vernalis), Maria-mole (Guapira opposita), entre muitas outras. RESTINGA HERBÁCEA: Macela (Achyrocline satureioides), Tansagem (Plantago sp.), Feijãozinho- da-praia (Sophora tomentosa), Batateira- da-praia (Ipomea pes-caprae e Ipomea imperati), entre muitas outras. Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 33
  • 35. A equipe do Cepagro, formada por especialistas como biólogos e agrônomos, têm catalogado a fauna e a flora dentro e ao redor do Camping, contabilizando a existência de pelo menos 174 espécies de plantas, 55 espécies de aves, 6 espécies de répteis, 6 espécies de mamíferos e muitos outros animais, como anfíbios e insetos ao redor do Camping. SAÍRA-AZUL Dacnis cayana BEM-TE-VI-RAJADO Myiodynastes maculatus GRALHA-AZUL Cyanocorax caeruleus Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 35
  • 36. 36 ORQUÍDEA Epidendrum fulgens CIPÓ-DE-SÃO-JOÃO Pyrostegia venusta LÍRIO Habranthus robustus QUARESMEIRA Tibouchina urvilleana ÍRIS-DA-PRAIA Neomarica candida
  • 37. Tais registros têm sido preciosos, dando vida às pesquisas realizadas no Parque e se transformando em conhecimento e cultura para os visitantes, através de placas informativas e atividades de educação ambiental. GUABIROBA Campomanesia xanthocarpa Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 37
  • 38. C om objetivo de servir como espaço educativo complementar às demais trilhas do Parque, a partir de 2014 foi desenvolvida uma horta agroecológi- ca e agroflorestal no Camping, para que demonstrasse, de maneira concreta e in- terativa, como as ações humanas, como a produção de alimentos, podem existir cooperando com a natureza e não indo contrária a ela. Através do conceito de agrofloresta, onde uma horta ou roça dá lugar aos pou- cos a uma floresta, além dos usos educa- tivos, temos contribuído diretamente para a conservação da natureza do Parque. Se- guindo este princípio, a horta agroflorestal serve como espaço que atrai e promove a biodiversidade e culmina, ao longos dos anos, na restauração da vegetação nativa. Paralelamente, também promove a qua- lidade de vida dos campistas e visitantes através do cultivo orgânico de alimentos e plantas medicinais que são consumidos e utilizados localmente pela população, além das trocas de saberes proporcionadas pelas plantas ali cultivadas. A horta agroflorestal 38
  • 39. A horta agroflorestal implementada no Camping baseia- se na Agroecologia, seguindo um modelo de agricultura que respeita a natureza, não utiliza agrotóxicos e adubos químicos, nem outras práticas agrícolas que envenenam e destroem o solo. Ao contrário, baseia-se em conhecimentos científicos da ecologia, biologia, entre outras áreas, focando uma produção saudável de alimentos, através de diversas técnicas ecológicas. Entre estas técnicas, estão diferentes maneiras de restauração e preservação do solo, cultivo consorciado de diversas espécies vegetais com funções ecológicas, uso de fertilizantes naturais, uso de materiais locais, dentre muitas outras práticas sustentáveis. Além disso, tomamos o cuidado de não introduzir plantas exóticas invasoras, que tem o potencial de se reproduzir e prejudicar os ecossistemas naturais do Parque. Paralelamente ao cultivo das plantas alimentícias e medicinais, que apresentam ciclo de vida curto, são plantadas espécies nativas de vida média a longa, produzidas no Viveiro de Plantas Nativas, e que gradualmente transformarão o local da antiga horta em floresta, como é detalhado na seção a seguir. A agroecologia como princípio Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 39
  • 40. Horta/Roça agroflorestal Entre 3 a 5 meses após o início da composteira, o composto pronto é coletado e as composteiras são desmanchadas. No local são plantados vegetais comestiveis de ciclo curto, como milho e hortaliças, junto com plantas nativas de ciclo médio e longo: as árvores, arbustos e ervas nativas produzidas no viveiro com o adubo das composteiras. Retirada de espécies exóticas Nesta etapa é feito o corte ou roçada das plantas invasoras. Com os galhos das podas são feitos “poleiros”, que servirão de abrigo para animais, que enriquecerão o local com as sementes que trazem. A retirada, aliada ao controle posterior das invasoras, favorece o desenvolvimento de plantas nativas. C om a perspectiva de contribuir com a restauração e recuperação dos ecos- sistemas naturais do Parque, uma série de ações integradas ao dia-a-dia do Camping tem sido desenvolvidas e geram cada vez mais frutos. Um dos maiores dilemas do Parque é o controle do pinheiro americano (Pinus elliotii), uma árvore que, apesar de trazer benefícios como sombra e madeira de boa qualidade, entre outros, tem prejudicado a natureza local. O pinus, com seu crescimento rápi- do, principalmente em áreas abertas com vegetação rasteira, acaba dominando e impedindo a vegetação nativa de crescer naturalmente. Os animais nativos também interagem pouco com a árvore, pois é uma planta que não dá frutos comestíveis, nem suas folhas são apreciadas. Além disso, seu formato oferece pouco abrigo para animais e plantas que vivem em árvores, e suas folhas finas (chamadas de acículas) quando caem no chão formam uma grossa camada que também dificulta a germina- ção da floresta nativa. Recuperando ecossistemas 40 Compostagem Em seguida, se utiliza o local para a construção de composteiras, que acabam abafando as plantas invasoras remanescentes e gerando fertilidade no solo.
  • 41. Assim, o controle das espécies exó- ticas invasoras, tais como o pinus e grama braquiária, é tratado como uma atividade fundamental na área do Camping, que se desenvolve numa série de etapas in- tegradas até chegar no objetivo final, que é o retorno da floresta e vegetação nativa compostas por uma riqueza de espécies diversificadas e saudáveis. Baseado nos princípios ecológicos de manejo de recursos naturais, utilizamos os galhos que caem pelo camping tanto para jardinagem e ornamentação dos espaços, quanto para formar núcleos de biodiverdade através das técnicas de nucleação, como a transposição de galharia e poleiros. Com as palhas alimentamos a compostagem e aba- famos espécies exóticas agressivas como a braquiária, e as composteiras também pro- movem a fertilidade do solo e proporcionam interações ecológicas que favorecem a re- generação espontânea de espécies da flora local. Antes de roçar as áreas verdes, verifi- camos rotineiramente se há alguma plântula para ser resgatada por ali, o que chamamos de “roçada seletiva”. através da agroecologia Floresta nativa (estágio inicial) A partir do segundo ano, a contar da retirada das espécies exóticas, uma “tímida” floresta começa então a surgir. A sombra das árvores pioneiras dificulta a germinação das espécies exóticas invasoras, como o Pinus e Braquiária, e a vegetação nativa presente já tem força para continuar seu ciclo. Floresta nativa (estágio desenvolvido) Algum tempo depois, as árvores nativas começam a frutificar, espalhando e catalizando a restauração das áreas próximas num processo virtuoso. A partir daí a floresta volta a seguir seu ritmo natural de riqueza e biodiversidade. Durante o desenvolvimento da horta ou roça, além dos vegetais nativos plantados, igualmente são preservados as espécies nativas que nascem espontaneamente, enriquecendo ainda mais o sistema. Também é feito o controle de plantas invasoras que podem voltar a aparecer no local. Agrofloresta de Nativas Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 41
  • 42. N esses dois anos e 6 meses de co-gestão do Cepagro no Cam- ping do Parque Estadual do Rio Vermelho, observa-se claramente que este local nunca mais será visto da mesma forma. O Camping deixou de ser apenas lembrado pela natureza exuberante que o cerca, e passou a ser referência, como um verdadeiro centro educativo de práticas sustentáveis, ecológicas e socio-culturais. Nesse período, graças a ação inte- grada entre FATMA e Cepagro, o Camping tornou-se um espaço público múltiplo, apto para o campismo, lazer, educação ambiental, prática de esportes, piqueni- que, eventos sócio-ambientais e culturais, trilhas, viveiro, doação de mudas, contato com a natureza, cursos, oficinas e tantas outras atividades. Vale ressaltar que houve uma grande contribuição para a conservação am- biental, objetivo maior das Unidades de Conservação, através de ações integra- das de educação, interpretação e restau- ração ambiental, uma vez que crianças, jovens e adultos de diversas culturas e nacionalidades puderam aumentar seu conhecimento e refletir sobre o seu com- portamento, quer seja dividindo e con- vivendo em espaços públicos coletivos, plantando uma árvore, colhendo um fru- to, apreciando a paisagem, admirando um animal, separando seu resíduo, fa- zendo a compostagem. 42 CONCLUSÃO
  • 43. Também foi marcante o sentimento de bem-estar da população que conheceu o Camping do PAERVE, pois a quantida- de e a qualidade de atrativos foram mui- tas. Mais de 25.000 pessoas passaram pelo Camping para conhecer o projeto, as ações, o lugar, pessoas de diversas partes do mundo que levam a mensagem da Ecologia e da Agroecolgia para seus lares. Mensagens estas que traduzem a vontade de fazermos um mundo melhor a cada dia, buscando a harmonia entre o ambiente e o ser humano, orientando as pessoas a adquirirem uma cidadania sócio-ambiental. Portanto, através deste universo de atividades desenvolvidas, o legado destes anos de gestão agroecológica do Camping certamente se perpetuará, servindo como referência e inspiração não somente para a gestão diferenciada dentro de Unidades de Conservação, mas também para gestão ecológica de muitos outros espaços públi- cos utilizados pela sociedade. Certamente a mudança individual e coletiva continuará frutificando através de todos aqueles que tem passado por aqui. Com gratidão, agradecemos a todos estes que tem contribuído para a transformação do Camping do Rio Vermelho. Cabe ago- ra à sociedade dar continuidade ao uso e defesa deste lindo espaço conquistado e que multiplique a Agroecologia por muitos outros lugares. Gestão Agroecológica dez/2013 a mai/2016 43
  • 44. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMCAP. Considerando mais o lixo Considerando mais o lixo. 2ª Ed. Florianópolis: Copiart. 2009. 90p. Disponível em: http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/29_02_2012_18.45 .04.7077a606f3fda0d488e445bd509fb45b.pdf BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza – SNUC. 6ª Ed. Brasília: MMA/SBF, 2006. 56p. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/sbs_ dap/_arquivos/snuc_lei_decreto.pdf FERREIRA, F.A.C. Projeto Parque Estadual do Rio Vermelho: Subsidios ao plano de manejo. Florianópolis: Insular, 2010.196p. Disponível em: http://docslide.com.br/docu- ments/projeto-parque-est-rio-vermelho-subsidio-plano-manejo.html SOS Mata Atlântica. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica - Perío- do 2011 - 2012. São Paulo: SOS Mata Atlântica e INPE. 2013. Disponível em: https://www.sosma.org.br/wp-content/uploads/2013/06/ atlas_2011-2012_relatorio_tecnico_2013final.pdf Links que se referem a Gestão Agroecológica do Camping do Paerve: Vídeos: https://www.youtube.com/watch?v=sRftwtZ6q0M https://www.youtube.com/watch?v=gEs11Egl_CA https://www.youtube.com/watch?v=Wo2kzO3zuYs http://www.youtube.com/watch?v=96-8p_vlhRc Reportagens: http://www.campingriovermelho.wordpress.com/ http://macamp.com.br/camping_do_rio_vermelho_da_show_de_gestao/ http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/verao/2015/noticia/2015/01/camping-no-par- que-do-rio-vermelho-e-opcao-de-ferias-para-turistas-em-sc.html http://ecohospedagem.com/narotadasustentabilidade/parque-do-rio-vermelho-trilha- -ecologica-e-camping/ http://www.ecovida.org.br/a-rede/nucleos/litoral-catarinense/compostagem-e-aborda- da-na-teoria-e-na-pratica-em-curso-organizado-pelo-/ http://portal.macamp.com.br/guia-conteudo.php?varId=14 http://noticias.ufsc.br/2015/03/compostagem-em-tratamento-de-residuos-solidos-sera- -discutida-em-encontro/ http://educares.mma.gov.br/index.php/reports/view/214 http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/dc-na-sala-de-aula/noticia/2014/07/ parque-estadual-do-rio-vermelho-oferece-atividades-de-educacao-ambiental-para- 44
  • 45. Gestão Agroecológica dez/2013 a mar/16 45 -escolas-4552490.html http://crecheidalinaochoa.blogspot.com.br/2014/09/passeio-ao-camping-do-rio-ver- melho.html http://depaesmeflorianopolis.blogspot.com.br/2014/11/formacao-hortas-escolares.html http://www.guiafloripa.com.br/agenda/infantil/um-dia-de-camping.php https://agroecologia.wordpress.com/camping-do-rio-vermelho/ https://campingriovermelho.wordpress.com/category/educacao-ambiental/ https://www.facebook.com/parqueestadualdoriovermelho/posts/515605168580509 Demais Bibliografias relacionadas a Gestão Agroecológica do Camping: Abreu, M.J.; Palermo, P.R.O., Trivella,R; Teixeira, C.; Bottan, G.A.; Pereira, I.C., . A Compostagem Termofilica como metodologia para restauração de áreas degradadas dentro de uma Unidade de Conservação, Florianópolis (SC). Relato de Experiência. Congresso Brasileiro de Agroecologia. Anais. 2015. Abreu, M.J.; Palermo, P.R.O., Bottan, G.A.; Pereira, I.C., Trivella,R; Teixeira, C.; Cardoso, S,; Gellert, L.; Taffe, B.; Lorenzi, K.; Martins, A. G.; Angeolloto, F.. “Educação Para a Cidadania: Experiências e Desafios do Cepagro na Co-Gestão do Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho, Florianópolis (SC). Relato de Experiência e apre- sentado na forma oral no VII Seminário Brasileiro sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social – SAPIS e II Encontro Latino Americano sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social – ELAPIS, realizado de 3 a 6 de novembro de 2015 na Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC. Bartaburu, C. J. A horta escolar agroecológica: promovendo a agroecología, edu- cação ambiental e educação alimentar nutricional no camping parque estadual do rio vermelho, Florianópolis (SC). Relato de Experiência. Congresso Brasileiro de Agroecolo- gia. Anais. 2015. Curado, Annaline; Argenta, Camila; Scapinelli, Gabriel; Orofino, Grabriela; Locatelli, Julia. Prêmio Elisabeth Anderle de Estimulo a Cultura – Fundação Catarinense de Cul- tura. Governo de Santa Catarina – Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte. Projeto de Pesquisa em Artes Visuais. Revista Caramanchão. 2014. Disponível em maio de 2016: https://issuu.com/grupofora/docs/caramancha__odigital1 Trivella,R; Abreu, M.J.; Palermo, P.R.O., Teixeira, C.; Bottan, G.A.; Pereira, I.C., A Compostagem de resíduos sólidos orgânicos como estratégia de gestão agroecológi- ca dentro de uma unidade de conservação, Florianópolis (SC). Relato de Experiência. Congresso Brasileiro de Agroecologia. Anais. 2015. Tonet, Jordi Arnon. – Parque Estadual do Rio Vermelho – Camping. Relatório de Estágio Supervisionado. IFSC. Rio do Sul. Ministério da Educação. 2015.