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Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	18	
CIÊNCIA EQUATORIAL ISSN 2179-9563
Artigo Original Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011
CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO LUZENSE SOBRE A IMPORTÂNCIA DA
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO NO MUNICÍPIO (LUZ-
MG)
Ivanilda da Silva1
; Flávio Henrique Ferreira Barbosa2
RESUMO
A água constitui um elemento vital não só para a natureza, mas a todas as atividades desenvolvidas pelo homem
devendo ser disponível em quantidade suficiente e em boa qualidade para garantia de manutenção à vida. A crescente
urbanização e aglomeração da população nas cidades e núcleos urbanos têm levado ao agravamento das condições
ambientais, tornando cada vez mais inadequadas as condições de vida, devido à poluição dos mananciais e corpos
receptores das proximidades. A sociedade sempre procurou esconder ou até mesmo refutar os efluentes produzidos em
detrimento das dificuldades de tratá-los e buscou lançá-los bem longe do sítio urbanos, mesmo que esse esgoto fosse
afetar a qualidade de vida da população. A utilização cada vez maior dos recursos hídricos tem resultado em problemas,
não só de carência, como também na degradação da sua qualidade. Os esgotos das cidades, os resíduos industriais, os
depósitos de lixo, as substâncias químicas utilizadas na agricultura e o desmatamento contribuem para a deterioração da
qualidade de um corpo d’água. Com isso surgiram maiores exigências com relação à conservação e ao uso racional dos
recursos hídricos. Os esgotos domésticos (ou sanitários) são originários predominantemente das habitações, sendo
provenientes de instalações sanitárias, lavagens de utensílios domésticos, pias, banheiros, lavagens de roupas e outros
domiciliares. Ainda que conscientes da grande importância do tratamento de esgotos, no Brasil muito pouco se têm
investido para melhorar as redes coletoras de esgotos e posterior tratamento. Apenas 30% da população urbana
brasileira têm seus esgotos coletados, e destes, apenas 10% têm tratamento adequado. Na intenção de se ter um roteiro
para a avaliação, associados à adoção de medidas ambientais, esse projeto buscou conscientizar a população local sobre
a importância da implantação da Estação de Tratamento de Esgoto em Luz, Minas Gerais.
Palavras-chave: Luz-MG, esgoto, saneamento, estação de tratamento, resíduos.
KNOWLEDGE OF POPULATION LUZENSE ON THE IMPORTANCE OF THE
IMPLANTATION OF THE SYSTEM OF TREATMENT OF SEWER IN THE CITY (LUZ-
MG)
ABSTRACT
The water not only constitutes a vital element for the nature, but to all the activities developed for the man having to be
available in enough amount and good quality for guarantee of maintenance to the life. The increasing urbanization and
urban agglomeration of the population in the cities and nuclei have led to the aggravation of the ambient conditions,
becoming each time more inadequate the life conditions, due to pollution of the sources and receiving bodies of the
neighborhoods. The society always looked for even though to hide or to refute the effluent ones produced in detriment
of the difficulties to treat them and searched to launch them far from the small farm well urban, exactly that this sewer
was to affect the quality of life of the population. The use each bigger time of the aquatic resources has resulted in
problems, not only of lack, as well as in the degradation of its quality. The industrial sewers of the cities, residues, the
garbage deposits, the chemical substances used in agriculture and the deforestation contribute for the deterioration of
the quality of a body of water. With this bigger requirements with regard to the conservation and to the rational use had
appeared of the aquatic resources. The domestic sewers (or sanitary) are originary predominantly of the habitations,
being proceeding from sanitary, lauderings of domestic utensils, pious installations, bathrooms, lauderings of clothes
and other domiciliary ones. Despite conscientious of the great importance of the treatment of sewers, in Brazil very
little they have invested to improve the collecting nets of sewers and posterior treatment. But 30% of the Brazilian
urban population have its collected sewers, and of these, only 10% have adequate treatment. In the intention of if having
a script for the evaluation, associates to the adoption of ambient measures, this project searched to acquire knowledge
the local population on the importance of the implantation of the Station of Treatment of Sewer in Luz, Minas Gerais.
Keywords: Luz-MG, sewer, sanitation, station of treatment, residues.
Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	19	
INTRODUÇÃO
Saneamento Ambiental no Brasil
A ampliação dos sistemas de
distribuição dos sistemas de distribuição de
água potável desencadeou novas
preocupações em relação ao esgoto doméstico
(CARRERA-FERNANDES e GARRIDO,
2002). O lançamento descontrolado de
esgotos domésticos em rios, lagos e outros
corpos de água, representam uma das
principais causas da poluição hídrica no
Brasil e no mundo (GONÇALVES e SOUZA,
1997). A precária rede de saneamento
existente na maioria das cidades brasileiras
constitui-se na principal origem da poluição
das águas, representando a mais importante
pressão ambiental sobre os mananciais
hídricos.
Segundo Margullis et al., (2002), os
dados do Censo 2000 indicam que mais de
92% da população urbana conta com alguma
forma de esgotamento sanitário isto é, suas
residências estão conectadas a rede de esgoto
e/ou possuem fossa séptica ou rudimentar.
Neto (1997) afirma que para levar o
tratamento a toda população brasileira,
independente da classe social, somente será
viável sob o aspecto sócio-econômico e
ambiental se as soluções técnicas primarem
pela simplicidade. Esta condição não deve ser
entendida como uma opção pela segunda
qualidade, pelo descaso com a eficiência e
descuido com a construção operação e
manutenção do sistema.
O saneamento ambiental constitui,
indiscutivelmente, um fator fundamental nos
níveis de saúde e na qualidade de vida de um
povo. Para proteger a saúde da população e
preservar o meio ambiente, os sistemas de
esgotamento sanitário devem dispor de um
tratamento adequado dos esgotos coletados
para poder alcançar este fim. Segundo
Andrade Neto (2001), um sistema adequado
de tratamento de esgotos deve ser
economicamente viável, eficiente, compatível
com a realidade local e de fácil operação.
Fases do Processo de Tratamento de
Esgoto
Processos Físicos: são caracterizados
pela remoção das substâncias fisicamente
separáveis dos líquidos, aquelas que não se
encontram dissolvidas no esgoto. Estão neles
incluídos os processos de remoção de sólidos:
grosseiros, decantáveis e flutuantes, retidos no
gradeamento inicial e na caixa de areia,
considerados a fase preliminar do tratamento
de esgoto (LA ROVERE, 2002).
Processos Químicos: processos que
tentam reproduzir em dispositivos os
fenômenos biológicos observados na
natureza, considerando o aspecto da
viabilidade econômica, o uso de energia e
outros fatores decisivos em projetos de
engenharia sanitária.
E esses afirmam que são processos
que dependem da ação dos microrganismos
presentes nos esgotos, que transformam
substâncias complexas em compostos mais
simples e são considerados aeróbios e
anaeróbios (LA ROVERE, 2002).
Impacto Ambiental
Qualquer alteração das propriedades
físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades
humanas que direta ou indiretamente, afetam:
a saúde, a segurança e o bem-estar da
população; atividades sociais e econômicas; a
biota; as condições estéticas e sanitárias do
meio ambiente; a qualidade dos recursos
ambientais (CONSELHO NACIONAL DO
MEIO AMBIENTE – CONAMA, 1996).
Outra forma de definí-lo é apresentada pela
ABNT (1996), caracterizando-o como
qualquer modificação do meio ambiente,
adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou
em parte, das atividades, produtos ou serviços
de uma organização.
A fim de minimizar os impactos
ambientais e econômicos decorrentes do
lançamento sem tratamento adequado dos
esgotos, tanto domésticos quanto industriais,
nos corpos d’água, foram desenvolvidos
diversos tipos de tratamento de esgotos.
Basicamente, estes tratamentos exploram os
microrganismos que se proliferam
Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	2	
naturalmente no solo e na água, procurando,
no entanto, aperfeiçoar a eficiência destes e
minimizar os custos tanto de construção como
de operação (NAVAL et al., 2001).
Os efeitos da descarga de esgoto não
tratado no mar, ou mesmo em ambientes
estuarinos, incluem:
 A destruição de habitats, danos
à biodiversidade e possível eutrofização, que
pode levar a florações de algas, incluindo as
algas nocivas;
 Risco para a saúde humana,
incluindo infecção pelo banho de mar e pelo
consumo de frutos do mar contaminados e;
 Impactos negativos em
atividades econômicas, como pesca e turismo.
Inúmeras são as localidades brasileiras
que apresentam deficiências em seu
saneamento ambiental. Representando esta
realidade, os municípios catarinenses de
Balneário Camboriú e Itajaí também carecem
de investimentos neste setor. Diante desta
situação, muitos estudos têm indicado que as
soluções devem primar pela simplicidade
operacional nos processos de tratamento de
esgoto. Além disso, a centralização dos
sistemas tem sido questionada.
Qualidade da água
A água é um recurso necessário a
todos os aspectos da vida e ao
desenvolvimento das atividades humanas.
Embora exista em abundância na Terra,
cobrindo 71% da superfície terrestre (MOTA,
1997), a mesma é escassa em muitas áreas,
devido a sua má distribuição e às perdas,
assim como por causa da degradação
antrópica.
De acordo com o Banco Mundial,
cerca de 80 países, hoje, enfrentam
problemas de abastecimento e cerca de 1,5
bilhão de pessoas não têm acesso a fontes de
água de qualidade.
As diversas utilizações da água, em
média 80%, resultam em esgoto (MANUAL
DE IMPACTOS AMBIENTAIS, 1999), seja
ele de origem doméstica, hospitalar,
industrial, entre outros. O esgoto doméstico
ou efluente sanitário contém cerca de 99,9%
de água e 0,1% de sólidos orgânicos e
inorgânicos (MENDONÇA, 1990). Neste, é
comum a presença de microorganismos
patogênicos, responsáveis por algumas
doenças de veiculação hídrica. Os efluentes
industriais além da matéria orgânica podem
carrear substâncias químicas tóxicas ao
homem e outros animais.
O lançamento de efluentes in natura
nos recursos hídricos resulta além de vários
problemas sócio-ambientais, em impactos
significativos sobre a vida aquática e o meio
ambiente como um todo. Por exemplo, a
matéria orgânica presente nos dejetos ao
entrar em um sistema aquático, leva a uma
grande proliferação de bactérias aeróbicas
provocando o consumo de oxigênio
dissolvido que pode reduzir a valores muitos
baixos, ou mesmo extinguir, gerando
impactos à vida aquática aeróbica. Têm-se
como outros exemplos de impactos a
eutrofização, a disseminação de doenças de
veiculação hídrica, agravamento do problema
de escassez de água de boa qualidade,
desequilíbrio ecológico, entre outros.
O efluente precisa ser coletado, tratado
e ter um destino adequado. De forma geral,
não existe um sistema de tratamento padrão
para ser utilizado. Vários fatores irão
influenciar na escolha das opções
tecnológicas, tais como, disponibilidade de
área, qualidade desejada para o efluente
tratado, da legislação referente ao local, entre
outros.
O tratamento biológico de efluentes
embasa em um processo que ocorre na
natureza, o qual recebeu globalmente a
denominação de autodepuração ou
estabilização. Basicamente o princípio do
tratamento apóia-se na atividade de bactérias
e microrganismos que oxidam a matéria
orgânica. O sistema de lagoas de estabilização
e lagoas aeradas são exemplos de tratamento
biológico de efluentes.
O investimento no tratamento de
efluentes pode significar um grande salto para
o desenvolvimento em termos da dotação da
infra-estrutura requerida para proteger o meio
ambiente e melhorar a qualidade de vida da
população, assim como propiciar novas
oportunidades de negócios. Assim, a coleta, o
20
Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	3	
tratamento e a disposição ambientalmente
adequada de efluentes são fundamentais para
a melhoria do quadro de saúde da população e
pré-requisito para busca da sustentabilidade.
Neste trabalho objetivou-se avaliar os
benefícios da implantação da Estação de
Tratamento de Esgoto no município de Luz,
Minas Gerais. Para tanto, entrevistou-se
moradores residentes ao longo da área do
córrego Açudinho e traçou-se o perfil
demográfico dos mesmos verificando se os
moradores entrevistados conhecem os
possíveis benefícios da implantação ETE no
município.
MATERIAL E MÉTODOS
Caracterização do Município
O município de Luz situa-se no
centro-oeste do estado de Minas Gerais,
fazendo parte da microrregião do Alto São
Francisco, constituída por 28 municípios e sua
área é de 1.171 Km2
, que corresponde a cerca
de 6,6% da superfície total da microrregião.
Geograficamente, o município situa numa
área de influência de Belo Horizonte e
Divinópolis, sendo favorecido pela BR 262,
que liga a zona metalúrgica ao Triangulo
Mineiro e pela MG-176 que une a BR 354 e
BR 352 Pará de Minas a Abaeté. A população
residente no município de Luz (MG) é de
17.129 habitantes (IBGE, 2006).
Figura 1. Mapa de localização do município de Luz –
MG, Brasil.
Levantamentos dos dados
O presente estudo adotou os princípios
de observação direta extensiva através de
questionários, possibilitando atingir o maior
número de pessoas. Após a aplicação de
questionários, nos bairros mais afetados pela
implantação da ETE os dados foram
tabulados e analisados, possibilitando um
maior esclarecimento das informações e dos
possíveis impactos positivos e negativos com
a implantação da obra.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados dos questionários foram
registrados em uma tabela e em gráficos
seguidos de inferências; estes possibilitaram
uma visão do conhecimento da população a
respeito da implantação da ETE no município
de Luz.
Ao longo do presente estudo foram
entrevistados moradores de 49 residências,
sendo 31 as margens da parte canalizada do
Córrego Açudinho e 18 na parte não
canalizada do córrego. O Córrego Açudinho
recebe todo o esgoto industrial e doméstico do
município de Luz.
Analisando os questionários foi
possível traçar o perfil demográfico das
famílias que vivem as margens do Córrego
Açudinho.
As entrevistas foram conduzidas de
forma a coletar relatos tanto da população
masculina como feminina a fim de traduzir a
realidade do local onde essas pessoas residem.
No que se diz respeito à escolaridade,
a população não foge dos padrões
estabelecidos pelo IBGE 2006, onde a maioria
da população brasileira possui apenas o
ensino fundamental completo.
A densidade demográfica nas
residências entrevistadas esta dentro da média
brasileira que é de quatro pessoas por
domicílio (IBGE, 2006).
A respeito da origem da água
consumida pela população entrevistada ficou
constatado que a totalidade consome água
tratada, já que o município de Luz dispõe de
21
Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	4	
uma estação de tratamento de água da
COPASA.
Quanto ao destino do esgoto
residencial constatou-se que a maioria das
residências possui rede de captação, exceto
três residências que ainda usam a antiga fossa
séptica (TABELA 1), apesar de esse sistema
apresentar potencial para poluir o lençol
freático.
Ainda hoje é muito comum
depararmos com locais onde o esgoto corre a
céu aberto principalmente nas periferias dos
grandes centros urbanos, por outro lado
Margullis et al. (2002), diz que mais de 92%
da população urbana brasileira conta com
alguma forma de esgotamento sanitário, isto
é, suas residências estão conectadas a rede de
esgoto e/ou possuem fossa séptica ou
rudimentar.
A prática do esgoto a céu aberto traz
inúmeros damos a saúde do homem e ao meio
ambiente, a destruição de habitats, danos à
biodiversidade e possível eutrofização, que
pode levar às florações de algas, incluindo as
algas nocivas; risco para a saúde humana,
incluindo infecção pelo banho de mar e pelo
consumo de frutos do mar contaminados e
impactos negativos em atividades
econômicas, como pesca e turismo
(MELHEM, 2002).
TABELA 1. Consolidação dos dados demográficos obtidos através das entrevistas realizadas com moradores da área
urbana do município de Luz.
Dados demográficos Céu aberto Canalizado
Nº Prevalência (%) Nº Prevalência (%)
População
Masculina 5 28 15 48
Feminina 13 72 16 52
Escolaridade
Analfabeto 1 6 2 6
Ensino Primário 12 67 6 19
Ensino Fundamental 3 17 13 42
Ensino Médio 1 6 7 23
Ensino Superior 1 6 3 10
Moradores
Dois 7 39 15 48
Três 6 33 6 19
Quatro 1 6 5 16
Mais de quatro 4 22 5 16
Abastecimento
Rede pública 18 100 27 87
Cisterna
Rio 3 10
Poço 1 3
Outro
Esgoto residencial
Rede de esgoto
sanitário
15 83 30 97
Fossa séptica 3 17
Céu aberto
Fossa sumidouro
Rede de drenagem 1 3
Total 18 100 31 100
22
Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	2	
Analisando a FIGURA 2 podemos
observar que a maioria dos moradores da
parte canalizada do Córrego Açudinho se
sente mal em residir no local, provavelmente
pelos odores exalados pelas bocas de lobo. O
restante se diz estar acostumado com as
condições de vida daquele local. Já a
população da parte a céu abeto possui opinião
dividida, parte diz não se importar e o restante
diz que se sente mal ou está acostumado com
a situação.
O mundo globalizado, digitalizado e
moderno em que vivemos não fazem parte
cerca de três bilhões de pessoas, que vivem
em péssimas condições sanitárias, o que
facilita a propagação de doenças como
hepatite, cólera, febre tifóide, diarréia, entre
outras, causando óbitos que poderiam ser
evitados. No Brasil, apenas 33,5% dos
domicílios são atendidos por rede de esgoto.
Esses efluentes e sua ingestão são
responsáveis por cerca de 80% das doenças e
65% das internações hospitalares (BRASIL,
1997).
Figura 2: Relato dos moradores quando perguntados
como se sentem morando perto das redes de esgoto
canalizado e a céu aberto.
Analisando as queixas dos moradores
podemos dizer que a rede de esgoto a céu
aberto traz inúmeros prejuízos aos moradores
todos reclamaram do mau cheiro, dos insetos
e vários outros agravos provenientes do
esgoto tanto a céu aberto quanto canalizado.
No entanto podemos observar que na área
canalizada não houve queixas relativas a
doenças. Este fato deve-se ao não contado
direto com o esgoto que está carregado de
microrganismos patogênicos (KICKBUSCH,
2000) (FIGURA 3).
Figura 3. Principais incômodos enfrentados pelos
moradores entrevistados
Assim como no município de Luz a
ampliação dos sistemas de distribuição de
água potável desencadeou novas
preocupações em relação ao esgoto doméstico
(CARRERA-FERNANDEZ & GARRIDO,
2002) uma vez que a saúde da população
depende diretamente de um bom saneamento
básico.
O lançamento descontrolado de esgoto
doméstico em rios, lagos e outros corpos de
água, representam uma das principais causas
da poluição hídrica no Brasil e no mundo
(UNEP/GPA, 2006; GONÇALVES &
Canalizado
0 10 20 30 40 50 60 70
Bem
Não encomoda
Mau
Já esta acostumado
%
Céu aberto
0 10 20 30 40 50 60
Bem
Não encomoda
Mau
Já esta acostumado
%
Canalizado
0
10
20
30
40
50
60
Mau cheiro Doenças Insetos Outros
%
Céu aberto
0
10
20
30
40
50
60
Mau cheiro Doenças Insetos Outros
%
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Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	3	
SOUZA, 1997). A precária rede de
saneamento existente na maioria das cidades
brasileiras constitui-se na principal origem da
poluição das águas, representando a mais
importante pressão ambiental sobre os
mananciais hídricos podendo entre outras
coisas causar doenças.
Apesar da população luzense ainda
não saber totalmente como é o funcionamento
de uma ETE, a maioria (80%) (FIGURA 4) se
diz satisfeita com a construção da mesma.
Talvez falte mais empenho do poder público
em esclarecer para a população a respeito dos
benefícios e da importância da ETE para o
município de Luz.
Figura 4. Satisfação da população em relação à
implantação da ETE.
A descarga de esgoto doméstico não
tratado tem sido identificada como uma das
maiores fontes de poluição dos mananciais
(UNEP/GPA, 2006). Segundo relatório do
Programa Global de Ação para Proteção do
Ambiente aquático de Atividades Baseadas
em Terra (GPA) (UNEP/GPA, 2006) esse
problema ocorre principalmente em países em
desenvolvimento como o Brasil; nos quais,
somente uma parcela do esgoto doméstico é
coletada, e as estações de tratamento
existentes, em sua maioria, não funcionam de
forma eficiente.
Todo grande empreendimento traz
benefícios assim como transtornos. No caso
da implantação da ETE há a necessidade de
adaptar a atual rede de captação de esgoto,
com isso as ruas ficam cheias de entulho,
poeira e maquinas e até o transito fica
impedido. Quando entrevistados todos os
moradores reclamaram dos transtornos da
obra, também relataram que é necessário pois
trará benefícios para toda a população
(FIGURA 5). Transtornos como estes são
momentâneas, pois, a maior parte do
empreendimento é construída fora da cidade.
Figura 5. Incômodos causados com implantação da
ETE.
A grande maioria dos entrevistados vê
benefícios na implantação da ETE no
município de Luz, uma vez que esta obra trará
grandes benefícios para o meio ambiente
(FIGURA 6).
Figura 6. Benefícios com a implantação da ETE.
O saneamento ambiental constitui,
indiscutivelmente, um fator fundamental nos
níveis de saúde e na qualidade de vida de um
povo. Para proteger a saúde da população e
preservar o meio ambiente, os sistemas de
esgotamento sanitário devem dispor de um
tratamento adequado dos esgotos coletados
para poder alcançar este fim. Segundo
Andrade Neto (2001), um sistema adequado
de tratamento de esgotos deve ser
0
20
40
60
80
100
Canalizado Céu aberto
%
Sim
Não
0
20
40
60
80
100
Céu aberto Canalizado
%
Sim Não
Canalizado
Barulho
Sujeira
Desorganização
Outros
Céu
Barulho
Sujeira
Desorganização
Outros
24
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economicamente viável, eficiente, compatível
com a realidade local e de fácil operação para
trazer benefícios para a população.
A implantação da ETE no município
de Luz visa não só trazer benefícios para os
moradores do município, uma vez que o
córrego açudinho é um dos afluentes da
margem direita do rio São Francisco. O
município estará contribuindo para a
diminuição da poluição do rio São Francisco,
pois é uma da poucas cidades do alto São
Francisco a dispor de uma ETE.
Quase todos os entrevistados
acreditam que a construção da ETE reduzirá
os transtornos causados pelo esgoto próximo
das residências (FIGURA 7).
Figura 7: Redução dos incômodos causados pelo
esgoto.
A fim de minimizar os impactos
ambientais e econômicos decorrentes do
lançamento sem tratamento adequado dos
esgotos, tanto domésticos quanto industriais,
nos corpos d’água, foram desenvolvidos
diversos tipos de tratamento de esgotos.
Basicamente, estes tratamentos exploram os
microorganismos que se proliferam
naturalmente no solo e na água, procurando,
no entanto, aperfeiçoar a eficiência destes e
minimizar os custos tanto de construção como
de operação (CARRERA-FERNANDEZ &
GARRIDO, 2002).
O esgoto é fonte poluidora dos
recursos hídricos superficiais, por meio do
lançamento de efluentes advindos das
atividades urbanas e rurais. Isso acarreta
vários prejuízos ambientais, sociais e
econômicos para a população: como a
alteração da qualidade das águas, riscos para o
habitat aquático e marinho, redução do nível
de oxigênio dissolvido, contaminação da
cadeia alimentar por bio-acumulação quando
na presença de substâncias tóxicas e, o
aumento da incidência de doenças de
veiculação hídrica (CARRERA-
FERNANDEZ & GARRIDO, 2002).
Os esgotos sanitários constituem-se na
principal fonte poluidora de grande parte dos
rios brasileiros, notadamente aqueles
próximos aos centros urbanos. De acordo com
o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, 65% das internações hospitalares
de crianças menores de 10 anos estão
associadas à falta de saneamento básico. Em
1997, segundo o Ministério da Saúde,
morreram 50 pessoas por dia no Brasil
vitimadas por enfermidades relacionadas à
falta de saneamento básico. Destas, 40% eram
crianças de 0 a 4 anos de idade (MOTA,
2000).
CONCLUSÕES
Considera-se, finalmente, que a
implantação da ETE no município será de
grande importância para a população, já que
tal projeto busca o desenvolvimento
sustentável, pelo menos em relação à
disposição e tratamento de efluentes, da
cidade de Luz, MG.
Foi possível notar a carência de
informação da população a respeito dos
benefícios da construção da ETE no
município. Sendo assim, necessário, a busca
de informações sobre os benefícios da
implantação dessa obra.
Visando assim a importância do
saneamento ambiental para o município, já
que esse é um fator determinante na saúde da
população brasileira. Admite-se que as
deficiências no tratamento de esgoto
comprometam tanto o meio ambiente, quanto
a saúde pública, desencadeando danos
ambientais, que podem gerar efeitos de curto
e longo prazo. Investimentos em saneamento,
além de proporcionar os benefícios
relacionados à salubridade, tendem a instigar
o desenvolvimento socioeconômico da região,
acarretando novos investimentos em outros
setores da economia.
0
20
40
60
80
100
Céu aberto Canalizado
%
Sim
Não
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GONÇALVES, F. B. e SOUZA, A.P. (1997)
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Acesso em 02 de setembro de 2008.
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26
Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	6	
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Goiânia – GO. Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI), n. 1,
v.1, p. 1- 17, 2003.
_____________________________________
1 – Ivanilda da Silva, BSc
Bióloga / Consultora
FASF / UNISA
2 – Flávio Henrique Ferreira Barbosa, PhD
Professor Adjunto I – Ciências Farmacêuticas
Universidade Federal do Amapá – UNIFAP
flavio.barbosa@unifap.br
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  • 1. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 18 CIÊNCIA EQUATORIAL ISSN 2179-9563 Artigo Original Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO LUZENSE SOBRE A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO NO MUNICÍPIO (LUZ- MG) Ivanilda da Silva1 ; Flávio Henrique Ferreira Barbosa2 RESUMO A água constitui um elemento vital não só para a natureza, mas a todas as atividades desenvolvidas pelo homem devendo ser disponível em quantidade suficiente e em boa qualidade para garantia de manutenção à vida. A crescente urbanização e aglomeração da população nas cidades e núcleos urbanos têm levado ao agravamento das condições ambientais, tornando cada vez mais inadequadas as condições de vida, devido à poluição dos mananciais e corpos receptores das proximidades. A sociedade sempre procurou esconder ou até mesmo refutar os efluentes produzidos em detrimento das dificuldades de tratá-los e buscou lançá-los bem longe do sítio urbanos, mesmo que esse esgoto fosse afetar a qualidade de vida da população. A utilização cada vez maior dos recursos hídricos tem resultado em problemas, não só de carência, como também na degradação da sua qualidade. Os esgotos das cidades, os resíduos industriais, os depósitos de lixo, as substâncias químicas utilizadas na agricultura e o desmatamento contribuem para a deterioração da qualidade de um corpo d’água. Com isso surgiram maiores exigências com relação à conservação e ao uso racional dos recursos hídricos. Os esgotos domésticos (ou sanitários) são originários predominantemente das habitações, sendo provenientes de instalações sanitárias, lavagens de utensílios domésticos, pias, banheiros, lavagens de roupas e outros domiciliares. Ainda que conscientes da grande importância do tratamento de esgotos, no Brasil muito pouco se têm investido para melhorar as redes coletoras de esgotos e posterior tratamento. Apenas 30% da população urbana brasileira têm seus esgotos coletados, e destes, apenas 10% têm tratamento adequado. Na intenção de se ter um roteiro para a avaliação, associados à adoção de medidas ambientais, esse projeto buscou conscientizar a população local sobre a importância da implantação da Estação de Tratamento de Esgoto em Luz, Minas Gerais. Palavras-chave: Luz-MG, esgoto, saneamento, estação de tratamento, resíduos. KNOWLEDGE OF POPULATION LUZENSE ON THE IMPORTANCE OF THE IMPLANTATION OF THE SYSTEM OF TREATMENT OF SEWER IN THE CITY (LUZ- MG) ABSTRACT The water not only constitutes a vital element for the nature, but to all the activities developed for the man having to be available in enough amount and good quality for guarantee of maintenance to the life. The increasing urbanization and urban agglomeration of the population in the cities and nuclei have led to the aggravation of the ambient conditions, becoming each time more inadequate the life conditions, due to pollution of the sources and receiving bodies of the neighborhoods. The society always looked for even though to hide or to refute the effluent ones produced in detriment of the difficulties to treat them and searched to launch them far from the small farm well urban, exactly that this sewer was to affect the quality of life of the population. The use each bigger time of the aquatic resources has resulted in problems, not only of lack, as well as in the degradation of its quality. The industrial sewers of the cities, residues, the garbage deposits, the chemical substances used in agriculture and the deforestation contribute for the deterioration of the quality of a body of water. With this bigger requirements with regard to the conservation and to the rational use had appeared of the aquatic resources. The domestic sewers (or sanitary) are originary predominantly of the habitations, being proceeding from sanitary, lauderings of domestic utensils, pious installations, bathrooms, lauderings of clothes and other domiciliary ones. Despite conscientious of the great importance of the treatment of sewers, in Brazil very little they have invested to improve the collecting nets of sewers and posterior treatment. But 30% of the Brazilian urban population have its collected sewers, and of these, only 10% have adequate treatment. In the intention of if having a script for the evaluation, associates to the adoption of ambient measures, this project searched to acquire knowledge the local population on the importance of the implantation of the Station of Treatment of Sewer in Luz, Minas Gerais. Keywords: Luz-MG, sewer, sanitation, station of treatment, residues.
  • 2. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 19 INTRODUÇÃO Saneamento Ambiental no Brasil A ampliação dos sistemas de distribuição dos sistemas de distribuição de água potável desencadeou novas preocupações em relação ao esgoto doméstico (CARRERA-FERNANDES e GARRIDO, 2002). O lançamento descontrolado de esgotos domésticos em rios, lagos e outros corpos de água, representam uma das principais causas da poluição hídrica no Brasil e no mundo (GONÇALVES e SOUZA, 1997). A precária rede de saneamento existente na maioria das cidades brasileiras constitui-se na principal origem da poluição das águas, representando a mais importante pressão ambiental sobre os mananciais hídricos. Segundo Margullis et al., (2002), os dados do Censo 2000 indicam que mais de 92% da população urbana conta com alguma forma de esgotamento sanitário isto é, suas residências estão conectadas a rede de esgoto e/ou possuem fossa séptica ou rudimentar. Neto (1997) afirma que para levar o tratamento a toda população brasileira, independente da classe social, somente será viável sob o aspecto sócio-econômico e ambiental se as soluções técnicas primarem pela simplicidade. Esta condição não deve ser entendida como uma opção pela segunda qualidade, pelo descaso com a eficiência e descuido com a construção operação e manutenção do sistema. O saneamento ambiental constitui, indiscutivelmente, um fator fundamental nos níveis de saúde e na qualidade de vida de um povo. Para proteger a saúde da população e preservar o meio ambiente, os sistemas de esgotamento sanitário devem dispor de um tratamento adequado dos esgotos coletados para poder alcançar este fim. Segundo Andrade Neto (2001), um sistema adequado de tratamento de esgotos deve ser economicamente viável, eficiente, compatível com a realidade local e de fácil operação. Fases do Processo de Tratamento de Esgoto Processos Físicos: são caracterizados pela remoção das substâncias fisicamente separáveis dos líquidos, aquelas que não se encontram dissolvidas no esgoto. Estão neles incluídos os processos de remoção de sólidos: grosseiros, decantáveis e flutuantes, retidos no gradeamento inicial e na caixa de areia, considerados a fase preliminar do tratamento de esgoto (LA ROVERE, 2002). Processos Químicos: processos que tentam reproduzir em dispositivos os fenômenos biológicos observados na natureza, considerando o aspecto da viabilidade econômica, o uso de energia e outros fatores decisivos em projetos de engenharia sanitária. E esses afirmam que são processos que dependem da ação dos microrganismos presentes nos esgotos, que transformam substâncias complexas em compostos mais simples e são considerados aeróbios e anaeróbios (LA ROVERE, 2002). Impacto Ambiental Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA, 1996). Outra forma de definí-lo é apresentada pela ABNT (1996), caracterizando-o como qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização. A fim de minimizar os impactos ambientais e econômicos decorrentes do lançamento sem tratamento adequado dos esgotos, tanto domésticos quanto industriais, nos corpos d’água, foram desenvolvidos diversos tipos de tratamento de esgotos. Basicamente, estes tratamentos exploram os microrganismos que se proliferam
  • 3. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 2 naturalmente no solo e na água, procurando, no entanto, aperfeiçoar a eficiência destes e minimizar os custos tanto de construção como de operação (NAVAL et al., 2001). Os efeitos da descarga de esgoto não tratado no mar, ou mesmo em ambientes estuarinos, incluem:  A destruição de habitats, danos à biodiversidade e possível eutrofização, que pode levar a florações de algas, incluindo as algas nocivas;  Risco para a saúde humana, incluindo infecção pelo banho de mar e pelo consumo de frutos do mar contaminados e;  Impactos negativos em atividades econômicas, como pesca e turismo. Inúmeras são as localidades brasileiras que apresentam deficiências em seu saneamento ambiental. Representando esta realidade, os municípios catarinenses de Balneário Camboriú e Itajaí também carecem de investimentos neste setor. Diante desta situação, muitos estudos têm indicado que as soluções devem primar pela simplicidade operacional nos processos de tratamento de esgoto. Além disso, a centralização dos sistemas tem sido questionada. Qualidade da água A água é um recurso necessário a todos os aspectos da vida e ao desenvolvimento das atividades humanas. Embora exista em abundância na Terra, cobrindo 71% da superfície terrestre (MOTA, 1997), a mesma é escassa em muitas áreas, devido a sua má distribuição e às perdas, assim como por causa da degradação antrópica. De acordo com o Banco Mundial, cerca de 80 países, hoje, enfrentam problemas de abastecimento e cerca de 1,5 bilhão de pessoas não têm acesso a fontes de água de qualidade. As diversas utilizações da água, em média 80%, resultam em esgoto (MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS, 1999), seja ele de origem doméstica, hospitalar, industrial, entre outros. O esgoto doméstico ou efluente sanitário contém cerca de 99,9% de água e 0,1% de sólidos orgânicos e inorgânicos (MENDONÇA, 1990). Neste, é comum a presença de microorganismos patogênicos, responsáveis por algumas doenças de veiculação hídrica. Os efluentes industriais além da matéria orgânica podem carrear substâncias químicas tóxicas ao homem e outros animais. O lançamento de efluentes in natura nos recursos hídricos resulta além de vários problemas sócio-ambientais, em impactos significativos sobre a vida aquática e o meio ambiente como um todo. Por exemplo, a matéria orgânica presente nos dejetos ao entrar em um sistema aquático, leva a uma grande proliferação de bactérias aeróbicas provocando o consumo de oxigênio dissolvido que pode reduzir a valores muitos baixos, ou mesmo extinguir, gerando impactos à vida aquática aeróbica. Têm-se como outros exemplos de impactos a eutrofização, a disseminação de doenças de veiculação hídrica, agravamento do problema de escassez de água de boa qualidade, desequilíbrio ecológico, entre outros. O efluente precisa ser coletado, tratado e ter um destino adequado. De forma geral, não existe um sistema de tratamento padrão para ser utilizado. Vários fatores irão influenciar na escolha das opções tecnológicas, tais como, disponibilidade de área, qualidade desejada para o efluente tratado, da legislação referente ao local, entre outros. O tratamento biológico de efluentes embasa em um processo que ocorre na natureza, o qual recebeu globalmente a denominação de autodepuração ou estabilização. Basicamente o princípio do tratamento apóia-se na atividade de bactérias e microrganismos que oxidam a matéria orgânica. O sistema de lagoas de estabilização e lagoas aeradas são exemplos de tratamento biológico de efluentes. O investimento no tratamento de efluentes pode significar um grande salto para o desenvolvimento em termos da dotação da infra-estrutura requerida para proteger o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da população, assim como propiciar novas oportunidades de negócios. Assim, a coleta, o 20
  • 4. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 3 tratamento e a disposição ambientalmente adequada de efluentes são fundamentais para a melhoria do quadro de saúde da população e pré-requisito para busca da sustentabilidade. Neste trabalho objetivou-se avaliar os benefícios da implantação da Estação de Tratamento de Esgoto no município de Luz, Minas Gerais. Para tanto, entrevistou-se moradores residentes ao longo da área do córrego Açudinho e traçou-se o perfil demográfico dos mesmos verificando se os moradores entrevistados conhecem os possíveis benefícios da implantação ETE no município. MATERIAL E MÉTODOS Caracterização do Município O município de Luz situa-se no centro-oeste do estado de Minas Gerais, fazendo parte da microrregião do Alto São Francisco, constituída por 28 municípios e sua área é de 1.171 Km2 , que corresponde a cerca de 6,6% da superfície total da microrregião. Geograficamente, o município situa numa área de influência de Belo Horizonte e Divinópolis, sendo favorecido pela BR 262, que liga a zona metalúrgica ao Triangulo Mineiro e pela MG-176 que une a BR 354 e BR 352 Pará de Minas a Abaeté. A população residente no município de Luz (MG) é de 17.129 habitantes (IBGE, 2006). Figura 1. Mapa de localização do município de Luz – MG, Brasil. Levantamentos dos dados O presente estudo adotou os princípios de observação direta extensiva através de questionários, possibilitando atingir o maior número de pessoas. Após a aplicação de questionários, nos bairros mais afetados pela implantação da ETE os dados foram tabulados e analisados, possibilitando um maior esclarecimento das informações e dos possíveis impactos positivos e negativos com a implantação da obra. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados dos questionários foram registrados em uma tabela e em gráficos seguidos de inferências; estes possibilitaram uma visão do conhecimento da população a respeito da implantação da ETE no município de Luz. Ao longo do presente estudo foram entrevistados moradores de 49 residências, sendo 31 as margens da parte canalizada do Córrego Açudinho e 18 na parte não canalizada do córrego. O Córrego Açudinho recebe todo o esgoto industrial e doméstico do município de Luz. Analisando os questionários foi possível traçar o perfil demográfico das famílias que vivem as margens do Córrego Açudinho. As entrevistas foram conduzidas de forma a coletar relatos tanto da população masculina como feminina a fim de traduzir a realidade do local onde essas pessoas residem. No que se diz respeito à escolaridade, a população não foge dos padrões estabelecidos pelo IBGE 2006, onde a maioria da população brasileira possui apenas o ensino fundamental completo. A densidade demográfica nas residências entrevistadas esta dentro da média brasileira que é de quatro pessoas por domicílio (IBGE, 2006). A respeito da origem da água consumida pela população entrevistada ficou constatado que a totalidade consome água tratada, já que o município de Luz dispõe de 21
  • 5. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 4 uma estação de tratamento de água da COPASA. Quanto ao destino do esgoto residencial constatou-se que a maioria das residências possui rede de captação, exceto três residências que ainda usam a antiga fossa séptica (TABELA 1), apesar de esse sistema apresentar potencial para poluir o lençol freático. Ainda hoje é muito comum depararmos com locais onde o esgoto corre a céu aberto principalmente nas periferias dos grandes centros urbanos, por outro lado Margullis et al. (2002), diz que mais de 92% da população urbana brasileira conta com alguma forma de esgotamento sanitário, isto é, suas residências estão conectadas a rede de esgoto e/ou possuem fossa séptica ou rudimentar. A prática do esgoto a céu aberto traz inúmeros damos a saúde do homem e ao meio ambiente, a destruição de habitats, danos à biodiversidade e possível eutrofização, que pode levar às florações de algas, incluindo as algas nocivas; risco para a saúde humana, incluindo infecção pelo banho de mar e pelo consumo de frutos do mar contaminados e impactos negativos em atividades econômicas, como pesca e turismo (MELHEM, 2002). TABELA 1. Consolidação dos dados demográficos obtidos através das entrevistas realizadas com moradores da área urbana do município de Luz. Dados demográficos Céu aberto Canalizado Nº Prevalência (%) Nº Prevalência (%) População Masculina 5 28 15 48 Feminina 13 72 16 52 Escolaridade Analfabeto 1 6 2 6 Ensino Primário 12 67 6 19 Ensino Fundamental 3 17 13 42 Ensino Médio 1 6 7 23 Ensino Superior 1 6 3 10 Moradores Dois 7 39 15 48 Três 6 33 6 19 Quatro 1 6 5 16 Mais de quatro 4 22 5 16 Abastecimento Rede pública 18 100 27 87 Cisterna Rio 3 10 Poço 1 3 Outro Esgoto residencial Rede de esgoto sanitário 15 83 30 97 Fossa séptica 3 17 Céu aberto Fossa sumidouro Rede de drenagem 1 3 Total 18 100 31 100 22
  • 6. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 2 Analisando a FIGURA 2 podemos observar que a maioria dos moradores da parte canalizada do Córrego Açudinho se sente mal em residir no local, provavelmente pelos odores exalados pelas bocas de lobo. O restante se diz estar acostumado com as condições de vida daquele local. Já a população da parte a céu abeto possui opinião dividida, parte diz não se importar e o restante diz que se sente mal ou está acostumado com a situação. O mundo globalizado, digitalizado e moderno em que vivemos não fazem parte cerca de três bilhões de pessoas, que vivem em péssimas condições sanitárias, o que facilita a propagação de doenças como hepatite, cólera, febre tifóide, diarréia, entre outras, causando óbitos que poderiam ser evitados. No Brasil, apenas 33,5% dos domicílios são atendidos por rede de esgoto. Esses efluentes e sua ingestão são responsáveis por cerca de 80% das doenças e 65% das internações hospitalares (BRASIL, 1997). Figura 2: Relato dos moradores quando perguntados como se sentem morando perto das redes de esgoto canalizado e a céu aberto. Analisando as queixas dos moradores podemos dizer que a rede de esgoto a céu aberto traz inúmeros prejuízos aos moradores todos reclamaram do mau cheiro, dos insetos e vários outros agravos provenientes do esgoto tanto a céu aberto quanto canalizado. No entanto podemos observar que na área canalizada não houve queixas relativas a doenças. Este fato deve-se ao não contado direto com o esgoto que está carregado de microrganismos patogênicos (KICKBUSCH, 2000) (FIGURA 3). Figura 3. Principais incômodos enfrentados pelos moradores entrevistados Assim como no município de Luz a ampliação dos sistemas de distribuição de água potável desencadeou novas preocupações em relação ao esgoto doméstico (CARRERA-FERNANDEZ & GARRIDO, 2002) uma vez que a saúde da população depende diretamente de um bom saneamento básico. O lançamento descontrolado de esgoto doméstico em rios, lagos e outros corpos de água, representam uma das principais causas da poluição hídrica no Brasil e no mundo (UNEP/GPA, 2006; GONÇALVES & Canalizado 0 10 20 30 40 50 60 70 Bem Não encomoda Mau Já esta acostumado % Céu aberto 0 10 20 30 40 50 60 Bem Não encomoda Mau Já esta acostumado % Canalizado 0 10 20 30 40 50 60 Mau cheiro Doenças Insetos Outros % Céu aberto 0 10 20 30 40 50 60 Mau cheiro Doenças Insetos Outros % 23
  • 7. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 3 SOUZA, 1997). A precária rede de saneamento existente na maioria das cidades brasileiras constitui-se na principal origem da poluição das águas, representando a mais importante pressão ambiental sobre os mananciais hídricos podendo entre outras coisas causar doenças. Apesar da população luzense ainda não saber totalmente como é o funcionamento de uma ETE, a maioria (80%) (FIGURA 4) se diz satisfeita com a construção da mesma. Talvez falte mais empenho do poder público em esclarecer para a população a respeito dos benefícios e da importância da ETE para o município de Luz. Figura 4. Satisfação da população em relação à implantação da ETE. A descarga de esgoto doméstico não tratado tem sido identificada como uma das maiores fontes de poluição dos mananciais (UNEP/GPA, 2006). Segundo relatório do Programa Global de Ação para Proteção do Ambiente aquático de Atividades Baseadas em Terra (GPA) (UNEP/GPA, 2006) esse problema ocorre principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil; nos quais, somente uma parcela do esgoto doméstico é coletada, e as estações de tratamento existentes, em sua maioria, não funcionam de forma eficiente. Todo grande empreendimento traz benefícios assim como transtornos. No caso da implantação da ETE há a necessidade de adaptar a atual rede de captação de esgoto, com isso as ruas ficam cheias de entulho, poeira e maquinas e até o transito fica impedido. Quando entrevistados todos os moradores reclamaram dos transtornos da obra, também relataram que é necessário pois trará benefícios para toda a população (FIGURA 5). Transtornos como estes são momentâneas, pois, a maior parte do empreendimento é construída fora da cidade. Figura 5. Incômodos causados com implantação da ETE. A grande maioria dos entrevistados vê benefícios na implantação da ETE no município de Luz, uma vez que esta obra trará grandes benefícios para o meio ambiente (FIGURA 6). Figura 6. Benefícios com a implantação da ETE. O saneamento ambiental constitui, indiscutivelmente, um fator fundamental nos níveis de saúde e na qualidade de vida de um povo. Para proteger a saúde da população e preservar o meio ambiente, os sistemas de esgotamento sanitário devem dispor de um tratamento adequado dos esgotos coletados para poder alcançar este fim. Segundo Andrade Neto (2001), um sistema adequado de tratamento de esgotos deve ser 0 20 40 60 80 100 Canalizado Céu aberto % Sim Não 0 20 40 60 80 100 Céu aberto Canalizado % Sim Não Canalizado Barulho Sujeira Desorganização Outros Céu Barulho Sujeira Desorganização Outros 24
  • 8. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 4 economicamente viável, eficiente, compatível com a realidade local e de fácil operação para trazer benefícios para a população. A implantação da ETE no município de Luz visa não só trazer benefícios para os moradores do município, uma vez que o córrego açudinho é um dos afluentes da margem direita do rio São Francisco. O município estará contribuindo para a diminuição da poluição do rio São Francisco, pois é uma da poucas cidades do alto São Francisco a dispor de uma ETE. Quase todos os entrevistados acreditam que a construção da ETE reduzirá os transtornos causados pelo esgoto próximo das residências (FIGURA 7). Figura 7: Redução dos incômodos causados pelo esgoto. A fim de minimizar os impactos ambientais e econômicos decorrentes do lançamento sem tratamento adequado dos esgotos, tanto domésticos quanto industriais, nos corpos d’água, foram desenvolvidos diversos tipos de tratamento de esgotos. Basicamente, estes tratamentos exploram os microorganismos que se proliferam naturalmente no solo e na água, procurando, no entanto, aperfeiçoar a eficiência destes e minimizar os custos tanto de construção como de operação (CARRERA-FERNANDEZ & GARRIDO, 2002). O esgoto é fonte poluidora dos recursos hídricos superficiais, por meio do lançamento de efluentes advindos das atividades urbanas e rurais. Isso acarreta vários prejuízos ambientais, sociais e econômicos para a população: como a alteração da qualidade das águas, riscos para o habitat aquático e marinho, redução do nível de oxigênio dissolvido, contaminação da cadeia alimentar por bio-acumulação quando na presença de substâncias tóxicas e, o aumento da incidência de doenças de veiculação hídrica (CARRERA- FERNANDEZ & GARRIDO, 2002). Os esgotos sanitários constituem-se na principal fonte poluidora de grande parte dos rios brasileiros, notadamente aqueles próximos aos centros urbanos. De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 65% das internações hospitalares de crianças menores de 10 anos estão associadas à falta de saneamento básico. Em 1997, segundo o Ministério da Saúde, morreram 50 pessoas por dia no Brasil vitimadas por enfermidades relacionadas à falta de saneamento básico. Destas, 40% eram crianças de 0 a 4 anos de idade (MOTA, 2000). CONCLUSÕES Considera-se, finalmente, que a implantação da ETE no município será de grande importância para a população, já que tal projeto busca o desenvolvimento sustentável, pelo menos em relação à disposição e tratamento de efluentes, da cidade de Luz, MG. Foi possível notar a carência de informação da população a respeito dos benefícios da construção da ETE no município. Sendo assim, necessário, a busca de informações sobre os benefícios da implantação dessa obra. Visando assim a importância do saneamento ambiental para o município, já que esse é um fator determinante na saúde da população brasileira. Admite-se que as deficiências no tratamento de esgoto comprometam tanto o meio ambiente, quanto a saúde pública, desencadeando danos ambientais, que podem gerar efeitos de curto e longo prazo. Investimentos em saneamento, além de proporcionar os benefícios relacionados à salubridade, tendem a instigar o desenvolvimento socioeconômico da região, acarretando novos investimentos em outros setores da economia. 0 20 40 60 80 100 Céu aberto Canalizado % Sim Não 25
  • 9. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE NETO, C. O.; CAMPOS, J. R. (1999). Introdução. In: Tratamento de esgoto sanitário por processo anaeróbio e disposição controlada no solo. José Roberto Campos (coordenador). Rio de Janeiro: ABES - PROSAB. 464 p ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT Sistema de Gestão Ambiental - Especificação e Diretrizes para Uso - NBR ISO 14001, out./1996. BANCO DO NORDESTE. Manual de Impactos Ambientais: orientações básicas sobre aspectos ambientais de atividades produtivas. Fortaleza, Banco do Nordeste, 1999. BARBOSA, P. S. F.; Revista de Administração. 1997, 32,47-57. BRAGA, B; HESPANHOL, I., et al.; Introdução à engenharia ambiental, 2 th ed., Prentice Hall,2003. BRANCO, M. S. Hidrologia aplicada a Engenharia Sanitária. Ed. 3ª São Paulo, CETESB/ASCETESB, 1986. p. 640. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da Família: Uma Estratégia Para a Reorientação do Modelo Assistencial. Brasília, DF; 1997. CLARK, R. B. (2001) – Marine Pollution. New York, Oxford University Press. CARRERA-FERNANDEZ, J. e GARRIDO, R. J. (2002) - Economia dos recursos hídricos. Salvador, Edufba. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução 001/1986. Brasília, 1986. GONÇALVES, F. B. e SOUZA, A.P. (1997) – Disposição oceânica de esgotos sanitários: história, teoria e prática. Rio de Janeiro, ABES. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2008). Divisão Territorial: População e Domicílios. Disponível na Internet http://www.ibge.gor.br/cidadesa/default.php. Acesso em 02 de setembro de 2008. LA ROVERE, E. L. (coordenador). Manual de auditoria ambiental para estações de tratamento de esgotos domésticos. Rio de Janeiro, 2002, Editora Qualitymark. MARGULIS, S.; HUGHES, G.; GAMBRIL, M. e AZEVEDO, L. G. T. (2002). Brasil: a gestão da qualidade da água: inserção de temas ambientais na agenda do setor hídrico.http://www.bancomundial.org.br/inde x.php?action=/content/view_folder&cod_obje ct=89Brasil. Acesso em 02 de setembro 2008. MELHEM, A. O Brasil e suas Regiões Geoeconômicas. 3ª ed. São Paulo: Moderna; 2002. MENDONÇA, S. R. & CEBALOS, B. S. de O. Lagoa de Estabilização e Aeradas Mecanicamente: Novos Conceitos. João Pessoa, S. Rolim Mendonça. MOTA, S. (organizador) Reúso de Águas – A experiência da Universidade Federal do Ceará. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental, 2000. MOTA, S. Introdução à Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro, ABES, 1997. NAVAL, L. P.; BANDEIRA, J. S.; SILVA, C. D. F. e WANDERLEY, T. F. Estudo da Eficiência de uma Estação de Tratamento de Esgoto-Palmas. In: II Congresso Científico do Centro Universitário Luterano, 2001, Palmas. II Congresso Científico do Centro Universitário Luterano. Palmas : ULBRA, 2001. v. 1. p. 71-71. NETO, C. O. Andrade (1997) - Sistemas simples para tratamento de esgotos 26
  • 10. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 6 sanitários: experiência brasileira. Rio de Janeiro, ABES. SILVA JUNIOR, R. J. C. A indústria da água como atividade econômica. Bio, v.1, p. 22-23, 1996. UNEP/GPA. (2006) - The state of Marine Environment: Trends and processes. UNEP/GPA, The Hague. TAKEUTI, M. R. S. Avaliação de desempenho de uma estação de tratamento de esgoto por lagoas de estabilização com chicanas. 2003. 99 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – São Paulo. VAZ, A. P. R.; DUCATTI, M. L. e PASQUALETTO, A. Avaliação de impactos ambientais nas estações de tratamento de esgotos sanitários: ETE – Lajes, Aparecida de Goiânia – GO. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), n. 1, v.1, p. 1- 17, 2003. _____________________________________ 1 – Ivanilda da Silva, BSc Bióloga / Consultora FASF / UNISA 2 – Flávio Henrique Ferreira Barbosa, PhD Professor Adjunto I – Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Amapá – UNIFAP flavio.barbosa@unifap.br 27