2. Iniciemos nossos estudos buscando ampliar um
pouco nosso entendimento sobre o verbo
"educar".
"Origem da palavra educar
Do latim educare, educere, que significa
literalmente “conduzir para fora” ou
“direcionar para fora”.
O termo latino educare é composto pela união do
prefixo ex, que significa “fora”, e ducere, que
quer dizer “conduzir” ou “levar”.
O significado do termo (direcionar para fora)
era empregado no sentido de preparar as
pessoas para o mundo e viver em sociedade, ou
seja, conduzi-las para fora” de si mesmas,
mostrando as diferenças que existem no mundo.
É interessante observar que o termo 'educação'
em português possui uma conotação não
encontrada na palavra education do inglês.
Enquanto que em português a palavra pode ser
associada ao sentido de boas maneiras,
principalmente no adjetivo “educado”, em
inglês educated refere-se unicamente ao grau de
instrução formal." (Fonte: dicionário on-line)
3. A educação nos conduz a um melhor entendimento do mundo que nos
cerca, nos permite o uso da palavra escrita e falada de forma a sermos
bem compreendidos, nos auxilia a quantificarmos as coisas, as
distâncias, o tempo, faz-nos perceber a grandiosidade da natureza e suas
leis através das ciências biológica, química, física e tantas outras.
Quem tem a oportunidade de estudar, reconhece que a educação lhe
oferece meios para crescer, para sair de si mesmo, de sua ignorância, e
vislumbrar o mundo em novos patamares.
4. O livro Pensamento e Vida nos informa sobre este
movimento do espírito:
"O pensamento é força criativa, a exteriorizar-se, da
criatura que o gera, por intermédio de ondas sutis, em
circuitos de ação e reação no tempo, sendo tão
mensurável como o fotônio que, arrojado pelo fulcro
luminescente que o produz, percorre o espaço com
velocidade determinada, sustentando o hausto
fulgurante da Criação. A mente humana é um espelho
de luz, emitindo raios e assimilando-os, repetimos.
Esse espelho, entretanto, jaz mais ou menos prisioneiro
nas sombras espessas da ignorância, à maneira de
pedra valiosa incrustada no cascalho da furna ou nas
anfractuosidades do precipício. Para que retrate a
irradiação celeste e lance de si mesmo o próprio
brilho, é indispensável se desentrance das trevas, à
custa do esmeril do trabalho. Reparamos, assim, a
necessidade imprescritível da educação para todos os
seres." Pensamento e Vida - Emmanuel
5. O que Emmanuel nos convida a realizar neste estudo é perceber o caráter
educativo do Evangelho de Jesus, não apenas individualmente, mas,
também, de forma coletiva, afirma o benfeitor que a vinda do Cristo
inaugura nova era para a humanidade.
Contudo, o benfeitor nos explica que é processo gradativo, que não
acontece do dia para a noite e, portanto, encontraremos em cada um de nós
obstáculos a serem transpostos de acordo com nossas vivências anteriores.
Cada um possui uma bagagem única, que decorre de suas muitas vidas.
Trazemos tendências boas e ruins e apenas se adentrarmos neste processo
educativo, compreendendo a nossa existência com este propósito, teremos a
oportunidade de nos enriquecermos, tal qual o aluno que vence uma etapa,
que passa de ano ou vai bem em uma prova.
6. Caminhemos com Emmanuel, usufruindo de seu lúcido
pensamento nas lições do livro Roteiro:
"Quando o mestre confiou ao mundo a divina mensagem da Boa
Nova, a Terra, sem dúvida, não se achava desprovida de sólida
cultura.
Na Grécia, as artes haviam atingido luminosa culminância e, em
Roma, bibliotecas preciosas circulavam por toda parte,
divulgando a política e a ciência, a filosofia e a religião.
Os escritores possuíam corpos de copistas especializados e
professores eméritos conservavam tradições e ensinamentos,
preservando o tesouro da inteligência.
Prosperava a instituição, em todos os lugares, mas a educação
demorava-se em lamentável pobreza." Roteiro
7. Observemos quão interessante é este
trecho inicial da lição.
Emmanuel elenca o que já
possuíamos enquanto humanidade:
sólida cultura, artes, bibliotecas,
política, ciência, filosofia e até
mesmo religião. Porém, alerta, que
quem prosperava era a instituição e
não a educação.
O que isto nos quer dizer? Qual a
razão desta distinção entre a
instituição e educação?
Pensemos de forma simples, uma boa
escola garante um bom aprendizado?
Ou, então, um professor culto e
inteligente, garante que o aluno se
desenvolverá com êxito?
8. Vejamos, ainda, um pouco mais sobre o significado da palavra
"instituição":
"Significado de Instituição
substantivo feminino
Ação de instituir, de estabelecer, de fundar algo novo.
Conjunto de regras e normas estabelecidas para a satisfação de interesses
coletivos: o Estado, o Congresso, uma fundação são instituições.
Organização que, pública ou privada, busca resolver as necessidades de
uma sociedade ou comunidade: instituições religiosas.
Estabelecimento de educação e instrução: instituição de ensino." (Fonte:
dicionário on-line)
9. Temos aqui o exemplo clássico de forma e conteúdo. A instituição é aTemos aqui o exemplo clássico de forma e conteúdo. A instituição é a
forma, porém, a educação é o contéudo. Precisamos da forma, que são asforma, porém, a educação é o contéudo. Precisamos da forma, que são as
escolas, professores, experiências, porém, a educação é o que faremos comescolas, professores, experiências, porém, a educação é o que faremos com
tudo o que nos é disponibilizado neste processo de aprendizado.tudo o que nos é disponibilizado neste processo de aprendizado.
O que se constata é que o homem já havia avançado em meios para educar-O que se constata é que o homem já havia avançado em meios para educar-
se, porém, a ausência dos ensinamentos do Cristo o impediam de avançarse, porém, a ausência dos ensinamentos do Cristo o impediam de avançar
como ser espiritual na verdadeira educação, avançar em amor e emcomo ser espiritual na verdadeira educação, avançar em amor e em
fraternidade.fraternidade.
Caminhemos um pouco mais com a lição para adentrarmos nesta questão.Caminhemos um pouco mais com a lição para adentrarmos nesta questão.
10. "O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum.
A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento
inferior ao que se dispensava aos cavalos.
Homens de consciência enobrecia, por infelicidade financeira ou por
questiúnculas de raça, eram assinalados a ferro candente e
submetidos à penosa servidão, anotados como animais.
Os pais podiam vender os filhos.
Era razoável cegar os vencidos e aproveita-los em serviços
domésticos.
As crianças fracas eram, quase sempre, punidas com a morte. (...)
11. “Enfermos eram sentenciados ao abandono.
As mulheres infelizes podiam ser apedrejadas com o beneplácito da
justiça.
Os mutilados deviam perecer nos campos de luta, categorizados à conta
de carne inútil.
Qualquer tirano desfrutava o direito do reduzir os governados à extrema
penúria, sem ser incomodado por ninguém.
Feras devoravam homens vivos nos espetáculos e divertimentos
públicos, com aplauso geral.
Rara a festividade do povo que transcorria sem vasta efusão de sangue
humano, como impositivo natural dos costumes.
Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento."Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento."
Roteiro
12. Eis a descrição das misérias humanas, o homem subjuga o homem,
caminhando a largos passos em seu orgulho e egoísmo. Crianças,
doentes, mulheres, pessoas desprovidas de posse ou de sua liberdade,
todos sentem o braço do tirano que ao invés de acolhe-los e protegê-los
com sua força, usa-a para causar mais dor e sofrimento.
Talvez pudéssemos nos alegrar se todas estas desditas descritas por
Emmanuel fizessem parte de um passado distante, mas se olharmos
atentamente para o mundo que nos cerca, veremos que, ainda hoje,
estes desenganos persistem.
13. - "O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum." As prisões ao
redor do mundo, salvo a exceção dos países ricos, terminam por
deformar a personalidade já doente dos que nela adentram. Quem já
conheceu uma prisão em nosso país irá reconhecer que os direitos
humanos mínimos são diariamente esquecidos e negligenciados. Como
recuperar cidadãos em tais condições? Como educá-los a um novo agir
se a nossa atitude, enquanto sociedade, é apenas punir?
14. - "A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento
inferior ao que se dispensava aos cavalos." No último século as mulheres
tiveram grandes conquistas de direitos e posições sociais, desde a
oportunidade de trabalhar, estudar, tomar as próprias decisões, muito se
avançou, porém, ao olharmos com atenção veremos que muitos países
ainda dispensam tratamentos degradantes. Até mesmo em nosso país,
estão disponíveis as estatísticas de maus tratos, de mulheres que sofrem
violências domésticas das mais diversas ordens. Como avançar nesta
questão? Serão apenas as nossas leis o instrumento para conter esta
barbárie que se perpetua ao longo dos milênios?
15. - "Os pais podiam vender os filhos." A lei não mais permite tal prática. Os
filhos não são mais propriedade dos pais, como não o são mais as mulheres,
porém, até bem pouco tempo, uma dívida era resolvida com a venda de um
filho que passava a condição de escravo do credor. Concebemos algo assim
em nossas vidas? Parece-nos assombroso algo assim? Atentemos para os
ladrões dos nossos dias, já não são as dívidas que levam nossos filhos
embora, mas os vícios, como a droga e o alcool, lembrando-nos de que a
família, celula mater da sociedade, ainda padece e carece de novos rumos.
16. Assim, item por item, Emmanuel nos alerta deste mundo antigo e presente,
destas dicotomias humanas, de algo que já não deveria existir, mas que por
fazer parte dos mais íntimos sentimentos do homem, veste-se com outras
roupas e permanece a agir.
E permanecerá agindo até que eduquemos nossos sentimentos sob as luzes
do Evangelho de Jesus.
Olhemos para o Mestre através das lentes que Emmanuel nos traz nesta
valorosa lição:
"Condenado ao supremo sacrifício, sem reclamar, e rogando o perdão
celeste para aqueles que o vergastavam a feriam, instila no ânimo dos
seguidores novas disposições espirituais." Roteiro
17. Jesus rompeu com os costumes de guerra e
vingança, deixou-se vencer para retornar
vencido, mostrando-nos que a vida na Terra é
experiência restrita a um tempo, que não
encerra tudo o que somos, nem tudo o que
vivenciamos, sendo apenas uma etapa da vida
verdadeira.
Dá-nos um novo olhar, faz-nos perceber a
eternidade e nos convida a nela adentrarmos
com Ele, instigando-nos a buscarmos na
profundidade do nosso ser a centelha divina
que o Pai nos concedeu quando nos criou.
E seu exemplo alcançou muito corações.
18. "Iluminados pela Divina Influência, os discípulos do Mestre
consagram-se ao serviço dos semelhantes.
Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e
infortunados.
Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas
de evangelização para o espírito popular.
Pouco a pouco, altera-se a paisagem social, no curso dos
séculos." Roteiro
19. A fraternidade ilumina o nosso caminhar. No começo eram poucos os que se
deixavam conduzir por esta nova forma de viver. Pagaram com suas vidas por
romper com a forma como o mundo vivia, foram chamados de loucos e
covardes, mas o seu exemplo permanece até hoje, fortalecendo-nos e nos
guiando em nossos lutas cotidianas.
Recordemos que no início do estudo verificamos que o vocábulo "educare"
significa "conduzir para fora". O bem que reside em nós, a centelha divina que
nosso Pai Celestial nos concedeu quando nos trouxe a vida, começa a se revelar,
é conduzida para fora, quando adentramos neste caminho, iniciamos um
processo educativo ascendente.
20. Eis o novo mundo, nas palavras de Emmanuel:
"Dilacerados e atormentados, entregues ao supremo sacrifício nas
demonstrações sanguinolentas dos tribunais e das praças públicas, ou
trancafiados nas prisões, os aprendizes do Evangelho ensinam a
compaixão e a solidariedade, a bondade e o amor, a fortaleza moral e a
esperança.
Há grupos de servidores, que se devotam ao trabalho remunerado para a
libertação de numerosos cativos.
Senhores da fortuna e da terra, tocados nas fibras mais íntimas,
devolvem escravos ao mundo livre.
Doentes encontram remédio, mendigos acham teto, desesperados se
reconfortam, órfãos são recebidos no lar.
Nova mentalidade surge na Terra." Roteiro
21. Novas palavras de ordem:
compaixão, solidariedade,
bondade, amor, fortaleza
moral e esperança.
Eis o roteiro dado ao
espírito que quer educar-
se, que já compreendeu
que a Terra nos acolhe
qual escola bendita,
permitindo-nos as mais
diversas experiências que
aprendemos a intitular de
provas e expiações.
22. No livro Fonte Viva, Emmanuel nos diz
que: "Deus está em nós, quanto estamos
em Deus. Mas, para que a luz divina se
destaque da treva humana, é necessário
que os processos educativos da vida
nos trabalhem no empedrado caminho
dos milênios. Somente o coração
enobrecido no grande entendimento
pode vazar o heroísmo santificante.
Apenas o cérebro cultivado pode
produzir iluminadas formas de
pensamento.“
Jesus exemplifica, mas espera de nós o
esforço para que avancemos em sua
direção.
23. Encerra Emmanuel a lição:
"O coração educado aparece, por abençoada luz, nas
sombras da vida.
A gentileza e a afabilidade passam a reger o campo das
boas maneiras e, sob a
inspiração do Mestre Crucificado, homens de pátrias e raças
diferentes aprenderam a encontrar-se com alegria,
exclamando, felizes: _ “meu irmão”." Roteiro
24. A educação de que trata este
capítulo, transcende os conceitos
humanos e acadêmicos para nos falar
das coisas do espírito, da educação
dos sentimentos.
Atribui-se a São Francisco de Assis
esta orientação: “Evangelize
sempre. Se preciso, com palavras”.
Nossas atitudes demonstram o que
vai em nosso coração. E se
permitimos que a luz do Cristo
adentre em nossas vidas,
resignificando nosso caminhar,
iremos nos perceber com maior
clareza, veremos nossa pequenez e
que, ainda, muito erramos, não
obstante, encontraremos as respostas
para nossos desenganos na
fraternidade, no amor, na caridade.
25. O despertar do homem acontece quando ele
percebe a si mesmo e passa a olhar o mundo
com mais bondade. Não grita por perfeição,
socorre o oprimido, não acusa o que erra,
acolhe-o com bondade, é afável em seu agir
porque reconhece que estamos caminhando
juntos, muitas vezes tropeçando em
desenganos, porém, caminhando na luz que
Jesus nos oferece a cada dia.
Eduquemos nossos corações, deixemos que
as pequeninas lições do dia a dia nos
ensinem sobre a bondade, a gentileza, a
alegria, a esperança.
26. Emmanuel nos dá alguns conselhos práticos no
livro Paz e Renovação, lição 45 intitulada
Disciplina e Educação. E é com esta lição que
encerramos o estudo de hoje.
"Evidentemente, não se justificam cilício e jejum
sistemáticos, a serviço da alma, no entanto, é justo
empenharmos atenção e esforço, na aquisição de hábitos
dignos, conducentes à elevação.
Considera que toda obra, por mais importante,
principia no alicerce e iniciemos as grandes realizações
do Espírito, através de pequenos lances de disciplina.
Tanto quanto possível, aprende a te desprenderes dessa
ou daquela porção de ti mesmo ou daquilo que te
pertença, a fim de ajudar ou facilitar alguém.
Não desprezes a possibilidade de visitar os irmão em
doença ou penúria, pelo menos uma vez por semana, de
maneira e levar-lhes consolação e refazimento.
27. Em cada sete dias, qual ocorre ao impositivo do
descanso geral, destaca um deles para ingerir o
mínimo de alimentação, doando o necessário
repouso aos mecanismos do corpo.
Semanalmente, retira igualmente um dia para
o trabalho de vigilância absoluta no próprio
pensamento e no próprio verbo, mentalizando e
falando exclusivamente no bem dos outros.
Em cada ciclo de vinte e quatro horas, separa
diminuta área de tempo, quando não possas
fazê-la mais ampla, para estudo e meditação,
silêncio e prece.
Faze, por dia ou por semana, um horário de
serviço gratuito, em auxílio aos companheiros
da Humanidade.
28. Decerto que não estamos
generalizando recomendações, de
vez que todos conhecemos
criaturas, quase inteiramente
devotadas ao bem do próximo.
Ainda assim, apresentamos o
assunto de nós para nós mesmos,
porque toda educação parte da
disciplina e, para que nos ajustemos
à disciplina nesse ou naquele setor
da vida, será sempre
invariavelmente preciso começar."