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       UNEB - Universidade do Estado da Bahia
       Departamento de Educação - Campus VII
       Curso: Pedagogia




               RENATA DIAS RIBEIRO




  PEDAGOGIA EM TEMPOS DE INCERTEZAS:
ENFRENTANDO DESAFIOS NA EDUCAÇÃO E NA
              SOCIEDADE




                 Senhor do Bonfim
                   Outubro 2008
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            RENATA DIAS RIBEIRO




  PEDAGOGIA EM TEMPOS DE INCERTEZAS:
ENFRENTANDO DESAFIOS NA EDUCAÇÃO E NA
              SOCIEDADE



       O perfil do profissional de pedagogo da REDE UNEB 2000 do
       município de Jacobina frente às políticas educacionais e suas
       implicações na sociedade




                          Trabalho monográfico apresentado como pré-
                          requisito para conclusão do curso de Licenciatura
                          em Pedagogia, Habilitação em Educação Infantil e
                          Séries Iniciais do Ensino Fundamental, pelo
                          Departamento de Educação do Campus VII,
                          Senhor do Bonfim.


                            Professor orientador Joanita Moura




                  Senhor do Bonfim
                    Outubro 2008
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                      Renata Dias Ribeiro



      PEDAGOGIA EM TEMPOS DE INCERTEZAS:
    ENFRENTANDO DESAFIOS NA EDUCAÇÃO E NA
                  SOCIEDADE



             APROVADA____DE____________DE 2008



                    Orientador: Joanita Moura




_______________________                 _____________________

 BANCA EXAMINADORA                       BANCA EXAMINADORA




        ______________________________________________

                 PROFESSOR: JOANITA MOURA

                          ORIENTADOR
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    A todos aqueles que estiveram, de alguma forma, presentes em todos os
momentos deste trabalho, e durante a minha graduação colaborando, mesmo
     que compreendendo minha ausência e me inspirando nos momentos de
                                                              conclusão.
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                            AGRADECIMENTOS


      Muito foram as pessoas que, de diferentes formas, colaboraram e
possibilitaram   a   realização   desse   trabalho,   algumas   mais   presentes,
incentivando cada etapa, outras de maneira mais discreta, mas não menos
importante. De alguma forma agradeço por meu processo de amadurecimento
pessoal e profissional.

      Assim agradeço ao meu pai, minha mãe e meu irmão, que estiveram
comigo em todos os momentos com forte presença, apoio constante e amor
incondicional e sem quais eu não estaria escrevendo uma letra sequer.



      Ao João Henrique, meu amor, que esteve comigo no fim desse percurso
mesmo perto ou distante, pelo apoio, por torcer para que eu vencesse mais
essa etapa.



      Aos meus colegas de turma e minhas amigas Ariane, Joângela,
Polianne e Verônica com quem dividi melhores momentos dessa jornada, em
nossas trocas de amizade, cumplicidade e força mútua.



      À Professora Joanita Moura pela disponibilidade, confiança e incentivo
para orientação. Seu discernimento, sua capacidade de análise, seus
conhecimentos foram fundamentais para a produção deste trabalho.



      À Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação -
Campus VII que me proporcionou espaço e condições para a realização de
minha graduação e dessa pesquisa.



      Aos professores do curso de Pedagogia que contribuíram de forma,
significativa ao meu processo de formação.

                                                                 Muito obrigado
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“A pessoa conscientizada tem uma compreensão diferente da história e de seu
     papel nela. Recusa acomodar-se, mobiliza-se, organiza-se para mudar o
                                                                   mundo.”



                                                             (Paulo Freire)
7


                                     RESUMO

Esta pesquisa tem como foco principal as políticas públicas educacionais
contemporâneas e suas implicações na sociedade tendo como principal
objetivo compreender o perfil do profissional de Pedagogia, explicitado a partir
das novas políticas de formação docente. Para uma melhor compreensão das
influencias dessas políticas no referido curso é necessário reportar-se as
questões concernentes ao mesmo numa perspectiva histórica até
conteporaniadade. No que diz respeito às políticas educacionais foi possível
perceber nas analises dos diversos documentos sua intencionalide
fundamentado nos aspectos neoliberais que visa o desenvolvimento de uma
formação profissional propicia para atender as novas exigências da sociedade.
Nesse sentido definiu-se o objetivo primordial dessa pesquisa uma reflexão as
sobre as políticas educacionais a partir da década de 90 e suas implicações na
sociedade no processo de formação. Adotou-se como metodologia uma abordagem
qualitativa realizada através de análise do questionário fechado e semi - estruturado no
qual foram analisados as compreensões dos graduandos do curso de Pedagogia, os
resultados apontaram que o perfil desse profissional concebe a Pedagogia como
curso com técnicas inovadoras para a sua pratica educativa que os habilita
para ser professores de educação infantil e series iniciais.


Conceitos chaves: Pedagogia, Pedagogo, Políticas Públicas Educacionais,
Sociedade Pedagógica.
8


                                                  SUMÁRIO


Introdução....................................................................................................... 11
1.0 Contextualizando a Pesquisa................................................................. 13
2.0 As abordagens teóricas que sustentam a pesquisa............................ 23
2.1 Um conceito amplo de Pedagogia.............................................................. 24
2.2 Profissão Pedagogo................................................................................... 27
2.2.1 Breve histórico..........................................................................................28
2.3 Políticas Educacionais e a Pedagogia........................................................33
2.4 Sociedade Pedagógica...............................................................................38
3.0 Aportes Metodológicos............................................................................42
3.1 Paradigma...................................................................................................42
3.2 Tipo de Pesquisa .......................................................................................42
3.3 Instrumento de coleta de dados.................................................................43
3.4 Local de Pesquisa .....................................................................................44
3.5 Sujeitos de Pesquisa..................................................................................44
3.6 Desenvolvimento da Pesquisa...................................................................44
4.0 Apresentação de Análises de Dados......................................................46
4.1 Resultado do questionário fechado............................................................46
4.1.2 Município.................................................................................................47
4.1.3 Gênero....................................................................................................47
4.1.4 Faixa Etária.............................................................................................48
4.1.5 Nível de Escolaridade.............................................................................49
4.1.6 Instituição que concluiu o Ensino Médio.................................................49
4.1.7 Área de Atuação.....................................................................................50
4.1.8 Tempo de Atuação..................................................................................51
4.1.9 Vinculo Empregatício..............................................................................51
4.1.10 Renda Familiar.....................................................................................52
4.2 Resultado Semi – estruturado...................................................................53
4.2.1 Pedagogia em tempo de Incertezas.......................................................53
4.2.2 Políticas públicas e a Pedagogia............................................................56
4.2.3 O curso de Pedagogia e suas Implicações na Sociedade......................59
Considerações finais.....................................................................................62
Referências.....................................................................................................63
Anexos............................................................................................................68
9




                             LISTAS DE SIGLAS

ANFOPE: Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação

ANPED: Associação Nacional de Pós – Graduação e Pesquisa em Educação

BID: Banco Interamericano de Desenvolvimento

CEDES: Centro de Estudos e Sociedade

CFE: Conselho Federal de Educação

CP: Conselho Pleno

DCN: Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação

FMI: Fundo Monetário Internacional

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IES: Instituto de Ensino Superior

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MEC: Ministério da Educação e Cultura

ONU: Organização das Nações Unidas

SESU: Secretaria Superior de Educação
10




                                   LISTAS DE GRÁFICOS


Gráfico . 01: Município.............................................................................46

Gráfico 02: Gênero...................................................................................47

Gráfico. 03: Faixa Etária..........................................................................48

Gráfico. 04: Nível de Escolaridade...........................................................49

Gráfico. 05: Instituição que concluiu o Ensino Médio..............................49

Gráfico. 06: Área de Atuação...................................................................50

Gráfico. 07: Tempo de atuação na educação..........................................51

Gráfico. 08: Vinculo empregatício............................................................51

Gráfico. 09: Renda Familiar.....................................................................52
11




                                 INTRODUÇÃO


       O anseio de pesquisar sobre as políticas educacionais na formação de
docentes vem perpassando à trajetória enquanto discente no curso de
Pedagogia o que preocupa, principalmente, é o que delimita as políticas
públicas,   no   processo   de    construção   de   seu   perfil/   identidade   e
conseqüentemente da sua atuação na sociedade em vários âmbitos e não
apenas em espaços escolares.


       Esta pesquisa buscou analisar quais as transformações que a LDB - Lei
de Diretrizes e Bases da Educação e as Diretrizes Curriculares Nacionais estão
trazendo ao curso de Pedagogia, perceber os elementos de suas experiências
e de seu desenvolvimento profissional, buscando compreender como estes
elementos estarão colaborando na constituição de seu perfil/identidade
profissional.


       A pesquisa tem seu relato disposto num texto que faz uma analise sobre
as políticas educacionais traçando o perfil do pedagogo faz um breve relato
histórico das legislações oficiais e uma breve explanação em correntes
pedagógicas através dos séculos ate a atualidade.


       Percorre o caminho da história da Pedagogia e do pedagogo no Brasil
desde sua criação em 1939 até as atuais mudanças políticas que estão
ocorrendo, perpassadas pelas novas abordagens teóricas que amparam a
existência de uma sociedade pedagógica, em outras palavras à atuação do
pedagogo em vários espaços sem ser necessariamente o escolar.


       O capitulo I procuramos contextualizar de forma sucinta tema de
pesquisa começando explanar sobre as exigências da sociedade e em seguida
ponderando sobre as leis que a regem e alteração que as mesmas vêm
provocando nessa nova sociedade, como exemplo as exigências de novas leis
12

para a educação. Em seguida, fizemos uma breve descrição política
educacional de cunho neoliberal e suas prováveis modificações no campo de
formação da pedagogia e de sua atuação na sociedade não só escolar, mas
também na extra escolar, tudo isso mediante as minhas inquietações e
angustias ocorridos durante o meu processo de formação.


       O capitulo II enfoca as abordagens teóricas que sustentaram a pesquisa,
tais abordagens compõem uma nova perspectiva de se refletir a prática
profissional, assinalando para a melhor qualidade na formação do educador na
acepção de acolher aos desafios da contemporaneidade. A análise é feita à luz
de teóricos que vêm tratando dessas questões, dentre os quais foram
destacados: José Carlos Libâneo, Selma Garrido Pimenta, Dermeval Saviani,
Dalila Oliveira entre outros.


       O capitulo III faz uma descrição dos aportes metodológicos da pesquisa,
focalizando o lócus, os sujeitos e a metodologia utilizada para o seu
desenvolvimento.


       O capitulo IV faz uma caracterização dos sujeitos da pesquisa a partir do
estudo inicial realizado, traçando o perfil através do questionário fechado
enfocando os seguintes aspectos: faixa etária média do grupo, formação
anterior, tempo de experiência no magistério, renda familiar, vinculo
empregatício entre outros e também através do questionário semi – estruturado
que mostra o perfil do pedagogo mediante os objetivos e questão de pesquisa
analisando suas percepções sobre seu curso e sua atuação na sociedade.


       Finalmente, são apresentadas algumas conclusões elaboradas a partir
da pesquisa, buscando responder os objetivos e questões inicialmente
colocadas.
13




                                 CAPITULO I



                 CONTEXTUALIZANDO A PESQUISA


      A sociedade atual se vê confrontada com o desenvolvimento acelerado
que ocorre em sua volta, onde o desenvolvimento e as descobertas ocorrem
em frações de segundos, ocasionando certo desgaste, atravessando por uma
imensa revolução em todos seus aspectos, vivencia transformações,
tecnológicas, inversão de valores, pobreza desumanização, avanços e atrasos
econômicos, gerando assim nos sujeitos dessa sociedade, dúvidas medos,
angustias e incertezas.


      Nessa perspectiva a educação e os profissionais que atuam nessa área
são vistos como grandes colaboradores para sanar essas incertezas e prepará-
los para esse desenvolvimento acelerado que ocorre. Libâneo (2001) afirma:




                     Numa concepção emancipatória de educação seria o grande fator de
                     humanização, já que ela prepararia os indivíduos para participar na
                     reestruturação da propia civilização tendo em vista o
                     desenvolvimento de toda humanidade. (p.150)




      Desta forma as acentuadas alterações sofridas por nossa sociedade no
transcorrer dos anos, têm refletido, sobretudo nas atuações do contexto
escolar, o que tem se tornado umas das dificuldades encontradas por agentes
escolares derivando o comprometimento do processo ensino-aprendizagem.


      A escola tem de rever seu papel e sua prática educativa, adaptar sua
postura pedagógica a conjuntura atual e colocar-se na posição de organização
principal e mais importante na evolução dos princípios fundamentais de uma
14

sociedade, cumprindo assim sua função transformadora e idealizadora de
conhecimentos.


      Nesse processo a prática pedagógica dos agentes educacionais, tem a
necessidade de uma reformulação que priorize uma prática formadora para o
desenvolvimento e se torne uma fonte de concretização de seu conhecimento
que o causará aos mesmos uma real participação no desenvolvimento social,
não como receptor de informações, mas como idealizador de práticas que
favoreçam esse processo.


      Neste contexto configura-se o papel do educador que tem um papel
fundamental na construção e na socialização do saber. Muito se espera do
professor, pois o mesmo convive processo de modernidade, com uso de novas
tecnologias, questões de valores éticos e sociais e culturais.


      Contudo, diante desses novos paradigmas, novos desafios há a
necessidade cada vez maior em se reavaliar a sua prática pedagógica e sua
atitude profissional. Por isso no decorrer dos anos esses profissionais
passaram por diversas modificações tanto no campo pedagógico, social,
profissional e de identidade. Nesse âmbito vale destacar a figura do
profissional de Pedagogia.


      O pedagogo é um agente fundamental na educação, pois é profissional
que pode atuar em vários espaços. Libanêo (2001) “o curso de pedagogia deve
formar o pedagogo stricto sensu, isto é, um profissional qualificado para atuar
em vários campos educativos para atender as demandas sócio educativas”.
(p.31), porém o curso de Pedagogia historicamente desde o ano de sua criação
Pimenta (2001) “Instituído no Brasil em 1939” (p.07) passou por diversas
modificações tanto no seu campo cientifico, na sua legislação, no seu processo
de formação e principalmente a sua identidade profissional.


      De acordo com a história a Pedagogia esteve sendo teorizada por
distintas óticas científicas (Sociologia, Filosofia, Psicologia entre outras), ao
15

mesmo tempo, que tem várias abordagens conceituais, tem distintas formas
reducionistas de sua especificidade e de sua possibilidade como ciência da
educação.


      Essa conjuntura foi, gradativamente, causando um entrelaçamento
epistemológico no que se refere à edificação do conhecimento pedagógico, o
que foi descaracterizando seu status de ciência da educação, dando a
entender a sua desnecessidade, enquanto espaço científico fundamentador da
práxis educativa. Pimenta (2001) afirma:


                     O debate sobre a natureza da Pedagogia ou da Educação — como
                     se tem preferido denominar - raramente considera que se possa
                     estabelecer uma ciência autônoma que examinaria as práticas
                     educativas, tem-se considerado que a Pedagogia é um conjunto de
                     enunciados baseado em outras ciências ou em uma filosofia. (p.13)


      Nesse todo surgem outras constantes preocupações que é a construção
da identidade do profissional de Pedagogia e as políticas educacionais que
amparam a sua formação, no qual o Pedagogo enfrenta desafios e conflitos
que desestabilizam o seu desempenho profissional que se configuram, durante
todo o processo de sua formação e no seu desempenho na sua prática
pedagógica.


      Desde a década de 60 a uma tentativa de se especificar o perfil do
Pedagogo mediante as pareceres (CFE 251/62, CFE 292/62, CFE 262/69) que
regulamentavam as licenciaturas de outras áreas e determinava que, Pimenta
(2001) “formar bacharéis e licenciados” (p.07) e logo depois determinou outro
tipo de formação que no qual, Pimenta (2001) :


                     Foi abolida a distinção entre bacharelado e licenciatura em
                     Pedagogia e instituída a idéia de formar especialista em
                     administração escolar, supervisão pedagógica e orientação
                     educacional (p.08).


      Nos anos seguintes não houve uma mudança efetiva só novas tentativas
de redefinir o curso de pedagogia mediante aos indicativos aos pareceres
anteriores aqui já citados. Na década de 80 se destaca - se o surgimento das
16

associações comitês e movimentos (ANFOPE, ANPED, CEDES etc.) que
tinham como principal preocupação a definição da identidade do curso de
pedagogia para tanto os mesmos promoviam seminários congressos
conferências. Libâneo (2001) diz:


                         A partir do I Seminário de Educação Brasileira realizado na Unicamp
                         (Campinas – Sp) são realizados encontros e seminários sobre a
                         reformulação do curso de Pedagogia e das licenciaturas, amplia-se a
                         produção de dissertações e teses e surgem revistas para a
                         divulgação de estudos e pesquisas sobre o assunto. (p.121)


       Somente na década de 90 começam surgir políticas mais efetivas com a
reforma do estado e conseqüentemente implementação das políticas
neoliberais que gerou significativas mudanças, como a revolução tecnológica
que concebeu alterações expressivas nos meios de produção e sociais e
educacionais e ainda acaba proclamando o neoliberalismo como a única
probabilidade de adequação e de sobrevivência aos novos desafios da
sociedade.


       No que diz respeito à área educacional, a concepção neoliberal não se
distinguir muito dos seus objetivos econômicos e ideológicos: como expandir o
mercado, a diminuição da responsabilidade do governo pelas necessidades
sociais, entre outros.


       Em suma, as políticas neoliberais para a educação têm uma relação
entre a oferta e a busca do serviço educativo e a demanda da sociedade, no
qual ação do Estado se restringir a garantir, apenas, uma educação básica e
não favorece as políticas democráticas e compromisso com a realidade social.


       Nessa perspectiva surgem organismos educacionais como o Banco
Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e agências da
Organização das Nações Unidas (ONU). Dentre essas instituições vale
destacar a atuação do Banco Mundial que é o maior articulador no processo de
reestruturação e abertura das economias e da estrutura social e educacional.
17

      Ao avaliar as políticas educacionais proposta pelo mesmo nota-se, uma
concepção de política baseada no desenvolvimento de habilidade básica de
aprendizagens necessárias às exigências do mercado de trabalho, na
proeminência à avaliação e à eficiência, no implemento de programas
compensatórios, na habilitação de professores em programas de formação
entre outros.


      Desta forma o Banco Mundial implementa, sobretudo a partir de
dezembro de 1996 com o estabelecimento da Lei 9.394/96 a LDB - Lei de
Diretrizes e Bases da Educação é a primeira lei educacional a fornecer um
conceito de educação e traz a educação num sentido que engloba, além do
processo de escolarização, a formação que ocorre na família, na escola, no
trabalho e na convivência em geral. Saviani (2006) afirma:


                     Vamos constatar que se trata de um documento legal que esta em
                     sintonia com a orientação política dominante hoje em dia e que vem
                     sendo adotada pelo governo atual em termos gerais e
                     especificamente no campo educacional. (p.169)


      Desta maneira o curso de Pedagogia configurou - se dentre os temas
mais polêmicos a serem regulamentados pela legislação. Dos conflitos iniciais
apareceram algumas especulações, dentre elas, a que se referia à
probabilidade da extinção gradativa do curso de pedagogia no Brasil. Uma,
rápida, análise das leis indicadas acima permitiu que se fizesse a previsão de
que, com o tempo, o curso perderia suas antigas funções.


      Perante esses conflitos e na tentativa de construir uma identidade e
conseqüentemente a preservação dessa identidade e logo após da publicação
da LDB Lei de diretrizes e Bases da Educação a Secretaria de Ensino Superior
do Ministério de Educação – Sesu / MEC –, através do Edital n.4, de 4 de
dezembro de 1997, deu início ao processo de alteração curricular requerendo
às instituições de ensino superior (IES) que enviassem propostas para a
elaboração das diretrizes curriculares para os cursos de graduação.
18

      A elaboração do Documento das Diretrizes Curriculares do Curso de
Pedagogia foi feita em um amplo processo de discussão, ouvindo varias
entidades desde as associações de profissionais como aos dos alunos em
formação e pelo próprio Ministério da Educação e Cultura - MEC.


      Este documento corresponde a uma perspectiva histórica dos docentes
de instalar uma política de formação e definir uma identidade e um princípio
articulado e interligado de formação dos profissionais da educação,
contemplando todas as modalidades e todos os níveis.


      Porém, por muito tempo essas tentativas de reformulação para a
formação docente e ao curso de pedagogia causaram mais contratempos do
que orientações positivas, como o crescimento desordenado do ensino
superior privados como a grande expansão dos cursos normais superiores e do
próprio curso de pedagogia principalmente em formato de vídeo conferência as
Eads, sem compromisso anterior com a formação em quaisquer de seus níveis
e modalidades.


      Mesmo assim as Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia nos
pareceres de CNE/CP n. 05/2005, e na Resolução. CNE/CP n. 01/2006,
demarcam novo tempo e traz novos debates no curso de pedagogia, tentando
consolidar a sua identidade, sendo assim as DCN - Pedagogia define a sua
destinação, sua aplicação e a abrangência da formação a ser desenvolvida no
curso. Aplica-se Parecer (CNE/CP n. 05/2005)


                     a) à formação inicial para o exercício da docência na educação
                     infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental; b) aos cursos de
                     ensino médio de modalidade normal e em cursos de educação
                     profissional; c) na área de serviços e apoio escolar; d) em outras
                     áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. A
                     formação assim definida abrangerá integradamente à docência, a
                     participação da gestão e avaliação de sistemas e instituições de
                     ensino em geral, a elaboração, a execução, o acompanhamento de
                     programas e as atividades educativas.
19

      Mediante ao exposto percebe - se um extenso horizonte para a
formação e atuação profissional dos pedagogos e essa definição foi ratificada
com a Resolução. CNE/CP n. 01/2006 de uma forma mais clara no seu Art. 4º:


                     O curso de Licenciatura em pedagogia destina-se à formação de
                     professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil
                     e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino
                     Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional, na área de
                     serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam
                     previstos conhecimentos pedagógicos.


      Diante as definições dos documentos acima citados nota-se que a
formação no curso de pedagogia tem a obrigação assegurar a articulação entre
a docência, a gestão e a produção do conhecimento no campo educacional.


           Com essa explicitação, afasta a probabilidade de redução do curso
a uma formação limitada à docência das séries iniciais do ensino fundamental.
Nessa perspectiva nota-se um conceito amplo de docência como afirma o
Parecer (CNE/CP n. 05/2005). “O sentido da docência é ampliado uma vez que
se articula à idéia de trabalho pedagógico, a ser desenvolvido em espaços
escolares e não-escolares.” Por essa ótica a docência sugerem uma
articulação com o contexto mais amplo, com os procedimentos e os espaços
pedagógicos da sua realidade, desta forma o trabalho docente será definido e
realizado pelas relações socioculturais, políticas e econômicas da sociedade
que os mesmos estão inseridos.


      Nessa perspectiva são cada vez mais comuns às várias atribuições do
curso de pedagogia e de sua abrangência nas diversas esferas da sociedade
atualmente é destaque o discurso da performance profissional do pedagogo,
para além da atmosfera escolar, com o aparecimento de novas necessidades
formativas, de novos âmbitos educativos, com a ascensão de novos papéis e
funções desse profissional e de ambientes criados pela emergência das novas
questões educativas na sociedade. Libâneo (2001) afirma:


                     Um dos fenômenos mais significativos dos processos sociais
                     contemporâneos é a ampliação do conceito de educação e a
20

                      diversificação das atividades educativas, levando, por conseqüência,
                      a uma diversificação da ação pedagógica na sociedade. (p 01)


      Assim, e nítido a presença deste profissional nas empresas, no
desenvolvimento de competências profissionais requeridas pelos processos de
reestruturação do trabalho e da produção.


       A presença do pedagogo nos meios de comunicação, operando na
formulação de materiais de caráter educativo, a participação do profissional da
pedagogia, na assessoria educativa nos movimentos sociais, organizações não
governamentais, instituições públicas, etc.


      Mais recentemente, a emergência de experiências educativas em
modalidades não presenciais. Libâneo (2001) afirma que esses profissionais
são ”Formadores ocasionais que ocupam partem do seu tempo em atividades
pedagógicas em órgãos públicos estatais e não estatais e empresas referentes
à trans missão de saberes técnicas ligadas à outra atividade profissional”. p.52


         O campo da pedagogia extra - escolar e amplo e está em todos os
âmbitos da sociedade. Libâneo (2001) ratifica assegurar que a pedagogia esta
“em várias esferas da prática social, mediante as modalidades de educação
informais, não-formais e formais,” (p.01). É nítido o aumento da produção e da
difusão de conhecimentos.


           Ao analisar a trajetória do curso de pedagogia de suas políticas
educacionais da década de 90 (LDB e DCNS) e da atuação desses
profissionais na sociedade percebemos que o profissional de Pedagogia
através dos anos vem sofrendo com a falta de políticas publicas mais efetivas e
pela falta de uma identidade mais definida e especifica


      Com isso a diversificação dos espaços educativos, em razão das novas
necessidades formativas impostas pelo quadro de transformações que marca a
sociedade contemporânea, passa a requerer, necessariamente, novas bases
de formação para o exercício do trabalho pedagógico.
21

      Podemos notar isso principalmente na década de 90 que foi um marco
importante para a educação e principalmente para o curso de Pedagogia com a
promulgação das Leis e Diretrizes e Bases (LDB) no qual se geraram diversas
controvérsias que cogita até a extinção do curso, com a criação do curso
Normal Superior.


      Mediante as essa polêmicas surgem as Diretrizes Curriculares Nacionais
(DCN) que especifica o perfil/identidade do profissional de pedagogia que tinha
como base a docência e estariam habilitados para ensinar na educação infantil
e nas series iniciais do ensino fundamental e para atuar em outras áreas esses
docentes deveriam ter o nível de Pós – Graduação.


      Mas atualmente a nossa sociedade vem passando por diversas
transformações no qual o pedagógico está inserido em todos os espaços da
sociedade não apenas os escolares, mas também nos extra – escolares
(empresas, ongs, televisão entre outros) e a sociedade pedagógica que vem
ocasionando novos desafios para esses profissionais.         Mas hoje em dia
sabemos que muitos profissionais de Pedagogia em nível de graduação
assumem esses papeis mesmo sem estar habilitados para assumir tal cargo.


      Ante as leituras e discussões ocorridas durante o processo de formação
da pesquisadora no curso de Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia
– UNEB, pela historia do curso de Pedagogia e por uma preocupação por
adquirir uma formação de qualidade tendo como pano de fundo e considerando
a importância da formação do profissional de Pedagogia. Definir como tema de
pesquisa “O perfil do pedagogo frente às políticas educacionais em suas
implicações   na    sociedade    contemporânea”      tendo    como    principal
questionamento: Em que medida os pedagogos assume os papeis na
sociedade mediante as políticas educacionais contemporâneas?


      Tendo como objetivos:
22


•     Detectar as expectativas dos alunos do Curso de Pedagogia em relação
ao curso e suas perspectivas de vida profissional e pessoal após o mesmo.


•     Compreender o perfil do profissional de Pedagogia, explicitado a partir
das novas políticas de formação docente.


      Em face dessas questões, e das inquietações percebidas durante a
minha formação e explicitado neste texto, que vem apresentando alguns
pontos relevantes, que sinaliza para a necessidade de se considerar, a
discussão acerca das políticas educacionais que norteiam o curso de
Pedagogia   e   suas   conseqüência    na   formação   desses    profissionais
principalmente dos alunos da Rede UNEB 2000 da cidade Jacobina e suas
transformações na sociedade.


      Tais transformações, que questionam o padrão que tem amparado à
organização das práticas educativas estabelecidas, assinalam não só para a
necessidade de se repensar as formas de se conceber o trabalho pedagógico
escolar, como também indicam o surgimento de novas formas e modalidades
de educação e formação.
23




                                CAPITULO II



 AS ABORDAGENS TEÓRICAS QUE SUSTENTAM A PESQUISA.


      A educação e as políticas educacionais têm procurado promover, na
última década, a universalização do ingresso ao ensino em todos os seus
níveis, com amplo investimento na melhoria da qualidade do ensino. Estamos
em uma época de intensa discussão das demandas educacionais, em paralelo,
a sociedade com um processo acelerado de mudanças, aumento e
disseminação de novas tecnologias, globalização, passamos por uma
redefinição dos conceitos, valores, educação entre outros.


      Desta forma a uma urgência de novas posturas diante da formação dos
profissionais da educação principalmente os profissionais de Pedagogia. Tendo
em vista a possibilidade de compreenderem estas transformações e tornarem-
se agentes transformadores da realidade em que se inserem, requerendo
espaços de construção do conhecimento e uso de novas tecnologias, de
assimilação de teorias educacionais e procedimentos de trabalho em
concordância com a legislação em vigor.


      Ao pesquisar sobre o perfil do profissional de Pedagogia mediante as
políticas educacionais na atualidade, encontramos-nos diversos estudos que
se desenvolvem sobre o conhecimento, a sua identidade, o saber docente e
sua formação, a imperiosa necessidade de procurar novas vicissitudes que
viabilizem a transformação da prática do educador.


      Nesse esboço um novo método profissional vem sendo constituído,
apontando para a melhor qualidade na formação do professor no sentido de
consentir aos desafios da sociedade contemporânea.
24

          Nesta perspectiva, além das considerações sobre esse o perfil que se
pretende configurar para o profissional de Pedagogia, percebemos uma
necessidade de penetrar mais a fundo nos estudos sobre essa profissão, tendo
como palavras chaves Pedagogia, pedagogo, políticas educacionais,
sociedade pedagógica. Tendo como principais norteadores da pesquisa,
trabalhos, livros, teses e dissertações de autores como José Carlos Libâneo,
Dermaval Saviani, Selma Garrido Pimenta, Pedro Demo, Íris Brzezinski, Dalila
Oliveira e Carlos Rodrigues Brandão e também através de pareceres e
resoluções e leis disponibilizadas pelo Ministério da Educação e Cultura - MEC.


2.1.UM CONCEITO AMPLO DE PEDAGOGIA


          O primeiro conceito chave que norteiam a pesquisa o termo Pedagogia
que tem suas origens na Grécia antiga. Aqueles que os gregos antigos
chamavam de “pedagogo” era o escravo que conduzia a criança para a
aprendizagem, não era somente um instrutor, ao contrário, era um condutor,
era responsável pelo progresso do comportamento do estudante, moral e
intelectual. Brandão (1981) afirma “O pedagogo era o educador por cujas mãos
a criança grega atravessa os anos a caminho da escola, por caminhos da vida”
(p.43).


          Em suma o escravo pedagogo tinha como regra para a boa educação,
se, por acaso, necessitasse de especialistas para a instrução conduzia a
criança até espaços específicos. Mas no decorrer dos anos a Pedagogia
deixou de ser uma doutrina da educação pra finalmente se firmar como
disciplina Libâneo e Pimenta (2007) diz:


                        A Pedagogia, que do ponto de vista etimológico significa arte de
                        condução de crianças, tornou-se durante muito tempo arte e doutrina
                        da educação, até se consolidar como disciplina na universidade no
                        final do século XVIII, graças, em boa parte, à contribuição de
                        Herbart. (p.01)


          Durante   muitos   séculos,     a   Pedagogia       passou      por    diversas
transformações com ideais de Pedagogos e estudiosos como Comênius,
25

Rousseau, Herbart, Dewey que abordaram varias concepções como: a de que
a educação é a garantia da formação do homem para a humanidade, que a
escola é uma verdadeira oficina do homem.

       A pedagogia realista de Ratke, Comênius e Locke trazem pra a
educação que conhecimento vem da experiência, a Pedagogia científica
experimental, portanto, deve começar pelo estudo da natureza, pelo
conhecimento das coisas. Libâneo e Pimenta (2007) afirmam:


                       A Pedagogia científica experimental, desenvolvida especialmente na
                       França na segunda metade do século XIX, baseada em boa parte na
                       Psicologia, Elementos para a formulação de diretrizes... Restringe a
                       investigação da educação àqueles problemas que podem ser
                       tratados com métodos empírico-racionais, retraindo a reflexão em
                       torno da autonomia da Pedagogia. (p.01,02)


       Mas vale ressaltar que o século XIX foi considerado o século da
Pedagogia, um século marcado por conflitos ideológico e pela revolução social
política e cultural e pela lutas de classes.


       Segundo Cambi (1999) relata que: isso produziu também uma
ideologização mais radical (em relação ao passado) da Pedagogia e da
educação, que se afirmaram como setores – chaves do controle social e,
portanto, do projeto político e da própria gestão do poder (social e político).


       Historicamente a Pedagogia só começou a se destacar em nosso país
com o movimento escolanovista que iniciou uma series de transformações e de
modernização do ensino tanto na escola quanto em seus aspectos
pedagógicos e em seu papel social.


       A Escola Nova embutia uma pedagogia pela qual a obtenção da
autodisciplina seria alcançada pela organização do espaço pedagógico de
modo a instigar o desenvolvimento das habilidades. Para isso, os espaços
escolares deveriam ser racionalmente organizados, de modo a alcançar o
máximo de eficiência nos seus resultados: autodisciplina, autocontrole,
26

desenvolvimento das competências direcionadas às novas indigências do
mundo moderno. Libâneo (2001):


                      Desenvolve-se um amplo movimento de renovação escolar de
                      conotação liberal, reunindo nomes como Anísio Teixeira, Fernando
                      de Azevedo, Lourenço Filho, Paschoal Lemme e outros, em torno da
                      idéia de reconstrução educacional para o desenvolvimento social e
                      econômico do país. Esses intelectuais lançam em 1932 O “Manifesto
                      dos Pioneiros da Educação Nova”, em que formalizam suas
                      propostas teóricas e operacionais. (p.113)


      Com decorrer dos anos surge um novo tipo de Pedagogia a Tecnicista
no qual o sujeito passou a ser a técnica, esta condução procedeu das
modificações educacionais sofridas em função de alterações no contexto sócio-
econômico e político. Libâneo (2001):


                      Essa tendência deixará sua marca nos aspectos formais da
                      organização escolar e didática e menos em termos de concepção de
                      ensino, mas irá influenciar boa parte dos projetos governamentais e
                      dos estudos da área de educação. (p.118)


      Período crítico-reprodutivista no qual a escola da maior parte reduz-se
completamente à inculcação da ideologia dominante, enquanto as elites se
apropriam do saber universal nas escolas privadas de boa qualidade,
reproduzindo, assim, as incoerências essenciais e necessárias ao capitalismo.
Libâneo (2001) afirma: “As teorias critico – reprodutivistas contribuíram para a
análise dos vínculos da educação com a sociedade, especialmente como
instância de reprodução das relações sociais capitalistas”. (p.122.)


      É claro que houve um resultado positivo, na medida em que ocorreu de
certa forma, um avanço da consciência ingênua dos docentes para uma visão
mais crítica da educação escolar.


      Tendência crítica no qual o professor, ao propiciar a relação do aluno
com os conteúdos do ensino, deverá fazê-lo de forma dinâmica e sempre que
possível relacionar a experiência do aluno com os conteúdos trabalhados,
tentando, sistematicamente, evidenciar a relevância de uma adequada
formação escolar como utensílio para o seu dia - a - dia. Libâneo (2001)
27

“Desde logo busca fundamentar-se em uma teoria pedagógica capaz de
orientar a pratica cotidiana de professores e consequentemente dos seus
alunos” (p.125)


      Atualmente o conceito comum de Pedagogia não se defere totalmente,
afirmando que a mesma se refere à arte, ciência e profissão de ensinar e de
cuidar de crianças. Libâneo (2001) afirma que “trata-se de uma idéia simplista
e reducionista” (p.21), pois a pedagogia é o campo de conhecimento no qual
abriga os saberes da área da educação, como a filosofia da educação, a
didática, a educação e esta atenta às questões decorrentes da diversidade
cultural e histórica que caracteriza nossa sociedade.


       Este tem a capacidade de: compreender a educação como fenômeno
cultural, social e claro a própria atribuições indicadas a Pedagogia.


      Segundo Libâneo (2001) assegura que a pedagogia é um campo de
conhecimentos     sobre   a   problemática     educativa    na    sua   totalidade    e
historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa.


2.2. PROFISSÃO PEDAGOGO (A)

      Desde sua origem, o pedagogo é aquele que ensina, aquele aplica a
pedagogia, aquele que saiba como movimentar os diversos campos do
conhecimento, para praticar a educação com qualidade, aquele que é
habilitado pelo completo desenvolvimento das potencialidades do educando.

      Seu elemento de atuação é o papel docente, nos aspecto das
competências básicas do educador, na operacionalização do projeto político-
pedagógico da instituição escolar. Libâneo (2001) afirma:


                      É certo que o pedagogo deve ser um profissional competente e
                      compromissado com seu trabalho, como visão de um conjunto do
                      processo de trabalho escolar. Deseja-se um profissional capaz de
                      pensar, planejar e executar o seu trabalho e não apenas um sujeito
                      habilidoso para executar o que os outros concebem. (p.54)
28

       Cabe ao pedagogo desempenhar a direção do sistema educacional, seja
na gestão do ensino, na supervisão ou na coordenação pedagógica. Libâneo
(2001) diz: “São profissionais que se ocupam de domínios e problemas da
prática educativa em suas várias manifestações e modalidades.” (p.14)


       Para isso, ele precisa sair da universidade apto de concretizar o trabalho
coletivo na escola, sabendo promover a conexão das competências de todos,
colaborando para o crescimento e a profissionalização dos docentes,
despertando, em cada profissional, o anseio de atuar de forma distinta,
edificando uma equipe de trabalho competente.


       O pedagogo também é visto como um agente de mudanças tanto na
escola como na sociedade atual, mas não é fácil caracterizar o pedagogo
existente em nossos estabelecimentos educativos como agente de mudança.


       As mudanças, atualmente, são tão aceleradas que a grande tarefa da
educação é assumir o desafio de acelerar o ato de aprender e atender à
necessidade da renovação do aprendido logo em seguida·.


       Desta forma o Pedagogo em seu contexto, deve buscar seus próprios
caminhos para concretizar sua proposta de trabalho, a fim de originar o
aperfeiçoamento da pratica docente e as transformações significativas na
escola.


2.2.1 BREVE HISTÓRICO



            O curso de pedagogia foi criado no Brasil como decorrência da
preocupação com a formação de educadores para a escola média, passou a
existir junto com as licenciaturas, estabelecida pela antiga Faculdade Nacional
de Filosofia, da Universidade do Brasil, pelo Decreto-lei nº. 1190 de 1939.
Libâneo (2001) afirma: “a primeira regulamentação do curso de Pedagogia no
Brasil foi em 1939” (p.38.).
29

      Essa faculdade apontava para formação de bacharéis. Libâneo (2001)
“prevê a formação de bacharel em Pedagogia o conhecido como técnico em
educação” (p.38) e licenciados para várias áreas, como a área pedagógica,
adotando a fórmula conhecida como “3+1”, onde as disciplinas pedagógicas
tinham duração um ano e as outras disciplinas de outros conteúdos, tinham a
duração de três anos.


      Formava-se então o bacharel nos primeiros três anos do curso e, em
seguida, depois de concluído o curso de didática, o graduando recebia o
diploma de licenciado. Ministério da Educação (1987) afirma:


                        Em três anos seria formado o bacharel em pedagogia, indivíduo
                        habilitado a preencher os cargos de "técnicos de educação". Não fica
                        claro, então, o que seria esse técnico de educação, qual sua função
                        e especificidade em relação aos profissionais formados nas várias
                        licenciaturas e nos outros bacharelados. A definição desse técnico
                        de educação permanece bastante fluida.com mais um ano - curso de
                        didática - se formava então o licenciado em pedagogia, para o
                        exercício do magistério nos cursos normais. A licenciatura consistia,
                        pois, na sobreposição do curso de didática, praticamente isolado, ao
                        bacharelado. (p.09)


      Apesar de alguns remanejamentos feitos na sua estrutura esta
regulamentação do Curso de Pedagogia vigorou até 1962 e persistiu até 1969,
quando este foi reorganizado, sendo então abolida a distinção entre
bacharelado e licenciatura, e criadas as “habilitações”, cumprindo o que
acabava de determinar a lei nº. 5540/68. Libâneo (2001):


                        A legislação posterior, em atendimento a Lei n º 4.024/61 mantém o
                        curso de bacharelado para a formação do pedagogo (Parecer CFE
                        251/62) e regulamenta as licenciaturas (Parecer CFE 251/62). O
                        Parecer CFE 252/69 – a ultima regulamentação existente – abole a
                        distinção entre bacharelado e licenciatura, mas mantém a formação
                        de especialista nas varias habilitações, no mesmo espírito do
                        Parecer CFE 251/62. (p.38)


      Logo em seguida foi aprovado o Parecer CFE 252/69 de autoria de
Valnir Chagas ensejou uma nova regulamentação definido a duração do curso
de Pedagogia, na formação de educadores para o ensino normal, a formação
30

de especialistas para as atividades técnicas (administração, supervisão entre
outros).


      Esse parecer teve extrema relevância para a definição para o perfil do
profissional de pedagogia. Libâneo (2001) “O Parecer CFE 252/69 promove
efetivamente, um avanço na definição da identidade do curso de Pedagogia ao
fixar com mais clareza os estudos teóricos necessário à formação do pedagogo
e a explicitação das habilitações profissionais”. (p.119)


      Este mesmo autor (Valnir Chagas) também idealizador e relator de um
conjunto de indicações do CFE atribuíam a ele a autoria de um novo sistema
de formação de educadores que deveria acabar com o sistema 3+1, no qual o
mesmo não teve êxito, mas aprovou um pacote pedagógico que promovia
varias modificação estruturais nas licenciaturas e pedia a extinção do curso de
Pedagogia. Libâneo (2001) ”No final da década de 1970 faltou pouco para o
curso de pedagogia fosse extinto e com ele a profissão de Pedagogo” (p.121)


      O percurso ate aqui apresentado é importante para apreender o debate
que se aprofundou nas décadas seguintes a respeito da identidade do
pedagogo no nosso país, identidade esta fragmentada por um currículo e por
uma profissionalização insatisfatórios para alcançar uma tarefa efetivamente
educativa.


      No início dos anos oitenta, o Ministério da Educação reativou os estudos
sobre a formação de Recursos Humanos para a educação com o objetivo de
subsidiar o Conselho Federal de Educação na reformulação dos cursos de
formação docente principalmente o de Pedagogia. Foram realizadas várias
reuniões, seminários e encontros em todo o país Libâneo (2001):


                      Com esse propósito, realiza-se na Unicamp (Campinas – SP, 1978)
                      o I Seminário de Educação Brasileira. Surgem os Comitês Pró
                      Reformulação dos Cursos de Pedagogia (Goiânia – GO, 1980),
                      depois a Comissão Nacional dos Cursos de Formação do Educador
                      (Belo Horizonte MG, 1983), transformada (1990) em Anfope. (p.42)
31

      Nos anos 80 com houve grandes movimentos liderados pelas
associações como a Anfope. MEC (1987) “O Encontro Nacional para a
Reformulação dos Cursos de Preparação dos Recursos Humanos para a
Educação, realizado em Belo Horizonte em 1983” (p.27) e um maior interesse
pelo Ministério da Educação pela formação e a construção da identidade do
profissional de Pedagogia.


      Em 1986, o Parecer CFE 161/86 determina a Reformulação do Curso de
Pedagogia no qual há indicação de que estes cursos devem ter como principal
desígnio a melhoria da qualidade da formação docente. Este parecer também
indica a necessidade de formação de especialistas nas diversos espaços
educativos, sugerindo discussões em relação ao momento apropriado para o
apresto dos mesmos.


      Por fim, sugere novos currículos e duração mínima para as licenciaturas;
o estímulo de novas experiências pedagógicas com o objetivo de melhoria na
qualidade na formação dos pedagogos, trazendo novas propostas em relação
à formação dos especialistas.


      Contudo mesmo com todo incentivo dado às faculdades e institutos de
formação para a realização dessas novas experiências pedagógicas, grande
parte dos cursos de Pedagogia continuaram nos moldes do Parecer 252/69.
Brzezinski (1999):


                      Também, ainda, no Parecer no 161/86, intitulado “Reformulação do
                      curso de pedagogia”, além de fazer um histórico do curso e das
                      regulamentações feitas pelo CFE, à conselheira Eurides Brito da
                      Silva aponta os projetos de reformulação apresentados para análise
                      no Conselho e sugere que devem ser estimuladas experiências de
                      formação, como por exemplo, a ênfase na docência para as séries
                      iniciais do Ensino Fundamental, às quais o CFE não pretendia
                      obster. (p.92)


      O final dos anos oitenta e início dos anos noventa foram marcados por
um enorme movimento internacional de profissionalização do ensino,
assinalando como imprescindível à necessidade de se formar um educador
32

capaz de afiançar a eficácia de sua ação docente e apontando a necessidade
da formação em nível superior para o profissional que atua nos períodos
iniciais da escolarização.


      Isso aconteceu a partir de acordos firmados na Conferência de Jomtien
(Tailândia, 1990), Oliveira (2003) “Os anos 1990 inauguraram um movimento
de reformas destacando - se a Conferência Mundial sobre a Educação para
Todos realizada em Jomtien, Tailândia, em março de 1990.” (p.22)
Organizados de acordo as exigências do Banco Mundial tendo como principal
destaque as políticas para formação de professores da educação básica,
procurando elevar o nível de aprendizagem, por meio das modificações na
escola básica e no campo de formação de educadores. Desta forma Oliveira
(2003) afirma que:


                      As reformas educacionais a que a América latina assistiu na década
                      de 1990 tiveram como foco central a expansão da educação básica.
                      Contudo essa educação básica, de acordo com os compromissos
                      firmados em Jomtien, não significava um atendimento amplo, como
                      aquele previsto na legislação brasileira, mas uma educação mínima.
                      Entretanto é possível observar nessas reformas um reforço na
                      educação formal sinônimo de educação geral e escolarização, em
                      consonância com as exigências dos novos modelos de organização
                      e gestão de trabalho que apontam para a formação mais sólida e
                      geral dos trabalhadores, a partir do desenvolvimento de
                      competências e habilidades compatíveis com a dinâmica atual dos
                      processos produtivos. (p.22)


      Mediante a o exposto na última década, diversas propostas para a
formação de educadores para as series iniciais e ensino fundamental estão
sendo apresentadas em vários países principalmente nos da América Latina,
fundamentados em concepções políticas e perspectivas diferentes.


      Estes novos projetos para a formação de educadores têm apontado uma
inquietação em atender às novas demandas da sociedade e formar um
educador capaz de atuar como um bom profissional diante a essas mudanças.
Com isso essas transformações de paradigma afetaram principalmente o curso
de Pedagogia que sofreu diversas alterações em suas legislação e
conseqüentemente na sua pratica, no seu perfil e na sua identidade.
33

      Nessa perspectiva foram implementados em nosso país políticas
publicas para adaptar o curso a essa nova fase dentre elas a LDB – lei de
Diretrizes e Bases Educação Lei. Nº. 9.394/96 e as Diretrizes Curriculares para
o curso de Pedagogia nos seus diversos pareceres e resoluções. Brzezinski
(1999) afirma que:


                       Não são poucas também as intervenções do mundo do sistema nas
                       políticas de formação de profissionais da educação, haja vista a
                       quantidade de pareceres, resoluções, portarias ministeriais e
                       decretos presidenciais sobre o assunto. (p.94).


      No tópico seguinte, serão discutidos os documentos produzidos pelo
Conselho Nacional de Educação a partir de 1996, os quais sintetizam, de certa
forma, as mudanças pretendidas em relação à concepção de formação dos
pedagogos (a) no contexto dessa nova política.


2.3. POLÍTICAS EDUCACIONAIS E A PEDAGOGIA


       A conjuntura das políticas educacionais no Brasil ainda esta integrado
com as políticas Neoliberais sobre a sociedade e pelas intervenções de
mecanismos internacionais como o FMI e o Banco Mundial, que reflete de
modo determinante sobre a educação. A tática neoliberal persistir na mesma:
colocar a educação como prioridade, apresentando-a como alternativa de
ascensão social, mas por outro lado, a escola continua sendo um espaço com
grande potencial de reflexão crítica da realidade, com incidência sobre a
cultura das pessoas.


      Diante   ao    exposto    surgem     em    nosso    país   diversas    políticas
educacionais fundamentadas pelo neoliberalismo dentre elas a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação – LDB Lei nº. 9.394/96 e as Diretrizes
Curriculares Nacionais de Pedagogia as Dcns.


      A Constituição de 1988 determinou uma nova lei para a educação, no
qual foi estabelecido que o substitutivo de autoria do Senador Darcy Ribeiro,
34

com a colaboração do Senador Marco Maciel, seria a lei a ser implementada
assim originando o projeto da atual LDB nº. 9.394/96. Saviani (2006)


                     Sua inclusão foi uma inovação do Projeto de Lei da Câmara dos
                     Deputados, que o Substitutivo do Senador Darcy Ribeiro manteve e
                     foi aprovado pelo Relatório do Deputado José Jorge. Já no primeiro
                     artigo da LDB surge a educação num sentido abrangente, que
                     engloba, além do processo de escolarização, a formação que ocorre
                     na família, na escola, no trabalho e na convivência em geral. (p.70)


      Mas Demo (1996) afirma que:


                     A nova LDB na verdade, não é inovadora, em termos do que seriam
                     os desafios modernos da educação. Introduz componentes
                     interessantes, alguns atualizados, mas, no todo predomina a visão
                     tradicional, para não dizer tradicionalista. A Lei reflete, ai, nada mais
                     do que a letargia nacional nesse campo, que impede de perceber o
                     quanto às oportunidades de desenvolvimento dependem da
                     qualidade educativa da população. E difícil fugir da constatação de
                     que para elite interessa, pelo menos em certa medida a ignorância
                     da população, como tática de manutenção do status quo. (p.67)


      A Lei 9.394/96 avaliada como uma inovação na educação brasileira que
procura implantar o pleno desenvolvimento humano e um projeto para a
educação, que tende a mobilizar toda a sociedade brasileira seguida de um
intenso anseio político de mudar a sociedade. No projeto de lei no Senado, até
se chegar aos 91 artigos aprovados, defendeu-se ardorosamente o
fortalecimento da descentralização e a democratização da escola.


      Em relação ao curso de Pedagogia LDB cita no capitulo VI intitulado
como “Dos Profissionais da Educação” que traz nos seus artigos, 62, 63,64
regulamentações para o curso e para a formação dos pedagogos. Os mesmos
estão regulamentados da seguinte foma: LDB (1996):


                     Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-
                     se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação
                     plena, em universidades e institutos superiores de educação,
                     admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na
                     educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino
                     fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
35

                           Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão:    I-
                     cursos formadores de profissionais para a educação básica,
                     inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes
                     para a educação infantil e para as primeiras séries do ensino
                     fundamental;


                          II - programas de formação pedagógica para portadores de
                     diplomas de educação superior que queiram se dedicar à educação
                     básica;


                          III - programas de educação continuada para os profissionais
                     de educação dos diversos níveis.


                           Art. 64. A formação de profissionais de educação para
                     administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação
                     educacional para a educação básica, serão feitos em cursos de
                     graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério
                     da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum
                     nacional.


      Estas regulamentações causaram uma imensa insatisfação em todos
profissionais que atuam na área de Pedagogia, pois os mesmos alegaram uma
desconstrução do perfil/identidade uma desvalorização profissional dos
mesmos temendo até a própria extinção do curso Anfope (2004) destaca:


                     Com o estabelecimento da LDB/96, o Curso de Pedagogia
                     configurou-se como um dos temas mais polêmicos a ser
                     regulamentado pela legislação complementar. Curso básico da
                     formação acadêmico-científica do campo educacional passou a ter
                     sua existência ameaçada no Brasil. Esta extinção (assim entendida
                     por quem a pensou), gradativa, apresenta-se como uma forte
                     possibilidade no contexto das novas definições que propugnam um
                     dualismo formador entre os profissionais da educação. (p.05)


      Desta forma foi mediante a polemicas e discussões, se fez necessário
criar uma nova política educacional que amparasse o curso de Pedagogia e os
pedagogos (as) por conta da nova legislação em vigor Anfope (2004):


                     O movimento de discussão e elaboração das Diretrizes da
                     Pedagogia tem um marco importante em 1999, quando a Comissão
                     de Especialista de Pedagogia, instituída para elaborar as diretrizes
                     do curso, desencadeou amplo processo de discussão, em nível
                     nacional, ouvindo as IES, suas coordenações de curso e as
                     entidades da área – ANFOPE, FORUMDIR, ANPAE, ANPED,
                     CEDES, Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia. O
                     resultado desse processo foi à elaboração do Documento das
                     Diretrizes e seu encaminhamento ao CNE, em 1999, após uma
36

                     grande pressão de todos esses segmentos junto à SESU e à
                     Secretaria de Ensino Fundamental, que resistiam em enviá-las ao
                     CNE, na tentativa de construir as diretrizes para o Curso Normal
                     Superior, criado pela LDB e prestes a ser regulamentado. (p.01)


      Mesmo com essas iniciativas durante algum tempo, enquanto a Dcns
não foram criadas, ou melhor, aprovadas o MEC através de Pareceres e
resoluções para o curso de Pedagogia que ocasionou mais confusões do que
orientações, que atualmente, por conta da sua heterogeneidade estrutural,
obriga o poder público ter um acompanhamento cauteloso e rigoroso nos
procedimentos de avaliação da formação, de modo a resguardar e constituir
metas para o aperfeiçoamento da qualidade dos cursos.


      Em faces dos problemas encontrados finalmente a Dcns para o curso de
Pedagogia foi implementada em 2004 tendo como principais regulamentações
os seus 4 primeiros artigos. CNE/CP n. 06/2004:


                     Art.1º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de
                     Pedagogos, em nível superior, em curso integrado de graduação
                     plena, constituem-se em um conjunto de princípios, fundamentos e
                     procedimentos a serem observados na organização institucional e
                     curricular de cada instituição de ensino superior.


                     Art.. 2º A preparação do profissional de pedagogia se dará numa
                     dimensão integrada e indissociável para o exercício da docência e
                     para a gestão dos processos educativos escolares e não-escolares
                     assim como para a produção e difusão do conhecimento do campo
                     educacional.


                      Art.. 3º. Constituem-se em dimensões integradas e indissociáveis à
                     formação profissional do Pedagogo:


                     - Docência na Educação Infantil, nos Anos Iniciais do Ensino
                     Fundamental, nas Disciplinas Pedagógicas para a Formação de
                     professores e em outras áreas emergentes no campo educacional.


                     - Gestão Educacional entendida como a organização do trabalho
                     pedagógico    em     termos   de    planejamento,  coordenação,
                     acompanhamento e avaliação dos processos educativos escolares e
                     não escolares e dos sistemas de ensino, como também o estudo e a
                     participação na formulação de políticas públicas na área de
                     educação.
37

                     Art.. 4. º A formação do pedagogo se dará em cursos de pedagogia
                     organizados nas seguintes áreas: - Docência na Educação Infantil e
                     Gestão Educacional; - Docência nos Anos Iniciais do Ensino
                     Fundamental e Gestão Educacional.


      Os docentes e as entidades acompanharam e este movimento e
estiveram sempre presente na elaboração do documento, através, reuniões,
documentos, esta formulação corresponde a uma perspectiva histórica dos
professores e Pedagogos de edificar uma política nacional de formação e, um
sistema interligado de formação dos profissionais da educação, considerando
todas as modalidades e níveis.


      Mesmo superando algumas iniqüidades históricas e dando um rumo na
profissionalização e na identidade docente em no ano de 2005 foi lançando o
parecer CNE/CP 5/2005 que no ano de 2006 foi reexaminado. Que era
regulamentado da seguinte forma:


                     Art. 1º A presente Resolução institui Diretrizes Curriculares
                     Nacionais para o curso de graduação em Pedagogia, Licenciatura,
                     definindo princípios, condições de ensino e de aprendizagem,
                     procedimentos a serem observados em seu planejamento e
                     avaliação, pelos órgãos dos sistemas de ensino e pelas instituições
                     de educação superior do país, nos termos explicitados no Parecer
                     CNE/CP nº. /2005.


                     Art. 2º As Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia
                     aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na
                     Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos
                     cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de
                     Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem
                     como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos
                     pedagógicos.


                     § 1º Compreende-se a docência como ação educativa e processo
                     pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais,
                     étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princípios
                     e objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se na articulação entre
                     conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos
                     inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e de
                     construção do conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes
                     visões de mundo.


                     § 2º O curso de Pedagogia, por meio de estudos teórico-práticos,
                     investigação e reflexão crítica, propiciará:
38

                     I - o planejamento, execução e avaliação de atividades educativas;


                     II - a aplicação ao campo da educação, de contribuições, entre
                     outras, de conhecimentos como o filosófico, o histórico, o
                     antropológico, o ambiental-ecológico, o psicológico, o lingüístico, o
                     sociológico, o político, o econômico, o cultural.


                     Art. 3º O estudante de Pedagogia trabalhará com um repertório de
                     informações e habilidades composto por pluralidade de
                     conhecimentos teóricos e práticos, cuja consolidação será
                     proporcionada no exercício da profissão, fundamentando-se em
                     princípios de interdisciplinaridade, contextualização, democratização,
                     pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e
                     estética.


      Mediante ao exposto percebemos que esse novo parecer traz mais
inovações para o curso de Pedagogia ainda tendo uma formação para as
series iniciais e ensino fundamental e na modalidade formal tendo a docência
como base do curso e trazendo como inovação a sua atuação no ensino
profissional e no ensino médio e ampliando a sua área de conhecimento em
outras áreas e vários âmbitos da sociedade.


      Mesmo assim em 2006 foi lançada mais uma resolução CNE/CP nº. 1
05/2006 que exatamente igual a anterior com apenas uma modificação no seu
artigo 14 que está disposto da seguinte forma: resolução CNE/CP nº. 1
05/2006


                     Art. 14. A formação dos demais profissionais de educação, nos
                     termos do art. 64 da Lei nº. 9.394/96, será realizada em cursos de
                     pós-graduação, especialmente estruturados para este fim, abertos a
                     todos os licenciados.


      Nesse contexto podemos afirmar que o perfil do profissional de
Pedagogia mediante as políticas publicas educacionais da atualidade habilita o
Pedagogo para uma formação integrada para atuar na docência nos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental, na Educação Infantil e nas disciplinas
pedagógicas dos cursos de formação de professores e na gestão dos
processos educativos escolares e não-escolares, mas perante ao curso de pos
graduação .
39

2.4. A SOCIEDADE PEDAGÓGICA


      Ao longo do nosso processo histórico desde inicio da evolução até os
dias atuais, homem vem sofrendo um rápido processo de transformações, com
isso ocorreu uma intensificação das relações humanas, o homem começou
viver com sistemas de padrões de comportamento característicos de uma
sociedade, modos de pensar, sentir, agir, valores, crenças, costumes,
conceitos expressões culturais estrutura social: infra-estrutura (modos de
produção) e super-estrutura (idéias e instituições) e a partir disso aumentou-se
a necessidade de adquirir     mais conhecimentos nesse contexto surge uma
forma de educação através do modo de vida social na forma em que todos
ensinam e aprendem no sistema de trocas de forma livre . Brandão (1981)
afirma:


                      Ninguém escapa da educação. Em casa na rua, na igreja ou na
                      escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da
                      vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender e ensinar.
                      Para saber, pra fazer, para ser ou para conviver, todos os dias
                      misturamos a vida com a educação. (p.07)


      Mediante ao exposto percebe-se que nas sociedades antigas a
educação era feita através das relações inter - pessoais e ocorriam em vários
âmbitos que com decorrer dos anos as sociedades sofreram diversas
modificações que ocorreu o surgimento da escola com vários tipos de oficio e
com varias categorias de educadores com suas diversas formas de métodos
pedagógicos e era responsável pela difusão do saber.


      Na nossa sociedade contemporânea não tem sido muito diferente tem
sido distinguidas por rápidas transformações que se refletem visivelmente na
área educacional. Libâneo (2001):


                      Um dos fenômenos mais significativos dos processos sociais
                      contemporâneos é a ampliação do conceito de educação e a
                      diversificação das atividades educativas, levando, por conseqüência,
                      a uma diversificação da ação pedagógica na sociedade. (p. 01)
40

         Para acompanhar essas modificações, os educadores e profissionais da
educação se empenham na reconstrução de uma nova práxis educativa diante
das novas concepções de educação e no entendimento das mesmas na sua
teoria e na sua pratica.


         Através desse contorno contemporâneo dado à educação e às
sucessivas mudanças em seu conceito, deixa de ser reservada a atuação de
ensino-aprendizagem somente em espaços escolares formais. Libâneo (2001):


                       Em várias esferas da prática social, mediante as modalidades de
                       educação informais não-formais e formais, é ampliada a produção e
                       disseminação de saberes e modos de ação (conhecimentos,
                       conceitos, habilidades, hábitos, procedimentos, crenças, atitudes),
                       levando a prática pedagógica. (p.01)


         Dessa forma a educação atravessa os muros da escola, para e diversos
esferas como: Ongs, família, trabalho, lazer, igreja, sindicatos, clubes, etc.
Faculta-se atualmente devido às mudanças ocorridas um novo cenário para a
educação, dando uma cartografia significante à educação não formal. Libâneo
(2001): que “estamos diante de uma sociedade genuinamente pedagógica”
p.01


         Neste contexto existe uma diversidade de praticas educativas na
sociedade e em todas elas está presente à ação pedagógica é a sociedade
pedagógica, revelando amplos campos de atuação pedagógica, ou melhor, a
presença do profissional de Pedagogia em vários âmbitos, desta maneira pode
definir que para o pedagogo existem dois campo de ação educativa a escolar e
a extra escolar que de acordo Libâneo (2001): se configuram da seguinte
forma:


                       Está se acentuando o poder pedagógico dos meios de comunicação:
                       TV, imprensa, escrita, rádio, revistas, quadrinhos. A mídia se
                       especializa em fazer cabeças, não apenas no campo econômico,
                       político; especialmente no campo moral, vemos diariamente a
                       veiculação de mensagens educativas, a disseminação de saberes e
                       modos de agir através de programas, vinhetas e chamadas sobre
                       educação ambiental, AIDS, drogas, saúde. Há práticas pedagógicas
                       nos jornais, nas rádios, na produção de material informativo, tais
                       como livros didáticos e paradidáticos, enciclopédias, guias de
41

                      turismo, mapas, vídeos, revistas; na criação e elaboração de jogos,
                      brinquedos; nas empresas, há atividades de supervisão do trabalho,
                      orientação de estagiários, formação profissional em serviço. Há uma
                      prática pedagógica nas academias de educação física, nos
                      consultórios clínicos. Na esfera dos serviços públicos estatais, são
                      disseminadas várias práticas pedagógicas de assistentes sociais,
                      agentes de saúde, agentes de promoção social nas comunidades
                      etc. São práticas tipicamente pedagógicas. Os programas sociais de
                      medicina preventiva, informação sanitária, orientação sexual,
                      recreação, cultivo do corpo, assim como práticas pedagógicas em
                      presídios, hospitais, projetos culturais. (p.02)


      Em suma pedagogo, na sociedade em que passa a atuar como
educador social desenvolvendo ultimamente, um novo painel de atuação deste
profissional, que ao atravessar a divisória da instituição escolar, invalida
preconceitos e idéias de que o pedagogo está apto para desempenhar suas
funções apenas na sala de aula.


      Hoje o lema é de que onde existir uma prática educativa, se instala uma
ação pedagógica. O processo de ensino-aprendizagem é vivenciado não
apenas dentro da escola, mas é uma ação que ocorre em todo e qualquer setor
da sociedade, que se distinguir como a sociedade do conhecimento, porque a
educação formal e a não formal caminham paralelamente e tornam a educação
o principal instrumento contra a desigualdade social.


      Portanto, diante dos conceitos explicitados neste texto percebemos que
a pedagogia e conseqüentemente os pedagogos vem sofrendo inúmeras
modificações tanto na sua ação pedagógica, no seu perfil/identidade nas suas
concepções teóricas na sua formação e em suas legislação, gerando assim
uma desvalarozição profissional do curso e até uma possível extinção do
mesmo, temidas por muitos profissionais da área.
42




                                  CAPITULO III



                     3.0 APORTES METODOLÓGICOS


3.1. PARADIGMA



         Tendo como objeto de análise os alunos do curso de Pedagogia mais
especificamente, as transformações que este curso está trazendo à sua
atuação profissional, tendo como tema O perfil do profissional de Pedagogia
frente    às   políticas   educacionais   e   suas   implicações   na   sociedade
contemporânea.


3.2. TIPO DE PESQUISA



         Pesquisa, no sentido mais amplo, é um conjunto de atividades
orientadas para a busca de um determinado conhecimento. Segundo André e
Ludke (1986) a expressão pesquisa atualmente se tornou uma pratica tão
notória que muitas vezes compromete o verdadeiro sentindo da mesma ”pode-
se notar esse fenômeno em varias instancias da vida social” (p.01)


         A pesquisa científica se distingue de outra modalidade qualquer de
pesquisa pelo método, pelas técnicas, por estar voltada para a realidade
empírica e pela forma de comunicar o conhecimento obtido.


         Segundo André e Ludke (1986) para desempenhar uma pesquisa é
preciso promover a confrontação entre os documentos, as evidências, os
elementos coletados sobre determinado contexto e o conhecimento teórico
acumulado a respeito dele.
43

        A pesquisa foi feita por meio das abordagens qualitativas que assume
 diferentes significados e compreende um conjunto de diferentes técnicas que
 visam descrever elementos de um sistema intricado, em suma a pesquisa de
 cunho qualitativo trata-se de reduzir a distância entre o pesquisador e os
 sujeitos de pesquisa, entre teoria e dados, entre contexto e ação. Ludke e
 André (1986) afirmam:


                       A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta
                       de dados e o pesquisador como principal instrumento. A pesquisa
                       qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com
                       o ambiente e a situação que esta sendo investigada, via de regra de
                       trabalho intensivo de campo. (p.11)


        O desenvolvimento de uma pesquisa qualitativa supõe um corte temporal
- espacial de determinado fenômeno por parte do pesquisador. Este corte define
campo e a dimensão que o trabalho se desenvolve, isto é, o território a ser
mapeado. O trabalho de descrição tem caráter fundamental em um estudo
qualitativo, pois é por meio deles que os dão são coletados.




 3.3. INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS



        Na pesquisa foram utilizados instrumentos de abordagem qualitativa,
 pois o mesmo considera a existência de uma relação dinâmica entre mundo
 real e sujeito sendo eficaz para obter informações relevantes dado pelos
 futuros profissionais de Pedagogia sobre o seu perfil mediante as políticas
 educacionais da atualidade. Utilizou-se na primeira etapa o questionário
 fechado, com diversas opções para obter informações e delinear o perfil dos
 sujeitos da pesquisa Goldenberg (2000) “as respostas estão limitadas às
 alternativas, são padronizadas, facilmente aplicáveis, analisáveis de maneira
 rápida e pouco dispendiosa” (p.08). Na segunda etapa foi utilizado um
 questionário semi – estruturado com questões pertinentes e relevantes ao
 estudo proposto o mesmo permitem o sujeito responder livremente, usando
 linguagem própria e emitindo opiniões.
44




3.4. LOCAL DA PESQUISA



      A pesquisa foi realizada na Universidade do Estado da Bahia,
Departamento de Ciências Humanas - Campus IV no município de Jacobina,
Estado da Bahia, situada na região noroeste do estado, no extremo norte da
Chapada Diamantina, a 330 km da capital, Salvador, município este que tem
uma população aproximadamente 78.842 habitantes (IBGE 2008). Possui uma
área geográfica de 2.319,825 km, altitude 470,443m acima do nível do mar.
Seu clima é semi-árido, tendo suas atividades econômicas baseadas no
comercio, agricultura, mineração, fabrica no setor de calçados, turismo entre
outros.


3.5. SUJEITOS DA PESQUISA



          A Pesquisa foi realizada com 20 alunos da Rede Uneb 2000 do curso
de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Ciências
Humanas - Campus IV na cidade de Jacobina – Bahia.


3.6.DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA



      Tendo como tema central o perfil do profissional de Pedagogia frente a
políticas educacionais, e suas implicações na sociedade contemporânea.
Buscou-se nos questionários a serem aplicados nos graduandos, identificar os
aspectos relevantes de sua trajetória acadêmica e como um futuro profissional,
no sentido de apreender suas expectativas em relação ao curso de Pedagogia,
bem como as influências que o curso vem exercendo em sua vida pessoal e
profissional e mediante a isso se os mesmos se sentem habilitados de assumir
novos papéis na sociedade contemporânea e não apenas escolar, mas
também o extra – escolar.
45

      O desenvolvimento da pesquisa ocorreu em algumas etapas. Em um
primeiro momento dirigiu-se a universidade do Estado da Bahia – Campus IV
com a finalidade de apresentar a pesquisa e os objetivos bem como coletar os
dados com os alunos da Rede Uneb 2000 de Pedagogia. Em segundo
momento dirigir ao Suporte pré – vestibular (Antiga Escola Paroquial de
Jacobina) no qual se manteve com contatos com os 20 sujeitos, entregando
aos mesmos questionários previamente elaborados, tendo se estipulado um
prazo de oito dias úteis para entrega dos mesmos.


      Destes 20 sujeitos somente 14 devolveram questionários a partir disso
pode-se dar início a a analise de dados com a seleção de dados com um
exame minucioso, a fim de detectar falhas ou erros, evitando informações
confusas, distorcidas, incompletas, que podem prejudicar o resultado da
pesquisa. Depois é utilizada a etapa de codificação É a técnica operacional
utilizada para categorizar os dados que se relacionam. Mediante a codificação,
os dados são transformados em símbolos, podendo ser tabelados e contados.
Na seqüência ocorre a etapa de interpretação que procura dar um significado
mais amplo às respostas, vinculando-as a outros conhecimentos, ou seja, a
interpretação significa a exposição do verdadeiro significado do material
apresentado, em relação aos objetivos propostos e ao tema.
46




                                    CAPITULO IV



        APRESENTAÇÃO ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS
                      RESULTADOS

       Mediante as necessidades de entender algumas compreensões sobre a
os graduandos de curso de Pedagogia da Rede UNEB 2000 da Universidade
do Estado da Bahia – Campus IV do município de Jacobina, apresentamos
agora os resultados de pesquisa, mediante aos instrumentos de coletas de
dados utilizados questionário fechado, questionário semi - estruturado. Vale
ressaltar que a proposta de discutir o tema da educação no quadro das
políticas públicas contemporâneas nos conduz a recuperar não apenas
questões ligadas à definição, manutenção e direcionamento das políticas em
curso, mas também as modificações e conseqüências no curso de Pedagogia
e conseqüentemente a atuações dos educadores na educação e na sociedade.
Apresentaremos nesse momento, o perfil dos sujeitos pesquisados, através do
questionário fechado.


      4.1 RESULTADO DO QUESTIONÁRIO FECHADO: O PERFIL DOS
                           SUJEITOS


4.1.2 MUNICÍPIO




                7%




                             93%



                Jacobina   Outros




Gráfico 1
47

Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos.




            Ao que se refere ao município que os sujeitos residem 93% são do
município de Jacobina e apenas 7% moram em cidades da microrregião de
Jacobina.


4.1.3 GÊNERO




                7%




                       93%

               Feminino        Masculino



Gráfico 2


Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos


      Apenas um entre os 14 sujeitos pesquisados são homens, fato já captado
pelo senso comum o curso de Pedagogia vem sendo uma profissão
basicamente feminina. Santos (2008) afirma que:


                          A um antigo discurso “natural” a inclinação das mulheres para
                          docência. Afirmava-se que elas tinham aptidão para a profissão
                          docente, pois essa passava a ser vista como uma extensão do lar.
                          Assim, a profissão passa a adquirir características marcadamente
                          femininas, tais como, fragilidade, afetividade, paciência, doação, etc.
                          (p.01)


        Inicialmente, eram os homens que freqüentavam em grande maioria o
magistério. Mas, aos poucos essa situação ia mudando em decorrência de
salários diminutos e a presença de mulheres que aceitavam esses parcos
48

rendimentos, se tornou maciça nas escolas normais. Esse fenômeno foi
registrado em todas as Províncias do Brasil.


     Para justificar a saída dos homens do magistério, começaram a aparecer
discursos que procuravam tornar “natural” a inclinação das mulheres para
docência. Afirmava-se que elas tinham aptidão para a profissão docente, pois
essa passava a ser vista como uma extensão do lar. Assim, a profissão passa
a adquirir características marcadamente femininas, tais como, fragilidade,
afetividade, paciência, doação, etc.




4.1.4 FAIXA ETÁRIA




                          0%      14%

                                           14%




         72%




            20-25 anos   26-30 anos   31-35 anos   Acima de 36 anos




Gráfico 3


Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos




       No grupo de professores, 72% apresentam idade superior a 36 anos.
Dos outros 14% tem idade entre 31 e 35 anos e os outros 14% tem entre 26 e
30 anos. Não evidenciando sujeitos entre 20 a 25 anos.


       Esses dados relativos à faixa etária evidenciam que o Curso de
Pedagogia não tem como clientela, jovens que buscam o ensino superior para
49

o ingresso em uma profissão, mas sim professores com mais de trinta anos,
que já exercem a profissão docente.


4.1.5 NÍVEL DE ESCOLARIDADE




                                    100%



        Magistério   Científico   Nível Superior   Licenciatura   Outros




Gráfico 4


Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos




       Como era esperado, 100% dos alunos são egressos de Cursos Normais
de nível médio o conhecido magistério, isso já era esperado, pois graduação
dos mesmos é feita através do programa Rede UNEB 2000. Mororó (2005)
afirma “É um Programa de Formação de Professores Rede UNEB 2000,
desenvolvido pela Universidade Estadual da Bahia junto a professores das
Redes Públicas de Ensino de prefeituras municipais de diversas cidades
baianas”. (p.01) em suma são professores já concusados que atua na área de
educação infantil e series iniciais.


       Esse fato se dá porque a legislação impõe essa formação como uma
das alternativas para o professor atuar na Educação Infantil e nas Séries
Iniciais do Ensino Fundamental. A outra seria uma habilitação do curso de
Normal superior.
50

4.1.6 INSTITUIÇÃO QUE CONCLUIU O ENSINO MÉDIO




                               100%

                    Pública             Privada




Gráfico 5


Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos




       De acordo com as informações do gráfico 100% dos sujeitos analisados
são oriundos da escola pública.




4.1.7 ÁREA DE ATUAÇÃO




                        100%

            Professor     Coordenador     Diretor   Outros
51

Gráfico 6


Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos




       Como já esperado por conta as estrutura de sua formação a Rede
UNEB 2000 todos são professores de series iniciais.


4.1.8 TEMPO DE ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO




                     100%



        1 ano    2 anos     3-4 anos   mais de 5 anos




Gráfico 7


Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos
            Mediante as informações do gráfico os graduandos de Pedagogia tem
uma experiência considerável na pratica educativa que possibilita um melhor
conhecimento na sua práxis.


       Segundo Pimenta (20--), também sabem sobre o ser professor através
da experiência socialmente acumulada, as mudanças históricas da profissão, o
exercício profissional em diferentes escolas, a não valorização social e
financeira dos professores, as dificuldades de estar diante de escolas
precárias, sabem um pouco sobre as representações e os estereótipos que a
sociedade tem dos professores.


4.1.9 VINCULO EMPREGATÍCIO
52




                            100%

            Concursado          Contratado     Professor Substituto


Gráfico 8


Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos




       Como podemos observar no gráfico 100 % dos graduandos são
professores concusados do município de Jacobina, fato já esperado, pois uns
itens para pleitear e estudar nos cursos da Rede UNEB 2000.


4.1.10 RENDA FAMILIAR




                                      14%




                   86%

             1 a 2 Salários Mínimos          2 a 4 Salários Mínimos
             4 a 6 Salários Mínimos          6 a 8 Salários Mínimos




Gráfico 19


Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos
53

        Mesmo sabendo que os professores tem um salário base e importante

fazer uma analise ,pois estamos fazendo não somente a sua renda mas

também a familiar .



      Mediante as observações percebemos que 86% dos sujeitos tem a
renda familiar situada na faixa de 2 a 4 salários mínimos e os outros 14% tem a
renda na faixa de 1 a 2 salários mínimos, confirmando – se o baixo salário dos
docentes na educação brasileira .


4.2 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO SEMI - ESTRUTURADO



      Segundo Silva (1999) a analise do discurso dos sujeitos dos
profissionais da educação permite muitas vezes, tecer comentários a cerca das
compreensões que os mesmos têm acerca de sua atuação profissional e dos
problemas que enfrenta a educação como todo.


      A partir do da analise do questionário semi - estruturado aplicado com os
graduandos do curso de Pedagogia, consegui-se compreender o perfil do
pedagogo frente às políticas educacionais contemporâneas e suas implicações
na sociedade.


      Para melhor compreensão, a análise é precedida de um estudo sobre
alguns aspectos sócio-econômicos em que vivem esses graduandos, a luz das
concepções teóricas sustentada na análise das políticas educacionais recentes
e das reflexões de alguns autores especialistas no assunto sobre o curso de
Pedagogia.


4.2.1 PEDAGOGIA EM TEMPOS DE INCERTEZAS



      E sua atuação na sociedade mediante as suas perspectivas sobre a vida
profissional, pois as rápidas mudanças ocorridas nas últimas décadas e
54

resultantes do grande desenvolvimento e da diversidade quase sem limite da
informação influenciam diretamente os rumos dos processos educacionais.
Novas e variadas influências nos processos educacionais e expansão do
mercado de trabalho fazem com que Pedagogia vivencie momentos de
ebulição.


      Esse tema visa compreender o perfil do pedagogo delimitado pelas
políticas educacionais contemporâneas Zabala(1998):


                     É evidente a influência dessas questões sobre a promoção de uma
                     profissionalização mais consistente para a área, com apelo para a
                     constituição de um repertório de conhecimentos profissionais: assim
                     como nas demais profissões, o professor deve possuir saberes
                     eficientes que lhe permitam organizar, intencionalmente, as
                     condições ideais de aprendizagem para os alunos. (p.173)


      Desta forma os graduandos foram questionados se a habilitação do seu
curso supria as expectativas profissionais. Nessa temática pode-se perceber
que 100 % dos sujeitos compreendem que o seu curso de formação estar
preenchendo suas expectativas e objetivos profissionais.


      Sobre isso GP1* afirma que:


                     Sim, pois me permite maior domínio e/ou segurança na sua pratica
                     pedagógica.


      GP2 também afirma:


                     Bastante, logo tem trazido dentro das praticas pedagógicas, muitas
                     orientações que ate então não eram passadas.


      Mediante as afirmações de GP1 E GP2 pode-se notar que a maior
preocupação desses graduandos é a melhoria de sua práxis educativa e
avigora o que afirmou Libanêo (2001)


                     Há uma idéia de senso comum, inclusive de muitos pedagogos, de
                     que pedagogia é o modo como se ensina o modo de ensinar a
                     matéria, o uso de técnicas de ensino. O pedagógico ai diz respeito
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Desafios da Pedagogia na Educação e Sociedade

  • 1. 1 UNEB - Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação - Campus VII Curso: Pedagogia RENATA DIAS RIBEIRO PEDAGOGIA EM TEMPOS DE INCERTEZAS: ENFRENTANDO DESAFIOS NA EDUCAÇÃO E NA SOCIEDADE Senhor do Bonfim Outubro 2008
  • 2. 2 RENATA DIAS RIBEIRO PEDAGOGIA EM TEMPOS DE INCERTEZAS: ENFRENTANDO DESAFIOS NA EDUCAÇÃO E NA SOCIEDADE O perfil do profissional de pedagogo da REDE UNEB 2000 do município de Jacobina frente às políticas educacionais e suas implicações na sociedade Trabalho monográfico apresentado como pré- requisito para conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia, Habilitação em Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental, pelo Departamento de Educação do Campus VII, Senhor do Bonfim. Professor orientador Joanita Moura Senhor do Bonfim Outubro 2008
  • 3. 3 Renata Dias Ribeiro PEDAGOGIA EM TEMPOS DE INCERTEZAS: ENFRENTANDO DESAFIOS NA EDUCAÇÃO E NA SOCIEDADE APROVADA____DE____________DE 2008 Orientador: Joanita Moura _______________________ _____________________ BANCA EXAMINADORA BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ PROFESSOR: JOANITA MOURA ORIENTADOR
  • 4. 4 A todos aqueles que estiveram, de alguma forma, presentes em todos os momentos deste trabalho, e durante a minha graduação colaborando, mesmo que compreendendo minha ausência e me inspirando nos momentos de conclusão.
  • 5. 5 AGRADECIMENTOS Muito foram as pessoas que, de diferentes formas, colaboraram e possibilitaram a realização desse trabalho, algumas mais presentes, incentivando cada etapa, outras de maneira mais discreta, mas não menos importante. De alguma forma agradeço por meu processo de amadurecimento pessoal e profissional. Assim agradeço ao meu pai, minha mãe e meu irmão, que estiveram comigo em todos os momentos com forte presença, apoio constante e amor incondicional e sem quais eu não estaria escrevendo uma letra sequer. Ao João Henrique, meu amor, que esteve comigo no fim desse percurso mesmo perto ou distante, pelo apoio, por torcer para que eu vencesse mais essa etapa. Aos meus colegas de turma e minhas amigas Ariane, Joângela, Polianne e Verônica com quem dividi melhores momentos dessa jornada, em nossas trocas de amizade, cumplicidade e força mútua. À Professora Joanita Moura pela disponibilidade, confiança e incentivo para orientação. Seu discernimento, sua capacidade de análise, seus conhecimentos foram fundamentais para a produção deste trabalho. À Universidade do Estado da Bahia Departamento de Educação - Campus VII que me proporcionou espaço e condições para a realização de minha graduação e dessa pesquisa. Aos professores do curso de Pedagogia que contribuíram de forma, significativa ao meu processo de formação. Muito obrigado
  • 6. 6 “A pessoa conscientizada tem uma compreensão diferente da história e de seu papel nela. Recusa acomodar-se, mobiliza-se, organiza-se para mudar o mundo.” (Paulo Freire)
  • 7. 7 RESUMO Esta pesquisa tem como foco principal as políticas públicas educacionais contemporâneas e suas implicações na sociedade tendo como principal objetivo compreender o perfil do profissional de Pedagogia, explicitado a partir das novas políticas de formação docente. Para uma melhor compreensão das influencias dessas políticas no referido curso é necessário reportar-se as questões concernentes ao mesmo numa perspectiva histórica até conteporaniadade. No que diz respeito às políticas educacionais foi possível perceber nas analises dos diversos documentos sua intencionalide fundamentado nos aspectos neoliberais que visa o desenvolvimento de uma formação profissional propicia para atender as novas exigências da sociedade. Nesse sentido definiu-se o objetivo primordial dessa pesquisa uma reflexão as sobre as políticas educacionais a partir da década de 90 e suas implicações na sociedade no processo de formação. Adotou-se como metodologia uma abordagem qualitativa realizada através de análise do questionário fechado e semi - estruturado no qual foram analisados as compreensões dos graduandos do curso de Pedagogia, os resultados apontaram que o perfil desse profissional concebe a Pedagogia como curso com técnicas inovadoras para a sua pratica educativa que os habilita para ser professores de educação infantil e series iniciais. Conceitos chaves: Pedagogia, Pedagogo, Políticas Públicas Educacionais, Sociedade Pedagógica.
  • 8. 8 SUMÁRIO Introdução....................................................................................................... 11 1.0 Contextualizando a Pesquisa................................................................. 13 2.0 As abordagens teóricas que sustentam a pesquisa............................ 23 2.1 Um conceito amplo de Pedagogia.............................................................. 24 2.2 Profissão Pedagogo................................................................................... 27 2.2.1 Breve histórico..........................................................................................28 2.3 Políticas Educacionais e a Pedagogia........................................................33 2.4 Sociedade Pedagógica...............................................................................38 3.0 Aportes Metodológicos............................................................................42 3.1 Paradigma...................................................................................................42 3.2 Tipo de Pesquisa .......................................................................................42 3.3 Instrumento de coleta de dados.................................................................43 3.4 Local de Pesquisa .....................................................................................44 3.5 Sujeitos de Pesquisa..................................................................................44 3.6 Desenvolvimento da Pesquisa...................................................................44 4.0 Apresentação de Análises de Dados......................................................46 4.1 Resultado do questionário fechado............................................................46 4.1.2 Município.................................................................................................47 4.1.3 Gênero....................................................................................................47 4.1.4 Faixa Etária.............................................................................................48 4.1.5 Nível de Escolaridade.............................................................................49 4.1.6 Instituição que concluiu o Ensino Médio.................................................49 4.1.7 Área de Atuação.....................................................................................50 4.1.8 Tempo de Atuação..................................................................................51 4.1.9 Vinculo Empregatício..............................................................................51 4.1.10 Renda Familiar.....................................................................................52 4.2 Resultado Semi – estruturado...................................................................53 4.2.1 Pedagogia em tempo de Incertezas.......................................................53 4.2.2 Políticas públicas e a Pedagogia............................................................56 4.2.3 O curso de Pedagogia e suas Implicações na Sociedade......................59 Considerações finais.....................................................................................62 Referências.....................................................................................................63 Anexos............................................................................................................68
  • 9. 9 LISTAS DE SIGLAS ANFOPE: Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação ANPED: Associação Nacional de Pós – Graduação e Pesquisa em Educação BID: Banco Interamericano de Desenvolvimento CEDES: Centro de Estudos e Sociedade CFE: Conselho Federal de Educação CP: Conselho Pleno DCN: Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação FMI: Fundo Monetário Internacional IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IES: Instituto de Ensino Superior LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação MEC: Ministério da Educação e Cultura ONU: Organização das Nações Unidas SESU: Secretaria Superior de Educação
  • 10. 10 LISTAS DE GRÁFICOS Gráfico . 01: Município.............................................................................46 Gráfico 02: Gênero...................................................................................47 Gráfico. 03: Faixa Etária..........................................................................48 Gráfico. 04: Nível de Escolaridade...........................................................49 Gráfico. 05: Instituição que concluiu o Ensino Médio..............................49 Gráfico. 06: Área de Atuação...................................................................50 Gráfico. 07: Tempo de atuação na educação..........................................51 Gráfico. 08: Vinculo empregatício............................................................51 Gráfico. 09: Renda Familiar.....................................................................52
  • 11. 11 INTRODUÇÃO O anseio de pesquisar sobre as políticas educacionais na formação de docentes vem perpassando à trajetória enquanto discente no curso de Pedagogia o que preocupa, principalmente, é o que delimita as políticas públicas, no processo de construção de seu perfil/ identidade e conseqüentemente da sua atuação na sociedade em vários âmbitos e não apenas em espaços escolares. Esta pesquisa buscou analisar quais as transformações que a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação e as Diretrizes Curriculares Nacionais estão trazendo ao curso de Pedagogia, perceber os elementos de suas experiências e de seu desenvolvimento profissional, buscando compreender como estes elementos estarão colaborando na constituição de seu perfil/identidade profissional. A pesquisa tem seu relato disposto num texto que faz uma analise sobre as políticas educacionais traçando o perfil do pedagogo faz um breve relato histórico das legislações oficiais e uma breve explanação em correntes pedagógicas através dos séculos ate a atualidade. Percorre o caminho da história da Pedagogia e do pedagogo no Brasil desde sua criação em 1939 até as atuais mudanças políticas que estão ocorrendo, perpassadas pelas novas abordagens teóricas que amparam a existência de uma sociedade pedagógica, em outras palavras à atuação do pedagogo em vários espaços sem ser necessariamente o escolar. O capitulo I procuramos contextualizar de forma sucinta tema de pesquisa começando explanar sobre as exigências da sociedade e em seguida ponderando sobre as leis que a regem e alteração que as mesmas vêm provocando nessa nova sociedade, como exemplo as exigências de novas leis
  • 12. 12 para a educação. Em seguida, fizemos uma breve descrição política educacional de cunho neoliberal e suas prováveis modificações no campo de formação da pedagogia e de sua atuação na sociedade não só escolar, mas também na extra escolar, tudo isso mediante as minhas inquietações e angustias ocorridos durante o meu processo de formação. O capitulo II enfoca as abordagens teóricas que sustentaram a pesquisa, tais abordagens compõem uma nova perspectiva de se refletir a prática profissional, assinalando para a melhor qualidade na formação do educador na acepção de acolher aos desafios da contemporaneidade. A análise é feita à luz de teóricos que vêm tratando dessas questões, dentre os quais foram destacados: José Carlos Libâneo, Selma Garrido Pimenta, Dermeval Saviani, Dalila Oliveira entre outros. O capitulo III faz uma descrição dos aportes metodológicos da pesquisa, focalizando o lócus, os sujeitos e a metodologia utilizada para o seu desenvolvimento. O capitulo IV faz uma caracterização dos sujeitos da pesquisa a partir do estudo inicial realizado, traçando o perfil através do questionário fechado enfocando os seguintes aspectos: faixa etária média do grupo, formação anterior, tempo de experiência no magistério, renda familiar, vinculo empregatício entre outros e também através do questionário semi – estruturado que mostra o perfil do pedagogo mediante os objetivos e questão de pesquisa analisando suas percepções sobre seu curso e sua atuação na sociedade. Finalmente, são apresentadas algumas conclusões elaboradas a partir da pesquisa, buscando responder os objetivos e questões inicialmente colocadas.
  • 13. 13 CAPITULO I CONTEXTUALIZANDO A PESQUISA A sociedade atual se vê confrontada com o desenvolvimento acelerado que ocorre em sua volta, onde o desenvolvimento e as descobertas ocorrem em frações de segundos, ocasionando certo desgaste, atravessando por uma imensa revolução em todos seus aspectos, vivencia transformações, tecnológicas, inversão de valores, pobreza desumanização, avanços e atrasos econômicos, gerando assim nos sujeitos dessa sociedade, dúvidas medos, angustias e incertezas. Nessa perspectiva a educação e os profissionais que atuam nessa área são vistos como grandes colaboradores para sanar essas incertezas e prepará- los para esse desenvolvimento acelerado que ocorre. Libâneo (2001) afirma: Numa concepção emancipatória de educação seria o grande fator de humanização, já que ela prepararia os indivíduos para participar na reestruturação da propia civilização tendo em vista o desenvolvimento de toda humanidade. (p.150) Desta forma as acentuadas alterações sofridas por nossa sociedade no transcorrer dos anos, têm refletido, sobretudo nas atuações do contexto escolar, o que tem se tornado umas das dificuldades encontradas por agentes escolares derivando o comprometimento do processo ensino-aprendizagem. A escola tem de rever seu papel e sua prática educativa, adaptar sua postura pedagógica a conjuntura atual e colocar-se na posição de organização principal e mais importante na evolução dos princípios fundamentais de uma
  • 14. 14 sociedade, cumprindo assim sua função transformadora e idealizadora de conhecimentos. Nesse processo a prática pedagógica dos agentes educacionais, tem a necessidade de uma reformulação que priorize uma prática formadora para o desenvolvimento e se torne uma fonte de concretização de seu conhecimento que o causará aos mesmos uma real participação no desenvolvimento social, não como receptor de informações, mas como idealizador de práticas que favoreçam esse processo. Neste contexto configura-se o papel do educador que tem um papel fundamental na construção e na socialização do saber. Muito se espera do professor, pois o mesmo convive processo de modernidade, com uso de novas tecnologias, questões de valores éticos e sociais e culturais. Contudo, diante desses novos paradigmas, novos desafios há a necessidade cada vez maior em se reavaliar a sua prática pedagógica e sua atitude profissional. Por isso no decorrer dos anos esses profissionais passaram por diversas modificações tanto no campo pedagógico, social, profissional e de identidade. Nesse âmbito vale destacar a figura do profissional de Pedagogia. O pedagogo é um agente fundamental na educação, pois é profissional que pode atuar em vários espaços. Libanêo (2001) “o curso de pedagogia deve formar o pedagogo stricto sensu, isto é, um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos para atender as demandas sócio educativas”. (p.31), porém o curso de Pedagogia historicamente desde o ano de sua criação Pimenta (2001) “Instituído no Brasil em 1939” (p.07) passou por diversas modificações tanto no seu campo cientifico, na sua legislação, no seu processo de formação e principalmente a sua identidade profissional. De acordo com a história a Pedagogia esteve sendo teorizada por distintas óticas científicas (Sociologia, Filosofia, Psicologia entre outras), ao
  • 15. 15 mesmo tempo, que tem várias abordagens conceituais, tem distintas formas reducionistas de sua especificidade e de sua possibilidade como ciência da educação. Essa conjuntura foi, gradativamente, causando um entrelaçamento epistemológico no que se refere à edificação do conhecimento pedagógico, o que foi descaracterizando seu status de ciência da educação, dando a entender a sua desnecessidade, enquanto espaço científico fundamentador da práxis educativa. Pimenta (2001) afirma: O debate sobre a natureza da Pedagogia ou da Educação — como se tem preferido denominar - raramente considera que se possa estabelecer uma ciência autônoma que examinaria as práticas educativas, tem-se considerado que a Pedagogia é um conjunto de enunciados baseado em outras ciências ou em uma filosofia. (p.13) Nesse todo surgem outras constantes preocupações que é a construção da identidade do profissional de Pedagogia e as políticas educacionais que amparam a sua formação, no qual o Pedagogo enfrenta desafios e conflitos que desestabilizam o seu desempenho profissional que se configuram, durante todo o processo de sua formação e no seu desempenho na sua prática pedagógica. Desde a década de 60 a uma tentativa de se especificar o perfil do Pedagogo mediante as pareceres (CFE 251/62, CFE 292/62, CFE 262/69) que regulamentavam as licenciaturas de outras áreas e determinava que, Pimenta (2001) “formar bacharéis e licenciados” (p.07) e logo depois determinou outro tipo de formação que no qual, Pimenta (2001) : Foi abolida a distinção entre bacharelado e licenciatura em Pedagogia e instituída a idéia de formar especialista em administração escolar, supervisão pedagógica e orientação educacional (p.08). Nos anos seguintes não houve uma mudança efetiva só novas tentativas de redefinir o curso de pedagogia mediante aos indicativos aos pareceres anteriores aqui já citados. Na década de 80 se destaca - se o surgimento das
  • 16. 16 associações comitês e movimentos (ANFOPE, ANPED, CEDES etc.) que tinham como principal preocupação a definição da identidade do curso de pedagogia para tanto os mesmos promoviam seminários congressos conferências. Libâneo (2001) diz: A partir do I Seminário de Educação Brasileira realizado na Unicamp (Campinas – Sp) são realizados encontros e seminários sobre a reformulação do curso de Pedagogia e das licenciaturas, amplia-se a produção de dissertações e teses e surgem revistas para a divulgação de estudos e pesquisas sobre o assunto. (p.121) Somente na década de 90 começam surgir políticas mais efetivas com a reforma do estado e conseqüentemente implementação das políticas neoliberais que gerou significativas mudanças, como a revolução tecnológica que concebeu alterações expressivas nos meios de produção e sociais e educacionais e ainda acaba proclamando o neoliberalismo como a única probabilidade de adequação e de sobrevivência aos novos desafios da sociedade. No que diz respeito à área educacional, a concepção neoliberal não se distinguir muito dos seus objetivos econômicos e ideológicos: como expandir o mercado, a diminuição da responsabilidade do governo pelas necessidades sociais, entre outros. Em suma, as políticas neoliberais para a educação têm uma relação entre a oferta e a busca do serviço educativo e a demanda da sociedade, no qual ação do Estado se restringir a garantir, apenas, uma educação básica e não favorece as políticas democráticas e compromisso com a realidade social. Nessa perspectiva surgem organismos educacionais como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e agências da Organização das Nações Unidas (ONU). Dentre essas instituições vale destacar a atuação do Banco Mundial que é o maior articulador no processo de reestruturação e abertura das economias e da estrutura social e educacional.
  • 17. 17 Ao avaliar as políticas educacionais proposta pelo mesmo nota-se, uma concepção de política baseada no desenvolvimento de habilidade básica de aprendizagens necessárias às exigências do mercado de trabalho, na proeminência à avaliação e à eficiência, no implemento de programas compensatórios, na habilitação de professores em programas de formação entre outros. Desta forma o Banco Mundial implementa, sobretudo a partir de dezembro de 1996 com o estabelecimento da Lei 9.394/96 a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação é a primeira lei educacional a fornecer um conceito de educação e traz a educação num sentido que engloba, além do processo de escolarização, a formação que ocorre na família, na escola, no trabalho e na convivência em geral. Saviani (2006) afirma: Vamos constatar que se trata de um documento legal que esta em sintonia com a orientação política dominante hoje em dia e que vem sendo adotada pelo governo atual em termos gerais e especificamente no campo educacional. (p.169) Desta maneira o curso de Pedagogia configurou - se dentre os temas mais polêmicos a serem regulamentados pela legislação. Dos conflitos iniciais apareceram algumas especulações, dentre elas, a que se referia à probabilidade da extinção gradativa do curso de pedagogia no Brasil. Uma, rápida, análise das leis indicadas acima permitiu que se fizesse a previsão de que, com o tempo, o curso perderia suas antigas funções. Perante esses conflitos e na tentativa de construir uma identidade e conseqüentemente a preservação dessa identidade e logo após da publicação da LDB Lei de diretrizes e Bases da Educação a Secretaria de Ensino Superior do Ministério de Educação – Sesu / MEC –, através do Edital n.4, de 4 de dezembro de 1997, deu início ao processo de alteração curricular requerendo às instituições de ensino superior (IES) que enviassem propostas para a elaboração das diretrizes curriculares para os cursos de graduação.
  • 18. 18 A elaboração do Documento das Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia foi feita em um amplo processo de discussão, ouvindo varias entidades desde as associações de profissionais como aos dos alunos em formação e pelo próprio Ministério da Educação e Cultura - MEC. Este documento corresponde a uma perspectiva histórica dos docentes de instalar uma política de formação e definir uma identidade e um princípio articulado e interligado de formação dos profissionais da educação, contemplando todas as modalidades e todos os níveis. Porém, por muito tempo essas tentativas de reformulação para a formação docente e ao curso de pedagogia causaram mais contratempos do que orientações positivas, como o crescimento desordenado do ensino superior privados como a grande expansão dos cursos normais superiores e do próprio curso de pedagogia principalmente em formato de vídeo conferência as Eads, sem compromisso anterior com a formação em quaisquer de seus níveis e modalidades. Mesmo assim as Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia nos pareceres de CNE/CP n. 05/2005, e na Resolução. CNE/CP n. 01/2006, demarcam novo tempo e traz novos debates no curso de pedagogia, tentando consolidar a sua identidade, sendo assim as DCN - Pedagogia define a sua destinação, sua aplicação e a abrangência da formação a ser desenvolvida no curso. Aplica-se Parecer (CNE/CP n. 05/2005) a) à formação inicial para o exercício da docência na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental; b) aos cursos de ensino médio de modalidade normal e em cursos de educação profissional; c) na área de serviços e apoio escolar; d) em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. A formação assim definida abrangerá integradamente à docência, a participação da gestão e avaliação de sistemas e instituições de ensino em geral, a elaboração, a execução, o acompanhamento de programas e as atividades educativas.
  • 19. 19 Mediante ao exposto percebe - se um extenso horizonte para a formação e atuação profissional dos pedagogos e essa definição foi ratificada com a Resolução. CNE/CP n. 01/2006 de uma forma mais clara no seu Art. 4º: O curso de Licenciatura em pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional, na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. Diante as definições dos documentos acima citados nota-se que a formação no curso de pedagogia tem a obrigação assegurar a articulação entre a docência, a gestão e a produção do conhecimento no campo educacional. Com essa explicitação, afasta a probabilidade de redução do curso a uma formação limitada à docência das séries iniciais do ensino fundamental. Nessa perspectiva nota-se um conceito amplo de docência como afirma o Parecer (CNE/CP n. 05/2005). “O sentido da docência é ampliado uma vez que se articula à idéia de trabalho pedagógico, a ser desenvolvido em espaços escolares e não-escolares.” Por essa ótica a docência sugerem uma articulação com o contexto mais amplo, com os procedimentos e os espaços pedagógicos da sua realidade, desta forma o trabalho docente será definido e realizado pelas relações socioculturais, políticas e econômicas da sociedade que os mesmos estão inseridos. Nessa perspectiva são cada vez mais comuns às várias atribuições do curso de pedagogia e de sua abrangência nas diversas esferas da sociedade atualmente é destaque o discurso da performance profissional do pedagogo, para além da atmosfera escolar, com o aparecimento de novas necessidades formativas, de novos âmbitos educativos, com a ascensão de novos papéis e funções desse profissional e de ambientes criados pela emergência das novas questões educativas na sociedade. Libâneo (2001) afirma: Um dos fenômenos mais significativos dos processos sociais contemporâneos é a ampliação do conceito de educação e a
  • 20. 20 diversificação das atividades educativas, levando, por conseqüência, a uma diversificação da ação pedagógica na sociedade. (p 01) Assim, e nítido a presença deste profissional nas empresas, no desenvolvimento de competências profissionais requeridas pelos processos de reestruturação do trabalho e da produção. A presença do pedagogo nos meios de comunicação, operando na formulação de materiais de caráter educativo, a participação do profissional da pedagogia, na assessoria educativa nos movimentos sociais, organizações não governamentais, instituições públicas, etc. Mais recentemente, a emergência de experiências educativas em modalidades não presenciais. Libâneo (2001) afirma que esses profissionais são ”Formadores ocasionais que ocupam partem do seu tempo em atividades pedagógicas em órgãos públicos estatais e não estatais e empresas referentes à trans missão de saberes técnicas ligadas à outra atividade profissional”. p.52 O campo da pedagogia extra - escolar e amplo e está em todos os âmbitos da sociedade. Libâneo (2001) ratifica assegurar que a pedagogia esta “em várias esferas da prática social, mediante as modalidades de educação informais, não-formais e formais,” (p.01). É nítido o aumento da produção e da difusão de conhecimentos. Ao analisar a trajetória do curso de pedagogia de suas políticas educacionais da década de 90 (LDB e DCNS) e da atuação desses profissionais na sociedade percebemos que o profissional de Pedagogia através dos anos vem sofrendo com a falta de políticas publicas mais efetivas e pela falta de uma identidade mais definida e especifica Com isso a diversificação dos espaços educativos, em razão das novas necessidades formativas impostas pelo quadro de transformações que marca a sociedade contemporânea, passa a requerer, necessariamente, novas bases de formação para o exercício do trabalho pedagógico.
  • 21. 21 Podemos notar isso principalmente na década de 90 que foi um marco importante para a educação e principalmente para o curso de Pedagogia com a promulgação das Leis e Diretrizes e Bases (LDB) no qual se geraram diversas controvérsias que cogita até a extinção do curso, com a criação do curso Normal Superior. Mediante as essa polêmicas surgem as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) que especifica o perfil/identidade do profissional de pedagogia que tinha como base a docência e estariam habilitados para ensinar na educação infantil e nas series iniciais do ensino fundamental e para atuar em outras áreas esses docentes deveriam ter o nível de Pós – Graduação. Mas atualmente a nossa sociedade vem passando por diversas transformações no qual o pedagógico está inserido em todos os espaços da sociedade não apenas os escolares, mas também nos extra – escolares (empresas, ongs, televisão entre outros) e a sociedade pedagógica que vem ocasionando novos desafios para esses profissionais. Mas hoje em dia sabemos que muitos profissionais de Pedagogia em nível de graduação assumem esses papeis mesmo sem estar habilitados para assumir tal cargo. Ante as leituras e discussões ocorridas durante o processo de formação da pesquisadora no curso de Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB, pela historia do curso de Pedagogia e por uma preocupação por adquirir uma formação de qualidade tendo como pano de fundo e considerando a importância da formação do profissional de Pedagogia. Definir como tema de pesquisa “O perfil do pedagogo frente às políticas educacionais em suas implicações na sociedade contemporânea” tendo como principal questionamento: Em que medida os pedagogos assume os papeis na sociedade mediante as políticas educacionais contemporâneas? Tendo como objetivos:
  • 22. 22 • Detectar as expectativas dos alunos do Curso de Pedagogia em relação ao curso e suas perspectivas de vida profissional e pessoal após o mesmo. • Compreender o perfil do profissional de Pedagogia, explicitado a partir das novas políticas de formação docente. Em face dessas questões, e das inquietações percebidas durante a minha formação e explicitado neste texto, que vem apresentando alguns pontos relevantes, que sinaliza para a necessidade de se considerar, a discussão acerca das políticas educacionais que norteiam o curso de Pedagogia e suas conseqüência na formação desses profissionais principalmente dos alunos da Rede UNEB 2000 da cidade Jacobina e suas transformações na sociedade. Tais transformações, que questionam o padrão que tem amparado à organização das práticas educativas estabelecidas, assinalam não só para a necessidade de se repensar as formas de se conceber o trabalho pedagógico escolar, como também indicam o surgimento de novas formas e modalidades de educação e formação.
  • 23. 23 CAPITULO II AS ABORDAGENS TEÓRICAS QUE SUSTENTAM A PESQUISA. A educação e as políticas educacionais têm procurado promover, na última década, a universalização do ingresso ao ensino em todos os seus níveis, com amplo investimento na melhoria da qualidade do ensino. Estamos em uma época de intensa discussão das demandas educacionais, em paralelo, a sociedade com um processo acelerado de mudanças, aumento e disseminação de novas tecnologias, globalização, passamos por uma redefinição dos conceitos, valores, educação entre outros. Desta forma a uma urgência de novas posturas diante da formação dos profissionais da educação principalmente os profissionais de Pedagogia. Tendo em vista a possibilidade de compreenderem estas transformações e tornarem- se agentes transformadores da realidade em que se inserem, requerendo espaços de construção do conhecimento e uso de novas tecnologias, de assimilação de teorias educacionais e procedimentos de trabalho em concordância com a legislação em vigor. Ao pesquisar sobre o perfil do profissional de Pedagogia mediante as políticas educacionais na atualidade, encontramos-nos diversos estudos que se desenvolvem sobre o conhecimento, a sua identidade, o saber docente e sua formação, a imperiosa necessidade de procurar novas vicissitudes que viabilizem a transformação da prática do educador. Nesse esboço um novo método profissional vem sendo constituído, apontando para a melhor qualidade na formação do professor no sentido de consentir aos desafios da sociedade contemporânea.
  • 24. 24 Nesta perspectiva, além das considerações sobre esse o perfil que se pretende configurar para o profissional de Pedagogia, percebemos uma necessidade de penetrar mais a fundo nos estudos sobre essa profissão, tendo como palavras chaves Pedagogia, pedagogo, políticas educacionais, sociedade pedagógica. Tendo como principais norteadores da pesquisa, trabalhos, livros, teses e dissertações de autores como José Carlos Libâneo, Dermaval Saviani, Selma Garrido Pimenta, Pedro Demo, Íris Brzezinski, Dalila Oliveira e Carlos Rodrigues Brandão e também através de pareceres e resoluções e leis disponibilizadas pelo Ministério da Educação e Cultura - MEC. 2.1.UM CONCEITO AMPLO DE PEDAGOGIA O primeiro conceito chave que norteiam a pesquisa o termo Pedagogia que tem suas origens na Grécia antiga. Aqueles que os gregos antigos chamavam de “pedagogo” era o escravo que conduzia a criança para a aprendizagem, não era somente um instrutor, ao contrário, era um condutor, era responsável pelo progresso do comportamento do estudante, moral e intelectual. Brandão (1981) afirma “O pedagogo era o educador por cujas mãos a criança grega atravessa os anos a caminho da escola, por caminhos da vida” (p.43). Em suma o escravo pedagogo tinha como regra para a boa educação, se, por acaso, necessitasse de especialistas para a instrução conduzia a criança até espaços específicos. Mas no decorrer dos anos a Pedagogia deixou de ser uma doutrina da educação pra finalmente se firmar como disciplina Libâneo e Pimenta (2007) diz: A Pedagogia, que do ponto de vista etimológico significa arte de condução de crianças, tornou-se durante muito tempo arte e doutrina da educação, até se consolidar como disciplina na universidade no final do século XVIII, graças, em boa parte, à contribuição de Herbart. (p.01) Durante muitos séculos, a Pedagogia passou por diversas transformações com ideais de Pedagogos e estudiosos como Comênius,
  • 25. 25 Rousseau, Herbart, Dewey que abordaram varias concepções como: a de que a educação é a garantia da formação do homem para a humanidade, que a escola é uma verdadeira oficina do homem. A pedagogia realista de Ratke, Comênius e Locke trazem pra a educação que conhecimento vem da experiência, a Pedagogia científica experimental, portanto, deve começar pelo estudo da natureza, pelo conhecimento das coisas. Libâneo e Pimenta (2007) afirmam: A Pedagogia científica experimental, desenvolvida especialmente na França na segunda metade do século XIX, baseada em boa parte na Psicologia, Elementos para a formulação de diretrizes... Restringe a investigação da educação àqueles problemas que podem ser tratados com métodos empírico-racionais, retraindo a reflexão em torno da autonomia da Pedagogia. (p.01,02) Mas vale ressaltar que o século XIX foi considerado o século da Pedagogia, um século marcado por conflitos ideológico e pela revolução social política e cultural e pela lutas de classes. Segundo Cambi (1999) relata que: isso produziu também uma ideologização mais radical (em relação ao passado) da Pedagogia e da educação, que se afirmaram como setores – chaves do controle social e, portanto, do projeto político e da própria gestão do poder (social e político). Historicamente a Pedagogia só começou a se destacar em nosso país com o movimento escolanovista que iniciou uma series de transformações e de modernização do ensino tanto na escola quanto em seus aspectos pedagógicos e em seu papel social. A Escola Nova embutia uma pedagogia pela qual a obtenção da autodisciplina seria alcançada pela organização do espaço pedagógico de modo a instigar o desenvolvimento das habilidades. Para isso, os espaços escolares deveriam ser racionalmente organizados, de modo a alcançar o máximo de eficiência nos seus resultados: autodisciplina, autocontrole,
  • 26. 26 desenvolvimento das competências direcionadas às novas indigências do mundo moderno. Libâneo (2001): Desenvolve-se um amplo movimento de renovação escolar de conotação liberal, reunindo nomes como Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Paschoal Lemme e outros, em torno da idéia de reconstrução educacional para o desenvolvimento social e econômico do país. Esses intelectuais lançam em 1932 O “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, em que formalizam suas propostas teóricas e operacionais. (p.113) Com decorrer dos anos surge um novo tipo de Pedagogia a Tecnicista no qual o sujeito passou a ser a técnica, esta condução procedeu das modificações educacionais sofridas em função de alterações no contexto sócio- econômico e político. Libâneo (2001): Essa tendência deixará sua marca nos aspectos formais da organização escolar e didática e menos em termos de concepção de ensino, mas irá influenciar boa parte dos projetos governamentais e dos estudos da área de educação. (p.118) Período crítico-reprodutivista no qual a escola da maior parte reduz-se completamente à inculcação da ideologia dominante, enquanto as elites se apropriam do saber universal nas escolas privadas de boa qualidade, reproduzindo, assim, as incoerências essenciais e necessárias ao capitalismo. Libâneo (2001) afirma: “As teorias critico – reprodutivistas contribuíram para a análise dos vínculos da educação com a sociedade, especialmente como instância de reprodução das relações sociais capitalistas”. (p.122.) É claro que houve um resultado positivo, na medida em que ocorreu de certa forma, um avanço da consciência ingênua dos docentes para uma visão mais crítica da educação escolar. Tendência crítica no qual o professor, ao propiciar a relação do aluno com os conteúdos do ensino, deverá fazê-lo de forma dinâmica e sempre que possível relacionar a experiência do aluno com os conteúdos trabalhados, tentando, sistematicamente, evidenciar a relevância de uma adequada formação escolar como utensílio para o seu dia - a - dia. Libâneo (2001)
  • 27. 27 “Desde logo busca fundamentar-se em uma teoria pedagógica capaz de orientar a pratica cotidiana de professores e consequentemente dos seus alunos” (p.125) Atualmente o conceito comum de Pedagogia não se defere totalmente, afirmando que a mesma se refere à arte, ciência e profissão de ensinar e de cuidar de crianças. Libâneo (2001) afirma que “trata-se de uma idéia simplista e reducionista” (p.21), pois a pedagogia é o campo de conhecimento no qual abriga os saberes da área da educação, como a filosofia da educação, a didática, a educação e esta atenta às questões decorrentes da diversidade cultural e histórica que caracteriza nossa sociedade. Este tem a capacidade de: compreender a educação como fenômeno cultural, social e claro a própria atribuições indicadas a Pedagogia. Segundo Libâneo (2001) assegura que a pedagogia é um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa. 2.2. PROFISSÃO PEDAGOGO (A) Desde sua origem, o pedagogo é aquele que ensina, aquele aplica a pedagogia, aquele que saiba como movimentar os diversos campos do conhecimento, para praticar a educação com qualidade, aquele que é habilitado pelo completo desenvolvimento das potencialidades do educando. Seu elemento de atuação é o papel docente, nos aspecto das competências básicas do educador, na operacionalização do projeto político- pedagógico da instituição escolar. Libâneo (2001) afirma: É certo que o pedagogo deve ser um profissional competente e compromissado com seu trabalho, como visão de um conjunto do processo de trabalho escolar. Deseja-se um profissional capaz de pensar, planejar e executar o seu trabalho e não apenas um sujeito habilidoso para executar o que os outros concebem. (p.54)
  • 28. 28 Cabe ao pedagogo desempenhar a direção do sistema educacional, seja na gestão do ensino, na supervisão ou na coordenação pedagógica. Libâneo (2001) diz: “São profissionais que se ocupam de domínios e problemas da prática educativa em suas várias manifestações e modalidades.” (p.14) Para isso, ele precisa sair da universidade apto de concretizar o trabalho coletivo na escola, sabendo promover a conexão das competências de todos, colaborando para o crescimento e a profissionalização dos docentes, despertando, em cada profissional, o anseio de atuar de forma distinta, edificando uma equipe de trabalho competente. O pedagogo também é visto como um agente de mudanças tanto na escola como na sociedade atual, mas não é fácil caracterizar o pedagogo existente em nossos estabelecimentos educativos como agente de mudança. As mudanças, atualmente, são tão aceleradas que a grande tarefa da educação é assumir o desafio de acelerar o ato de aprender e atender à necessidade da renovação do aprendido logo em seguida·. Desta forma o Pedagogo em seu contexto, deve buscar seus próprios caminhos para concretizar sua proposta de trabalho, a fim de originar o aperfeiçoamento da pratica docente e as transformações significativas na escola. 2.2.1 BREVE HISTÓRICO O curso de pedagogia foi criado no Brasil como decorrência da preocupação com a formação de educadores para a escola média, passou a existir junto com as licenciaturas, estabelecida pela antiga Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, pelo Decreto-lei nº. 1190 de 1939. Libâneo (2001) afirma: “a primeira regulamentação do curso de Pedagogia no Brasil foi em 1939” (p.38.).
  • 29. 29 Essa faculdade apontava para formação de bacharéis. Libâneo (2001) “prevê a formação de bacharel em Pedagogia o conhecido como técnico em educação” (p.38) e licenciados para várias áreas, como a área pedagógica, adotando a fórmula conhecida como “3+1”, onde as disciplinas pedagógicas tinham duração um ano e as outras disciplinas de outros conteúdos, tinham a duração de três anos. Formava-se então o bacharel nos primeiros três anos do curso e, em seguida, depois de concluído o curso de didática, o graduando recebia o diploma de licenciado. Ministério da Educação (1987) afirma: Em três anos seria formado o bacharel em pedagogia, indivíduo habilitado a preencher os cargos de "técnicos de educação". Não fica claro, então, o que seria esse técnico de educação, qual sua função e especificidade em relação aos profissionais formados nas várias licenciaturas e nos outros bacharelados. A definição desse técnico de educação permanece bastante fluida.com mais um ano - curso de didática - se formava então o licenciado em pedagogia, para o exercício do magistério nos cursos normais. A licenciatura consistia, pois, na sobreposição do curso de didática, praticamente isolado, ao bacharelado. (p.09) Apesar de alguns remanejamentos feitos na sua estrutura esta regulamentação do Curso de Pedagogia vigorou até 1962 e persistiu até 1969, quando este foi reorganizado, sendo então abolida a distinção entre bacharelado e licenciatura, e criadas as “habilitações”, cumprindo o que acabava de determinar a lei nº. 5540/68. Libâneo (2001): A legislação posterior, em atendimento a Lei n º 4.024/61 mantém o curso de bacharelado para a formação do pedagogo (Parecer CFE 251/62) e regulamenta as licenciaturas (Parecer CFE 251/62). O Parecer CFE 252/69 – a ultima regulamentação existente – abole a distinção entre bacharelado e licenciatura, mas mantém a formação de especialista nas varias habilitações, no mesmo espírito do Parecer CFE 251/62. (p.38) Logo em seguida foi aprovado o Parecer CFE 252/69 de autoria de Valnir Chagas ensejou uma nova regulamentação definido a duração do curso de Pedagogia, na formação de educadores para o ensino normal, a formação
  • 30. 30 de especialistas para as atividades técnicas (administração, supervisão entre outros). Esse parecer teve extrema relevância para a definição para o perfil do profissional de pedagogia. Libâneo (2001) “O Parecer CFE 252/69 promove efetivamente, um avanço na definição da identidade do curso de Pedagogia ao fixar com mais clareza os estudos teóricos necessário à formação do pedagogo e a explicitação das habilitações profissionais”. (p.119) Este mesmo autor (Valnir Chagas) também idealizador e relator de um conjunto de indicações do CFE atribuíam a ele a autoria de um novo sistema de formação de educadores que deveria acabar com o sistema 3+1, no qual o mesmo não teve êxito, mas aprovou um pacote pedagógico que promovia varias modificação estruturais nas licenciaturas e pedia a extinção do curso de Pedagogia. Libâneo (2001) ”No final da década de 1970 faltou pouco para o curso de pedagogia fosse extinto e com ele a profissão de Pedagogo” (p.121) O percurso ate aqui apresentado é importante para apreender o debate que se aprofundou nas décadas seguintes a respeito da identidade do pedagogo no nosso país, identidade esta fragmentada por um currículo e por uma profissionalização insatisfatórios para alcançar uma tarefa efetivamente educativa. No início dos anos oitenta, o Ministério da Educação reativou os estudos sobre a formação de Recursos Humanos para a educação com o objetivo de subsidiar o Conselho Federal de Educação na reformulação dos cursos de formação docente principalmente o de Pedagogia. Foram realizadas várias reuniões, seminários e encontros em todo o país Libâneo (2001): Com esse propósito, realiza-se na Unicamp (Campinas – SP, 1978) o I Seminário de Educação Brasileira. Surgem os Comitês Pró Reformulação dos Cursos de Pedagogia (Goiânia – GO, 1980), depois a Comissão Nacional dos Cursos de Formação do Educador (Belo Horizonte MG, 1983), transformada (1990) em Anfope. (p.42)
  • 31. 31 Nos anos 80 com houve grandes movimentos liderados pelas associações como a Anfope. MEC (1987) “O Encontro Nacional para a Reformulação dos Cursos de Preparação dos Recursos Humanos para a Educação, realizado em Belo Horizonte em 1983” (p.27) e um maior interesse pelo Ministério da Educação pela formação e a construção da identidade do profissional de Pedagogia. Em 1986, o Parecer CFE 161/86 determina a Reformulação do Curso de Pedagogia no qual há indicação de que estes cursos devem ter como principal desígnio a melhoria da qualidade da formação docente. Este parecer também indica a necessidade de formação de especialistas nas diversos espaços educativos, sugerindo discussões em relação ao momento apropriado para o apresto dos mesmos. Por fim, sugere novos currículos e duração mínima para as licenciaturas; o estímulo de novas experiências pedagógicas com o objetivo de melhoria na qualidade na formação dos pedagogos, trazendo novas propostas em relação à formação dos especialistas. Contudo mesmo com todo incentivo dado às faculdades e institutos de formação para a realização dessas novas experiências pedagógicas, grande parte dos cursos de Pedagogia continuaram nos moldes do Parecer 252/69. Brzezinski (1999): Também, ainda, no Parecer no 161/86, intitulado “Reformulação do curso de pedagogia”, além de fazer um histórico do curso e das regulamentações feitas pelo CFE, à conselheira Eurides Brito da Silva aponta os projetos de reformulação apresentados para análise no Conselho e sugere que devem ser estimuladas experiências de formação, como por exemplo, a ênfase na docência para as séries iniciais do Ensino Fundamental, às quais o CFE não pretendia obster. (p.92) O final dos anos oitenta e início dos anos noventa foram marcados por um enorme movimento internacional de profissionalização do ensino, assinalando como imprescindível à necessidade de se formar um educador
  • 32. 32 capaz de afiançar a eficácia de sua ação docente e apontando a necessidade da formação em nível superior para o profissional que atua nos períodos iniciais da escolarização. Isso aconteceu a partir de acordos firmados na Conferência de Jomtien (Tailândia, 1990), Oliveira (2003) “Os anos 1990 inauguraram um movimento de reformas destacando - se a Conferência Mundial sobre a Educação para Todos realizada em Jomtien, Tailândia, em março de 1990.” (p.22) Organizados de acordo as exigências do Banco Mundial tendo como principal destaque as políticas para formação de professores da educação básica, procurando elevar o nível de aprendizagem, por meio das modificações na escola básica e no campo de formação de educadores. Desta forma Oliveira (2003) afirma que: As reformas educacionais a que a América latina assistiu na década de 1990 tiveram como foco central a expansão da educação básica. Contudo essa educação básica, de acordo com os compromissos firmados em Jomtien, não significava um atendimento amplo, como aquele previsto na legislação brasileira, mas uma educação mínima. Entretanto é possível observar nessas reformas um reforço na educação formal sinônimo de educação geral e escolarização, em consonância com as exigências dos novos modelos de organização e gestão de trabalho que apontam para a formação mais sólida e geral dos trabalhadores, a partir do desenvolvimento de competências e habilidades compatíveis com a dinâmica atual dos processos produtivos. (p.22) Mediante a o exposto na última década, diversas propostas para a formação de educadores para as series iniciais e ensino fundamental estão sendo apresentadas em vários países principalmente nos da América Latina, fundamentados em concepções políticas e perspectivas diferentes. Estes novos projetos para a formação de educadores têm apontado uma inquietação em atender às novas demandas da sociedade e formar um educador capaz de atuar como um bom profissional diante a essas mudanças. Com isso essas transformações de paradigma afetaram principalmente o curso de Pedagogia que sofreu diversas alterações em suas legislação e conseqüentemente na sua pratica, no seu perfil e na sua identidade.
  • 33. 33 Nessa perspectiva foram implementados em nosso país políticas publicas para adaptar o curso a essa nova fase dentre elas a LDB – lei de Diretrizes e Bases Educação Lei. Nº. 9.394/96 e as Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia nos seus diversos pareceres e resoluções. Brzezinski (1999) afirma que: Não são poucas também as intervenções do mundo do sistema nas políticas de formação de profissionais da educação, haja vista a quantidade de pareceres, resoluções, portarias ministeriais e decretos presidenciais sobre o assunto. (p.94). No tópico seguinte, serão discutidos os documentos produzidos pelo Conselho Nacional de Educação a partir de 1996, os quais sintetizam, de certa forma, as mudanças pretendidas em relação à concepção de formação dos pedagogos (a) no contexto dessa nova política. 2.3. POLÍTICAS EDUCACIONAIS E A PEDAGOGIA A conjuntura das políticas educacionais no Brasil ainda esta integrado com as políticas Neoliberais sobre a sociedade e pelas intervenções de mecanismos internacionais como o FMI e o Banco Mundial, que reflete de modo determinante sobre a educação. A tática neoliberal persistir na mesma: colocar a educação como prioridade, apresentando-a como alternativa de ascensão social, mas por outro lado, a escola continua sendo um espaço com grande potencial de reflexão crítica da realidade, com incidência sobre a cultura das pessoas. Diante ao exposto surgem em nosso país diversas políticas educacionais fundamentadas pelo neoliberalismo dentre elas a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB Lei nº. 9.394/96 e as Diretrizes Curriculares Nacionais de Pedagogia as Dcns. A Constituição de 1988 determinou uma nova lei para a educação, no qual foi estabelecido que o substitutivo de autoria do Senador Darcy Ribeiro,
  • 34. 34 com a colaboração do Senador Marco Maciel, seria a lei a ser implementada assim originando o projeto da atual LDB nº. 9.394/96. Saviani (2006) Sua inclusão foi uma inovação do Projeto de Lei da Câmara dos Deputados, que o Substitutivo do Senador Darcy Ribeiro manteve e foi aprovado pelo Relatório do Deputado José Jorge. Já no primeiro artigo da LDB surge a educação num sentido abrangente, que engloba, além do processo de escolarização, a formação que ocorre na família, na escola, no trabalho e na convivência em geral. (p.70) Mas Demo (1996) afirma que: A nova LDB na verdade, não é inovadora, em termos do que seriam os desafios modernos da educação. Introduz componentes interessantes, alguns atualizados, mas, no todo predomina a visão tradicional, para não dizer tradicionalista. A Lei reflete, ai, nada mais do que a letargia nacional nesse campo, que impede de perceber o quanto às oportunidades de desenvolvimento dependem da qualidade educativa da população. E difícil fugir da constatação de que para elite interessa, pelo menos em certa medida a ignorância da população, como tática de manutenção do status quo. (p.67) A Lei 9.394/96 avaliada como uma inovação na educação brasileira que procura implantar o pleno desenvolvimento humano e um projeto para a educação, que tende a mobilizar toda a sociedade brasileira seguida de um intenso anseio político de mudar a sociedade. No projeto de lei no Senado, até se chegar aos 91 artigos aprovados, defendeu-se ardorosamente o fortalecimento da descentralização e a democratização da escola. Em relação ao curso de Pedagogia LDB cita no capitulo VI intitulado como “Dos Profissionais da Educação” que traz nos seus artigos, 62, 63,64 regulamentações para o curso e para a formação dos pedagogos. Os mesmos estão regulamentados da seguinte foma: LDB (1996): Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far- se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
  • 35. 35 Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão: I- cursos formadores de profissionais para a educação básica, inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes para a educação infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental; II - programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de educação superior que queiram se dedicar à educação básica; III - programas de educação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis. Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, serão feitos em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. Estas regulamentações causaram uma imensa insatisfação em todos profissionais que atuam na área de Pedagogia, pois os mesmos alegaram uma desconstrução do perfil/identidade uma desvalorização profissional dos mesmos temendo até a própria extinção do curso Anfope (2004) destaca: Com o estabelecimento da LDB/96, o Curso de Pedagogia configurou-se como um dos temas mais polêmicos a ser regulamentado pela legislação complementar. Curso básico da formação acadêmico-científica do campo educacional passou a ter sua existência ameaçada no Brasil. Esta extinção (assim entendida por quem a pensou), gradativa, apresenta-se como uma forte possibilidade no contexto das novas definições que propugnam um dualismo formador entre os profissionais da educação. (p.05) Desta forma foi mediante a polemicas e discussões, se fez necessário criar uma nova política educacional que amparasse o curso de Pedagogia e os pedagogos (as) por conta da nova legislação em vigor Anfope (2004): O movimento de discussão e elaboração das Diretrizes da Pedagogia tem um marco importante em 1999, quando a Comissão de Especialista de Pedagogia, instituída para elaborar as diretrizes do curso, desencadeou amplo processo de discussão, em nível nacional, ouvindo as IES, suas coordenações de curso e as entidades da área – ANFOPE, FORUMDIR, ANPAE, ANPED, CEDES, Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia. O resultado desse processo foi à elaboração do Documento das Diretrizes e seu encaminhamento ao CNE, em 1999, após uma
  • 36. 36 grande pressão de todos esses segmentos junto à SESU e à Secretaria de Ensino Fundamental, que resistiam em enviá-las ao CNE, na tentativa de construir as diretrizes para o Curso Normal Superior, criado pela LDB e prestes a ser regulamentado. (p.01) Mesmo com essas iniciativas durante algum tempo, enquanto a Dcns não foram criadas, ou melhor, aprovadas o MEC através de Pareceres e resoluções para o curso de Pedagogia que ocasionou mais confusões do que orientações, que atualmente, por conta da sua heterogeneidade estrutural, obriga o poder público ter um acompanhamento cauteloso e rigoroso nos procedimentos de avaliação da formação, de modo a resguardar e constituir metas para o aperfeiçoamento da qualidade dos cursos. Em faces dos problemas encontrados finalmente a Dcns para o curso de Pedagogia foi implementada em 2004 tendo como principais regulamentações os seus 4 primeiros artigos. CNE/CP n. 06/2004: Art.1º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Pedagogos, em nível superior, em curso integrado de graduação plena, constituem-se em um conjunto de princípios, fundamentos e procedimentos a serem observados na organização institucional e curricular de cada instituição de ensino superior. Art.. 2º A preparação do profissional de pedagogia se dará numa dimensão integrada e indissociável para o exercício da docência e para a gestão dos processos educativos escolares e não-escolares assim como para a produção e difusão do conhecimento do campo educacional. Art.. 3º. Constituem-se em dimensões integradas e indissociáveis à formação profissional do Pedagogo: - Docência na Educação Infantil, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, nas Disciplinas Pedagógicas para a Formação de professores e em outras áreas emergentes no campo educacional. - Gestão Educacional entendida como a organização do trabalho pedagógico em termos de planejamento, coordenação, acompanhamento e avaliação dos processos educativos escolares e não escolares e dos sistemas de ensino, como também o estudo e a participação na formulação de políticas públicas na área de educação.
  • 37. 37 Art.. 4. º A formação do pedagogo se dará em cursos de pedagogia organizados nas seguintes áreas: - Docência na Educação Infantil e Gestão Educacional; - Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e Gestão Educacional. Os docentes e as entidades acompanharam e este movimento e estiveram sempre presente na elaboração do documento, através, reuniões, documentos, esta formulação corresponde a uma perspectiva histórica dos professores e Pedagogos de edificar uma política nacional de formação e, um sistema interligado de formação dos profissionais da educação, considerando todas as modalidades e níveis. Mesmo superando algumas iniqüidades históricas e dando um rumo na profissionalização e na identidade docente em no ano de 2005 foi lançando o parecer CNE/CP 5/2005 que no ano de 2006 foi reexaminado. Que era regulamentado da seguinte forma: Art. 1º A presente Resolução institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Pedagogia, Licenciatura, definindo princípios, condições de ensino e de aprendizagem, procedimentos a serem observados em seu planejamento e avaliação, pelos órgãos dos sistemas de ensino e pelas instituições de educação superior do país, nos termos explicitados no Parecer CNE/CP nº. /2005. Art. 2º As Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. § 1º Compreende-se a docência como ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais, étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princípios e objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se na articulação entre conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e de construção do conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes visões de mundo. § 2º O curso de Pedagogia, por meio de estudos teórico-práticos, investigação e reflexão crítica, propiciará:
  • 38. 38 I - o planejamento, execução e avaliação de atividades educativas; II - a aplicação ao campo da educação, de contribuições, entre outras, de conhecimentos como o filosófico, o histórico, o antropológico, o ambiental-ecológico, o psicológico, o lingüístico, o sociológico, o político, o econômico, o cultural. Art. 3º O estudante de Pedagogia trabalhará com um repertório de informações e habilidades composto por pluralidade de conhecimentos teóricos e práticos, cuja consolidação será proporcionada no exercício da profissão, fundamentando-se em princípios de interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e estética. Mediante ao exposto percebemos que esse novo parecer traz mais inovações para o curso de Pedagogia ainda tendo uma formação para as series iniciais e ensino fundamental e na modalidade formal tendo a docência como base do curso e trazendo como inovação a sua atuação no ensino profissional e no ensino médio e ampliando a sua área de conhecimento em outras áreas e vários âmbitos da sociedade. Mesmo assim em 2006 foi lançada mais uma resolução CNE/CP nº. 1 05/2006 que exatamente igual a anterior com apenas uma modificação no seu artigo 14 que está disposto da seguinte forma: resolução CNE/CP nº. 1 05/2006 Art. 14. A formação dos demais profissionais de educação, nos termos do art. 64 da Lei nº. 9.394/96, será realizada em cursos de pós-graduação, especialmente estruturados para este fim, abertos a todos os licenciados. Nesse contexto podemos afirmar que o perfil do profissional de Pedagogia mediante as políticas publicas educacionais da atualidade habilita o Pedagogo para uma formação integrada para atuar na docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na Educação Infantil e nas disciplinas pedagógicas dos cursos de formação de professores e na gestão dos processos educativos escolares e não-escolares, mas perante ao curso de pos graduação .
  • 39. 39 2.4. A SOCIEDADE PEDAGÓGICA Ao longo do nosso processo histórico desde inicio da evolução até os dias atuais, homem vem sofrendo um rápido processo de transformações, com isso ocorreu uma intensificação das relações humanas, o homem começou viver com sistemas de padrões de comportamento característicos de uma sociedade, modos de pensar, sentir, agir, valores, crenças, costumes, conceitos expressões culturais estrutura social: infra-estrutura (modos de produção) e super-estrutura (idéias e instituições) e a partir disso aumentou-se a necessidade de adquirir mais conhecimentos nesse contexto surge uma forma de educação através do modo de vida social na forma em que todos ensinam e aprendem no sistema de trocas de forma livre . Brandão (1981) afirma: Ninguém escapa da educação. Em casa na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender e ensinar. Para saber, pra fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. (p.07) Mediante ao exposto percebe-se que nas sociedades antigas a educação era feita através das relações inter - pessoais e ocorriam em vários âmbitos que com decorrer dos anos as sociedades sofreram diversas modificações que ocorreu o surgimento da escola com vários tipos de oficio e com varias categorias de educadores com suas diversas formas de métodos pedagógicos e era responsável pela difusão do saber. Na nossa sociedade contemporânea não tem sido muito diferente tem sido distinguidas por rápidas transformações que se refletem visivelmente na área educacional. Libâneo (2001): Um dos fenômenos mais significativos dos processos sociais contemporâneos é a ampliação do conceito de educação e a diversificação das atividades educativas, levando, por conseqüência, a uma diversificação da ação pedagógica na sociedade. (p. 01)
  • 40. 40 Para acompanhar essas modificações, os educadores e profissionais da educação se empenham na reconstrução de uma nova práxis educativa diante das novas concepções de educação e no entendimento das mesmas na sua teoria e na sua pratica. Através desse contorno contemporâneo dado à educação e às sucessivas mudanças em seu conceito, deixa de ser reservada a atuação de ensino-aprendizagem somente em espaços escolares formais. Libâneo (2001): Em várias esferas da prática social, mediante as modalidades de educação informais não-formais e formais, é ampliada a produção e disseminação de saberes e modos de ação (conhecimentos, conceitos, habilidades, hábitos, procedimentos, crenças, atitudes), levando a prática pedagógica. (p.01) Dessa forma a educação atravessa os muros da escola, para e diversos esferas como: Ongs, família, trabalho, lazer, igreja, sindicatos, clubes, etc. Faculta-se atualmente devido às mudanças ocorridas um novo cenário para a educação, dando uma cartografia significante à educação não formal. Libâneo (2001): que “estamos diante de uma sociedade genuinamente pedagógica” p.01 Neste contexto existe uma diversidade de praticas educativas na sociedade e em todas elas está presente à ação pedagógica é a sociedade pedagógica, revelando amplos campos de atuação pedagógica, ou melhor, a presença do profissional de Pedagogia em vários âmbitos, desta maneira pode definir que para o pedagogo existem dois campo de ação educativa a escolar e a extra escolar que de acordo Libâneo (2001): se configuram da seguinte forma: Está se acentuando o poder pedagógico dos meios de comunicação: TV, imprensa, escrita, rádio, revistas, quadrinhos. A mídia se especializa em fazer cabeças, não apenas no campo econômico, político; especialmente no campo moral, vemos diariamente a veiculação de mensagens educativas, a disseminação de saberes e modos de agir através de programas, vinhetas e chamadas sobre educação ambiental, AIDS, drogas, saúde. Há práticas pedagógicas nos jornais, nas rádios, na produção de material informativo, tais como livros didáticos e paradidáticos, enciclopédias, guias de
  • 41. 41 turismo, mapas, vídeos, revistas; na criação e elaboração de jogos, brinquedos; nas empresas, há atividades de supervisão do trabalho, orientação de estagiários, formação profissional em serviço. Há uma prática pedagógica nas academias de educação física, nos consultórios clínicos. Na esfera dos serviços públicos estatais, são disseminadas várias práticas pedagógicas de assistentes sociais, agentes de saúde, agentes de promoção social nas comunidades etc. São práticas tipicamente pedagógicas. Os programas sociais de medicina preventiva, informação sanitária, orientação sexual, recreação, cultivo do corpo, assim como práticas pedagógicas em presídios, hospitais, projetos culturais. (p.02) Em suma pedagogo, na sociedade em que passa a atuar como educador social desenvolvendo ultimamente, um novo painel de atuação deste profissional, que ao atravessar a divisória da instituição escolar, invalida preconceitos e idéias de que o pedagogo está apto para desempenhar suas funções apenas na sala de aula. Hoje o lema é de que onde existir uma prática educativa, se instala uma ação pedagógica. O processo de ensino-aprendizagem é vivenciado não apenas dentro da escola, mas é uma ação que ocorre em todo e qualquer setor da sociedade, que se distinguir como a sociedade do conhecimento, porque a educação formal e a não formal caminham paralelamente e tornam a educação o principal instrumento contra a desigualdade social. Portanto, diante dos conceitos explicitados neste texto percebemos que a pedagogia e conseqüentemente os pedagogos vem sofrendo inúmeras modificações tanto na sua ação pedagógica, no seu perfil/identidade nas suas concepções teóricas na sua formação e em suas legislação, gerando assim uma desvalarozição profissional do curso e até uma possível extinção do mesmo, temidas por muitos profissionais da área.
  • 42. 42 CAPITULO III 3.0 APORTES METODOLÓGICOS 3.1. PARADIGMA Tendo como objeto de análise os alunos do curso de Pedagogia mais especificamente, as transformações que este curso está trazendo à sua atuação profissional, tendo como tema O perfil do profissional de Pedagogia frente às políticas educacionais e suas implicações na sociedade contemporânea. 3.2. TIPO DE PESQUISA Pesquisa, no sentido mais amplo, é um conjunto de atividades orientadas para a busca de um determinado conhecimento. Segundo André e Ludke (1986) a expressão pesquisa atualmente se tornou uma pratica tão notória que muitas vezes compromete o verdadeiro sentindo da mesma ”pode- se notar esse fenômeno em varias instancias da vida social” (p.01) A pesquisa científica se distingue de outra modalidade qualquer de pesquisa pelo método, pelas técnicas, por estar voltada para a realidade empírica e pela forma de comunicar o conhecimento obtido. Segundo André e Ludke (1986) para desempenhar uma pesquisa é preciso promover a confrontação entre os documentos, as evidências, os elementos coletados sobre determinado contexto e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele.
  • 43. 43 A pesquisa foi feita por meio das abordagens qualitativas que assume diferentes significados e compreende um conjunto de diferentes técnicas que visam descrever elementos de um sistema intricado, em suma a pesquisa de cunho qualitativo trata-se de reduzir a distância entre o pesquisador e os sujeitos de pesquisa, entre teoria e dados, entre contexto e ação. Ludke e André (1986) afirmam: A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como principal instrumento. A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que esta sendo investigada, via de regra de trabalho intensivo de campo. (p.11) O desenvolvimento de uma pesquisa qualitativa supõe um corte temporal - espacial de determinado fenômeno por parte do pesquisador. Este corte define campo e a dimensão que o trabalho se desenvolve, isto é, o território a ser mapeado. O trabalho de descrição tem caráter fundamental em um estudo qualitativo, pois é por meio deles que os dão são coletados. 3.3. INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Na pesquisa foram utilizados instrumentos de abordagem qualitativa, pois o mesmo considera a existência de uma relação dinâmica entre mundo real e sujeito sendo eficaz para obter informações relevantes dado pelos futuros profissionais de Pedagogia sobre o seu perfil mediante as políticas educacionais da atualidade. Utilizou-se na primeira etapa o questionário fechado, com diversas opções para obter informações e delinear o perfil dos sujeitos da pesquisa Goldenberg (2000) “as respostas estão limitadas às alternativas, são padronizadas, facilmente aplicáveis, analisáveis de maneira rápida e pouco dispendiosa” (p.08). Na segunda etapa foi utilizado um questionário semi – estruturado com questões pertinentes e relevantes ao estudo proposto o mesmo permitem o sujeito responder livremente, usando linguagem própria e emitindo opiniões.
  • 44. 44 3.4. LOCAL DA PESQUISA A pesquisa foi realizada na Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Ciências Humanas - Campus IV no município de Jacobina, Estado da Bahia, situada na região noroeste do estado, no extremo norte da Chapada Diamantina, a 330 km da capital, Salvador, município este que tem uma população aproximadamente 78.842 habitantes (IBGE 2008). Possui uma área geográfica de 2.319,825 km, altitude 470,443m acima do nível do mar. Seu clima é semi-árido, tendo suas atividades econômicas baseadas no comercio, agricultura, mineração, fabrica no setor de calçados, turismo entre outros. 3.5. SUJEITOS DA PESQUISA A Pesquisa foi realizada com 20 alunos da Rede Uneb 2000 do curso de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Ciências Humanas - Campus IV na cidade de Jacobina – Bahia. 3.6.DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA Tendo como tema central o perfil do profissional de Pedagogia frente a políticas educacionais, e suas implicações na sociedade contemporânea. Buscou-se nos questionários a serem aplicados nos graduandos, identificar os aspectos relevantes de sua trajetória acadêmica e como um futuro profissional, no sentido de apreender suas expectativas em relação ao curso de Pedagogia, bem como as influências que o curso vem exercendo em sua vida pessoal e profissional e mediante a isso se os mesmos se sentem habilitados de assumir novos papéis na sociedade contemporânea e não apenas escolar, mas também o extra – escolar.
  • 45. 45 O desenvolvimento da pesquisa ocorreu em algumas etapas. Em um primeiro momento dirigiu-se a universidade do Estado da Bahia – Campus IV com a finalidade de apresentar a pesquisa e os objetivos bem como coletar os dados com os alunos da Rede Uneb 2000 de Pedagogia. Em segundo momento dirigir ao Suporte pré – vestibular (Antiga Escola Paroquial de Jacobina) no qual se manteve com contatos com os 20 sujeitos, entregando aos mesmos questionários previamente elaborados, tendo se estipulado um prazo de oito dias úteis para entrega dos mesmos. Destes 20 sujeitos somente 14 devolveram questionários a partir disso pode-se dar início a a analise de dados com a seleção de dados com um exame minucioso, a fim de detectar falhas ou erros, evitando informações confusas, distorcidas, incompletas, que podem prejudicar o resultado da pesquisa. Depois é utilizada a etapa de codificação É a técnica operacional utilizada para categorizar os dados que se relacionam. Mediante a codificação, os dados são transformados em símbolos, podendo ser tabelados e contados. Na seqüência ocorre a etapa de interpretação que procura dar um significado mais amplo às respostas, vinculando-as a outros conhecimentos, ou seja, a interpretação significa a exposição do verdadeiro significado do material apresentado, em relação aos objetivos propostos e ao tema.
  • 46. 46 CAPITULO IV APRESENTAÇÃO ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Mediante as necessidades de entender algumas compreensões sobre a os graduandos de curso de Pedagogia da Rede UNEB 2000 da Universidade do Estado da Bahia – Campus IV do município de Jacobina, apresentamos agora os resultados de pesquisa, mediante aos instrumentos de coletas de dados utilizados questionário fechado, questionário semi - estruturado. Vale ressaltar que a proposta de discutir o tema da educação no quadro das políticas públicas contemporâneas nos conduz a recuperar não apenas questões ligadas à definição, manutenção e direcionamento das políticas em curso, mas também as modificações e conseqüências no curso de Pedagogia e conseqüentemente a atuações dos educadores na educação e na sociedade. Apresentaremos nesse momento, o perfil dos sujeitos pesquisados, através do questionário fechado. 4.1 RESULTADO DO QUESTIONÁRIO FECHADO: O PERFIL DOS SUJEITOS 4.1.2 MUNICÍPIO 7% 93% Jacobina Outros Gráfico 1
  • 47. 47 Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos. Ao que se refere ao município que os sujeitos residem 93% são do município de Jacobina e apenas 7% moram em cidades da microrregião de Jacobina. 4.1.3 GÊNERO 7% 93% Feminino Masculino Gráfico 2 Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos Apenas um entre os 14 sujeitos pesquisados são homens, fato já captado pelo senso comum o curso de Pedagogia vem sendo uma profissão basicamente feminina. Santos (2008) afirma que: A um antigo discurso “natural” a inclinação das mulheres para docência. Afirmava-se que elas tinham aptidão para a profissão docente, pois essa passava a ser vista como uma extensão do lar. Assim, a profissão passa a adquirir características marcadamente femininas, tais como, fragilidade, afetividade, paciência, doação, etc. (p.01) Inicialmente, eram os homens que freqüentavam em grande maioria o magistério. Mas, aos poucos essa situação ia mudando em decorrência de salários diminutos e a presença de mulheres que aceitavam esses parcos
  • 48. 48 rendimentos, se tornou maciça nas escolas normais. Esse fenômeno foi registrado em todas as Províncias do Brasil. Para justificar a saída dos homens do magistério, começaram a aparecer discursos que procuravam tornar “natural” a inclinação das mulheres para docência. Afirmava-se que elas tinham aptidão para a profissão docente, pois essa passava a ser vista como uma extensão do lar. Assim, a profissão passa a adquirir características marcadamente femininas, tais como, fragilidade, afetividade, paciência, doação, etc. 4.1.4 FAIXA ETÁRIA 0% 14% 14% 72% 20-25 anos 26-30 anos 31-35 anos Acima de 36 anos Gráfico 3 Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos No grupo de professores, 72% apresentam idade superior a 36 anos. Dos outros 14% tem idade entre 31 e 35 anos e os outros 14% tem entre 26 e 30 anos. Não evidenciando sujeitos entre 20 a 25 anos. Esses dados relativos à faixa etária evidenciam que o Curso de Pedagogia não tem como clientela, jovens que buscam o ensino superior para
  • 49. 49 o ingresso em uma profissão, mas sim professores com mais de trinta anos, que já exercem a profissão docente. 4.1.5 NÍVEL DE ESCOLARIDADE 100% Magistério Científico Nível Superior Licenciatura Outros Gráfico 4 Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos Como era esperado, 100% dos alunos são egressos de Cursos Normais de nível médio o conhecido magistério, isso já era esperado, pois graduação dos mesmos é feita através do programa Rede UNEB 2000. Mororó (2005) afirma “É um Programa de Formação de Professores Rede UNEB 2000, desenvolvido pela Universidade Estadual da Bahia junto a professores das Redes Públicas de Ensino de prefeituras municipais de diversas cidades baianas”. (p.01) em suma são professores já concusados que atua na área de educação infantil e series iniciais. Esse fato se dá porque a legislação impõe essa formação como uma das alternativas para o professor atuar na Educação Infantil e nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental. A outra seria uma habilitação do curso de Normal superior.
  • 50. 50 4.1.6 INSTITUIÇÃO QUE CONCLUIU O ENSINO MÉDIO 100% Pública Privada Gráfico 5 Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos De acordo com as informações do gráfico 100% dos sujeitos analisados são oriundos da escola pública. 4.1.7 ÁREA DE ATUAÇÃO 100% Professor Coordenador Diretor Outros
  • 51. 51 Gráfico 6 Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos Como já esperado por conta as estrutura de sua formação a Rede UNEB 2000 todos são professores de series iniciais. 4.1.8 TEMPO DE ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO 100% 1 ano 2 anos 3-4 anos mais de 5 anos Gráfico 7 Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos Mediante as informações do gráfico os graduandos de Pedagogia tem uma experiência considerável na pratica educativa que possibilita um melhor conhecimento na sua práxis. Segundo Pimenta (20--), também sabem sobre o ser professor através da experiência socialmente acumulada, as mudanças históricas da profissão, o exercício profissional em diferentes escolas, a não valorização social e financeira dos professores, as dificuldades de estar diante de escolas precárias, sabem um pouco sobre as representações e os estereótipos que a sociedade tem dos professores. 4.1.9 VINCULO EMPREGATÍCIO
  • 52. 52 100% Concursado Contratado Professor Substituto Gráfico 8 Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos Como podemos observar no gráfico 100 % dos graduandos são professores concusados do município de Jacobina, fato já esperado, pois uns itens para pleitear e estudar nos cursos da Rede UNEB 2000. 4.1.10 RENDA FAMILIAR 14% 86% 1 a 2 Salários Mínimos 2 a 4 Salários Mínimos 4 a 6 Salários Mínimos 6 a 8 Salários Mínimos Gráfico 19 Fonte: questionário fechado aplicado aos sujeitos
  • 53. 53 Mesmo sabendo que os professores tem um salário base e importante fazer uma analise ,pois estamos fazendo não somente a sua renda mas também a familiar . Mediante as observações percebemos que 86% dos sujeitos tem a renda familiar situada na faixa de 2 a 4 salários mínimos e os outros 14% tem a renda na faixa de 1 a 2 salários mínimos, confirmando – se o baixo salário dos docentes na educação brasileira . 4.2 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO SEMI - ESTRUTURADO Segundo Silva (1999) a analise do discurso dos sujeitos dos profissionais da educação permite muitas vezes, tecer comentários a cerca das compreensões que os mesmos têm acerca de sua atuação profissional e dos problemas que enfrenta a educação como todo. A partir do da analise do questionário semi - estruturado aplicado com os graduandos do curso de Pedagogia, consegui-se compreender o perfil do pedagogo frente às políticas educacionais contemporâneas e suas implicações na sociedade. Para melhor compreensão, a análise é precedida de um estudo sobre alguns aspectos sócio-econômicos em que vivem esses graduandos, a luz das concepções teóricas sustentada na análise das políticas educacionais recentes e das reflexões de alguns autores especialistas no assunto sobre o curso de Pedagogia. 4.2.1 PEDAGOGIA EM TEMPOS DE INCERTEZAS E sua atuação na sociedade mediante as suas perspectivas sobre a vida profissional, pois as rápidas mudanças ocorridas nas últimas décadas e
  • 54. 54 resultantes do grande desenvolvimento e da diversidade quase sem limite da informação influenciam diretamente os rumos dos processos educacionais. Novas e variadas influências nos processos educacionais e expansão do mercado de trabalho fazem com que Pedagogia vivencie momentos de ebulição. Esse tema visa compreender o perfil do pedagogo delimitado pelas políticas educacionais contemporâneas Zabala(1998): É evidente a influência dessas questões sobre a promoção de uma profissionalização mais consistente para a área, com apelo para a constituição de um repertório de conhecimentos profissionais: assim como nas demais profissões, o professor deve possuir saberes eficientes que lhe permitam organizar, intencionalmente, as condições ideais de aprendizagem para os alunos. (p.173) Desta forma os graduandos foram questionados se a habilitação do seu curso supria as expectativas profissionais. Nessa temática pode-se perceber que 100 % dos sujeitos compreendem que o seu curso de formação estar preenchendo suas expectativas e objetivos profissionais. Sobre isso GP1* afirma que: Sim, pois me permite maior domínio e/ou segurança na sua pratica pedagógica. GP2 também afirma: Bastante, logo tem trazido dentro das praticas pedagógicas, muitas orientações que ate então não eram passadas. Mediante as afirmações de GP1 E GP2 pode-se notar que a maior preocupação desses graduandos é a melhoria de sua práxis educativa e avigora o que afirmou Libanêo (2001) Há uma idéia de senso comum, inclusive de muitos pedagogos, de que pedagogia é o modo como se ensina o modo de ensinar a matéria, o uso de técnicas de ensino. O pedagógico ai diz respeito