2. O que é o estresse?
As primeiras referências à palavra “stress”, com significado de “aflição” e
“adversidade”, datam do século XIV.
No século XVII, o vocábulo de origem latina passou a ser utilizado em
inglês para designar “opressão”, “desconforto” e “adversidade”.
4. A Borboleta
Podemos evitar o estresse?
“Não podemos e não devemos evitá-lo. Segundo os especialistas, ausência de estresse é morte.
Cientistas na França fizeram experimentos com lagartas de borboletas, retirando cuidadosamente
as camadas externas de seus casulos para ver se aceleravam o tempo até a borboleta emergir. Não
só as borboletas não saíam mais rapidamente, como elas jamais saíam. Morriam todas! Eles se
deram conta de que lutar para sair do casulo estimulava a secreção de certas enzimas no corpo da
lagarta para finalmente torná-la uma borboleta. Sabe-se também que estudantes cujo organismo
secreta mais adrenalina durante as provas obtêm melhores notas. Mas existe estresse bom e
estresse ruim. O que se busca é o bom.”
Susan Andrews
5. Tipos
Estresse positivo (eustress): tensão com equilíbrio entre esforço, tempo,
realização e trabalho;
Estresse negativo (distress): tensão com rompimento do equilíbrio
biopsicossocial por excesso ou falta de esforço, incompatível com tempo,
resultado e realização.
6. Como Transformar o estresse em algo
favorável?
Segundo a neurociência, nossos estados emocionais são acompanhados por reações das
moléculas de emoção: os neurotransmissores e os hormônios.
Em cada célula do corpo há inúmeros receptores para essas substâncias. Numa situação de curto
prazo, a adrenalina mobiliza a reação de lutar ou fugir. Ela gera uma disposição proativa, ajuda a
mente a ganhar foco e reforça o sistema imune.
O estresse se torna ruim quando é de longo prazo e sem pausa para recuperação ou quando a
pessoa reage de forma hostil às situações. Nos dois casos, a adrenalina não é suficiente e o corpo
precisa secretar cortisol. Em excesso, ele é um veneno para o organismo, pois enfraquece o
sistema imunológico e causa a morte de células cerebrais.
Está diretamente ligado à violência e num estado de raiva, o corpo libera 40 vezes mais cortisol
que o normal. Quem vive com altos níveis de cortisol tem cinco vezes mais chances de morrer
precocemente.
7. SAG: Síndrome Geral da Adaptação
Hans Selye, médico endocrinologista, fez estudos sobre o estresse na
área da saúde;
SAG é o conjunto de todas as reações gerais do organismo que
acompanham a exposição prolongada do estressor”.
8. Estágios:
1ª- FASE DE ALARME:
O organismo tem uma excitação de agressão ou de fuga ao estressor, que pode ser entendida
como um comportamento de adaptação.
Nos dois casos, reconhece-se uma situação de reação saudável ao estresse, porquanto
possibilita o retorno à situação de equilíbrio após a experiência estressante.
Essa fase é caracterizada por alguns sintomas:
taquicardia, tensão crônica, dor de cabeça, sensação de esgotamento, pressão no peito,
extremidades frias, dentre outros.
9. 2ª- FASE DE RESISTÊNCIA:
Havendo persistência da fase de alerta, o organismo altera seus parâmetros de
normalidade e concentra a reação interna em um determinado órgão-alvo,
desencadeando a Síndrome de Adaptação Local (SAL).
Nessa fase, ocorre a manifestação de sintomas da esfera psicossocial como ansiedade,
medo, isolamento social, roer unhas, oscilação do apetite, impotência sexual e outros.
10. 3ª- FASE DE EXAUSTÃO: O organismo encontra –se extenuado pelo
excesso de atividades e pelo alto consumo de energia.
Ocorre, então, a falência do órgão mobilizado na SAL, o que se manifesta
sob a forma de doenças orgânicas.
11. Os sinais e sintomas que ocorrem com maior frequência de nível físico são: aumento da sudorese,
tensão muscular, taquicardia, hipertensão, aperto da mandíbula, ranger de dentes, hiperatividade,
náuseas, mãos e pés frios.
Em termos psicológicos, vários sintomas podem ocorrer tais como: ansiedade, tensão, angústia,
insônia, alienação, dificuldades interpessoais, dúvidas quanto a si próprio, preocupação excessiva,
inabilidade de concentrar-se em outros assuntos que não o relacionado ao estressor, dificuldade de
relaxar, ira e hipersensibilidade emotiva.
Obs. Sete em cada dez brasileiros relatam estresse no trabalho. Destes, quatro desenvolvem a
síndrome de Burnout caracterizada por esgotamentos físico e mental.
16. Causas do estresse no trabalho
Altas cargas de trabalho;
Cargas de trabalho insuficientes. O colaborador se sente subutilizado;
Falta de controle sobre as atividades;
Bullying ou perseguição;
Falta de ajuda interpessoal podendo levar a uma sensação de isolamento;
Ambiente de trabalho com deficiências de iluminação, excessos de calor ou de frio,
barulho, assentos poucos confortáveis, equipamentos que não funcionam e etc.
Obs. Ter que trabalhar sob pressão é a principal causa do estresse no trabalho.
22. Atitude
A velha noção de que situações específicas são estressantes por si mesmas tem
sido contrariada por novas pesquisas, que mostram que esse estresse não é algo
de fora.
A reação do nosso corpo depende muito mais das avaliações que fazemos de um
determinado evento da vida.
Tudo depende da maneira como interpretamos e nos relacionamos com o mundo
ao redor.
Você é o tipo A?
23. Tipo A
Sempre com pressa,
fazendo várias coisas ao
mesmo tempo;
Altamente competitivo e
hostil.
Propenso à ataques
cardíacos.
24. Personalidade Resistente ao Estresse
As mudanças são desafios e não ameaças;
Otimistas;
Fracassos não , lições.
Dedicação a uma meta maior;
25. Qual a diferença entre o carvão e o
diamante?
O diamante foi mais pressionado!
O problema não é o fato que causa o estresse, mas a maneira como nós
respondemos à ele.
26. As defesas do ego
Que projeções eu faço?
Que expectativas crio?
O que idealizo?
O que escondo de mim mesmo (sombra)?
27. É preciso ser uma pessoa zen para
não reagir as emoções negativas?
Precisamos treinar para não alimentar
essas emoções. O problema não é a
causa do estresse - colegas de trabalho
antipáticos, problemas em casa, falta
de dinheiro, mas a nossa reação a ela.
Simplesmente recordar durante cinco
minutos uma situação de raiva ou
hostilidade pode causar a secreção
excessiva de cortisol. Isso baixa o nosso
sistema imune por seis horas.
28. E o que fazer para baixar as taxas de cortisol?
Há técnicas naturais que ajudam a manter as suprarrenais sob controle, recondicionando-as
para que não secretem esse hormônio em excesso.
SPA no trabalho:
Realizar, por alguns minutos e várias vezes ao dia, a técnica da respiração diafragmática.
Quando o diafragma é mobilizado na respiração, estimula o sistema nervoso parassimpático,
que produz a 'Resposta de Relaxamento', oposta à 'Resposta do Estresse'.
29. Sugestões:
A primeira é fazer pequenas pausas ao longo do dia para respiração diafragmática (pode ser
em qualquer lugar: na mesa de trabalho ou até parado no trânsito). É preciso imaginar que
ao inspirar absorvemos energia para as células e ao expirar liberamos o cansaço e as toxinas.
A segunda é indicada para momentos de estresse ou conflito: devemos focar no coração e
respirar, sentindo a força do amor e da compreensão, que pode superar qualquer onda
negativa.
A terceira é procurar qualquer oportunidade de servir alguém, porque esta é uma das
formas mais nobres de evolução pessoal e de saúde física.
30. Como ativar a resposta de relaxamento?
Para aprender a ativar a "resposta de relaxamento", nós precisamos ser capazes
não apenas de ativar o sistema nervoso parassimpático, mas simultaneamente, de
diminuir o nível de hormônios de estresse que, em altas concentrações, são um
tipo de auto envenenamento.
Indicações: yoga, acupuntura, relaxamento, meditação, atividades físicas e
psicoterapia.
31. Uma das práticas mais eficazes para estimular a "resposta de relaxamento" e aliviar o estresse é o
relaxamento profundo, desenvolvido por antigos sábios ao observarem o sono restaurador dos
animais hibernantes.
A meditação alivia o estresse e energiza porque ajuda no revigoramento do sistema nervoso,
diminuindo rapidamente a secreção dos hormônios do estresse.
Finalmente, o alimento que ingerimos afeta tremendamente o nosso nível de estresse. Devemos
evitar uma dieta rica em gordura animal (carne, peixe, ovos).
O excesso de colesterol desses alimentos, combinado com o excesso de colesterol liberado pelo
fígado [...] pode formar placas de gordura e provocar arteriosclerose, hipertensão e ataque
cardíaco.
32. As Patologias do Tempo: Cronos ou
Kairós?
Cronos: o que se produz no tempo. É o tempo quantitativo, da produção, medido com as
batidas do relógio. Tempo sem experiência. Presente perpétuo carente de recordação.
Um presente vazio. Tempo linear e acelerado e vazio. O tempo vivido nas grandes
metrópoles.
Kairós: o que se obtém do tempo. É o tempo qualitativo dos significados, dos valores e
sentidos, medido com as batidas do coração. O tempo das experiências (sair de um
perímetro) ou da ampliação da consciência (o tempo que pode nos transformar).
Atravessar o desconhecido para ampliar as percepções.
Obs. Kairós é uma palavra de origem grega, que significa "momento certo" ou
"oportuno", relativo a uma antiga noção que os gregos tinham do tempo.
33. Patologias do tempo monótono e vazio:
Tédio e monotonia;
Vida mecânica sem sacralidade;
A perda do otimismo;
Melancolia (o tempo do luto, de onde surge a idéia de matar o tempo, de preenchê-lo com coisas vazias – o
tempo das distrações e não do lazer);
Estresse;
Drogas, obesidade, guerras;
Depressão.
Obs. Precisamos resgatar a capacidade de dar sentido às ações.
35. A Melancolia é Alada?
Melancolia: o desinteresse pelo que explica o mundo e dá sentido para
as coisas.
O tédio como diminuição do sentido da vida e do sentido do mundo.
Mundo esvaziado.
Monotonia: tempo como inferno. O tempo das banalidades.
36. A Perda do Otimismo
O Otimismo é a forma mais perfeita e generosa da inteligência” – Domenico de Masi;
“Se teus olhos estiverem cheios de luz, todo o universo se iluminará” – Jesus Cristo;
Como eu percebo mundo?
Como vivo a temporalidade?
O que faço com o tempo livre?
37. O estresse: falta ou excesso?
A perda da capacidade de sacralizar a vida é o grande produtor de estresse;
Precisamos resgatar a capacidade de sacralizar cada instante, executando tarefas preenchidas
de significados;
A vida espiritual (não religiosa) enquanto vida dotada de significados mais profundos;
Dar a cada ação um sentido maior (inteligência noética);
Transformar o tempo livre em tempo criativo e não apenas no tempo da distração.
38. No Cronos, o estresse é o efeito do excesso do tempo sem experiência;
No Kairós, o estresse é o efeito da falta do tempo da experiência.
A incapacidade de tolerar as frustrações vem da dificuldade de dotar a
vida de significados e valores mais profundos. Essas incompetências
podem ser as verdadeiras fontes internas do estresse.