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Copyright © 2020 por Editora Central Gospel.
Dados Internacionais de Catalogaçãona Publicação(CIP)
Autora:LOBO,Marisa
Título:Estresseeansiedade
Riode Janeiro:2020
96 páginas
e-ISBN:978-85-7689-732-3
1.Vida Cristã - Estresse I.Ansiedade II.TítuloIII.
Todos os direitos reservados.É proibida a reproduçãototal ouparcial do
textodeste livropor quaisquer meios (mecânicos,eletrônicos,xerográ cos,
fotográ cos etc.),a nãoser em citações breves,com indicaçãoda fonte
bibliográ ca.
As citações bíblicas utilizadas neste livroforam extraídas da versão
Almeida Revista e Corrigida (ARC),Sociedade Bíblica doBrasil,salvo
indicaçãoespecí ca,e visam incentivar a leitura das Sagradas Escrituras.
Este livroestá de acordocom as mudanças propostas pelonovoAcordo
Ortográ co,em vigor desde janeirode 2009.
1ª edição:Abril/2020
DIRETORIA EXECUTIVA
Elba Alencar
COORDENAÇÃODE E-BOOK GERÊNCIA
DE MARKETING
SarahAlencar
COORDENAÇÃODE MARKETING
Renata Gonçalves
GERÊNCIA EDITORIAL
Jane CasteloBranco
COORDENAÇÃOEDITORIAL
Michelle Candida Caetano
REVISÃO
Maria José Marinho
PROJETOGRÁFICO
André Faria
DIAGRAMAÇÃO
Luiz Felipe Rolim
CAPA
André Faria
DISTRIBUIÇÃODIGITAL:
BRAZIL DELUXE
Editora Central Gospel Ltda
Estrada doGuerenguê,1851 - Taquara
Cep:22.713-001 Riode Janeiro– RJ
TEL:(21)2187-7000
www.editoracentralgospel.com
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições
sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com
ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.
Filipenses 4.6,7
Sumário
1. Capa
2. Folha de Rosto
3. Créditos
4. Introdução
5. Capítulo 1 O que é estresse?
6. Capítulo 2 O que é ansiedade?
7. Capítulo 3 A importância do desabafo
8. Capítulo 4 A eficácia da oração no tratamento de transtornos mentais
9. Capítulo 5 Exercícios para ajudar no controle do estresse e da ansiedade
10. Capítulo 6 Atitudes para tornar a vida mais tranquila
11. Capítulo 7 Conselhos para viver melhor
12. Capítulo 8 Aprendendo com a ansiedade de Marta
13. Conclusão
14. Agradecimentos
15. Referências Bibliográficas
O
Introdução
estresse é caracterizado pelo desgaste que ocorre no dia a dia da
pessoa, em que ela é forçada a enfrentar diferentes situações
que a deixam irritada, amedrontada, confusa etc. Assim, nos
contextos estressantes, surgem emoções fortes, tensões emocionais
e um estressor (agente produtor de estresse).
Além disso, o estresse é um sintoma que muda o estado
emocional de forma indescritível. Ele pode ser caracterizado por
sensações de irritação, medo, desconforto, preocupação, frustração,
indignação, nervosismo e ser motivado por diversas razões. Muitas
vezes, a causa do estresse é desconhecida.
Quando o estresse interfere na vida e no trabalho (fazendo com
que seja difícil passar dias tranquilos por um longo período), ele
pode ser perigoso tanto para a mente quanto para o corpo. Isso
acontece porque o estresse também leva a incômodos físicos.
O estresse pode ser causado pela ansiedade e pela depressão,
devido à mudança brusca no estilo de vida e à exposição a
determinado ambiente, que leva a pessoa a sentir certo tipo de
angústia — no caso da Síndrome de Burnout — concernente à
motivação no trabalho, ao relacionamento com metas, a cobranças
etc. Assim, ele pode estar presente em forma de doenças, con itos
psicológicos e situações do cotidiano.
Em relação à ansiedade, uma dose dela é normal e faz bem.
Essa condição pode ser decorrente de uma entrevista de trabalho,
uma viagem, um exame de vestibular ou uma situação de risco em
potencial (quando, por exemplo, se caminha em uma rua deserta
com a sensação de ser seguido). Dessa forma, a ansiedade costuma
deixar as pessoas sempre em estado de alerta.
Do ponto de vista psíquico, a ansiedade é um estado de
apreensão, expectativa ou medo diante do inesperado,
acompanhada por uma sensação de desconforto e insegurança.
Na Bíblia, há relatos sobre a ansiedade. Um deles é o do rei
Davi, que questionou até quando teria ansiedade, preocupação e
tristeza em seu coração (Sl 13.2). Porém, o que o ajudou a lidar com
isso foi a atitude de abrir o coração a Deus em oração, con ando
plenamente no Seu amor (v. 5; 62.8).
De fato, Deus quer que as pessoas lhe entreguem suas
preocupações, para que Ele lhes traga alívio, conforme as Escrituras
relatam em 1 Pedro 5.7 NTLH: Entreguem todas as suas preocupações a
Deus, pois ele cuida de vocês.
Neste livro, serão apresentadas respostas para as seguintes
perguntas: O que é ansiedade? O que é estresse? Como a pessoa
sabe que é ansiosa? Como lidar com a ansiedade? O cristão pode ter
ansiedade? Essas são dúvidas comuns sobre um tema de grande
relevância.
Não são poucos os que sofrem com estresse e ansiedade.
Muitos, entretanto, não compreendem tais condições ou têm
conceitos confusos sobre elas. Portanto, esclareceremos o assunto e
ensinaremos como é possível controlá-las, não permitindo que se
transformem em depressão e limitem a vida a uma prisão
psicológica. Boa leitura!
C A P Í T U L O 1
O QUE É ESTRESSE?
E
stresse, segundo o Dicionário Aurélio, é “o conjunto de
reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica,
infecciosa, e outras, capazes de perturbar-lhe a homeostase;
estricção”.
Todos temos preocupações, e isso é normal. Porém, o que não é
considerado um estado mental saudável é estarmos sempre
preocupados. A condição de preocupação crônica é um padrão
negativo de pensamento que os psicólogos ajudam a quebrar.
Assim, os “preocupados crônicos” correm o risco de adquirir
problemas de saúde devido à resposta ao estresse prolongada pelo
corpo. Quando experimentamos o estresse, nosso corpo libera os
hormônios cortisol e adrenalina.
Esses hormônios causam o aumento da pressão arterial e da
frequência cardíaca e provocam outras alterações psicológicas que,
durante um longo período de tempo, encurtam a vida. Em um
estudo britânico sobre estresse e mortalidade, os pesquisadores
descobriram que o estresse leva a um risco maior de morte por
doenças cardiovasculares, câncer, ataque cardíaco e acidente
vascular cerebral.
As causas do estresse podem ser internas ou externas. Quando
os sintomas dele persistem por um longo intervalo de tempo,
ocorrem sentimentos de evasão (ligados à ansiedade e à depressão).
No entanto, nossos mecanismos de defesa passam a não responder
de forma e caz, aumentando, assim, a possibilidade de surgirem
doenças, especialmente cardiovasculares.
Alguns medicamentos podem desenvolver ou piorar os
sintomas do estresse, como: inaladores usados para tratar asma;
medicamentos para tireoide; algumas pílulas dietéticas; alguns
remédios para resfriado; e produtos com cafeína, cocaína, álcool e
tabaco.
Quando os sintomas ocorrem com frequência, o indivíduo
passa a ter distúrbios de ansiedade. O tratamento para o estresse
consiste em três abordagens: administrar os estressores, aumentar
a resistência a estes e mudar a forma de enfrentá-los.
É importante saber o que é um fator estressor. Este pode ser
um acontecimento, uma situação, uma pessoa ou um objeto, que se
identi ca como elemento estressante e induz à reação de estresse.
Tal fator pode variar amplamente quanto à natureza,
abrangendo desde componentes psicossociais e comportamentais
— como frustração, ansiedade e sobrecarga — até elementos de
origem bioecológica e física, incluindo o ruído, a poluição, a
temperatura e a nutrição. A imaginação e a antecipação também
podem agir como fatores estressantes e desencadear reações de
estresse.
Segundo a Associação Americana de Psicologia, há três tipos
de estresse: o agudo, o agudo episódico e o crônico.
Estresse agudo
O estresse agudo é uma reação do corpo a um momento ou
fator estressor. Os sintomas da reação aguda ao estresse passam,
em grande parte, pelos sintomas ansiosos, como: ativação psíquica,
instabilidade de humor, apreensão e insegurança.
A Associação Americana de Psicologia descreve estes sintomas
físicos de quem passou por estresse agudo: dor de cabeça tensional,
dor nas costas, dor na mandíbula, dores musculares em geral, azia,
atulência, diarreia, palpitações cardíacas, aumento de pressão e
mãos suadas.
Estresse agudo episódico
A Associação Americana de Psicologia de ne o estresse agudo
episódico como a condição em que os estímulos que causam as
reações agudas ao estresse se repetem com frequência.
Nesse caso, os sinais são os sintomas do estresse agudo, mas
prolongados, como: dores de cabeça tensionais persistentes,
enxaquecas, hipertensão, dor no peito e doenças cardíacas.
Já a Síndrome de Burnout é uma resposta do organismo a esse
estresse prolongado relacionado ao ambiente de trabalho, que não
foi solucionado, procrastinado ou evitado de alguma forma.
Burnout pode ser confundida com demais transtornos, como ataque
de ansiedade, pânico e outros.
Estresse crônico
Estresse crônico é a resposta à pressão emocional sofrida
durante um período prolongado de tempo, no qual o indivíduo
percebe que tem pouco ou nenhum controle. Ele envolve uma
resposta do sistema endócrino no qual corticosteroides são
liberados.
Transtorno do estresse pós-traumático
O Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) é um
distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e
sintomas físicos, psíquicos e emocionais em decorrência de o
portador ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de
situações traumáticas que, em geral, representaram ameaça à sua
vida ou à de terceiros.
Quando se recorda do fato, a pessoa revive o episódio como se
ele estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação
de dor e sofrimento que o agente estressor provocou. Essa
recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações
neuro siológicas e mentais.
Aproximadamente entre 15% e 20% das pessoas que, de
alguma forma, estiveram envolvidas em casos de violência urbana,
agressão física, abuso sexual, terrorismo, tortura, assalto, sequestro,
acidentes, guerra, catástrofes naturais ou provocadas desenvolvem
esse tipo de transtorno. Porém, a maioria só procura ajuda dois
anos depois das primeiras crises.
Por isso, é importante car atento aos sintomas clássicos:
fadiga constante e necessidade de dormir mais; irritabilidade,
ansiedade e baixa libido; dores, gripes e resfriados recorrentes;
tonturas, tremores e sudorese; sensibilidade extrema a frio e calor;
descoloração da pigmentação da pele; queda de cabelo corpóreo;
má digestão e assimilação.
Logo, para facilitar o controle do estresse, é preciso tomar
cuidado também com a alimentação. Consumir os alimentos de
acordo com o seu tipo metabólico ajuda a aproveitar melhor os
nutrientes geradores de energia. Há indivíduos que precisam mais
de proteínas e gorduras; já outros necessitam de mais carboidratos.
Ainda existe um grupo de pessoas que se sente bem quando tem
uma alimentação equilibrada com todos esses macronutrientes.
C A P Í T U L O 2
O QUE É ANSIEDADE?
A
nsiedade é a preocupação excessiva com o que vai
acontecer. É por isso que o ansioso tem o costume de
antecipar os acontecimentos, antes mesmo de enfrentar
uma possível situação perigosa ou difícil.
No entanto, a ansiedade, em alguns casos, não ajuda e só piora
a situação. Por esse motivo, não é bom sermos dominados por essa
condição, porque ela rouba nossa paz e pode ser geradora de
muitos problemas físicos e psicológicos. Além disso, é capaz de
atrapalhar nosso trabalho, nossas amizades, nossos
relacionamentos e nossa fé.
Ansiedade é um termo geral para vários distúrbios que causam
nervosismo, medo, apreensão e preocupação. Ela é uma reação que
todo indivíduo experimenta diante de algumas situações do
cotidiano, como, por exemplo, no ato de falar em público, nas
expectativas de datas importantes, em entrevistas de emprego, em
vésperas de provas, nos exames clínicos, entre outras.
Algumas pessoas, porém, vivenciam essa reação de forma mais
frequente e intensa, que pode ser considerada patológica e
comprometer a saúde emocional. Nesse caso, ela é chamada de
transtorno de ansiedade e pode desenvolver doenças graves e levar
até mesmo ao suicídio.
Transtorno de ansiedade
Não se sabe ao certo por que algumas pessoas são mais
propensas à ansiedade descontrolada do que outras. Alguns fatores
que podem estar envolvidos são: genética, ou seja, histórico familiar
de transtornos de ansiedade; ambiente, por exemplo, passar por
determinado evento traumático ou estressante; e doenças físicas.
Os transtornos de ansiedade se diferenciam do medo ou da
ansiedade normais, adaptativos, por serem excessivos ou
persistirem além de períodos apropriados ao nível de
desenvolvimento. De acordo com o Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), esse é um distúrbio
que se caracteriza pela preocupação excessiva ou expectativa
apreensiva.
Estudos mostram que o transtorno está ligado aos
neurotransmissores que proporcionam ao cérebro a sensação de
bem-estar e felicidade, como serotonina, dopamina e norepinefrina.
Porém, não é apenas isso. Fatores genéticos, qualidade de vida,
alimentação e rotina de estresse também estão relacionados ao
desenvolvimento da ansiedade.
São sintomas psicológicos da ansiedade:
• constante tensão ou nervosismo;
• sensação de que algo ruim vai acontecer;
• problemas de concentração;
• medo constante;
• descontrole sobre os pensamentos, principalmente
di culdade em esquecer o objeto de tensão;
• preocupação exagerada em comparação com a realidade;
• problemas para dormir;
• irritabilidade;
• agitação dos braços e das pernas.
São sintomas físicos da ansiedade:
• dor ou aperto no peito e aumento das batidas do coração;
• respiração ofegante ou falta de ar;
• aumento do suor;
• tremores nas mãos ou em outras partes do corpo;
• sensação de fraqueza ou cansaço;
• boca seca;
• mãos e pés frios ou suados;
• náusea;
• tensão muscular;
• dor de barriga ou diarreia.
Ataques de pânico
Os ataques de pânico são uma reação comum aos transtornos
de ansiedade, principalmente na síndrome do pânico. Estas são
suas principais características:
• sensação de nervosismo e pânico incontroláveis;
• sensação de morte;
• aumento da respiração;
• aumento da frequência cardíaca;
• tonturas e vertigens;
• problemas gastrointestinais.
Em alguns casos, os sintomas físicos são tão intensos que
podem ser confundidos com infarto e outros eventos
cardiovasculares.
Diagnóstico de ansiedade
De início, o pro ssional investiga se há alguma causa física
para a ansiedade excessiva. Enquanto isso, à medida que conversa
com o paciente, ele faz uma análise e entende quais condições
podem levar a pessoa a ter essa ansiedade exagerada.
Caso o médico não identi que as causas físicas, ele pode
comparar seus sintomas com o Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5) para entender qual é seu quadro.
Outros distúrbios ligados à ansiedade
Segundo Tatiana Pimenta, CEO e Fundadora da Vi ude, não é
apenas o Transtorno da Ansiedade Generalizada (TAG) que está
ligado à ansiedade patológica, mas também outros distúrbios que
pessoas com esse transtorno podem apresentar. Veremos alguns a
seguir.
Síndrome do Pânico
É marcada por diversos sintomas, como medo da morte ou de
sair de casa, angústia, tremores, falta de ar, dor no peito,
taquicardia, entre outros. Essas manifestações podem durar cerca
de 20 minutos ou serem mais longas. Não é preciso um motivo
especí co para a pessoa desenvolver o pânico, uma vez que ele
pode surgir sem razão.
Agorafobia
Esse distúrbio acontece com pessoas que já passaram por
crises de ansiedade ou fobia e vivem tensas, com medo de terem
novas manifestações. Isso faz com que o paciente evite lugares nos
quais acredita que os sintomas aparecem e podem causar um
isolamento social.
Estresse Pós-Traumático
Ele se manifesta após um evento que causa traumas, como
assaltos, violência sexual, sequestro, acidentes, perdas repentinas,
entre outros. É comum que a pessoa sofra com ashbacks dessas
situações, o que causa sintomas de ansiedade.
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)
Tem a ver com pensamentos obsessivos ligados à ansiedade e
que geram comportamentos repetitivos, como mania de limpeza,
compulsão (seja por jogos, compras ou alimentos), perfeccionismo
etc.
Fobias
É o medo irracional de diferentes coisas, como altura, voar de
avião, lugares fechados, animais, entre outros.
Como a pessoa ansiosa enxerga o mundo?
Não podemos mais negar a ciência no tocante às doenças
mentais, pois as pessoas não podem ser responsabilizadas por
terem tais distúrbios. No entanto, infelizmente, ainda há quem
acredite na ideia de que esses problemas são coisas “que só existem
na cabeça de tais indivíduos”. Logo, a ignorância faz a sociedade
adoecer e causa sofrimento a toda geração.
Segundo o novo estudo da revista Current Biology, quem sofre
de ansiedade percebe o mundo de um jeito diferente — e isso se
explica por variações no cérebro. Sendo assim, tudo tem a ver com a
plasticidade cerebral, ou a capacidade de o órgão reorganizar-se e
formar novas conexões.
Plasticidade cerebral
Segundo a fonoaudióloga Daniela Cunha Agonilha,
plasticidade cerebral é a denominação das capacidades adaptativas
do Sistema Nervoso Central (SNC) — sua habilidade para
modi car sua organização estrutural própria e seu funcionamento.
É a propriedade do sistema nervoso que permite o desenvolvimento
de alterações estruturais em resposta à experiência, como
adaptação a condições diferentes e a estímulos repetidos.
Esse fato é mais bem compreendido por meio do conhecimento
do neurônio, da natureza das suas conexões sinápticas e da
organização das áreas cerebrais. Assim, a cada nova experiência do
indivíduo, redes de neurônios são rearranjadas, outras tantas
sinapses são reforçadas, e múltiplas possibilidades de respostas ao
ambiente tornam-se possíveis.
Existem variáveis importantes no sentido de entender o
potencial para a recuperação funcional após a lesão. São elas: idade
do indivíduo, local e tempo da lesão e a natureza dela. Tais
mudanças ditam como a pessoa responde a estímulos. Os
pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, de Israel,
descobriram que quem é diagnosticado com ansiedade tem menos
propensão a distinguir entre os estímulos seguros, ou neutros, e os
ameaçadores.
Os cientistas perceberam que as pessoas que sofrem de
ansiedade têm uma plasticidade mais duradoura depois de uma
experiência emocional (ou “estímulo”). Isso signi ca que o cérebro
é incapaz de distinguir situações novas e irrelevantes de algo que é
familiar e não ameaçador, resultando em ansiedade. Em outras
palavras, os ansiosos tendem a generalizar demais as experiências
emocionais, sejam elas ameaçadoras ou não.
Além disso, conforme observam os estudiosos, essa reação não
é algo que está no controle dos indivíduos ansiosos, porque se trata
de uma diferença fundamental do cérebro. Para o pesquisador Rony
Paz, “os traços da ansiedade podem ser completamente normais e
até bené cos do ponto de vista da evolução. Mas um evento
emocional, mesmo que de pouca importância, pode induzir
mudanças no cérebro que podem levar a um transtorno de
ansiedade”.
A nova pesquisa é um lembrete de que as pessoas não podem
ser responsabilizadas por terem doenças mentais, uma vez que as
evidências indicam que a saúde mental tem raízes genéticas e
siológicas. Um estudo de 2015 descobriu que a ansiedade pode ser
hereditária, enquanto outras pesquisas sugerem que a depressão
pode ser uma doença in amatória.
Todavia, apesar de um crescente conjunto de pesquisa, as
doenças mentais ainda são cercadas por estigmas. Segundo o
Centro de Prevenção e Controle de Doenças, órgão do governo
americano, apenas 25% das pessoas que sofrem de doença mental
acreditam que os outros indivíduos compreendem suas
experiências.
Causas da ansiedade
A ansiedade pode ser provocada por qualquer motivo, já que
depende da importância que o indivíduo dá a uma determinada
situação. Ela pode surgir em adultos ou crianças.
Contudo, a ansiedade aguda e o estresse são mais comuns em
certas situações, como a insegurança do primeiro dia de trabalho, o
casamento, os problemas familiares ou os compromissos
nanceiros, por exemplo. Logo, é importante identi car a causa
para conseguir tratá-la, a m de que não se torne crônica.
Além disso, em algumas situações, o uso excessivo de redes
sociais também pode acarretar ansiedade, tristeza e mal-estar.
Diferenças entre estresse e ansiedade
Pesquisadores que estudam as diferenças entre o estresse e a
ansiedade chamam o estresse de “estresse da vida”, porque é
geralmente em resposta às pequenas irritações diárias. Por
exemplo, derramar seu café no caminho até a porta, pela manhã, é
um evento estressante da vida.
Desse modo, se você tiver um momento de menor estresse
como esse e responder como se fosse “o m do mundo”, tem um
padrão de pensamento negativo de alguém que não aprendeu a
gerir o estresse também.
Um indivíduo com transtorno de ansiedade tem o costume de
preocupar-se com a possibilidade de derramar seu café, atrasar-se
para o trabalho, ser ridicularizado por seus colegas de empresa etc.
antes mesmo de o café ser derramado.
Pesquisadores que estudam essa diferença descobriram que as
pessoas que percebem que têm pouco controle sobre eventos
ambientais são mais propensas a responder a uma mudança de
vida com sintomas de depressão e ansiedade.
Assim, quando a preocupação se torna parte normal de sua
vida e continua por meses, é provável que você tenha desenvolvido
um transtorno de ansiedade. Preocupação crônica durante seis
meses ou mais é um dos critérios para o diagnóstico de ansiedade.
Se o estresse é preocupante para você, ele provavelmente se tornou
um problema.
A vida se torna diferente por causa das preocupações
As mudanças que você faz em sua vida dependem da causa do
seu estresse, mas, se você evita pessoas, determinados lugares ou
eventos devido à sua condição, é provável que tenha um problema
de ansiedade.
Quando o medo é a razão pela qual você não se socializa com
os amigos, não vai a eventos especiais dos quais costumava
desfrutar ou percebe que sua produtividade no trabalho diminuiu,
é possível que tenha progredido de um problema de estresse para
um de ansiedade.
A Associação de Ansiedade e Depressão da América diz:
“Todo mundo experimenta estresse e ansiedade em um momento
ou outro. A diferença é que o estresse é uma resposta a uma
ameaça numa situação. A ansiedade é uma reação ao estresse. A
ansiedade é o estresse crônico, enquanto o estresse é uma resposta
normal a algo perturbador. Então, podemos evitar ambos,
escolhendo responder com aceitação e colocando-nos em uma
mentalidade positiva quando enfrentamos este novo desa o”.
Teste de ansiedade
Se você acha que sofre com ansiedade, selecione como se
sentiu nas últimas duas semanas:
1. Nervoso, ansioso ou no limite. Sim/ Não
2. Mais cansado. Sim /Não
3. Com di culdade para dormir? Sim/ Não
4. Com di culdade para deixar de car preocupado. Sim/ Não
5. Com di culdade para relaxar. Sim /Não
6. Tão preocupado que foi difícil car parado. Sim/ Não
7. Facilmente irritável ou chateado. Sim /Não
8. Com medo de que algo ruim fosse acontecer. Sim/ Não
Quais as melhores formas de tratamento da ansiedade?
É essencial o acompanhamento de um psicólogo ao serem
detectados sintomas de transtornos de ansiedade. Por meio de
diferentes formas de terapia, o pro ssional analisará o caso,
identi cará o fator desencadeador do distúrbio e combaterá as
complicações que a doença pode causar.
Em alguns casos, o especialista pode sentir a necessidade do
acompanhamento de um psiquiatra, que analisará o paciente e
receitará medicamentos que ajudem no tratamento.
Porém, uma mudança no estilo de vida também é essencial
para combater a ansiedade, incluindo atividades físicas,
alimentação rica e balanceada, contatos sociais, momentos de lazer
etc.
Sessões de psicoterapia
A psicoterapia é um processo que pode ajudar os indivíduos
que sofrem com ansiedade. Ela é um tratamento colaborativo
baseado na relação entre o paciente e o psicólogo. Uma das
abordagens e cientes no tratamento de quadros ansiosos é a
terapia cognitivo-comportamental, que tem uma atuação focal e
direta.
Exercícios físicos
Procure reservar tempo para caminhada, corrida ou qualquer
atividade física que lhe proporcione prazer. Exercícios físicos
realizados de forma regular ajudam a fortalecer o sistema
imunológico e a prevenir doenças cardiovasculares e obesidade.
Além disso, aumentam o bem-estar, a disposição para tarefas
diárias e a produtividade no trabalho. Também diminuem a insônia
e melhoram a saúde mental, prevenindo a depressão e aliviando o
estresse.
Contato com a natureza
Estar em contato com a natureza alivia o estresse e diminui a
ansiedade. Por isso, sempre que possível, chame seus amigos para
irem à praia, observarem o mar e a natureza. Você também pode
ouvir músicas, assistir a bons lmes, divertir-se, descansar e
desligar-se. Por meio de atitudes simples, algumas mudanças na
sua rotina podem trazer-lhe benefícios.
Oração e agradecimento
A oração, além de reforçar a fé, é como um bálsamo na vida de
quem sofre de ansiedade, pois ajuda a diminuir os sintomas em
poucos minutos. Além de acalmar, ela ameniza a tensão e consegue
transportar a pessoa para fora do problema.
A conexão com Deus nos faz compreender que a ansiedade
excessiva não nos ajuda no momento de tensão. Ela também nos
ajuda a reestabelecer a calma em momentos de pico e a prevenir os
períodos ansiosos. Por isso, nossa sugestão é que você ore contra a
ansiedade ao acordar e antes de dormir, para paci car seu sono.
O poder da fé para ajudar na cura é reconhecido até pelos
cientistas. O psiquiatra americano Harold G. Koenig defende que a
oração auxilia na recuperação de pacientes em estado grave, muitos
dentre os quais já desenganados pelos médicos.
Portanto, a integração da religião com a espiritualidade —
frequentar a igreja e orar — pode proteger as pessoas do estresse e
evitar os efeitos destrutivos da hipertensão.
C A P Í T U L O 3
A IMPORTÂNCIA DO
DESABAFO
E
m geral, o homem passa por situações de frustração e
tristeza, que podem ser desencadeadas por diversos motivos,
desde os considerados banais até os mais sérios. Quando
esses sentimentos cam guardados, eles se acumulam e podem dar
início a uma série de problemas, como estresse, ansiedade e
depressão.
Sendo assim, uma das melhores formas de evitar esse acúmulo
de problemas é desabafando, pois, quando você se abre com
alguém, expõe o que sente e entende melhor o problema por meio
de seus sentimentos e suas emoções.
Os benefícios do desabafo
Desabafar não é o mesmo que reclamar. Geralmente, pessoas
que reclamam demais são malvistas, porque esse comportamento
não é adequado e só serve para atrair negatividade e criar crenças
limitantes no indivíduo. Já o desabafo ajuda a aliviar o estresse e a
resolver problemas quando feito no ambiente correto, com a pessoa
certa.
Diferenças entre reclamar e desabafar
O indivíduo que reclama constantemente fala sobre seus
problemas a todo e qualquer momento, sem nenhum tipo de ltro.
Já o que desabafa sabe a importância de desabafar e, assim, espera
para abrir-se com alguém em quem con a e, em particular, no
momento dedicado apenas a isso. O que pode parecer um detalhe
separa a atitude positiva daquela que só prejudica e não leva a lugar
algum.
Sendo assim, a melhor maneira de livrar-se das emoções
negativas é falando sobre elas. Falar a respeito de suas tensões e
ansiedades pode ajudá-lo a seguir em frente, resolvendo problemas
de forma e ciente e saudável. Quando temos a oportunidade de
fazer um desabafo, que tem como foco o alívio de nossas dores,
conseguimos esclarecer os sentimentos em nossa mente e enxergar
tudo sob uma nova perspectiva.
O desabafo do ponto de vista físico e mental
Quando as emoções são fortes e não são descarregadas de
maneira correta, a mente se torna desequilibrada, e a função
neocortical do cérebro é desativada. Esse desequilíbrio faz você se
sentir confuso, o que pode levá-lo a criar uma versão distorcida das
situações, di cultando a identi cação do que realmente o perturba.
É como se a visão casse turva, impedindo-o de ter um
entendimento claro sobre as coisas.
Não falar dos sentimentos gera estresse, que pode desencadear
problemas até mesmo físicos. O estresse leva os músculos a carem
tensos, resultando em di culdades para dormir, cólicas e dores
musculares. Por esse motivo, falar sobre suas emoções ajuda a
liberá-las do seu corpo e dos seus pensamentos. Da mesma forma
que os exercícios físicos ajudam a limpar e a relaxar a mente, o
desabafo auxilia na recuperação de sua força mental e física.
Muitos casos de depressão têm origem no silêncio. Quando
não conseguimos colocar para fora o que sentimos, o que pensamos
e o que queremos, adoecemos.
Como funciona o desabafo no cérebro
Durante o dia, o programa motor do nosso cérebro perde horas
montando pensamentos e sentimentos, sendo des ado a revisar
nossos problemas. Assim, quando desabafamos, nosso cérebro
passa a descansar.
É por isso que guardar um segredo dá trabalho e contá-lo é tão
bom. Preocupações, assim como segredos, são representações
mentais angustiantes que levam à ativação de uma estrutura do
cérebro especializada em antecipar problemas: o córtex cingulado
anterior. Ao ser ativado, ele dispara uma série de alarmes — parte
da resposta ao estresse da preocupação —, deixando tanto corpo
quanto cérebro tensos.
Além disso, já que o cérebro sabe colocar seus pensamentos
em palavras, camos remoendo a preocupação ou o segredo,
ensaiando mentalmente sua versão motora, produzida pela boca.
No entanto, sem ter com quem desabafar, esse programa motor ca
só na vontade e não sai. Assim, tem-se um cérebro cada vez mais
a ito, que precisa ter força cognitiva, atenta, para segurar
ativamente suas palavras.
Com a oportunidade do desabafo, o programa motor tão
ensaiado é executado e não precisa mais ser segurado pelo seu
córtex pré-frontal; dessa forma, o cingulado anterior pode soltar-se,
sentir-se aliviado e desligar os alarmes que ajudavam o restante do
cérebro a manter o controle.
Essa é uma das razões pelas quais desabafar em uma
psicoterapia pode ser tão bom. Nela, você alivia o cérebro e começa
dar sentido real às circunstâncias. No entanto, não é só com o
psicólogo ou terapeuta que você deve fazer o simples desabafo, mas
também com amigos, parentes, líderes religiosos e até mesmo com
estranhos. Estes servem quando você precisa de uma oportunidade
para descarregar suas preocupações em palavras.
Um estudo recente da Universidade de Harvard mostrou que,
tendo opção entre responder a perguntas sobre gostos e hábitos
dos outros, sobre simples fatos ou sobre si mesmos, os
participantes preferiram falar de si mesmos — e até pagavam para
escolher essa alternativa, mesmo cando dentro de um aparelho de
ressonância magnética, onde só os pesquisadores viam suas
respostas. A preferência por falar de si está relacionada a uma
ativação maior das estruturas do sistema de recompensa, o que gera
prazer.
Desabafar faz bem
Desabafar em um momento de crise ajuda a acalmar a mente.
A pessoa que guarda os problemas pode ter desgaste mental e
doenças, como, por exemplo, a depressão.
Por esse motivo, diante do desemprego, da morte de um
familiar ou de uma grande perda, a facilidade com que se adquire a
depressão é muito maior nesse período. A crise deixa a pessoa mais
vulnerável, fazendo com que perca a esperança. Ainda que não
tenha condições de ir a um psicólogo, você pode desabafar com um
amigo ou conhecido. Isso ajuda a melhorar.
Quero desabafar, mas com quem?
Muitos líderes ou pessoas comuns sentem a necessidade de
desabafar, mas não sabem com quem, e isso os torna tristes.
Sinceramente, a maior di culdade no meio cristão é fazer amizade
ou construir um laço de relação de con ança com alguém que seja
uma via de mão dupla. Inclusive, isso dá trabalho. Hoje, vivemos
em uma era de egoísmo, e, para alguns, é mais fácil falar que não
tem problema, a m de não precisar falar ou até mesmo para não
precisar ouvir.
Pastores, líderes religiosos, psicólogos e psicanalistas ouvem os
problemas de todos, mas não têm com quem falar dos seus, por
medo de serem julgados, condenados ou tachados de fracos e
pecadores. A nal, eles levam sobre si um rótulo de vitória completa
e, desse modo, não conseguem mostrar que têm defeitos, uma vez
que seus liderados podem não mais segui-los, admirá-los ou con ar
neles. Porém, essa concepção errônea tem levado muitos líderes
cristãos à exaustão.
É por esse motivo que buscar ajuda de um pro ssional
comprometido com sua ética pro ssional é importante, pois, ao agir
assim, o indivíduo tem a certeza de que não será exposto —
situação que é temida por muitos. Além disso, psicólogos não são
amigos do paciente. Este paga com um objetivo, mesmo que seja
apenas para desabafar.
Dessa forma, todos os líderes e/ou cristãos que atendo e atendi
ao longo dos anos zeram essa queixa, a qual, para alguns, é
acompanhada de grande frustração, já que eles não têm com quem
desabafar, seja por falta de con ança, seja por não terem alguém
que saiba ouvir.
A importância de saber ouvir
Assim como desabafar é necessário, saber ouvir os desabafos
de outras pessoas também é fundamental. Você fala o que sente
para alguém de sua con ança? Costuma escutar os desabafos dos
seus amigos? Acredita que tem retribuído positivamente àqueles
que ouvem os seus desabafos, fazendo o mesmo por eles?
Encontrar o equilíbrio entre falar e ouvir é muito importante para o
amadurecimento e o desenvolvimento humano.
Ouvir é algo que vai muito além de apenas escutar o que o
outro diz. Ao ouvir verdadeiramente as pessoas, conseguimos
entendê-las de uma forma melhor, o que é fundamental para
manter uma comunicação e caz, evitar con itos, estreitar laços,
gerar con ança e agir com mais empatia e tolerância com o
próximo. Saber ouvir é tão necessário quanto desabafar.
Como estão suas habilidades de ouvinte? Você acredita que
tem ouvido as pessoas na essência, dando verdadeira atenção para
o que elas dizem? Elas podem con ar em você?
Nós, como cristãos, precisamos desenvolver a escuta e caz,
para que nos tornemos ouvintes mais pacientes e empáticos e
menos julgadores. Dessa maneira, retribuiremos o bem àqueles que
nos ouvem, servindo como um espelho para que eles também
aperfeiçoem suas habilidades como ouvintes.
Portanto, seja o início de um círculo vicioso do bem e espalhe
amor por onde passar. Se a Igreja entender que precisa con ar em
pessoas que não vão falar das outras e que essa é uma ferramenta
e caz para ajudá-las, ela desenvolverá mais sua escuta.
Benefícios de saber ouvir
Saber ouvir não bene cia apenas quem desabafa, mas também
quem ouve. Essa habilidade proporciona uma série de vantagens na
vida pessoal e na pro ssional. Quando a pessoa sabe ouvir, ela:
• é reconhecida com uma boa companhia, agradável e exemplo
de cordialidade. Quando isso acontece, ela incentiva os
outros a agirem de forma positiva também;
• tem mais apoio, porque pessoas que sabem ouvir se tornam
ótimas companhias e nunca estão sós;
• adquire maior compreensão sobre as pessoas e suas atitudes,
evitando con itos e favorecendo a união, já que compreender
o que os outros falam pode ser um grande desa o quando
não se ouve o que eles dizem profundamente;
• não apenas pratica uma boa ação, mas também tem a
oportunidade de aprender com a pessoa que desabafa;
• conhece novas situações, novas reações e novos sentimentos
por meio da vivência de terceiros, o que pode ser muito
enriquecedor;
• é mais feliz à medida que dá mais atenção às pessoas e sente
empatia por elas — meio essencial para fortalecer os laços de
amizade;
• tem a oportunidade de ajudar as pessoas que sofrem caladas
e não têm com quem desabafar;
• adquire o sentimento de poder ajudar, que é altamente
recompensador.
Contudo, é importante ressaltar que sempre se deve agir de
coração e sem esperar algo em troca, para não criar expectativas que
podem gerar ansiedade e frustração.
Sendo assim, comece a desabafar sobre seus sentimentos e
suas a ições, para que se conheça melhor e adote uma postura mais
positiva perante os desa os da vida. E mais do que isso, tenha a
consciência de que pode ajudar as pessoas que sofrem e retribuir-
lhes o bem quando aprende a ouvi-las em plenitude.
O caminho da cura para as dores inclui ouvir e falar. Nesse
aspecto, o que a Bíblia diz sobre confessar os pecados? A Sagrada
Escritura revela que devemos confessá-los a Deus para recebermos
perdão. A con ssão mostra arrependimento e vontade de mudar.
Em algumas situações, é importante também confessar o pecado a
outras pessoas.
Confessar para ser perdoado
A Bíblia ressalta que quem confessa seus pecados recebe o
perdão de Deus: Se confessarmos os nossos pecados, ele é el e justo para
nos perdoar os pecados e nos puri car de toda injustiça (1 Jo 1.9). No
entanto, a con ssão deve vir de um coração arrependido, pronto
para mudar de vida. Logo, quando alguém se arrepende e confessa
seus pecados, aceitando Jesus como seu Salvador, ca salvo da
condenação e é perdoado de todos os seus pecados.
Mesmo depois de converter-nos, somos passíveis de erros e
pecados. O pecado di culta o relacionamento do convertido com
Deus e impede seu crescimento espiritual. Além disso, a ação
pecaminosa provoca muitas consequências negativas em sua vida.
Por isso, é importante confessar os pecados quando se toma
consciência deles, pedindo perdão a Deus e ajuda para vencer o
pecado.
Quem acha que não tem pecado engana a si mesmo, pois o que
encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e
deixa alcançará misericórdia (Pv 28.13). Além disso, se dissermos que
não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós
(1 Jo 1.8).
Confessar o pecado a Deus exige humildade e coragem para
reconhecer o problema e enfrentá-lo. Logo, Deus nos ama e está
sempre pronto para nos perdoar e nos ajudar!
É preciso confessar os pecados para outras pessoas?
A resposta para essa pergunta é: depende da situação (e das
pessoas). Confessar o pecado é importante para a reconciliação,
quando uma pessoa peca contra outra. Isso se chama pedir perdão.
Como seguidores de Cristo, devemos tanto perdoar como pedir
perdão.
Na Bíblia, lemos sobre confessar os pecados para sermos
perdoados. Dessa forma, ao sentir-nos perdoados, experimentamos
algo acontecer dentro de nós em forma de alívio. Assim, a
ansiedade baixa, o medo diminui, e adquirimos uma paz que re ete
em nosso corpo, pois somatizamos o que sentimos, ou seja, nosso
corpo sente tudo de forma positiva ou negativa.
Somos feitos de hormônios, neurotransmissores, defesas e
sistemas cerebrais. Cada sistema e cada hormônio têm uma função
e são regidos pelo que absorvemos — pelo que eles compreendem
— e dão a resposta. Quando desabafamos de forma intensa e
verdadeira, nosso cérebro entende e responde com sensações que
nos dão prazer.
Nosso sistema cerebral de recompensa funciona dessa forma e
está lá para presentear-nos não apenas com prazer, mas também
com desprazer. Isso não depende apenas de Deus ou da fé, mas,
sim, do bem que fazemos aos outros.
Por isso, desabafar terapeuticamente — confessando o que nos
faz mal, o que condenamos em nós, o que nos causa remorso e
culpa — resulta, tanto no físico como no psicológico, em cura
emocional. Porém, se confessarmos nossos erros a Deus,
entendendo-os como pecado, e nos arrependermos
verdadeiramente, seremos curados e libertos.
Como superar o trauma?
Para a psicologia, a psiquiatria e a psicanálise, falar sobre as
dores vividas é essencial para superar um trauma. Ao fazer isso, a
pessoa é capaz de reorganizar os sentimentos. O psicólogo Julio
Peres mostrou em uma pesquisa — que, inclusive, foi o tema de seu
doutorado de Neurociências e Comportamento pelo Instituto de
Psicologia da Universidade de São Paulo — publicada na revista
Journal of Psychological Medicine que a conversa modi ca o
funcionamento do cérebro.
O estudo foi feito com 16 pacientes que sofreram estresse pós-
traumático parcial (que não apresentaram todos os critérios de
diagnóstico). Eles passaram por oito sessões de psicoterapia, nas
quais narraram o momento traumático várias vezes. Depois, foram
convidados a relembrar situações difíceis que viveram
anteriormente e a sensação positiva que tiveram ao superar o
problema. Ao nal, exames de tomogra a do tratamento revelaram
que o funcionamento cerebral foi modi cado com a narração.
De acordo com Peres, “quem passou pela psicoterapia
apresentou maior atividade no córtex pré-frontal, que está
envolvido com a classi cação e a ‘rotulagem’ da experiência. Por
outro lado, a atividade da amígdala, que está relacionada à
expressão do medo, foi menos intensa”.
Isso fortalece a tese de que falar sobre o problema ajuda a
pessoa traumatizada a controlar a memória da dor que sofreu. Já
que a maneira como o cérebro processa as informações muda, os
psicólogos deveriam estudar seus pacientes com métodos
neurofuncionais. No Brasil, isso ainda é difícil, porque poucas
pessoas têm conhecimento sobre o assunto.
Julio Peres ainda a rma em seus estudos que quem não pode
fazer psicoterapia deve compartilhar seus problemas com outras
pessoas. Ele diz que isso também muda o cérebro.
Em geral, as pessoas traumatizadas tendem a isolar-se. Elas
não verbalizam o evento, nem compartilham suas histórias.
Justamente pela falta de contar e recontar essas experiências, cam
com as memórias traumáticas fragmentadas. Além disso, sentem
medo e têm sensações dispersas, sem atribuição de um signi cado
para o que aconteceu. Quando constroem esse signi cado, têm a
possibilidade de reconstruir o momento trágico, trazendo um
aprendizado daquele evento e, consequentemente, sentindo alívio
da dor.
Ao contrário do que se pensa, devemos acolher as pessoas e
deixá-la livres para relatar e confessar, pois desabafar é libertador.
Algumas delas, que passaram pelo trauma, acreditam que falar dele
ou lembrá-lo aumenta a dor. Porém, se não falarem sobre sua
memória, não darão signi cado ao acontecimento, tampouco o
entenderão. É por isso que falar modi ca a interpretação.
Nesse caso, converse com pessoas de con ança: amigos,
familiares, alguém vinculado à sua crença religiosa. O mais
importante é que possa, de fato, compartilhar seus sentimentos.
Isso não signi ca que deva contá-los para qualquer um, mas para
alguém que tende a acolher. Escrever também é um bom caminho.
O fato é que pessoas que se escondem não verbalizam seus
traumas, demoram muito mais tempo para recuperar-se
emocionalmente, nem dão novo sentido à vida. Por esse motivo,
devemos ver sempre novas possibilidades, com a ajuda de pessoas
— ou mesmo com a nossa —, nos traumas ou nos con itos, de
aprendizado e crescimento pessoal.
É importante reagir
Sentimentos positivos, como o altruísmo, ajudam-nos a
melhorar rapidamente, em vez de sucumbir ao trauma. É essencial
não nos sentirmos enfraquecidos, incapazes perante as situações
difíceis em que vivemos. Se não conseguirmos sair de um con ito
ou de uma dor, vamos tornar-nos pessoas frustradas, sem condições
de superar o problema ou crescer em qualquer ocasião.
Portanto, precisamos, de alguma forma, reagir e crescer, ou
desenvolveremos outros transtornos e con itos psíquicos, como
fobias que tomam lugar em nosso cérebro. Um trauma vivido e não
elaborado pode marcar o indivíduo nesse sentido. Por isso, quem
cria uma aliança positiva com aquele momento sai mais facilmente
da di culdade.
C A P Í T U L O 4
A EFICÁCIA DA ORAÇÃO NO
TRATAMENTO DE
TRANSTORNOS MENTAIS
O
s quatro Evangelhos mostram que Jesus recorreu à oração
diante da angústia, por saber que havia chegado o
momento de ser preso e cruci cado. Agora, dois mil anos
depois, pesquisadores estão comprovando que a oração é uma arma
e caz contra estresse e problemas emocionais.
As pesquisas sobre estresse vêm descobrindo o quanto essa
condição de pressão emocional intensa é malé ca à saúde. Assim, a
busca por alternativas que ajudem a reduzir o impacto causado
exploram novas possibilidades, e foi nesse ponto que os estudiosos
descobriram a oração.
“O estresse leva a problemas cardíacos, depressão, ansiedade,
dor nas costas, indigestão e outros problemas intestinais, dores de
cabeça, problemas de sono e uma série de outras questões”, relata o
Dr. Michael Roizen, de acordo com informações da emissora
Christian Broadcasting Network (CBN).
Dados de levantamentos realizados com os médicos apontam
que cerca de 43% dos adultos sofrem com más condições de saúde
por causa do estresse, e até 90% das consultas médicas são sobre
queixas relacionadas ao problema.
Santo remédio
Shane Sharp, pesquisador da Universidade de Wisconsin,
descreve a oração como uma arma que auxilia as pessoas a lidarem
com suas circunstâncias e emoções, pois permite que elas
expressem seus sentimentos mais profundos sem temor de
represálias. “Durante a oração, as pessoas passam a se ver como
acreditam que Deus as vê. Como essas percepções são positivas,
isso ajuda a aumentar seus sentidos de autoestima”, explica Sharp.
Uma pesquisa realizada pela Associação Americana de
Psicologia revelou que 40% das mulheres oram para aliviar o
estresse, enquanto esse número chega a 23% dos homens.
O Dr. Harold G. Koenig destacou que outras pesquisas já
mostraram que as pessoas que oram e frequentam a igreja, em
geral, têm uma saúde melhor. “Lidam melhor com o estresse,
experimentam maior bem-estar porque têm mais esperança, são
mais otimistas, sentem menos depressão, menos ansiedade e
cometem suicídio com menos frequência”, contextualizou.
Diversas pesquisas médicas têm reforçado o efeito poderoso da
oração e da meditação na saúde humana. O Dr. Andrew Newberg,
neurocientista e diretor de pesquisa no Centro de Myrna Brind de
Medicina Integrativa na Thomas Je erson University Hospitals, nos
EUA, que estuda as manifestações cerebrais da fé há pelo menos 19
anos, descobriu que as práticas religiosas acionam, entre outras
áreas do cérebro, os lobos frontais — responsáveis pela capacidade
de concentração — e os parietais, que nos dão a consciência de nós
mesmos e do mundo.
O Dr. Andrew Newberg é um dos muitos pesquisadores que
rea rmam o efeito poderoso da oração e da meditação na cura de
doenças. Ele realizou estudos com 40.000 pacientes, baseados em
ressonância magnética, e apresentou suas considerações no livro
How God changes the brain, lançado em 2009. Desde então,
diversas pesquisas reforçaram essa conclusão.
Em suas experiências, o Dr. Andrew selecionou pessoas idosas
com problemas de memória para observá-las antes, durante e
depois de fazerem meditações e orações. Os estudos foram
realizados durante 12 minutos diários, ao longo de oito semanas, e
mostraram que a oração e a meditação podem oferecer resultados
muito positivos à saúde.
Quando feita regularmente, a oração aumenta a atividade do
cérebro de forma semelhante ao que acontece com a comunicação,
funcionando como um “treino físico” para a mente e resultando no
desenvolvimento cerebral e na cura de várias doenças.
Outros estudos do Dr. Andrew Newberg apontaram o mesmo
fenômeno. Uma experiência publicada na revista Cancer, da
American Cancer Society, por exemplo, atesta que os pacientes com
sólidas crenças espirituais reagem melhor ao tratamento. Os
pesquisadores do Mo Cancer Center, na Flórida, observaram que
as pessoas que acreditam em uma “força superior” têm melhor
convivência social e mais saúde física e mental do que aquelas que
a rmam não acreditar.
Ter fé em Deus modi ca o cérebro
Acreditar em Deus pode ajudar a acabar com a ansiedade e
reduzir o estresse, dizem Michael Inzlicht e Alexa Tulle , da
Universidade de Toronto, em sua pesquisa publicada na revista
Psychological Science. Segundo pesquisas cientí cas, somos
programados para ter fé, e ela faz bem à saúde.
Há alguns anos, cientistas de diferentes áreas pesquisam sobre
a questão da fé e da religiosidade, para entender por que o ser
humano tem fé, e alguns chegaram a conclusões surpreendentes.
Além de estar programada em nosso cérebro, ela traz benefícios
para a saúde.
Embora nós, cristãos criacionistas, não tenhamos a nidade
com a teoria da evolução de Charles Darwin, sabe-se que o
naturalista britânico se deparou com o tema e até descreveu em seu
livro A descendência do homem, de 1871, a seguinte conotação: “Uma
crença em agentes espirituais onipresentes parece ser universal”.
Segundo Jordan Grafman, chefe do departamento de
neurociência cognitiva do Instituto Nacional de Distúrbios
Neurológicos e Derrame dos EUA, somos predispostos
biologicamente a ter crenças, entre elas, a religiosa. Grafam é autor
de uma pesquisa publicada em 2009 na revista cientí ca Proceedings
of the National Academy of Sciences, que sugere uma estruturação
natural de nosso cérebro para ter fé, bem como benefícios que ela
pode trazer à saúde.
A partir do que foi apresentado, percebemos que a ciência
reconhece o poder que a fé e a oração causam no ser humano. Logo,
ter fé em um Deus que cura, sara e liberta ajuda-nos a libertar-nos
das dores emocional e espiritual que geram todo tipo de doença
psicossomática e psiquiátrica.
Sendo assim, temos de conhecer o que a ciência diz para
refutar a ignorância e atestar para os outros que sofrem, e para nós
mesmos, que a fé em Deus tem poder para libertar-nos da
ansiedade ou de qualquer transtorno psiquiátrico.
Mesmo que você tenha uma doença mental grave como a
depressão, a fé em Jesus e a oração o ajudarão no tratamento, e
você, consequentemente, conquistará a cura total de sua doença.
Deus não nos criou doentes e, inclusive, pode libertar-nos de toda a
ansiedade e angústia.
O Senhor nos diz, em Sua Palavra, que devemos lançar sobre
Ele nossa ansiedade. É normal sentir-nos ansiosos em algumas
situações, mas essa sensação em nada nos ajuda. Portanto, não
precisamos sentir-nos assim, porque Deus está no controle de
nossa vida.
O cristão sente ansiedade?
Muitos irmãos em Cristo carregam o fardo da culpa só porque
cam ansiosos de vez em quando. Ansiedade é uma reação
emocional que sobrevém a qualquer ser humano, inclusive ao
crente. Porém, é necessário termos cautela, para que a ansiedade
não fuja do controle e comece a dominar nossa vida.
Nos tempos atuais, nos quais a ansiedade acomete 33% da
população mundial, desfrutar das palavras do Senhor é essencial:
Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou
pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de
vestir. Ele acrescentou a isso as verdades consoladoras: Decerto,
vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas; Mas
buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos
serão acrescentadas (Mt 6.25,32,33).
Ansiedade é uma reação natural. A nal, quem não se sente
ansioso e com medo diante de uma enfermidade, do desemprego,
de uma crise familiar, da violência, dos desa os diários ou mesmo
das lutas pelas quais atravessamos em nossa caminhada de fé?
O terapeuta cristão Gary R. Collins faz uma distinção entre a
ansiedade normal, que é uma reação natural diante dos perigos e
das ameaças — controlada ou diminuída quando as circunstâncias
exteriores se modi cam —, e a ansiedade aguda ou neurótica, que
desenvolve sentimentos exagerados de desespero e medo, mesmo
quando o perigo é inexistente.
Para ambas, Deus providenciou recursos para ajudar-nos
nesses momentos. No texto de Filipenses 4.2,7, notamos que alguns
membros estavam em crise de relacionamento. Aparentemente, as
irmãs Evódia e Síntique andavam em desacordo. Tal desavença
entristecia demais os irmãos. Paulo, então, pediu a um obreiro
amigo que promovesse a reconciliação (v. 3) para que, resolvida a
questão, a Igreja voltasse a alegrar-se no Senhor (v. 4).
Nos versículos 6 e 7, o apóstolo Paulo orienta os irmãos sobre o
que fazer para vencerem a ansiedade e o medo: Não estejais inquietos
por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas
diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de
Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os
vossos sentimentos em Cristo Jesus.
Se a ansiedade não for controlada, o que ela causa?
Caso não seja controlada, a ansiedade pode causar sofrimento
desnecessário e antecipado. Porém, em Mateus 6.34, está escrito:
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã
cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
Essa condição também distorce a realidade, fazendo com que o
ansioso não consiga pensar direito e sinta di culdade em tomar
decisões certas. Além disso, a ansiedade o impede de seguir os
planos de Deus, tornando-o relutante em fazer o que o Senhor quer,
porque acha que seus feitos não correrão bem, nem sente segurança
em agir.
Não pergunteis, pois, que haveis de comer ou que haveis de
beber, e não andeis inquietos. Porque os gentios do mundo
buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais
delas. Buscai, antes, o Reino de Deus, e todas essas coisas vos
serão acrescentadas.
Lucas 12.29-31
A ansiedade também enfraquece a fé e tira nossos
pensamentos de Deus e de Suas promessas, fazendo com que
acreditemos mais em nossos medos do que na Sua verdade.
Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem
cuidado de vós.
1 Pedro 5.7
Portanto, entregue sua ansiedade a Deus e con e no Seu
cuidado. Se você sentir mais ansiedade, entregue-a a Ele outra vez e
continue entregando-a até que ela acabe. Agradeça-lhe por cuidar
de você.
Dicas para combater a ansiedade sem remédios
Existem outras formas de lidar com a ansiedade e controlá-la —
quando ela ainda não se tornou um Transtorno Psiquiátrico
Generalizado (TAG) — e de acalmar o pensamento, como terapias
mentais (relaxamento, oração e autocontrole) e corporais, que
também ajudam a lidar com o nervosismo exagerado (massagens,
exercícios físicos, diversão, contato com o mar, a natureza e os
animais). Tudo isso auxilia na diminuição da ansiedade, do estresse
e da depressão.
A ansiedade é um estado caracterizado por medo, apreensão,
mal-estar, desconforto, insegurança, estranheza do ambiente ou de
si mesmo e, muito frequentemente, pela sensação de que algo
desagradável está para acontecer. Além dos medicamentos
convencionais, existem algumas alternativas naturais que podem
ajudar a controlá-la.
Vários especialistas a rmam que podemos aprender a lidar
com a crise por meio de terapias. Além das convencionais,
associadas ao tratamento ou à forma de alívio e prevenção, as
alternativas voltadas para o trato de angústias, estresses, burnout e
depressão têm sido reconhecidas como e cazes, e não apenas como
coadjuvantes, principalmente ao serem feitas em conjunto.
Sendo assim, podemos amenizar a ansiedade até mesmo sem
medicamentos. É óbvio que o transtorno de ansiedade, que provoca
crises graves de pânicos etc., deve ter um tratamento formal
(médico e psicólogo), porém, na falta dele ou mesmo com ele, ações
alternativas podem dar muitos resultados positivos e até diminuir a
quantidade do uso de medicamento.
A ciência con rma que promover o pensamento positivo, o
autocontrole e a consciência sobre si mesmo, em alguns casos, pode
até substituir o uso contínuo de medicamentos, desde que haja
liberação do médico.
Nós, cristãos, podemos meditar na Palavra de Deus, re etir
sobre nossa vida, viajar, curtir a natureza, ter animais, ir à praia, rir,
ler bons livros, assistir a lmes divertidos, praticar esportes ou
simplesmente relaxar.
Muitas técnicas de relaxamento estão ligadas unicamente à
ciência, e não a religiões, e devem ser praticadas como alívio de
ansiedade e estresse. Isso, automaticamente, auxiliará no combate
de muitas doenças.
C A P Í T U L O 5
EXERCÍCIOS PARA AJUDAR NO
CONTROLE DO ESTRESSE E
DA ANSIEDADE
Apartir de agora, vou ensiná-lo a relaxar sem misticismo, com
base no princípio medicinal do poder do relaxamento da mente
e do corpo e, é claro, do poder espiritual.
Exercício 1: treine sua mente e sua respiração
1. Escolha músicas instrumentais, ou louvores, ou sons da
natureza e de animais, como o barulho de cachoeira e pássaros
cantando.
2. Respire e inspire (12 vezes) devagar, concentrando-se na sua
respiração, sentindo seus pulmões e seu corpo. Ao inspirar, deixe o
abdome expandir-se, ou seja, estufe a barriga, e não o peito. Depois,
expire lentamente, expelindo o ar pela boca.
3. Enquanto respira adequadamente, traga à sua mente o seu
presente, concentrando-se em coisas boas da sua vida (que lhe
tragam alegria). Pense, respirando, no aqui e agora, trazendo à
mente a parte boa do seu viver, deixando de lado o que for ruim.
4. Foque seu pensamento no presente, nas coisas boas de que
gosta ou gostaria de fazer, sem divagações desnecessárias (Deus,
família, lhos, animais, natureza, pessoas com quem tem a nidade,
situações que lhe tragam alegria etc.).
5. Faça isto por pelo menos 30 minutos: que em posição fetal,
bem encolhido, e descanse, ouvindo as músicas e os louvores de
que mais gosta, para promover calmaria.
Geralmente, ouço a canção do cantor Chris Durán denominada
Intimidade. Ela é maravilhosa e me traz muita tranquilidade.
Exercício 2: refaça o caminho
Muitas pessoas ansiosas sofrem de pânico e estresse, pois
costumam antecipar os acontecimentos. Alguns motivos que
desencadeiam tais males são: provas, primeira habilitação, viagem
de avião etc. Porém, você pode aliviar os sintomas fazendo o
seguinte exercício:
1. Respire e inspire 12 vezes para relaxar, com música
adequada, a m de controlar os batimentos cardíacos, como já
ensinamos no exercício 1.
2. Refaça, em sua mente, os detalhes de todo o caminho do
evento que acontecerá, que lhe traz medo ou ansiedade de alguma
forma. Por exemplo, se você vai fazer uma prova, refaça todo o
trajeto desde o amanhecer. Então, faça isso algumas vezes, na sua
mente, sempre respirando, associando-o ao louvor ou à música
adequada.
3. Estude sobre o assunto em questão. Por exemplo, se você vai
tirar a carteira de habilitação, prepare-se; se vai fazer uma prova,
estude; se vai participar de uma entrevista de trabalho, procure
saber sobre o entrevistador e a empresa e faça um resumo sobre
seu currículo. Portanto, sempre refaça o trajeto de toda a situação
na sua mente por, no mínimo, três vezes.
Exercício 3: controle sua respiração ao longo do dia, em
qualquer situação que lhe possa causar ansiedade
Uma vez que a respiração reduz as reações do sistema nervoso
autônomo, o fato de promover o controle da respiração é um bom
exercício. Isso pode ser feito compassando a respiração e
inspirando lentamente pelo nariz, com a boca fechada (conforme
ensinamos).
Além disso, quando você estiver em um ambiente silencioso e
com a possibilidade de car deitado, ou sentado confortavelmente,
use uma técnica de relaxamento. Ela, combinada com a respiração
diafragmática, certamente reduzirá a respiração ofegante, a
taquicardia e o tremor. Porém, se você estiver em pé, pense no
momento atual, respire e ajude seu corpo e sua mente a reduzirem
a ansiedade.
Exercício 4: oração e meditação
É provado, cienti camente, o poder da oração no alívio de
ansiedade e na prevenção e no combate à depressão. Logo, meditar
na Palavra de Deus é um grande reforçador mental, pois nos traz
alívio e paz. O entendimento de quem somos e de que existe um
Deus capaz de devolver-nos a sanidade traz-nos esperança. Por isso,
não há como negar os benefícios de acreditar em Deus, bem como
os milagres que acontecem em nossa vida todos os dias, em todos
os momentos.
Orar é uma técnica de relaxamento e meditação que traz alívio.
Enquanto você faz sua oração, seu pensamento se desvia do que lhe
causa ansiedade. Assim, ao meditar na Palavra de Deus, sua mente
ca mais con ante. Portanto, ore e medite nos versículos a seguir e
dedique um tempo à leitura da Bíblia Sagrada. Nela, há vários
textos que relatam belíssimas histórias de fé, que lhe darão
segurança e lhe trarão paz e tranquilidade.
Versículos para meditar em momentos de angústia e ansiedade
Tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Salmo 23.4
Livrou-me de todos os meus temores. Salmo 34.4
No dia em que eu temer, hei de con ar
em ti.
Salmo 56.2,3
O meu socorro vem do SENHOR. Salmo 121.1,2
Con a no SENHOR de todo o teu coração. Provérbios
3.5,6
As palavras amáveis nos alegram. Provérbios
12.25
NTLH
O coração alegre serve de bom remédio. Provérbios
17.22
Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu
Deus.
Isaías 41.10
Buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça. Mateus 6.33
Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Mateus 11.28-
30
O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem. Hebreus 13.6
Dicas para promover bem-estar e superação
Estas dicas certamente o ajudarão a sentir-se melhor:
• olhe para os obstáculos de forma positiva, pois, assim, você
cará mais forte quando os tempos difíceis passarem;
• concentre-se no que você tem, e não no que não tem;
• ore e agradeça, pelo menos, cinco vezes ao dia (ao acordar, no
café, no almoço, no jantar e ao dormir);
• valorize suas pequenas conquistas e as de seus entes
queridos;
• aceite Jesus como Salvador de sua vida;
• medite na Palavra de Deus e leia livros edi cantes;
• que atento ao seu nível de estresse e faça pausas curtas;
• corra atrás de seus sonhos;
• abrace seus lhos e beije seu cônjuge; não esqueça que a
responsabilidade pela sua vida é sua;
• saiba que você é fruto de suas escolhas e responsável por
elas;
• lembre-se de que você não precisa de muitos amigos, apenas
daqueles com quem pode contar;
• entenda que você não pode mudar tudo, mas sempre pode
mudar alguma coisa;
• não desperdice seu tempo, seu talento e sua energia
emocional com coisas que estão além do seu controle.
Não se esqueça de que paciência e perseverança são virtudes
fundamentais em nossa vida!
C A P Í T U L O 6
ATITUDES PARA TORNAR A
VIDA MAIS TRANQUILA
V
eja, a seguir, orientações para ajudar você a ser menos
estressado e ansioso.
Pratique atividades físicas
A forma mais comum de controlar a ansiedade é praticando
exercícios. Praticar atividades físicas ajuda a lidar com estados de
ansiedade, porque eleva a produção de serotonina, substância que
aumenta a sensação de prazer. Essa alternativa costuma funcionar
de acordo com a disposição da pessoa, uma vez que nem todo
mundo gosta de fazer exercícios.
Caminhar três vezes por semana, por pelo menos meia hora,
ajuda a lidar com a ansiedade. O momento da caminhada, além
exercitar o corpo, também pode ser aproveitado para trabalhar a
mente, sob a forma da meditação ativa. Quando você anda, pensa.
Como a caminhada de meia hora é um movimento repetitivo, você
acaba pensando nos pontos geradores de ansiedade em que precisa
trabalhar.
Reduza seu estresse diário
Pessoas com tendência à ansiedade precisam reduzir seu
estresse diário. Para tanto, existem diversas formas de fazer isso,
como: homeopatia, chás, sucos especiais, músicas relaxantes,
louvores, meditação na Palavra de Deus, oração, caminhadas etc.
Evite pensamentos negativos e questione-os
Em situações de ansiedade que se estendem por longos
períodos, recomenda-se que a pessoa evite os pensamentos
negativos ou catastró cos. Assim, para tentar dimensionar a
gravidade da situação, o ideal é questionar-se para saber se existe
uma alternativa de análise. Sempre que um pensamento negativo
surgir, deve-se substituí-lo por outro qualquer, preferencialmente,
agradável.
Sabemos que isso não é fácil, mas é possível e importante. Os
pensamentos e as falas negativas agravam a situação, intensi cando
as respostas autonômicas, gerando mal-estar e descontrole
respiratório. Quando não tiver resposta assertiva, lembre-se de que
você tem sempre a quem recorrer nas horas de desespero e
angústia (Sl 28.7).
Invista em alimentos com triptofano
Para controlar a ansiedade, podemos ingerir alimentos que
sejam fonte de triptofano — um aminoácido precursor da
serotonina —, como a banana e o chocolate. Outros aminoácidos
que podem ajudar são a taurina e a glutamina. Eles aumentam a
disponibilidade de um neurotransmissor chamado GABA, que o
organismo usa para controlar siologicamente a ansiedade. Eles
também podem ser ingeridos em cápsulas, mas apenas com a
orientação de um médico especialista.
Tome chá
A maioria dos chás possui substâncias que funcionam como
sedativos suaves e ajudam no controle da ansiedade diária. As
plantas mais conhecidas e estudadas com essa ação são a passi ora,
a melissa, a camomila e a valeriana.
Atente para o aqui e o agora
Quando sua mente está dedicada integralmente ao momento
atual, você tem total capacidade de análise, julgamento e ação.
Portanto, essa é uma boa forma de controlar a ansiedade. Quando a
mente passeia aleatoriamente entre passado e futuro, sem
direcionamento para um planejamento, você se perde nas ideias, e
a ansiedade pode iniciar ou piorar.
Seja mais organizado
Há alguns dias, vi uma reportagem que a rmou que casa
bagunçada e pessoas desorganizadas são mais inteligentes. Porém,
não concordei com tal a rmação, já que não é isso o que a ciência
diz. Pelo contrário, quem vive na bagunça gasta tempo para achar o
que precisa e acumula coisas sem utilidade, di cultando o bem-
estar e, por m, criando sentimentos de ansiedade.
Trabalhar, estudar e viver em ambiente minimamente
organizado ajuda no equilíbrio emocional e no controle da
ansiedade. Além disso, pessoas com uma organização maior do seu
tempo conseguem aproveitá-lo melhor, o que reduz muitos fatores
causadores de ansiedade.
Esteja perto das pessoas que você ama e que o amem
também
Conviver com pessoas queridas da família, amigos e
conhecidos com que se tem a nidade faz toda diferença na
qualidade de vida. A companhia de quem amamos é especial para
nosso emocional. Assim, ao estarmos bem, vivemos mais relaxados
e menos ansiosos.
Dedique tempo para cuidar de você
Reservar algum tempo do dia para você e ouvir suas reais
necessidades podem contribuir diretamente para o controle da
ansiedade. Saber olhar para si e colaborar para sua meta é uma ação
de grande poder para sua vida. Por isso, seja capaz de dedicar um
pouco de tempo e energia a você.
Cuide dos pensamentos para sorrir mais
Tenha atenção ao que você pensa, pois isso causa um impacto
direto no seu humor. Avalie suas ideias. Ponha um ponto nal em
assuntos negativos, sem resolução. Seja capaz de planejar,
programar e ser forte, sem precisar montar um cenário terrível em
sua mente.
Com pensamentos mais leves, você perceberá o mundo de
outra forma, e isso o ajudará a sorrir mais. O sorriso faz bem para a
cura emocional, relaxa o corpo e diminui a ansiedade.
Con e mais em si mesmo e em Deus
Você é (ou deveria ser), sem dúvida, sua melhor companhia.
Ninguém estará ao lado mais tempo do que você mesmo, por isso,
invista nessa bela parceria consigo. Seja el à sua pessoa, e isso lhe
dará forças para lidar com a ansiedade do dia a dia.
Deus é tudo de que precisa para sair de um processo de
ansiedade, já que con ar em pessoas pode ser frustrante. Sendo
assim, não lance expectativas nos outros, mas con e no seu
potencial. Deus está ao seu lado, e é essa con ança de que você
mais necessita para sair de processos ansiosos e depressivos.
Podemos con ar no Senhor, pois Ele é eterno e não muda.
Ainda que amigos, família, dinheiro, poder e saúde falhem, Deus
nunca falhará, e só nele podemos ter con ança total.
Quando colocamos nossa con ança no Senhor, Ele age. Deus
nos protege e nos dá força para superar todas as di culdades. Ele
transforma nossa vida e nos dá vitória. Se con armos nele, não
seremos decepcionados (Sl 9.10).
Desenvolva congruência
Às vezes, a pessoa pensa de um jeito, age de outro e, depois,
diz outra coisa. Com certeza, com essas atitudes, ela terá ansiedade.
Por isso, buscar equilíbrio entre o que se quer e o que se faz
contribui para a harmonia do seu dia.
O que está por trás das suas ações? Quais são suas intenções ao
agir? Você atende às suas reais necessidades? Pense com carinho
nessas perguntas e tente observar quais atitudes podem ajudá-lo.
Fortaleça o autoconhecimento, pois ele tem importância
para você
Quem se conhece bem, além de respeitar seus limites,
consegue dizer não e é capaz de proteger-se. Inclusive, tem menos
ansiedade que outras pessoas que ainda estão aprendendo a
conhecer-se. Logo, quem tem total aceitação de si pode pensar,
dizer algo e agir sem culpa, com total alinhamento das suas
necessidades.
Sendo assim, precisamos descobrir nossos dons e talentos,
reconhecer nossos pontos fracos e pecados, bem como entender
nosso papel no Reino de Deus e no mundo. Muitas pessoas evitam
o autoconhecimento, pois preferem enganar-se, mentindo para si
mesmas, em vez de encarar a própria realidade.
Quanto menos as pessoas se conhecem, menos utilizam seu
potencial e menos produtivas se tornam na obra do Senhor. Quem
não conhece a si mesmo e não se aceita, di cilmente, reconhece e
aceita o próximo (veja 1 Jo 1.8).
Cuide bem do seu momento antes de dormir
Antes de dormir, evite ações que levem à agitação, à
preocupação e ao desgaste. Nem sempre podemos prever o que
acontecerá nesse instante, mas devemos fazer bem-feito aquilo que
depende de nós.
Por isso, converse os assuntos mais sérios fora do horário de ir
para cama e ponha um freio mental em pensamentos de tomada de
decisão nesses momentos. Pensar em problemas na hora de dormir
só gera ansiedade e perda de sono.
Desenvolva alguma atividade artística
Nem todos somos artistas, mas podemos pintar, esculpir,
desenhar, esboçar, fotografar, escrever e fazer algumas atividades
artísticas, em níveis variados. Alguns de nós somos naturalmente
mais dotados que outros, porém isso não importa.
Sendo assim, se você gosta de alguma dessas atividades, faça-
as. Essa não é uma sugestão para você ganhar a vida, mas creia que,
praticando-as, não só existe a possibilidade de apreciá-las, mas
também de tornar-se mentalmente mais sadio.
Estudos apontam que a arte torna o homem mentalmente mais
saudável, mesmo se não tiver aptidão para ela. Veja:
• música e arte podem ter um efeito positivo nos estados
siológicos. A arte, por exemplo, pode melhorar o bem-estar
dos pacientes com câncer de mama. Em um estudo, ela
reduziu as emoções negativas e melhorou as positivas;
• a arte pode bene ciar a saúde geral e o bem-estar, oferecendo
uma forma de distração, favorecendo a autoidentidade e
fornecendo uma rede social para os portadores de doenças
crônicas;
• em um estudo recente de Kaimal et al., intitulado “Redução
dos níveis de cortisol e respostas dos participantes após a
criação de arte”, descobriu-se que praticar arte pode reduzir
os níveis de estresse, independentemente do talento ou da
experiência artística. Kaimal planeja levar essa pesquisa mais
adiante, explorando a ligação entre a redução nos níveis de
estresse e a autoexpressão criativa em um ambiente
terapêutico e observando o efeito das artes visuais sobre os
idosos e seus cuidadores.
As pesquisas apontam que os níveis de estresse mais altos
ocorrem pela manhã e diminuem ao longo do dia. Isso pode ser
explicado pelo fato de que as pessoas se preparam para um dia
agitado, estão engajadas em todos os tipos de atividades e, em
seguida, ao nal, elas se desdobram na preparação para dormir.
Conforme percebemos, música, artes, atividades físicas etc.
têm o poder de estimular nosso sistema cerebral de recompensa e
ajudam a aliviar a ansiedade e o estresse, bem como todos os
transtornos psicológicos, além de comprovadamente diminuírem a
dor.
Portanto, para tornar sua vida mais tranquila, siga essas
recomendações e aproveite as vantagens! Não se esqueça de ouvir
louvores, pois, além dos benefícios psicológicos, eles aproximam
você ainda mais do nosso Salvador.
C A P Í T U L O 7
CONSELHOS PARA VIVER
MELHOR
Avida é uma dádiva de Deus para nós. Por isso, devemos ser
gratos todos os dias e cuidar de algumas áreas da nossa saúde,
como o bem-estar. No entanto, nosso maior cuidado deve ser em
relação ao coração e ao caráter, porque Deus nos conhece e sonda
nossos pensamentos.
O amor-próprio não é uma desculpa para você se achar melhor
do que os outros, uma vez que fomos chamados para amar nosso
próximo como a nós mesmos. Em Romanos 12.3 NTLH, lemos: Não
se achem melhores do que realmente são. Pelo contrário, pensem com
humildade a respeito de vocês mesmos, e cada um julgue a si mesmo
conforme a fé que Deus lhe deu.
Logo, para vivermos melhor, temos de mudar nosso padrão de
pensamento e de comportamento. A m de ajudá-lo no assunto,
listamos algumas recomendações que o auxiliarão a libertar-se do
estresse e da ansiedade, complementadas por passagens bíblicas
ligadas ao tema.
Escolha estar ao lado de sua família
Passe a maior parte do seu tempo com sua família, com
pessoas que ama, mas que principalmente amam você. Deus criou a
família para ser unida, e cada um deve proteger-se e fortalecer-se
mutuamente. Os laços familiares, além de serem muito fortes, são
fatores protetivos contra transtornos psicológicos e uso e abuso de
substância.
Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos,
perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo
(Ef 4.32).
Busque amigos que o valorizem
Procure estar ao lado de pessoas que o incentivam a melhorar
de maneira saudável e estimulante, que fazem você se sentir vivo e
que o fortaleçam emocionalmente. Os amigos, além de exercerem
uma grande in uência na nossa vida, ajudam-nos e apoiam-nos em
momentos difíceis.
Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu
trabalho. Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro;
mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o
levante (Ec 4.9,10).
Enfrente seus problemas
Comece a enfrentar seus problemas de frente. Se não houver
alternativa, aceite; se houver, lute. Não são seus problemas que o
de nem, mas, sim, a maneira como os administra. Saiba que Deus
dá sabedoria a quem pede, a m de solucionar seus problemas. Ele
também ajuda a ter paciência nas di culdades e a agir de maneira
correta, melhorando a situação.
O SENHOR sustenta a todos os que caem e levanta a todos os
abatidos (Sl 145.14).
Faça o seu possível
Deixe o impossível para Deus. Os problemas existem e
existirão. Ainda assim, faça o seu possível, no seu tempo, e tente
resolvê-los. Sempre podemos fazer alguma coisa.
Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias
tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência.
Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais
perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma (Tg 1.2-4).
Seja sempre honesto
Viver no engano, além de trazer dores e frustrações, ajuda a
desenvolver transtornos psicológicos. A mentira é um hábito
pecaminoso, e todo pecado gera em nós culpa, decepção, opressão,
raiva, ódio, inveja etc., ou seja, sentimentos que nos causam
con itos emocionais, estresse e ansiedade. Como consequência,
surgem a depressão e outros problemas. É por isso que a pessoa
mentirosa não tem paz. Porém, a verdade é a única que pode
libertar.
E conhecerão a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8.32).
Provoque em si a mudança
Reconheça o que precisa ser mudado em você, não o que as
pessoas querem que mude, mas o que acha que precisa de mudança
para alcançar o que deseja. Você pode pensar que há pontos que
nunca vão mudar ou que sempre terá de enfrentar as mesmas
coisas. Contudo, saiba que você pode e deve mudar, e Deus o
ajudará a provocar essa mudança em sua vida.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um
espírito reto. Não me lances fora da tua presença e não retires de
mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua
salvação e sustém-me com um espírito voluntário (Sl 51.10-12).
Conte com Deus
Deus é o único com quem você sempre pode contar. Ainda que
as pessoas o abandonem, o Senhor nunca fará o mesmo. O fato de
Ele estar conosco não signi ca que nunca teremos a ições. Por
vezes, passaremos por di culdades, mas isso não signi ca que
Deus nos abandonou. No meio dos desa os e das a ições, Ele está
presente e ajuda-nos a suportar. Quando perseveramos nos maus
momentos, ganhamos maturidade e crescemos na nossa vida
espiritual.
Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu
sou o teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a
destra da minha justiça (Is 41.10).
Procure a verdade na sua alma, para que você realmente
saiba quem é
A alma é um dos três elementos que constituem o ser,
juntamente ao corpo e ao espírito. Ela equivale à personalidade e
aos sentimentos de uma pessoa. Quando falamos com Deus,
entramos no íntimo do nosso ser e, ao pedirmos para Ele sondar-
nos, ingressamos com Ele em nosso interior. Assim, Deus nos leva
ao conhecimento de quem somos e à verdade do que sentimos.
Nosso coração e nossos pensamentos falam respectivamente de
emoção e razão. Logo, não podemos considerar só um ou apenas o
outro, mas o equilíbrio entre ambos.
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece
os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau e
guia-me pelo caminho eterno (Sl 139.23,24).
Faça da sua felicidade uma prioridade
Valorize-se. Se não se valoriza, não se cuida, nem se defende.
Logo, você se autossabota.
Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso
fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o
sabe muito bem (Sl 139.14).
Cuide também do seu próximo
Lance um olhar de amor e cuidado ao outro. Lembre-se de que
é possível cuidar das suas próprias necessidades e, ao mesmo
tempo, dedicar-se às pessoas ao seu redor.
Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é
necessário auxiliar os enfermos e recordar as palavras do
Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do
que receber (At 20.35).
Ame-se
Ame-se, a nal, você é lho de Deus, é especial e foi feito à
imagem e semelhança do Criador. A vida é uma dádiva do Senhor
para nós. Por esse motivo, precisamos ser gratos a Ele todos os dias.
Além disso, fomos chamados para amar nosso próximo como a nós
mesmos.
Não se vendem cinco passarinhos por dois ceitis? E nenhum
deles está esquecido diante de Deus. E até os cabelos da vossa
cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do
que muitos passarinhos (Lc 12.6,7).
Viva o agora
Viva o momento atual, porque o passado já foi, e o futuro
depende do seu presente. Se sua vida for boa agora, amanhã
também será. Portanto, valorize seu hoje. Aprenda a experimentar a
vida enquanto ela está acontecendo.
Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o
SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o m
que esperais (Jr 29.11).
Aprenda com seus erros
Valorize as lições que seus erros ensinam, uma vez que errar é
humano, mas não aprender com seus equívocos é, no mínimo,
perda de tempo. Temos a capacidade de aprender por meio do que
vemos e ouvimos. Quando lemos livros edi cantes, ouvimos boas
palestras e meditamos na Bíblia, aprendemos e re etimos sobre
nossa vida. Dessa maneira, forti camos nossa fé, crescemos em
espírito e em verdade e nos fortalecemos, já que exercitamos nosso
cérebro com coisas boas, que nos trazem alegria.
Que o sábio ouça e cresça em prudência; e que o instruído
adquira habilidade (Pv 1.5 NAA). Toda Escritura divinamente
inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para
corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus
seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra (2 Tm
3.16,17).
Não se culpe
Seja gentil consigo. Há pessoas que se cobram demais e são
muito duras com elas mesmas. A maneira como você se trata
estabelece o padrão para os outros o tratarem. Ame quem você é,
ou ninguém mais amará. Aproveite as coisas que você já tem,
catalogando-as, e veja de quantas preciosidades pode desfrutar.
Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo
tereis a ições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo
16.33).
Seja feliz
Você pode ser feliz em meio às angústias. Para isso, comece a
criar sua própria felicidade, entendendo primeiro que pode ser feliz
diante do sofrimento, desde que saiba que, se não pode mudar uma
situação, tem de aprender a viver com ela. Sabemos que nossos
sofrimentos são passageiros e, dependendo de como agimos,
acumulamos tristezas ou aprendizado. Se for aprendizado, seremos
recompensados pela vida. Além disso, podemos ter felicidade
quando ela está pautada nas coisas de Deus.
Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-
aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis (1
Pe 3.14).
Não espere que os outros o façam feliz
Sua felicidade não depende do outro. Por isso, não espere
alguém para fazer-lhe feliz, pois você pode, com Deus, ser muito
feliz, sem esperar de outra pessoa essa felicidade, a qual está em
você e vem de Deus.
Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos
ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta
na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do
SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como
a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu
fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto
zer prosperará (Sl 1.1-3)!
Realize seus sonhos
Dê uma chance para suas ideias e seus sonhos, pois acreditar
em você é fundamental. Sonhar é um recurso de que todo ser
humano dispõe, sendo considerado um modo de viver. Sonhar
também está ligado às experiências que fazem parte do caminho e
do objetivo do ser humano. Podemos transformar os sonhos em
realidade, principalmente se forem os de Deus para nossa vida.
Não há nada mais grati cante e maravilhoso do que viver um
sonho, principalmente se ele vier do coração de Deus.
Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o
SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o m
que esperais (Jr 29.11).
Perdoe mais
Comece a perdoar a si mesmo e aos outros. O perdão é uma
das coisas mais libertadoras que o ser humano pode fazer. A falta
dele é como uma pedra amarrada na perna de alguém, que o arrasta
para o fundo do mar. Deus nos ensinou que perdoar liberta nossa
alma e nosso espírito. Se nós perdoarmos, receberemos perdão.
Essa é uma verdade que nos deve motivar. Se realmente
compreendermos o que Jesus fez na cruz, o perdão uirá em nosso
coração.
Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que
são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus (Cl
3.1).
Desabafe
Converse com pessoas próximas, diga-lhes como se sente e
ouça-as, pois dialogar é uma troca. Em geral, queremos que alguém
nos ouça, mas precisamos aprender a ouvir o outro também. O
desabafo é terapêutico, transforma a mente e tranquiliza a alma.
Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos
outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito
em seus efeitos (Tg 5.16).
C A P Í T U L O 8
APRENDENDO COM A
ANSIEDADE DE MARTA
H
á exemplos na Bíblia de situações que geram ansiedade.
Um deles é o de Marta. A ansiedade dessa mulher a
impediu de perceber que sua irmã Maria estava
descansada, livre de preocupações.
As Escrituras estão repletas de modelos de pessoas boas,
importantes na narrativa da humanidade, que fazem parte da
história do Cristianismo. Nesse aspecto, citaremos Marta, usando a
conhecida passagem de Marta e Maria, descrita no Evangelho de
Lucas 10.38-42:
E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou numa aldeia; e
certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa. E tinha
esta uma irmã, chamada Maria, a qual, assentando-se também
aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Marta, porém, andava
distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor,
não te importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe,
pois, que me ajude. E, respondendo Jesus, disse-lhe: Marta,
Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma
só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe
será tirada.
Lendo o texto, percebemos que Jesus foi amoroso, mas rme ao
dizer à Marta que ela estava ansiosa e a ita com tantas coisas,
enquanto uma só era necessária. Ela se preocupou tanto com os
afazeres domésticos que se esqueceu da melhor parte: ouvir a voz e
os ensinamentos do seu Mestre.
Será que sua ansiedade e seu estresse não são parecidos com os
de Marta, que queria agradar as pessoas pelos afazeres,
esquecendo-se de ouvir a voz de Deus? Será que não estamos mais
preocupados em responder às expectativas do mundo e, dessa
forma, esquecemo-nos de Deus ou não temos tempo de ouvir Sua
voz?
Quantas vezes procedemos como Marta, permitindo que a
ansiedade e as preocupações diárias tomem conta da nossa vida.
Quando isso acontece, passamos a andar de um lado para o outro,
sem uma direção certa, e acabamos por tomar decisões
precipitadas.
A ansiedade, além de deixar-nos inquietos e impacientes, faz-
nos agir impulsivamente, de acordo com o que achamos ser o certo.
Na verdade, deveríamos deixar Deus agir, pois, como nosso Pai, Ele
sempre sabe o que é melhor para nós.
Marta, como uma boa an triã, ocupava-se dos serviços da casa.
Certamente, assim como qualquer um de nós, ela desejava oferecer
ao Senhor o seu melhor, ou seja, queria agradá-lo. Talvez quisesse
mostrar a Jesus o seu lado prestativo, para que Ele a visse como
uma mulher dedicada e zelosa.
Esse era o per l de Marta. Como estava ansiosa e preocupada,
ela se incomodou com o fato de sua irmã, Maria, não ajudá-la, nem
se preocupar da mesma maneira. Creio que, colocando-nos no lugar
de Marta, isso também nos incomodaria.
Muitas vezes, pensamos como Marta e nos sentimos
desprestigiados quando fazemos tanto, mas não somos
reconhecidos. Assim, levamos a vida tentando agradar os outros e
nos esquecemos de que temos de agradar, em primeiro lugar, o
Senhor Deus, e não o mundo. Querer agradar a partir dos nossos
afazeres gera ansiedade, pois nem sempre as pessoas vão
corresponder às nossas expectativas.
O fato é que a ansiedade de Marta a impediu de perceber que
sua irmã estava descansada, livre de preocupações. Maria ouviu
atentamente o que Jesus tinha a dizer. Marta, porém, colocou o
serviço que fazia para Jesus acima dele próprio. Ela era a an triã
adequada, e Maria, a discípula perfeita.
Assim como Maria, relaxe na presença de Deus. Se o
colocarmos, de fato, em primeiro lugar no nosso dia a dia, nossa
ansiedade e nosso estresse, com certeza, diminuirão. Pessoas
ansiosas como Marta são boas, honestas e amorosas, mas acreditam
que se preocupar demais com suas tarefas é a melhor maneira de
agradar a Deus. Infelizmente, não é.
Deus não nos quer doentes. Por isso, quando se encontrar
ansioso ou estressado, pare tudo o que está fazendo e dedique-se ao
exercício de respiração. Ele o ajudará a baixar a ansiedade e a
promover equilíbrio cardíaco e mental. Além disso, medite na
Palavra de Deus, deixe os afazeres para depois e que na presença
dele.
Seja caminhando, seja ouvindo louvor, seja meditando na
Palavra, seja orando e falando com seu Mestre, perceba como sua
ansiedade vai diminuir. Deus quer a nossa atenção, sempre! Ele
quer que estejamos livres de todo mal. Por isso, devemos descansar
nele e acreditar que Ele tem cuidado de nós.
Com sua atitude, Maria nos mostrou como devemos proceder:
escolhendo sempre a melhor parte, que é estar perto de Deus,
entregando nossa vida totalmente em Suas mãos. Inclusive,
devemos manter um viver simples, com tempo para ouvir a voz do
nosso mestre querido, Jesus.
Relatos bíblicos sobre ansiedade
Antes de tornarem-se cristãos, alguns indivíduos do primeiro
século eram beberrões, ladrões e praticavam imoralidade sexual (1
Co 6.9-11). No entanto, eles não caram pensando no passado, mas
promoveram mudanças e con aram na misericórdia de Deus, que
Ele demonstra de modo generoso. O Salmo 130.4 diz: Mas contigo
está o perdão, para que sejas temido.
Não é bom carmos ansiosos por causa do futuro. O próprio
Jesus disse: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis
de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que
haveis de vestir (Mt 6.25). Por meio dessas palavras, Ele quis mostrar-
nos que devemos resolver os problemas de hoje. Por isso, não piore
a situação, juntando as preocupações de agora com as de amanhã.
Isso pode impedi-lo de pensar com clareza e levá-lo a tomar
decisões equivocadas. Saiba que muitas coisas nem sempre
acontecem como planejamos.
Um homem sábio orou certa vez: Não me dês nem a pobreza nem
a riqueza (Pv 30.8). Assim, ele procurou ter contentamento, um
sentimento que tem a aprovação de Deus. Em Hebreus 13.5, lemos:
Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes.
Diante disso, percebemos que o dinheiro pode falhar — e, muitas
vezes, falha —, mas Deus nunca decepciona quem con a nele e tem
uma vida simples.
O caminho para superar pensamentos negativos e
emoções destrutivas
Para superar pensamentos negativos e emoções destrutivas, o
ideal é desenvolver emoções positivas, que são mais fortes e mais
poderosas. Sendo assim, ouça sua voz interior e substitua
pensamentos negativos por positivos. Independentemente da
situação, foque o que você quer que aconteça e, em seguida, dê o
próximo passo positivo.
Em 2 Coríntios 4.16-18, lemos: Por isso, não desfalecemos.
Embora, exteriormente, estejamos desgastados, interiormente,
somos renovados dia após dia, pois nossos sofrimentos leves e
momentâneos produzem para nós uma glória eterna, que pesa mais
do que todos eles. Assim, xamos os olhos não no que vemos, mas
no que não vemos, pois o que vemos é transitório, mas o que não
vemos é eterno.
Entenda que, se começar a valorizar as pequenas coisas,
perceberá o quão rico você é agora. Para compreender melhor essa
a rmação, re ita nas a rmações a seguir:
Você não dormiu na rua.
Você não sentiu fome e sede na noite passada.
Você pôde escolher que roupa vestir nesta manhã.
Você não gastou um minuto com o medo.
Você tem acesso a cuidados espirituais e médicos.
Você pode ler...
E está lendo este livro, porque tem oportunidades. Logo, dê
valor a elas, lute e não perca a esperança! Sua vida é muito
importante para Deus e para as pessoas à sua wvolta.
Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o
povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
1 Pedro 2.9
Diante disso, nunca se esqueça de que é melhor con ar no
SENHOR do que con ar no homem (Sl 118.8).
Conclusão
O estresse e a ansiedade fazem parte da vida das pessoas que
se preocupam demasiadamente com algo. No entanto, podemos
livrar-nos deles ou, pelo menos, controlá-los. Ainda que não seja
fácil mudar nosso padrão de comportamento, tal atitude é possível.
Neste livro, abordamos, de forma simples e direta, como o
estresse e a ansiedade, se não forem tratados, podem transformar-
se em doença grave. Por meio de exemplos práticos, apresentamos
formas de mudar nosso comportamento e desfrutar o bem-estar em
nós e nas pessoas à nossa volta.
O estresse e a ansiedade certamente vêm para tirar nosso sono
e nosso foco, quer seja nos momentos bons, quer seja nos ruins. Por
isso, devemos deixar Deus estabelecer Sua vontade e Seus sonhos
em nossa vida. Descansar nele não é deixar de orar por aquilo que
desejamos, mas, sim, entregar nossa vida em Suas mãos, sem
permitir que o estresse ou a ansiedade nos impeça de agir da
maneira correta. Descansar em Deus é agir con ante na Sua
poderosa ação (veja Sl 37.25).
Ao longo do texto, encontramos também várias dicas sobre
como podemos mudar nossos hábitos e nosso padrão de
pensamentos, bem como identi car o estresse e a ansiedade. O
importante, nesse caso, é tomar consciência de que precisamos de
ajuda e saber que esses males, se não forem tratados
adequadamente, podem transformar-se em uma depressão.
Podemos fazer muitas coisas para diminuir esses problemas.
Por exemplo, quando Paulo sentia “ansiedade por todas as
congregações”, ele se esforçava para consolar e ajudar aqueles com
quem se preocupava (2 Co 11.28). Esse tipo de ansiedade tinha um
lado positivo, visto que o motivava a ajudar os outros.
Esse mesmo sentimento que Paulo teve também pode surgir
em nós. No entanto, o contrário disso — não nos preocuparmos
com os outros — indica falta de amor sincero (Pv 17.17). Desse
modo, amar a Deus sobre todas as coisas, amar a si mesmo e amar
o próximo correspondem, sem dúvida, à melhor terapia para curar-
nos do estresse e da ansiedade.
A solicitude no coração do homem o abate, mas uma boa palavra o
alegra.
Provérbios 12.25
Agradecimentos
A todos os pastores e líderes de igrejas e comunidades que têm
a coragem e a responsabilidade de abordar esse tema em respeito
ao ser humano que sofre.
A minha família e ao meu esposo Jofran, eterno companheiro.
E um agradecimento especial ao pastor e psicólogo Leidmar
Lopes, presidente da Associação de Padres e Evangélicos Brasileiros
nos EUA (APEBUSA) e da The Brazilian Evangelical Pastors
Association OF USA (APEB), que me incentivou a lutar por essa
causa da saúde mental, sendo um canal de conhecimento técnico e
bíblico em todo o mundo.
Referências Bibliográficas
A SOMA DE TODOS OS AFETOS. Quem sofre de ansiedade
percebe o mundo de maneira diferente. Disponível em:
<h ps://www.asomadetodosafetos.com/2016/05/quem-sofre-de-
ansiedade-percebe-o-mundo-de-maneira-diferente.html?
clid=IwAR1sSkAfr8oJwRiU-
i3MvdSXVg65Cpo_z_0FhMwQ7NNW6aaGvkMskw1XUSw>.
A TEOLOGIA DESCOMPLICADA. Os 8 maravilhosos
benefícios da oração, você sabe quais são? Disponível em:
<h p://ateologiadescomplicada.com/os-8-maravilhosos-bene cios-
da-oracao-voce-sabe-quais-sao/>.
BASTOS, A. B. I. “A escuta psicanalítica e a educação.” In:
Psicólogo informação. São Paulo: ano 13, n. 13, p. 91-97, dez./2009.
BIRMAN, J. Mal-estar na atualidade: a psicanálise e as novas
formas de subjetivação. 3 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2001.
CHURCH POP. 8 versículos da Bíblia que te fará perceber como
é grande o amor de Deus por você. Disponível em:
<h ps://pt.churchpop.com/8-versiculos-da-biblia-que-te-fara-
perceber-como-e-grande-o-amor-de-deus-por-voce/>.
CUIDADO INTEGRAL DO MISSIONÁRIO.
Autoconhecimento: sua importância para o cristão. Disponível em:
<h ps://www.cuidadomissionariojmn.org.br/single-
post/2016/12/09/Autoconhecimento-sua-import%C3%A2ncia-para-o-
crist%C3%A3o>.
CURSO ACESSO. A importância de sonhar para realizar.
Disponível em: <h ps://www.cursoacesso.com.br/a-importancia-de-
sonhar-para-realizar/>.
DEVOCIONAIS DE UM DISCÍPULO. Disponível em:
<h ps://devocionaisdeumdiscipulo.wordpress.com/2013/10/01/tiago-
516-confessai-as-vossas-culpas-uns-aos-outros-e-orai-uns-pelos-
outros-para-que-sareis-a-oracao-feita-por-um-justo-pode-muito-em-
seus-efeitos/>.
ÉPOCA. Desabafar muda o cérebro. Disponível em:
<h p://revistaepoca.globo.com/Revista Epoca/0,,EDR77460-
8055,00.html>.
EXTRA. Até a ciência reconhece o poder das orações. Disponível
em: <h ps://extra.globo.com/noticias/rio/ate-ciencia-reconhece-
poder-das-oracoes-669804.html>.
FÃS DA PSICANÁLISE. Disponível em:
<h ps://www.fasdapsicanalise.com.br>.
GOSPEL MAIS. Pesquisadores incentivam a oração como arma
contra estresse e problemas emocionais. Disponível em:
<h ps://noticias.gospelmais.com.br/oracao-arma-estresse-
problemas-emocionais-95636.htm>. Acesso em: 8 set. 2019.
JASMINE ALIMENTOS. Transtorno de ansiedade: causas,
sintomas e como tratar a doença. Disponível em:
<h ps://www.jasminealimentos.com/qualidade-de-vida/transtorno-
de-ansiedade/>.
JRM. A importância de falar e de saber ouvir. Disponível em:
<h ps://www.jrmcoaching.com.br/blog/desabafo-importancia-de-
falar-saber-ouvir/>.
MEDITANDO NA PALAVRA. Disponível em:
<h p://sidonemeditandonapalavra.blogspot.com/2012/06/sonda-me-
o-deus.html>.
MENTE E CÉREBRO. Desabafar é bom. Disponível em:
<h p://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/desabafar_e_bom.html>.
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  • 1.
  • 2.
  • 3. Copyright © 2020 por Editora Central Gospel. Dados Internacionais de Catalogaçãona Publicação(CIP) Autora:LOBO,Marisa Título:Estresseeansiedade Riode Janeiro:2020 96 páginas e-ISBN:978-85-7689-732-3 1.Vida Cristã - Estresse I.Ansiedade II.TítuloIII. Todos os direitos reservados.É proibida a reproduçãototal ouparcial do textodeste livropor quaisquer meios (mecânicos,eletrônicos,xerográ cos, fotográ cos etc.),a nãoser em citações breves,com indicaçãoda fonte bibliográ ca. As citações bíblicas utilizadas neste livroforam extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida (ARC),Sociedade Bíblica doBrasil,salvo indicaçãoespecí ca,e visam incentivar a leitura das Sagradas Escrituras. Este livroestá de acordocom as mudanças propostas pelonovoAcordo Ortográ co,em vigor desde janeirode 2009. 1ª edição:Abril/2020 DIRETORIA EXECUTIVA Elba Alencar COORDENAÇÃODE E-BOOK GERÊNCIA DE MARKETING SarahAlencar COORDENAÇÃODE MARKETING Renata Gonçalves GERÊNCIA EDITORIAL Jane CasteloBranco COORDENAÇÃOEDITORIAL Michelle Candida Caetano REVISÃO Maria José Marinho PROJETOGRÁFICO André Faria DIAGRAMAÇÃO Luiz Felipe Rolim CAPA André Faria DISTRIBUIÇÃODIGITAL: BRAZIL DELUXE Editora Central Gospel Ltda Estrada doGuerenguê,1851 - Taquara Cep:22.713-001 Riode Janeiro– RJ TEL:(21)2187-7000 www.editoracentralgospel.com
  • 4. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Filipenses 4.6,7
  • 5. Sumário 1. Capa 2. Folha de Rosto 3. Créditos 4. Introdução 5. Capítulo 1 O que é estresse? 6. Capítulo 2 O que é ansiedade? 7. Capítulo 3 A importância do desabafo 8. Capítulo 4 A eficácia da oração no tratamento de transtornos mentais 9. Capítulo 5 Exercícios para ajudar no controle do estresse e da ansiedade 10. Capítulo 6 Atitudes para tornar a vida mais tranquila 11. Capítulo 7 Conselhos para viver melhor 12. Capítulo 8 Aprendendo com a ansiedade de Marta 13. Conclusão 14. Agradecimentos 15. Referências Bibliográficas
  • 6. O Introdução estresse é caracterizado pelo desgaste que ocorre no dia a dia da pessoa, em que ela é forçada a enfrentar diferentes situações que a deixam irritada, amedrontada, confusa etc. Assim, nos contextos estressantes, surgem emoções fortes, tensões emocionais e um estressor (agente produtor de estresse). Além disso, o estresse é um sintoma que muda o estado emocional de forma indescritível. Ele pode ser caracterizado por sensações de irritação, medo, desconforto, preocupação, frustração, indignação, nervosismo e ser motivado por diversas razões. Muitas vezes, a causa do estresse é desconhecida. Quando o estresse interfere na vida e no trabalho (fazendo com que seja difícil passar dias tranquilos por um longo período), ele pode ser perigoso tanto para a mente quanto para o corpo. Isso acontece porque o estresse também leva a incômodos físicos. O estresse pode ser causado pela ansiedade e pela depressão, devido à mudança brusca no estilo de vida e à exposição a determinado ambiente, que leva a pessoa a sentir certo tipo de angústia — no caso da Síndrome de Burnout — concernente à motivação no trabalho, ao relacionamento com metas, a cobranças etc. Assim, ele pode estar presente em forma de doenças, con itos psicológicos e situações do cotidiano. Em relação à ansiedade, uma dose dela é normal e faz bem. Essa condição pode ser decorrente de uma entrevista de trabalho, uma viagem, um exame de vestibular ou uma situação de risco em potencial (quando, por exemplo, se caminha em uma rua deserta
  • 7. com a sensação de ser seguido). Dessa forma, a ansiedade costuma deixar as pessoas sempre em estado de alerta. Do ponto de vista psíquico, a ansiedade é um estado de apreensão, expectativa ou medo diante do inesperado, acompanhada por uma sensação de desconforto e insegurança. Na Bíblia, há relatos sobre a ansiedade. Um deles é o do rei Davi, que questionou até quando teria ansiedade, preocupação e tristeza em seu coração (Sl 13.2). Porém, o que o ajudou a lidar com isso foi a atitude de abrir o coração a Deus em oração, con ando plenamente no Seu amor (v. 5; 62.8). De fato, Deus quer que as pessoas lhe entreguem suas preocupações, para que Ele lhes traga alívio, conforme as Escrituras relatam em 1 Pedro 5.7 NTLH: Entreguem todas as suas preocupações a Deus, pois ele cuida de vocês. Neste livro, serão apresentadas respostas para as seguintes perguntas: O que é ansiedade? O que é estresse? Como a pessoa sabe que é ansiosa? Como lidar com a ansiedade? O cristão pode ter ansiedade? Essas são dúvidas comuns sobre um tema de grande relevância. Não são poucos os que sofrem com estresse e ansiedade. Muitos, entretanto, não compreendem tais condições ou têm conceitos confusos sobre elas. Portanto, esclareceremos o assunto e ensinaremos como é possível controlá-las, não permitindo que se transformem em depressão e limitem a vida a uma prisão psicológica. Boa leitura!
  • 8. C A P Í T U L O 1 O QUE É ESTRESSE?
  • 9. E stresse, segundo o Dicionário Aurélio, é “o conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa, e outras, capazes de perturbar-lhe a homeostase; estricção”. Todos temos preocupações, e isso é normal. Porém, o que não é considerado um estado mental saudável é estarmos sempre preocupados. A condição de preocupação crônica é um padrão negativo de pensamento que os psicólogos ajudam a quebrar. Assim, os “preocupados crônicos” correm o risco de adquirir problemas de saúde devido à resposta ao estresse prolongada pelo corpo. Quando experimentamos o estresse, nosso corpo libera os hormônios cortisol e adrenalina. Esses hormônios causam o aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca e provocam outras alterações psicológicas que, durante um longo período de tempo, encurtam a vida. Em um estudo britânico sobre estresse e mortalidade, os pesquisadores descobriram que o estresse leva a um risco maior de morte por doenças cardiovasculares, câncer, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. As causas do estresse podem ser internas ou externas. Quando os sintomas dele persistem por um longo intervalo de tempo, ocorrem sentimentos de evasão (ligados à ansiedade e à depressão). No entanto, nossos mecanismos de defesa passam a não responder de forma e caz, aumentando, assim, a possibilidade de surgirem doenças, especialmente cardiovasculares. Alguns medicamentos podem desenvolver ou piorar os sintomas do estresse, como: inaladores usados para tratar asma; medicamentos para tireoide; algumas pílulas dietéticas; alguns
  • 10. remédios para resfriado; e produtos com cafeína, cocaína, álcool e tabaco. Quando os sintomas ocorrem com frequência, o indivíduo passa a ter distúrbios de ansiedade. O tratamento para o estresse consiste em três abordagens: administrar os estressores, aumentar a resistência a estes e mudar a forma de enfrentá-los. É importante saber o que é um fator estressor. Este pode ser um acontecimento, uma situação, uma pessoa ou um objeto, que se identi ca como elemento estressante e induz à reação de estresse. Tal fator pode variar amplamente quanto à natureza, abrangendo desde componentes psicossociais e comportamentais — como frustração, ansiedade e sobrecarga — até elementos de origem bioecológica e física, incluindo o ruído, a poluição, a temperatura e a nutrição. A imaginação e a antecipação também podem agir como fatores estressantes e desencadear reações de estresse. Segundo a Associação Americana de Psicologia, há três tipos de estresse: o agudo, o agudo episódico e o crônico. Estresse agudo O estresse agudo é uma reação do corpo a um momento ou fator estressor. Os sintomas da reação aguda ao estresse passam, em grande parte, pelos sintomas ansiosos, como: ativação psíquica, instabilidade de humor, apreensão e insegurança. A Associação Americana de Psicologia descreve estes sintomas físicos de quem passou por estresse agudo: dor de cabeça tensional, dor nas costas, dor na mandíbula, dores musculares em geral, azia, atulência, diarreia, palpitações cardíacas, aumento de pressão e mãos suadas.
  • 11. Estresse agudo episódico A Associação Americana de Psicologia de ne o estresse agudo episódico como a condição em que os estímulos que causam as reações agudas ao estresse se repetem com frequência. Nesse caso, os sinais são os sintomas do estresse agudo, mas prolongados, como: dores de cabeça tensionais persistentes, enxaquecas, hipertensão, dor no peito e doenças cardíacas. Já a Síndrome de Burnout é uma resposta do organismo a esse estresse prolongado relacionado ao ambiente de trabalho, que não foi solucionado, procrastinado ou evitado de alguma forma. Burnout pode ser confundida com demais transtornos, como ataque de ansiedade, pânico e outros. Estresse crônico Estresse crônico é a resposta à pressão emocional sofrida durante um período prolongado de tempo, no qual o indivíduo percebe que tem pouco ou nenhum controle. Ele envolve uma resposta do sistema endócrino no qual corticosteroides são liberados. Transtorno do estresse pós-traumático O Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) é um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais em decorrência de o portador ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que, em geral, representaram ameaça à sua vida ou à de terceiros.
  • 12. Quando se recorda do fato, a pessoa revive o episódio como se ele estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento que o agente estressor provocou. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neuro siológicas e mentais. Aproximadamente entre 15% e 20% das pessoas que, de alguma forma, estiveram envolvidas em casos de violência urbana, agressão física, abuso sexual, terrorismo, tortura, assalto, sequestro, acidentes, guerra, catástrofes naturais ou provocadas desenvolvem esse tipo de transtorno. Porém, a maioria só procura ajuda dois anos depois das primeiras crises. Por isso, é importante car atento aos sintomas clássicos: fadiga constante e necessidade de dormir mais; irritabilidade, ansiedade e baixa libido; dores, gripes e resfriados recorrentes; tonturas, tremores e sudorese; sensibilidade extrema a frio e calor; descoloração da pigmentação da pele; queda de cabelo corpóreo; má digestão e assimilação. Logo, para facilitar o controle do estresse, é preciso tomar cuidado também com a alimentação. Consumir os alimentos de acordo com o seu tipo metabólico ajuda a aproveitar melhor os nutrientes geradores de energia. Há indivíduos que precisam mais de proteínas e gorduras; já outros necessitam de mais carboidratos. Ainda existe um grupo de pessoas que se sente bem quando tem uma alimentação equilibrada com todos esses macronutrientes.
  • 13. C A P Í T U L O 2 O QUE É ANSIEDADE?
  • 14. A nsiedade é a preocupação excessiva com o que vai acontecer. É por isso que o ansioso tem o costume de antecipar os acontecimentos, antes mesmo de enfrentar uma possível situação perigosa ou difícil. No entanto, a ansiedade, em alguns casos, não ajuda e só piora a situação. Por esse motivo, não é bom sermos dominados por essa condição, porque ela rouba nossa paz e pode ser geradora de muitos problemas físicos e psicológicos. Além disso, é capaz de atrapalhar nosso trabalho, nossas amizades, nossos relacionamentos e nossa fé. Ansiedade é um termo geral para vários distúrbios que causam nervosismo, medo, apreensão e preocupação. Ela é uma reação que todo indivíduo experimenta diante de algumas situações do cotidiano, como, por exemplo, no ato de falar em público, nas expectativas de datas importantes, em entrevistas de emprego, em vésperas de provas, nos exames clínicos, entre outras. Algumas pessoas, porém, vivenciam essa reação de forma mais frequente e intensa, que pode ser considerada patológica e comprometer a saúde emocional. Nesse caso, ela é chamada de transtorno de ansiedade e pode desenvolver doenças graves e levar até mesmo ao suicídio. Transtorno de ansiedade Não se sabe ao certo por que algumas pessoas são mais propensas à ansiedade descontrolada do que outras. Alguns fatores que podem estar envolvidos são: genética, ou seja, histórico familiar de transtornos de ansiedade; ambiente, por exemplo, passar por determinado evento traumático ou estressante; e doenças físicas.
  • 15. Os transtornos de ansiedade se diferenciam do medo ou da ansiedade normais, adaptativos, por serem excessivos ou persistirem além de períodos apropriados ao nível de desenvolvimento. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), esse é um distúrbio que se caracteriza pela preocupação excessiva ou expectativa apreensiva. Estudos mostram que o transtorno está ligado aos neurotransmissores que proporcionam ao cérebro a sensação de bem-estar e felicidade, como serotonina, dopamina e norepinefrina. Porém, não é apenas isso. Fatores genéticos, qualidade de vida, alimentação e rotina de estresse também estão relacionados ao desenvolvimento da ansiedade. São sintomas psicológicos da ansiedade: • constante tensão ou nervosismo; • sensação de que algo ruim vai acontecer; • problemas de concentração; • medo constante; • descontrole sobre os pensamentos, principalmente di culdade em esquecer o objeto de tensão; • preocupação exagerada em comparação com a realidade; • problemas para dormir; • irritabilidade; • agitação dos braços e das pernas. São sintomas físicos da ansiedade:
  • 16. • dor ou aperto no peito e aumento das batidas do coração; • respiração ofegante ou falta de ar; • aumento do suor; • tremores nas mãos ou em outras partes do corpo; • sensação de fraqueza ou cansaço; • boca seca; • mãos e pés frios ou suados; • náusea; • tensão muscular; • dor de barriga ou diarreia. Ataques de pânico Os ataques de pânico são uma reação comum aos transtornos de ansiedade, principalmente na síndrome do pânico. Estas são suas principais características: • sensação de nervosismo e pânico incontroláveis; • sensação de morte; • aumento da respiração; • aumento da frequência cardíaca; • tonturas e vertigens; • problemas gastrointestinais.
  • 17. Em alguns casos, os sintomas físicos são tão intensos que podem ser confundidos com infarto e outros eventos cardiovasculares. Diagnóstico de ansiedade De início, o pro ssional investiga se há alguma causa física para a ansiedade excessiva. Enquanto isso, à medida que conversa com o paciente, ele faz uma análise e entende quais condições podem levar a pessoa a ter essa ansiedade exagerada. Caso o médico não identi que as causas físicas, ele pode comparar seus sintomas com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) para entender qual é seu quadro. Outros distúrbios ligados à ansiedade Segundo Tatiana Pimenta, CEO e Fundadora da Vi ude, não é apenas o Transtorno da Ansiedade Generalizada (TAG) que está ligado à ansiedade patológica, mas também outros distúrbios que pessoas com esse transtorno podem apresentar. Veremos alguns a seguir. Síndrome do Pânico É marcada por diversos sintomas, como medo da morte ou de sair de casa, angústia, tremores, falta de ar, dor no peito, taquicardia, entre outros. Essas manifestações podem durar cerca de 20 minutos ou serem mais longas. Não é preciso um motivo especí co para a pessoa desenvolver o pânico, uma vez que ele pode surgir sem razão.
  • 18. Agorafobia Esse distúrbio acontece com pessoas que já passaram por crises de ansiedade ou fobia e vivem tensas, com medo de terem novas manifestações. Isso faz com que o paciente evite lugares nos quais acredita que os sintomas aparecem e podem causar um isolamento social. Estresse Pós-Traumático Ele se manifesta após um evento que causa traumas, como assaltos, violência sexual, sequestro, acidentes, perdas repentinas, entre outros. É comum que a pessoa sofra com ashbacks dessas situações, o que causa sintomas de ansiedade. Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) Tem a ver com pensamentos obsessivos ligados à ansiedade e que geram comportamentos repetitivos, como mania de limpeza, compulsão (seja por jogos, compras ou alimentos), perfeccionismo etc. Fobias É o medo irracional de diferentes coisas, como altura, voar de avião, lugares fechados, animais, entre outros. Como a pessoa ansiosa enxerga o mundo? Não podemos mais negar a ciência no tocante às doenças mentais, pois as pessoas não podem ser responsabilizadas por
  • 19. terem tais distúrbios. No entanto, infelizmente, ainda há quem acredite na ideia de que esses problemas são coisas “que só existem na cabeça de tais indivíduos”. Logo, a ignorância faz a sociedade adoecer e causa sofrimento a toda geração. Segundo o novo estudo da revista Current Biology, quem sofre de ansiedade percebe o mundo de um jeito diferente — e isso se explica por variações no cérebro. Sendo assim, tudo tem a ver com a plasticidade cerebral, ou a capacidade de o órgão reorganizar-se e formar novas conexões. Plasticidade cerebral Segundo a fonoaudióloga Daniela Cunha Agonilha, plasticidade cerebral é a denominação das capacidades adaptativas do Sistema Nervoso Central (SNC) — sua habilidade para modi car sua organização estrutural própria e seu funcionamento. É a propriedade do sistema nervoso que permite o desenvolvimento de alterações estruturais em resposta à experiência, como adaptação a condições diferentes e a estímulos repetidos. Esse fato é mais bem compreendido por meio do conhecimento do neurônio, da natureza das suas conexões sinápticas e da organização das áreas cerebrais. Assim, a cada nova experiência do indivíduo, redes de neurônios são rearranjadas, outras tantas sinapses são reforçadas, e múltiplas possibilidades de respostas ao ambiente tornam-se possíveis. Existem variáveis importantes no sentido de entender o potencial para a recuperação funcional após a lesão. São elas: idade do indivíduo, local e tempo da lesão e a natureza dela. Tais mudanças ditam como a pessoa responde a estímulos. Os pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, de Israel, descobriram que quem é diagnosticado com ansiedade tem menos
  • 20. propensão a distinguir entre os estímulos seguros, ou neutros, e os ameaçadores. Os cientistas perceberam que as pessoas que sofrem de ansiedade têm uma plasticidade mais duradoura depois de uma experiência emocional (ou “estímulo”). Isso signi ca que o cérebro é incapaz de distinguir situações novas e irrelevantes de algo que é familiar e não ameaçador, resultando em ansiedade. Em outras palavras, os ansiosos tendem a generalizar demais as experiências emocionais, sejam elas ameaçadoras ou não. Além disso, conforme observam os estudiosos, essa reação não é algo que está no controle dos indivíduos ansiosos, porque se trata de uma diferença fundamental do cérebro. Para o pesquisador Rony Paz, “os traços da ansiedade podem ser completamente normais e até bené cos do ponto de vista da evolução. Mas um evento emocional, mesmo que de pouca importância, pode induzir mudanças no cérebro que podem levar a um transtorno de ansiedade”. A nova pesquisa é um lembrete de que as pessoas não podem ser responsabilizadas por terem doenças mentais, uma vez que as evidências indicam que a saúde mental tem raízes genéticas e siológicas. Um estudo de 2015 descobriu que a ansiedade pode ser hereditária, enquanto outras pesquisas sugerem que a depressão pode ser uma doença in amatória. Todavia, apesar de um crescente conjunto de pesquisa, as doenças mentais ainda são cercadas por estigmas. Segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças, órgão do governo americano, apenas 25% das pessoas que sofrem de doença mental acreditam que os outros indivíduos compreendem suas experiências.
  • 21. Causas da ansiedade A ansiedade pode ser provocada por qualquer motivo, já que depende da importância que o indivíduo dá a uma determinada situação. Ela pode surgir em adultos ou crianças. Contudo, a ansiedade aguda e o estresse são mais comuns em certas situações, como a insegurança do primeiro dia de trabalho, o casamento, os problemas familiares ou os compromissos nanceiros, por exemplo. Logo, é importante identi car a causa para conseguir tratá-la, a m de que não se torne crônica. Além disso, em algumas situações, o uso excessivo de redes sociais também pode acarretar ansiedade, tristeza e mal-estar. Diferenças entre estresse e ansiedade Pesquisadores que estudam as diferenças entre o estresse e a ansiedade chamam o estresse de “estresse da vida”, porque é geralmente em resposta às pequenas irritações diárias. Por exemplo, derramar seu café no caminho até a porta, pela manhã, é um evento estressante da vida. Desse modo, se você tiver um momento de menor estresse como esse e responder como se fosse “o m do mundo”, tem um padrão de pensamento negativo de alguém que não aprendeu a gerir o estresse também. Um indivíduo com transtorno de ansiedade tem o costume de preocupar-se com a possibilidade de derramar seu café, atrasar-se para o trabalho, ser ridicularizado por seus colegas de empresa etc. antes mesmo de o café ser derramado. Pesquisadores que estudam essa diferença descobriram que as pessoas que percebem que têm pouco controle sobre eventos
  • 22. ambientais são mais propensas a responder a uma mudança de vida com sintomas de depressão e ansiedade. Assim, quando a preocupação se torna parte normal de sua vida e continua por meses, é provável que você tenha desenvolvido um transtorno de ansiedade. Preocupação crônica durante seis meses ou mais é um dos critérios para o diagnóstico de ansiedade. Se o estresse é preocupante para você, ele provavelmente se tornou um problema. A vida se torna diferente por causa das preocupações As mudanças que você faz em sua vida dependem da causa do seu estresse, mas, se você evita pessoas, determinados lugares ou eventos devido à sua condição, é provável que tenha um problema de ansiedade. Quando o medo é a razão pela qual você não se socializa com os amigos, não vai a eventos especiais dos quais costumava desfrutar ou percebe que sua produtividade no trabalho diminuiu, é possível que tenha progredido de um problema de estresse para um de ansiedade. A Associação de Ansiedade e Depressão da América diz: “Todo mundo experimenta estresse e ansiedade em um momento ou outro. A diferença é que o estresse é uma resposta a uma ameaça numa situação. A ansiedade é uma reação ao estresse. A ansiedade é o estresse crônico, enquanto o estresse é uma resposta normal a algo perturbador. Então, podemos evitar ambos, escolhendo responder com aceitação e colocando-nos em uma mentalidade positiva quando enfrentamos este novo desa o”. Teste de ansiedade
  • 23. Se você acha que sofre com ansiedade, selecione como se sentiu nas últimas duas semanas: 1. Nervoso, ansioso ou no limite. Sim/ Não 2. Mais cansado. Sim /Não 3. Com di culdade para dormir? Sim/ Não 4. Com di culdade para deixar de car preocupado. Sim/ Não 5. Com di culdade para relaxar. Sim /Não 6. Tão preocupado que foi difícil car parado. Sim/ Não 7. Facilmente irritável ou chateado. Sim /Não 8. Com medo de que algo ruim fosse acontecer. Sim/ Não Quais as melhores formas de tratamento da ansiedade? É essencial o acompanhamento de um psicólogo ao serem detectados sintomas de transtornos de ansiedade. Por meio de diferentes formas de terapia, o pro ssional analisará o caso, identi cará o fator desencadeador do distúrbio e combaterá as complicações que a doença pode causar. Em alguns casos, o especialista pode sentir a necessidade do acompanhamento de um psiquiatra, que analisará o paciente e receitará medicamentos que ajudem no tratamento. Porém, uma mudança no estilo de vida também é essencial para combater a ansiedade, incluindo atividades físicas, alimentação rica e balanceada, contatos sociais, momentos de lazer etc.
  • 24. Sessões de psicoterapia A psicoterapia é um processo que pode ajudar os indivíduos que sofrem com ansiedade. Ela é um tratamento colaborativo baseado na relação entre o paciente e o psicólogo. Uma das abordagens e cientes no tratamento de quadros ansiosos é a terapia cognitivo-comportamental, que tem uma atuação focal e direta. Exercícios físicos Procure reservar tempo para caminhada, corrida ou qualquer atividade física que lhe proporcione prazer. Exercícios físicos realizados de forma regular ajudam a fortalecer o sistema imunológico e a prevenir doenças cardiovasculares e obesidade. Além disso, aumentam o bem-estar, a disposição para tarefas diárias e a produtividade no trabalho. Também diminuem a insônia e melhoram a saúde mental, prevenindo a depressão e aliviando o estresse. Contato com a natureza Estar em contato com a natureza alivia o estresse e diminui a ansiedade. Por isso, sempre que possível, chame seus amigos para irem à praia, observarem o mar e a natureza. Você também pode ouvir músicas, assistir a bons lmes, divertir-se, descansar e desligar-se. Por meio de atitudes simples, algumas mudanças na sua rotina podem trazer-lhe benefícios. Oração e agradecimento
  • 25. A oração, além de reforçar a fé, é como um bálsamo na vida de quem sofre de ansiedade, pois ajuda a diminuir os sintomas em poucos minutos. Além de acalmar, ela ameniza a tensão e consegue transportar a pessoa para fora do problema. A conexão com Deus nos faz compreender que a ansiedade excessiva não nos ajuda no momento de tensão. Ela também nos ajuda a reestabelecer a calma em momentos de pico e a prevenir os períodos ansiosos. Por isso, nossa sugestão é que você ore contra a ansiedade ao acordar e antes de dormir, para paci car seu sono. O poder da fé para ajudar na cura é reconhecido até pelos cientistas. O psiquiatra americano Harold G. Koenig defende que a oração auxilia na recuperação de pacientes em estado grave, muitos dentre os quais já desenganados pelos médicos. Portanto, a integração da religião com a espiritualidade — frequentar a igreja e orar — pode proteger as pessoas do estresse e evitar os efeitos destrutivos da hipertensão.
  • 26. C A P Í T U L O 3 A IMPORTÂNCIA DO DESABAFO
  • 27. E m geral, o homem passa por situações de frustração e tristeza, que podem ser desencadeadas por diversos motivos, desde os considerados banais até os mais sérios. Quando esses sentimentos cam guardados, eles se acumulam e podem dar início a uma série de problemas, como estresse, ansiedade e depressão. Sendo assim, uma das melhores formas de evitar esse acúmulo de problemas é desabafando, pois, quando você se abre com alguém, expõe o que sente e entende melhor o problema por meio de seus sentimentos e suas emoções. Os benefícios do desabafo Desabafar não é o mesmo que reclamar. Geralmente, pessoas que reclamam demais são malvistas, porque esse comportamento não é adequado e só serve para atrair negatividade e criar crenças limitantes no indivíduo. Já o desabafo ajuda a aliviar o estresse e a resolver problemas quando feito no ambiente correto, com a pessoa certa. Diferenças entre reclamar e desabafar O indivíduo que reclama constantemente fala sobre seus problemas a todo e qualquer momento, sem nenhum tipo de ltro. Já o que desabafa sabe a importância de desabafar e, assim, espera para abrir-se com alguém em quem con a e, em particular, no momento dedicado apenas a isso. O que pode parecer um detalhe separa a atitude positiva daquela que só prejudica e não leva a lugar algum.
  • 28. Sendo assim, a melhor maneira de livrar-se das emoções negativas é falando sobre elas. Falar a respeito de suas tensões e ansiedades pode ajudá-lo a seguir em frente, resolvendo problemas de forma e ciente e saudável. Quando temos a oportunidade de fazer um desabafo, que tem como foco o alívio de nossas dores, conseguimos esclarecer os sentimentos em nossa mente e enxergar tudo sob uma nova perspectiva. O desabafo do ponto de vista físico e mental Quando as emoções são fortes e não são descarregadas de maneira correta, a mente se torna desequilibrada, e a função neocortical do cérebro é desativada. Esse desequilíbrio faz você se sentir confuso, o que pode levá-lo a criar uma versão distorcida das situações, di cultando a identi cação do que realmente o perturba. É como se a visão casse turva, impedindo-o de ter um entendimento claro sobre as coisas. Não falar dos sentimentos gera estresse, que pode desencadear problemas até mesmo físicos. O estresse leva os músculos a carem tensos, resultando em di culdades para dormir, cólicas e dores musculares. Por esse motivo, falar sobre suas emoções ajuda a liberá-las do seu corpo e dos seus pensamentos. Da mesma forma que os exercícios físicos ajudam a limpar e a relaxar a mente, o desabafo auxilia na recuperação de sua força mental e física. Muitos casos de depressão têm origem no silêncio. Quando não conseguimos colocar para fora o que sentimos, o que pensamos e o que queremos, adoecemos. Como funciona o desabafo no cérebro
  • 29. Durante o dia, o programa motor do nosso cérebro perde horas montando pensamentos e sentimentos, sendo des ado a revisar nossos problemas. Assim, quando desabafamos, nosso cérebro passa a descansar. É por isso que guardar um segredo dá trabalho e contá-lo é tão bom. Preocupações, assim como segredos, são representações mentais angustiantes que levam à ativação de uma estrutura do cérebro especializada em antecipar problemas: o córtex cingulado anterior. Ao ser ativado, ele dispara uma série de alarmes — parte da resposta ao estresse da preocupação —, deixando tanto corpo quanto cérebro tensos. Além disso, já que o cérebro sabe colocar seus pensamentos em palavras, camos remoendo a preocupação ou o segredo, ensaiando mentalmente sua versão motora, produzida pela boca. No entanto, sem ter com quem desabafar, esse programa motor ca só na vontade e não sai. Assim, tem-se um cérebro cada vez mais a ito, que precisa ter força cognitiva, atenta, para segurar ativamente suas palavras. Com a oportunidade do desabafo, o programa motor tão ensaiado é executado e não precisa mais ser segurado pelo seu córtex pré-frontal; dessa forma, o cingulado anterior pode soltar-se, sentir-se aliviado e desligar os alarmes que ajudavam o restante do cérebro a manter o controle. Essa é uma das razões pelas quais desabafar em uma psicoterapia pode ser tão bom. Nela, você alivia o cérebro e começa dar sentido real às circunstâncias. No entanto, não é só com o psicólogo ou terapeuta que você deve fazer o simples desabafo, mas também com amigos, parentes, líderes religiosos e até mesmo com estranhos. Estes servem quando você precisa de uma oportunidade para descarregar suas preocupações em palavras.
  • 30. Um estudo recente da Universidade de Harvard mostrou que, tendo opção entre responder a perguntas sobre gostos e hábitos dos outros, sobre simples fatos ou sobre si mesmos, os participantes preferiram falar de si mesmos — e até pagavam para escolher essa alternativa, mesmo cando dentro de um aparelho de ressonância magnética, onde só os pesquisadores viam suas respostas. A preferência por falar de si está relacionada a uma ativação maior das estruturas do sistema de recompensa, o que gera prazer. Desabafar faz bem Desabafar em um momento de crise ajuda a acalmar a mente. A pessoa que guarda os problemas pode ter desgaste mental e doenças, como, por exemplo, a depressão. Por esse motivo, diante do desemprego, da morte de um familiar ou de uma grande perda, a facilidade com que se adquire a depressão é muito maior nesse período. A crise deixa a pessoa mais vulnerável, fazendo com que perca a esperança. Ainda que não tenha condições de ir a um psicólogo, você pode desabafar com um amigo ou conhecido. Isso ajuda a melhorar. Quero desabafar, mas com quem? Muitos líderes ou pessoas comuns sentem a necessidade de desabafar, mas não sabem com quem, e isso os torna tristes. Sinceramente, a maior di culdade no meio cristão é fazer amizade ou construir um laço de relação de con ança com alguém que seja uma via de mão dupla. Inclusive, isso dá trabalho. Hoje, vivemos em uma era de egoísmo, e, para alguns, é mais fácil falar que não
  • 31. tem problema, a m de não precisar falar ou até mesmo para não precisar ouvir. Pastores, líderes religiosos, psicólogos e psicanalistas ouvem os problemas de todos, mas não têm com quem falar dos seus, por medo de serem julgados, condenados ou tachados de fracos e pecadores. A nal, eles levam sobre si um rótulo de vitória completa e, desse modo, não conseguem mostrar que têm defeitos, uma vez que seus liderados podem não mais segui-los, admirá-los ou con ar neles. Porém, essa concepção errônea tem levado muitos líderes cristãos à exaustão. É por esse motivo que buscar ajuda de um pro ssional comprometido com sua ética pro ssional é importante, pois, ao agir assim, o indivíduo tem a certeza de que não será exposto — situação que é temida por muitos. Além disso, psicólogos não são amigos do paciente. Este paga com um objetivo, mesmo que seja apenas para desabafar. Dessa forma, todos os líderes e/ou cristãos que atendo e atendi ao longo dos anos zeram essa queixa, a qual, para alguns, é acompanhada de grande frustração, já que eles não têm com quem desabafar, seja por falta de con ança, seja por não terem alguém que saiba ouvir. A importância de saber ouvir Assim como desabafar é necessário, saber ouvir os desabafos de outras pessoas também é fundamental. Você fala o que sente para alguém de sua con ança? Costuma escutar os desabafos dos seus amigos? Acredita que tem retribuído positivamente àqueles que ouvem os seus desabafos, fazendo o mesmo por eles? Encontrar o equilíbrio entre falar e ouvir é muito importante para o amadurecimento e o desenvolvimento humano.
  • 32. Ouvir é algo que vai muito além de apenas escutar o que o outro diz. Ao ouvir verdadeiramente as pessoas, conseguimos entendê-las de uma forma melhor, o que é fundamental para manter uma comunicação e caz, evitar con itos, estreitar laços, gerar con ança e agir com mais empatia e tolerância com o próximo. Saber ouvir é tão necessário quanto desabafar. Como estão suas habilidades de ouvinte? Você acredita que tem ouvido as pessoas na essência, dando verdadeira atenção para o que elas dizem? Elas podem con ar em você? Nós, como cristãos, precisamos desenvolver a escuta e caz, para que nos tornemos ouvintes mais pacientes e empáticos e menos julgadores. Dessa maneira, retribuiremos o bem àqueles que nos ouvem, servindo como um espelho para que eles também aperfeiçoem suas habilidades como ouvintes. Portanto, seja o início de um círculo vicioso do bem e espalhe amor por onde passar. Se a Igreja entender que precisa con ar em pessoas que não vão falar das outras e que essa é uma ferramenta e caz para ajudá-las, ela desenvolverá mais sua escuta. Benefícios de saber ouvir Saber ouvir não bene cia apenas quem desabafa, mas também quem ouve. Essa habilidade proporciona uma série de vantagens na vida pessoal e na pro ssional. Quando a pessoa sabe ouvir, ela: • é reconhecida com uma boa companhia, agradável e exemplo de cordialidade. Quando isso acontece, ela incentiva os outros a agirem de forma positiva também; • tem mais apoio, porque pessoas que sabem ouvir se tornam ótimas companhias e nunca estão sós;
  • 33. • adquire maior compreensão sobre as pessoas e suas atitudes, evitando con itos e favorecendo a união, já que compreender o que os outros falam pode ser um grande desa o quando não se ouve o que eles dizem profundamente; • não apenas pratica uma boa ação, mas também tem a oportunidade de aprender com a pessoa que desabafa; • conhece novas situações, novas reações e novos sentimentos por meio da vivência de terceiros, o que pode ser muito enriquecedor; • é mais feliz à medida que dá mais atenção às pessoas e sente empatia por elas — meio essencial para fortalecer os laços de amizade; • tem a oportunidade de ajudar as pessoas que sofrem caladas e não têm com quem desabafar; • adquire o sentimento de poder ajudar, que é altamente recompensador. Contudo, é importante ressaltar que sempre se deve agir de coração e sem esperar algo em troca, para não criar expectativas que podem gerar ansiedade e frustração. Sendo assim, comece a desabafar sobre seus sentimentos e suas a ições, para que se conheça melhor e adote uma postura mais positiva perante os desa os da vida. E mais do que isso, tenha a consciência de que pode ajudar as pessoas que sofrem e retribuir- lhes o bem quando aprende a ouvi-las em plenitude. O caminho da cura para as dores inclui ouvir e falar. Nesse aspecto, o que a Bíblia diz sobre confessar os pecados? A Sagrada Escritura revela que devemos confessá-los a Deus para recebermos perdão. A con ssão mostra arrependimento e vontade de mudar.
  • 34. Em algumas situações, é importante também confessar o pecado a outras pessoas. Confessar para ser perdoado A Bíblia ressalta que quem confessa seus pecados recebe o perdão de Deus: Se confessarmos os nossos pecados, ele é el e justo para nos perdoar os pecados e nos puri car de toda injustiça (1 Jo 1.9). No entanto, a con ssão deve vir de um coração arrependido, pronto para mudar de vida. Logo, quando alguém se arrepende e confessa seus pecados, aceitando Jesus como seu Salvador, ca salvo da condenação e é perdoado de todos os seus pecados. Mesmo depois de converter-nos, somos passíveis de erros e pecados. O pecado di culta o relacionamento do convertido com Deus e impede seu crescimento espiritual. Além disso, a ação pecaminosa provoca muitas consequências negativas em sua vida. Por isso, é importante confessar os pecados quando se toma consciência deles, pedindo perdão a Deus e ajuda para vencer o pecado. Quem acha que não tem pecado engana a si mesmo, pois o que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia (Pv 28.13). Além disso, se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós (1 Jo 1.8). Confessar o pecado a Deus exige humildade e coragem para reconhecer o problema e enfrentá-lo. Logo, Deus nos ama e está sempre pronto para nos perdoar e nos ajudar! É preciso confessar os pecados para outras pessoas?
  • 35. A resposta para essa pergunta é: depende da situação (e das pessoas). Confessar o pecado é importante para a reconciliação, quando uma pessoa peca contra outra. Isso se chama pedir perdão. Como seguidores de Cristo, devemos tanto perdoar como pedir perdão. Na Bíblia, lemos sobre confessar os pecados para sermos perdoados. Dessa forma, ao sentir-nos perdoados, experimentamos algo acontecer dentro de nós em forma de alívio. Assim, a ansiedade baixa, o medo diminui, e adquirimos uma paz que re ete em nosso corpo, pois somatizamos o que sentimos, ou seja, nosso corpo sente tudo de forma positiva ou negativa. Somos feitos de hormônios, neurotransmissores, defesas e sistemas cerebrais. Cada sistema e cada hormônio têm uma função e são regidos pelo que absorvemos — pelo que eles compreendem — e dão a resposta. Quando desabafamos de forma intensa e verdadeira, nosso cérebro entende e responde com sensações que nos dão prazer. Nosso sistema cerebral de recompensa funciona dessa forma e está lá para presentear-nos não apenas com prazer, mas também com desprazer. Isso não depende apenas de Deus ou da fé, mas, sim, do bem que fazemos aos outros. Por isso, desabafar terapeuticamente — confessando o que nos faz mal, o que condenamos em nós, o que nos causa remorso e culpa — resulta, tanto no físico como no psicológico, em cura emocional. Porém, se confessarmos nossos erros a Deus, entendendo-os como pecado, e nos arrependermos verdadeiramente, seremos curados e libertos. Como superar o trauma?
  • 36. Para a psicologia, a psiquiatria e a psicanálise, falar sobre as dores vividas é essencial para superar um trauma. Ao fazer isso, a pessoa é capaz de reorganizar os sentimentos. O psicólogo Julio Peres mostrou em uma pesquisa — que, inclusive, foi o tema de seu doutorado de Neurociências e Comportamento pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo — publicada na revista Journal of Psychological Medicine que a conversa modi ca o funcionamento do cérebro. O estudo foi feito com 16 pacientes que sofreram estresse pós- traumático parcial (que não apresentaram todos os critérios de diagnóstico). Eles passaram por oito sessões de psicoterapia, nas quais narraram o momento traumático várias vezes. Depois, foram convidados a relembrar situações difíceis que viveram anteriormente e a sensação positiva que tiveram ao superar o problema. Ao nal, exames de tomogra a do tratamento revelaram que o funcionamento cerebral foi modi cado com a narração. De acordo com Peres, “quem passou pela psicoterapia apresentou maior atividade no córtex pré-frontal, que está envolvido com a classi cação e a ‘rotulagem’ da experiência. Por outro lado, a atividade da amígdala, que está relacionada à expressão do medo, foi menos intensa”. Isso fortalece a tese de que falar sobre o problema ajuda a pessoa traumatizada a controlar a memória da dor que sofreu. Já que a maneira como o cérebro processa as informações muda, os psicólogos deveriam estudar seus pacientes com métodos neurofuncionais. No Brasil, isso ainda é difícil, porque poucas pessoas têm conhecimento sobre o assunto. Julio Peres ainda a rma em seus estudos que quem não pode fazer psicoterapia deve compartilhar seus problemas com outras pessoas. Ele diz que isso também muda o cérebro.
  • 37. Em geral, as pessoas traumatizadas tendem a isolar-se. Elas não verbalizam o evento, nem compartilham suas histórias. Justamente pela falta de contar e recontar essas experiências, cam com as memórias traumáticas fragmentadas. Além disso, sentem medo e têm sensações dispersas, sem atribuição de um signi cado para o que aconteceu. Quando constroem esse signi cado, têm a possibilidade de reconstruir o momento trágico, trazendo um aprendizado daquele evento e, consequentemente, sentindo alívio da dor. Ao contrário do que se pensa, devemos acolher as pessoas e deixá-la livres para relatar e confessar, pois desabafar é libertador. Algumas delas, que passaram pelo trauma, acreditam que falar dele ou lembrá-lo aumenta a dor. Porém, se não falarem sobre sua memória, não darão signi cado ao acontecimento, tampouco o entenderão. É por isso que falar modi ca a interpretação. Nesse caso, converse com pessoas de con ança: amigos, familiares, alguém vinculado à sua crença religiosa. O mais importante é que possa, de fato, compartilhar seus sentimentos. Isso não signi ca que deva contá-los para qualquer um, mas para alguém que tende a acolher. Escrever também é um bom caminho. O fato é que pessoas que se escondem não verbalizam seus traumas, demoram muito mais tempo para recuperar-se emocionalmente, nem dão novo sentido à vida. Por esse motivo, devemos ver sempre novas possibilidades, com a ajuda de pessoas — ou mesmo com a nossa —, nos traumas ou nos con itos, de aprendizado e crescimento pessoal. É importante reagir Sentimentos positivos, como o altruísmo, ajudam-nos a melhorar rapidamente, em vez de sucumbir ao trauma. É essencial
  • 38. não nos sentirmos enfraquecidos, incapazes perante as situações difíceis em que vivemos. Se não conseguirmos sair de um con ito ou de uma dor, vamos tornar-nos pessoas frustradas, sem condições de superar o problema ou crescer em qualquer ocasião. Portanto, precisamos, de alguma forma, reagir e crescer, ou desenvolveremos outros transtornos e con itos psíquicos, como fobias que tomam lugar em nosso cérebro. Um trauma vivido e não elaborado pode marcar o indivíduo nesse sentido. Por isso, quem cria uma aliança positiva com aquele momento sai mais facilmente da di culdade.
  • 39. C A P Í T U L O 4 A EFICÁCIA DA ORAÇÃO NO TRATAMENTO DE TRANSTORNOS MENTAIS
  • 40. O s quatro Evangelhos mostram que Jesus recorreu à oração diante da angústia, por saber que havia chegado o momento de ser preso e cruci cado. Agora, dois mil anos depois, pesquisadores estão comprovando que a oração é uma arma e caz contra estresse e problemas emocionais. As pesquisas sobre estresse vêm descobrindo o quanto essa condição de pressão emocional intensa é malé ca à saúde. Assim, a busca por alternativas que ajudem a reduzir o impacto causado exploram novas possibilidades, e foi nesse ponto que os estudiosos descobriram a oração. “O estresse leva a problemas cardíacos, depressão, ansiedade, dor nas costas, indigestão e outros problemas intestinais, dores de cabeça, problemas de sono e uma série de outras questões”, relata o Dr. Michael Roizen, de acordo com informações da emissora Christian Broadcasting Network (CBN). Dados de levantamentos realizados com os médicos apontam que cerca de 43% dos adultos sofrem com más condições de saúde por causa do estresse, e até 90% das consultas médicas são sobre queixas relacionadas ao problema. Santo remédio Shane Sharp, pesquisador da Universidade de Wisconsin, descreve a oração como uma arma que auxilia as pessoas a lidarem com suas circunstâncias e emoções, pois permite que elas expressem seus sentimentos mais profundos sem temor de represálias. “Durante a oração, as pessoas passam a se ver como acreditam que Deus as vê. Como essas percepções são positivas, isso ajuda a aumentar seus sentidos de autoestima”, explica Sharp.
  • 41. Uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Psicologia revelou que 40% das mulheres oram para aliviar o estresse, enquanto esse número chega a 23% dos homens. O Dr. Harold G. Koenig destacou que outras pesquisas já mostraram que as pessoas que oram e frequentam a igreja, em geral, têm uma saúde melhor. “Lidam melhor com o estresse, experimentam maior bem-estar porque têm mais esperança, são mais otimistas, sentem menos depressão, menos ansiedade e cometem suicídio com menos frequência”, contextualizou. Diversas pesquisas médicas têm reforçado o efeito poderoso da oração e da meditação na saúde humana. O Dr. Andrew Newberg, neurocientista e diretor de pesquisa no Centro de Myrna Brind de Medicina Integrativa na Thomas Je erson University Hospitals, nos EUA, que estuda as manifestações cerebrais da fé há pelo menos 19 anos, descobriu que as práticas religiosas acionam, entre outras áreas do cérebro, os lobos frontais — responsáveis pela capacidade de concentração — e os parietais, que nos dão a consciência de nós mesmos e do mundo. O Dr. Andrew Newberg é um dos muitos pesquisadores que rea rmam o efeito poderoso da oração e da meditação na cura de doenças. Ele realizou estudos com 40.000 pacientes, baseados em ressonância magnética, e apresentou suas considerações no livro How God changes the brain, lançado em 2009. Desde então, diversas pesquisas reforçaram essa conclusão. Em suas experiências, o Dr. Andrew selecionou pessoas idosas com problemas de memória para observá-las antes, durante e depois de fazerem meditações e orações. Os estudos foram realizados durante 12 minutos diários, ao longo de oito semanas, e mostraram que a oração e a meditação podem oferecer resultados muito positivos à saúde.
  • 42. Quando feita regularmente, a oração aumenta a atividade do cérebro de forma semelhante ao que acontece com a comunicação, funcionando como um “treino físico” para a mente e resultando no desenvolvimento cerebral e na cura de várias doenças. Outros estudos do Dr. Andrew Newberg apontaram o mesmo fenômeno. Uma experiência publicada na revista Cancer, da American Cancer Society, por exemplo, atesta que os pacientes com sólidas crenças espirituais reagem melhor ao tratamento. Os pesquisadores do Mo Cancer Center, na Flórida, observaram que as pessoas que acreditam em uma “força superior” têm melhor convivência social e mais saúde física e mental do que aquelas que a rmam não acreditar. Ter fé em Deus modi ca o cérebro Acreditar em Deus pode ajudar a acabar com a ansiedade e reduzir o estresse, dizem Michael Inzlicht e Alexa Tulle , da Universidade de Toronto, em sua pesquisa publicada na revista Psychological Science. Segundo pesquisas cientí cas, somos programados para ter fé, e ela faz bem à saúde. Há alguns anos, cientistas de diferentes áreas pesquisam sobre a questão da fé e da religiosidade, para entender por que o ser humano tem fé, e alguns chegaram a conclusões surpreendentes. Além de estar programada em nosso cérebro, ela traz benefícios para a saúde. Embora nós, cristãos criacionistas, não tenhamos a nidade com a teoria da evolução de Charles Darwin, sabe-se que o naturalista britânico se deparou com o tema e até descreveu em seu livro A descendência do homem, de 1871, a seguinte conotação: “Uma crença em agentes espirituais onipresentes parece ser universal”.
  • 43. Segundo Jordan Grafman, chefe do departamento de neurociência cognitiva do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame dos EUA, somos predispostos biologicamente a ter crenças, entre elas, a religiosa. Grafam é autor de uma pesquisa publicada em 2009 na revista cientí ca Proceedings of the National Academy of Sciences, que sugere uma estruturação natural de nosso cérebro para ter fé, bem como benefícios que ela pode trazer à saúde. A partir do que foi apresentado, percebemos que a ciência reconhece o poder que a fé e a oração causam no ser humano. Logo, ter fé em um Deus que cura, sara e liberta ajuda-nos a libertar-nos das dores emocional e espiritual que geram todo tipo de doença psicossomática e psiquiátrica. Sendo assim, temos de conhecer o que a ciência diz para refutar a ignorância e atestar para os outros que sofrem, e para nós mesmos, que a fé em Deus tem poder para libertar-nos da ansiedade ou de qualquer transtorno psiquiátrico. Mesmo que você tenha uma doença mental grave como a depressão, a fé em Jesus e a oração o ajudarão no tratamento, e você, consequentemente, conquistará a cura total de sua doença. Deus não nos criou doentes e, inclusive, pode libertar-nos de toda a ansiedade e angústia. O Senhor nos diz, em Sua Palavra, que devemos lançar sobre Ele nossa ansiedade. É normal sentir-nos ansiosos em algumas situações, mas essa sensação em nada nos ajuda. Portanto, não precisamos sentir-nos assim, porque Deus está no controle de nossa vida. O cristão sente ansiedade?
  • 44. Muitos irmãos em Cristo carregam o fardo da culpa só porque cam ansiosos de vez em quando. Ansiedade é uma reação emocional que sobrevém a qualquer ser humano, inclusive ao crente. Porém, é necessário termos cautela, para que a ansiedade não fuja do controle e comece a dominar nossa vida. Nos tempos atuais, nos quais a ansiedade acomete 33% da população mundial, desfrutar das palavras do Senhor é essencial: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Ele acrescentou a isso as verdades consoladoras: Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas; Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas (Mt 6.25,32,33). Ansiedade é uma reação natural. A nal, quem não se sente ansioso e com medo diante de uma enfermidade, do desemprego, de uma crise familiar, da violência, dos desa os diários ou mesmo das lutas pelas quais atravessamos em nossa caminhada de fé? O terapeuta cristão Gary R. Collins faz uma distinção entre a ansiedade normal, que é uma reação natural diante dos perigos e das ameaças — controlada ou diminuída quando as circunstâncias exteriores se modi cam —, e a ansiedade aguda ou neurótica, que desenvolve sentimentos exagerados de desespero e medo, mesmo quando o perigo é inexistente. Para ambas, Deus providenciou recursos para ajudar-nos nesses momentos. No texto de Filipenses 4.2,7, notamos que alguns membros estavam em crise de relacionamento. Aparentemente, as irmãs Evódia e Síntique andavam em desacordo. Tal desavença entristecia demais os irmãos. Paulo, então, pediu a um obreiro amigo que promovesse a reconciliação (v. 3) para que, resolvida a questão, a Igreja voltasse a alegrar-se no Senhor (v. 4).
  • 45. Nos versículos 6 e 7, o apóstolo Paulo orienta os irmãos sobre o que fazer para vencerem a ansiedade e o medo: Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Se a ansiedade não for controlada, o que ela causa? Caso não seja controlada, a ansiedade pode causar sofrimento desnecessário e antecipado. Porém, em Mateus 6.34, está escrito: Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. Essa condição também distorce a realidade, fazendo com que o ansioso não consiga pensar direito e sinta di culdade em tomar decisões certas. Além disso, a ansiedade o impede de seguir os planos de Deus, tornando-o relutante em fazer o que o Senhor quer, porque acha que seus feitos não correrão bem, nem sente segurança em agir. Não pergunteis, pois, que haveis de comer ou que haveis de beber, e não andeis inquietos. Porque os gentios do mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais delas. Buscai, antes, o Reino de Deus, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Lucas 12.29-31 A ansiedade também enfraquece a fé e tira nossos pensamentos de Deus e de Suas promessas, fazendo com que acreditemos mais em nossos medos do que na Sua verdade.
  • 46. Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. 1 Pedro 5.7 Portanto, entregue sua ansiedade a Deus e con e no Seu cuidado. Se você sentir mais ansiedade, entregue-a a Ele outra vez e continue entregando-a até que ela acabe. Agradeça-lhe por cuidar de você. Dicas para combater a ansiedade sem remédios Existem outras formas de lidar com a ansiedade e controlá-la — quando ela ainda não se tornou um Transtorno Psiquiátrico Generalizado (TAG) — e de acalmar o pensamento, como terapias mentais (relaxamento, oração e autocontrole) e corporais, que também ajudam a lidar com o nervosismo exagerado (massagens, exercícios físicos, diversão, contato com o mar, a natureza e os animais). Tudo isso auxilia na diminuição da ansiedade, do estresse e da depressão. A ansiedade é um estado caracterizado por medo, apreensão, mal-estar, desconforto, insegurança, estranheza do ambiente ou de si mesmo e, muito frequentemente, pela sensação de que algo desagradável está para acontecer. Além dos medicamentos convencionais, existem algumas alternativas naturais que podem ajudar a controlá-la. Vários especialistas a rmam que podemos aprender a lidar com a crise por meio de terapias. Além das convencionais, associadas ao tratamento ou à forma de alívio e prevenção, as alternativas voltadas para o trato de angústias, estresses, burnout e depressão têm sido reconhecidas como e cazes, e não apenas como coadjuvantes, principalmente ao serem feitas em conjunto.
  • 47. Sendo assim, podemos amenizar a ansiedade até mesmo sem medicamentos. É óbvio que o transtorno de ansiedade, que provoca crises graves de pânicos etc., deve ter um tratamento formal (médico e psicólogo), porém, na falta dele ou mesmo com ele, ações alternativas podem dar muitos resultados positivos e até diminuir a quantidade do uso de medicamento. A ciência con rma que promover o pensamento positivo, o autocontrole e a consciência sobre si mesmo, em alguns casos, pode até substituir o uso contínuo de medicamentos, desde que haja liberação do médico. Nós, cristãos, podemos meditar na Palavra de Deus, re etir sobre nossa vida, viajar, curtir a natureza, ter animais, ir à praia, rir, ler bons livros, assistir a lmes divertidos, praticar esportes ou simplesmente relaxar. Muitas técnicas de relaxamento estão ligadas unicamente à ciência, e não a religiões, e devem ser praticadas como alívio de ansiedade e estresse. Isso, automaticamente, auxiliará no combate de muitas doenças.
  • 48. C A P Í T U L O 5 EXERCÍCIOS PARA AJUDAR NO CONTROLE DO ESTRESSE E DA ANSIEDADE
  • 49. Apartir de agora, vou ensiná-lo a relaxar sem misticismo, com base no princípio medicinal do poder do relaxamento da mente e do corpo e, é claro, do poder espiritual. Exercício 1: treine sua mente e sua respiração 1. Escolha músicas instrumentais, ou louvores, ou sons da natureza e de animais, como o barulho de cachoeira e pássaros cantando. 2. Respire e inspire (12 vezes) devagar, concentrando-se na sua respiração, sentindo seus pulmões e seu corpo. Ao inspirar, deixe o abdome expandir-se, ou seja, estufe a barriga, e não o peito. Depois, expire lentamente, expelindo o ar pela boca. 3. Enquanto respira adequadamente, traga à sua mente o seu presente, concentrando-se em coisas boas da sua vida (que lhe tragam alegria). Pense, respirando, no aqui e agora, trazendo à mente a parte boa do seu viver, deixando de lado o que for ruim. 4. Foque seu pensamento no presente, nas coisas boas de que gosta ou gostaria de fazer, sem divagações desnecessárias (Deus, família, lhos, animais, natureza, pessoas com quem tem a nidade, situações que lhe tragam alegria etc.). 5. Faça isto por pelo menos 30 minutos: que em posição fetal, bem encolhido, e descanse, ouvindo as músicas e os louvores de que mais gosta, para promover calmaria. Geralmente, ouço a canção do cantor Chris Durán denominada Intimidade. Ela é maravilhosa e me traz muita tranquilidade. Exercício 2: refaça o caminho
  • 50. Muitas pessoas ansiosas sofrem de pânico e estresse, pois costumam antecipar os acontecimentos. Alguns motivos que desencadeiam tais males são: provas, primeira habilitação, viagem de avião etc. Porém, você pode aliviar os sintomas fazendo o seguinte exercício: 1. Respire e inspire 12 vezes para relaxar, com música adequada, a m de controlar os batimentos cardíacos, como já ensinamos no exercício 1. 2. Refaça, em sua mente, os detalhes de todo o caminho do evento que acontecerá, que lhe traz medo ou ansiedade de alguma forma. Por exemplo, se você vai fazer uma prova, refaça todo o trajeto desde o amanhecer. Então, faça isso algumas vezes, na sua mente, sempre respirando, associando-o ao louvor ou à música adequada. 3. Estude sobre o assunto em questão. Por exemplo, se você vai tirar a carteira de habilitação, prepare-se; se vai fazer uma prova, estude; se vai participar de uma entrevista de trabalho, procure saber sobre o entrevistador e a empresa e faça um resumo sobre seu currículo. Portanto, sempre refaça o trajeto de toda a situação na sua mente por, no mínimo, três vezes. Exercício 3: controle sua respiração ao longo do dia, em qualquer situação que lhe possa causar ansiedade Uma vez que a respiração reduz as reações do sistema nervoso autônomo, o fato de promover o controle da respiração é um bom exercício. Isso pode ser feito compassando a respiração e inspirando lentamente pelo nariz, com a boca fechada (conforme ensinamos).
  • 51. Além disso, quando você estiver em um ambiente silencioso e com a possibilidade de car deitado, ou sentado confortavelmente, use uma técnica de relaxamento. Ela, combinada com a respiração diafragmática, certamente reduzirá a respiração ofegante, a taquicardia e o tremor. Porém, se você estiver em pé, pense no momento atual, respire e ajude seu corpo e sua mente a reduzirem a ansiedade. Exercício 4: oração e meditação É provado, cienti camente, o poder da oração no alívio de ansiedade e na prevenção e no combate à depressão. Logo, meditar na Palavra de Deus é um grande reforçador mental, pois nos traz alívio e paz. O entendimento de quem somos e de que existe um Deus capaz de devolver-nos a sanidade traz-nos esperança. Por isso, não há como negar os benefícios de acreditar em Deus, bem como os milagres que acontecem em nossa vida todos os dias, em todos os momentos. Orar é uma técnica de relaxamento e meditação que traz alívio. Enquanto você faz sua oração, seu pensamento se desvia do que lhe causa ansiedade. Assim, ao meditar na Palavra de Deus, sua mente ca mais con ante. Portanto, ore e medite nos versículos a seguir e dedique um tempo à leitura da Bíblia Sagrada. Nela, há vários textos que relatam belíssimas histórias de fé, que lhe darão segurança e lhe trarão paz e tranquilidade. Versículos para meditar em momentos de angústia e ansiedade Tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Salmo 23.4 Livrou-me de todos os meus temores. Salmo 34.4
  • 52. No dia em que eu temer, hei de con ar em ti. Salmo 56.2,3 O meu socorro vem do SENHOR. Salmo 121.1,2 Con a no SENHOR de todo o teu coração. Provérbios 3.5,6 As palavras amáveis nos alegram. Provérbios 12.25 NTLH O coração alegre serve de bom remédio. Provérbios 17.22 Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus. Isaías 41.10 Buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça. Mateus 6.33 Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Mateus 11.28- 30 O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem. Hebreus 13.6 Dicas para promover bem-estar e superação Estas dicas certamente o ajudarão a sentir-se melhor: • olhe para os obstáculos de forma positiva, pois, assim, você cará mais forte quando os tempos difíceis passarem; • concentre-se no que você tem, e não no que não tem; • ore e agradeça, pelo menos, cinco vezes ao dia (ao acordar, no café, no almoço, no jantar e ao dormir);
  • 53. • valorize suas pequenas conquistas e as de seus entes queridos; • aceite Jesus como Salvador de sua vida; • medite na Palavra de Deus e leia livros edi cantes; • que atento ao seu nível de estresse e faça pausas curtas; • corra atrás de seus sonhos; • abrace seus lhos e beije seu cônjuge; não esqueça que a responsabilidade pela sua vida é sua; • saiba que você é fruto de suas escolhas e responsável por elas; • lembre-se de que você não precisa de muitos amigos, apenas daqueles com quem pode contar; • entenda que você não pode mudar tudo, mas sempre pode mudar alguma coisa; • não desperdice seu tempo, seu talento e sua energia emocional com coisas que estão além do seu controle. Não se esqueça de que paciência e perseverança são virtudes fundamentais em nossa vida!
  • 54. C A P Í T U L O 6 ATITUDES PARA TORNAR A VIDA MAIS TRANQUILA
  • 55. V eja, a seguir, orientações para ajudar você a ser menos estressado e ansioso. Pratique atividades físicas A forma mais comum de controlar a ansiedade é praticando exercícios. Praticar atividades físicas ajuda a lidar com estados de ansiedade, porque eleva a produção de serotonina, substância que aumenta a sensação de prazer. Essa alternativa costuma funcionar de acordo com a disposição da pessoa, uma vez que nem todo mundo gosta de fazer exercícios. Caminhar três vezes por semana, por pelo menos meia hora, ajuda a lidar com a ansiedade. O momento da caminhada, além exercitar o corpo, também pode ser aproveitado para trabalhar a mente, sob a forma da meditação ativa. Quando você anda, pensa. Como a caminhada de meia hora é um movimento repetitivo, você acaba pensando nos pontos geradores de ansiedade em que precisa trabalhar. Reduza seu estresse diário Pessoas com tendência à ansiedade precisam reduzir seu estresse diário. Para tanto, existem diversas formas de fazer isso, como: homeopatia, chás, sucos especiais, músicas relaxantes, louvores, meditação na Palavra de Deus, oração, caminhadas etc. Evite pensamentos negativos e questione-os
  • 56. Em situações de ansiedade que se estendem por longos períodos, recomenda-se que a pessoa evite os pensamentos negativos ou catastró cos. Assim, para tentar dimensionar a gravidade da situação, o ideal é questionar-se para saber se existe uma alternativa de análise. Sempre que um pensamento negativo surgir, deve-se substituí-lo por outro qualquer, preferencialmente, agradável. Sabemos que isso não é fácil, mas é possível e importante. Os pensamentos e as falas negativas agravam a situação, intensi cando as respostas autonômicas, gerando mal-estar e descontrole respiratório. Quando não tiver resposta assertiva, lembre-se de que você tem sempre a quem recorrer nas horas de desespero e angústia (Sl 28.7). Invista em alimentos com triptofano Para controlar a ansiedade, podemos ingerir alimentos que sejam fonte de triptofano — um aminoácido precursor da serotonina —, como a banana e o chocolate. Outros aminoácidos que podem ajudar são a taurina e a glutamina. Eles aumentam a disponibilidade de um neurotransmissor chamado GABA, que o organismo usa para controlar siologicamente a ansiedade. Eles também podem ser ingeridos em cápsulas, mas apenas com a orientação de um médico especialista. Tome chá A maioria dos chás possui substâncias que funcionam como sedativos suaves e ajudam no controle da ansiedade diária. As plantas mais conhecidas e estudadas com essa ação são a passi ora, a melissa, a camomila e a valeriana.
  • 57. Atente para o aqui e o agora Quando sua mente está dedicada integralmente ao momento atual, você tem total capacidade de análise, julgamento e ação. Portanto, essa é uma boa forma de controlar a ansiedade. Quando a mente passeia aleatoriamente entre passado e futuro, sem direcionamento para um planejamento, você se perde nas ideias, e a ansiedade pode iniciar ou piorar. Seja mais organizado Há alguns dias, vi uma reportagem que a rmou que casa bagunçada e pessoas desorganizadas são mais inteligentes. Porém, não concordei com tal a rmação, já que não é isso o que a ciência diz. Pelo contrário, quem vive na bagunça gasta tempo para achar o que precisa e acumula coisas sem utilidade, di cultando o bem- estar e, por m, criando sentimentos de ansiedade. Trabalhar, estudar e viver em ambiente minimamente organizado ajuda no equilíbrio emocional e no controle da ansiedade. Além disso, pessoas com uma organização maior do seu tempo conseguem aproveitá-lo melhor, o que reduz muitos fatores causadores de ansiedade. Esteja perto das pessoas que você ama e que o amem também Conviver com pessoas queridas da família, amigos e conhecidos com que se tem a nidade faz toda diferença na qualidade de vida. A companhia de quem amamos é especial para nosso emocional. Assim, ao estarmos bem, vivemos mais relaxados e menos ansiosos.
  • 58. Dedique tempo para cuidar de você Reservar algum tempo do dia para você e ouvir suas reais necessidades podem contribuir diretamente para o controle da ansiedade. Saber olhar para si e colaborar para sua meta é uma ação de grande poder para sua vida. Por isso, seja capaz de dedicar um pouco de tempo e energia a você. Cuide dos pensamentos para sorrir mais Tenha atenção ao que você pensa, pois isso causa um impacto direto no seu humor. Avalie suas ideias. Ponha um ponto nal em assuntos negativos, sem resolução. Seja capaz de planejar, programar e ser forte, sem precisar montar um cenário terrível em sua mente. Com pensamentos mais leves, você perceberá o mundo de outra forma, e isso o ajudará a sorrir mais. O sorriso faz bem para a cura emocional, relaxa o corpo e diminui a ansiedade. Con e mais em si mesmo e em Deus Você é (ou deveria ser), sem dúvida, sua melhor companhia. Ninguém estará ao lado mais tempo do que você mesmo, por isso, invista nessa bela parceria consigo. Seja el à sua pessoa, e isso lhe dará forças para lidar com a ansiedade do dia a dia. Deus é tudo de que precisa para sair de um processo de ansiedade, já que con ar em pessoas pode ser frustrante. Sendo assim, não lance expectativas nos outros, mas con e no seu potencial. Deus está ao seu lado, e é essa con ança de que você mais necessita para sair de processos ansiosos e depressivos.
  • 59. Podemos con ar no Senhor, pois Ele é eterno e não muda. Ainda que amigos, família, dinheiro, poder e saúde falhem, Deus nunca falhará, e só nele podemos ter con ança total. Quando colocamos nossa con ança no Senhor, Ele age. Deus nos protege e nos dá força para superar todas as di culdades. Ele transforma nossa vida e nos dá vitória. Se con armos nele, não seremos decepcionados (Sl 9.10). Desenvolva congruência Às vezes, a pessoa pensa de um jeito, age de outro e, depois, diz outra coisa. Com certeza, com essas atitudes, ela terá ansiedade. Por isso, buscar equilíbrio entre o que se quer e o que se faz contribui para a harmonia do seu dia. O que está por trás das suas ações? Quais são suas intenções ao agir? Você atende às suas reais necessidades? Pense com carinho nessas perguntas e tente observar quais atitudes podem ajudá-lo. Fortaleça o autoconhecimento, pois ele tem importância para você Quem se conhece bem, além de respeitar seus limites, consegue dizer não e é capaz de proteger-se. Inclusive, tem menos ansiedade que outras pessoas que ainda estão aprendendo a conhecer-se. Logo, quem tem total aceitação de si pode pensar, dizer algo e agir sem culpa, com total alinhamento das suas necessidades. Sendo assim, precisamos descobrir nossos dons e talentos, reconhecer nossos pontos fracos e pecados, bem como entender nosso papel no Reino de Deus e no mundo. Muitas pessoas evitam
  • 60. o autoconhecimento, pois preferem enganar-se, mentindo para si mesmas, em vez de encarar a própria realidade. Quanto menos as pessoas se conhecem, menos utilizam seu potencial e menos produtivas se tornam na obra do Senhor. Quem não conhece a si mesmo e não se aceita, di cilmente, reconhece e aceita o próximo (veja 1 Jo 1.8). Cuide bem do seu momento antes de dormir Antes de dormir, evite ações que levem à agitação, à preocupação e ao desgaste. Nem sempre podemos prever o que acontecerá nesse instante, mas devemos fazer bem-feito aquilo que depende de nós. Por isso, converse os assuntos mais sérios fora do horário de ir para cama e ponha um freio mental em pensamentos de tomada de decisão nesses momentos. Pensar em problemas na hora de dormir só gera ansiedade e perda de sono. Desenvolva alguma atividade artística Nem todos somos artistas, mas podemos pintar, esculpir, desenhar, esboçar, fotografar, escrever e fazer algumas atividades artísticas, em níveis variados. Alguns de nós somos naturalmente mais dotados que outros, porém isso não importa. Sendo assim, se você gosta de alguma dessas atividades, faça- as. Essa não é uma sugestão para você ganhar a vida, mas creia que, praticando-as, não só existe a possibilidade de apreciá-las, mas também de tornar-se mentalmente mais sadio. Estudos apontam que a arte torna o homem mentalmente mais saudável, mesmo se não tiver aptidão para ela. Veja:
  • 61. • música e arte podem ter um efeito positivo nos estados siológicos. A arte, por exemplo, pode melhorar o bem-estar dos pacientes com câncer de mama. Em um estudo, ela reduziu as emoções negativas e melhorou as positivas; • a arte pode bene ciar a saúde geral e o bem-estar, oferecendo uma forma de distração, favorecendo a autoidentidade e fornecendo uma rede social para os portadores de doenças crônicas; • em um estudo recente de Kaimal et al., intitulado “Redução dos níveis de cortisol e respostas dos participantes após a criação de arte”, descobriu-se que praticar arte pode reduzir os níveis de estresse, independentemente do talento ou da experiência artística. Kaimal planeja levar essa pesquisa mais adiante, explorando a ligação entre a redução nos níveis de estresse e a autoexpressão criativa em um ambiente terapêutico e observando o efeito das artes visuais sobre os idosos e seus cuidadores. As pesquisas apontam que os níveis de estresse mais altos ocorrem pela manhã e diminuem ao longo do dia. Isso pode ser explicado pelo fato de que as pessoas se preparam para um dia agitado, estão engajadas em todos os tipos de atividades e, em seguida, ao nal, elas se desdobram na preparação para dormir. Conforme percebemos, música, artes, atividades físicas etc. têm o poder de estimular nosso sistema cerebral de recompensa e ajudam a aliviar a ansiedade e o estresse, bem como todos os transtornos psicológicos, além de comprovadamente diminuírem a dor. Portanto, para tornar sua vida mais tranquila, siga essas recomendações e aproveite as vantagens! Não se esqueça de ouvir
  • 62. louvores, pois, além dos benefícios psicológicos, eles aproximam você ainda mais do nosso Salvador.
  • 63. C A P Í T U L O 7 CONSELHOS PARA VIVER MELHOR
  • 64. Avida é uma dádiva de Deus para nós. Por isso, devemos ser gratos todos os dias e cuidar de algumas áreas da nossa saúde, como o bem-estar. No entanto, nosso maior cuidado deve ser em relação ao coração e ao caráter, porque Deus nos conhece e sonda nossos pensamentos. O amor-próprio não é uma desculpa para você se achar melhor do que os outros, uma vez que fomos chamados para amar nosso próximo como a nós mesmos. Em Romanos 12.3 NTLH, lemos: Não se achem melhores do que realmente são. Pelo contrário, pensem com humildade a respeito de vocês mesmos, e cada um julgue a si mesmo conforme a fé que Deus lhe deu. Logo, para vivermos melhor, temos de mudar nosso padrão de pensamento e de comportamento. A m de ajudá-lo no assunto, listamos algumas recomendações que o auxiliarão a libertar-se do estresse e da ansiedade, complementadas por passagens bíblicas ligadas ao tema. Escolha estar ao lado de sua família Passe a maior parte do seu tempo com sua família, com pessoas que ama, mas que principalmente amam você. Deus criou a família para ser unida, e cada um deve proteger-se e fortalecer-se mutuamente. Os laços familiares, além de serem muito fortes, são fatores protetivos contra transtornos psicológicos e uso e abuso de substância. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo (Ef 4.32).
  • 65. Busque amigos que o valorizem Procure estar ao lado de pessoas que o incentivam a melhorar de maneira saudável e estimulante, que fazem você se sentir vivo e que o fortaleçam emocionalmente. Os amigos, além de exercerem uma grande in uência na nossa vida, ajudam-nos e apoiam-nos em momentos difíceis. Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante (Ec 4.9,10). Enfrente seus problemas Comece a enfrentar seus problemas de frente. Se não houver alternativa, aceite; se houver, lute. Não são seus problemas que o de nem, mas, sim, a maneira como os administra. Saiba que Deus dá sabedoria a quem pede, a m de solucionar seus problemas. Ele também ajuda a ter paciência nas di culdades e a agir de maneira correta, melhorando a situação. O SENHOR sustenta a todos os que caem e levanta a todos os abatidos (Sl 145.14). Faça o seu possível Deixe o impossível para Deus. Os problemas existem e existirão. Ainda assim, faça o seu possível, no seu tempo, e tente resolvê-los. Sempre podemos fazer alguma coisa.
  • 66. Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma (Tg 1.2-4). Seja sempre honesto Viver no engano, além de trazer dores e frustrações, ajuda a desenvolver transtornos psicológicos. A mentira é um hábito pecaminoso, e todo pecado gera em nós culpa, decepção, opressão, raiva, ódio, inveja etc., ou seja, sentimentos que nos causam con itos emocionais, estresse e ansiedade. Como consequência, surgem a depressão e outros problemas. É por isso que a pessoa mentirosa não tem paz. Porém, a verdade é a única que pode libertar. E conhecerão a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8.32). Provoque em si a mudança Reconheça o que precisa ser mudado em você, não o que as pessoas querem que mude, mas o que acha que precisa de mudança para alcançar o que deseja. Você pode pensar que há pontos que nunca vão mudar ou que sempre terá de enfrentar as mesmas coisas. Contudo, saiba que você pode e deve mudar, e Deus o ajudará a provocar essa mudança em sua vida. Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário (Sl 51.10-12).
  • 67. Conte com Deus Deus é o único com quem você sempre pode contar. Ainda que as pessoas o abandonem, o Senhor nunca fará o mesmo. O fato de Ele estar conosco não signi ca que nunca teremos a ições. Por vezes, passaremos por di culdades, mas isso não signi ca que Deus nos abandonou. No meio dos desa os e das a ições, Ele está presente e ajuda-nos a suportar. Quando perseveramos nos maus momentos, ganhamos maturidade e crescemos na nossa vida espiritual. Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça (Is 41.10). Procure a verdade na sua alma, para que você realmente saiba quem é A alma é um dos três elementos que constituem o ser, juntamente ao corpo e ao espírito. Ela equivale à personalidade e aos sentimentos de uma pessoa. Quando falamos com Deus, entramos no íntimo do nosso ser e, ao pedirmos para Ele sondar- nos, ingressamos com Ele em nosso interior. Assim, Deus nos leva ao conhecimento de quem somos e à verdade do que sentimos. Nosso coração e nossos pensamentos falam respectivamente de emoção e razão. Logo, não podemos considerar só um ou apenas o outro, mas o equilíbrio entre ambos. Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno (Sl 139.23,24).
  • 68. Faça da sua felicidade uma prioridade Valorize-se. Se não se valoriza, não se cuida, nem se defende. Logo, você se autossabota. Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem (Sl 139.14). Cuide também do seu próximo Lance um olhar de amor e cuidado ao outro. Lembre-se de que é possível cuidar das suas próprias necessidades e, ao mesmo tempo, dedicar-se às pessoas ao seu redor. Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber (At 20.35). Ame-se Ame-se, a nal, você é lho de Deus, é especial e foi feito à imagem e semelhança do Criador. A vida é uma dádiva do Senhor para nós. Por esse motivo, precisamos ser gratos a Ele todos os dias. Além disso, fomos chamados para amar nosso próximo como a nós mesmos. Não se vendem cinco passarinhos por dois ceitis? E nenhum deles está esquecido diante de Deus. E até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos (Lc 12.6,7).
  • 69. Viva o agora Viva o momento atual, porque o passado já foi, e o futuro depende do seu presente. Se sua vida for boa agora, amanhã também será. Portanto, valorize seu hoje. Aprenda a experimentar a vida enquanto ela está acontecendo. Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o m que esperais (Jr 29.11). Aprenda com seus erros Valorize as lições que seus erros ensinam, uma vez que errar é humano, mas não aprender com seus equívocos é, no mínimo, perda de tempo. Temos a capacidade de aprender por meio do que vemos e ouvimos. Quando lemos livros edi cantes, ouvimos boas palestras e meditamos na Bíblia, aprendemos e re etimos sobre nossa vida. Dessa maneira, forti camos nossa fé, crescemos em espírito e em verdade e nos fortalecemos, já que exercitamos nosso cérebro com coisas boas, que nos trazem alegria. Que o sábio ouça e cresça em prudência; e que o instruído adquira habilidade (Pv 1.5 NAA). Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra (2 Tm 3.16,17). Não se culpe
  • 70. Seja gentil consigo. Há pessoas que se cobram demais e são muito duras com elas mesmas. A maneira como você se trata estabelece o padrão para os outros o tratarem. Ame quem você é, ou ninguém mais amará. Aproveite as coisas que você já tem, catalogando-as, e veja de quantas preciosidades pode desfrutar. Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis a ições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33). Seja feliz Você pode ser feliz em meio às angústias. Para isso, comece a criar sua própria felicidade, entendendo primeiro que pode ser feliz diante do sofrimento, desde que saiba que, se não pode mudar uma situação, tem de aprender a viver com ela. Sabemos que nossos sofrimentos são passageiros e, dependendo de como agimos, acumulamos tristezas ou aprendizado. Se for aprendizado, seremos recompensados pela vida. Além disso, podemos ter felicidade quando ela está pautada nas coisas de Deus. Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem- aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis (1 Pe 3.14). Não espere que os outros o façam feliz Sua felicidade não depende do outro. Por isso, não espere alguém para fazer-lhe feliz, pois você pode, com Deus, ser muito feliz, sem esperar de outra pessoa essa felicidade, a qual está em você e vem de Deus.
  • 71. Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto zer prosperará (Sl 1.1-3)! Realize seus sonhos Dê uma chance para suas ideias e seus sonhos, pois acreditar em você é fundamental. Sonhar é um recurso de que todo ser humano dispõe, sendo considerado um modo de viver. Sonhar também está ligado às experiências que fazem parte do caminho e do objetivo do ser humano. Podemos transformar os sonhos em realidade, principalmente se forem os de Deus para nossa vida. Não há nada mais grati cante e maravilhoso do que viver um sonho, principalmente se ele vier do coração de Deus. Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o m que esperais (Jr 29.11). Perdoe mais Comece a perdoar a si mesmo e aos outros. O perdão é uma das coisas mais libertadoras que o ser humano pode fazer. A falta dele é como uma pedra amarrada na perna de alguém, que o arrasta para o fundo do mar. Deus nos ensinou que perdoar liberta nossa alma e nosso espírito. Se nós perdoarmos, receberemos perdão. Essa é uma verdade que nos deve motivar. Se realmente
  • 72. compreendermos o que Jesus fez na cruz, o perdão uirá em nosso coração. Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus (Cl 3.1). Desabafe Converse com pessoas próximas, diga-lhes como se sente e ouça-as, pois dialogar é uma troca. Em geral, queremos que alguém nos ouça, mas precisamos aprender a ouvir o outro também. O desabafo é terapêutico, transforma a mente e tranquiliza a alma. Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16).
  • 73. C A P Í T U L O 8 APRENDENDO COM A ANSIEDADE DE MARTA
  • 74. H á exemplos na Bíblia de situações que geram ansiedade. Um deles é o de Marta. A ansiedade dessa mulher a impediu de perceber que sua irmã Maria estava descansada, livre de preocupações. As Escrituras estão repletas de modelos de pessoas boas, importantes na narrativa da humanidade, que fazem parte da história do Cristianismo. Nesse aspecto, citaremos Marta, usando a conhecida passagem de Marta e Maria, descrita no Evangelho de Lucas 10.38-42: E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa. E tinha esta uma irmã, chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Marta, porém, andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude. E, respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. Lendo o texto, percebemos que Jesus foi amoroso, mas rme ao dizer à Marta que ela estava ansiosa e a ita com tantas coisas, enquanto uma só era necessária. Ela se preocupou tanto com os afazeres domésticos que se esqueceu da melhor parte: ouvir a voz e os ensinamentos do seu Mestre. Será que sua ansiedade e seu estresse não são parecidos com os de Marta, que queria agradar as pessoas pelos afazeres, esquecendo-se de ouvir a voz de Deus? Será que não estamos mais preocupados em responder às expectativas do mundo e, dessa
  • 75. forma, esquecemo-nos de Deus ou não temos tempo de ouvir Sua voz? Quantas vezes procedemos como Marta, permitindo que a ansiedade e as preocupações diárias tomem conta da nossa vida. Quando isso acontece, passamos a andar de um lado para o outro, sem uma direção certa, e acabamos por tomar decisões precipitadas. A ansiedade, além de deixar-nos inquietos e impacientes, faz- nos agir impulsivamente, de acordo com o que achamos ser o certo. Na verdade, deveríamos deixar Deus agir, pois, como nosso Pai, Ele sempre sabe o que é melhor para nós. Marta, como uma boa an triã, ocupava-se dos serviços da casa. Certamente, assim como qualquer um de nós, ela desejava oferecer ao Senhor o seu melhor, ou seja, queria agradá-lo. Talvez quisesse mostrar a Jesus o seu lado prestativo, para que Ele a visse como uma mulher dedicada e zelosa. Esse era o per l de Marta. Como estava ansiosa e preocupada, ela se incomodou com o fato de sua irmã, Maria, não ajudá-la, nem se preocupar da mesma maneira. Creio que, colocando-nos no lugar de Marta, isso também nos incomodaria. Muitas vezes, pensamos como Marta e nos sentimos desprestigiados quando fazemos tanto, mas não somos reconhecidos. Assim, levamos a vida tentando agradar os outros e nos esquecemos de que temos de agradar, em primeiro lugar, o Senhor Deus, e não o mundo. Querer agradar a partir dos nossos afazeres gera ansiedade, pois nem sempre as pessoas vão corresponder às nossas expectativas. O fato é que a ansiedade de Marta a impediu de perceber que sua irmã estava descansada, livre de preocupações. Maria ouviu atentamente o que Jesus tinha a dizer. Marta, porém, colocou o
  • 76. serviço que fazia para Jesus acima dele próprio. Ela era a an triã adequada, e Maria, a discípula perfeita. Assim como Maria, relaxe na presença de Deus. Se o colocarmos, de fato, em primeiro lugar no nosso dia a dia, nossa ansiedade e nosso estresse, com certeza, diminuirão. Pessoas ansiosas como Marta são boas, honestas e amorosas, mas acreditam que se preocupar demais com suas tarefas é a melhor maneira de agradar a Deus. Infelizmente, não é. Deus não nos quer doentes. Por isso, quando se encontrar ansioso ou estressado, pare tudo o que está fazendo e dedique-se ao exercício de respiração. Ele o ajudará a baixar a ansiedade e a promover equilíbrio cardíaco e mental. Além disso, medite na Palavra de Deus, deixe os afazeres para depois e que na presença dele. Seja caminhando, seja ouvindo louvor, seja meditando na Palavra, seja orando e falando com seu Mestre, perceba como sua ansiedade vai diminuir. Deus quer a nossa atenção, sempre! Ele quer que estejamos livres de todo mal. Por isso, devemos descansar nele e acreditar que Ele tem cuidado de nós. Com sua atitude, Maria nos mostrou como devemos proceder: escolhendo sempre a melhor parte, que é estar perto de Deus, entregando nossa vida totalmente em Suas mãos. Inclusive, devemos manter um viver simples, com tempo para ouvir a voz do nosso mestre querido, Jesus. Relatos bíblicos sobre ansiedade Antes de tornarem-se cristãos, alguns indivíduos do primeiro século eram beberrões, ladrões e praticavam imoralidade sexual (1 Co 6.9-11). No entanto, eles não caram pensando no passado, mas
  • 77. promoveram mudanças e con aram na misericórdia de Deus, que Ele demonstra de modo generoso. O Salmo 130.4 diz: Mas contigo está o perdão, para que sejas temido. Não é bom carmos ansiosos por causa do futuro. O próprio Jesus disse: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir (Mt 6.25). Por meio dessas palavras, Ele quis mostrar- nos que devemos resolver os problemas de hoje. Por isso, não piore a situação, juntando as preocupações de agora com as de amanhã. Isso pode impedi-lo de pensar com clareza e levá-lo a tomar decisões equivocadas. Saiba que muitas coisas nem sempre acontecem como planejamos. Um homem sábio orou certa vez: Não me dês nem a pobreza nem a riqueza (Pv 30.8). Assim, ele procurou ter contentamento, um sentimento que tem a aprovação de Deus. Em Hebreus 13.5, lemos: Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes. Diante disso, percebemos que o dinheiro pode falhar — e, muitas vezes, falha —, mas Deus nunca decepciona quem con a nele e tem uma vida simples. O caminho para superar pensamentos negativos e emoções destrutivas Para superar pensamentos negativos e emoções destrutivas, o ideal é desenvolver emoções positivas, que são mais fortes e mais poderosas. Sendo assim, ouça sua voz interior e substitua pensamentos negativos por positivos. Independentemente da situação, foque o que você quer que aconteça e, em seguida, dê o próximo passo positivo.
  • 78. Em 2 Coríntios 4.16-18, lemos: Por isso, não desfalecemos. Embora, exteriormente, estejamos desgastados, interiormente, somos renovados dia após dia, pois nossos sofrimentos leves e momentâneos produzem para nós uma glória eterna, que pesa mais do que todos eles. Assim, xamos os olhos não no que vemos, mas no que não vemos, pois o que vemos é transitório, mas o que não vemos é eterno. Entenda que, se começar a valorizar as pequenas coisas, perceberá o quão rico você é agora. Para compreender melhor essa a rmação, re ita nas a rmações a seguir: Você não dormiu na rua. Você não sentiu fome e sede na noite passada. Você pôde escolher que roupa vestir nesta manhã. Você não gastou um minuto com o medo. Você tem acesso a cuidados espirituais e médicos. Você pode ler... E está lendo este livro, porque tem oportunidades. Logo, dê valor a elas, lute e não perca a esperança! Sua vida é muito importante para Deus e para as pessoas à sua wvolta. Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. 1 Pedro 2.9 Diante disso, nunca se esqueça de que é melhor con ar no SENHOR do que con ar no homem (Sl 118.8).
  • 79. Conclusão O estresse e a ansiedade fazem parte da vida das pessoas que se preocupam demasiadamente com algo. No entanto, podemos livrar-nos deles ou, pelo menos, controlá-los. Ainda que não seja fácil mudar nosso padrão de comportamento, tal atitude é possível. Neste livro, abordamos, de forma simples e direta, como o estresse e a ansiedade, se não forem tratados, podem transformar- se em doença grave. Por meio de exemplos práticos, apresentamos formas de mudar nosso comportamento e desfrutar o bem-estar em nós e nas pessoas à nossa volta. O estresse e a ansiedade certamente vêm para tirar nosso sono e nosso foco, quer seja nos momentos bons, quer seja nos ruins. Por isso, devemos deixar Deus estabelecer Sua vontade e Seus sonhos em nossa vida. Descansar nele não é deixar de orar por aquilo que desejamos, mas, sim, entregar nossa vida em Suas mãos, sem permitir que o estresse ou a ansiedade nos impeça de agir da maneira correta. Descansar em Deus é agir con ante na Sua poderosa ação (veja Sl 37.25). Ao longo do texto, encontramos também várias dicas sobre como podemos mudar nossos hábitos e nosso padrão de pensamentos, bem como identi car o estresse e a ansiedade. O importante, nesse caso, é tomar consciência de que precisamos de ajuda e saber que esses males, se não forem tratados adequadamente, podem transformar-se em uma depressão. Podemos fazer muitas coisas para diminuir esses problemas. Por exemplo, quando Paulo sentia “ansiedade por todas as congregações”, ele se esforçava para consolar e ajudar aqueles com
  • 80. quem se preocupava (2 Co 11.28). Esse tipo de ansiedade tinha um lado positivo, visto que o motivava a ajudar os outros. Esse mesmo sentimento que Paulo teve também pode surgir em nós. No entanto, o contrário disso — não nos preocuparmos com os outros — indica falta de amor sincero (Pv 17.17). Desse modo, amar a Deus sobre todas as coisas, amar a si mesmo e amar o próximo correspondem, sem dúvida, à melhor terapia para curar- nos do estresse e da ansiedade. A solicitude no coração do homem o abate, mas uma boa palavra o alegra. Provérbios 12.25
  • 81. Agradecimentos A todos os pastores e líderes de igrejas e comunidades que têm a coragem e a responsabilidade de abordar esse tema em respeito ao ser humano que sofre. A minha família e ao meu esposo Jofran, eterno companheiro. E um agradecimento especial ao pastor e psicólogo Leidmar Lopes, presidente da Associação de Padres e Evangélicos Brasileiros nos EUA (APEBUSA) e da The Brazilian Evangelical Pastors Association OF USA (APEB), que me incentivou a lutar por essa causa da saúde mental, sendo um canal de conhecimento técnico e bíblico em todo o mundo.
  • 82. Referências Bibliográficas A SOMA DE TODOS OS AFETOS. Quem sofre de ansiedade percebe o mundo de maneira diferente. Disponível em: <h ps://www.asomadetodosafetos.com/2016/05/quem-sofre-de- ansiedade-percebe-o-mundo-de-maneira-diferente.html? clid=IwAR1sSkAfr8oJwRiU- i3MvdSXVg65Cpo_z_0FhMwQ7NNW6aaGvkMskw1XUSw>. A TEOLOGIA DESCOMPLICADA. Os 8 maravilhosos benefícios da oração, você sabe quais são? Disponível em: <h p://ateologiadescomplicada.com/os-8-maravilhosos-bene cios- da-oracao-voce-sabe-quais-sao/>. BASTOS, A. B. I. “A escuta psicanalítica e a educação.” In: Psicólogo informação. São Paulo: ano 13, n. 13, p. 91-97, dez./2009. BIRMAN, J. Mal-estar na atualidade: a psicanálise e as novas formas de subjetivação. 3 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. CHURCH POP. 8 versículos da Bíblia que te fará perceber como é grande o amor de Deus por você. Disponível em: <h ps://pt.churchpop.com/8-versiculos-da-biblia-que-te-fara- perceber-como-e-grande-o-amor-de-deus-por-voce/>. CUIDADO INTEGRAL DO MISSIONÁRIO. Autoconhecimento: sua importância para o cristão. Disponível em: <h ps://www.cuidadomissionariojmn.org.br/single- post/2016/12/09/Autoconhecimento-sua-import%C3%A2ncia-para-o- crist%C3%A3o>. CURSO ACESSO. A importância de sonhar para realizar. Disponível em: <h ps://www.cursoacesso.com.br/a-importancia-de-
  • 83. sonhar-para-realizar/>. DEVOCIONAIS DE UM DISCÍPULO. Disponível em: <h ps://devocionaisdeumdiscipulo.wordpress.com/2013/10/01/tiago- 516-confessai-as-vossas-culpas-uns-aos-outros-e-orai-uns-pelos- outros-para-que-sareis-a-oracao-feita-por-um-justo-pode-muito-em- seus-efeitos/>. ÉPOCA. Desabafar muda o cérebro. Disponível em: <h p://revistaepoca.globo.com/Revista Epoca/0,,EDR77460- 8055,00.html>. EXTRA. Até a ciência reconhece o poder das orações. Disponível em: <h ps://extra.globo.com/noticias/rio/ate-ciencia-reconhece- poder-das-oracoes-669804.html>. FÃS DA PSICANÁLISE. Disponível em: <h ps://www.fasdapsicanalise.com.br>. GOSPEL MAIS. Pesquisadores incentivam a oração como arma contra estresse e problemas emocionais. Disponível em: <h ps://noticias.gospelmais.com.br/oracao-arma-estresse- problemas-emocionais-95636.htm>. Acesso em: 8 set. 2019. JASMINE ALIMENTOS. Transtorno de ansiedade: causas, sintomas e como tratar a doença. Disponível em: <h ps://www.jasminealimentos.com/qualidade-de-vida/transtorno- de-ansiedade/>. JRM. A importância de falar e de saber ouvir. Disponível em: <h ps://www.jrmcoaching.com.br/blog/desabafo-importancia-de- falar-saber-ouvir/>. MEDITANDO NA PALAVRA. Disponível em: <h p://sidonemeditandonapalavra.blogspot.com/2012/06/sonda-me- o-deus.html>. MENTE E CÉREBRO. Desabafar é bom. Disponível em: <h p://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/desabafar_e_bom.html>.