«AVÓ E NETO CONTRA VENTO E
AREIA»
Teolinda Gersão, A Mulher Que Prendeu a Chuva, 2ª ed.,
Sextante, 2007
CATEGORIAS DA NARRATIVA
Ação – ida à praia
Personagens – avó e neto
Espaço - praia
Tempo – uma manhã bonita
Narrador – 3ª pessoa «tinham ido»
SÍNTESE DO CONTO
Numa manhã de sol, uma avó e o seu neto foram à praia. A
certa altura, inesperadamente, levantou-se muito vento e
areia, impedindo os dois de verem o caminho de regresso a
casa. Avó e neto esforçaram-se por avançar contra o vento e
a areia, mas era difícil. A avó, cansada, «sentia-se perdida». A
certa altura apareceu um cão que eles conheciam e que os
conduziu até a um café, onde ambos entraram e
reencontraram a tranquilidade perdida.
As Personagens
Avó
«vestia uma saia clara»;
«ia muito contente»;
nunca se cansava de olhar o
neto, «porque o achava
perfeito»;
orgulhava-se de ainda ser
forte,
útil,
por
lhe
confiarem a guarda do
neto;
era atenta, vigilante,
cuidadosa e preocupada,
mas companheira.
Neto
«tinha cinco anos»;
«nadava como um peixe»;
evitava assustar a avó,
protegia-a contra os medos;
era corajoso, mas gostava
de «sentir o olhar da avó»,
depois «esquecia-se dela» e
sentia-se o «rei do mundo»;
quando está perdido com a
avó comporta-se como uma
criança de cinco anos.
RELAÇÃO AVÓ / NETO
«Ia muito contente, e o seu coração cantava.»
«Ir à praia com a avó era uma das melhores coisas que
lhe podiam acontecer nos dias livres.»
«o achava perfeito. Se pudesse mudar alguma coisa
nele, não mudaria nada.»
«Sabia que ela era um bocado assustadiça, e ele gostava
de protegê-la contra os medos.»
«Não tinha medo de nada, mas, [….] gosta de sentir o
olhar da avó.»
«Por isso se sentiam tão bem um com o outro.»
«Sorriram um para o outro e o mundo voltou a ser
perfeito.»
PRESENTE / PASSADO
Perdida nas dunas, «a avó começou a ter medo de estar
perdida.»
O medo trouxe à memória da avó um acontecimento do
passado: a morte de uma criança que estava à sua
guarda, possivelmente um filho.
« Muitos anos atrás, a avó perdera uma criança. […]
Uma criança ardendo em febre, e ela correndo com ela
nos braços, através de um hospital labiríntico. E depois
os dias passavam e ela perdia a criança.»
PRESENTE / PASSADO
«E agora estava outra vez perdida, com uma criança nos
braços.»
«E se a criança se afastasse, sozinha, à procura de
socorro, e se perdesse? Se ela perdesse a criança?»
SENTIMENTOS DA AVÓ
satisfação, alegria
orgulho
deslumbramento,
segurança
insegurança, medo,
«Ia muito contente, e o seu
coração cantava.»
«A avó sentia-se orgulhosa:
…» por poder tomar conta
do neto.
«Era
uma sensação de
deslumbramento
e
de
absoluta segurança,…»
O vento forte levantou -se,
a avó sentiu-se perdida.
SENTIMENTOS DA AVÓ
angústia
desânimo
desamparo
alívio
tranquilidade
A avó viu-se de novo perdida
com uma criança nos braços,
«apetecia-lhe chorar,…»
«E ela tão desamparada como
a criança que levava.»
«Louvado
Deus,
…então
estariam salvos.»
Já dentro do café «o mundo
voltou a ser perfeito.»
PONTUAÇÃO
«Aflijo-me demais e dramatizo as coisas, pensou a avó.
Afinal atravessámos o vento e a areia. E, amanhã de
manhã, vou ao oculista.»
As palavras em discurso direto correspondem apenas
aos pensamentos da avó, não foram pronunciadas
verbalmente.
Quando uma personagem fala para si própria ou pensa
(monólogo), essas frases poderão aparecer entre aspas.
CARACTERÍSTICAS DO CONTO:
trata-se de uma narrativa curta;
as personagens são em número reduzido – a avó e o
neto;
o enredo gira à volta de uma ida à praia e do
aparecimento repentino de um vento forte;
a ação decorre fundamentalmente num mesmo espaço
(a praia) e num período de tempo limitado (uma
manhã).
Diálogos Português 7º ano, Fernanda Costa, Luísa
Mendonça; Porto Editora, 1ª ed., 2013
Resolução do questionário de Educação Literária e
Leitura (com adaptações).
Ilustração do manual.
Prof. Ana Silva