PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
Annefrank ficha
1. Teste de Português 8ºano
teste de avaliaçao sobre o Diario de anne frank
Teste de avaliação de Português 8ºano
Nome: nº: turma:
Nota:
Lê o texto com atenção e responde às questões colocadas.
Domingo, 21 de
Junho de 1942
Querida Kitty:
Toda a nossa turma treme: a Reunião de conselho dos professores está à
porta.
5 Metade da turma passa o tempo a apostar quem passa de classe e quem chumba.
A Miep de Jong e eu escangalhamo-nos a rir por causa das nossas companheiras
de carteira que já apostaram todo o seu dinheiro de bolso. De manhã à noite
andam a rezar: "Tu passas, tu chumbas, sim, não..." Nem os olhares suplicantes da
Miep nem as minhas sérias tentativas para as meter na ordem conseguem nada
daquela gente. Há tantos mandriões na minha
10 turma que eu, se mandasse, reprovava metade. Os professores são as pessoas
mais caprichosas do mundo, mas talvez sejam, neste caso, caprichosos no bom
sentido.
Dou-me razoavelmente com os professores e com as professoras. Ao todo
são nove, sete homens e duas senhoras. O sr. Kepler, o velho professor de
matemática, ao princípio embirrava comigo, por eu palrar muito. Andava
constantemente a avisar-me, até que me marcou um trabalho de castigo. Mandou-
me fazer uma redacção sobre o tema:
15 "Uma tagarela." Uma tagarela! O que se poderia escrever sobre isto? Mas não me
afligi. Meti o caderno de exercícios na pasta e esforcei-me por estar calada. à
noite, depois de acabados todos os outros deveres, lembrei-me da redacção. Roí
um bocadinho a pena e pensei no assunto: escrever umas tretas e com as
palavras tanto quanto possível distanciadas, toda a gente sabe. Mas encontrar
uma razão evidente da necessidade de
20 palrar, aí é que estava o grande problema. Pensei e tornei a pensar. De repente as
palavras surgiram. Enchi as três folhas obrigatórias, rapidamente, sem cessar.
Aquilo saiu-me bem. Como argumento aleguei (...)
O Diário de Anne Frank (de 12 de Junho de 1942 a 1 de Agosto de 1944)
1. Partindo da leitura do texto, verifica se as seguintes afirmações são
verdadeiras ou falsas.
a) Anne tem uma relação satisfatória com todos os professores.
b) Anne não considera que é fácil escrever redacções.
c) As companheiras de carteira de Anne rezavam para não chumbarem de ano.
d) O problema de Anne está em encontrar motivos que justifiquem o seu
comportamento.
2. e) Anne ficou preocupada com a redacção que tinha que fazer.
2. Atenta no 1ºparágrafo.
2.1 Explica a conotação presente no verbo rezar. (l.7)
2.2 A Anne e a amiga não conseguem nada daquela gente. (l.9) Justifica.
2.3 Comenta o sentido da última frase do parágrafo.
3. Partindo da leitura do texto, traça o perfil da aluna que te parece ser a Anne.
4. Este texto, de carácter autobiográfico, apresenta umas características
específicas. Explicita.
Texto B
Não sei por que Dona Luarmina chorou, quando lhe contei a história de meu velho. Se foi ela
que me pediu! Eu lhe tinha avisado da tristeza dessa memória, mas ela insistiu. Foi só por isso
que desatei as lembranças.
Meu pai se chamava Agualberto Salvo-Erro. Em tudo ele seria pessoa. Só um senão
atrapalhava sua humanidade: meu velho tinha olhos de tubarão. Não que fossem olhos de
nascença. Aconteceu-se quando, certa vez, ele saltou do barco para salvar sua amada. Era uma
moça muito nova que ele encontrara em outras terras. Trazia-a sempre no barco, em companhia
das pescas. Fim do dia, antes de trazer o peixe à praia, meu pai encaminhava o barco para
além do horizonte para ir deixar a moça. Quem seria tal rapariga, de onde era? Mistério que
ficou e há-de ficar com Agualberto.
Nessa tarde, meu pai pescava próximo da nossa praia. O tempo estava encabrinhado. Eu
apurava as vistas, tentando espreitar a figura dessa que acompanhava meu pai. Minha mãe
virava as costas ao oceano.
- Já viu o pai, lá?
Minha mãe nada não respondia. Estava ocupada nas lenhas, no fogo, no jantar. Fiquei assim
na berma da praia, olhando o concho alternando-se com o mar, visão e desaparência. Até que,
de repente, notei um vulto tombando no mar. Era a moça. Meu pai, em aflição, saltou em
socorro dela. Mergulhou na fundura das águas e ficou dentro do mar mais tempo que um peito
autoriza. Saíram os restantes barcos, em salvação. Contaram-se segundos, minutos, lágrimas,
suspiros. Só ao fim do dia, meu velho reapareceu na superfície. Já ninguém esperava que ele
ressurgisse. Mas, para espantação e reza, meu pai golfinhou-se entre as ondas e gritou como
se o céu inteiro lhe entrasse no peito. O povo clamava:
- Está vivo! Está vivo!
Os pescadores acorreram a recolher o ressurgido companheiro. Festejaram, dançando e
cantando enquanto os barcos se faziam à praia. As mulheres xiculunguelavam. Minha mãe
avançou e se perfilou perante o homem. Que se passaria por detrás daquela aparên-cia dela?
Afinal, essa mulher que meu pai tentara salvar era uma outra, rival e ilegítima. Mesmo assim
ela enfrentou meu velho. Seus olhos subiram do chão até se fixarem no rosto dele. Foi quando
3. ela gritou, tapando o rosto com as mãos. Os restantes se aproximaram de meu pai e um rumor
se espalhou como nuvem fria.
- Os olhos dele!
Sim, os olhos de Agualberto não eram os mesmos. Ninguém conseguia olhar meu pai de frente.
Porque aqueles olhos dele estavam da mesma cor do mar: azuis, de transparência marinham.
Sua humanidade estava lavada a modos de peixe. Ele ficara muitíssimo demasiado tempo
debaixo do mar. E se espalhou um murmúrio de que Agualberto tinha os olhos de tubarão, tal
iguais aos grandes e dentilhados bichos.
A partir desse dia meu pai se adentrou em si mesmo, toda a hora sentado na praia
contemplando o horizonte. Passavam gentes vindas de longe para espreitar de longe o preto
com olhos da cor do mar. Minha mãe, certa vez, me afastou por um braço, e sussurrou uma
angústia:
- Essa mulher, outra, será mesmo que morreu de vez? Todos sabíamos que sim, que ela se
irremediara nos fundos, lá onde os corais florescem em peixes. Todos sabíamos menos o
velho Agualberto, desguarnecido de noção. Todas as tardes ele levava para dentro do mar
cestos com comida e rações de água doce. Mergulhava e se deixava em permanência
alongada. Depois, regressava à superfície, satisfeito de tudo, medidas as contas com a
saudade. De cada vez que vinha à tona, porém, seus olhos se exibiam mais azuis. Um dia se
lavariam de toda a cor, como as conchas que esbranquiçam. Aquilo parecia aplicação de um
presságio, um mapa de seu pensamento: perder as vistas como perdera seu amor. E assim
aconteceu: Agualberto ficou de olhos deslavados e nunca mais visitou as profundezas das
águas.
Quando o azul lhe saiu dos olhos também meu pai se emboreou de casa. Foi-se. Eu era
menino, acreditava que tudo tinha remédio. A saída de meu velho foi a primeira crença de que
certas coisas, nessa vida, não têm reparo. No mesmo tempo, tive que atender também o
desjuízo de minha mãe. Ela não se conformou com aquele abandono. Porque já meu velho se
retirara há muito e ainda ela me dizia:
- Espera, Zeca. Primeiro vou pedir as licenças a seu pai! Houvesse injúria ou lágrima ela
sempre me consolava:
- Deixe que eu vou queixar a seu pai!
Como se a partida dele fosse simples atraso de pescaria. Faz parte dos mandos: nunca se diz
a um menino que ele é órfão. Assim, minha mãe vestia ausência com panos de mentira.
- Esta semana já escreveu cartinha para ele? Eu sorria, triste. Mas ela nem me dava tempo.
- Seu pai haveria de ficar contente em ler um papelinho seu. Ele havia ficar contente a pontos
de lágrima.
- Mas, mãe...
- Sabe: um dia, uma lágrima dele caiu lá no mar. Ali mesmo, naquela onda onde tombou, a
lágrima mudou-se num coral e foi ao fundo. Escreva ao seu pai...
- Mas eu mãe... Eu nem sei as letras como são.
- Por isso, você vai ter com o padre, frequentar na missão. Seu pai, depois, lhe há-de mandar
uns dinheiros.
- Está bem, mãe.
Depois, ela entrava na casinha, parecia atravessar a fogueira bem pelo meio das chamas.
Fazia lembrar Maria Bailarinha, modos como ela se antigamentou dançando com o fogo. Mas
4. minha mãe caminhava sobre as fogueiras e nada lhe acontecia. Sem vontade do tempo, eu
ficava na praia a passear os olhos pela noite. Minha mãe voltava, tempos depois, e me dizia:
- Vê as estrelas, Zeca? Sabe o que elas dizem? - Não, mãe.
- Sabe, filho, a noite é uma carta que Deus escreve em letrinhas miuditas. Quando voltar da
cidade você me há-de ler essa carta?
- Sim, mãe.
1. Identifica o narrador com elementos fornecidos pelo texto e refere o seu estatuto.
2. Em que se centra a historia relatada pelo narrador?
2.1.A quem conta ele esta história?
3. A história aconteceu antes ou é simultânea à conversa entre as personagens?
3.1.A história relatada pelo narrador é uma analepse? Justifica.
4. Toda a história de Agualberto salvo-Erro se organiza por meio da apresentação de ações que
são consequência de uma ação anterior.
4.1.Completa o esquema de modo a ilustrar esta afirmação.
A. A Moça caiu no mar
B. Agualberto ficou com
olhos de tubarão
C. O azul dos olhos
desapareceu, ou seja,
ficou____________
5. A partida do pai tem também consequências para a mulher e para o filho.
5.1.Identifica e refere as expressões que as sinalizam.
5.2.Refere o recurso expressivo presente na expressão “minha mãe vestia ausência com panos de
mentira” (ll.73-74) e explica qual a sua intenção.
6. O tempo que o narrador demorou a narrar os factos a dona Luarmina foi igual ao tempo que a
ação demorou? Se não, qual foi mais rápido?
7. O narrador repete alguns factos relacionados com o seu pai.
7.1.Identifica os parágrafos ou conjuntos de parágrafos onde estes factos estão presentes.
7.2.Qual o parágrafo onde o relato se faz de forma mais breve, ou seja, é mais rápido?
7.3.Associa a cada um dos relatos que identificaste à estratégia de organização do tempo do
discurso:
1ºrelato- - Resumo
2º Relato- -elipse
5. 8. Na tua opinião, por que partiu o pai do narrador? Que relação Terá essa sua atitude com o
mar?
Grupo II –Gramatica
10. Classifica morfologicamente (classe e subclasse) todas as palavras da
frase: Enchi as três folhas rapidamente. (Não esqueças a subclasse do verbo.)
11. Reescreve a frase: Os professores são caprichosos, colocando o adjetivo no
grau superlativo absoluto sintético.
12. Reescreve a frase: Eu lembrei-me da redacção, colocando o verbo no
pretérito mais-que-perfeito composto do conjuntivo.
10. Analisa sintacticamente as seguintes frases:
c) O Sr Kepler, o velho professor de Matemática, ao princípio embirrava
comigo.
d) Os professores são as pessoas mais caprichosas do mundo.
11. Indica a subclasse do verbo da frase b) da questão anterior.
Grupo III- Expressão escrita
Num texto bem estruturado de 200 a 250 palavras, apresenta uma continuação
desta página
Do diário de Anne Frank. (Não te esqueças de marcar bem os parágrafos e tem atenção à
construção e
Pontuação das frases!!)
e aqui vai a sua respectiva correcção
1. Partindo da leitura do texto, verifica se as seguintes afirmações são
verdadeiras ou falsas e corrige as falsas.
a) Anne tem uma relação satisfatória com todos os professores.
b) Anne não considera que é fácil escrever redacções.
c) As companheiras de carteira de Anne rezavam para não chumbarem de ano.
d) O problema de Anne está em encontrar motivos que justifiquem o seu
comportamento.
e) Anne ficou preocupada com a redacção que tinha que fazer.
VERSÃO 1
a) F
b) V
c) F
d) F
e) V
2. Atenta no 1ºparágrafo.
2.1 Explica a conotação presente no verbo rezar. (l.7)
6. Não se trata de “rezar” no sentido denotativo, ou seja, dizer uma oração. Neste
caso, “rezar” significa a forma repetida e insistente das companheiras de Anne
dizerem “tu passas, tu chumbas...”, quase como em surdina, como uma
oração...
2.2 A Anne e a amiga não conseguem nada daquela gente. (l.9) Justifica. A Anne e
a amiga não conseguem que as companheiras parem de fazer apostas ou de
dizer “tu passas, tu chumbas...” e acham que se trata de uma brincadeira de
mau gosto, por isso refere, num tom nada simpático a expressão “daquela
gente”...
2.3 Comenta o sentido da última frase do parágrafo.
Anne acha que os professores são caprichosos, ou seja, podem ser
inconstantes e ora exigir muito, ora pouco...Mas acaba por dizer que até pode
ser “no bom sentido”, porque, desse modo, acabam por não reprovar tantos
alunos...
3. Partindo da leitura do texto, traça o perfil da aluna que te parece ser a Anne.
Resposta livre, mas de acordo com o texto...
4. Este texto, de carácter autobiográfico, apresenta umas características
específicas. Explicita.
Características próprias do texto autobiográfico (1ª pessoa, subjectividade,
narrador participante), mas que reúne as especificidades do diário (data) e da
carta (data, saudação inicial)
Texto B
1. Identifica o narrador com elementos fornecidos pelo texto e refere o seu estatuto. O narrador é
filho de Agualberto. Neste excerto, trata-se de um narrador participante.
2. Em que se centra a historia relatada pelo narrador? Trata-se da história de seu pai, Agualberto
Salvo-erro.
2.1.A quem conta ele esta história? A história é narrada à D.Luarmina.
3. A história aconteceu antes ou é simultânea à conversa entre as personagens. A história é
anterior à conversa das duas personagens.
3.1.A história relatada pelo narrador é uma analepse? Justifica. Sim, porque o narrador narra a
história de seu pai, que decorreu antes da conversa com a D.Luarmina. Esta conversa esta a
corresponder ao presente.
4. Toda a história de Agualberto salvo-Erro se organiza por meio da apresentação de ações que
são consequência de uma ação anterior.
4.1.Completa o esquema de modo a ilustrar esta afirmação.
A. A Moça caiu no mar Agualberto saltou para o mar em
socorro da moça “D.luarmina”
Agualberto ficou tempo
demais debaixo de água.
B. Agualberto ficou com olhos de
tubarão
Agualberto entrou na água e
perdeu toda a noção da realidade
Todas as tardes, Agualberto
levava água e comida ao mar
C. O azul dos olhos
desapareceu, ou seja, ficou cego
O pai saiu de casa.
5. A partida do pai tem também consequências para a mulher e para o filho.
7. 5.1.Identifica e refere as expressões que as sinalizam. A mulher de ficou louca “teve de atender
também o desjuizo da minha mãe” linha 66-67; o filho deixou de acreditar que havia solução
para tudo “A saída de meu velho foi a primeira crença de que certas coisas, nessa vida, não
têm reparo” linha 64-66.
5.2.Refere o recurso expressivo presente na expressão “minha mãe vestia ausência com panos de
mentira” (ll.73-74) e explica qual a sua intenção. É uma metáfora. Associa a mentira da mãe
ao contexto do vestuário, estabelecendo uma proximidade entre a ação de esconder a
realidade por meio de panos com a mentira, que constitui uma forma de esconder a verdade.
6. O tempo que o narrador demorou a narrar os factos a dona Luarmina foi igual ao tempo que a
ação demorou? Se não, qual foi mais rápido? Não. O relato feito pelo narrador foi mais rápido.
7. O narrador repete alguns factos relacionados com o seu pai.
7.1.Identifica os parágrafos ou conjuntos de parágrafos onde estes factos estão presentes. 2º
Paragrafo: 1º relato; 5º a 9º parágrafos 2º relato
7.2.Qual o parágrafo onde o relato se faz de forma mais breve, ou seja, é mais rápido? O relato do
primeiro é mais rápido.
7.3.Associa a cada um dos relatos que identificaste à estratégia de organização do tempo do
discurso:
1ºrelato- -Resumo
2º Relato- -elipse
8. Na tua opinião, por que partiu o pai do narrador? Que relação Terá essa sua atitude com o
mar? Terá partido porque já não podia ajudar a sua amada, que estaria pesa no fundo do mar,
pois estava cego. A sua atitude marca um afastamento do mar que lhe levou a amada e
também os olhos “a visão”.
Gramatica
5.
6. Classifica morfologicamente (classe e subclasse) todas as palavras da
frase: Enchi as três folhas rapidamente. (Não esqueças a subclasse do verbo.)
Aquilo – pronome demonstrativo
saiu – verbo transitivo indireto
me – pronome pessoal (CI)
bem – adv. de predicado de valor modal