Revista Coletiva com a participação de:
Cláudio Cunha Jr + Carlos Barroso + Antonio Barros + Thaís Ajaya + Mo Maie + Emili Reis + Felipe Durán Thedim + Eduardo C Souza + Sofia Brito + Júnia Gaião + Flavia Alves Santos + Aiub Serrão + Letycia Holanda + Elidiomar Ribeiro da Silva + Cecília Pereira + Rodrigo Pastor + Gabriella Casa Nova + Nico C. + Karine Dias Oliveira
Ana Júlia Poletto + Paulinho Assumpção + Coletivo AMEOPOEMA e muito mais...
Edição impressa disponível em: ameopoemaeditora@gmail.com
2. AMEOPO MA
E
editora artesanal
ameopoemaeditora@gmail.com
fb.com/ameopoema @coletivoamepoema
FANZINE #27
|
várias (os) colaboradoras (es)
revisão: participantes
edição e finalização: @studiográficob2m
organização: Ed. AMEOPOEMA | @coletivoameopoema
Ouro Preto, MG - 2023
Fevereiro e março - circulação impressa e digital
Visite: www.ameopoemaeditora.com
+ Carlos Barroso + Antonio Barros + Thaís Ajaya +
Cláudio Cunha Jr
Mo Maie + Emili Reis + Felipe Durán Thedim + Eduardo C Souza +
Sofia Brito + Júnia Gaião + Flavia Alves Santos + Aiub Serrão
Letycia Holanda + Elidiomar Ribeiro da Silva + Cecília Pereira
Rodrigo Pastor + Gabriella Casa Nova + Nico C. + Karine Dias Oliveira
Ana Júlia Poletto + Paulinho Assumpção + Coletivo AMEOPOEMA
e muito mais...
part
icip
antes
3. FANZINE #27
Notas (que não pagam nada)
A explosão das mentes acontece a todo
momento, a criação é como uma semente
que se estilhaça largada no asfalto ao sol
infernal de fevereiro.
Sentar aqui e escrever esse processo por
mais de 10 anos tem me deixado velho de
alma. Quando termino de escrever cada
editorial vejo no espelho o quão
insignificante somos frente a toda disputa
do dia a dia, e que a luta parece mais feita
para não deixarmos o barco afundar que
para navegar tranquilamente nesse mar
de merda.
Furo meus olhos para não furar todos os
botes salva vidas que se avistam nesse
oceano que desconheço cada dia mais.
a vida arde nessa terra, a vida come o
tempo da gente todo e nos deixa rastros
que destroem sonhos.
Viver dá uma caseira. Ainda bem que
estou virando poeta e não mercador de
velas para sétimo dia.
Rômulo Ferreira
VOCÊ
DE
POESIA?
GOSTA
GOSTA
GOSTA
4. kota se abana debaixo de um velho
imbondeiro, com seu kibukidilu feito da palha do
dendê.
é tarde de calor em angola e kota sorri,
arrodeada pelo olhar curioso e impaciente da
molekada sentada na areia vermelha.
kota kuku, a sábia vovó, vai tirando seus
benguês de dentro duma cabaça colorida,
ascendendo brilho de mil estrelas nos olhares das
crianças …
“os antigos diziam que todas as estórias do
mundo nasceram de uma cabaça – ombenji –
partida pela metade … por isso quando
encontramos uma cabaça pela savana ou perto do
rio, devemos respeitá-la, porque o som da cabaça é
voz de muxima, o som do coração …
kixandara, a aranha, foi quem primeiro
habitou ombenji – a cabaça – e teceu com seu fio
dourado as estórias de tata viangongo, o fogo e de
kilembe, a grande árvore da vida”.
as crianças se arrodeavam pra cantar com
kuku em mitendu, uma harmonia coral de belas
vozes ….
“kilembe, kilembe,
kilembe, kilembe …
kisekele…
kilembe, kilembe,
meu grãozinho de areia…”
a molekada cantava dançando em vozes
uma, reverberando alegria até os confins da terra.
quando terminaram o canto mitendu, se
assentaram e kota kuku tirou da cabaça colorida sua
velha maraca, lhe balançou no ar e sussurrou bem
baixinho:
“foi kixandara, a aranha, que chegou aos pés
de kilembe, a grande árvore e lhe perguntou:
'kilembe, kilembe … como foi que começou o
mundo?',
no que kilembe matutu balançou suas
galhas e disse à kixandara:
' dona aranha kixandara … antes, bem antes
do antes do antes, tudo que existia era uma linha
reta…'”
e a molekada chega nem respirava…
“'por muito tempo essa linha dançou sozinha,
até que um dia no meio desta linha nasceu uma
forma vazia, mbungi, o nada … de onde emergiu
muntu, corpo sol
5. kalunga, a força do fogo completa em si …
as chispas do fogo da kalunga se agitaram em
movimentos dançantes dentro de mbungi, até que
explodiu numa enorme tempestade, kimbwandènde,
fazendo jorrar na imensidão do espaço aberto
projéteis e constelaçõesde fogo cósmico.'”
e os ramos de kilembe, a árvore, balançavam
no ar quente da tarde de cambinda.
“'muito tempo se passou até que uma destas
estrelas se resfriou e virou um planeta verde, com
vida que respirava em potente abundância… do fogo
nasceu as águas e oceanos primitivos e os rolos do
presente, futuro e passado sopraram neste planeta o
pólen da vida, águas, gases e relâmpagos, gerando
bactérias, algas, caracóis, água vivas, estrelas do
mar, plantas marinhas …
depois viram florestas, montanhas, mares,
vulcões, rochas … e de belas paisagens nasceram
pequenas formas de vida animal, insetos, anfíbios,
mamíferos … que se transmutaram, cresceram, se
multiplicaram… e depois que tudo isso já estava vivo,
nasceu a pessoa humana, como ser de quatro pés e
quatro braços, que se separou entre macho e fêmea,
lumbu e muzita, com o passar do tempo' disse
kilembe matutu.
`por isso é que, entre nós, cada vez que uma
criança nasce, é como o nascer do sol, porque a
gente se lembra do começo de tudo, quando a força da
kalunga se manifestou em vida!”
kota kuku se sentou embaixo do imbondeiro e
voltou a se abanar sorrindo, com seu kibukidilu de
palha.
tirou de sua cabaça ombenji umas sementes
graúdase explicoupra molekada:
“dona aranha kixandara! está vendo o que
tenho aqui em minhas mãos? é o fogo ou a água que
podem despertar a dormência dessas semente de
imbondeiro … porque a água é o fogo e o fogo é a
água, e a kalunga é a mãe do tempo e das memórias
…”
Mo Maie, Senegal, junho de 2020
instagram.com/mo.maie
6. Estive sozinho, e não senti saudade. Passei mais um ano,
e não senti a idade. Uma vez fui soldado, e outra amante.
Uma vez hesitei, já na outra esperei. Tenho esquecido,
mas ando procurando. Antes de chegar, já fui aproximando.
Uma vez choveu, tive medo. Eu senti,
ajoelhei. Não passa, não chora.
O preço do amanhã?
talvez consiga pagar, depende da inflação.
Sou eu quem chama por três vezes a ignorância
Cláudio Cunha Jr
martellcesarclaudio@gmail.com
7. Algo muito maior que a própria sina?
Como se todo caminho percorrido fosse insuficiente,
Como se faltasse algo lógico
Como se ficasse somente o sórdido...
Como se o sabor, doce, fosse amargo
A brisa suave fosse um chicote árido.
Como se a própria sina fosse incompreensível.
Toda sorte um baque feroz.
E mesmo na tristeza, um sono tranquilo...
Thaís Ajaya
rizosferazine@gmail.com
BAQUE
dia a dia
diabólico
diabólico o dia
a dia
dia
a dia
a dia o dia
diabólico
a dia o dia
a dia
dia a dia o dia
diabólico
diabólico o dia
a dia
a dia
dia a dia
a dia o
diabólico
ia
ia
diabólico
diabólico
dia
Antonio Barros
artitude.ab@gmail.com
8. Se à noite não durmo meu amor
seja talvez para te olhar na paz dos sonhos
-estado vital despretensioso-
e então me alimentar dos teus suspiros;
porém, subitamente,
na cortina desse olhar, decididamente fechada,
imagino que me esqueces
e experimento o desconsolo de existir.
Depois lembro-me que pela manhã
serás tu, mulher, a encarar o meu sono, pesado
por te admirar teimosamente
no sufoco da madrugada - e dirás:
“Gosto tanto de te ver dormindo!”
Posso enfim descansar
para mais um dia.
Se dormes e repousas as palavras
o silêncio é, para mim, o maior dos sustos;
se durmo, e repouso as angústias
sou para ti uma fonte de ternura.
Quisera eu ser capaz da tua sabedoria
para descascar-me deste pânico…
Para viver na ternura,
tão somente na ternura
que só tu sabes sentir.
POEMA
DA
NOITE
Lâmpada
Gracejo
Lânguido
Lampejo
Doce
Desejo
Toque
Abraço
Beijo.
Madruga
Alma
Me suga
Calma
Pra dentro
De ti
Adentro:
Deci
Ao íntimo
Teu
Lampejo
Eduardo C Souza
eduardodesouza72@gmail.com
Sofia Brito
sofiabrito.fogo@gmail.com
10. Nascido ao pôr do sol
Naquela tarde de domingo.
Morto ao sol nascer
Naquele choro,
Sem abrigo.
Plantei sementes de carinho
E colhi frutos de dor.
A árvore cresceu do ódio
Já conhecido, por amor.
Emili Reis
gabryelathainara15@gmail.com
AMOR Não temos mais um pseudo filósofo cuspindo falácias
não temos mais o nosso pão.
Quem nos alimentará com o chorume, o que virá
de antemão?
Somos gratos aos excrementos,
do suposto boquete sem dentadura,
da barca egípcia,
da apologia ao tabagismo
à idolatria embevecida por ódio e prazer.
Não temos mais fumaça ou carão, graças a Deus
vossos cus não estão em debate, somente
A razão.
UM ANO SEM RAZÃO
Felipe Durán Thedim
lipduran@gmail.com
11. ENTRE
CORPO
E
ALMA
Júnia Gaião
juniagaiao@gmail.com
Às vezes voo.
Pra levantar asas
aperto os olhos
até tudo virar nuvem
lanço o coração e vou
sem capa ou mágica.
Deixo o corpo
pendurado no armário
ou deitado na rede
ele que se entenda
com a traça e com a tarde.
Corpos voam na guerra
e nas tragédias
Mas as almas, de mãos dadas com anjos
ou pássaros,
levitam como ninguém mais sabe.
Às vezes morro.
E a cada imagem que passa
no túnel brilhante do voo
um frio no ventre
me lembra do corpo
esquecido na casa
Mas é dele que, como louca, eu corro.
12. Os massacres fazem parte da nossa realidade desde os tempos mais
remotos. Na modernidade não poderia ser diferente e este disparate, irmão
consangüíneo da barbárie está por todas as partes. Este monstro age usando
seus vários tentáculos para disseminar o medo e a miséria na população. A
cultura da violência está intrínseca na política da elite brasileira e os golpes são
constantes e certeiros.
Somos massacrados diariamente quando pagamos um absurdo pelo
preço do transporte coletivo; somos humilhados quando vemos nossos
parentes indígenas esmolando pelas esquinas das grandes cidades e
subjugados em suas próprias terras; somos violentados ao testemunharmos e
sofrermos racismo, lgbtfobia, misoginia, xenofobia, feninicídio e tantos outros
crimes de ódio. Os massacres estão presentes no nosso cotidiano. Os arcaicos
pregavam Olho por olho, dente por dente, contudo, ainda no século XXI, a
perversidade de cabeças ceifadas são ininterruptas e a banalização da
violência é algo desumano.
Muitas cabeças ainda hão de rolar e se não reivindicarmos, gritarmos,
sairmos às ruas para exigirmos mudanças, quiçá nossas cabeças ainda estarão
sobre nossos corpos. Sofremos massacres diariamente mas jamais
sucumbiremos as máfias partidárias que promovem seus ciclos famintas pelo
caos.
Somos diferentes mas somos um só povo, e como dissera Hannah
Arendt: A pluralidade é a condição da consciência humana pelo fato de sermos
todos os mesmos, isto é, humanos sem que ninguém seja exatamente igual a
qualquer pessoa que tenha existido, exista ou venha existir.
OS
MASSACRES
Aiub Serrão
serraoub@gmail.com
13. Deve ser onde anjos lavam as asas,
onde a tristeza dos dias arrebenta.
Onde se recuperam, e tentam,
em vão, criar novas esperanças,
mortas diariamente
por nossa ignorância
ilustração e texto:
Flavia Alves Santos
@luzesombras82
14. Vê esta calçada?
É o teu lugar
Se ajeita, se molda
Se põe a esperar
Que o mestre dos tempos já vem te buscar
Já sabe o teu nome, tua cara, tua senha
Já tem teu segredo, a tua intenção
Moleque atrevido
Esparro de homem
Garoto vadio
Quem sabe teu nome?
Oh, filho do asfalto e da pedra
Da poeira e da fumaça
Quem surrupiou teu destino?
E esvaziou teus olhos de menino?
Quem vai guardar teu retrato?
Diante da rua e de ninguém
É grande a avenida do mundo
Que te perde num segundo
E não aposta em tua história
Sem tempo, hora e direção
Quem iluminará tua sombra?
E numa sublime revelação
Nos dará o teu perdão?
Fetos absolvidos da vida
Hipnose tecnológica suicida
Orgias puritanas da salvação
Cega fé revelada em vão
Viagens delirantes da juventude
Rostos jocosos de luz
Reacionários e seus poderes vitalícios
Afagando o erário e a cruz
Castas crentes em sua pureza
Ideias metainteligíveis
Igarapés córregos de vileza
Bóiam fezes petrificadas
Pelo sol cruel e ciumento
Todos engodos humanos possíveis
Contidos nas artérias das urbes
Massacram a vida há tempos
Que adormece em seu sono lento
Caminha meticulosamente inerte
Para que mais uma morte desperte
POEMA
DA
MARGEM
Aiub Serrão
serraoub@gmail.com
Paulinho
Assumpção
paulo.assump@terra.com.br
15. Escrevo porque a palavra expressa o pensamento e comunica a ação
Escrevo sobre a vida porque da morte nada sei
Ouço aqui e ali, mas nada é certo.
Escrevo porque há de se propagar à letra, o canto e a melodia há de suavizar o pranto
Escrevo para que haja canção e a música movimente o corpo e me leve à dança
Escrevo para que haja o fato e se eu não puder falar, que o olhar diga e expressem em
gestos mímicos e venham a ser o ato de teatro ainda que em um único parágrafo
Escrevo porque hoje preciso ensinar o que aprendi ontem, porque a mundo gira e preciso
caminhar para tudo mudar no futuro
Escrevo porque hoje preciso aprender para ensinar amanhã; para que nada fique esquecido
no passado e seja definitivo
Escrevo para registrar o que vou deixar para outros; para que você possa fazer a partir do
que já existe
Escrevo para que se conheça o que a guerra faz e se estabeleça a paz quando o “melhor de
mim” sair do meu interior e ressurgir no papel
Escrevo hoje para que a esperança possa neste instante e seja ação de amor em todo
momento
Escrevo hoje porque somente a mim foi delegado o poder de mudar todas as coisas
A partir das coisas que já existe da criação de Deus. Eu acredito em mim e também em você
Que a escrita esclareça e incentive a fantasia e não deixe esmorecer a amizade e fortaleça o
amor
Ainda que a verdade seja áspera, que a palavra leve ao reconhecimento e faça sentido o
perdão e a compreensão venha como ponto final.
ESCREVENDO O FUTURO Letycia Holanda
bandoartecultura@gmail.com
16. Gabriella
Casa
Nova
@_chamberofreflection
verdadeiramente, quero incendiar nossa casa
usar um batom vermelho, subir nos meus melhores saltos
atear fogo com paixão em tudo: inclusive em mim.
fiz as malas pra partir correndo, não vi que tava na contramão
me desfiz em mil pedaços no negrume do asfalto
asas sujas, bolsas em punho, de cara na avenida
estatelada
(sem perder o arzinho prepotente de mulher astuta do terceiro milênio,
of course);
é muita coisa com pinta de fim do mundo…
começaram os tremores e antes de saber se vinham de dentro ou de fora eu fugi
meu copo ficou pra sempre vazio sobre a mesa numa nostalgia de dar dó
nostalgia dos afetos e outras tantas coisas mais banais.
por isso, preste atenção:
abro mão do autocentrismo e de qualquer forma de piedade
num rompante máximo de preservação
vislumbraremos hoje um lançamento sideral — one night only!
a catástrofe pode por na minha conta depois, assino embaixo com categoria;
só mais alguns passos e chegaremos ao topo, digo a mim mesma
e me respondo com o mais nobre silêncio,bastante elegância
num desbunde do caralho mas sem deixar de marchar um segundo.
mudando de tópica, parece que vai chover forte mais tarde
com risco de desmoronamentos etc e tal
oxalá leve embora toda essa desolação
mas entendo que destruir também pode ser uma necessidade.
gostaria de uma limonada se possível
e um cantinho pra me sentar e rezar por quem está mais protegido:
pouca coisa na vida passa de mera ilusão.
vergonhosamente, Deus sente prazer é na estética do medo.
ALERTA
DE
PRECIPITAÇÃO
PLUVIOMÉTRICA
17. Democracias caem quando
Não mais nos importamos
Em defendê-las
Quando normalizamos
Ataques
Às minorias
E, sob falso pretexto
Da liberdade
De expressão
Aceitamos ofensas
Aos poderes
Democraticamente constituídos
Aí, quando abrimos os olhos
Inês já é morta
E a democracia, idem.
CUIDADO!
Cecília Pereira
rpastoralves@gmail.com
Miro, luto
Me solto, me atiro.
Mas por quê tanto ódio?
Me fazes seu inimigo
Massacra-me
Mesmo sendo como eu
Martiriza-se e foge
Mas busca sempre o meu sofrer.
Somos um,
oh, abutre desgraçado!
Sente-se, sinta-se,
monstro desfigurado
CORPO
FALA
Elidiomar Ribeiro da Silva
elidiomar@gmail.com
19. Opiniões bagunçadas nas mentes rasas
Que não alcançam os universos reais
Que não leem os recados da vida
No desalento em fuga...
Tempos sem regras
Falas sem efeitos
É preciso tombar pra visualizar o horizonte
Pois, nada é fácil!
Degraus são verticais
Que ressignificam os valores
Ao repousar os pés cansados
Em cada impulso para o amanhã...
A liberdade do peso é subjetiva
Porque cada coração tem a sua própria sintonia
E, enquanto a coragem não estiver em harmonia
É favor pra si mesmo... dar mais valor à vida!
CORAGEM
Karine Dias Oliveira
kadioliveira@yahoo.com.br
Por tudo a perder
Me lanço
Desabo ao longo de uma cidade fria
Afirmo minha presença
Proclamando a glória
De meu próprio acontecimento!
De certo, poucos me ouvem.
Há tantos que só passam...
Na tessitura da palavra
Ecoa o acúmulo dos dias.
O exílio da poeta
Se desfaz
Na neblina
Que devolve à cidade
Seu instinto de natureza.
Diante do mistério,
Meus passos são o destino do mundo.
A criança que me olha,
Sou eu!
Dona das definições e das renúncias
Há esperança nesse lugar de indiferenças!
Minha cara à tapa
É lei!
Enquanto o choro e o sangue
Escorrem
Pelas valas da humanidade.
Nico C.
nicolle.crys@gmail.com
20. Quantas vezes morri, quantos dias contei, quantas vezes amei, quem nunca chorou, que dia
é hoje, que noite foi aquela, que doce comi, qual bebida tomei, quem te chamou, por quem
você fugiu, para quem você voltou, quantos nós você desatou, quantos nós eu criei, que
vida eu quis, qual sonho morreu, quem ficou para trás, quem voou, quem correu, quem
parou, quem sentiu, qual cor você gosta, quem você quer, quem você já é, quem eu já sou,
quem eu fui, qual dia vivi, que dia nasci, quem você pariu, que música tocou, que música
ouviu, quem foi e não mais voltou, que medo é esse, que medo é aquele, que coragem veio,
quem você quer aqui, quem eu desconheço, quem você reconhece, que história é a sua, que
história é a nossa, que planeta é esse, que doença dói, que presente cura, quem somos,
quem nunca seremos, que hora é agora, o que você comeu, o que você quer, que livro é
esse, que cheiro tem, quem você quer ser, que pôr-do-sol é esse! xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
PERGUNTE-ME-SE
Ana Júlia Poletto
poemasenozmoscada.com.br
21. o próximo mês de fevereiro, será
Nl a n ç a d o o l i v r o d e p o e s i a
“ F i n i t u d e s ” , d e P a u l i n h o
Assumpção. Os textos publicados na obra
constituem a reunião de poemas escritos
ao longo de vários anos, expressando,
assim, diferentes momentos da trajetória
de vida do autor.
Existe, porém, um certo elemento
que, de alguma forma, aproxima grande
parte dos poemas, que é a ideia de finitude,
daquilo que, de maneira irreversível,
sempre acaba ou não se completa, sejam
sentimentos, vivências, intenções –
mesmo as poéticas e políticas. São
poesias que surgiram não só a partir de
experiências vividas, mas também
observadas e compartilhadas.
Contudo, de certo modo, o autor
acredita que exista alguma espécie de
redenção que só se realizaria através da
Arte e da Poesia.
Interessados em adquirir o livro
poderão entrar em contato através do
email: paulo.assump@terra.com.br
Primeiro livro de poesia do autor Paulinho Assumpção
E em Julho, a terra vai tremer,
Lançamento do livro coletivo:
‘‘AMEOPOEMA: 10+2 anos
de poesia e outros experimentos’’
@coletivoameopoema
facebok.com/ameopoema
Finitudes
22. MUITO OBRIGADO PELA LEITURA
ATÉ A PRÓXIMA EDIÇÃO!
ameopoemaeditora@gmail.com
fb.com/ameopoema @coletivoameopoema
COLABORE LIVREMENTE, MANDE UM PIX PRA INCENTIVAR NOVOS TRABALHOS:
ameopoemaeditora@gmail.com
Caso queira anunciar algum livro ou serviço cultural, entre em contato.
Caso queira publicar seu livro (físico ou e-book) a baixo custo entre em contato,
são esses trabalhos e doações que mantêm a revista viva.
INTERVENHA NESTA REVISTA E MANDE UMA FOTO PRA GENTE
EDITORA INDEPENDENTE