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O significado do nome Samuel é
“pedido a Deus”. Originalmente, no cânon
hebraico, os dois livros formavam um só
volume, “O livro de Samuel”, mas foram
divididos em dois pelos tradutores gregos
(Septuaginta) que os chamaram de “1 e 2
Reis”. Os livros que chamamos de 1 e 2 Reis
tinham o nome de 3 e 4 Reis.
Os livros de Samuel são
anônimos, mas a tradição judaica
considera Samuel o autor de
1Samuel (1-24) e, Natã e Gade,
autores do restante (1Cr 29:29).
Não se tem uma data
definida, mas podemos dizer
que foi de 930 a.C. em
diante.
O objetivo dos livros de Samuel é apresentar
a história do desenvolvimento de Israel desde um
estado de anarquia até um estado de monarquia
teocrática.
Dá uma descrição religiosa do crescimento
da nação, mostrando a futilidade da tentativa de
unificação e crescimento nacional por esforço e
liderança humanos, bem como o grande poder e
prestígio de uma nação fundada em princípios
teocráticos sob um rei indicado por Deus.
1SAMUEL
1. A HISTÓRIA DE SAMUEL ...................... (CAP. 1-7)
2. A HISTÓRIA DE SAUL ......................... (CAP. 8-15)
3. A HISTÓRIA DA DAVI ....................... (CAP. 16-31)
2SAMUEL
1. A ASCENSÃO DE DAVI .................................... (CAP.1-10)
2. A QUEDA MORAL DE DAVI E
SUAS CONSEQUÊNCIAS ................................... (CAP. 11-20)
3. OS ÚLTIMOS ANOS DE DAVI ......................... (CAP.21-24)
O período da história de Israel descrito em
1-2Samuel e 1Rs 1-11 apresenta mudanças marcantes
na vida política, social e religiosa. O registro dessas
mudanças surpreendentes centra-se na história de
quatro pessoas: Samuel, Saul, Davi e Salomão. As luzes
brilham com maior intensidade sobre Davi.
Os relatos sobre Samuel e Saul formam o
prólogo e os que tratam das festas e extravagâncias de
Salomão, o epílogo. O que domina o enredo é a
ascensão de Davi ao trono e sua luta para mantê-lo.
A história de Eli serve de pano de
fundo do ministério de Samuel. Na
posição de sumo sacerdote, Eli estava
encarregado da adoração e dos
sacrifícios no tabernáculo de Silo.
Os israelitas esperavam dele a
liderança e a orientação, nas questões
religiosas e civis.
O lugar de Samuel, na história de Israel, é
singular. Sendo o último dos juízes, ele exercia
jurisdição civil por toda a terra de Israel. Seu lar era
em Ramá. De lá ele, como itinerante, percorria o
seu território uma vez por ano até Betel, Gilgal e
Mispa, supervisionando e administrando os
negócios do povo (1Sm 7:15-17). Outrossim, ele
obteve o reconhecimento de ser o maior profeta
de Israel desde os tempos mosaicos.
E ele também oficiava como principal
sacerdote, embora não fosse da linhagem de
Arão, à qual pertenciam as responsabilidades
do sumo sacerdócio. Em (1Sm 1:1) dá a
entender que Elcana, o pai de Samuel, é
efraimita, enquanto (1Cr 6:16-35) inclui
Samuel entre os descendentes de Levi.
O fato de Eli ter levado Samuel para o serviço
no templo como um aprendiz, e de ter Samuel
posteriormente desempenhado as funções do
sacerdócio dá suporte ao registro genealógico de
que Samuel e seu pai Elcana eram da tribo de Levi.
A afirmação feita em (1Samuel 1:1) simplesmente
destaca que Elcana vivia nas montanhas de Efraim.
Elcana era levita por descendência, e efraimita por
localização geográfica.
Samuel viveu no contexto de uma transição
principal na vida da nação de Israel. Ele era um
agente central na transição do período dos Juízes
para o do reino. A realidade vindoura do reino
tinha sido revelada por Moisés (Dt 17:14-20).
Enquanto servia como o último Juiz, Samuel
ungiu o primeiro rei. Os juízes continuariam a
funcionar em um âmbito judicial, não numa
posição administrativa ou política.
Uma segunda transição principal aconteceu no tempo
de Samuel. Yahweh Deus tinha prometido a Moisés que o
ofício de profeta se tornaria uma realidade prática (Dt 13:12-
22). Ele poria palavras na boca dos profetas. Samuel foi o
primeiro que operou neste ofício profético autorizado. A
revelação progressiva continuaria frequentemente junto com o
cumprimento daquilo que antes tinha sido revelado. Assim,
havia uma continuidade definida na palavra de Yahweh Deus
para seu povo.
Com a passagem dos anos, Samuel reuniu ao seu redor
um grupo de profetas, sobre os quais ele exercia considerável
influência (1Sm 19:18-24).
Os acontecimentos registrados em 1Samuel
cobrem um período de cerca de 115 anos, desde a
infância de Samuel, passando pelos agitados
tempos de Saul, até o início do reinado de Davi,
escolhido por Deus.
O livro leva-nos até o tempo em que Davi está
pronto para estabelecer a monarquia de modo
permanente e Deus está pronto para estabelecer o
trono de Davi permanentemente (Sl 89).
Os filhos de Israel tinham clamado por um rei. Deus lhes
deu primeiro um rei, conforme o desejo do coração deles, Saul.
Depois lhes deu outro, segundo o desejo do coração divino,
Davi.
Saul é escolhido, um rei “alto” em lugar de um rei “do
alto”. Benjamita (1Sm 9:1), não fazia parte da linhagem real
escolhida por Deus (Gn 49:8-10). O primeiro rei foi um fracasso.
Era formoso de aspecto, alto e de porte nobre. Começou
esplendidamente. Revelou-se um chefe militar muito capaz.
Derrotou os inimigos ao redor – os filisteus, os amalequitas e os
amonitas. Saul foi humilde a princípio, mas depois se encheu
de orgulho e tornou-se desobediente a Deus.
Através dos anos Samuel entristeceu-se com
Saul. Quando ele falhava, Samuel era fiel em
adverti-lo. Posteriormente é rejeitado por Deus
devido a três grandes pecados:
A. Oferece sacrifícios indevidamente (cap.13:11-
13);
B. Desobedece as ordens de Deus (cap.15:23);
C. Consultou a feiticeira de En-Dor (1Cr 10:13).
Em lugar do Espírito do Senhor, um espírito maligno veio a
ele. O fato de se dizer que esse espírito vinha do Senhor dá a
entender que sua vinda fazia parte do julgamento de Saul e que
para os israelitas toda realidade estava sob controle divino. Ao que
parece, Saul passou a sofrer crises agudas de depressão que só
podiam ser aliviadas pela música. É essa situação que fez cruzar os
caminhos de Saul e Davi (1Sm 16:18, 23).
A história se segue com o estado pecaminoso de Saul sem
restauração. Até que, em uma batalha contra os filisteus, Saul e seus
três filhos encontram a morte. Assim, uma vida tão promissora
terminou em derrota e fracasso. Assim como Judas, Saul teve
diversas oportunidades de ver a mão do Senhor operando e, no
entanto, em momento algum passou por uma transformação de
vida pela graça do Senhor.
Saul aparece nos livros de Samuel e em primeira Crônicas;
depois só é citado em (At 13:21). Há um enorme silêncio acerca da sua
pessoa nos outros livros da Bíblia. Por isso é muito difícil afirmar sua
salvação ou não. Se formos olhar pelo seu testemunho é mais fácil crer
que, de duas uma, ou era um crente muito fraco ou então não era um
crente. Mas não tenho como afirmar se ele era um salvo ou não.
Devido a sua rebeldia e obstinação Deus se arrependeu de o
haver constituído rei sobre Israel e o rejeitou como rei para Israel
(1Sm 15:23, 35; 16:1). Em (1Crônicas 10:13) lemos: "Assim, morreu
Saul por causa da sua transgressão cometida contra o SENHOR, por
causa da palavra do SENHOR, que ele não guardara; e também porque
interrogara e consultara uma necromante..." Este foi o motivo da
morte de Saul. Contudo, se ele foi ou não salvo só a eternidade nos
revelará.
Ainda que, pela obediência do povo e do rei Saul
Deus prometesse abençoá-los (1Sm 12:14-15), na
verdade, o cetro não poderia permanecer com a
descendência de Saul, pois Deus já havia dito que a tribo
de Judá é que viria a conceder reis sobre Israel (Gn 49:10).
Depois da morte de Saul Deus diz para Samuel ungir
o novo rei (1Sm 16:1). Davi é escolhido como sucessor no
trono de Israel, um “homem segundo o coração de Deus”
(1Sm 13:14; 16:7; At 13:22). Pertencente à tribo de Judá,
da linhagem real messiânica. O nome Davi significa
“amado”.
Podemos citar as seguintes características de Davi como um
homem segundo o coração de Deus:
a) Era paciente (2Sm 16:5-14);
b) Dependente de Deus (2Sm 2:1; 5:19);
c) Tinha um espírito de louvor e ação de graças (2Sm 6:1-5; 13-
15; 7:18-29; 22; 23);
d) Se arrepende (Sl 51);
e) Davi tinha fé em Deus, e estava pronto a esperar a Sua
orientação.
f) Era humilde diante de Deus e dos homens.
g) Todos os talentos que Deus lhe deu, ele usou para a glória do
seu Criador e edificação do povo.
h) Entregou todos os seus planos ao cuidado divino. Jamais se
esqueceu de que Deus era soberano.
Davi, filho de Jessé e bisneto de Rute e Boaz, nasceu em
Belém. Era o mais novo de oito filhos. Quando estava com dezoito
anos, Deus disse a Samuel que o ungisse rei para suceder a Saul.
Como harpista, a fama de Davi chegou ao rei. A melancolia de Saul
levou Davi a ser chamado ao palácio para tocar.
Quando Davi foi promovido a um alto posto no exército, seu
grande êxito despertou ciúmes em Saul, que resolveu matá-lo. Ele
atacou Davi cinco vezes (1Sm 19:10, 15, 20, 21, 23, 24). Aqueles
foram dias de provação para o jovem Davi, escolhido para o ofício
real. Era natural que ele buscasse a proteção de Samuel. Tudo isso
era treinamento para aquele a quem Deus estava preparando para o
trono.
Davi é
ungido
rei.
Saul é rejeitado
como rei de
Israel.
Realmente não há nenhuma divisão entre o primeiro
e o segundo livro. Originalmente os dois eram um só,
cobrindo o período que vai do começo da vida de Samuel
até o fim da vida de Davi.
O livro de (2Samuel) conta a história de Davi, seus
sucessos e fracassos. Ele é o personagem central de todo
relato. Com a morte de Saul (1Sm 31, 2Sm 1), Davi, aos 30
anos de idade, é aclamado rei apenas sobre a sua tribo de
Judá (2Sm 1-4), enquanto Is-bosete, filho de Saul reina
sobre as demais tribos de Israel.
Os homens de Judá que vieram
encontrar Davi eram, provavelmente, os
anciãos da sua própria tribo. Vieram elegê-lo
rei e, apesar de já ter sido ungido em
particular por Samuel, para indicar que Deus
o havia escolhido, era natural e necessário
repetir a unção em público como sinal
externo e visível da inauguração do seu
reinado.
Mas o reinado de Davi não foi reconhecido por todo o
povo. Abner, o comandante do exército de Saul, imediatamente
tomou providências para indicar o filho de Saul para substituí-lo.
Abner estava resolvido a centralizar o reino de Israel na casa de
Saul, e não na de Davi (2Sm 2:8-10). Seguiu-se a guerra civil;
mas, no final, tudo favoreceu a Davi e ele foi constituído rei de
todo o Israel.
Durou muito tempo a guerra entre a casa de Saul e a casa
de Davi; Davi ia-se fortalecendo, porém os da casa de Saul se
iam enfraquecendo (2Sm 3:1). A causa do enfraquecimento era
que Deus estava contra eles. Após sete anos e meio, Davi não
tinha mais nenhum rival. Representantes de todas as tribos
vieram a Hebrom para ungi-lo rei de toda a nação (2Sm 5:1-5).
Davi reinou quarenta anos ao todo, inclusive os sete anos e
meio em Hebrom sobre Judá, e os trinta e três anos em Jerusalém
sobre toda a terra. Quando Davi assumiu o reino sobre as doze tribos,
selecionou Jerusalém para ser sua capital política. Ao mesmo tempo,
Jerusalém tornou-se o centro religioso da nação inteira (1Cr 13:1-
17:27; 2Sm 6:1-7:29).
Os primeiros dez capítulos deste livro contam suas vitórias
contra seus inimigos. O período áureo de Davi e Salomão nunca foi
duplicado nos tempos do Antigo Testamento. A expansão territorial e
os ideais religiosos conforme são contemplados por Moisés, se
concretizaram em grau maior do que jamais antes ou depois, na
história de Israel. Nos séculos seguintes, as esperanças proféticas
acerca da restauração da sorte de Israel são repetidamente alusivas
ao reino dravídico como um ideal.
Os empreendimentos políticos de Davi foram
assinalados pelo sucesso. Por meio de sucessos militares e de
gestos de amizade em breve ele controlava o território que vai
desde o rio do Egito e o golfo de Ácaba até às costas fenícias e
a terra de Hamate. O respeito internacional e o
reconhecimento obtidos por Davi para Israel continuaram
intocados pelas potências estrangeiras até aos anos finais do
reinado de Salomão.
O capítulo 11 nos conta o maior pecado de Davi, e
muito do que a seguir virá relatado em (2Samuel), será
consequência direta ou indireta deste pecado – “Da tua casa
suscitarei o mal sobre ti” (2Sm 12:11).
Davi é
feito rei
de
Israel.
Davi
dança
diante da
Arca da
Aliança.
Divisão das
Tribos de
Israel.
O Tabernáculo e a arca tinham estado em Silo
desde os tempos de Josué até os de Eli. Quando na
ocasião da morte de Eli a arca foi roubada, esses
dois itens principais do sistema religioso de Israel
ficaram separados e assim permaneceram durante
75 anos até que Davi fez com que a arca voltasse
em 1000 a.C. Observe os vários locais em que
estiveram o Tabernáculo e a Arca desde a época de
Josué:
Gilgal 1405-1398 Gilgal (e
Tabernáculo)
1405-1398
Silo 1398-1075 Silo (e
Tabernáculo)
1398-1075
Nobe 1075-1015 Filístia 1075
Gibeom 1015-1000 Quiriate-Jearim 1075-1000
Jerusalém 1000-960 Jerusalém
(no Tabernáculo)
1000-960
Jerusalém (Templo
terminado, 960)
Jerusalém (no
Templo)
960-586
TABERNÁCULO ARCA
Em (2Sm 7) nós vemos Deus fazendo uma aliança
com Davi. Essa aliança prometeu a Davi que os seus
descendentes teriam os direitos do trono de Israel para
sempre, e que a linhagem seria através de Salomão, o
construtor do templo.
A importância disto deu base para Mateus provar
no Novo Testamento o direito de Jesus ser o Rei de Israel
em virtude da sua genealogia através de José
(legalmente), remontando-se à época de Salomão e Davi.
Mateus não fez menção da linhagem de Maria porque sua
linhagem vinha através de Natã, e não de Salomão.
Notam-se duas referências a Cristo
nesses livros, ambas relativas a Davi. Em Davi
vemos o tipo de Cristo como Rei. Em segundo
lugar, a única profecia específica sobre Cristo
nos livros de Samuel é a semente prometida
de Davi, a qual viria através de Salomão e
estabeleceria o seu Reinado para sempre
(2Sm 7:16; Lc 1:32, 33).
A magnitude dessa promessa feita a Davi,
todavia, se estendeu para muito além do tempo e do
escopo do reinado salomônico. A descendência de
Davi incluía mais do que Salomão, visto que a
promessa divina claramente afirmava que o trono
dravídico seria firmado para sempre. Nenhum reino ou
dinastia terrenos jamais tiveram duração eterna –
tanto quanto os céus e a terra.
Nem mesmo o trono terreno de Davi – se não
ligarmos sua linhagem com Jesus, o qual é
especificamente identificado como Filho de Davi, no
Novo Testamento.
No texto de (1Sm 28) nós vemos o episódio
da necromante de En-Dor, a qual Saul busca para
que possa se comunicar com o falecido Samuel. O
texto é intrigante, alguns interpretam como sendo
mesmo Samuel que aparece na ocasião.
Outros interpretam como uma farsa; e que
Samuel na verdade nunca apareceu. O fato é que a
necromante de En-Dor não apresenta o verdadeiro
Samuel a Saul. Vejamos as razões:
A. A feitiçaria é pecado. Este é todo o ensino bíblico (1Sm 15:23; Lv 20:27;
Dt 18:10-11; Ap 21:8);
B. A visão foi relatada pela mulher e interpretada por Saul (1Sm 28:12-14).
Quem disse que viu a Samuel não foi Saul, mas a médium, o que poderia
ser uma afirmação falsa. Saul apenas “entendeu” tratar-se de Samuel com
base na descrição apresentada pela mulher (v. 14);
C. Deus não queria falar com Saul (1Sm 28:6, 7), não sendo portanto da
parte dEle a visão. O (v.6) diz, “o Senhor . . . não lhe respondeu.” No
hebraico o sentido é mais intenso. Significa: O Senhor não lhe respondeu,
não lhe responde e não lhe responderá nunca. Veja os (v.15-17): Nem por
Urim → revelação sacerdotal (cf. 14.18), nem por sonhos → revelação
pessoal, nem por profetas → revelação inspirada da parte de Deus. Fosse o
verdadeiro Samuel que tivesse falado, ele seria o veículo transmissor do
próprio Deus respondendo;
D. Cremos que Samuel foi para o céu e em termos
referenciais a Bíblia nunca apresenta o céu embaixo
(1Sm 28:14 e Tg 1:17). Além disto, lá no céu
ninguém pode ser importunado (1Sm 28:15);
E. As profecias daquele pseudo-Samuel falharam
(1Sm 28:19; 30:1; 31:1-6);
F. O que o pseudo-Samuel diz a Saul era
comumente conhecido em todo o Israel, (v.16-18).
G. Samuel nunca desobedeceu o Senhor em sua vida (1Sm 12.3-4), e não
iria agir contra o Senhor entregando uma revelação que Ele não queria dar
a Saul;
H. A fim de aceitar as profecias do pseudo-Samuel, as mesmas
deveriam ser precisas, como as outras profecias nas Escrituras.
Essas profecias do pseudo-Samuel são ambíguas e imprecisas:
1. Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus (28:19); ele
suicidou-se e veio a parar nas mãos dos homens de Jabes-
Gileade (31:11-13);
2. Nem todos os filhos de Saul morreram, (v.19). Ficaram vivos
pelo menos três filhos de Saul: Is-Bosete (2Sm 2:8-10), Armoni e
Mefibosete, o qual seria neto de Saul (2Sm 21:8);
3. Saul não morreu no dia seguinte como é sugerido pela
pseudoprofecia, (v.19). Se observarmos o contexto veremos que
Essa necessidade é retratada com
clareza nos capítulos 1-16, e é afirmada
quatro vezes na parte final (17:6; 18:1; 19:1;
21:25).
Sem um rei, eles se encontravam num
estado de anarquia. Israel necessitava de um
rei que pudesse lhes ensinar como guardar a
sua aliança com o Senhor.
Por que Deus os deixou sem um líder ou não lhes deu
imediatamente um rei conforme promessa de Deuteronômio
17-18? Parece que o objetivo desse período de espera era
ajudá-los a reconhecer a necessidade de alguém que os
governasse
Quando os anciãos pediram para ter um rei “como o têm
todas as nações” (1Sm 8:5, 20), estavam se esquecendo de que
a força de Israel deveria ser diferente da força de outras nações.
Os israelitas eram o povo da aliança de Deus, e ele era seu Rei.
Porém, os anciãos preocupavam-se com questões de
segurança nacional e de proteção contra os inimigos a seu
redor. Israel não tinha um exercito permanente nem um rei
para comandá-lo.
No tempo dos juízes, a unidade política e espiritual das doze
tribos deteriorou-se gravemente (Jz 17:6; 21:25), e Israel viu-se
constantemente sob o risco de ser invadido por seus inimigos (1Sm
9:16; 12:12). Em vez de confiar em Deus, o povo quis um rei e um
exército que conduzissem a nação à vitória. Queriam alguém que os
julgasse e que combatesse suas batalhas, alguém que pudessem ver
e seguir.
Apesar de tudo o que o Senhor havia feito por Israel desde o
chamado de Abraão até a conquista da Terra Prometida, escolheram
sujeitar-se ao governo de um frágil ser humano.
O motivo pelo qual eles queriam um rei não era certo.
Quando o povo foi até Samuel, pedir que ele lhes constituísse um rei,
não foi porque quisessem ter um homem de Deus reinando sobre a
nação, mas porque queriam que um homem reinasse sobre eles.
Deus tinha como plano dar a eles um rei. Mas eles se
adiantaram à deliberação de Deus e queriam um rei agora que
Samuel estava velho. O pecado de Israel não foi somente pedir
um rei, mas também, insistir que se lhes desse um rei
imediatamente.
Eles desejavam ter um rei para julgá-los com pompa e
poder exterior, como todas as nações. Um pobre profeta em
um simples manto, embora familiarizado com as visões do
Todo-poderoso, parecia desprezível aos olhos daqueles que
julgavam pela aparência externa; mas um rei em um manto
real, com seus guardas e oficiais de estado, seria formidável.
Não que Deus estivesse satisfeito com o pedido deles, mas,
como às vezes ele se opõe a nós em amor, assim, em outras
situações, nos satisfaz com ira (Os 13:10-11).
Deus ordenou a Samuel que fizesse a vontade deles nessa
questão: Para que fossem açoitados pela sua própria vara, e
sentissem, para seu próprio prejuízo, a diferença entre seu governo e
o governo de um rei (2Cr 12:8). Samuel protesta-lhes solenemente
(v.9), que, se quiserem ter um rei para governar sobre eles, como os
reis orientais governavam os seus súditos, eles perceberiam que o
jugo era excessivamente pesado.
Os israelitas olhavam somente para a pompa e o esplendor
de um rei e achavam que isso tornaria sua nação grande e notável
entre os seus vizinhos e geraria terror entre os inimigos. Mas ele
precisa ordenar que considerem a ideia de suportar as obrigações
dessa pompa e do poder arbitrário e caprichoso que os reis vizinhos
tinham.
A obstinação do povo em relação a sua pretensão é
demonstrada (v. 19, 20). Imaginaríamos que tal
apresentação das consequências, vinda diretamente de
Deus, que não é capaz de enganar pela sua palavra nem
ser enganado em seu conhecimento, deveria ter
prevalecido sobre eles, para que desistissem do seu
pedido; mas o coração deles estava obstinado, estando
certo ou errado, sendo bom ou mal: “haverá sobre nós um
rei, independentemente do que Deus ou Samuel irão nos
dizer. Haverá sobre nós um rei, independentemente do
custo e da inconveniência que trouxermos sobre nós
mesmos ou sobre a nossa posteridade”.
Assim, o Senhor respondeu ao pedido do povo
nomeando Saul seu rei, e usou Saul para disciplinar a
nação e prepará-la para Davi, o homem que Deus havia
escolhido.
O fato de Saul ser da tribo de Benjamim e não de
Judá já é forte indício de que não se esperava, em
momento algum, que ele instituísse uma dinastia. “Dei-te
um rei na minha ira e to tirei no meu furor” (Os 13:11).
Nos livros históricos nós encontramos a
expressão “escola de profetas”, “casa de
profetas”, “filhos dos profetas” e “discípulos
dos profetas”. Mas o que significam estas
expressões?
Sabemos da existência dessas escolas em
Gilgal, Betel e Jericó (2Rs 2:1-5; 4:38; 6:1, 7; 9:1;
1Rs 20:35), e também em Ramá, cidade de Samuel
(1Sm 19:22-24); mas é possível que houvesse
outras. Parece que havia muitas escolas de
profetas em muitas cidades de Israel.
Em Jerusalém, e no reino de Judá, eles
tinham sacerdotes e levitas, e o serviço do templo,
cuja falta, no reino de Israel, Deus graciosamente
supriu com aquelas escolas dos profetas.
Esses grupos proféticos parecem ter sido compostos de
defensores da religião verdadeira em tempos de apostaria e
indiferença espiritual generalizadas. Em (2Rs 4:38) Eliseu tinha os
filhos dos profetas sentados diante dele para ouvirem sua
sabedoria, os quais eram ensinados para poderem ensinar a outros.
Eram grupos de homens consagrados e chamados por Deus para
estudar as Escrituras e ensinar o povo.
Esses grupos eram semelhantes às classes de discipulado em
nossas igrejas ou mesmo às escolas bíblicas e seminários. Nestas
escolas os homens eram treinados e empregados na prática da
religião e devoção. Estes rapazes eram chamados para o ministério
recebiam instrução e encorajamento (de Samuel, depois Elias,
depois Eliseu).
Esses discípulos dos profetas não eram (pelo que
parece) divinamente inspirados para predizer o futuro.
Deus também não tinha se revelado a eles por meio de
sonhos e visões, mas eles se ocupavam com o estudo da
lei, na instrução dos vizinhos e por meio de atos de
piedade, especialmente no louvor a Deus, em que eram
maravilhosamente auxiliados pelo Espírito de Deus.
Israel era bem-aventurado pelo fato de não ter
somente alguns profetas, mas um rancho ou um grupo de
profetas, que transmitia instruções valiosas ao povo,
servia de exemplo e ajudava a manter a religião no meio
deles.
Podemos ver claramente que não eram profetas iguais a
Samuel, Elias ou Eliseu, pelo fato de eles estarem sob a autoridade
destes. Por exemplo, Elias antes de morrer deixou seu manto sobre
Eliseu, deixando-o como profeta em Israel. Eliseu agora possuía a
influência de Elias sobre os filhos dos profetas (2Rs 2:15).
Alguns dos companheiros da escola em Jericó, os quais
tinham ficado convenientemente perto do Jordão, para ver o que se
passava, ficaram surpresos ao ver o Jordão dividir-se diante de
Eliseu em seu retorno, e tomaram aquilo como uma evidência
convincente de que o espírito de Elias repousava sobre ele, e que
por isso eles lhe deviam o mesmo respeito e deferência que a Elias...
Eles se prostraram diante dele em terra.
Quando eles perceberam que Deus estava com ele,
e que ele era o homem que Deus se agradara de honrar,
eles prontamente se submeteram a ele como seu guia e
pai. Eliseu não era apenas pregador itinerante e profeta
que fazia milagres, mas também supervisor de várias
escolas de profetas.
Outro exemplo de sua obediência é que vemos as
Escrituras afirmarem que Samuel liderou uma dessas
“escolas” em Ramá (1Sm 10:5, 10; 19:20-23). Logo, estes
discípulos dos profetas não eram como aqueles profetas
comissionados por Deus.
As Escrituras registram o intenso amor
que Davi e Jônatas tinham um pelo outro. Há
quem tenha dito que isso é uma indicação de
que eles eram homossexuais. Isso é deduzido
a partir do fato de que está escrito que
“Jônatas o amava” (18:3); que Jônatas se
despia na frente de Davi (18:4); também que
eles “beijaram-se um ao outro” com grande
emoção (20:41).
Não há indicação alguma nas Escrituras de que Davi e
Jônatas tenham sido homossexuais. Pelo contrário, há uma forte
evidência de que não eram. Antes de mais nada, a atração de Davi
por Bate-Seba (2Sm 11) revela que sua orientação sexual era
heterossexual, não homossexual. Com efeito, a julgar pelo número
de mulheres que Davi teve, ele parecia ser heterossexual até
demais.
Depois, o “amor” de Davi por Jônatas não era o amor sexual
(erótico), mas sim o amor da amizade (o amor “phileo”). É comum
nas culturas orientais homens heterossexuais expressarem amor e
afeição um para com o outro.
Ainda, Jônatas não se despiu completamente na presença de
Davi. O texto diz que ele apenas tirou a armadura e a capa que
vestia (1Sm18:4) para dá-las a Davi, como um símbolo de seu
profundo respeito e compromisso com ele.
Podemos acrescentar também que o “beijo” era uma forma
usual de os homens se cumprimentarem naqueles dias. E ainda, o
fato de eles se cumprimentarem beijando-se um ao outro (1Sm
20:41) é escrito dois capítulos e meio depois daquele que relata que
Jônatas deu a capa e a armadura a Davi.
Finalmente, a emoção que expressaram foi o choro, e não
emoção sexual (1Sm 20:41).
Até à próxima aula sobre
o livro de
1 e 2 REIS!

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Os livros de 1 e 2 Samuel

  • 2. O significado do nome Samuel é “pedido a Deus”. Originalmente, no cânon hebraico, os dois livros formavam um só volume, “O livro de Samuel”, mas foram divididos em dois pelos tradutores gregos (Septuaginta) que os chamaram de “1 e 2 Reis”. Os livros que chamamos de 1 e 2 Reis tinham o nome de 3 e 4 Reis.
  • 3. Os livros de Samuel são anônimos, mas a tradição judaica considera Samuel o autor de 1Samuel (1-24) e, Natã e Gade, autores do restante (1Cr 29:29).
  • 4. Não se tem uma data definida, mas podemos dizer que foi de 930 a.C. em diante.
  • 5. O objetivo dos livros de Samuel é apresentar a história do desenvolvimento de Israel desde um estado de anarquia até um estado de monarquia teocrática. Dá uma descrição religiosa do crescimento da nação, mostrando a futilidade da tentativa de unificação e crescimento nacional por esforço e liderança humanos, bem como o grande poder e prestígio de uma nação fundada em princípios teocráticos sob um rei indicado por Deus.
  • 6. 1SAMUEL 1. A HISTÓRIA DE SAMUEL ...................... (CAP. 1-7) 2. A HISTÓRIA DE SAUL ......................... (CAP. 8-15) 3. A HISTÓRIA DA DAVI ....................... (CAP. 16-31)
  • 7. 2SAMUEL 1. A ASCENSÃO DE DAVI .................................... (CAP.1-10) 2. A QUEDA MORAL DE DAVI E SUAS CONSEQUÊNCIAS ................................... (CAP. 11-20) 3. OS ÚLTIMOS ANOS DE DAVI ......................... (CAP.21-24)
  • 8. O período da história de Israel descrito em 1-2Samuel e 1Rs 1-11 apresenta mudanças marcantes na vida política, social e religiosa. O registro dessas mudanças surpreendentes centra-se na história de quatro pessoas: Samuel, Saul, Davi e Salomão. As luzes brilham com maior intensidade sobre Davi. Os relatos sobre Samuel e Saul formam o prólogo e os que tratam das festas e extravagâncias de Salomão, o epílogo. O que domina o enredo é a ascensão de Davi ao trono e sua luta para mantê-lo.
  • 9. A história de Eli serve de pano de fundo do ministério de Samuel. Na posição de sumo sacerdote, Eli estava encarregado da adoração e dos sacrifícios no tabernáculo de Silo. Os israelitas esperavam dele a liderança e a orientação, nas questões religiosas e civis.
  • 10. O lugar de Samuel, na história de Israel, é singular. Sendo o último dos juízes, ele exercia jurisdição civil por toda a terra de Israel. Seu lar era em Ramá. De lá ele, como itinerante, percorria o seu território uma vez por ano até Betel, Gilgal e Mispa, supervisionando e administrando os negócios do povo (1Sm 7:15-17). Outrossim, ele obteve o reconhecimento de ser o maior profeta de Israel desde os tempos mosaicos.
  • 11. E ele também oficiava como principal sacerdote, embora não fosse da linhagem de Arão, à qual pertenciam as responsabilidades do sumo sacerdócio. Em (1Sm 1:1) dá a entender que Elcana, o pai de Samuel, é efraimita, enquanto (1Cr 6:16-35) inclui Samuel entre os descendentes de Levi.
  • 12. O fato de Eli ter levado Samuel para o serviço no templo como um aprendiz, e de ter Samuel posteriormente desempenhado as funções do sacerdócio dá suporte ao registro genealógico de que Samuel e seu pai Elcana eram da tribo de Levi. A afirmação feita em (1Samuel 1:1) simplesmente destaca que Elcana vivia nas montanhas de Efraim. Elcana era levita por descendência, e efraimita por localização geográfica.
  • 13. Samuel viveu no contexto de uma transição principal na vida da nação de Israel. Ele era um agente central na transição do período dos Juízes para o do reino. A realidade vindoura do reino tinha sido revelada por Moisés (Dt 17:14-20). Enquanto servia como o último Juiz, Samuel ungiu o primeiro rei. Os juízes continuariam a funcionar em um âmbito judicial, não numa posição administrativa ou política.
  • 14. Uma segunda transição principal aconteceu no tempo de Samuel. Yahweh Deus tinha prometido a Moisés que o ofício de profeta se tornaria uma realidade prática (Dt 13:12- 22). Ele poria palavras na boca dos profetas. Samuel foi o primeiro que operou neste ofício profético autorizado. A revelação progressiva continuaria frequentemente junto com o cumprimento daquilo que antes tinha sido revelado. Assim, havia uma continuidade definida na palavra de Yahweh Deus para seu povo. Com a passagem dos anos, Samuel reuniu ao seu redor um grupo de profetas, sobre os quais ele exercia considerável influência (1Sm 19:18-24).
  • 15. Os acontecimentos registrados em 1Samuel cobrem um período de cerca de 115 anos, desde a infância de Samuel, passando pelos agitados tempos de Saul, até o início do reinado de Davi, escolhido por Deus. O livro leva-nos até o tempo em que Davi está pronto para estabelecer a monarquia de modo permanente e Deus está pronto para estabelecer o trono de Davi permanentemente (Sl 89).
  • 16. Os filhos de Israel tinham clamado por um rei. Deus lhes deu primeiro um rei, conforme o desejo do coração deles, Saul. Depois lhes deu outro, segundo o desejo do coração divino, Davi. Saul é escolhido, um rei “alto” em lugar de um rei “do alto”. Benjamita (1Sm 9:1), não fazia parte da linhagem real escolhida por Deus (Gn 49:8-10). O primeiro rei foi um fracasso. Era formoso de aspecto, alto e de porte nobre. Começou esplendidamente. Revelou-se um chefe militar muito capaz. Derrotou os inimigos ao redor – os filisteus, os amalequitas e os amonitas. Saul foi humilde a princípio, mas depois se encheu de orgulho e tornou-se desobediente a Deus.
  • 17. Através dos anos Samuel entristeceu-se com Saul. Quando ele falhava, Samuel era fiel em adverti-lo. Posteriormente é rejeitado por Deus devido a três grandes pecados: A. Oferece sacrifícios indevidamente (cap.13:11- 13); B. Desobedece as ordens de Deus (cap.15:23); C. Consultou a feiticeira de En-Dor (1Cr 10:13).
  • 18. Em lugar do Espírito do Senhor, um espírito maligno veio a ele. O fato de se dizer que esse espírito vinha do Senhor dá a entender que sua vinda fazia parte do julgamento de Saul e que para os israelitas toda realidade estava sob controle divino. Ao que parece, Saul passou a sofrer crises agudas de depressão que só podiam ser aliviadas pela música. É essa situação que fez cruzar os caminhos de Saul e Davi (1Sm 16:18, 23). A história se segue com o estado pecaminoso de Saul sem restauração. Até que, em uma batalha contra os filisteus, Saul e seus três filhos encontram a morte. Assim, uma vida tão promissora terminou em derrota e fracasso. Assim como Judas, Saul teve diversas oportunidades de ver a mão do Senhor operando e, no entanto, em momento algum passou por uma transformação de vida pela graça do Senhor.
  • 19. Saul aparece nos livros de Samuel e em primeira Crônicas; depois só é citado em (At 13:21). Há um enorme silêncio acerca da sua pessoa nos outros livros da Bíblia. Por isso é muito difícil afirmar sua salvação ou não. Se formos olhar pelo seu testemunho é mais fácil crer que, de duas uma, ou era um crente muito fraco ou então não era um crente. Mas não tenho como afirmar se ele era um salvo ou não. Devido a sua rebeldia e obstinação Deus se arrependeu de o haver constituído rei sobre Israel e o rejeitou como rei para Israel (1Sm 15:23, 35; 16:1). Em (1Crônicas 10:13) lemos: "Assim, morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o SENHOR, por causa da palavra do SENHOR, que ele não guardara; e também porque interrogara e consultara uma necromante..." Este foi o motivo da morte de Saul. Contudo, se ele foi ou não salvo só a eternidade nos revelará.
  • 20. Ainda que, pela obediência do povo e do rei Saul Deus prometesse abençoá-los (1Sm 12:14-15), na verdade, o cetro não poderia permanecer com a descendência de Saul, pois Deus já havia dito que a tribo de Judá é que viria a conceder reis sobre Israel (Gn 49:10). Depois da morte de Saul Deus diz para Samuel ungir o novo rei (1Sm 16:1). Davi é escolhido como sucessor no trono de Israel, um “homem segundo o coração de Deus” (1Sm 13:14; 16:7; At 13:22). Pertencente à tribo de Judá, da linhagem real messiânica. O nome Davi significa “amado”.
  • 21. Podemos citar as seguintes características de Davi como um homem segundo o coração de Deus: a) Era paciente (2Sm 16:5-14); b) Dependente de Deus (2Sm 2:1; 5:19); c) Tinha um espírito de louvor e ação de graças (2Sm 6:1-5; 13- 15; 7:18-29; 22; 23); d) Se arrepende (Sl 51); e) Davi tinha fé em Deus, e estava pronto a esperar a Sua orientação. f) Era humilde diante de Deus e dos homens. g) Todos os talentos que Deus lhe deu, ele usou para a glória do seu Criador e edificação do povo. h) Entregou todos os seus planos ao cuidado divino. Jamais se esqueceu de que Deus era soberano.
  • 22. Davi, filho de Jessé e bisneto de Rute e Boaz, nasceu em Belém. Era o mais novo de oito filhos. Quando estava com dezoito anos, Deus disse a Samuel que o ungisse rei para suceder a Saul. Como harpista, a fama de Davi chegou ao rei. A melancolia de Saul levou Davi a ser chamado ao palácio para tocar. Quando Davi foi promovido a um alto posto no exército, seu grande êxito despertou ciúmes em Saul, que resolveu matá-lo. Ele atacou Davi cinco vezes (1Sm 19:10, 15, 20, 21, 23, 24). Aqueles foram dias de provação para o jovem Davi, escolhido para o ofício real. Era natural que ele buscasse a proteção de Samuel. Tudo isso era treinamento para aquele a quem Deus estava preparando para o trono.
  • 23.
  • 25.
  • 26.
  • 27. Saul é rejeitado como rei de Israel.
  • 28.
  • 29.
  • 30.
  • 31. Realmente não há nenhuma divisão entre o primeiro e o segundo livro. Originalmente os dois eram um só, cobrindo o período que vai do começo da vida de Samuel até o fim da vida de Davi. O livro de (2Samuel) conta a história de Davi, seus sucessos e fracassos. Ele é o personagem central de todo relato. Com a morte de Saul (1Sm 31, 2Sm 1), Davi, aos 30 anos de idade, é aclamado rei apenas sobre a sua tribo de Judá (2Sm 1-4), enquanto Is-bosete, filho de Saul reina sobre as demais tribos de Israel.
  • 32. Os homens de Judá que vieram encontrar Davi eram, provavelmente, os anciãos da sua própria tribo. Vieram elegê-lo rei e, apesar de já ter sido ungido em particular por Samuel, para indicar que Deus o havia escolhido, era natural e necessário repetir a unção em público como sinal externo e visível da inauguração do seu reinado.
  • 33. Mas o reinado de Davi não foi reconhecido por todo o povo. Abner, o comandante do exército de Saul, imediatamente tomou providências para indicar o filho de Saul para substituí-lo. Abner estava resolvido a centralizar o reino de Israel na casa de Saul, e não na de Davi (2Sm 2:8-10). Seguiu-se a guerra civil; mas, no final, tudo favoreceu a Davi e ele foi constituído rei de todo o Israel. Durou muito tempo a guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; Davi ia-se fortalecendo, porém os da casa de Saul se iam enfraquecendo (2Sm 3:1). A causa do enfraquecimento era que Deus estava contra eles. Após sete anos e meio, Davi não tinha mais nenhum rival. Representantes de todas as tribos vieram a Hebrom para ungi-lo rei de toda a nação (2Sm 5:1-5).
  • 34. Davi reinou quarenta anos ao todo, inclusive os sete anos e meio em Hebrom sobre Judá, e os trinta e três anos em Jerusalém sobre toda a terra. Quando Davi assumiu o reino sobre as doze tribos, selecionou Jerusalém para ser sua capital política. Ao mesmo tempo, Jerusalém tornou-se o centro religioso da nação inteira (1Cr 13:1- 17:27; 2Sm 6:1-7:29). Os primeiros dez capítulos deste livro contam suas vitórias contra seus inimigos. O período áureo de Davi e Salomão nunca foi duplicado nos tempos do Antigo Testamento. A expansão territorial e os ideais religiosos conforme são contemplados por Moisés, se concretizaram em grau maior do que jamais antes ou depois, na história de Israel. Nos séculos seguintes, as esperanças proféticas acerca da restauração da sorte de Israel são repetidamente alusivas ao reino dravídico como um ideal.
  • 35. Os empreendimentos políticos de Davi foram assinalados pelo sucesso. Por meio de sucessos militares e de gestos de amizade em breve ele controlava o território que vai desde o rio do Egito e o golfo de Ácaba até às costas fenícias e a terra de Hamate. O respeito internacional e o reconhecimento obtidos por Davi para Israel continuaram intocados pelas potências estrangeiras até aos anos finais do reinado de Salomão. O capítulo 11 nos conta o maior pecado de Davi, e muito do que a seguir virá relatado em (2Samuel), será consequência direta ou indireta deste pecado – “Da tua casa suscitarei o mal sobre ti” (2Sm 12:11).
  • 39. O Tabernáculo e a arca tinham estado em Silo desde os tempos de Josué até os de Eli. Quando na ocasião da morte de Eli a arca foi roubada, esses dois itens principais do sistema religioso de Israel ficaram separados e assim permaneceram durante 75 anos até que Davi fez com que a arca voltasse em 1000 a.C. Observe os vários locais em que estiveram o Tabernáculo e a Arca desde a época de Josué:
  • 40. Gilgal 1405-1398 Gilgal (e Tabernáculo) 1405-1398 Silo 1398-1075 Silo (e Tabernáculo) 1398-1075 Nobe 1075-1015 Filístia 1075 Gibeom 1015-1000 Quiriate-Jearim 1075-1000 Jerusalém 1000-960 Jerusalém (no Tabernáculo) 1000-960 Jerusalém (Templo terminado, 960) Jerusalém (no Templo) 960-586 TABERNÁCULO ARCA
  • 41. Em (2Sm 7) nós vemos Deus fazendo uma aliança com Davi. Essa aliança prometeu a Davi que os seus descendentes teriam os direitos do trono de Israel para sempre, e que a linhagem seria através de Salomão, o construtor do templo. A importância disto deu base para Mateus provar no Novo Testamento o direito de Jesus ser o Rei de Israel em virtude da sua genealogia através de José (legalmente), remontando-se à época de Salomão e Davi. Mateus não fez menção da linhagem de Maria porque sua linhagem vinha através de Natã, e não de Salomão.
  • 42. Notam-se duas referências a Cristo nesses livros, ambas relativas a Davi. Em Davi vemos o tipo de Cristo como Rei. Em segundo lugar, a única profecia específica sobre Cristo nos livros de Samuel é a semente prometida de Davi, a qual viria através de Salomão e estabeleceria o seu Reinado para sempre (2Sm 7:16; Lc 1:32, 33).
  • 43. A magnitude dessa promessa feita a Davi, todavia, se estendeu para muito além do tempo e do escopo do reinado salomônico. A descendência de Davi incluía mais do que Salomão, visto que a promessa divina claramente afirmava que o trono dravídico seria firmado para sempre. Nenhum reino ou dinastia terrenos jamais tiveram duração eterna – tanto quanto os céus e a terra. Nem mesmo o trono terreno de Davi – se não ligarmos sua linhagem com Jesus, o qual é especificamente identificado como Filho de Davi, no Novo Testamento.
  • 44. No texto de (1Sm 28) nós vemos o episódio da necromante de En-Dor, a qual Saul busca para que possa se comunicar com o falecido Samuel. O texto é intrigante, alguns interpretam como sendo mesmo Samuel que aparece na ocasião. Outros interpretam como uma farsa; e que Samuel na verdade nunca apareceu. O fato é que a necromante de En-Dor não apresenta o verdadeiro Samuel a Saul. Vejamos as razões:
  • 45. A. A feitiçaria é pecado. Este é todo o ensino bíblico (1Sm 15:23; Lv 20:27; Dt 18:10-11; Ap 21:8); B. A visão foi relatada pela mulher e interpretada por Saul (1Sm 28:12-14). Quem disse que viu a Samuel não foi Saul, mas a médium, o que poderia ser uma afirmação falsa. Saul apenas “entendeu” tratar-se de Samuel com base na descrição apresentada pela mulher (v. 14); C. Deus não queria falar com Saul (1Sm 28:6, 7), não sendo portanto da parte dEle a visão. O (v.6) diz, “o Senhor . . . não lhe respondeu.” No hebraico o sentido é mais intenso. Significa: O Senhor não lhe respondeu, não lhe responde e não lhe responderá nunca. Veja os (v.15-17): Nem por Urim → revelação sacerdotal (cf. 14.18), nem por sonhos → revelação pessoal, nem por profetas → revelação inspirada da parte de Deus. Fosse o verdadeiro Samuel que tivesse falado, ele seria o veículo transmissor do próprio Deus respondendo;
  • 46. D. Cremos que Samuel foi para o céu e em termos referenciais a Bíblia nunca apresenta o céu embaixo (1Sm 28:14 e Tg 1:17). Além disto, lá no céu ninguém pode ser importunado (1Sm 28:15); E. As profecias daquele pseudo-Samuel falharam (1Sm 28:19; 30:1; 31:1-6); F. O que o pseudo-Samuel diz a Saul era comumente conhecido em todo o Israel, (v.16-18).
  • 47. G. Samuel nunca desobedeceu o Senhor em sua vida (1Sm 12.3-4), e não iria agir contra o Senhor entregando uma revelação que Ele não queria dar a Saul; H. A fim de aceitar as profecias do pseudo-Samuel, as mesmas deveriam ser precisas, como as outras profecias nas Escrituras. Essas profecias do pseudo-Samuel são ambíguas e imprecisas: 1. Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus (28:19); ele suicidou-se e veio a parar nas mãos dos homens de Jabes- Gileade (31:11-13); 2. Nem todos os filhos de Saul morreram, (v.19). Ficaram vivos pelo menos três filhos de Saul: Is-Bosete (2Sm 2:8-10), Armoni e Mefibosete, o qual seria neto de Saul (2Sm 21:8); 3. Saul não morreu no dia seguinte como é sugerido pela pseudoprofecia, (v.19). Se observarmos o contexto veremos que
  • 48.
  • 49. Essa necessidade é retratada com clareza nos capítulos 1-16, e é afirmada quatro vezes na parte final (17:6; 18:1; 19:1; 21:25). Sem um rei, eles se encontravam num estado de anarquia. Israel necessitava de um rei que pudesse lhes ensinar como guardar a sua aliança com o Senhor.
  • 50. Por que Deus os deixou sem um líder ou não lhes deu imediatamente um rei conforme promessa de Deuteronômio 17-18? Parece que o objetivo desse período de espera era ajudá-los a reconhecer a necessidade de alguém que os governasse Quando os anciãos pediram para ter um rei “como o têm todas as nações” (1Sm 8:5, 20), estavam se esquecendo de que a força de Israel deveria ser diferente da força de outras nações. Os israelitas eram o povo da aliança de Deus, e ele era seu Rei. Porém, os anciãos preocupavam-se com questões de segurança nacional e de proteção contra os inimigos a seu redor. Israel não tinha um exercito permanente nem um rei para comandá-lo.
  • 51. No tempo dos juízes, a unidade política e espiritual das doze tribos deteriorou-se gravemente (Jz 17:6; 21:25), e Israel viu-se constantemente sob o risco de ser invadido por seus inimigos (1Sm 9:16; 12:12). Em vez de confiar em Deus, o povo quis um rei e um exército que conduzissem a nação à vitória. Queriam alguém que os julgasse e que combatesse suas batalhas, alguém que pudessem ver e seguir. Apesar de tudo o que o Senhor havia feito por Israel desde o chamado de Abraão até a conquista da Terra Prometida, escolheram sujeitar-se ao governo de um frágil ser humano. O motivo pelo qual eles queriam um rei não era certo. Quando o povo foi até Samuel, pedir que ele lhes constituísse um rei, não foi porque quisessem ter um homem de Deus reinando sobre a nação, mas porque queriam que um homem reinasse sobre eles.
  • 52. Deus tinha como plano dar a eles um rei. Mas eles se adiantaram à deliberação de Deus e queriam um rei agora que Samuel estava velho. O pecado de Israel não foi somente pedir um rei, mas também, insistir que se lhes desse um rei imediatamente. Eles desejavam ter um rei para julgá-los com pompa e poder exterior, como todas as nações. Um pobre profeta em um simples manto, embora familiarizado com as visões do Todo-poderoso, parecia desprezível aos olhos daqueles que julgavam pela aparência externa; mas um rei em um manto real, com seus guardas e oficiais de estado, seria formidável. Não que Deus estivesse satisfeito com o pedido deles, mas, como às vezes ele se opõe a nós em amor, assim, em outras situações, nos satisfaz com ira (Os 13:10-11).
  • 53. Deus ordenou a Samuel que fizesse a vontade deles nessa questão: Para que fossem açoitados pela sua própria vara, e sentissem, para seu próprio prejuízo, a diferença entre seu governo e o governo de um rei (2Cr 12:8). Samuel protesta-lhes solenemente (v.9), que, se quiserem ter um rei para governar sobre eles, como os reis orientais governavam os seus súditos, eles perceberiam que o jugo era excessivamente pesado. Os israelitas olhavam somente para a pompa e o esplendor de um rei e achavam que isso tornaria sua nação grande e notável entre os seus vizinhos e geraria terror entre os inimigos. Mas ele precisa ordenar que considerem a ideia de suportar as obrigações dessa pompa e do poder arbitrário e caprichoso que os reis vizinhos tinham.
  • 54. A obstinação do povo em relação a sua pretensão é demonstrada (v. 19, 20). Imaginaríamos que tal apresentação das consequências, vinda diretamente de Deus, que não é capaz de enganar pela sua palavra nem ser enganado em seu conhecimento, deveria ter prevalecido sobre eles, para que desistissem do seu pedido; mas o coração deles estava obstinado, estando certo ou errado, sendo bom ou mal: “haverá sobre nós um rei, independentemente do que Deus ou Samuel irão nos dizer. Haverá sobre nós um rei, independentemente do custo e da inconveniência que trouxermos sobre nós mesmos ou sobre a nossa posteridade”.
  • 55. Assim, o Senhor respondeu ao pedido do povo nomeando Saul seu rei, e usou Saul para disciplinar a nação e prepará-la para Davi, o homem que Deus havia escolhido. O fato de Saul ser da tribo de Benjamim e não de Judá já é forte indício de que não se esperava, em momento algum, que ele instituísse uma dinastia. “Dei-te um rei na minha ira e to tirei no meu furor” (Os 13:11).
  • 56. Nos livros históricos nós encontramos a expressão “escola de profetas”, “casa de profetas”, “filhos dos profetas” e “discípulos dos profetas”. Mas o que significam estas expressões?
  • 57. Sabemos da existência dessas escolas em Gilgal, Betel e Jericó (2Rs 2:1-5; 4:38; 6:1, 7; 9:1; 1Rs 20:35), e também em Ramá, cidade de Samuel (1Sm 19:22-24); mas é possível que houvesse outras. Parece que havia muitas escolas de profetas em muitas cidades de Israel. Em Jerusalém, e no reino de Judá, eles tinham sacerdotes e levitas, e o serviço do templo, cuja falta, no reino de Israel, Deus graciosamente supriu com aquelas escolas dos profetas.
  • 58. Esses grupos proféticos parecem ter sido compostos de defensores da religião verdadeira em tempos de apostaria e indiferença espiritual generalizadas. Em (2Rs 4:38) Eliseu tinha os filhos dos profetas sentados diante dele para ouvirem sua sabedoria, os quais eram ensinados para poderem ensinar a outros. Eram grupos de homens consagrados e chamados por Deus para estudar as Escrituras e ensinar o povo. Esses grupos eram semelhantes às classes de discipulado em nossas igrejas ou mesmo às escolas bíblicas e seminários. Nestas escolas os homens eram treinados e empregados na prática da religião e devoção. Estes rapazes eram chamados para o ministério recebiam instrução e encorajamento (de Samuel, depois Elias, depois Eliseu).
  • 59. Esses discípulos dos profetas não eram (pelo que parece) divinamente inspirados para predizer o futuro. Deus também não tinha se revelado a eles por meio de sonhos e visões, mas eles se ocupavam com o estudo da lei, na instrução dos vizinhos e por meio de atos de piedade, especialmente no louvor a Deus, em que eram maravilhosamente auxiliados pelo Espírito de Deus. Israel era bem-aventurado pelo fato de não ter somente alguns profetas, mas um rancho ou um grupo de profetas, que transmitia instruções valiosas ao povo, servia de exemplo e ajudava a manter a religião no meio deles.
  • 60. Podemos ver claramente que não eram profetas iguais a Samuel, Elias ou Eliseu, pelo fato de eles estarem sob a autoridade destes. Por exemplo, Elias antes de morrer deixou seu manto sobre Eliseu, deixando-o como profeta em Israel. Eliseu agora possuía a influência de Elias sobre os filhos dos profetas (2Rs 2:15). Alguns dos companheiros da escola em Jericó, os quais tinham ficado convenientemente perto do Jordão, para ver o que se passava, ficaram surpresos ao ver o Jordão dividir-se diante de Eliseu em seu retorno, e tomaram aquilo como uma evidência convincente de que o espírito de Elias repousava sobre ele, e que por isso eles lhe deviam o mesmo respeito e deferência que a Elias... Eles se prostraram diante dele em terra.
  • 61. Quando eles perceberam que Deus estava com ele, e que ele era o homem que Deus se agradara de honrar, eles prontamente se submeteram a ele como seu guia e pai. Eliseu não era apenas pregador itinerante e profeta que fazia milagres, mas também supervisor de várias escolas de profetas. Outro exemplo de sua obediência é que vemos as Escrituras afirmarem que Samuel liderou uma dessas “escolas” em Ramá (1Sm 10:5, 10; 19:20-23). Logo, estes discípulos dos profetas não eram como aqueles profetas comissionados por Deus.
  • 62. As Escrituras registram o intenso amor que Davi e Jônatas tinham um pelo outro. Há quem tenha dito que isso é uma indicação de que eles eram homossexuais. Isso é deduzido a partir do fato de que está escrito que “Jônatas o amava” (18:3); que Jônatas se despia na frente de Davi (18:4); também que eles “beijaram-se um ao outro” com grande emoção (20:41).
  • 63. Não há indicação alguma nas Escrituras de que Davi e Jônatas tenham sido homossexuais. Pelo contrário, há uma forte evidência de que não eram. Antes de mais nada, a atração de Davi por Bate-Seba (2Sm 11) revela que sua orientação sexual era heterossexual, não homossexual. Com efeito, a julgar pelo número de mulheres que Davi teve, ele parecia ser heterossexual até demais. Depois, o “amor” de Davi por Jônatas não era o amor sexual (erótico), mas sim o amor da amizade (o amor “phileo”). É comum nas culturas orientais homens heterossexuais expressarem amor e afeição um para com o outro.
  • 64. Ainda, Jônatas não se despiu completamente na presença de Davi. O texto diz que ele apenas tirou a armadura e a capa que vestia (1Sm18:4) para dá-las a Davi, como um símbolo de seu profundo respeito e compromisso com ele. Podemos acrescentar também que o “beijo” era uma forma usual de os homens se cumprimentarem naqueles dias. E ainda, o fato de eles se cumprimentarem beijando-se um ao outro (1Sm 20:41) é escrito dois capítulos e meio depois daquele que relata que Jônatas deu a capa e a armadura a Davi. Finalmente, a emoção que expressaram foi o choro, e não emoção sexual (1Sm 20:41).
  • 65. Até à próxima aula sobre o livro de 1 e 2 REIS!