1. O documento analisa o potencial impacto económico da pandemia de Covid-19 em Portugal, apresentando três cenários com variações no PIB entre 6 a 26% em 2020.
2. Criações anteriores mostraram recuperações em "V" mas esta pode ser em "U", dado o impacto global e prolongado. Alguns setores serão mais afetados, como comércio e turismo.
3. As projeções apontam para uma crise mais profunda que a de 2008-2013, com taxas de desemprego de 12-
O capitalismo em crise histórica e suas tentativas de escapar da depressão
20200326 Cenarios e Reflexoes Covid 19 Portugal - Impacto Economico
1. A informação, cenários e medidas propostas neste documento
baseiam-se em dados estatísticos disponíveis à data
Atualizado a 26 de Março de 2020
Cenários e reflexões para uma resposta
efetiva de Portugal aos desafios do
Covid-19 no curto prazo
Capítulo Impacto Económico
tiagomtrodrigues@gmail.com
2. 22
Sumário das reflexões
1. O impacto económico do Covid-19 já se faz sentir por todo o mundo, com os principais índices bolsistas em contração nas últimas 2 semanas entre 10 e 30%. PSI 20
como um dos que mais afetados (-28%), enquanto que CSI 300 (da China) o menos afetado (-12%!). Estes efeitos também já se fazem sentir na economia real: -80% das
reservas em restaurantes, -90% das vendas de carros, - 90% das reservas de voos dos EUA para a Ásia, preço do petróleo a mínimos históricos desde de Junho de 2001
(<30 $/barril). Primeiras previsões de desaceleração / contração do PIB e de aumento da taxa de desemprego para este ano já começam a surgir
2. Durante períodos de crise mundial anteriores (Grande Depressão, Segunda Guerra Mundial, Crise do Sub-prime) registaram-se quedas significativas no PIB per
capita que demoraram vários anos a recuperar, no entanto encontramo-nos perante um fenómeno único, que ameaça uma contração significativa da economia já no 2º
trimestre deste ano, mas cujas repercussões a médio prazo são ainda uma incógnita, nomeadamente ao nível da destruição de ativos e de capacidade produtiva. Crises
semelhantes de natureza epidemiológica (ainda que de menor dimensão vs Covid-19) apresentaram um impacto económico em forma de “V”, com queda abrupta
mas recuperação rápida, no entanto dado o carácter longo e global da atual crise, poderemos estar perante um período de recuperação mais lento em forma de “U”
3. O impacto desta crise deverá ser sentido de forma distinta entre setores, com o comércio (exceto retalho alimentar e farmacêutico), restauração e alojamento,
transportes e outros serviços não essenciais a sofrer o maior impacto, enquanto a agricultura, pescas e silvicultura e construção com menos impactos. Portugal, apesar de
ter um peso dos setores mais afetados na economia semelhante a outros países europeus, poderá estar mais exposto aos efeitos de uma crise global pela sua
maior dependência do exterior e nível de endividamento, e menor produtividade. Neste contexto, podemos desenhar três cenários (entre muitos outros) de impacto
na economia portuguesa, que apontam para uma potencial contração do PIB entre 6 e 26% em 2020, podendo gerar uma crise mais acentuada que a do subprime em
2010-13
A. Recuperação rápida, com duração de crise epidemiológica curta (lockdown <2 meses) e medidas de estimulação à economia com resultados efetivos – queda do
PIB de 6% (vs crescimento de 2% estimado no OE), taxa de desemprego 9-11% (vs 6,5% em 2019) e défice orçamental / PIB de 3% (vs superavit de 0,3%
previsto no OE)
B. Desaceleração contida, com duração de crise epidemiológica moderada (lockdown ~2 meses) e uma “contaminação” da economia portuguesa – queda do PIB de
13%, taxa de desemprego 12-15% e défice orçamental / PIB de 6%
C. Recessão prolongada, com duração de crise epidemiológica longa (lockdown >2 meses e nova recaída no Outono/Inverno) e impacto significativo na destruição
de ativos / capacidade produtiva do país, com aumento do desemprego e espiral recessiva – queda do PIB de 18/23% (sem/com recaída), taxa de desemprego 12-
17%/14-21% e défice orçamental / PIB de 9/15%
4. Estes cenários são da mesma ordem de grandeza de projeções recentes de entidades de referência quer para outros países europeus quer para os Estados Unidos.
Perante estes cenários, vários países começaram já anunciar pacotes de medidas de apoio à economia – o pacote português ainda que com menor peso no PIB (4%
vs 15% em Espanha ou 22% na Alemanha), tem uma maior componente de apoio direto à economia (isenções fiscais e subsídios vs linhas de crédito)
5. O desenvolvimento económico e “qualidade da saúde pública” (medido na taxa bruta de mortalidade) dos países europeus parecem estar correlacionados, com países com
maior PIB per capita a apresentarem uma menor taxa bruta de mortalidade. Enfrentamos por isso um dilema na gestão desta crise: como proteger a saúde pública
minimizando impacto económico dos lockdowns? É essencial encontrar um equilíbrio entre o esforço de mitigação da calamidade no curto prazo (medida na
taxa de mortalidade derivada de casos de Covid-19) e a destruição da economia derivada do lockdown imposto às populações (que provocará um forte
empobrecimento e se refletirá na degradação cos cuidados de saúde a médio prazo, e igualmente no aumento da taxa de mortalidade futura)
3. 33
1. Impacto do Covid-19 já se reflete nos mercados – queda entre 10-30% dos
principais índices bolsistas nas últimas duas semanas, PSI 20 como um dos mais
afetados
Queda do valor de indíces bolistas selecionados
entre 6 e 18 de Março 2020, Percentagem
Conclusões
Mercados já refletem
expectativa (e
dimensão) do impacto
do Covid-19 nas
economias por todo o
mundo
China e US (ainda)
menos afetados, Europa
a afundar
Portugal, apesar o
estado anterior da
epidemia
comparativamente a
outros países europeus
(Itália e Espanha), a
sofrer um impacto maior
relativo
Fonte: Euronext; Website de cada indíce
12,1
12,4
14,4
14,7
14,9
17,5
18,1
19,4
21,4
22,0
23,7
23,8
25,1
26,4
26,7
27,3
28,3
28,8ATG (Greece)
NASDAQ 100 (U.S.)
CSI 300 (China)
SMI (Switzerland)
STI (Singapore)
FTSE MIB (Italy)
Hang Seng (Hong Kong)
MSCI World Index (global)
AEX (Netherlands)
S&P500 (U.S.)
Nikkei 225 (Japan)
FTSE 100 (UK)
KOSPI (South Korea)
Stoxx 600 (Europe)
CAC 40 (France)
IBEX 35 (Spain)
DAX 30 (Germany)
PSI 20 (Portugal)
85
0
70
80
75
90
95
100
105
110
mar-
16
jan-
02
jan-
15
fev-
03
fev-
14
mar-
02
mar-
23
Evolução do PSI entre 2-Jan e 23-Mar, index 100=2-jan
Escalada de casos
em Itália (23-fev)
10 casos em
Portugal (7-Mar)
4. 44
1. Crise está atingir todos os setores da economia “real” – exemplos selecionados
Reservas de restaurantes colapsaram em
alguns países
Reservas comparadas com o mesmo dia de 2019
Fonte: Open table
Vendas de carros caíram para perto de 0
Crescimento de vendas de carros vs mês anterior
Fonte: China Passenger Car Association
Petróleo com o preço mais baixo desde Junho
de 2001
USD por barril
Fonte: Bloomberg, 19 de Março de 2020
OCDE reviu em baixa as perspetivas de
crescimento
Crescimento do PIB previsto para 2020
Fonte: OCDE
Crescimento do nível de desemprego nunca
visto nos USD
Número de desempregados
Projeção
Goldman
Sachs a 19-
Mar-2020 =
2.250.000
Fonte: Goldman Sachs
Reservas de voos nos US cairam para todas as
regiões do mundo
Variação das reservas entre 6-Jan e 8-Mar, yoy
Fonte: ForwardKeys
5. 55
2. Em períodos anteriores de crises mundiais registaram-se quedas significativas
no PIB per capita que demoraram vários anos a recuperar – qual será a dimensão
da queda e longevidade desta crise?
Duração do período de
crise (sem crescimento)
Anos desde o início da crise
4
4
6
6
6
2
2
5
Estados Unidos
Estados Unidos
Japão
União Europeia
Europa Ocidental
Alemanha
Europa Ocidental
Portugal
Conclusões
Crises com elevada
destruição de ativos /
capacidade produtiva,
tipicamente com períodos de
recuperação mais longos
Portugal fortemente afetado
na crise financeira de 2008
com um período de
estagnação / recessão mais
longo que outras economias
Hipótese que a potencial
crise do Covid-19 se
assemelhe mais em duração
à crise financeira (curta) mas
com um impacto mais
pronunciado (por paragem
semi-total da economia) tipo
Grande Depressão?
Fonte: World Bank; History Stock Exchange
Grande
Depressão
(1929-34)
Segunda
Guerra
Mundial
(1939-39)
Crise do
Subprime
(2008-2013)
31%
11%
59%
48%
22%
3%
2%
6%
Contração do PIB per
capita
Percentagem sobre
valor inicial
Anos para recuperação
Até atingir PIB per
capita igual ao pré-
crise
7
7
9
11
5
1
1
5
Covid-19
(2020-?)
UE / Portugal 1-2? 5-20%? 2-3?
6. 66
2. Cenários de recessão de natureza epidemiológica (ainda que de menor dimensão
vs Covid-19) apresentam uma forma de “V”…será este mais próximo de um “U”?
0
120
105
110
115
120
-5%
0%
5%
105
115
120
0
110
114
-5%
5%
0%
105
120
115
0
110
Q2Q1 Q3Q2 Q4Q1Q2Q3Q4Q1
109
0%
5%
-5%
Q3Q1Q2 Q4Q1Q2Q3Q4Q1Q2
PIB, Ano 0 = 100
Taxa de crescimento
trimestral do PIB
Forma de
“V” (mais
comum)
Forma de
“U”
(provável?)
Forma de
“L” (menos
provável?)
A maioria das epidemias anteriores tiveram a forma de “V”
Fonte: Harvard Business Review, 3 de Março de 2020
7. 77
3. Cenários alternativos do impacto do Covid-19 na economia nacional...
O que temos que acreditar em cada cenário
Cenário
epidemológico1
Impacto
macro-
económico
1. Recuperação
rápida (forma de “V”)
2. Desaceleração
contida (forma de “U”)
3. Recessão prolongada
(forma de “L”)
(Mitigação efetiva)
▪ Pico no início de abril e
controlo até final de maio
▪ Taxa de mortalidade reduzida
▪ Sem reincidência no Outono
(Desaceleração do crescimento)
▪ Pico a meio ou final abril e
controlo até final de junho
▪ Taxa de mortalidade
moderada
▪ Sem reincidência no Outono
(Disseminação rápida)
▪ Cenário epidémico a entrar
pelo 3T
▪ Taxa de mortalidade elevada
▪ Com ou sem reincidência no
Outono
▪ Impacto moderado no 1T, com
paragem de 1 mês de
quarentena no 2T
▪ Medidas de estimulação
económica surtem efeito, quer
em Portugal quer nos principais
parceiros económicos
▪ Recuperação acelerada, sem
recaída e crescimento no 3 e
4T
▪ Impacto forte no 1T, com
paragem de 1,5 meses de
quarentena no 2T
▪ “Contaminação” da economia
portuguesa por outras mais
atrasadas do ponto de vista
epidemiológico
▪ Recuperação moderada, sem
recaída
▪ Impacto forte no 1T, com
paragem 2 meses de quarentena
no 2T
▪ Impacto significativo nos ativos /
capacidade produtiva do país,
com aumento do desemprego e
espiral recessiva
▪ Recuperação lenta, com potencial
recaída no 3T igual a cenário 2.
no 2T e prolongamento da crise
até Primavera de 2021
1 De acordo com capítulo de Sáude Pública
8. 88
3. …apontam para uma potencial contração do PIB entre 6 e 26% em 2020,
podendo gerar uma crise mais acentuada que a do subprime em 2010-13
Simulação dos principais indicadores económicos para 2020
PIB, preços
constantes
2016
Mil milhões de
euros
Taxa de
desemprego
Défice
orçamental
(sobre PIB
nominal)
202 207
190 176
150
1. Recuperação
rápida
15
2019 Real 2020 Orçamento
do Estado
2. Desaceleração
contida
3. Recessão
prolongada
(sem/com recaída)
165
2020E vs 2019 +2% -6% -13% -18/-26%
9-11% 11-15%
6,5% 12-17%
14-21%
-2,7%
-6,1% -9,4 a
-14,6%
6,1%
+0,2%
2T20 vs 2T19 +2% -23% -34% -45%
+0,3%
Crise do
sub-prime
6% de queda
do PIB ente
2010-2012
16% de taxa de
desemprego
em 2013
11,4% de
défice em % do
PIB em 2010
9. 99
3. Em Portugal, a recessão deverá atingir de forma distinta cada setor da economia
35,5
29,8
24,8
15,1
7,7
6,4
4,0
51,3
27,7
Atividades financeiras e imobiliárias
Outras atividades de serviços
Indústria
Comércio, alojamento e restauração
Transportes e comunicações
Energia e água
Impostos
Construção
Agricultura, silvicultura e pesca
Alto
Médio
Médio
Médio alto
Médio baixo
Médio
Baixo
Médio alto
Setor
PIB 2019 a preços
constantes de 2016, Mil
milhões de euros
Impacto
económico
do Covid-19 Racional
▪ Retalho alimentar e farmácias em operação
▪ Restante comércio, hotelaria e restauração encerrados
▪ Decréscimo moderado da atividade bancária e seguradora
▪ Paragem da atividade imobiliária
▪ Manutenção da indústria transformadora, especialmente alimentar
▪ Paragem da restantes indústrias (automóvel, têxtil, etc)
▪ Comunicações privadas em funcionamento, empresariais a cair
▪ Transportes (especialmente aviação) com decréscimo
▪ Obras públicas potencialmente em operação
▪ Desaceleração da construção residencial, hotelaria, etc
▪ Impacto elevado em combustíveis fósseis e eletricidade industrial
▪ Águas e saneamento com impacto moderado
▪ Manutenção da atividade no setor primário para abastecimento
da população
▪ Paragem de toda a atividade relacionada com turismo e de
serviços terciários não essenciais
TOTAL = 202 mil milhões de euros
10. 1010
3. Portugal apresenta uma exposição a setores com elevado risco de impacto do
Covid-19 semelhante a outras economias europeias…
19 18 17 18 18 19
35 38 35 34 31 34
4 6
4 6
5
5
18 16
20 14 25 19
17 16 18
20
14 16
3 4 4
7
5
52 3 2 1 1 2
EspanhaPortugal Itália
3.012
Reino Unido Alemanha
2.162176
Agricultura, silvicultura e pesca
Construção
Atividades financeiras e imobiliárias
Indústria, incluindo energia e águas
100% (mil milhões de euros) =
Transportes e comunicações
14.207
Outras atividades de serviços
Comércio, alojamento e restauração
1.088 1.583
UE28
Distribuição do PIB por setor, Percentagem
Médio
Alto
Baixo
Impacto
Fonte: Pordata; Dados 2018
11. 1111
3. …no entanto, poderá estar mais exposto aos efeitos de uma crise global pela sua
maior dependência do exterior e nível de endividamento, e menor produtividade
Dívida pública / PIB
202 335
43 547
23 525
2 011
-34 907
251 189
Espanha
Alemanha
Reino Unido
Itália
União Europeia
Portugal
6,7%
2,8%
2,2%
1,1%
-1,6%
1,8%
% do
PIB
62%
135%
98%
122%
85%
80%
Fonte: Pordata; Dados 2018
Milhões de euros Percentagem
123
101
96
65
98
100
Produtividade por
hora de trabalho
(UE=100)
Saldo da balança
comercial
19%
10%
6%
7%
6%
10%
Taxa de
poupança das
famílias
12. 1212
4. Algumas das previsões económicas mais recentes para UE e EUA apontam para
cenários semelhantes aos desenhados para Portugal
4%
10%
7%
4%
2%
+6% +10%
+13%
Espanha
(Goldman Sachs)
Alemanha
(IFO thinktank)
Itália
(Governo)
+6%
Zona Euro
(Mckinsey)
IntermédioOtimista
10%
13%
Estados Unidos
(Mckinsey)
>5%
18-26%6%
+1%
Pessimista
20%
21%
8%+5%
Portugal
(Universidade
Católica)
Cenários apresentados
para Portugal
Contração esperada do PIB 2020
25%
35%
14%
24%
9%
30%
34%
+10%Mckinsey - Otimista
+10%Mckinsey - Pessimista
Morgan Stanley
Goldman Sachs
JP Morgan
Bloomberg
23% 45%
35%
45%
Contração esperada do PIB para Estados Unidos no 2TPaís/Região
(fonte)
13. 1313
4. Comparação dos “pacotes” de incentivos económicos anunciados por outros
países – medidas anunciadas para Portugal com menor valor vs PIB, mas maior
componente de apoio direto à economia
Medidas anunciadas até 25-Março (com base em notícias)
4%
8%
2% 3% 3%
8%
12%
11% 7%
Alemanha Estados Unidos ItáliaEspanha França Reino Unido Portugal
22%
16%
14%
12%
9%
1%
4%
1%
1%
600
150
100
100
300
45
280
20
1.300
500
3
6
11
14
Peso do
pacote
anunciado no
PIB do país
Empréstimos
(mM€)
Apoio direto –
impostos, subsídios
(mM€)
14. 1414
5. O nível de desenvolvimento económico (medido em PIB per capita) e “qualidade
da saúde pública” (medido na taxa bruta de mortalidade) dos países europeus
parecem estar correlacionados
11%7%
20.000€
70.000€
10%
30.000€
0% 14%8% 9%
80.000€
60.000€
12%
40.000€
13%
50.000€
15% 16%
0€
90.000€
10.000€
LU
DK
BE
FI
SI
IS
RO
CZ
AT
DE
SK
UK
LV
EE
MT
CY
IT
LT
ES PT
HR
HU
FR
GR
Taxa bruta de mortalidade (mortes por 1.000 residentes)
SE
BG
PL
PIB per capita 2018, PPS
IE
NL
48 105
33 243
26 345
20 554
Terceiro
Primeiro
Segundo
Quarto
8,5%
9,3%
10,5%
12,8%
▪ Irlanda, Dinamarca,
Alemanha
▪ Espanha, Portugal,
Rep.Checa
▪ Polónia, Hungria, Grécia
Quartil
PIB per capita
médio, Euros
Taxa de mortalidade
média, Percentagem
▪ Suécia, Reino Unido,
Itália
Exemplos de países
▪ Cada semana de quarentena poderá significar uma queda de ~1% do
PIB per capita para 2020 (equivalente a 1-3 mM€ = 202 mM / 52
semanas + lastro), com arrastamento para anos seguintes
▪ Num cenário de recessão prolongada, Portugal poderá atingir valores
abaixo do PIB per capita médio do 4º quartil
▪ Cada 1 pp de aumento da taxa de mortalidade poderá equivaler em
Portugal a +10.000 mortes/ano
▪ Assumindo uma taxa de mortalidade de 2-8% por Covid-19, equivaleria
a 125.000 a 500.000 novos casos
▪ Qual o equilíbrio entre minimizar impacto no curto prazo do Covid-19 na
saúde púbica e na economia, e respetivamente no SNS, no longo
prazo?
15. 1515
5. O nosso dilema – como proteger a saúde pública minimizando impacto
económico dos lockdowns?
Proteger a saúde pública
1 Conter a disseminação do virús e impacto na taxa de
mortalidade
2 Reforçar os serviços de saúde para enfrentar o pico da
epidemia
Minimizar impacto económico
Desenvolver vacina e meios tratamento / resposta em
caso de novos surtos
3
1 Garantir suporte às empresas durante o “lockdown”
evitando destruição de ativos produtivos
2 Minimizar o impacto na procura futura (p.ex., devido ao
desemprego)
Acelerar recuperação através de incentivos ao
investimento
3
Número de infetados Crescimento do PIB
Curva objetivoCurva típica
16. 1616
5. Do ponto de vista económico, será crítico para o sucesso garantir uma retoma
rápida da procura, evitando ao máximo a destruição de ativos produtivos
Exemplos de medidas já identificadas e a serem tomadas – não exaustivo
Garantir
retoma
rápida da
procura
Manter
oferta /
capacida-
de
produtiva
• Minimização do período, regiões e medidas de quarentena ao necessário para assegurar a efetiva
mitigação do risco de novo surto epidémico, permitindo reabertura progressiva de setores com
maior contribuição para PIB nacional e/ou com maiores perdas acumuladas à data
• Garantia da perda mínima no emprego estrutural, majorando incentivos para empresas que
mantenham número empregos
• Redução de encargos das famílias com gastos/investimentos não direcionados ao consumo no
curto prazo ou a setores menos afetados neste período (prestações bancárias, água, luz)
• Prolongamento / renovação de apoios sociais aos setores mais desfavorecidos (p.ex.,
desempregados)
• Lançamento de programas estruturais de divulgação e de incentivo (redução do IVA?) ao consumo
nacional: compra de produtos portugueses, “vá para fora cá dentro”, promoção turística, outros?
(ESSENCIAL) Concertação de políticas a nível Europeu
• Acesso fácil e rápido a linhas de crédito para empresas, com condições bonificadas (incluindo
apoio do estado além da isenção de juros) e pecando, nesta fase, a avaliação por défice de zelo
• Implementação rápida (e pagamentos imediatos) e simplificação da lei de layoff
• Adiamento do pagamento de impostos selecionados (IVA, IRS, IRC) e de apoios concedidos a
empresas mais jovens (p.ex., PT2020)
• Implementação de moratória de juros e capital durante 2ª trimestre do ano
• Desenvolver programa de investimento público, e apoio ao investimento privado focado nos
setores mais afetados e em temas de “vanguarda” (p.ex., sustentabilidade, digitalização, etc)
Objectivo: evitar
espiral recessiva
▪ Redução da
procura devido ao
lockdown
▪ Redução da
oferta por fecho
de empresas por
falta de liquidez
▪ Redução da
procura devido ao
aumento do
desemprego e
maior poupança
“precaucionaria”
▪ Redução da
oferta por fecho
de mais empresas
▪ (…)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10