Este artigo tem por objetivo apresentar os sinais da decadência do sistema capitalista mundial que caminha inevitavelmente para seu fim em meados do século XXI quando a taxa de lucro global e a taxa de crescimento do Produto Mundial Bruto alcançarão o valor zero. Além disso, o capitalismo evoluirá com as características de entropia ao apresentar a tendência universal de evoluir para uma crescente desordem e autodestruição até o seu fim em meados do século XXI. Este cenário levará ao fim do processo de acumulação do capital confirmando a tendência de que o capitalismo não perdurará para sempre como modo de produção, como muitos pensam, porque ele terá o mesmo fim de outros modos de produção que desapareceram, como é o caso do escravismo no século V e do feudalismo no século XIV. A decadência do sistema capitalista mundial se concretiza, portanto, no fato de a taxa de lucro global e a taxa de crescimento do Produto Mundial Bruto alcançarão o valor zero em meados do século XXI, o capitalismo evoluirá apresentando entropia com crescente desordem e autodestruição e chegará ao fim como aconteceu com os modos de produção escravista e feudal.
LA GENÈSE DE LA RICHESSE ET DE LA PAUVRETÉ À L'ÉPOQUE CONTEMPORAINE
Sinais da decadência do capitalismo
1. 1
OS SINAIS DA DECADÊNCIA DO CAPITALISMO NO MUNDO
Fernando Alcoforado*
Este artigo tem por objetivo apresentar os sinais da decadência do sistema capitalista
mundial que caminha inevitavelmente para seu fim em meados do século XXI quando a
taxa de lucro global e a taxa de crescimento do Produto Mundial Bruto alcançarão o valor
zero [1]. Além disso, o capitalismo evoluirá com as características de entropia [4] ao
apresentar a tendência universal de evoluir para uma crescente desordem e autodestruição
até o seu fim em meados do século XXI. Este cenário levará ao fim do processo de
acumulação do capital confirmando a tendência de que o capitalismo não perdurará para
sempre como modo de produção, como muitos pensam, porque ele terá o mesmo fim de
outros modos de produção que desapareceram, como é o caso do escravismo no século V
e do feudalismo no século XIV [3]. A decadência do sistema capitalista mundial se
concretiza, portanto, no fato de a taxa de lucro global e a taxa de crescimento do Produto
Mundial Bruto alcançarão o valor zero em meados do século XXI, o capitalismo evoluirá
apresentando entropia com crescente desordem e autodestruição e chegará ao fim como
aconteceu com os modos de produção escravista e feudal.
O sistema capitalista mundial chegará ao seu fim em meados do século XXI porque há
uma tendência de queda na taxa de lucro mundial de 1869 a 2007 (Figura 1), na taxa de
lucro das grandes corporações dos Estados Unidos de 1947 a 2007 (Figura 2) e na taxa
de crescimento do Produto Bruto Mundial de 1961 a 2007 (Figura 3). Para determinar
quando essas taxas chegarão a zero no futuro, mantendo a tendência de queda, efetuou-
se os cálculos usando o método dos mínimos quadrados da Estatística.
Figura 1- Taxa de lucro mundial
Fonte: MAITO, Esteban Ezequiel. The tendency of the rate of profit to fall since the nineteenth century and
a world rate of profit. In: Roberts, M. & Carchedi, G. World in Crisis: a global analysis of Marx’s law of
profitability. Chicago: Haymarket, 2018.
2. 2
Figura 2- Taxa de lucro ao custo histórico do capital fixo em corporações dos
Estados Unidos
Fonte: KLIMAN, A. The failure of capitalist production: underlying causes of the great recession. London:
Pluto, 2012.
Figura 3- Taxas de crescimento real do Produto Bruto Mundial e dos Produtos
Financeiros (derivativos)
Fonte: BEINSTEIN, Jorge. Rostos da crise: Reflexões sobre o colapso da civilização burguesa. Disponível
no website <http://resistir.info/crise/beinstein_04nov08_p.html>, 2008.
3. 3
A Figura 1 apresenta a evolução da taxa de lucro do sistema capitalista mundial de 1869
a 2007 apontando seu declínio neste período [6]. Se for considerada a evolução da taxa
de lucro do sistema capitalista mundial do período 1869- 1947 e, for mantida a tendência
de queda desta taxa de lucro no período mais recente, 1947- 2007, a taxa de lucro do
sistema capitalista mundial tenderia para o valor igual a zero em 2037. A Figura 2
apresenta a evolução da taxa de lucro ao custo histórico do capital fixo das corporações
dos Estados Unidos de 1947 a 2007 apontando seu declínio neste período [5]. Se for
mantida a tendência de queda desta taxa de lucro nos próximos anos, a taxa de lucro das
corporações dos Estados Unidos alcançará o valor zero em 2043. A Figura 3 apresenta a
evolução do Produto Mundial Bruto de 1961 a 2007 apontando seu declínio neste período
[2]. Se for mantida a tendência de queda na taxa de crescimento do Produto Mundial
Bruto nos próximos anos, esta taxa alcançará o valor zero em 2053.
Conclui-se, pelo exposto, que o sistema capitalista mundial ficaria inviabilizado em
meados do século XXI (2037, 2043 ou 2053) quando cessará o processo de acumulação
do capital com as taxas de lucro global e de crescimento da economia mundial alcançando
o valor zero. A tendência decrescente das taxas de lucro no sistema capitalista mundial
mostra o caráter histórico, transitório do modo de produção capitalista e o conflito que se
estabelece com as possibilidades de continuar seu desenvolvimento. Assim, as bases da
teoria de Marx apresentadas em sua obra O Capital estão sendo confirmadas [7, 8 e 9].
Karl Marx previu que a taxa de lucro tenderá a cair no longo prazo, década após década.
Não só haverá altos e baixos em cada ciclo de “boom” e crise, mas também haverá uma
tendência à queda no longo prazo, tornando cada “boom” mais curto e cada queda mais
profunda.
Além dos sinais de decadência representados pela queda da taxa de lucro mundial, da taxa
de lucro das grandes corporações dos Estados Unidos, da taxa de crescimento do Produto
Bruto Mundial que alcançarão o valor zero em meados do século XXI, outro sinal
importante de decadência do capitalismo é a gigantesca dívida global, que alcançou US$ 275
trilhõesem2020em dívidas governamentais, corporativas e domésticas, quase três vezes o
Produto Bruto Mundial, que seconstituiemumabombaprestesaexplodir [11] (Figura 4).
Figura 4- Dívida global de 2013 a 2020
Fonte: https://www.intellinews.com/attack-of-the-debt-tsunami-global-debt-soars-to-a-new-all-time-high-
196972/
4. 4
AFigura5apresentaaevoluçãodadívidaglobaldasfamílias(household),dasempresasnãofinanceiras
(non-financial corporate), do governo (government) e do setor financeiro (financial) e total em 2003,
2008,2013e2018.
Figura5-Dívidaglobalde2003a2018
Fonte: ALVES, José Eustáquio Diniz. A dívida global atinge US$ 247 trilhões: uma bomba prestes à
explodir? Disponível no website <https://jornalggn.com.br/crise/a-divida-global-atinge-us-247-trilhoes-
uma-bomba-prestes-a-explodir/>, 06/08/2018.
O Institute of International Finance (IIF) afirma que a dívida global era inferior a US$
100 trilhões em 2003, atingiu US$ 177,7 trilhões em 2008, US$ 209,4 trilhões em 2013
e US$ 247,2 trilhões em 2018. A dívida mundial subiu quase US$ 150 trilhões em 15
anos. Cerca de US$ 10 trilhões a cada ano. Os níveis de endividamento das famílias, dos
setores corporativos não financeiros e do governo atingiram US$ 186,5 trilhões no
primeiro trimestre de 2018. A dívida do setor financeiro subiu para um recorde de US$
60,6 trilhões. O crescimento econômico mundial está sendo sustentado no crédito e no
endividamento. A dívida dos mercados emergentes subiu para um recorde de US$ 58,5
trilhões no primeiro trimestre de 2018 – mais de 84% desde o início da crise mundial em
2008. Nos últimos 5 anos, a dívida do governo subiu mais acentuadamente no Brasil,
Arábia Saudita, Nigéria e Argentina, de acordo com o IIF [12].
Depois da crise mundial de 2008, a expectativa geral era de que as dívidas fossem
reduzidas. Não foi o que aconteceu. Vários países têm governos, empresas e famílias com
dívidas que ultrapassam amplamente o PIB. O Japão, por exemplo, tem dívidas que são
4 vezes maiores que o tamanho da própria economia. As maiores dívidas entre os países
são, pela ordem, as seguintes: Japão (400% do PIB), Irlanda (390% do PIB), Singapura
(382% do PIB), Portugal (358% do PIB), Bélgica (327% do PIB), Holanda (325% do
PIB), Espanha (313% do PIB), Dinamarca (302% do PIB), Suécia (290% do PIB), França
(280% do PIB), Itália (259% do PIB), Reino Unido (252% do PIB), Noruega (244% do
PIB), Finlândia (238% do PIB), Estados Unidos (233% do PIB) e Brasil (128% do PIB).
O problema é especialmente grave em países como o Japão cuja dívida total é 4 vezes
maior que o tamanho da própria economia [13]. Estes números mostram que todos os
países listados apresentam dívidas superiores ao PIB (Produto Interno Bruto)
caracterizando a existência de endividamento excessivo.
5. 5
A Figura 6 mostra a participação dos países na dívida global. Estados Unidos, China e
Japão são os maiores devedores do planeta sendo responsáveis por 45,93% da dívida total.
Isto significa dizer que se houver o calote no pagamento da dívida nesses três países, a
economia mundial pode enfrentar situações semelhantes às ocorridas em 1929 com a
grande depressão ou em 2008 e com a grande recessão que ainda perdura.
Figura 6- Participação dos países na dívida global (%)
Fonte: https://coinzodiac.com/get-rich-in-market-crash/how-much-world-debt/
Um dos países endividados que merece uma análise especial pelo fato de se constituir na
maior economia e no país mais endividado do planeta é os Estados Unidos. A dívida
pública dos Estados Unidos vem batendo recordes, especialmente a partir de 2019 com a
eclosão da pandemia dos novo coronavirus porque o país gasta e compra além da sua
capacidade emitindo dólares e títulos do Tesouro [14]. O risco de grandes catástrofes nos
Estados Unidos com seu excessivo endividamento não desapareceu, mas se estendeu no
tempo, ao preço de aumentá-las em proporção e explosão quando vier a estourar.
Ressalte-se que o endividamento público dos Estados Unidos está fortemente relacionado
com os gastos militares. A Figura 7 apresenta a escalada da dívida da maior economia do
mundo, os Estados Unidos, de 1966 a 2014.
6. 6
Figura 7- A escalada da dívida dos Estados Unidos de 1966 a 2014 em bilhões de
dólares
Fonte: DANTAS, Gilson. Por que o neoliberalismo desembocou na grande crise de 2008-09? Disponível
no website <https://www.esquerdadiario.com.br/Por-que-o-neoliberalismo-desembocou-na-grande-crise-
de-2008-09 >, 10/09/2018.
O sistema financeiro mundial liderado pelo dólar norte-americano começa a apontar a
perda acelerada da confiança no dólar que domina o mundo há quase um século à medida
em que evolui o endividamento dos Estados Unidos. A Figura 8 mostra que o dólar como
reserva internacional vem caindo progressivamente.
Figura 8- O dólar como percentagem das reservas internacionais de 2007 a 2019
Fonte: https://thoth3126.com.br/eventos-estao-em-curso-para-remover-o-dolar-como-moeda-de-reserva-
global/
7. 7
Em 2018, a parte do dólar nas reservas internacionais caiu até 61,7%, que é o nível
mínimo nos últimos 20 anos, demonstrando a falta de confiança no dólar. Esta perda de
confiança resulta do fato de a atual crise econômica mundial mostrar que um sistema
monetário como o atual baseado em papel-moeda emitido livremente e sem lastro pelo
governo dos Estados Unidos é algo inerentemente instável cujas inevitáveis
consequências desse processo são o crescimento econômico artificial, a euforia e os maus
investimentos que tal crescimento gera, e, finalmente, as depressões.
A queda de confiança no dólar está fazendo aumentar a cotação do ouro no mercado
mundial conforme mostra a Figura 9.
Figura 9- Cotação do ouro no mercado mundial
Fonte: https://xn--cotaodoouro-c8a5c.com/cotacoes/cotacao-ouro-historico/
Além de haver aumento da demanda de ouro para substituir o dólar como reserva
internacional, há a tendência de substituir o dólar por moedas mundiais capazes de
substituí-lo como, por exemplo, o Euro, o Yuan chinês e Direitos Especiais de Saque
(moeda do FMI). Além da falta de confiança provocada pela ausência de lastro do dólar,
do declínio da economia norte-americana, o abandono do dólar como moeda de reserva
mundial é impulsionado, também, pela possibilidade da explosão da bolha da dívida
pública dos Estados Unidos que corresponde a 23 trilhões de dólares, valor superior ao
PIB do país, um recorde histórico, que poderá atingir 140% do PIB até 2024.
Pelo exposto, pode-se afirmar que o sistema capitalista é um sistema que opera de acordo
com o princípio da entropia que é a medida da desordem ou da imprevisibilidade do
desempenho de um sistema. O capitalismo evolui, portanto, com uma tendência universal
de evoluir para uma crescente desordem e autodestruição [4]. Esta situação é demonstrada
pela tendência de queda da taxa de lucro global, da taxa de lucro das grandes corporações
dos Estados Unidos e da taxa de crescimento do Produto Bruto Mundial que alcançarão
o valor zero em meados do século XXI, bem como pelo endividamento excessivo dos
países do mundo especialmente, Estados Unidos, China e Japão. A imprevisibilidade do
capitalismo resulta do fato de ser um sistema que opera caoticamente, sem planejamento
e controle, ao negar, com o neoliberalismo, a regulação do sistema capitalista mundial.
Outro sinal de decadência do capitalismo reside no fato de todos os dados disponíveis
apontarem no sentido de que o sistema capitalista mundial evoluirá para uma crescente
desordem e autodestruição porque o planeta Terra já está atingindo seus limites no uso de
seus recursos naturais [1]. Hoje, por conta do atual ritmo de consumo, a demanda por
recursos naturais excede em 41% a capacidade de reposição da Terra. Se a escalada dessa
8. 8
demanda continuar no ritmo atual, em 2030, com uma população planetária estimada em
10 bilhões de pessoas, serão necessárias duas Terras para satisfazê-la. O previsível
esgotamento dos recursos minerais, particularmente os energéticos, e as ameaças de
mudanças climáticas catastróficas, temas maiores da agenda ecológica, encaixam bem no
processo entrópico.
Apesar de ter contribuído para o progresso da humanidade desde seu surgimento no
século XIV, a decadência do capitalismo se manifesta, por exemplo, com o caos
econômico nos níveis nacional e global geradores de recessões e depressões econômicas
intermináveis, os graves danos sociais em todos os países do mundo representados pela
excessiva concentração da renda, pela crescente desigualdade social e pela fome e miséria
endêmicas, a degradação ambiental do planeta que tende a levar ao esgotamento de seus
recursos naturais, à mudança climática catastrófica e à ocorrência de novas pandemias
letais para a humanidade, pelo aumento da violência no interior dos países com a escalada
da criminalidade e a eclosão de guerras civis e, também a violência nas relações
internacionais representada pelas duas grandes guerras mundiais e pelos intermináveis
conflitos internacionais em todo o planeta [1]. A decadência do modo de produção
capitalista se manifesta tanto nos países capitalistas centrais como nos países periféricos
e semiperiféricos, sobretudo nesses últimos onde a miséria cresce avassaladoramente.
Tudo isto mostra que um novo modo de produção terá que surgir com o fim do
capitalismo.
Ao longo da história da humanidade, existiram como modo de produção, depois do modo
de vida primitivo, o escravismo, o feudalismo, o capitalismo, além da tentativa fracassada
de socialismo [3]. O modo de vida primitivo existiu durante centenas de milhares de anos
desde o surgimento da sociedade humana quando os seres humanos trabalhavam em
conjunto, de forma que os frutos deste trabalho eram propriedade de todos. O escravismo
foi um modo de produção que durou 1000 anos, do século V a.C. até o século V, através
do qual um pequeno número de senhores explorava uma grande massa de escravos, sendo
proprietários destes, além dos meios de produção e do produto, não dando direito nenhum
aos escravos que produziam os bens. Foi um modo de produção típico
da Antiguidade (Grécia e Roma antigas). O feudalismo durou 900 anos, do século V até
o século XIV, que se caracterizou pela relação entre senhores feudais e servos. Os servos
eram subordinados aos senhores. No período do feudalismo na Idade Média, não existiam
países como nós conhecemos hoje. Havia feudos, porções de terra sobre as quais os
senhores feudais tinham posse e poder político. Os senhores feudais não eram só donos
dos feudos, eram também seus governantes. Parte da produção era destinada à
subsistência dos servos. A outra parte, a maior, era possuída pelos senhores feudais. Por
volta do século XIV, com a desintegração do feudalismo, começa a surgir um novo
sistema econômico, social e político: o Capitalismo. A característica essencial do novo
modo de produção capitalista é o fato de nele, o trabalho ser assalariado e não mais servil
como no feudalismo. Mas foi somente após a Revolução Industrial, iniciada no século
XVIII na Inglaterra que o capitalismo foi impulsionado. Da mesma forma que o
escravismo e o feudalismo tiveram um início e um fim, o capitalismo que teve seu início
no século XIV na Europa seguirá a mesma trajetória culminando com seu fim em meados
do século XXI com uma duração de 700 anos quando a taxa de lucro do sistema capitalista
mundial e o crescimento da economia mundial alcançarão o valor zero.
Tudo o que acaba de ser descrito deixa evidenciado que não há solução para os problemas
que afligem a humanidade nos marcos do capitalismo com a realização de reformas
9. 9
políticas, econômicas, sociais e ambientais. Será o mesmo que “enxugar gelo”. Diante da
perspectiva de fim do sistema capitalista mundial em meados do século XXI, a
humanidade precisa construir uma nova sociedade que deveria ser o socialismo
democrático tendo como objetivo criar um ambiente de liberdade, igualdade e
fraternidade entre os seres humanos para a conquista de sua felicidade resgatando os
ideais do Iluminismo. Para edificar o socialismo democrático em substituição ao
capitalismo, é preciso que haja uma transição com a construção do Estado de Bem Estar
Social com o modelo de sociedade nos moldes do construído nos países escandinavos
que, sendo um híbrido entre o que existe de mais positivo nos sistemas capitalista e
socialista, prepararia o terreno para a edificação do socialismo democrático no futuro
[10]. O Estado de Bem-Estar Social consiste em um modo de organização econômica,
política e social na qual o Estado atuaria como organizador da economia e agente de
promoção social. O Estado procuraria conciliar o interesse dos “de cima” com os “de
baixo” na pirâmide social. O modelo escandinavo de desenvolvimento político,
econômico e social deveria servir de referencial como modelo de sociedade a ser
perseguido por todos os povos do mundo como transição para o socialismo democrático
do futuro porque os países escandinavos são considerados os mais bem governados do
planeta, os que apresentam o maior progresso político, econômico e social e têm os povos
mais felizes do mundo. O Estado do Bem Estar Social e o socialismo democrático do
futuro a ser construído no mundo deve ser ajustado às condições específicas de cada país.
Para construir uma nova sociedade no planeta, urge a existência de um governo mundial
e de um parlamento mundial para coordenar as ações dos governos nacionais visando
promover a transição do capitalismo para o socialismo democrático. Para viabilizar um
governo mundial é preciso que, de início, seja constituído um Fórum Mundial pela Paz e
pelo Progresso da Humanidade com a participação de representantes de governos e de
organizações da Sociedade Civil de todos os países do mundo. Neste Fórum seriam
debatidos e estabelecidos os objetivos e estratégias visando a constituição de um governo
mundial, um parlamento mundial e a construção de uma nova sociedade que seja
estruturada com base nos princípios do Iluminismo, isto é, na liberdade, igualdade s
fraternidade.
REFERÊNCIAS
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Editora CRV, 2019.
2. BEINSTEIN, Jorge. Rostos da crise: Reflexões sobre o colapso da civilização
burguesa. Disponível no website
<http://www.resistir.info/crise/beinstein_04nov08_p.html>, 2008.
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<https://www.educabras.com/ensino_medio/materia/geografia/sistemas_economicos/aul
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5. KLIMAN, A. The failure of capitalist production: underlying causes of the great
recession. London: Pluto, 2012.
10. 10
6. MAITO, Esteban Ezequiel. The tendency of the rate of profit to fall since the nineteenth
century and a world rate of profit. In: Roberts, M. & Carchedi, G. World in Crisis: a
global analysis of Marx’s law of profitability. Chicago: Haymarket, 2018.
7. MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Livro I. 1. ed. São Paulo:
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8. MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Livro II. 1. ed. São Paulo:
Boitempo, 2015.
9. MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Livro III, volume I. 2. ed. São
Paulo: Nova Cultural, 1985.
10. ALCOFORADO, Fernando. Como construir uma nova sociedade para substituir o
capitalismo moribundo no mundo. Disponível no website
<https://www.academia.edu/51783662/COMO_CONSTRUIR_UMA_NOVA_SOCIED
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11. BEN ARIS. Attack of the Debt Tsunami: global debt soars to a new all-time high.
Disponível no website <https://www.intellinews.com/attack-of-the-debt-tsunami-global-
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12. ALVES, José Eustáquio Diniz. A dívida global atinge US$ 247 trilhões: uma bomba
prestes à explodir? Disponível no website <https://jornalggn.com.br/crise/a-divida-
global-atinge-us-247-trilhoes-uma-bomba-prestes-a-explodir/>, 06/08/2018.
13. CALEIRO, João Pedro. 16paísesatoladosemdívidas(eoBrasilem34º).Disponívelnowebsite
<https://exame.abril.com.br/economia/16-paises-atolados-em-dividas-e-o-brasil-em-
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14. DANTAS, Gilson. Por que o neoliberalismo desembocou na grande crise de 2008-
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neoliberalismo-desembocou-na-grande-crise-de-2008-09 >, 10/09/2018.
15. THOTH3126. Eventos estão em curso para remover o dólar como moeda de reserva
global. Disponível no website <https://thoth3126.com.br/eventos-estao-em-curso-para-
remover-o-dolar-como-moeda-de-reserva-global/>.
* Fernando Alcoforado, 81, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema
CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento
Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor
nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de
sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC-
O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil
(Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de
doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização
e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século
XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions
of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller
Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária
(Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o
progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo,
São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV,
Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI
(Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o
Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba,
11. 11
2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-
autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019) e A humanidade
ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021).