SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
Agrupamento de Escolas de Arouca
Texto do episódio de Inês de Castro
118
Passadaestatão prósperavitória,
Tornado AfonsoàLusitanaterra,
A se lograr da paz com tanta glória
Quanta soube ganharna dura guerra,
O caso triste,e dinoda memória
Que do sepulcrooshomensdesenterra,
Aconteceudamísera e mesquinha
Que depoisde sermorta foi Rainha.
119
Tu só, tu,puro Amor,com força crua,
Que os coraçõeshumanostanto obriga,
Deste causa à molestamorte sua,
Comose forapérfidainimiga.
Se dizem,feroAmor,que a sede tua
Nemcom lágrimastristesse mitiga,
É porque queres,ásperoe tirano,
Tuas aras banhar emsangue humano.
120
Estavas,lindaInês,postaemsossego,
De teusanoscolhendodoce fruto,
Naquele enganodaalma,ledoe cego,
Que a Fortunanão deixadurarmuito,
Nossaudososcamposdo Mondego,
De teusformososolhosnuncaenxuto,
Aosmontesensinandoe àservinhas
O nome que no peitoescritotinhas.
121
Do teuPríncipe ali te respondiam
As lembrançasque naalmalhe moravam,
Que sempre ante seusolhoste traziam,
Quandodos teusformososse apartavam;
De noite,emdocessonhosque mentiam,
De dia,empensamentosque voavam;
E quanto,enfim,cuidavae quantovia
Eram tudo memóriasde alegria.
122
De outrasbelassenhorase Princesas
Os desejadostálamosenjeita,
Que tudo,enfim, tu,puroamor, desprezas
Quandoum gestosuave te sujeita.
Vendoestasnamoradasestranhezas,
O velhopai sesudo,que respeita
O murmurar dopovoe a fantasia
Do filho,que casar-se nãoqueria,
123
Tirar Inêsao mundodetermina,
Por lhe tiraro filhoque tempreso,
Crendoco sangue sóda morte indina
Matar do firme amoro fogoaceso.
Que furor consentiuque aespadafina
Que pôde sustentaro grande peso
Do furor Mauro, fosse alevantada
Contra ua fraca dama delicada?
124
Traziam-naos horríficosalgozes
Ante o Rei,jámovidoa piedade;
Mas o povo,comfalsase ferozes
Razões,à morte crua o persuade.
Ela, com tristese piedosasvozes,
Saídas só da mágoa e saudade
Do seuPríncipe e filhos,que deixava,
Que maisque a própriamorte a magoava,
125
Perao céu cristalinoalevantando,
Com lágrimas,osolhospiedosos
(Osolhos,porque asmãos lhe estavaatando
Um dos durosministrosrigorosos);
E depoisnosmininosatentando,
Que tão queridostinhae tão mimosos,
Cujaorfindade comomãe temia,
Perao avô cruel assimdizia:
1. Delimitaa introdução deste episódio.
2. Copia,da est.118, uma hipérbole.
3. Na estância 119, o Poetadirige-se aoAmor. Sintetizao que lhe diz.
4. Nas estâncias 120 e 121 é apresentada Inêsde Castro. Como caracterizas seu estado de espírito?
5. “Tirar Inês ao mundo determina” -
6. Refere os motivos,apresentadosna estância 122, para a decisãode mandar matar Inês.
7. O rei recua na decisão tomada. Copia o verso onde isso é visível.
8. Quem o convence a condenar Inêsà morte, de novo?
126
-«Se jánas brutas feras,cujamente
Natura fezcruel de nascimento,
E nas avesagrestes,que somente
Nas rapinasaéreastêmo intento,
Com pequenascriançasviuagente
Teremtão piadososentimento
Comocom a mãe de Ninojá mostraram,
E cos irmãos que Romaedificaram:
127
Ó tu, que tensde humanoo gestoe o peito
(Se de humanoé matar ua donzela,
Fraca e semforça, sópor ter sujeito
O coração a quemsoube vencê-la),
A estascriancinhastemrespeito,
Poiso não tensà morte escuradela;
Mova-te a piedade suae minha,
Poiste não move a culpaque não tinha.
128
E se, vencendoaMaura resistência,
A morte sabesdar com fogoe ferro
Sabe tambémdar vidacom clemência
A quemperaperdê-lanãofezerro.
Mas, se to assimmerece estainocência,
Põe-me emperpétuoe míserodesterro,
Na Cítia friaou lána Líbia ardente,
Onde emlágrimasvivaeternamente.
129
Põe-me onde se use todaa feridade,
Entre liõese tigres,e verei
Se nelesachar possoa piedade
Que entre peitoshumanosnãoachei.
Ali,coamor intrínsecoe vontade
Naquele porquemmouro,criarei
Estas relíquiassuas,que aqui viste,
Que refrigériosejamdamãe triste.»
130
Queriaperdoar-lhe oRei benino,
Movidodas palavrasque o magoam;
Mas o pertinazpovoe seudestino
(Que destasorte o quis) lhe nãoperdoam.
Arrancam das espadasde aço fino
Os que por bomtal feitoali apregoam.
Contra ua dama,ó peitoscarniceiros,
Ferosvosamostrais - e cavaleiros?
131
Qual contra a lindamoçaPolicena,
Consolaçãoextremadamãe velha,
Porque a sombrade Aquilesacondena,
Co ferroo duro Pirrose aparelha;
Mas ela,osolhoscom que o ar serena
(Bemcomopaciente e mansa ovelha)
Na míseramãe postos,que endoudece,
Ao durosacrifíciose oferece:
132
Tais contra Inêsosbrutosmatadores,
No colode alabastro,que sustinha
As obrascom que Amor matoude amores
Aquele que depoisafezRainha,
As espadasbanhando,e asbrancas flores,
Que elados olhosseusregadastinha,
Se encarniçavam, férvidose irosos,
No futurocastigonão cuidosos.
133
Bempuderas,ó Sol,da vistadestes,
Teusraios apartar aquele dia,
Comoda sevamesa de Tiestes,
Quandoos filhospormãode Atreucomia!
Vós,ó côncavosvales,que pudestes
A vozextremaouvirdaboca fria,
O nome do seuPedro,que lhe ouvistes,
Por muitogrande espaçorepetistes!
9. Delimitao discurso de Inês de Castro.
10. Que argumentosutilizapara tentar demovero rei dos seusintentos?
11. Mais uma vez D. Afonso IVqueria perdoar Inês.Quem é,agora, responsabilizadopelasua morte?(est.130)
12. Na estância 133, os elementosda natureza são utilizadospara mostrar a crueldade daquelamorte. Explica
de que forma.
134
Assimcomoa bonina,que cortada
Antesdotempofoi,cândidae bela,
Sendodasmãos lacivasmaltratada
Da mininaque a trouxe nacapela,
O cheirotraz perdidoe a cor murchada:
Tal está,morta,a pálidadonzela,
Secasdo rosto as rosase perdida
A branca e vivacor, com a doce vida.
135
As filhasdoMondegoa morte escura
Longo tempochorandomemoraram,
E, por memóriaeterna,emfonte pura
As lágrimaschoradastransformaram.
O nome lhe puseram,que indadura,
Dos amoresde Inês,que ali passaram.
Vede que frescafonte regaasflores,
Que lágrimassão a água e o nome Amores!
136
Não correumuitotempoque a vingança
Não visse Pedrodasmortaisferidas,
Que,emtomandodo Reinoa governança,
A tomoudosfugidoshomicidas;
Do outro Pedrocruíssimoosalcança,
Que ambos,imigosdashumanasvidas,
O concertofizeram, duroe injusto,
Que com Lépidoe AntóniofezAugusto.
13. Na estância 134, o Poetausa uma comparação, para transmitir a imagem de Inês morta.
13.1. A que é ela comparada?
13.2. Refere as palavras que introduzem os doistermos da comparação.
13.3. Explica,por palavras tuas, a comparação.
14. De que forma é que a natureza recorda este episódio?(est.135)
15. Que atitude teve D. Pedrorelativamente aos assassinosde Inêsde Castro? (est.136)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Despedidas em belém
Despedidas em belémDespedidas em belém
Despedidas em belémLurdes
 
Lusíadas - Episódio do Adamastor
Lusíadas - Episódio do AdamastorLusíadas - Episódio do Adamastor
Lusíadas - Episódio do Adamastorcristianavieitas
 
Ficha de leitura os lusiadas - concilio dos deuses
Ficha de leitura   os lusiadas - concilio dos deusesFicha de leitura   os lusiadas - concilio dos deuses
Ficha de leitura os lusiadas - concilio dos deusesAriana Lima
 
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)Susana Sobrenome
 
Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Lurdes Augusto
 
teste-3-10f-gv-farsa-de-ines-pereira.docx
teste-3-10f-gv-farsa-de-ines-pereira.docxteste-3-10f-gv-farsa-de-ines-pereira.docx
teste-3-10f-gv-farsa-de-ines-pereira.docxIsabelVieira2093
 
Deíticos - correção
Deíticos - correçãoDeíticos - correção
Deíticos - correçãoBiblioAlba
 
Análise do episódio "Consílio dos deuses"
Análise do episódio "Consílio dos deuses"Análise do episódio "Consílio dos deuses"
Análise do episódio "Consílio dos deuses"Inês Moreira
 
Ficha valor-modal-e-aspetual
Ficha valor-modal-e-aspetualFicha valor-modal-e-aspetual
Ficha valor-modal-e-aspetualpaulacpfs
 
Ficha informativa - Episódio de Inês de Castro
Ficha informativa - Episódio de Inês de CastroFicha informativa - Episódio de Inês de Castro
Ficha informativa - Episódio de Inês de CastroSusana Sobrenome
 
Oracoes subordinadas-ficha-correccao
Oracoes subordinadas-ficha-correccaoOracoes subordinadas-ficha-correccao
Oracoes subordinadas-ficha-correccaoJosé Monteiro
 
Os lusíadas tempestade - Português 9º ano
Os lusíadas tempestade - Português 9º anoOs lusíadas tempestade - Português 9º ano
Os lusíadas tempestade - Português 9º anoGabriel Lima
 
Oh! como se me alonga, de ano em ano
Oh! como se me alonga, de ano em anoOh! como se me alonga, de ano em ano
Oh! como se me alonga, de ano em anoHelena Coutinho
 

Mais procurados (20)

Despedidas em belém
Despedidas em belémDespedidas em belém
Despedidas em belém
 
Lusíadas - Episódio do Adamastor
Lusíadas - Episódio do AdamastorLusíadas - Episódio do Adamastor
Lusíadas - Episódio do Adamastor
 
Ficha de leitura os lusiadas - concilio dos deuses
Ficha de leitura   os lusiadas - concilio dos deusesFicha de leitura   os lusiadas - concilio dos deuses
Ficha de leitura os lusiadas - concilio dos deuses
 
Dedicatória
DedicatóriaDedicatória
Dedicatória
 
Proposição
ProposiçãoProposição
Proposição
 
Inês de castro
Inês de castroInês de castro
Inês de castro
 
Adamastor
AdamastorAdamastor
Adamastor
 
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)
 
Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas
 
Coesao e coerência
Coesao e coerênciaCoesao e coerência
Coesao e coerência
 
teste-3-10f-gv-farsa-de-ines-pereira.docx
teste-3-10f-gv-farsa-de-ines-pereira.docxteste-3-10f-gv-farsa-de-ines-pereira.docx
teste-3-10f-gv-farsa-de-ines-pereira.docx
 
Deíticos - correção
Deíticos - correçãoDeíticos - correção
Deíticos - correção
 
Análise do episódio "Consílio dos deuses"
Análise do episódio "Consílio dos deuses"Análise do episódio "Consílio dos deuses"
Análise do episódio "Consílio dos deuses"
 
Ficha valor-modal-e-aspetual
Ficha valor-modal-e-aspetualFicha valor-modal-e-aspetual
Ficha valor-modal-e-aspetual
 
Teste a aia 2
Teste a aia 2Teste a aia 2
Teste a aia 2
 
Ficha informativa - Episódio de Inês de Castro
Ficha informativa - Episódio de Inês de CastroFicha informativa - Episódio de Inês de Castro
Ficha informativa - Episódio de Inês de Castro
 
Oracoes subordinadas-ficha-correccao
Oracoes subordinadas-ficha-correccaoOracoes subordinadas-ficha-correccao
Oracoes subordinadas-ficha-correccao
 
Os lusíadas tempestade - Português 9º ano
Os lusíadas tempestade - Português 9º anoOs lusíadas tempestade - Português 9º ano
Os lusíadas tempestade - Português 9º ano
 
Ser poeta é
Ser poeta éSer poeta é
Ser poeta é
 
Oh! como se me alonga, de ano em ano
Oh! como se me alonga, de ano em anoOh! como se me alonga, de ano em ano
Oh! como se me alonga, de ano em ano
 

Semelhante a Ficha de trabalho episódio de inês de castro

C:\Users\Enzo Vernuccio\Desktop\Lusiadas
C:\Users\Enzo Vernuccio\Desktop\LusiadasC:\Users\Enzo Vernuccio\Desktop\Lusiadas
C:\Users\Enzo Vernuccio\Desktop\LusiadasDelfina Vernuccio
 
Inês de castro
Inês de castroInês de castro
Inês de castroLurdes
 
Resumo do episódio Despedidas de Belém.docx
Resumo do episódio Despedidas de Belém.docxResumo do episódio Despedidas de Belém.docx
Resumo do episódio Despedidas de Belém.docxPaula Vieira
 
8. Ficha de Trabalho para o episódio de Inês de Castro - CORRECÇÃO.docx
8. Ficha de Trabalho para o episódio de Inês de Castro - CORRECÇÃO.docx8. Ficha de Trabalho para o episódio de Inês de Castro - CORRECÇÃO.docx
8. Ficha de Trabalho para o episódio de Inês de Castro - CORRECÇÃO.docxfatimamendonca64
 
Resumo inês de castro
Resumo inês de castroResumo inês de castro
Resumo inês de castroSalomé Raposo
 
Ficha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - Paráfrase
Ficha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - ParáfraseFicha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - Paráfrase
Ficha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - ParáfraseSusana Sobrenome
 
Bocage improvisos de bocage
Bocage   improvisos de bocageBocage   improvisos de bocage
Bocage improvisos de bocageAriovaldo Cunha
 
Insdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoInsdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoarmindaalmeida
 
Insdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoInsdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoarmindaalmeida
 
D.Pedro & Inês de Castro
D.Pedro & Inês de CastroD.Pedro & Inês de Castro
D.Pedro & Inês de CastroChuck Gary
 
D.Pedro e Inês de Castro
D.Pedro e Inês de CastroD.Pedro e Inês de Castro
D.Pedro e Inês de CastroUmberto Pacheco
 
Alexandre herculano a vitória e a piedade
Alexandre herculano   a vitória e a piedadeAlexandre herculano   a vitória e a piedade
Alexandre herculano a vitória e a piedadeTulipa Zoá
 
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlaceInesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlacearmindaalmeida
 

Semelhante a Ficha de trabalho episódio de inês de castro (20)

C:\Users\Enzo Vernuccio\Desktop\Lusiadas
C:\Users\Enzo Vernuccio\Desktop\LusiadasC:\Users\Enzo Vernuccio\Desktop\Lusiadas
C:\Users\Enzo Vernuccio\Desktop\Lusiadas
 
Inês de castro
Inês de castroInês de castro
Inês de castro
 
Resumo do episódio Despedidas de Belém.docx
Resumo do episódio Despedidas de Belém.docxResumo do episódio Despedidas de Belém.docx
Resumo do episódio Despedidas de Belém.docx
 
8. Ficha de Trabalho para o episódio de Inês de Castro - CORRECÇÃO.docx
8. Ficha de Trabalho para o episódio de Inês de Castro - CORRECÇÃO.docx8. Ficha de Trabalho para o episódio de Inês de Castro - CORRECÇÃO.docx
8. Ficha de Trabalho para o episódio de Inês de Castro - CORRECÇÃO.docx
 
Resumo inês de castro
Resumo inês de castroResumo inês de castro
Resumo inês de castro
 
Ficha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - Paráfrase
Ficha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - ParáfraseFicha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - Paráfrase
Ficha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - Paráfrase
 
Bocage improvisos de bocage
Bocage   improvisos de bocageBocage   improvisos de bocage
Bocage improvisos de bocage
 
Os Lusíadas - Canto III
Os Lusíadas - Canto IIIOs Lusíadas - Canto III
Os Lusíadas - Canto III
 
Mós - Aldeia Medieval
Mós - Aldeia MedievalMós - Aldeia Medieval
Mós - Aldeia Medieval
 
Insdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoInsdecastro apresentao
Insdecastro apresentao
 
Insdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoInsdecastro apresentao
Insdecastro apresentao
 
D.Pedro & Inês de Castro
D.Pedro & Inês de CastroD.Pedro & Inês de Castro
D.Pedro & Inês de Castro
 
D.Pedro e Inês de Castro
D.Pedro e Inês de CastroD.Pedro e Inês de Castro
D.Pedro e Inês de Castro
 
Coéforas
CoéforasCoéforas
Coéforas
 
Antigone
AntigoneAntigone
Antigone
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Estes Dias Tumultuosos e o Natal - texto
Estes Dias Tumultuosos e o Natal - textoEstes Dias Tumultuosos e o Natal - texto
Estes Dias Tumultuosos e o Natal - texto
 
Alexandre herculano a vitória e a piedade
Alexandre herculano   a vitória e a piedadeAlexandre herculano   a vitória e a piedade
Alexandre herculano a vitória e a piedade
 
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlaceInesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
 

Último

About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresAnaCarinaKucharski1
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 

Último (20)

About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 

Ficha de trabalho episódio de inês de castro

  • 1. Agrupamento de Escolas de Arouca Texto do episódio de Inês de Castro 118 Passadaestatão prósperavitória, Tornado AfonsoàLusitanaterra, A se lograr da paz com tanta glória Quanta soube ganharna dura guerra, O caso triste,e dinoda memória Que do sepulcrooshomensdesenterra, Aconteceudamísera e mesquinha Que depoisde sermorta foi Rainha. 119 Tu só, tu,puro Amor,com força crua, Que os coraçõeshumanostanto obriga, Deste causa à molestamorte sua, Comose forapérfidainimiga. Se dizem,feroAmor,que a sede tua Nemcom lágrimastristesse mitiga, É porque queres,ásperoe tirano, Tuas aras banhar emsangue humano. 120 Estavas,lindaInês,postaemsossego, De teusanoscolhendodoce fruto, Naquele enganodaalma,ledoe cego, Que a Fortunanão deixadurarmuito, Nossaudososcamposdo Mondego, De teusformososolhosnuncaenxuto, Aosmontesensinandoe àservinhas O nome que no peitoescritotinhas. 121 Do teuPríncipe ali te respondiam As lembrançasque naalmalhe moravam, Que sempre ante seusolhoste traziam, Quandodos teusformososse apartavam; De noite,emdocessonhosque mentiam, De dia,empensamentosque voavam; E quanto,enfim,cuidavae quantovia Eram tudo memóriasde alegria. 122 De outrasbelassenhorase Princesas Os desejadostálamosenjeita, Que tudo,enfim, tu,puroamor, desprezas Quandoum gestosuave te sujeita. Vendoestasnamoradasestranhezas, O velhopai sesudo,que respeita O murmurar dopovoe a fantasia Do filho,que casar-se nãoqueria, 123 Tirar Inêsao mundodetermina, Por lhe tiraro filhoque tempreso, Crendoco sangue sóda morte indina Matar do firme amoro fogoaceso. Que furor consentiuque aespadafina Que pôde sustentaro grande peso Do furor Mauro, fosse alevantada Contra ua fraca dama delicada? 124 Traziam-naos horríficosalgozes Ante o Rei,jámovidoa piedade; Mas o povo,comfalsase ferozes Razões,à morte crua o persuade. Ela, com tristese piedosasvozes, Saídas só da mágoa e saudade Do seuPríncipe e filhos,que deixava, Que maisque a própriamorte a magoava, 125 Perao céu cristalinoalevantando, Com lágrimas,osolhospiedosos (Osolhos,porque asmãos lhe estavaatando Um dos durosministrosrigorosos); E depoisnosmininosatentando, Que tão queridostinhae tão mimosos, Cujaorfindade comomãe temia, Perao avô cruel assimdizia: 1. Delimitaa introdução deste episódio. 2. Copia,da est.118, uma hipérbole. 3. Na estância 119, o Poetadirige-se aoAmor. Sintetizao que lhe diz. 4. Nas estâncias 120 e 121 é apresentada Inêsde Castro. Como caracterizas seu estado de espírito? 5. “Tirar Inês ao mundo determina” - 6. Refere os motivos,apresentadosna estância 122, para a decisãode mandar matar Inês. 7. O rei recua na decisão tomada. Copia o verso onde isso é visível. 8. Quem o convence a condenar Inêsà morte, de novo?
  • 2. 126 -«Se jánas brutas feras,cujamente Natura fezcruel de nascimento, E nas avesagrestes,que somente Nas rapinasaéreastêmo intento, Com pequenascriançasviuagente Teremtão piadososentimento Comocom a mãe de Ninojá mostraram, E cos irmãos que Romaedificaram: 127 Ó tu, que tensde humanoo gestoe o peito (Se de humanoé matar ua donzela, Fraca e semforça, sópor ter sujeito O coração a quemsoube vencê-la), A estascriancinhastemrespeito, Poiso não tensà morte escuradela; Mova-te a piedade suae minha, Poiste não move a culpaque não tinha. 128 E se, vencendoaMaura resistência, A morte sabesdar com fogoe ferro Sabe tambémdar vidacom clemência A quemperaperdê-lanãofezerro. Mas, se to assimmerece estainocência, Põe-me emperpétuoe míserodesterro, Na Cítia friaou lána Líbia ardente, Onde emlágrimasvivaeternamente. 129 Põe-me onde se use todaa feridade, Entre liõese tigres,e verei Se nelesachar possoa piedade Que entre peitoshumanosnãoachei. Ali,coamor intrínsecoe vontade Naquele porquemmouro,criarei Estas relíquiassuas,que aqui viste, Que refrigériosejamdamãe triste.» 130 Queriaperdoar-lhe oRei benino, Movidodas palavrasque o magoam; Mas o pertinazpovoe seudestino (Que destasorte o quis) lhe nãoperdoam. Arrancam das espadasde aço fino Os que por bomtal feitoali apregoam. Contra ua dama,ó peitoscarniceiros, Ferosvosamostrais - e cavaleiros? 131 Qual contra a lindamoçaPolicena, Consolaçãoextremadamãe velha, Porque a sombrade Aquilesacondena, Co ferroo duro Pirrose aparelha; Mas ela,osolhoscom que o ar serena (Bemcomopaciente e mansa ovelha) Na míseramãe postos,que endoudece, Ao durosacrifíciose oferece: 132 Tais contra Inêsosbrutosmatadores, No colode alabastro,que sustinha As obrascom que Amor matoude amores Aquele que depoisafezRainha, As espadasbanhando,e asbrancas flores, Que elados olhosseusregadastinha, Se encarniçavam, férvidose irosos, No futurocastigonão cuidosos. 133 Bempuderas,ó Sol,da vistadestes, Teusraios apartar aquele dia, Comoda sevamesa de Tiestes, Quandoos filhospormãode Atreucomia! Vós,ó côncavosvales,que pudestes A vozextremaouvirdaboca fria, O nome do seuPedro,que lhe ouvistes, Por muitogrande espaçorepetistes! 9. Delimitao discurso de Inês de Castro. 10. Que argumentosutilizapara tentar demovero rei dos seusintentos? 11. Mais uma vez D. Afonso IVqueria perdoar Inês.Quem é,agora, responsabilizadopelasua morte?(est.130) 12. Na estância 133, os elementosda natureza são utilizadospara mostrar a crueldade daquelamorte. Explica de que forma.
  • 3. 134 Assimcomoa bonina,que cortada Antesdotempofoi,cândidae bela, Sendodasmãos lacivasmaltratada Da mininaque a trouxe nacapela, O cheirotraz perdidoe a cor murchada: Tal está,morta,a pálidadonzela, Secasdo rosto as rosase perdida A branca e vivacor, com a doce vida. 135 As filhasdoMondegoa morte escura Longo tempochorandomemoraram, E, por memóriaeterna,emfonte pura As lágrimaschoradastransformaram. O nome lhe puseram,que indadura, Dos amoresde Inês,que ali passaram. Vede que frescafonte regaasflores, Que lágrimassão a água e o nome Amores! 136 Não correumuitotempoque a vingança Não visse Pedrodasmortaisferidas, Que,emtomandodo Reinoa governança, A tomoudosfugidoshomicidas; Do outro Pedrocruíssimoosalcança, Que ambos,imigosdashumanasvidas, O concertofizeram, duroe injusto, Que com Lépidoe AntóniofezAugusto. 13. Na estância 134, o Poetausa uma comparação, para transmitir a imagem de Inês morta. 13.1. A que é ela comparada? 13.2. Refere as palavras que introduzem os doistermos da comparação. 13.3. Explica,por palavras tuas, a comparação. 14. De que forma é que a natureza recorda este episódio?(est.135) 15. Que atitude teve D. Pedrorelativamente aos assassinosde Inêsde Castro? (est.136)