3. INTRODUÇÃO - ANÁLISE DO EPISÓDIO
Estrutura Externa:
• Canto III
• Estrofes 118-137
• Estrofes: oitavas
• Versos decassilábicos heróicos
Estrutura Interna
Contextualização
• Narração
• Episódio Lírico (ex: “Tu, só tu, puro Amor, com força crua…” (estr 119)
• Plano da História de Portugal
• Narrador: Vasco da Gama
• Narratário: Rei de Melinde
5. CARACTERIZAÇÃO DAS PERSONAGENS
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Era uma dama delicada, era linda, feliz e contente (no
princípio) “Estavas, linda Inês”(120), mãe de quatro
filhos, porém (no fim) fica triste suplicando por ajuda
pois está à beira da morte. Têm contudo um grande
poder de argumentação.
Era o rei de Portugal, guerreiro
nobre, corajoso, preocupado com filho mas não gosta
do facto de D.Inês casar com o seu filho. Toma a
decisão de matar Inês. Porém ficou emocionado
quando D.Inês (levada pelos algozes) faz o
discurso, mas decidiu ouvir o povo.
Não é muito caracterizado mas mostra-se um Príncipe
teimoso “De outras belas senhoras e Princesas os
desejados tálamos enjeita” (122) por estar
apaixonado, e justiceiro porque depois da morte de
D.Inês fez justiça e matou dois dos algozes.
6. CONTINUAÇÃO
Os algozes caracterizados como
horríficos e
maldosos, férvidos, irosos, pouco
conscientes que vão ser castigados por
D.Pedro.
Murmura e é pertinaz. Grande parte das
suas ideias influenciam D.Afonso IV a
matar D.Inês.
8. ANÁLISE DO EPISÓDIO
INÊS DE CASTRO-
Introdução-(Exposição)
Estrofes :118-119
Conteúdo Nestas estrofes é apresentado uma introdução: após
a batalha do Salado, que venceram, Portugal depara-
se com a triste notícia que D.Inês será morta sendo o
supremo Amor a grande causa. (Texto Lírico).
Recursos Expressivos • “Que do sepulcro os homens desenterra” – (118) –
hipérbole.
• “Como se fora pérfida inimiga”- (119)- comparação.
• “É porque queres, áspero e tirano.” (119)- dupla
adjectivação e personificação.
9. ANÁLISE DO EPISÓDIO
Desenvolvimento
“memórias de alegria”
(Parte do Conflito)
Estrofes :120-121
Conteúdo Nestas estrofes é apresentada a caracterização de
Inês e onde ela se encontrava (Coimbra) e as suas
memórias de alegria. Sabemos que a sua felicidade
não irá durar. “ Que a Fortuna não deixa durar muito,”
(120).
Recursos Expressivos • “Linda Inês,”- (120)- Apóstrofe
• “O nome que no peito escrito tinhas.”-(120)-
Perífrase (D.Pedro)
• “De noite, doces sonhos que mentiam, De dia, em
pensamento que voavam.”(121)-Anáfora, Antítese,
e Personificação
10. ANÁLISE DOS EPISÓDIOS
Reacção do pai de
Pedro- (Parte do
Conflito)
Estrofes :122-123
Conteúdo Nestas estrofes é apresentado a reacção de D. Afonso
IV. Ele, respeitando o povo e as suas opiniões, decide
matá-la: “Tirar ao mundo determina,” (123). As suas
razões são: tem o filho preso por Amor, D.Pedro não
quer casar com mais ninguém, e por o povo murmurar.
Porém, o narrador questiona-se como é possível um
rei tão poderoso (derrotou os Mouros) matar uma
dama delicada. “Contra hua fraca Dama delicada?”
(123).
Recursos Expressivos • “O velho pai sesudo”-(122)-Perífrase
• “Do furor Mauro”-(123)-Sinédoque
• “…fraca Dama delicada?”-(123 5-8)- Pergunta
retórica, Dupla Adjectivação.
11. ANÁLISE DOS EPISÓDIOS
O Dia Fatal- (Parte do
Conflito)
Estrofes :124-125
Conteúdo Nestas duas estrofes, descreve-se o dia em que Inês foi
levada pelos carrascos diante do rei que se sente com
pena. Mas o povo persuade-o e é levada à morte (Dia
Fatal). Caracteriza o seu estado de espírito (“Ela, com
tristes e piedosas vozes, saídas só de mágoa e
saudade”(124) e mostra também toda a sua mágoa, não
por morrer, mas por abandonar os seus filhos. Esta
caracterização é fundamental para o discurso seguinte
de Inês.
Recursos Expressivos • “Tristes e piedosas vozes,”-(124)- Dupla Adjectivação.
• “Do seu Príncipe e filhos”-(124)- Metonímia
• “Avô cruel”-(125)-Metonímia
• A notar: os adjectivos dados aos algozes são todos
negativos e os da D.Inês são todos carinhosos.
12. ANÁLISE DOS EPISÓDIOS
Discurso
de Inês-
(Parte do
Conflito)
Estrofes :126-129
Conteúdo Pede a Afonso IV piedade pois até os animais selvagens a mostraram.
(É desumano matar uma donzela fraca só por causa do amor: aparte
do poeta). Pede para ter em consideração aos seus filhos, netos do
rei, que não tiveram culpa e ficariam órfãos. Acrescenta que se matou
os Mouros por serem inimigos, devia conseguir dar vida aos
inocentes. Pede-lhe para a mandar para sítios como a Líbia “ardente”
ou outro sítio para encontrar compaixão entre os animais, que não
conseguiu encontrar nos humanos “Se neles achar posso a piedade/
Que entre peitos humanos não achei” (130).
Recursos
Expressivo
s
• “A estas criancinhas…” – (127) -(uso de diminutivo)
• “Ó tu,” (127)- apóstrofe
• “a Maura” (est.128,vs.1) – sinédoque
• “Na Scítia fria, ou lá na Libia ardente,” (128) - antítese
• “Onde em lágrimas viva eternamente” (128)-hipérbole
• “Põe-me em perpétuo e mísero desterro,” (128)- modo imperativo e
dupla adjectivação
• “estas relíquias” (est.129,vs.7) – metáfora para os seus filhos
• “Naquele por quem mouro” (129)- perífrase
13. ANÁLISE DOS EPISÓDIOS
Morte de Inês-
(CLIMAX)
Estrofes :130-133
Conteúdo Nestas estrofes narra-se que o Rei se tinha movido com o
discurso de Inês, ponderando a morte dela. Mas mantém a
sua decisão por causa do murmurar do povo português e do
destino “Mas o pertinaz povo e seu destino” (estr.130) .
Consequentemente, os carrascos matam-na “Arrancam das
espadas de aço de fino” e “…os brutos matadores,/ No colo
de alabastrado…” (132). Desabafo do poeta e apelo à
natureza e consequência: o eco nos vales do nome de D.
Pedro (estr.133).
Recursos
Expressivos
• “Qual contra a linda moça Policena (...) Tais contra Inês
os brutos matadores” (estr.131+132, vrs.1) – comparação
• “Brutos matadores” (estr.132,vr.1) – metonímia
• “Aquele que despois a fez rainha” (estr.132,vr.4) –
perífrase
• “férvidos e irosos” (estr.132,vs.7) – dupla adjectivação
• “Ó Sol...” (estr.133,vr.1) / “ó côncavos vales ” (estr.133, vr.
5)
– apóstrofe
14. ANÁLISE DOS EPISÓDIOS
Conclusão- (Desenlace) Estrofes :134-135
Conteúdo Nas estrofes seguintes, compara-se a
morte de Inês com a de uma de uma flor
arrancada antes do seu tempo. Eram
lindas, mas depois ficaram secas e sem
vida “Tal está, morta, a pálida donzela, /
Secas do rosto as rosas, e perdida / A
branca e viva cor, co’a doce vida”
(estr.134). A morte de Inês fez com que as
filhas do Mondego chorassem, e suas
lágrimas transformaram-se criando a
Fonte dos Amores.
Recursos Expressivos • “Assi como a bonina (...) Tal está,
morta, a pálida donzela” (estr.134) –
comparação
• “a pálida donzela” (estr.134,vs.7) –
metonímia
• “As lágrimas choradas transformaram”
(135)- hipérbole
15. ANÁLISE DOS EPISÓDIOS
D. Pedro
(Episódio Extra -
Consequência)
Estrofes :136-137
Conteúdo Nestas estrofes, contemplamos a vingança de D. Pedro para
com os carrascos que assassinaram Inês de Castro. Quando
chegou ao poder, foi logo atrás deles fazendo justiça, “Não
correu muito tempo que a vingança/ Não visse Pedro das
mortais feridas,/ Que, em tomando do Reino a governança,/
A tomou dos fugidos homicidas” (estr.136). Daí foi atribuído o
cognome de O Justiceiro a D. Pedro.
Recursos
Expressivos
• “Que com Lépido e António fez Augusto” (estr.136,vs.8) –
comparação
• “fugidos homicidas” (estr.136,vs4) – metonímia
• “Este castigador” (estr.137,vs1) - metonímia
• “Que o vagabundo Alcides ou Teseu” (estr.137,vs.8) -
comparação
16. HISTÓRIA DA MORTE DE INÊS DE CASTRO
Na verdade histórica, D. Inês é expulsa de Portugal mas depois
regressa a seguir à morte de D. Constança. Inês e Pedro
passam a viver juntos, e o Príncipe, D. Pedro é aconselhado
a casar-se com D. Inês por sua mãe e outros fidalgos, e
mais logo nascem bastardos. D. Pedro começa a envolver-
se com a política castelhana e os portugueses começam a
ficar nervosos com a influência da família de Castro no
trono. D. Afonso IV e fidalgos portugueses acharam que a
melhor solução seria a morte de Inês de Castro. Num dia em
que D. Pedro estava numa caçada, D. Afonso IV, juntamente
com outros fidalgos ,vão a Coimbra matar D. Inês que
implora misericórdia. Inês é decapitada em 7 de Janeiro de
1355.
N’Os Lusíadas, Camões responsabiliza o amor pela morte de
Inês de Castro. Camões escreve que a suprema causa da
morte de D. Inês de Castro foi o amor entre ela e D. Pedro e
que o pai de D. Pedro, D. Afonso IV não queria que eles se
casassem. No episódio de Camões, não é referido a
expulsão do país nem a tensão das relações com D. Afonso
IV. Os cavaleiros arrancam das suas espadas e trespassam-
18. A história de Inês de Castro é o episódio lírico
mais conhecido d’Os Lusíadas.
Apresentação de muitos contrastes e indícios
de tragédia.
Camões conseguiu recriar e interpretar a
história.
19. C A R R A S C O
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P I E D A
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20. Bibliografia:
Pinto Pais, A. Os Lusíadas, Luís de Camões – Edição escolar,
Areal Editores, 5ª ed.
Cabral, A. S. Camões épico – Introdução à leitura de “Os
Lusíadas”, Edições Sebenta.