O documento descreve a anatomia, história, sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento de pseudocistos pancreáticos e neoplasias císticas do pâncreas. Pseudocistos pancreáticos são coleções de líquido que ocorrem como complicação da pancreatite aguda ou crônica, enquanto neoplasias císticas incluem tumores epiteliais primários e secundários do pâncreas. O diagnóstico é feito principalmente por imagem e o tratamento varia desde observação até drenagem cir
2. Geral
Mencionado pela 1 vez: (310-250 a.C) – Eristratos
Nome: Rufus de Ephesus (100 a.C)
pan: todo kreas: polpa ou carne (pois não continha
ossos ou cartilagens)
Ducto principal: Wirsung em 1642
3. Anatomia
Posterior ao estômago e omento menor no
retroperitôneo do abdome superior
Anterior à veia cava inferior, aorta, veia esplênica e
glândula adrenal esquerda
Regiões
Divide-se em quetro: cabeça/processo uncinado, colo,
corpo e cauda
4.
5. Anatomia
Vascularização: tronco celíaco e mesentérica superior –
suprimento arterial
Corpo e cauda: ramos da artéria esplênica
Cabeça e o processo uncinado: arcadas(ramo hepático
e gastroduodenal do tronco celíaco e do primeiro ramo
da a. mesentérica superior
Veias:
Esplênicas, mesentérica superior e porta
6. Anatomia
Inervação:
Componentes simpáticos e parassimpáticos
Via principal e possivelmente a única, para a dor
pancreática: fibras nociceptivas que nascem no
pâncreas. Passam através do gânglio celíaco, para
formar os nervos esplâncnicos maior, menor, e
mínimo, que transmitem a corpos celulares na cadeia
simpática torácica.
7. Introdução
As lesões císticas do pâncreas:
- pseudocistos inflamatórios (80% a 90%)
- neoplasias císticas (10% a 15%)
8. Pseudocisto pancreático
Mais de 90% de todas as lesões císticas
Fundamentos do diagnóstico:
Dor e massa epigástrica
Febre branda e leucocitose
Elevação persistente da amilase sérica
Cisto demonstrado por US ou TC
São coleções encapsuladas de líquido com altas
concentrações enzimáticas que se originam do
pâncreas
9.
10. Pseudocisto pancreático
Localizam-se dentro ou adjacentes ao pâncreas no saco
menor
Paredes: formadas por fibrose inflamatória das
membranas peritoneais, mesentéricas e serosas, as
quais limitam a disseminação do suco
Pseudo indica a ausência de um revestimento epitelial,
quanto os cistos verdadeiros são revestidos por epitélio
Ocorrem como complicações da pancreatite aguda
grave ou em pacientes geralmente alcoolatras, ou
vítimas de traumas (obstrução do ducto e formação de
cisto de retenção)
12. Pseudocisto Pancreático
Sinais e sintomas:
Deve-se suspeitar: quando há falha na recuperação do
paciente com pancreatite aguda após 1 semana, ou,
quando após melhora os sintomas reaparecem
Facilidade da TC: raramente aparecem sinais clíncos
específicos; pela facilidade de fazer diagnóstico no
início
Primeira manisfestação: massa palpável dolorosa no
epigastro
A massa pode diminuir, mas quando persiste, aumenta
as chances de haver um pseudocisto
13. Pseudocisto Pancreático
Em outros casos: o pseudocisto desenvolve-se de
maneira incidiosa, sem uma crise evidente de
pancreatite aguda
Independente do tipo de fase prodrômica, a dor é o
achado mais comum
Febre, perda de peso, hipersensibilidade e massa
palpável estão presentes em aproximadamente metade
dos pacientes
Icterícia: obstrução do segimento intrapancreático do
ducto biliar
14. Pseudocisto Pancreático
Laboratório:
Amilase sérica elevada e a leucocitose estão presentes
em quase metade dos pacientes
Quando existentes os níveis elevados de bilirrubina
refletem a obstrução biliar
Pacientes com pancreatite aguda cujas amilases
permanecem elevadas por até 3 semanas, 50% terá
pseudocisto
15. Pseudocisto Pancreático
Estudos por imagem:
TC: exame de escolha
percebe-se o tamanho e o formato do cisto e sua
relação com outras vísceras
Pseudocisto agudo: irregulares
Pseudocisto crônico: circulares
Ducto pancreático aumentado: pancreatite crônica
Ducto biliar comum dilatado: obstrução biliar
16. Pseudocisto Pancreático
A vesícula biliar deve ser estudada por US para
pesquisar cálculos
US: acompanha alterações do tamanho de um
pseudocisto agudo já imageado por TC
Resumindo: o amplo uso de imagens sensíveis no
diagnóstico da doença pancreática, faz com que esses
cistos sejam achados pequenos e assintomáticos. A
história natural destas lesões subclínicas é benígna, e
não exige indicação para o tratamento operatório
profilático
17.
18. Diagnóstico diferencial
Abscesso pancreático
Fleimão pancreático agudo
Raramente o pseudocisto vai causar perda de peso, icterícia
TC mostra a lesão cheia de líquido, o que ajuda para o
diagnóstico correto
Cistos neoplásicos: cistadenomas ou cistadenocarcinomas
– 5% dos casos
Podem sem indistinguíveis do pseudo no período pré-
operatório
Dagnóstico correto pode ser feito a partir do aspecto
macroscópico + biópsia
19. Complicações
Infecção – rara. Febre alta, calafrios e leucocitose
É necessário drenagem. Algumas podem ser feita por
ceteter percutâneo
Ruptura – peritonite química grave, com rigidez abdominal
e dor intensa. Tto: cirurgia de urgência. Menos de 5% dos
casos, podendo ser fatal
Hemorragia – o sangramento pode acontecer para dentro
da cavidade cística ou de víscera adjacente. Ocorre massa
abdominal crescente com anemia. Se houve erosão para o
estômago pode ocorrer hematêmese, melena. Pode ocorrer
choque
Tto: arteriografia e embolização. Se não sucesso da
embolização, cirurgia de urgência
20. Tratamento
Indicações: melhorar sintomas e evitar complicações
Na ausência de sintomas ou de evidências
radiográficas de aumento : controle expectante
Podem-se resolver de maneira expontânea(40%)
Drenagem externa: pacientes criticamente doentes ou
quando a parede cística não amadureceu para
anasmotose com outros órgãos. Faz-se sutura de um
tubo calibroso dentro da luz do cisto e a extremidade é
exposta pela parede abdominal
21. Tratamento
Drenagem interna: o método preferido de tratamento
cistojejunostomia
cistogastrostomia
cistoduodenostomia
Drenagem não operatória: cateter percutâneo colocado
dentro do cisto guiado por US.
Melhor para pseudocistos infectados
Modalidade primária de terapia em alguns centros
22.
23. Prognóstico
Recidiva: 10%
Recidiva é mais frequente após drenagem externa
Hemorragia pós-operatória grave, a partir do cisto,
raramente acontece
Maioria dos casos o tratamento cirúrgico não é
complicado e soluciona
Muitos pacientes experimentam mais adiante a dor
crônica como manifestação da pancreatite crônica
subjacente
24. Neoplasias Císticas
As neoplasias císticas são lesões que, por definição,
não se comunicam com o ducto pancreático principal e
apresentam revestimento epitelial característico. Estas
lesões constituem cerca de 1% de todas as neoplasias
pancreáticas.
25. Neoplasias Císticas
Subdivididas em dois grupos de tumores:
- císticos primários: neoplasias epiteliais e incluem o
cistoadenoma seroso, o cistoadenoma mucinoso, a
neoplasia mucinosa intraductal papilífera, a neoplasia
epitelial pseudopapilar sólida e as neoplasias
mesenquimais (linfangiomas e teratomas)
- tumores com degeneração cística secundária:
neoplasias exócrinas pancreáticas sólidas
(adenocarcinoma ductal) e as endócrinas (tumores das
células das ilhotas)
26. Neoplasias Císticas
Os mais comuns são o cistoadenoma seroso, a
neoplasia cística mucinosa e a neoplasia mucinosa
papilar intraductal.
O cistoadenoma seroso é quase sempre benigno, as
outras lesões apresentam alto grau de malignidade
Geralmente são assintomáticos, até que se tornem
muitos grandes, causando dor abdominal, perda de
peso e massa palpável.
27. Diagnóstico
O aprimoramento tecnológico contínuo dos métodos
de imagem têm permitido identificar, numa fase
subclínica e de forma mais freqüente, lesões
pancreáticas pequenas, quando a maioria dos
pacientes é assintomática e não relata história prévia
ou presente de doença pancreática.
28. Diagnóstico
Inicialmente é feito pelo aspecto tomográfico: lesões
mucinosas tem espaços macrocísticos e o
cistoadenoma seroso se manifesta radiologicmante por
múltiplos e pequenos cistos;
Pode-se solicitar também um US endoscópico seguida
de aspiração de líquido cístico com análise citológica e
marcadores tumorais (como o CA 19-9 e o CEA)
32. Tratamento
As lesões mucinosas devem ser sempres ressacadas
cirurgicamente;
Os cistoadenomas serosos podem ser apenas
acompanhados (se forem assintomáticos e não
apresentarem crescimento)