Doidinho é o segundo romance do ciclo da cana-de-açúcar de José Lins do Rego. Narra a história de Carlos de Melo, apelidado de Doidinho, que é enviado para um colégio interno rigoroso em Itabaiana onde sofre castigos físicos e passa fome. Eventualmente, consegue fugir do colégio e retornar para seu engenho natal, Santa Rosa.
1. Universidade Estadual de Goiás
Câmpus São Luís de Montes Belos
Discentes: Priscila Hilária de Souza
Sara Souza Nunes Silvestre
Disciplina: Literatura Brasileira III
Docente: Renata Simião
Letras – 4º ano
4. "Não gosto de trabalhar, não fumo, durmo com muitos
sonos e já escrevi 11 romances. Se chove, tenho
saudades do sol; se faz calor, tenho saudades da
chuva. Temo os poderes de Deus, e fui devoto de
Nossa Senhora da Conceição. Enfim, literato da
cabeça aos pés, amigo dos meus amigos e capaz de
tudo se me pisarem nos calos. Perco então a cabeça e
fico ridículo. Afinal de contas, sou um homem como os
outros e Deus permita que assim continue." Esta é a
auto-descrição de José Lins do Rego, considerado um
dos maiores ficcionistas da língua portuguesa.
5. Nasceu em 1901, na Paraíba. Em 1919 ingressou na faculdade
de direito do Recife. No ano seguinte, passou a escrever uma
coluna literária para o jornal "Diário do Estado da Paraíba". Em
1924 formou-se e, no ano seguinte, casou-se com Filomena
Masa Lins do Rego, com quem teve três filhas. Em 1925, Lins
do Rego assumiu o posto de promotor público na cidade de
Manhuaçu, em Minas Gerais, mas no ano seguinte mudou-se
para Maceió, onde começou a trabalhar como fiscal de bancos,
cargo que ocupou até 1930.
Dois anos depois, José Lins do Rego publicou seu primeiro
livro, "Menino de Engenho". Custeado com seus próprios
recursos, o livro recebeu críticas favoráveis e tornou-se um
grande sucesso. No ano seguinte, publicou um segundo
romance, "Doidinho". A partir daí, o editor José Olympio lhe
propôs uma edição de dez mil exemplares para o terceiro
romance. José Lins do Rego tornou-se um escritor de prestígio,
estimado pelo público.
6. Passou a publicar um romance por ano: em
1934, "Banguê"; em 1935, "O Moleque
Ricardo"; em 1936, "Usina"; em 1937, "Pureza";
em 1938, "Pedra Bonita"; e em 1939, "Riacho
Doce".
A obra de José Lins do Rego, bastante
conhecida, foi adaptada para o teatro, o cinema
e televisão. Em 1956 Lins do Rego publicou
"Meus Verdes Anos", um livro de memórias. No
ano seguinte morreu de um problema hepático,
aos 56 anos, no Rio de Janeiro.
7. Tempo
Doidinho, romance autobiográfico de José Lins do Rego, foi publicado
em 1933, e é o segundo livro do “Ciclo da Cana-de-Açúcar”. É narrado
no tempo linear.
A técnica de narração usada nesta obra por José Lins para denunciar os
problemas sociais da época segue, de certa forma, o caminho inverso
de Menino de engenho. Em Doidinho, o próprio narrador encontra-se
inserido dentro de um sistema injusto e opressor, sentindo na pele as
suas consequências. Já na primeira obra, ele é apenas um denunciador
das injustiças sociais vividas pelos pobres do engenho. O colégio como
um todo, o diretor, os alunos e funcionários são a representação de uma
sociedade injusta e repressiva contra a qual o protagonista se opõe. O
título do livro é apelido que Carlos Melo adquirira e narra suas
experiências da personagem quando internado em um colégio severo.
Carlos é enviado para um internato e lá encontra um universo regido
pela palmatória e pela injustiça, num romance que lembra O ateneu, de
Raul Pompéia.
8. Personagens
Carlos de Melo, o Doidinho, que é a personagem principal;
O avô de Doidinho, Coronel Zé Paulino;
Maciel, diretor e professor do colégio;
Maria Luísa, a amada de Doidinho;
As alunas Lisette, Maria de Lourdes, Guiomar e Elza;
Os novatos Clóvis e Elias;
O aluno Pedro Muniz, que roubou a namorada de
Doidinho;
O melhor amigo de Doidinho José João, o "Coruja“.
9. Enredo
Publicado em 1933;
“Ciclo da cana de açúcar”;
De Santa Rosa para o I.N.S.C. –
Instituto Nossa Senhora do Carmo;
“O colégio de Itabaiana criara fama pelo
seu rigorismo.”
10. Castigos (palmatórias)
“Foi pior. A língua não me ajudava.
Quando vi foi ele com a palmatória na
mão.”
Carlinhos Carlos de Melo
“Agora, Carlos de Melo. Parecia que era
outra pessoa que eu criara de repente.
Ficara um homem.”
11. Apelido
“Fazia um mês que eu chegara ao colégio.
[...]O meu nervoso, a minha impaciência
mórbida de não parar em um lugar, de fazer
tudo às carreiras, os meus recolhimentos,
os meus choros inexplicáveis, me
batizaram assim pela segunda vez. Só me
chamavam de Doidinho. E a verdade é que
eu não repelia o apelido.” [...] o Coruja, Pão
Duro, o Papa-Figo.”
12. Aurélio e Carlos de Melo eram “os
esquecidos”
“Uma vez, numa terça-feira, me
encontrei sozinho com Aurélio, no
colégio. Todos haviam saído.”
A carta
“_ Eu queria que você escrevesse uma
carta lá pra casa, Coruja.”
13. Aprendizado
“O velho Maciel tinha razão. Em pouco
tempo adiantara-me bastante.”
Religiosidade
“ O padre Fileto viera pedir ao diretor
para levar os colégio às práticas.”
14. Meninas (externas)
“Lisette, Maria de Lourdes, Guiomar,
Elza, Tatá, e uma que me fazia as horas
das aulas correrem depressa. [...]
Chamava-se Maria Luísa.”
A primeira carta de amor
“Maria, terça-feira passei por sua porta,
vi você com sua mãe”.
15. Religiosidade
“Davam-se as lições de religião no
mesmo jeito com que no engenho
ensinavam aos papagaios.
_ Papagaio real, veio de Portugal, dá-me
um beijo, meu louro!”
“[...] nem parecia um dia de abril [...]. O
colégio levantara-se mais cedo para os
preparativos da primeira comunhão.”
16. Férias de Semana Santa
“No trem da Paraíba foram-se Vergara,
José Augusto, os filhos do Simplício
Coelho. No de Recife, Heitor. Coruja no
de Campina Grande. Despediu-se de
mim de olhos umedecidos. Só eu sabia
que não voltava mais.”
17. Fome
“Ficava com raiva da igreja, de Deus, de
todo o mundo, quando a forme me
apertava. Nunca sentira fome. Ali no
colégio, fora experimentar pela primeira
vez a agonia de um estômago vazio num
corpo são.”
Não tinha palmatória, mas tinha o jejum
18. Limpeza
“Tanto luxo com os móveis e a casa, e
no entanto nos deixava na maior
imundície.”
Paula
“A negra Paula tinha sempre um menino
preferido para os seus agrados.”
19. Retorno dos outros
“Pareciam outros: oito dias voltavam
gordos e queimados.”
“O pai doido e a tia doida. O meu pai no
asilo e o meu nome Doidinho.”
Rotina volta como era antes do feriado;
Elias do Riachão (ovelha negra);
20. Pedro Muniz ( o concorrente – Maria
Luísa)
“Nunca ouvi bolos soando melhor aos
meus ouvidos. [...] O amor nos ensinava
a ser ruins.”
A volta de José João (Coruja);
Pão Duro e Clóvis;
21. Férias no engenho
“Voltei para a casa-grande com a satisfação
de haver entrado na posse dos meus
domínios.”
“Saí das leituras galantes para alegre
camaradagem da natureza.”
Carta de José João (Coruja);
Dia de S. Pedro;
Retornando para o colégio;
22. Morte de Aurélio (Papa-Figo);
Vovó Galdina morre;
No dia da parada (7 de setembro), todos
saíram para o desfile, nesse momento
Carlos de Melo começou a sentir
saudades de casa e conseguiu fugir.
24. Tipo de romance
Romance de tensão crítica: o herói
resiste às pressões da natureza e do
meio social
25. Referências
Rego, José Lins do, 1901-1957. Romances reunidos e
ilustrados, 2: Doidinho/José Lins do Rego. 25. ed. – Rio de
Janeiro: J. Olympio, 1983. 1. Romance brasileiro I. Título II.
Título: Doidinho.
BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. 2ª
Edição. São Paulo: Editora, 1978.
<http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/13085
08 > acesso em 29/05
< http://www.passeiweb.com/estudos/livros/doidinho > acesso
em 29/05