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DEPENDENCIA QUIMICA: ACAO PEDAGOGICA
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO I
PROF. DR. DIMAS LUCENA
Dependência Química
A ação pedagógica
ANALUIZA BORGES
ANGELAMARIA
FLAVIAPESSOA
LUCIANA
PRISCILLA FALCÃO
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SUMÁRIO
Apresentação
Dependência Química
Definição do que é a dependência química.
Doença da família
Como o uso da droga afeta também os familiares, codependencia.
Situação atual no Brasil
Dados e informações sobre o uso das drogas no país.
Necessidade da Ação Pedagógica
Constatação acerca da necessidade de tais pratica.
Ação Pedagógica
Como realizar as ações com crianças, jovens e a comunidade.
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APRESENTAÇÃO
Este trabalho tem como objetivo falar sobre a ação pedagógica acerca da dependência
química. Ao realizarmos a pesquisa e tomarmos conhecimento da dimensão infindável de
discussões sobre o assunto, fez se necessário falar da dependência em si. Sua definição ainda
é bastante discutida mas o maior consenso que encontramos foi de que trata se de uma
doença. A doença do milênio, uma epidemia. Abordamos então uma definição mais ampla que
abrange um pouco de todas as definições que encontramos, falamos da segunda doença
gerada a partir dela, a Codependência, a doença da família e por fim o impacto dessa doença
em nossa sociedade. Fica evidente abordar esses três aspectos para que fique clara a
dimensão da necessidade de ações pedagógicas a fim de combater o uso das drogas e
prevenir que mais jovens sucumbam a ideia equivocada de que certas drogas não fazem mal
ou mesmo de que é possível controlar o poder da droga sobre si.
Enfim, após abordar tais aspectos encontramos alguns conceitos, a necessidade de tais ações
e formas mais assertivas de promovê-las em escolas e comunidades. O envolvimento a
comunidade em torno da escola é de extrema importância para eficácia de ações pedadogicas
com crianças e jovens.
DEPENDENCIA QUIMICA
“A dependência química ou física é uma condição orgânica que nasce da utilização
constante de certas drogas psicoativas, as quais consequentemente provocam o
aparecimento de sintomas que envolvem especialmente o Sistema Nervoso Central, o
qual se torna dependente de uma dada substância, sofrendo assim os efeitos de uma
abstinência repentina e prolongada. O uso abusivo do álcool, de drogas consideradas
ilegais e da nicotina pode gerar esta reação corporal.
A dependência é distinta do vício, que leva o usuário ao consumo excessivo e
compulsivo da droga, gerando uma conexão psíquica mais profunda, uma ligação
patológica com as substâncias utilizadas. “Mas a sujeição química também é uma
enfermidade, que exige tratamento eficaz e muitas vezes urgente.”
- Definição de acordo com site Infoescola
(http://www.infoescola.com/saude/dependencia-quimica/) feito por Ana Lucia
Santana, Mestre em Teorias Literárias pela USP.
DOENÇA DA FAMILIA
De acordo com dados das Nações Unidas, a cada 1 usuário no mínimo 4
pessoas ligadas a ele são afetadas por seu uso. Em geral, são familiares: pais,
mães, irmãos, cônjuges, filhos, namoradas/os. A dependência pode e é tão
devastadora para quem cerca os usuários quanto para eles mesmos.
Nos anos 70, originou se o termo codependente que abrange as pessoas
ligadas e afetadas pelo dependente. A Codependência é definida como uma
doença emocional e comportamental que pode e tende a evoluir para outras
doenças como depressão, hipertensão, diabetes, etc. A dependência é uma
doença progressiva e o codependente progride juntamente.
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A doença evolui em 4 estágios: a negação, momento em que tensão pelo que
está acontecendo com o dependente gera nos codependentes o
comportamento de negar o que está havendo. Então ele passa a não falar do
assunto e agir como se não houvesse um problema em andamento. No
segundo estagio surge a preocupação extrema e o codependente reage ao
dependente tentando controlar seu uso, mas mantém o segredo familiar quanto
a condição do mesmo. No terceiro estagio, comumente surge a inversão de
papeis já que o codependente passa a assumir as responsabilidades do
usuário e agindo como um facilitador da doença, tirando dele a percepção das
consequências do seu uso. No quarto estagio, vem a exaustão emocional e é o
momento que a família tende a se distanciar e desistir do usuário e da se o
afastamento e desestruturação familiar. Nesse momento toda família se
encontra doente, os familiares deixam de praticar atividades juntos, deixam de
se conectar emocionalmente todo cerne da vida deles gira em torno do usuario
e suas consequências, fazendo com que vivam em profundo sofrimento.
O tratamento psicológico é necessário para todos afim de que reestruturem
suas vidas pessoais e familiares. E embora em cada família os estagios podem
ocorrer de forma diferenciada, o resultado, a desestruturação e doença dos
familiares ocorre para todos.
Hoje, assim como para os dependentes, existem diversos grupos de auto ajuda
como Amor Exigente, Naranon e Alanon.
SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL
Segundo estudo feito entre 2012 e 2013 pela Unifesp e coordenada pelo
psiquiatra, Ronaldo Laranjeiras, o Brasil tem em média 8 milhões de usuários
dependentes de alguma droga como cocaína, maconha ou álcool. A pesquisa
foi feita a partir de entrevistas com familiares de usuários reclusos para
reabilitação. Um dos dados aponta que para cada 1 usuário, 4 pessoas
vinculadas a ele são diretamente afetados por sua dependência. Em
comparativo a pesquisas anteriores se constatou que o uso teve aumento na
população feminina e que 27% dos usuários homens com menos de 30 anos já
entraram em situação de agressão física em decorrência do efeito das drogas.
A maconha é utilizada por cerca de 10% dos jovens no país e seu uso tem
aumentado e se regularizado devido ao mito de que a droga não faz mal, mas
estudos apontam cada vez mais para uma série de problemas gerados desde a
redução no rendimento escolar até doenças psiquiátricas como psicose e
depressão.
A cocaína durante muitos anos foi uma droga de acesso ás elites devido ao
seu alto custo, mas nos últimos 30 anos isso tem mudado em consequência da
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popularização e baixo custo. No entanto o uso dessa droga tem reduzido
novamente, mas em consequência do aumento do uso de crack.
Hoje estima se em torno de 600.000 usuários de crack no país. Segundo
relatório das Nações Unidas o Brasil é um dos poucos países aonde o
consumo dessa droga vem aumentando. E a fragilidade do nosso sistema de
tratamento para esses usuários não contribuí para que entre em real processo
de tratamento. Hoje a taxa de mortalidade pelo uso do crack é maior do que a
de doenças cancerígenas.
NECESSIDADE DA AÇÃO PEDAGOGICA
Desde o século 19 já são promovidas ações de combate ao uso da
droga/álcool. De acordo com o período, país e movimento, as ações eram
feitas com abordagens diferenciadas. O primeiro grande movimento que temos
conhecimento é conhecido como Movimento de Temperança. Estes grupos
centravam se nas criações de ‘’casas de sobriedades’’ para aqueles que
desejassem parar de beber, no século 19 o combate massivo era contra o
álcool apenas. Pregavam a abstinência alcoólica de porta em porta, palestras e
panfletagem. O maior movimento de temperança que conhecemos é o norte
americano que culminou numa mudança legislativa e gerando assim a Lei
Seca. As escolas não eram alvo desse combate antialcoólico. Desde esse
período onde o abuso do álcool já dava sinais negativos na sociedade, se
pensa e age em função de ensinar sobre o uso e suas consequências, a
necessidade de ajudar pessoas a se afastarem do consumo exagerado ou
mesmo que optassem por não aderir a esse consumo.
É necessário mais do que nunca que grupos e movimentos para prevenção ao
uso de drogas sejam implantados para trabalhar em empresas, repartições e
escolas. É necessário que a ação seja bem planejada e efetiva, pois o mau
direcionamento de tais iniciativas podem inclusive gerar mensagens não muito
claras e até mesmo despertando o interesse, principalmente do jovem, quando
a mensagem não fica evidentemente clara.
Hoje muito se fala no Brasil dos filhos do crack, uma nova geração filha de
dependentes químicos que ficam relegadas uma vez que um ou os dois pais
estejam imersos em seus vícios. Jovens que são expostos a violência verbal e
física no lar, que presenciam brigas, vivem em situações de vulnerabilidade
socioeconômicas e tudo isso contribui para o interesse a droga, o interesse ao
conhecido. E por isso as ações pedagógicas a fim de esclarecer o que é a
dependência química e os malefícios do uso da droga se fazem tão
importantes. É o esclarecimento que pode determinar uma escolha negativa de
um jovem diante da oportunidade do uso.
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AÇÃO PEDAGOGICA
Para iniciar uma ação pedagógica eficaz é preciso inicialmente determinar
diretrizes e métodos que se adequem e expliquem de forma objetiva ao
individuo e a sociedade o problema real causado pelas drogas. É preciso
observar, principalmente no meio escolar, a abordagem do tema de acordo
com as fases e idades para que crianças e jovens assimilem o conteúdo da
ação. É preciso também trabalhar a comunidade para que fortaleça nos
adultos, jovens e crianças a mensagem real dos malefícios do uso das drogas.
De forma objetiva, temos as ações especificas que devem abranger a
disseminação da informação, pois esta será a base para criar atitudes e
consolidar comportamentos e valores. Nesse primeiro momento é preciso
estabelecer como as informações serão passadas, criando se palestras e
materiais informativos, estes voltados diretamente para dizerem o que são as
drogas, o mau real causado por seu uso, apresentar dados de pesquisas sobre
a dependência: quantidade estimada de usuários, quantos sobrevivem após
processo de tratamento, quantos morrem e dados de criminalidade envolvendo
a droga. Tudo isso para que fica de forma clara e objetiva o alcance da doença
dos que se desenvolvem a dependência. São necessárias ações que abordem
questões de saúde, orientações de como adquirir hábitos saudáveis desde a
alimentação, higiene pessoal, pratica de exercícios. Ações que valorizem o
cuidado e qualidade de vida.
Por si só a informação não gera resultado é necessário que os planos de ação
sejam cuidadosamente abordados de acordo com a comunidade. Para isso é
preciso identificar as condições sociais, se já existe o uso e quais são os
fatores que levam os indivíduos daquela sociedade a ele.
Na abordagem infantil onde não é possível falar abertamente sobre droga já
que não há conhecimento e entendimento por parte das crianças, a ação de
reforço a saúde, como higiene pessoal, o que faz bem ou não a saúde poderá
ensinar novos comportamentos e consolidá-los, criando o entendimento sobre
o que fazer para se viver bem.
Com os jovens existe ainda a questão de ensinar a dizer não. Uma fase onde o
individuo busca sua identidade e sofre grande influencia externa em suas
escolhas, fortalecer que dizer não a droga, não é algo vergonhoso, que ele não
será excluído da ‘’sociedade’’ se não fizer esta escolha. A educação e
entendimento de que o não será benéfico. Educar para que ele entenda que a
droga faz mal e seu uso irá gerar consequências graves que irão modificar e
limitar sua vida. É preciso promover debates com estes, para que além de ouvir
a informação possam questioná-la e assimilar de forma assertiva.
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Hoje em nossa sociedade muito se fala e diversos órgãos se envolvem em
ações educativas. A policia, as escolas, órgãos não governamentais e também
grupos de autoajuda como Narcóticos Anônimos, Alcoólicos Anônimos e suas
variações para crianças e jovens, Narateen e Alateen. Infelizmente ainda não
atingem todas as cidades e comunidades, o que nos faz ainda perder muitos
jovens para as drogas. É preciso que ações sejam realizadas em mais locais e
cada vez mais cedo para que o alcance pedagógico, o conhecimento sobre a
questão atinjam mais pessoas.
Ações inespecíficas devem ser voltadas a temas mais abrangentes, mas que
podem ser causa da motivação ao uso quando não bem resolvidas, como:
sexualidade, família, bem estar social, escolha de profissões, e apresentar
opções de lazer, escola, grupos. Principalmente na juventude tais questões
podem gerar ansiedade e sentimentos de exclusão que podem gerar o
interesse do uso da droga como fuga.
Bibliografia:
http://www.antidrogas.com.br/mostrasosvida.php?c=52
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/12/28-milhoes-tem-
algum-familiar-dependente-quimico-diz-pesquisa.html
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=9068
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
29702014000200010
http://tcc.bu.ufsc.br/Ssocial288588.PDF