1. O documento discute o uso do crack como um problema social que afeta todas as regiões do Brasil, não apenas as grandes metrópoles.
2. Fatores sociais como pobreza, desemprego e exclusão contribuem para o uso crescente de crack. Isso afeta usuários de todas as classes sociais.
3. O crack traz graves consequências para a saúde mental e física dos usuários e causa o rompimento de laços familiares e sociais.
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Oghislayne Corrêa Mota
Uso do crack: Um problema social restrito às metrópoles?
Trabalho apresentado para
avaliação na disciplina de
metodologia científica,
antropologia, formação social,
política econômica do Brasil,
acumulação capitalista e
desigualdade social. do curso
de serviço social, da
Universidade Norte do Paraná,
ministrado pelo professores:
Clarice da Luz, Mariana de
Oliveira, Gleiton Lima, Rosane
Aparecida, supervisionado pela
tutora: Kleila Cristina Coutinho
da Silva.
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1 Resumo
Este artigo apresenta o resultado da pesquisa que teve como temática “O uso
do Crack, um problema social restrito às metrópoles?” Objetivou identificar
quais as expressões da questão social que desencadeiam a grande demanda
de usuários de crack e em segundo momento analisar como ocorre
o trabalho em rede entre as diferentes políticas públicas. Utilizou-se como
procedimentos metodológicos a pesquisa qualitativa, ancorada no método
crítico dialético. Mas essa falta de estatística é uma realidade nacional,
ademais essa realidade atinge todos os usuários de diferentes classes sociais
que possuem tempo ocioso e que os laços de convivência familiar estão
rompidos, principalmente com a ausência paterna.
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2 INTRODUÇÃO
O objetivo desse trabalho é possibilitar a sociedade compreender que o uso do
Crack esta presentes em todas as Regiões do Brasil, tantos nos grandes
quanto nos pequenos municípios, e que o mesmo representa um grave
problema social que precisa ser enfrentado não apenas pelo Poder Público,
mais por toda sociedade.
Cerca de cinco vezes mais potente que a cocaína, sendo também
relativamente mais barata e acessível que outras drogas, o crack tem sido cada
vez mais utilizado, e não somente por pessoas de baixo poder aquisitivo, como
vem ocorrendo há alguns anos. Ele está, hoje, presente em todas as classes
sociais e em diversas cidades do país.
A droga atinge grave e diretamente a saúde física e mental dos usuários.
Mais que isso, e de forma muito rápida, debilita laços familiares e relações
sociais. Nesta medida, constitui indiscutível fator de aumento das taxas de
criminalidade, violência e outros problemas sociais. o assistente social devem
abranger ainda o trabalho preventivo, pois a prevenção cria espaços para que
os usuários não entrem em situação de risco. Faz-se necessário que o
assistente social disponha do seu saber técnico a serviço da população,
envolvendo os usuários, as famílias e toda a comunidade em uma mesma
perspectiva. No seu campo de atuação o assistente social deve desempenhar
seu trabalho com a visão voltada para o ser social, tendo competência de
propor mudanças e obter respostas profissionais.
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3 DESENVOLVIMENTO
Em meados dos anos 80, uma nova droga surgiu. Devido ao seu baixo
custo, rápido e intenso, o crack rapidamente ganhou popularidade entre seus
usuários, especialmente nas áreas urbanas mais pobres.
O uso de crack, no Brasil, vem crescendo de modo avassalador, sendo a
maioria de seus usuários do sexo masculino.
O problema do crack tem assolado nossas famílias e tem deixado a
sociedade em pânico diante do problema e diante das poucas ações que
deveriam ser travadas pelo Poder Público em relação ao problema. A situação
em questão atinge frontalmente os jovens que ao mergulharem no vício terão
em pouco tempo a vida destruída pelos efeitos da droga ou pela violência
associada ao tráfico e ao processo de geração de marginalidade ou inclusão no
mundo do crime. A constatação imediata de que o problema tem de ser
enfrentado pelo Poder Público e pela sociedade é iminente, pois é urgente que
sejam tomadas providências fortes que estão relacionadas com a própria
estrutura da sociedade.
A melhor forma de prevenção contra as drogas é a informação. Esta deve
ser clara, objetiva e fundamentada cientificamente. A prevenção passa por toda
a sociedade, nelas estão incluídas escolas, famílias, poder público,
organizações não governamentais, etc.
A luta contra o crack. É um problema de toda a sociedade. Caracterizamos o
problema do crack como complexo, pois envolve diversos setores da
sociedade, como família, escola e poderes públicos.
Um fator importante para o consumo de a droga ter se alastrado por todo o
país é a nossa cultura do consumo desenfreado. Neste modo de vida, a
felicidade se mede pela quantidade de produtos que uma pessoa consome.
Usar uma substância psicoativa é um ato individualista, na busca do prazer. O
indivíduo usaria drogas, substituindo o prazer de estar com outras pessoas ou
o de estar produzindo algo, por exemplo. Proporciona um prazer rápido e
passageiro, em um modo de vida imediatista. O efeito do crack acontece em
cinco segundos após o consumo e tem curta duração.
O consumo de crack interfere diretamente no aumento da criminalidade e
violência.
O uso e abuso de substâncias transformou-se em um grave problema de
saúde pública em praticamente todos os países do mundo. Está altamente
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associado com comportamentos violentos e criminais, como acidentes de
trânsito e violência familiar.
Os fatos criminosos em todas as partes e em todos os lugares do país, as
desagradáveis consequências na área policial, educacional, saúde, social e
familiar e o degredo causado pelo crack, comprovam que essa droga trouxe
malefícios sem precedências para a nossa sociedade. O crack mata os sonhos
das pessoas, aniquila o futuro de tantas outras e aumenta a criminalidade em
todo canto que se instala.
Em virtude do dependente do crack pertencer em grande maioria à classe
pobre ou média da nossa sociedade e assim não dispor de dinheiro para
manter o seu vício, então passa ele a prostituir-se em troca da pedra ou de
qualquer migalha em dinheiro, a se desfazer de todos os seus pertences e a
cometer furtos em casa dos seus pais, dos seus parentes,
3.1 DESENVOLVIMENTO
Voltando ao tempo e mais precisamente ao ano de 1903 fica clara a relação
que a reforma excludente praticada no início do século passado contribuiu no
processo de criação desse cenário, traçadas pelos engenheiros e urbanistas a
serviço de Pereira Passos a expansão do grande centro do Rio de janeiro
copiando a expansão de Paris. Nesse período inúmeros moradores do Centro
receberam ordens de despejo, e seus cortiços foram postos abaixo para a
construção de avenidas, praças e novos edifícios. Colocando a classe carente
para se alojar em locais de péssimas condições de higiene e moradia,
aglomerando-se uns aos outros e limitando ainda mais a socialização geral,
favorece ao indivíduo a estimar-se ainda menos, sentir-se excluído e buscar
em outros meios a forma de parecer forte e poderoso como nos casos dos
morros e sua luta pelo poder local através do tráfico e utilizando-se de meios
de violência e terror. Não estamos aqui justificando a violência ou o tráfico de
drogas , mas mostrando que por de trás deste cenário existem diversos fatores
que colaboraram com tal efeito e a história nos mostra alguns indicadores que
nos ajudam a compreender o sistema de coisas e nos leva a refletir sobre as
ações e suas consequências em curto e longo período de tempo. As famílias
por sua vez sofrem as consequências do uso da droga junto com o usuário e
acaba por acentuar ainda mais as dificuldades entre si. O usuário se afasta do
círculo familiar e de amizades, passando a isolar-se, isso leva as relações
familiares a se fragmentar e se não for alicerçada por coragem e ajuda
profissional o viciado pode dar mais espaço as drogas. O apoio incondicional
da família no sentido de enfrentar a situação e buscar ajuda médica junto ao
usuário são indispensáveis para sua recuperação e reintegração ao meio
social. A psicóloga Raquel Barra, da ONG Lua Nova explica que, Em relações
frágeis, o uso do crack acaba potencializando a fragilidade e acentuando ainda
mais as dificuldades que já existiam”, diz. Portanto as relações familiares vão
se prejudicando se não houver um alicerce, pois o usuário muitas vezes quer
deixar o vicio, mas no entanto não tem o apoio dos familiares, para um novo
recomeço na vida. A família apesar de fragilizada precisa reagir diante da
circunstância, não culpar-se, nem esconder-se e enfrentar o problema pois a
falta de apoio gera ainda mais fragilidade e impotência e só reforça mais ainda
o uso da droga como parte da vida da pessoa. Toda a família necessita de
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suporte médico, acompanhamentos de especialistas que ajude a resgatar
relações, dar apoio e propiciar vínculos para o tratamento e a reinserção social
do usuário.
4 CONCLUSÃO
Descobrir coisas novas gera prazer e satisfação principalmente quando este
“novo” é algo de teor forte e surpreendente. Assim aconteceu com esta
pesquisa, embora confesse que o “novo” traz consigo anseio e às vezes medo
e foram neste misturar de sentimentos que nos aprofundamos em diversos
textos, livros e pudemos ver o quanto se sofre com o problema das drogas, o
quanto não conhecemos a sua realidade e dimensão, o pouco que se faz em
torno disto e o muito que pode ser feito por diversos segmentos para nortear a
questão em foco. Observar os princípios da história, o mover passado que
influenciou a disseminação da classe menos desfavorecida e que o poder
público esconde, bem como os problemas que traz consigo. A mesma coisa é o
que muitas famílias e até profissionais da saúde o fazem esconder, evitar,
rejeitar o problema, os usuários e assim tornar a situação do crack e das
demais drogas maior a cada dia. Desenvolver este estudo foi conclusivo para
reafirmar que a escolha por este curso foi uma boa escolha e mais que isso a
me ater do conhecimento sobre a profunda e chocante realidade social e
principalmente quanto ao uso do crack não só em grandes metrópoles, mas em
todas as regiões do Brasil e que o mesmo representa um grave problema
social que precisa ser enfrentado não só pelo poder público, mas pela
sociedade que sofre as consequências na pele e às vezes com a própria vida,
pois com o problema está relacionado o alto índice de violência com usuário do
crack, homicídios com ligação com o tráfico. É preciso que a sociedade mova--
se para que o governo federal crie e intensifique medidas de combate às
drogas.
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5 REFERÊNCIA
A psicóloga Raquel Barra, da ONG Lua Nova explica que,
http://pastoralfamiliarcba.blogspot.com.br/2011/03/efeitoseconsequenciasdo-
crack.html Acesso em: 06 mai 2015.
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consequencias/vidasocialefamiliar Acesso em: 06 mai 2015.
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Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sciarttext&pid=S0202-
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