SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
Queixa Psicopedagógica
                                        Juliana Laranjeira Pereira
A palavra queixa é usada em diversas oportunidades com diferentes
significados, dependendo da situação vivida pelo sujeito. No
dicionário Aurélio a compreensão sobre esse termo corresponde: “1.
Ato ou efeito de queixar-se. 2. Motivo de desprazer, de
ressentimento, de mágoas, de ofensas, de dor.... 7. Reclamação,
protesto. 8. Sintoma relatado pelo doente.”(1975:1170) Na
concepção psicopedagógica clínica ou institucional a queixa é o
primeiro relato de alguém sobre os possíveis problemas de
aprendizagem. Esse ato pode ser produzido pelo próprio sujeito ou
responsáveis pela dinâmica do espaço onde se apresenta algum
sintoma que esteja dificultando os processos da aprendizagem do
indivíduo, ou em particular de um grupo, buscando ajuda para
solucionar o problema.
No espaço clínico a queixa é o primeiro passo para o diagnóstico
psicopedagógico. Na maioria das vezes a queixa é narrada pelos
pais, responsáveis pelo sujeito, ou por profissionais como psicólogos
e coordenadores. No entanto, alguns adolescentes, jovens e adultos
são os próprios relatores dos seus sintomas. Independentemente do
narrador a conduta de escuta do psicopedagogo é valiosa e para
isso o profissional deve ter competência necessária para
desempenhar este procedimento.
A escuta psicopedagógica de uma queixa requer uma postura
responsável, porém descontraída – semblan -, sem demonstrar
surpresa, temor, repulsa ou qualquer outra emoção relacionada à
história que está sendo contada. As informações ouvidas pelo
psicopedagogo devem ser apreendidas apenas no que diz respeito
ao sintoma (como o problema da aprendizagem se expressa).
Outros dados devem ser anotados: a idade do sujeito, a escola que
estuda e o turno, pois outras informações contaminam o
psicopedagogo comprometendo o processo diagnóstico. Delineado o
sintoma passa-se para o processo da análise e reflexão das falas do
relator, estas serão úteis em vários momentos da investigação, pois
determinadas frases são carregadas de significados que estão
relacionados a aprendizagem dos pais e do próprio sujeito.
Entretanto, não se deve fazer conclusões precipitadas como afirma
Weiss (2001, p.47) ... é fundamental, durante a queixa, iniciar-se a
reflexão sobre as duas vertentes de problemas escolares: o sujeito e
sua família e a própria escola em suas múltiplas facetas, para se
definir a seqüência diagnóstica bem como as técnicas a serem
utilizadas.
Após a exposição do sintoma o psicopedagogo esclarece como será
o acompanhamento psicopedagógico. O tratamento, quando o Pp é
amparado na Teoria Convergente, é realizado em dois momentos: o
diagnóstico e a intervenção. O primeiro momento é a investigação
das causas do sintoma. A média de atendimento em sessões de 50´
é entre 12 a 15 encontros para maior segurança dos resultados.
Estes encontros são realizados com o sujeito individualmente, com
os pais ou responsáveis, com a escola e profissionais que
acompanham ou já acompanharam o sujeito. Todos estes itens
devem ser ditos ao relator da queixa, e quando acertado o
diagnóstico deve ficar claro os dias e horários das sessões, a
necessidade do cumprimento do horário, o valor dos honorários e a
forma de pagamento. O Pp deve evidenciar os elementos da causa
do sintoma para que ao final da investigação possa assegurar ao
psicopedagogo uma conclusão – devolução ou informe diagnóstico –
na qual conterá a causa ou causas que levam o sujeito à apresentar
os sintomas analisados e o tratamento adequado para o caso.
No segundo momento o sujeito poderá ser submetido ao tratamento
que varia de acordo com a origem do problema. Assim sendo é
possível que se torne necessário apenas a intervenção
psicopedagógica, como também a intervenção de outros
profissionais, a exemplo de psicólogos, de fonoaudiólogos, e demais
especialistas. Uma outra possibilidade é unir o acompanhamento
psicopedagógico a um desses profissionais ou a mais de um. É
importante ressaltar que em alguns casos os pais e ou a família
também devem passar por algum processo terapêutico.
Ainda sobre a queixa, após analisá-la, segue-se com a formulação
de hipóteses denominadas essenciais. Assim o Pp faz algumas
suposições da causa do problema para poder traçar um plano
investigativo o mais apurado possível que possibilite anunciar com
segurança o diagnóstico clínico.

Escuta de uma queixa (Transcrição):

Pp: Bom dia! Sente-se por favor.
Mãe: Obrigada!
Pp: Srª Socorro, o que lhe trouxe aqui?
Mãe: Veja bem Drª, meu filho... tem problemas sérios para estudar,
não gosta de ir à escola, não faz as atividades e tem tirado notas
muito baixas. A professora me pediu para que eu tomasse uma
providência, porque a escola não pode fazer nada por ele. Foi aí que
conversando com uma amiga, ela me disse que o filho da amiga
dela estava sendo atendido pela senhora.
Pp: Qual o nome do seu filho?
Mãe: Pedro.
Pp: Quantos anos de idade ele tem?
Mãe: 11 anos.
Pp: Que série e qual o turno que estuda?
Mãe: Ele está na 5ª série pela manhã na Escola X.
Pp: Srª Socorro, o trabalho que nós desenvolvemos aqui é realizado
em dois momentos. No primeiro fazemos o diagnóstico, ou seja,
uma investigação para descobrir a causa que leva Pedro a
apresentar os problemas relatados pela senhora. Esta investigação
se constitui em pelo 15 sessões com 50’ cada, as quais são divididas
entre Pedro, a família, a coordenação da escola, a professora, outro
profissional que já esteja acompanhando Pedro, e em alguns casos,
quando é necessário, solicitamos o parecer de outro profissional.

Após esta investigação chegaremos a uma conclusão sobre as
causas e do problema, além dos devidos encaminhamentos, é o que
chamamos de processo interventor.
As sessões diagnósticas são realizadas duas vezes por semana, caso
a senhora queria que Pedro seja submetido aos trabalhos, então
poderá estar marcando um horário com Patrícia, a mesma pessoa
que agendou sua visita para hoje. Alguma dúvida Srª Socorro?
Mãe: Foram muitas informações, mas acho que entendi tudo, minha
amiga já tinha me falado mais ou menos como era. E o pagamento?
Pp: Você pode tratar com Patrícia também.
Mãe: Ah! Vou ver com ela, e falar com o pai de Pedro, não sei se ele
vai assumir...
Pp: Obrigada Srª Socorro tenha um bom dia.
(Ver contrato)


A queixa:

Pedro tem 11 anos, está cursando a 5ª do Ensino Fundamental,
estuda no turno matutino em uma escola da rede particular da
cidade do Salvador. A mãe do menino apresentou a seguinte
queixa: Pedro não gosta de ir à escola, não faz as atividades e tem
tirado notas baixas; a professora solicitou que a mãe do aluno
tomasse providências, pois a escola nada poderia fazer.
Após esta escuta levantamos às seguintes hipóteses:
- é possível que Pedro tenha déficit de conteúdos;
- é provável que a escola tenha uma metodologia incompatível com
o aprendizado do aluno em questão;
- Pedro pode não ter bons vínculos com a professora e com a
escola;
- é possível que o sujeito tenha déficit cognitivo.

                                                    Juliana L. Pereira
                                                      Psicopedagoga

Juliana Laranjeira Pereira – Psicopedagoga Clínica e Institucional,
mestranda em Gestão Escolar. Professora Substituta da
Universidade Estadual de Feira de Santana – Ba.
Correspondência – Av. ACM, 2501 – Sl. 106 – Profissional Center,
Brotas, CEP:41.800-700 – Salvador – BA – Brasil
Tel: (71) 9132-9853 E-mail: juliana.laranjeira@ig.com.br

Bibliografia:

BUARQUE, Aurélio. Novo Dicionário de Holanda Ferreira. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1975.
WEISS, Maria Lúcia L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica
dos problemas e aprendizagem escolar. 8ª Edição. Rio de Janeiro:
DP&A, 2001.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Modelo de-relatorio-neuropsicopedagogico (1)
Modelo de-relatorio-neuropsicopedagogico (1)Modelo de-relatorio-neuropsicopedagogico (1)
Modelo de-relatorio-neuropsicopedagogico (1)lucianacarvalho
 
Material de-apoio-para-o-professor-trabalhar-com-alunos-com-tdah
Material de-apoio-para-o-professor-trabalhar-com-alunos-com-tdahMaterial de-apoio-para-o-professor-trabalhar-com-alunos-com-tdah
Material de-apoio-para-o-professor-trabalhar-com-alunos-com-tdahLiliane Professora
 
Psicopedagogia institucional
Psicopedagogia institucional Psicopedagogia institucional
Psicopedagogia institucional Vanessa Casaro
 
Modelo proposta pedagógica
Modelo proposta pedagógicaModelo proposta pedagógica
Modelo proposta pedagógicatatyathaydes
 
Diagnóstico Psicopedagógico
Diagnóstico PsicopedagógicoDiagnóstico Psicopedagógico
Diagnóstico PsicopedagógicoRochelle Arruda
 
260 adaptacçoes curriculares para autistas.
260 adaptacçoes curriculares para autistas.260 adaptacçoes curriculares para autistas.
260 adaptacçoes curriculares para autistas.SimoneHelenDrumond
 
Portfolio adaptação curricular
Portfolio adaptação curricularPortfolio adaptação curricular
Portfolio adaptação curricularJuvenal Alves
 
Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.
Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.
Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.Gliciane S. Aragão
 
Histório e contextualização da Psicopedagogia
Histório e contextualização da PsicopedagogiaHistório e contextualização da Psicopedagogia
Histório e contextualização da Psicopedagogiajanpsicoped
 
Aluna com dificuldade e baixo rendimento escolar1
Aluna com dificuldade e baixo rendimento escolar1Aluna com dificuldade e baixo rendimento escolar1
Aluna com dificuldade e baixo rendimento escolar1SimoneHelenDrumond
 
1 COLEÇÃO MEUS PORTFÓLIOS PEI PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO TOTAL DE PÁG...
1 COLEÇÃO MEUS PORTFÓLIOS PEI  PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO TOTAL DE PÁG...1 COLEÇÃO MEUS PORTFÓLIOS PEI  PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO TOTAL DE PÁG...
1 COLEÇÃO MEUS PORTFÓLIOS PEI PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO TOTAL DE PÁG...SimoneHelenDrumond
 
AVALIAÇÃO-E-INTERVENÇÃO-NEUROPSICOPEDAGÓGICA..pdf
AVALIAÇÃO-E-INTERVENÇÃO-NEUROPSICOPEDAGÓGICA..pdfAVALIAÇÃO-E-INTERVENÇÃO-NEUROPSICOPEDAGÓGICA..pdf
AVALIAÇÃO-E-INTERVENÇÃO-NEUROPSICOPEDAGÓGICA..pdfDeborah Kash
 
81 planejamento brincando a aprendendo com a matemática autismo e educação
81 planejamento brincando a aprendendo com a matemática autismo e educação81 planejamento brincando a aprendendo com a matemática autismo e educação
81 planejamento brincando a aprendendo com a matemática autismo e educaçãoSimoneHelenDrumond
 
Fundamentos da Psicopedagogia Institucional e Clínica
Fundamentos da Psicopedagogia Institucional e ClínicaFundamentos da Psicopedagogia Institucional e Clínica
Fundamentos da Psicopedagogia Institucional e ClínicaInstituto Consciência GO
 
Introdução a neuropsicopedagogia
Introdução a neuropsicopedagogiaIntrodução a neuropsicopedagogia
Introdução a neuropsicopedagogiaRochelle Arruda
 

Mais procurados (20)

Modelo de-relatorio-neuropsicopedagogico (1)
Modelo de-relatorio-neuropsicopedagogico (1)Modelo de-relatorio-neuropsicopedagogico (1)
Modelo de-relatorio-neuropsicopedagogico (1)
 
Material de-apoio-para-o-professor-trabalhar-com-alunos-com-tdah
Material de-apoio-para-o-professor-trabalhar-com-alunos-com-tdahMaterial de-apoio-para-o-professor-trabalhar-com-alunos-com-tdah
Material de-apoio-para-o-professor-trabalhar-com-alunos-com-tdah
 
Psicopedagogia
PsicopedagogiaPsicopedagogia
Psicopedagogia
 
Neuropsicopedagogia clínica
Neuropsicopedagogia clínicaNeuropsicopedagogia clínica
Neuropsicopedagogia clínica
 
Projeto familia na escola
Projeto familia na escolaProjeto familia na escola
Projeto familia na escola
 
Psicopedagogia institucional
Psicopedagogia institucional Psicopedagogia institucional
Psicopedagogia institucional
 
Modelo proposta pedagógica
Modelo proposta pedagógicaModelo proposta pedagógica
Modelo proposta pedagógica
 
Diagnóstico Psicopedagógico
Diagnóstico PsicopedagógicoDiagnóstico Psicopedagógico
Diagnóstico Psicopedagógico
 
modelo-de-projeto-politico-pedagogico
modelo-de-projeto-politico-pedagogicomodelo-de-projeto-politico-pedagogico
modelo-de-projeto-politico-pedagogico
 
260 adaptacçoes curriculares para autistas.
260 adaptacçoes curriculares para autistas.260 adaptacçoes curriculares para autistas.
260 adaptacçoes curriculares para autistas.
 
Portfolio adaptação curricular
Portfolio adaptação curricularPortfolio adaptação curricular
Portfolio adaptação curricular
 
Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.
Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.
Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.
 
Histório e contextualização da Psicopedagogia
Histório e contextualização da PsicopedagogiaHistório e contextualização da Psicopedagogia
Histório e contextualização da Psicopedagogia
 
Aluna com dificuldade e baixo rendimento escolar1
Aluna com dificuldade e baixo rendimento escolar1Aluna com dificuldade e baixo rendimento escolar1
Aluna com dificuldade e baixo rendimento escolar1
 
1 COLEÇÃO MEUS PORTFÓLIOS PEI PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO TOTAL DE PÁG...
1 COLEÇÃO MEUS PORTFÓLIOS PEI  PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO TOTAL DE PÁG...1 COLEÇÃO MEUS PORTFÓLIOS PEI  PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO TOTAL DE PÁG...
1 COLEÇÃO MEUS PORTFÓLIOS PEI PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO TOTAL DE PÁG...
 
AVALIAÇÃO-E-INTERVENÇÃO-NEUROPSICOPEDAGÓGICA..pdf
AVALIAÇÃO-E-INTERVENÇÃO-NEUROPSICOPEDAGÓGICA..pdfAVALIAÇÃO-E-INTERVENÇÃO-NEUROPSICOPEDAGÓGICA..pdf
AVALIAÇÃO-E-INTERVENÇÃO-NEUROPSICOPEDAGÓGICA..pdf
 
81 planejamento brincando a aprendendo com a matemática autismo e educação
81 planejamento brincando a aprendendo com a matemática autismo e educação81 planejamento brincando a aprendendo com a matemática autismo e educação
81 planejamento brincando a aprendendo com a matemática autismo e educação
 
Fundamentos da Psicopedagogia Institucional e Clínica
Fundamentos da Psicopedagogia Institucional e ClínicaFundamentos da Psicopedagogia Institucional e Clínica
Fundamentos da Psicopedagogia Institucional e Clínica
 
Apresentação: Fundamentos da Psicopedagogia
Apresentação: Fundamentos da PsicopedagogiaApresentação: Fundamentos da Psicopedagogia
Apresentação: Fundamentos da Psicopedagogia
 
Introdução a neuropsicopedagogia
Introdução a neuropsicopedagogiaIntrodução a neuropsicopedagogia
Introdução a neuropsicopedagogia
 

Semelhante a Queixa Psicopedagógica: Escuta e Hipóteses

Introdução à psicologia capa
Introdução à psicologia capaIntrodução à psicologia capa
Introdução à psicologia capaFrancisco Martins
 
Cdocumentsandsettingssungamesmeusdocumentosminhasmsicas2275psicopedagogiaclin...
Cdocumentsandsettingssungamesmeusdocumentosminhasmsicas2275psicopedagogiaclin...Cdocumentsandsettingssungamesmeusdocumentosminhasmsicas2275psicopedagogiaclin...
Cdocumentsandsettingssungamesmeusdocumentosminhasmsicas2275psicopedagogiaclin...regianeaparecida
 
Diagnóstico Psicopedagógico Clínico Aulas 1 e 2 - Prª Ivana Carvalho de Oliveira
Diagnóstico Psicopedagógico ClínicoAulas 1 e 2 - Prª Ivana Carvalho de OliveiraDiagnóstico Psicopedagógico ClínicoAulas 1 e 2 - Prª Ivana Carvalho de Oliveira
Diagnóstico Psicopedagógico Clínico Aulas 1 e 2 - Prª Ivana Carvalho de OliveiraBia Paula
 
Psicodiagnóstico infantil
Psicodiagnóstico infantilPsicodiagnóstico infantil
Psicodiagnóstico infantilJorge Bombeiro
 
Tcc elba godoy
Tcc elba godoyTcc elba godoy
Tcc elba godoyUNICEP
 
Fundamentos da psicopedagogia
Fundamentos da psicopedagogiaFundamentos da psicopedagogia
Fundamentos da psicopedagogiaUNICEP
 
Manual de psicologia aplicada
Manual de psicologia aplicadaManual de psicologia aplicada
Manual de psicologia aplicadavicen12
 
Relatório do diagnóstico psicopedagógico clínico
Relatório do diagnóstico psicopedagógico clínicoRelatório do diagnóstico psicopedagógico clínico
Relatório do diagnóstico psicopedagógico clínicoDaniela Alencar
 
O ACOMPANHAMENTO PSICOPEDAGÓGICO DIANTE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.pdf
O ACOMPANHAMENTO PSICOPEDAGÓGICO DIANTE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.pdfO ACOMPANHAMENTO PSICOPEDAGÓGICO DIANTE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.pdf
O ACOMPANHAMENTO PSICOPEDAGÓGICO DIANTE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.pdflaizmassuchetto
 
Artigo orientação da queixa escolar
Artigo orientação da queixa escolarArtigo orientação da queixa escolar
Artigo orientação da queixa escolarPatricia Rodrigues
 
Integracao familia escola - a experiencia de um estagio em educacao e comunidade
Integracao familia escola - a experiencia de um estagio em educacao e comunidadeIntegracao familia escola - a experiencia de um estagio em educacao e comunidade
Integracao familia escola - a experiencia de um estagio em educacao e comunidadeJacinto Alves
 
Resumo Método Científico
Resumo Método CientíficoResumo Método Científico
Resumo Método CientíficoDaniela Nunes
 
Memorial_reflexivo_de_estagio_.docx
Memorial_reflexivo_de_estagio_.docxMemorial_reflexivo_de_estagio_.docx
Memorial_reflexivo_de_estagio_.docxRafael408221
 
Aval psicopedagogica
Aval psicopedagogicaAval psicopedagogica
Aval psicopedagogicaWilmar Souza
 
Temas Gerais em Psicologia 2
Temas Gerais em Psicologia 2 Temas Gerais em Psicologia 2
Temas Gerais em Psicologia 2 Atena Editora
 

Semelhante a Queixa Psicopedagógica: Escuta e Hipóteses (20)

Introdução à psicologia capa
Introdução à psicologia capaIntrodução à psicologia capa
Introdução à psicologia capa
 
Cdocumentsandsettingssungamesmeusdocumentosminhasmsicas2275psicopedagogiaclin...
Cdocumentsandsettingssungamesmeusdocumentosminhasmsicas2275psicopedagogiaclin...Cdocumentsandsettingssungamesmeusdocumentosminhasmsicas2275psicopedagogiaclin...
Cdocumentsandsettingssungamesmeusdocumentosminhasmsicas2275psicopedagogiaclin...
 
Diagnóstico Psicopedagógico Clínico Aulas 1 e 2 - Prª Ivana Carvalho de Oliveira
Diagnóstico Psicopedagógico ClínicoAulas 1 e 2 - Prª Ivana Carvalho de OliveiraDiagnóstico Psicopedagógico ClínicoAulas 1 e 2 - Prª Ivana Carvalho de Oliveira
Diagnóstico Psicopedagógico Clínico Aulas 1 e 2 - Prª Ivana Carvalho de Oliveira
 
Psicodiagnóstico infantil
Psicodiagnóstico infantilPsicodiagnóstico infantil
Psicodiagnóstico infantil
 
O desenvolvimento da aprendizagem de uma jovem adulta no ensino fundamental
O desenvolvimento da aprendizagem de uma jovem adulta no ensino fundamentalO desenvolvimento da aprendizagem de uma jovem adulta no ensino fundamental
O desenvolvimento da aprendizagem de uma jovem adulta no ensino fundamental
 
Tcc elba godoy
Tcc elba godoyTcc elba godoy
Tcc elba godoy
 
Fundamentos da psicopedagogia
Fundamentos da psicopedagogiaFundamentos da psicopedagogia
Fundamentos da psicopedagogia
 
Nb m07t11 adriana_m_machado
Nb m07t11 adriana_m_machadoNb m07t11 adriana_m_machado
Nb m07t11 adriana_m_machado
 
Manual de psicologia aplicada
Manual de psicologia aplicadaManual de psicologia aplicada
Manual de psicologia aplicada
 
Relatório do diagnóstico psicopedagógico clínico
Relatório do diagnóstico psicopedagógico clínicoRelatório do diagnóstico psicopedagógico clínico
Relatório do diagnóstico psicopedagógico clínico
 
5 psicopedagogia hospitalr
5  psicopedagogia hospitalr5  psicopedagogia hospitalr
5 psicopedagogia hospitalr
 
O ACOMPANHAMENTO PSICOPEDAGÓGICO DIANTE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.pdf
O ACOMPANHAMENTO PSICOPEDAGÓGICO DIANTE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.pdfO ACOMPANHAMENTO PSICOPEDAGÓGICO DIANTE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.pdf
O ACOMPANHAMENTO PSICOPEDAGÓGICO DIANTE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.pdf
 
Artigo orientação da queixa escolar
Artigo orientação da queixa escolarArtigo orientação da queixa escolar
Artigo orientação da queixa escolar
 
01. manual do psi. escolar
01. manual do psi. escolar01. manual do psi. escolar
01. manual do psi. escolar
 
Integracao familia escola - a experiencia de um estagio em educacao e comunidade
Integracao familia escola - a experiencia de um estagio em educacao e comunidadeIntegracao familia escola - a experiencia de um estagio em educacao e comunidade
Integracao familia escola - a experiencia de um estagio em educacao e comunidade
 
Resumo Método Científico
Resumo Método CientíficoResumo Método Científico
Resumo Método Científico
 
Memorial_reflexivo_de_estagio_.docx
Memorial_reflexivo_de_estagio_.docxMemorial_reflexivo_de_estagio_.docx
Memorial_reflexivo_de_estagio_.docx
 
Cap5
Cap5Cap5
Cap5
 
Aval psicopedagogica
Aval psicopedagogicaAval psicopedagogica
Aval psicopedagogica
 
Temas Gerais em Psicologia 2
Temas Gerais em Psicologia 2 Temas Gerais em Psicologia 2
Temas Gerais em Psicologia 2
 

Mais de Caminhos do Autismo

Manual ABA Autismo Ajude-nos a Aprender
Manual ABA Autismo Ajude-nos a Aprender Manual ABA Autismo Ajude-nos a Aprender
Manual ABA Autismo Ajude-nos a Aprender Caminhos do Autismo
 
Manual Autismo Preparando-se-para-a-escola
Manual Autismo Preparando-se-para-a-escolaManual Autismo Preparando-se-para-a-escola
Manual Autismo Preparando-se-para-a-escolaCaminhos do Autismo
 
Manual Autismo Programa de-educacao-individualizada-pei
Manual Autismo Programa de-educacao-individualizada-peiManual Autismo Programa de-educacao-individualizada-pei
Manual Autismo Programa de-educacao-individualizada-peiCaminhos do Autismo
 
Guia de sobrevivência para portadores de síndrome de asperger
Guia de sobrevivência para portadores  de síndrome de aspergerGuia de sobrevivência para portadores  de síndrome de asperger
Guia de sobrevivência para portadores de síndrome de aspergerCaminhos do Autismo
 
Manual para sindrome_de_asperger
Manual para sindrome_de_aspergerManual para sindrome_de_asperger
Manual para sindrome_de_aspergerCaminhos do Autismo
 
Manual Autismo para as_familias_versao_2
Manual Autismo para as_familias_versao_2Manual Autismo para as_familias_versao_2
Manual Autismo para as_familias_versao_2Caminhos do Autismo
 
Manual Autismo Guia treinamento para_os_cuidados_com_os_dentes
Manual Autismo Guia treinamento para_os_cuidados_com_os_dentesManual Autismo Guia treinamento para_os_cuidados_com_os_dentes
Manual Autismo Guia treinamento para_os_cuidados_com_os_dentesCaminhos do Autismo
 
Manual Autismo transicao para_a_vida_adulta
Manual Autismo transicao para_a_vida_adultaManual Autismo transicao para_a_vida_adulta
Manual Autismo transicao para_a_vida_adultaCaminhos do Autismo
 
Manual Autismo Guia treinamento para_corte_de_cabelo
Manual Autismo Guia treinamento para_corte_de_cabeloManual Autismo Guia treinamento para_corte_de_cabelo
Manual Autismo Guia treinamento para_corte_de_cabeloCaminhos do Autismo
 
Manual de volta-a-escola-para-criancas-com-autismo
Manual de volta-a-escola-para-criancas-com-autismoManual de volta-a-escola-para-criancas-com-autismo
Manual de volta-a-escola-para-criancas-com-autismoCaminhos do Autismo
 
Primeira Jornada Autismo Guarapuava - Cérebro e Aprendizagem. Dias 24 e 25 de...
Primeira Jornada Autismo Guarapuava - Cérebro e Aprendizagem. Dias 24 e 25 de...Primeira Jornada Autismo Guarapuava - Cérebro e Aprendizagem. Dias 24 e 25 de...
Primeira Jornada Autismo Guarapuava - Cérebro e Aprendizagem. Dias 24 e 25 de...Caminhos do Autismo
 
Entrevista autismo ana marria beatriz barbosa silva
Entrevista autismo   ana marria beatriz barbosa silvaEntrevista autismo   ana marria beatriz barbosa silva
Entrevista autismo ana marria beatriz barbosa silvaCaminhos do Autismo
 
Sindrome de asperger guia para professores
Sindrome de asperger   guia para professoresSindrome de asperger   guia para professores
Sindrome de asperger guia para professoresCaminhos do Autismo
 
Entrevista Autismo- Dra. Ana Maria Beatriz Barbosa Silva
Entrevista Autismo- Dra. Ana Maria Beatriz Barbosa SilvaEntrevista Autismo- Dra. Ana Maria Beatriz Barbosa Silva
Entrevista Autismo- Dra. Ana Maria Beatriz Barbosa SilvaCaminhos do Autismo
 
Lista de diagnostico del autismo
Lista de diagnostico del autismoLista de diagnostico del autismo
Lista de diagnostico del autismoCaminhos do Autismo
 

Mais de Caminhos do Autismo (20)

Manual ABA Autismo Lovaas
Manual ABA Autismo LovaasManual ABA Autismo Lovaas
Manual ABA Autismo Lovaas
 
Manual ABA Autismo Ajude-nos a Aprender
Manual ABA Autismo Ajude-nos a Aprender Manual ABA Autismo Ajude-nos a Aprender
Manual ABA Autismo Ajude-nos a Aprender
 
Manual Autismo Preparando-se-para-a-escola
Manual Autismo Preparando-se-para-a-escolaManual Autismo Preparando-se-para-a-escola
Manual Autismo Preparando-se-para-a-escola
 
Manual Autismo Programa de-educacao-individualizada-pei
Manual Autismo Programa de-educacao-individualizada-peiManual Autismo Programa de-educacao-individualizada-pei
Manual Autismo Programa de-educacao-individualizada-pei
 
Guia de sobrevivência para portadores de síndrome de asperger
Guia de sobrevivência para portadores  de síndrome de aspergerGuia de sobrevivência para portadores  de síndrome de asperger
Guia de sobrevivência para portadores de síndrome de asperger
 
Manual para sindrome_de_asperger
Manual para sindrome_de_aspergerManual para sindrome_de_asperger
Manual para sindrome_de_asperger
 
Manual Autismo para as_familias_versao_2
Manual Autismo para as_familias_versao_2Manual Autismo para as_familias_versao_2
Manual Autismo para as_familias_versao_2
 
Diretrizes de Atenção ao TEA
Diretrizes de Atenção ao TEADiretrizes de Atenção ao TEA
Diretrizes de Atenção ao TEA
 
Manual Autismo Guia treinamento para_os_cuidados_com_os_dentes
Manual Autismo Guia treinamento para_os_cuidados_com_os_dentesManual Autismo Guia treinamento para_os_cuidados_com_os_dentes
Manual Autismo Guia treinamento para_os_cuidados_com_os_dentes
 
Manual Autismo transicao para_a_vida_adulta
Manual Autismo transicao para_a_vida_adultaManual Autismo transicao para_a_vida_adulta
Manual Autismo transicao para_a_vida_adulta
 
Manua lAutismo para as_escolas
Manua lAutismo para as_escolasManua lAutismo para as_escolas
Manua lAutismo para as_escolas
 
Manual Autismo Guia treinamento para_corte_de_cabelo
Manual Autismo Guia treinamento para_corte_de_cabeloManual Autismo Guia treinamento para_corte_de_cabelo
Manual Autismo Guia treinamento para_corte_de_cabelo
 
Manual de volta-a-escola-para-criancas-com-autismo
Manual de volta-a-escola-para-criancas-com-autismoManual de volta-a-escola-para-criancas-com-autismo
Manual de volta-a-escola-para-criancas-com-autismo
 
Primeira Jornada Autismo Guarapuava - Cérebro e Aprendizagem. Dias 24 e 25 de...
Primeira Jornada Autismo Guarapuava - Cérebro e Aprendizagem. Dias 24 e 25 de...Primeira Jornada Autismo Guarapuava - Cérebro e Aprendizagem. Dias 24 e 25 de...
Primeira Jornada Autismo Guarapuava - Cérebro e Aprendizagem. Dias 24 e 25 de...
 
Revista Autismo - 002
Revista Autismo - 002Revista Autismo - 002
Revista Autismo - 002
 
Entrevista autismo ana marria beatriz barbosa silva
Entrevista autismo   ana marria beatriz barbosa silvaEntrevista autismo   ana marria beatriz barbosa silva
Entrevista autismo ana marria beatriz barbosa silva
 
Sindrome de asperger guia para professores
Sindrome de asperger   guia para professoresSindrome de asperger   guia para professores
Sindrome de asperger guia para professores
 
Entrevista Autismo- Dra. Ana Maria Beatriz Barbosa Silva
Entrevista Autismo- Dra. Ana Maria Beatriz Barbosa SilvaEntrevista Autismo- Dra. Ana Maria Beatriz Barbosa Silva
Entrevista Autismo- Dra. Ana Maria Beatriz Barbosa Silva
 
Lista de diagnostico del autismo
Lista de diagnostico del autismoLista de diagnostico del autismo
Lista de diagnostico del autismo
 
Familia autismo
Familia autismoFamilia autismo
Familia autismo
 

Queixa Psicopedagógica: Escuta e Hipóteses

  • 1. Queixa Psicopedagógica Juliana Laranjeira Pereira A palavra queixa é usada em diversas oportunidades com diferentes significados, dependendo da situação vivida pelo sujeito. No dicionário Aurélio a compreensão sobre esse termo corresponde: “1. Ato ou efeito de queixar-se. 2. Motivo de desprazer, de ressentimento, de mágoas, de ofensas, de dor.... 7. Reclamação, protesto. 8. Sintoma relatado pelo doente.”(1975:1170) Na concepção psicopedagógica clínica ou institucional a queixa é o primeiro relato de alguém sobre os possíveis problemas de aprendizagem. Esse ato pode ser produzido pelo próprio sujeito ou responsáveis pela dinâmica do espaço onde se apresenta algum sintoma que esteja dificultando os processos da aprendizagem do indivíduo, ou em particular de um grupo, buscando ajuda para solucionar o problema. No espaço clínico a queixa é o primeiro passo para o diagnóstico psicopedagógico. Na maioria das vezes a queixa é narrada pelos pais, responsáveis pelo sujeito, ou por profissionais como psicólogos e coordenadores. No entanto, alguns adolescentes, jovens e adultos são os próprios relatores dos seus sintomas. Independentemente do narrador a conduta de escuta do psicopedagogo é valiosa e para isso o profissional deve ter competência necessária para desempenhar este procedimento. A escuta psicopedagógica de uma queixa requer uma postura responsável, porém descontraída – semblan -, sem demonstrar surpresa, temor, repulsa ou qualquer outra emoção relacionada à história que está sendo contada. As informações ouvidas pelo psicopedagogo devem ser apreendidas apenas no que diz respeito ao sintoma (como o problema da aprendizagem se expressa). Outros dados devem ser anotados: a idade do sujeito, a escola que estuda e o turno, pois outras informações contaminam o psicopedagogo comprometendo o processo diagnóstico. Delineado o sintoma passa-se para o processo da análise e reflexão das falas do relator, estas serão úteis em vários momentos da investigação, pois determinadas frases são carregadas de significados que estão relacionados a aprendizagem dos pais e do próprio sujeito. Entretanto, não se deve fazer conclusões precipitadas como afirma Weiss (2001, p.47) ... é fundamental, durante a queixa, iniciar-se a reflexão sobre as duas vertentes de problemas escolares: o sujeito e sua família e a própria escola em suas múltiplas facetas, para se definir a seqüência diagnóstica bem como as técnicas a serem utilizadas. Após a exposição do sintoma o psicopedagogo esclarece como será o acompanhamento psicopedagógico. O tratamento, quando o Pp é amparado na Teoria Convergente, é realizado em dois momentos: o diagnóstico e a intervenção. O primeiro momento é a investigação das causas do sintoma. A média de atendimento em sessões de 50´ é entre 12 a 15 encontros para maior segurança dos resultados. Estes encontros são realizados com o sujeito individualmente, com os pais ou responsáveis, com a escola e profissionais que acompanham ou já acompanharam o sujeito. Todos estes itens
  • 2. devem ser ditos ao relator da queixa, e quando acertado o diagnóstico deve ficar claro os dias e horários das sessões, a necessidade do cumprimento do horário, o valor dos honorários e a forma de pagamento. O Pp deve evidenciar os elementos da causa do sintoma para que ao final da investigação possa assegurar ao psicopedagogo uma conclusão – devolução ou informe diagnóstico – na qual conterá a causa ou causas que levam o sujeito à apresentar os sintomas analisados e o tratamento adequado para o caso. No segundo momento o sujeito poderá ser submetido ao tratamento que varia de acordo com a origem do problema. Assim sendo é possível que se torne necessário apenas a intervenção psicopedagógica, como também a intervenção de outros profissionais, a exemplo de psicólogos, de fonoaudiólogos, e demais especialistas. Uma outra possibilidade é unir o acompanhamento psicopedagógico a um desses profissionais ou a mais de um. É importante ressaltar que em alguns casos os pais e ou a família também devem passar por algum processo terapêutico. Ainda sobre a queixa, após analisá-la, segue-se com a formulação de hipóteses denominadas essenciais. Assim o Pp faz algumas suposições da causa do problema para poder traçar um plano investigativo o mais apurado possível que possibilite anunciar com segurança o diagnóstico clínico. Escuta de uma queixa (Transcrição): Pp: Bom dia! Sente-se por favor. Mãe: Obrigada! Pp: Srª Socorro, o que lhe trouxe aqui? Mãe: Veja bem Drª, meu filho... tem problemas sérios para estudar, não gosta de ir à escola, não faz as atividades e tem tirado notas muito baixas. A professora me pediu para que eu tomasse uma providência, porque a escola não pode fazer nada por ele. Foi aí que conversando com uma amiga, ela me disse que o filho da amiga dela estava sendo atendido pela senhora. Pp: Qual o nome do seu filho? Mãe: Pedro. Pp: Quantos anos de idade ele tem? Mãe: 11 anos. Pp: Que série e qual o turno que estuda? Mãe: Ele está na 5ª série pela manhã na Escola X. Pp: Srª Socorro, o trabalho que nós desenvolvemos aqui é realizado em dois momentos. No primeiro fazemos o diagnóstico, ou seja, uma investigação para descobrir a causa que leva Pedro a apresentar os problemas relatados pela senhora. Esta investigação se constitui em pelo 15 sessões com 50’ cada, as quais são divididas entre Pedro, a família, a coordenação da escola, a professora, outro profissional que já esteja acompanhando Pedro, e em alguns casos, quando é necessário, solicitamos o parecer de outro profissional. Após esta investigação chegaremos a uma conclusão sobre as causas e do problema, além dos devidos encaminhamentos, é o que chamamos de processo interventor.
  • 3. As sessões diagnósticas são realizadas duas vezes por semana, caso a senhora queria que Pedro seja submetido aos trabalhos, então poderá estar marcando um horário com Patrícia, a mesma pessoa que agendou sua visita para hoje. Alguma dúvida Srª Socorro? Mãe: Foram muitas informações, mas acho que entendi tudo, minha amiga já tinha me falado mais ou menos como era. E o pagamento? Pp: Você pode tratar com Patrícia também. Mãe: Ah! Vou ver com ela, e falar com o pai de Pedro, não sei se ele vai assumir... Pp: Obrigada Srª Socorro tenha um bom dia. (Ver contrato) A queixa: Pedro tem 11 anos, está cursando a 5ª do Ensino Fundamental, estuda no turno matutino em uma escola da rede particular da cidade do Salvador. A mãe do menino apresentou a seguinte queixa: Pedro não gosta de ir à escola, não faz as atividades e tem tirado notas baixas; a professora solicitou que a mãe do aluno tomasse providências, pois a escola nada poderia fazer. Após esta escuta levantamos às seguintes hipóteses: - é possível que Pedro tenha déficit de conteúdos; - é provável que a escola tenha uma metodologia incompatível com o aprendizado do aluno em questão; - Pedro pode não ter bons vínculos com a professora e com a escola; - é possível que o sujeito tenha déficit cognitivo. Juliana L. Pereira Psicopedagoga Juliana Laranjeira Pereira – Psicopedagoga Clínica e Institucional, mestranda em Gestão Escolar. Professora Substituta da Universidade Estadual de Feira de Santana – Ba. Correspondência – Av. ACM, 2501 – Sl. 106 – Profissional Center, Brotas, CEP:41.800-700 – Salvador – BA – Brasil Tel: (71) 9132-9853 E-mail: juliana.laranjeira@ig.com.br Bibliografia: BUARQUE, Aurélio. Novo Dicionário de Holanda Ferreira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975. WEISS, Maria Lúcia L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas e aprendizagem escolar. 8ª Edição. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.