Objetivo: A lição dada a Nicodemos. A importância do coração, do sentimento (senso moral) para entender Jesus. O conhecimento necessário, mas não suficiente (as 2 asas: conhecimento, amor). O Consolador prometido. O tráfico das coisas religiosas. A importância do grande templo de Jerusalém. A preocupação dos judeus com a educação religiosa das crianças. Resumir o fato histórico, destacando grandes ensinamentos como “expulsar os vendilhões do Templo”. Refletir sobre os nossos “vendilhões” (vícios e defeitos) e como expulsá-los de nosso “Templo” (corpo físico), etc.
1. À VOLTA A JERUSALÉM E AS ESCOLAS RABÍNICAS.
Aula 22
2. VOLTA A JERUSALÉM
No ano 31, Jesus, após o “milagre” de Caná achava-se em Cafarnaum,
cidade importante, pouco distante, situada às margens do lago
Tiberíades, localizado em vale paradisíaco, rodeado de jardins e
pomares perfumados.
IMAGENS GOOGLE
3. Como a Páscoa anual
se aproximava, Jesus
resolveu peregrinar
com seus discípulos até
Jerusalém.
Seguiram o curso do
Baixo Jordão, deixando
a Samaria à direita, e
ao atingirem o Monte
das Oliveiras, deparou
ele novamente com a
cidade sagrada e seu
majestoso Templo, de
rutilantes cúpulas de
ouro.
http://oseiasgeografo.blogspot.com/2008/03/hidrografia.html
5. Chegando à cidade, que estava muito cheia de peregrinos e de
rumores dos mais diversos, Jesus e sua comitiva dirigiram-se
diretamente ao Templo.
Onde iniciou suas pregações de costume no Pátio dos Gentios, onde
podia entrar israelitas e estrangeiros, crentes ou não no Deus Jeová.
Jesus esteve algumas vezes ali com sua família que acompanhava as
peregrinações, mas pela primeira vez ele estava entrando no Templo
com seus discípulos ciente de sua responsabilidade e tarefa religiosa.
https://www.lds.org/bible-videos/videos/young-jesus-teaches-in-the-temple?lang=por
6. Mas precisamos nos remeter ao momento, para entender o que de fato
aconteceu com Jesus... Foi ferido na sua sensibilidade, pelas atividades que
aconteciam no templo ao fundo e no pátio dos Levitas (próximo à porta
dourada).
http://valorizeaebd.blogspot.com
Precisamos entender como ele se sentiu, com aquelas pessoas falando alto,
os sacrifícios dos animais, o cheiro de sangue no ar, sentimentos bárbaros, o
dinheiro impulsionando a fé, as vibrações negativas e venenosas...
7. E ai que se dá o episódio da expulsão dos traficantes do Templo:
Será esta passagem coerente com as atitudes e ensinamentos de
Jesus?
O tráfico das coisas religiosas:
Nossos vendilhões: VÍCIOS E DEFEITOS
Nosso Templo: CORPO FÍSICO
8. PERGUNTA: — Mas Jesus, ao enxotar os vendilhões do templo, a sua
veemente indignação não é uma prova de sua coerência quanto ao respeito
devido à Casa de Deus?
RAMATíS: — Essa narrativa é de origem duvidosa, pois não há prova
alguma de que tenha sido escrita por qualquer dos evangelistas. Mesmo
porque não se coaduna com os costumes hebraicos da época. Além disso, a
violência e agressividade do ato desmentem a índole pacífica e tolerante de
Jesus, pois apresenta-o empunhando um chicote, açoitando os homens,
dando pontapés nas mesas, espantando bois e ovelhas, promovendo, enfim,
uma grande desordem no recinto de um templo. Os cambistas são
escorraçados até à rua, recebendo insultos e sofrendo prejuízos por parte
daquele que viera ensinar a perdoar incondicionalmente.
Sua missão não era de turbulências, nem de alterar os costumes
tradicionais de uma cidade.
Tais vendedores não exerceriam o seu comércio se isso lhes fosse proibido
pelo sacerdócio hebreu, que era a força dominante para dirigir o povo.
O Sublime Peregrino - Cap. 24 - Ramatis / Hercílio Maes - Ed. Freitas Bastos
9. PERGUNTA: — Mas não teria ele agido bem se, de fato, tivesse
advertido que a Casa de Deus deve ser uma casa de oração e não um
"covil de ladrões"?
RAMATíS: — Chamar o templo de Jerusalém "covil de ladrões"
representaria um insulto aos sacerdotes e ao povo de Israel; e Jesus
seria incapaz de insultar alguém. Aliás, ele apenas considerava aquele
local como um detestável e sangrento matadouro de aves, carneiros e
bois. A sua noção de "Casa de Deus" era bem mais extensa, conforme
nó-lo demonstrou quando o seu pensamento, esvoaçando pelo Cosmo e
situando os planetas habitados por outras humanidades em maior
ascensão espiritual, disse textualmente: "Na casa de meu Pai há muitas
moradas“
Sendo assim percebemos que se Jesus fizesse o que foi descrito estaria
justamente fazendo o que os seus perseguidores do tribunal queriam.
O Sublime Peregrino - Cap. 24 - Ramatis / Hercílio Maes - Ed. Freitas Bastos
10. AS ESCOLAS RABÍNICAS
Já vimos que os verdadeiros condutores do povo eram os “rabis”, pertencentes
a diferentes “Escolas” ou partidos, maioria filiado à Escola de Hillel, mais
famoso e autorizado líder Fariseu.
Ensina as Leis corporificada a Tora, que de certa forma era o mais próximo dos
ensinamentos de Jesus, mas ele mostrava onde estava a verdade... dentre as
600 e poucas Leis.
Rabis mais afirmados tinham maior número de discípulos, eram entregue
rapazes das melhores famílias, para que fossem educados e aprendessem
uma profissão.
Viviam na casa dos Rabis, servindo-os pessoalmente e ajudando nos trabalhos
domésticos, ao mesmo tempo recebendo os ensinamentos, acompanhavam
em cerimonias do culto, ou de vida publica, não só para honrá-los , mas para
instruírem.
Eram conhecimentos amplos e abrangiam as regras e normas ditadas pela
ciência da época além da religiosa que no caso seguia a Tora.
Aprendiam sobre a história de Israel, costumes e legislação.
11. APRENDIAM TAMBÉM SOBRE:
Botânica: conhecimento de ervas, manipulação de perfumes e
remédios;
Medicina: casos de emergências, conselhos sobre curas de
moléstias;
Agricultura: para ajudar os camponeses, no plantio e cruzamentos;
Higiene: visando as regras de pureza e impureza (A Torá fornece
dois sinais para reconhecer um animal puro: ser ruminante e ter os
cascos fendidos. O porco é um dos animais mais conhecidos. Possui
um dos sinais - o casco fendido - mas não é ruminante. Animais
ruminantes são aqueles que mastigam o alimento e o fazem voltar do
estômago para a boca. Bois, vacas, carneiros, cabras, antílopes,
búfalos, veados e outros)
https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/667126/jewish/Sabedoria-Divina.htm.
Legislação civil: para esclarecer o povo do que é legal e ilegal;
12. Alimentação; Vestuário; palavras; gestos adequados ou não; normas de
conduta;
Astronomia: para marcação de datas festivas e tudo que se incluía;
Religiosa: estudavam a fundo a Tora e todos os livros concernentes ao
culto e às concepções religiosas nacionais, inclusive as profecias e os
salmos; oficializando em relação à ciência e à religião judaica, a primeira
religião monoteísta do mundo, com Jeová como Deus único.
IMAGEM GOOGLE
13. NICODEMOS BEN NICODEMOS
Nicodemo, o único rabi de maior projeção, que defendeu Jesus em várias
oportunidades e que melhor compreendeu sua qualidade de Messias
Planetário, apesar de sacerdote de segundo grau, era um dos rabis mais
afamados de Jerusalém.
Seguia a Tora, mas era um Espírito mais avançado, interessava-se pelos
acontecimentos religiosos e sociais, que normalmente se referia à vinda tão
esperada do Messias nacional.
Fariseu, membro do Sinédrio, órgão político do Colégio Sacerdotal que
funcionava como poder legislativo na organização político-judaica,
acumulando também as funções de Tribunal Superior, e era composto, em sua
maioria, de saduceus, presidente da sinagoga e da congregação dos Cirineus,
o que lhe conferia prestígio muito maior no senado-tribunal.
Entre os discípulos de Nicodemo estava Judas de Kerioth, aluno brilhante,
porém fanático e de alma mística, sujeito a transes e outras perturbações
psíquicas, como, aliás, também ocorria com Paulo de Tarso.
Assim que o Batista surgiu no Alto Jordão, anunciando o Messias, Judas foi
enviado por Nicodemo para examinar os acontecimentos, ouvir opiniões,
inteirar-se da verdade e dar parecer sobre o profeta, pessoalmente.
14. Cumprindo sua missão, Judas passou vários dias à roda de João, ouvindo e vendo,
sondando a opinião dos escribas e fariseus porventura presentes; mas, quando o
profeta ungiu Jesus com o batismo, apontando-o em seguida, com o braço estendido e
dizendo aos discípulos e ao povo ali reunido: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os
pecados do mundo" e o consagrou como o Messias esperado, dizendo não ser digno de
nem mesmo amarrar o cordão de sua sandália, Judas seguiu o Mestre e conseguiu ver-
se aceito no rol dos seus discípulos.
Era dos mais entusiastas e devotados à pessoa de Jesus e constantemente informava
Nicodemo sobre tudo o quanto se passava.
Com a cidade lotada, Jesus não tinha pouso fixo, dormia no monte das oliveiras, ao
relento.
Passava os dias no Templo, pregando e consolando o povo, pois que, como rabi, tinha
direito de fazê-lo no Pátio dos Gentios;
À tardinha, retirava-se para lugares diferentes e às vezes, desconhecidos. Comumente
se acolhia em casa de Simão, chamado o leproso, pai de Lázaro, o que ressuscitou, no
Bet-Ini, caminho da Betânia. Os próprios discípulos cuidavam da sua localização, para
preservar sua vida, devido aos seus atos colidiam com os costumes e regras ditas pelo
Sinédrio.
15. Por isso que mais tarde, Judas foi pago pelo Templo para saberem sua
localização. E com isso efetuar a prisão de Jesus.
IMAGEM GOOGLE
Por estas informações e outras, obtidas de inúmeras fontes, Nicodemo desde
logo compreendeu que aquele rabi Galileu não era igual aos outros que
conhecia, nem mesmo aos mais renomados; tinha conhecimentos muito
acima dos vulgares e possuía poderes psíquicos extraordinários.
Como sacerdote do Templo, membro do Sinédrio e homem de
responsabilidades partidárias, não desejava Nicodemo que a visita a fazer a
Jesus fosse divulgada e, por isso, pediu que fosse levado a Ele à noite, sem
testemunhas e em lugar discreto.
O Redentor - Cap. 19 a 21 - Edgard Armond - Ed. Aliança
17. Assim, uma noite, ao cabo de grandes preocupações e longos raciocínios,
procurou a Jesus, em particular, (O Evangelho não diz onde tal entrevista
realizou-se, porém, em geral, todos concordam que Nicodemo foi levado à
presença de Jesus, a uma casa pobre, junto à Muralha de Davi, na cidade
baixa, pois que Jesus não convivia com os poderosos, os ricos e os
gozadores) seduzido pela magnanimidade de suas ações e pela grandeza de
sua doutrina salvadora. O Messias estava acompanhado apenas de dois dos
seus discípulos e recebeu a visita com a sua bondade costumeira.
Após a saudação habitual e revelando as suas ânsias de conhecimento,
depois de fundas meditações, Nicodemos dirigiu-se lhe respeitoso:
— Mestre, bem sabemos, que vindes de Deus, pois somente com a luz da
assistência divina poderíeis realizar o que tendes efetuado, mostrando o sinal
do Céu em vossas mãos. Tenho empregado a minha existência em interpretar
a lei, mas desejava receber a vossa palavra sobre os recursos de que deverei
lançar mão para conhecer o Reino de Deus!
Boa Nova - Cap. 14 - Humberto de Campos / Chico Xavier - FEB
18. O Mestre sorriu bondosamente e esclareceu:
— Primeiro que tudo, Nicodemos, não basta que tenhas vivido a
interpretar a lei. Antes de raciocinar sobre as suas disposições,
deverias ter-lhe sentido os textos. Mas, em verdade devo dizer-te que
ninguém conhecerá o Reino do Céu, sem nascer de novo.
— Como pode um homem nascer de novo, sendo velho? —
interrogou o fariseu, altamente surpreendido. Poderá, porventura,
regressar ao ventre de sua mãe?
O Messias fixou nele os olhos calmos, consciente da gravidade do
assunto em foco, e acrescentou:
— Em verdade, reafirmo-te ser indispensável que o homem nasça e
renasça, para conhecer plenamente a luz do Reino!…
Boa Nova - Cap. 14 - Humberto de Campos / Chico Xavier - FEB
19. Entretanto, como pode isso ser? — perguntou Nicodemos, perturbado.
— És mestre em Israel e ignoras estas coisas? — inquiriu Jesus, como que
surpreendido.
— É natural que cada um somente testifique daquilo que saiba; porém,
precisamos considerar que tu ensinas. Apesar disso, não aceitas os nossos
testemunhos. Se falando eu de coisas terrenas sentes dificuldades em
compreendê-las com os teus raciocínios sobre a lei, como poderás aceitar as
minhas afirmativas quando eu disser das coisas celestiais? Seria loucura
destinar os alimentos apropriados a um velho para o organismo frágil de uma
criança.
Extremamente confundido, retirou-se o fariseu, ficando André e Tiago
empenhados em obter do Messias o necessário esclarecimento, acerca
daquela lição nova. (darei uma palhinha no próximo slide)
Após essa entrevista, o prestígio pessoal de Jesus cresceu muito na mente
do Rabi, e disso deu relevantes testemunhos em outras oportunidades,
principalmente no Sinédrio, tomando sua defesa, ou tentando restringir a
hostilidade sacerdotal desencadeada contra Ele, sobretudo na noite de seu
julgamento.
Fim.
Boa Nova - Cap. 14 - Humberto de Campos / Chico Xavier – FEB
20. — Por que tamanha admiração, em face destas verdades? —
perguntou-lhes Jesus, bondosamente. — As árvores não renascem depois de
podadas? Com respeito aos homens, o processo é diferente, mas o espírito de
renovação é sempre o mesmo. O corpo é uma veste. O homem é seu dono. Toda
roupagem material acaba rota, porém, o homem, que é filho de Deus, encontra
sempre em seu amor os elementos necessários à mudança do vestuário. A morte
do corpo é essa mudança indispensável, porque a alma caminhará sempre,
através de outras experiências, até que consiga a imprescindível provisão de luz
para a estrada definitiva no Reino de Deus, com toda a perfeição conquistada ao
longo dos rudes caminhos.
André sentiu que uma nova compreensão lhe felicitava o espírito simples e
perguntou:
— Mestre, já que o corpo é como que a roupa material das almas, por
que não somos todos iguais no mundo? Vejo belos jovens, junto de aleijados e
paralíticos…
— Acaso não tenho ensinado — disse Jesus — que tem de chorar todo
aquele que se transforma em instrumento de escândalo? Cada alma conduz
consigo mesma o inferno ou o Céu que edificou no âmago da consciência.
Boa Nova - Cap. 14 - Humberto de Campos / Chico Xavier – FEB
21. Seria justo conceder-se uma segunda veste mais perfeita e mais
bela ao Espírito rebelde que estragou a primeira? Que diríamos da
sabedoria de Nosso Pai, se facultasse as possibilidades mais
preciosas aos que as utilizaram na véspera para o roubo, o
assassínio, a destruição? Os que abusaram da túnica da riqueza
vestirão depois as dos fâmulos e escravos mais humildes, como as
mãos que feriram podem vir a ser cortadas.
— Senhor, compreendo agora o mecanismo do resgate —
murmurou Tiago, externando a alegria do seu entendimento. — Mas,
observo que, desse modo, o mundo precisará sempre do clima do
escândalo e do sofrimento, desde que o devedor, para saldar seu
débito, não poderá fazê-lo sem que outro lhe tome o lugar com a
mesma dívida.
Boa Nova - Cap. 14 - Humberto de Campos / Chico Xavier – FEB
22. BIBLIOGRAFIA
O Redentor - Cap. 19 a 21 - Edgard Armond - Ed. Aliança
Boa Nova - Cap. 14 - Humberto de Campos / Chico Xavier – FEB
Ave Luz - Miramez / João Nunes Maia - Ed. Fonte Viva
O Sublime Peregrino - Cap. 24 - Ramatis / Hercílio Maes - Ed. Freitas Bastos
Maria - Scholem Asch - Ed. Nacional
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 26 itens 5 e 6 - Allan Kardec – FEB
O Sermão da Montanha - Huberto Rohden - Ed. Alvorada
O Sermão da Montanha - Rodolfo Calligaris – FEB
A Bíblia - Matheus 21:12-13, Marcos 11:15-19, Lucas 19:45-46, João 2:12-25 e 3:1-12
VIDEOS:
JESUS purificando o templo: https://www.youtube.com/watch?v=DMjE4mNWw6c
JESUS e Nicodemos: https://www.youtube.com/watch?v=-2Lxvg16oJg
23. “Daí de graça o que de graça recebestes”, disse Jesus aos seus discípulos,
e por esse preceito estabelece que não se deve cobrar aquilo por que nada
se pagou. Ora, o que eles haviam recebido de graça era a faculdade de
curar os doentes e de expulsar os demônios, ou seja, os maus Espíritos.
Esse dom lhe fora dado gratuitamente por Deus, para alívio dos que sofrem
e para ajudar a propagação da fé. Ele lhes diz que não o transformem em
objeto de comércio ou de especulação, nem em meio de vida.
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 26 itens 5 e 6 - Allan Kardec – FEB
Obrigada
Patricia.